Genetica Aplicada Atividade Motora
Genetica Aplicada Atividade Motora
Genetica Aplicada Atividade Motora
Unidade II
5 CAPACIDADES MOTORAS E GENÉTICA E FORÇA MUSCULAR
O aumento da força muscular depende de várias adaptações fisiológicas, dentre elas adaptações
neurais e morfológicas.
O músculo esquelético é um tecido capaz de gerar hipertrofia muscular, assim como inúmeras
adaptações metabólicas e regeneração. Nesse contexto, o treinamento físico representa um dos
principais estímulos para a hipertrofia do músculo.
Durante o exercício físico existe um aumento da tensão do músculo, o que é o principal estímulo para
a hipertrofia. A hipertrofia muscular é representada pelo aumento do volume do músculo esquelético
através do aumento do número de miofilbrilas e, consequente, aumento da área de secção transversa
das fibras musculares.
Cada fibra muscular é formada como resultado da junção de várias células progenitoras
mononucleadas chamadas células satélite. A proliferação das células satélite permitem adição de novos
mionúcleos e reparo das fibras existentes com novas miofibrilas (SCALE; RUDNICKI, 2000).
Observação
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Unidade II
Fibra muscular
Tendão
Endomísio
Fascículos musculares
Perimísio
Epimísio Miofibrila
Filamento fino
Filamento grosso Miofilamentos
Ponte cruzada Sar
côm
ero
Esquema bidimensional
dos miofilamentos.
Arranjo tridimensional
mostrado abaixo
Se
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dos
Saiba mais
58
GENÉTICA APLICADA ATIVIDADE MOTORA
Paul e Rosenthal (2002) mostraram em seu estudo que o exercício físico pode induzir diferentes
modos de hipertrofia na fibra muscular dependendo do padrão de inervação da fibra.
Nesse estudo, os pesquisadores mostraram que o músculo esquelético inervado por uma única
terminação nervosa apresentava hipertrofia com aumento no diâmetro individual de cada fibra e seus
núcleos de maneira centralizada, enquanto as fibras com duas terminações nervosas apresentavam
hipertrofia com alongamento das terminações intrafasciculares e aumento no número de fibras na área
de secção transversa sem aumento no diâmetro da fibra.
A) Hipertrofia do músculo B) Hipertrofia do músculo esquelético
esquelético com uma banda de com duas bandas de terminação
terminação neuromuscular neuromuscular
Sabe‑se, atualmente, que uma única sessão de exercício físico é capaz de ativar a expressão de
diversos grupos de genes, mas a ativação desses genes parece ser diferente quando comparamos o
treinamento de força e o treinamento aeróbio.
De qualquer modo, o exercício físico pode alterar a expressão de RNA mensageiro e proteínas
no músculo esquelético, já que as alterações no RNA mensageiro acontecem logo após o exercício
físico (cerca de 0 a 4 horas), enquanto as alterações na síntese proteica demoram um pouco mais para
acontecer (cerca de 3 a 36 horas após o exercício físico). Portanto, quando analisamos a expressão de
determinado gene, esses fatores devem ser levados em consideração.
Miogenina
MyoD
MRF-4
MEF-2
Em adultos, esse fenótipo é determinado pela expressão de três genes distintos que, quando
transcritos e traduzidos, sintetizam isoformas de cadeia pesada da miosina (MHC), determinando, em
parte, a distribuição percentual dos diferentes tipos de fibra no músculo.
Observação
Aproximadamente 45% das variações do tipo de fibra no músculo são explicadas por fatores
genéticos (SIMONEAU; BOUCHARD, 1995). Essa distribuição constitui‑se num dos fatores determinantes
do desempenho em modalidades esportivas.
60
GENÉTICA APLICADA ATIVIDADE MOTORA
Sarcômero
Linha Z Linha Z
Músculo
relaxado Banda I Banda A Banda I
Banda H
Sarcômero
Linha Z Linha Z
Músculo
contraído
Banda A Banda A Banda A
Banda I Banda I
Banda H Banda H Banda H
A estrutura dos sarcômeros depende também de proteínas estruturais que sustentam as proteínas
na membrana da fibra muscular. Nesse contexto, a α‑actinina constitui a proteína predominante. Ela é
um componente da linha Z sarcomérica, pertencente à família das proteínas ligantes dos miofilamentos
da actina e manutenção do arranjo miofibrilar. Algumas isoformas do gene da α‑actinina já foram
descritas em humanos, duas delas pertencentes ao citoesqueleto muscular (BLANCHARD et al., 1969
apud DIAS et al., 2007). Outra informação é que a isoforma ACTN3 da α‑actinina é específica das
fibras de contração rápida (tipo II) responsáveis pela geração de força contrátil em alta velocidade
com metabolismo energético predominantemente glicolítico. Nesse gene, verificou‑se uma alteração do
nucleotídeo C (citosina) pelo nucleotídeo T (timina). A mutação foi identificada no gene ACTN3 em um
dos éxons, isto é, uma mutação resultante na conversão do aminoácido arginina num códon de parada
prematuro (fazendo com que a síntese de proteína pare naquele determinado ponto) e que está presente
em torno de 18% da população e determina a síntese de uma proteína α‑actinina‑3 não funcional. Esse
61
Unidade II
Lembrete
Essa mutação aparentemente não tem grandes efeitos, sugerindo que outra isoforma poderia
compensar a ausência da α‑actinina 3 (MILLS et al., 2001).
Contudo, ainda que a deficiência da α‑actinina‑3 possa ser suprida pela isoforma‑2 da α‑actinina,
é provável que essas proteínas não desempenhem exatamente as mesmas funções, caso contrário não
seriam conservadas durante a evolução das espécies (VIREL; BACKMAN, 2004 apud PASCQUA et al., 2011).
Lembrete
A presença da α‑actinina‑3 beneficia o desempenho em tarefas que exigem maior utilização da força
muscular (EYNON et al., 2009). Por outro lado, a ausência dessa proteína tem se mostrado favorável ao
desempenho em provas de longa duração (YANG et al., 2003).
Alguns outros genes candidatos podem estar relacionados à força muscular. Dentre eles, o gene da
ECA (enzima conversora de angiotensina), já mencionado anteriromente, tem grande representatividade.
William, Rayson e Jubb (2000), por exemplo, mostraram que grande parte dos indivíduos analisados em
seu estudo, cujos resultados eram de menor força isométrica, eram homozigotos para o alelo I do gene
da ECA.
Neste sentido, em um estudo com idosos frágeis, foi observada uma melhora da força muscular em
68% dos idosos portadores do alelo D, com significativa melhora clínica (RANKINEN et al., 2006).
Lembrete
62
GENÉTICA APLICADA ATIVIDADE MOTORA
Capacidade aeróbia pode ser definida como a disponibilidade total de energia nos processos aeróbios.
Já potência aeróbia significa energia por unidade de tempo (ASTRAND et al., 2006).
Para cada litro de O2 consumido, em torno de 5 Kcal são liberados, por isso, quanto mais alto for o
consumo de O2, mais alta será a liberação de energia aeróbia.
Durante o exercício leve, é possível obter energia por meio do metabolismo aeróbio, uma vez que
o oxigênio é armazenado nos músculos ligado à mioglobina e, no sangue, ligado à hemoglobina. O
sangue, então, poderá então fluir para dentro dos músculos. Já durante o exercício intenso, os processos
anaeróbios (sem a presença do oxigênio) suprem parte da energia ainda na fase inicial.
Para que tenhamos melhora na aptidão aeróbia, portanto, é necessário que a bomba
cardíaca ejete sangue oxigenado eficientemente, assim como os músculos esqueléticos captem
e utilizem oxigênio de maneira eficaz. Portanto, é necessário que haja adaptações cardíacas
e periféricas relacionadas à estrutura, à função e ao metabolismo das células dos músculos
cardíaco e esquelético.
Assim, uma maior quantidade e eficiência de fibras musculares do tipo I podem favorecer o
desempenho para atividades que tenham a utilização preferencial do metabolismo aeróbio, bem
como uma maior densidade mitocondrial. Na figura a seguir, podemos observar essa relação.
Em modalidades esportivas em que o consumo de oxigênio dos praticantes é maior, também
observamos uma maior porcentagem de fibras tipo I (também chamadas de vermelhas ou lentas)
(WEINECK, 1999).
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Unidade II
Canoagem
Atletas recreativos
Corredores (trajetos de
3 a 5 km)
Natação
Luta
Estudantes treinados
Levantamento de peso
Hóquei no gelo
100 - 200 m sprint
100 80 60 40 20 40 60 80 100
Figura 36 – Percentual de fibras ST (fibras lentas) e do consumo máximo de oxigênio em atletas de diversas modalidades esportivas
A musculatura cardíaca também se adapta ao treinamento físico. A expressão “coração de atleta” tem
sido amplamente empregada para demonstrar as adaptações que ocorrem no sistema cardiovascular
causadas pelo exercício físico de longa duração em atletas. De forma geral, o exercício físico pode ser
dividido em dinâmico e estático.
No caso do exercício físico, que leva a adaptações fisiológicas, o coração pode se adaptar a dois tipos de
sobrecarga intermitentes, levando a padrões diferenciados de hipertrofia cardíaca. No exercício estático,
por exemplo, como levantadores de peso e arremessadores, observamos um aumento da pressão arterial
durante a sua execução, o que leva o coração a uma sobrecarga de pressão, que resulta (a longo prazo)
em um espessamento da parede ventricular esquerda sem redução da cavidade, desenvolvendo o que
chamamos de hipertrofia concêntrica. Já no exercício dinâmico, como nadar e pedalar, vemos maiores
aumentos da frequência cardíaca e do volume sistólico. Nesse caso, há uma sobrecarga de volume, o que
leva a uma hipertrofia do tipo excêntrica, com aumento da cavidade do ventrículo esquerdo (NEGRÃO;
PEREIRA‑BARRETO, 2005).
64
GENÉTICA APLICADA ATIVIDADE MOTORA
Alguns aspectos genéticos já conhecidos podem favorecer a hipertrofia cardíaca induzida pelo
treinamento físico. Dentre os genes candidatos estão os genes do sistema renina angiotensina.
Na década de 1990, foi descrito um dos 78 polimorfismos do gene da ECA (enzima conversora de
angiotensina). Esse polimorfismo corresponde à inserção (alelo I) ou deleção (alelo D) de 287 pares de
bases no íntron 16. Os indivíduos homozigotos DD apresentam maior concentração de ECA circulante
que os heterozigotos ID e homozigotos II. Isso pode resultar em maior quantidade de angiotensina, o
que representa maior hipertrofia cardíaca em indivíduos com maior concentração de ECA (NEGRÃO;
PEREIRA‑BARRETO, 2005).
Outros polimorfismos têm sido investigados na busca por uma relação com desempenho aeróbio.
Um deles é o do gene da creatina quinase muscular (CKM). Porém, em um estudo recente não foi
encontrada diferença significante na frequência de alelos ou genótipos entre atletas e controles
(LUCIA et al., 2005).
Um grupo da Finlândia determinou o genótipo da alfa 3 actinina (ACTN3) que codifica a α‑actinina‑3,
já mencionada anteriormente, e que faz parte do componente estrutural do músculo esquelético em
atletas de endurance de nível nacional (N = 52) e velocistas (N = 89). O grupo encontrou maior frequência
de genótipos XX em atletas de endurance (NIEMI; MAJAMAA, 2005).
De maneira geral, atribuímos, na maioria dos casos, ao treinamento e à nutrição adequada papéis
determinantes no alcance de alto rendimento esportivo (MYBURGH, 2003; JEUKENDRUP; CONIN, 2011).
Contudo, além das condições de treinamento e dieta adequadas, os atletas de elite devem apresentar
um perfil genético favorável às características associadas à sua modalidade (MYBURGH, 2003).
Consequentemente, o estudo de genética, principalmente envolvendo polimorfismos de DNA, tem sido
constante para a compreensão mais ampla do rendimento esportivo. São denominadas polimorfismos
de DNA sequências de bases que diferem das consideradas “normais”, ou seja, que apresentam menor
frequência em uma determinada população.
65
Unidade II
Mas do que, de fato, depende o desempenho de atletas de alto rendimento? Por que alguns batem
recordes, ganham medalhas e outros não alcançam o sucesso? Podemos atribuir isso somente à genética?
Para que um atleta atinja o êxito em uma competição esportiva, as necessidades da competição
devem estar equilibradas com as capacidades individuais. Assim, não existe apenas um aspecto que
garanta o sucesso e o desempenho máximo do atleta. Ao contrário, inúmeros aspectos influenciam
o desempenho e podem variar bastante, inclusive com demandas diferentes para diferentes tipos
de atividade.
Ainda que os dotes genéticos sejam associados a algum determinado atleta, só se atinge a excelência
definitiva no desempenho com treinamento e com a combinação de todos os fatores listados na figura a
seguir. Tais fatores contribuem para o desenvolvimento do desempenho físico e podem ser modificados.
Os programas de treinamento muito intensos aplicados em muitos campos de desempenho atlético
contribuem fortemente para o incremento dos resultados. Outra coisa que influencia a melhora
progressiva no desempenho esportivo na atualidade se relaciona com a evolução das técnicas aplicadas
e dos equipamentos disponíveis (ASTRAND et al., 2006).
Saiba mais
66
GENÉTICA APLICADA ATIVIDADE MOTORA
Função de suprimentos
1. Combustível
a. Ingesta
b. Estoques Ambiente
Natureza do exercício
c. Mobilização
Intensidade 2. Consumo de oxigênio Altitude
Duração Alta pressão de gás
a. Ventilação pulmonar Calor
Técnica
Posição b. Débito cardíaco Frio
Ritmo i. Volume sistólico
Agenda ii. Freqência cardíaca
c. Extração de oxigênio diferença
(a‑v) O2
Desempenho físico
Há alguns anos, grande parte dos pesquisadores atribuía o sucesso em determinadas modalidades
esportivas apenas a aspectos genéticos, muitos ainda continuam procurando genes candidatos
relacionados à performance atlética. Contudo, sabe‑se atualmente que outros fatores podem influenciar
e até determinar o sucesso no esporte.
Epstein (2014) relata a pesquisa de Janet Starkes, que, há 40 anos, era uma armadora de basquete de
1,57 m de altura. Sua pesquisa consistia em investigar as razões do ótimo rendimento de atletas de elite.
As características inatas, como o tempo de reação para explicar o desempenho de ponta nos esportes,
era surpreendentemente insignificante. Em alguns testes, ela percebeu que os tempos de reação de
atletas de elite sempre oscilaram em torno de um quinto de segundo, o mesmo de pessoas aleatórias.
Diante disso, a pesquisadora foi procurar em outras fontes e desenvolveu o “teste de oclusão”. Ela
reuniu milhares de fotografias de jogos de vôlei feminino e criou slides em que a bola aparecia na foto, e
outros em que a bola tinha acabado de sair do enquadramento. Em muitas das fotos a posição do corpo
das jogadoras eram extremamente similares, uma vez que a bola tinha acabado de sair da fotografia
(EPSTEIN, 2014).
A pesquisadora, então, pediu que as jogadoras olhassem os slides por milésimos de segundos e
dissessem se a bola estava ou não naquela foto. Como a mudança do slide era rápida demais para que
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Unidade II
vissem a bola de fato, a ideia era determinar se elas enxergavam a quadra como um todo e a linguagem
corporal das demais jogadoras de forma distinta das pessoas aleatórias daquele experimento, o que lhes
permitiria descobrir se a bola estava ou não presente.
Os resultados dos testes foram incríveis. Diferente do teste de tempo de reação, que não verificou
diferenças entre atletas e não atletas, o teste com as fotografias mostrou diferenças enormes entre as
jogadoras e as iniciantes. Para as atletas de elite, uma fração de segundo era suficiente para determinar
se a bola estava ou não na foto, e, quanto melhor era a jogadora, mais informações ela conseguia extrair
do ambiente.
O autor prossegue sua discussão contando que a pesquisadora continuou com seus estudos em outras
modalidades, observando resultados semelhantes. O segredo agora era determinar se as habilidades
perceptivas eram resultado de dons genéticos ou simplesmente aprendidas (EPSTEIN, 2014).
Genética
Performance esportiva
Habilidades adquiridas
Até 2005, sabia‑se que no mapa genético humano existem 170 sequências variantes de genes e de
marcadores genéticos que estão relacionados aos fenótipos de desempenho físico e de boa condição
física relacionada à saúde, o que muitas vezes tem contribuído até para a seleção de talentos na área
esportiva (WOLFARTH et al., 2005). Entretanto, é importante ressaltar que múltiplos fatores biológicos
e ambientais são determinantes do desempenho e que a análise de um único gene, isoladamente, não
necessariamente determina o fenótipo de um atleta. Serão descritos abaixo, portanto, alguns dos genes
que têm mostrado se relacionar com o alto rendimento e o desempenho de atletas.
68
GENÉTICA APLICADA ATIVIDADE MOTORA
Lembrete
Em resumo, os níveis de bradicinina são dependentes dos genótipos da ECA e podem influenciar
tanto a captação de glicose e o fluxo sanguíneo muscular, quanto prevenir o crescimento do ventrículo
esquerdo (VE) via ativação dos receptores β2 (B2R) para bradicinina (WILLIAMS et al., 2004). Uma variação
no gene do receptor β2 (B2R) da bradicinina, BDKRB2, está associada com a alta atividade transcricional
do gene e, consequentemente, com a alta resposta do receptor ao agonista (PAYNE; MONTGOMERY,
2003). Dessa forma, se a bradicinina pode modular a resposta hipertrófica do VE, é de se esperar que
os diferentes genótipos do gene BDKRB2 teriam potencial em alterar a magnitude desse crescimento.
Nos indivíduos com baixa concentração de bradicinina e baixa atividade transcricional do receptor B2R
(genótipos DD e +9/ +9), a alteração na massa do VE em geral é maior do que nos indivíduos com alta
concentração de bradicinina e alta atividade transcricional do receptor B2R (genótipos II e –9/–9). O
efeito da ECA na hipertrofia do VE parece ser mediado, pelo menos em parte, pela bradicinina (PAYNE;
MONTGOMERY, 2003).
Os dados associados na literatura, de maneira geral, sugerem que o polimorfismo I/D da ECA está
em forte associação com variantes funcionais de genes adjacentes, auxiliando na determinação da
característica fenotípica do atleta. De fato, mediada pela ativação dos B2R, a bradicinina aumenta a
translocação de GLUT4 para a membrana durante o exercício (TAGUCHI et al., 2000). As variantes no
gene da ECA e do B2R constituem‑se em potenciais mediadores da performance física humana.
Todas as isoformas são expressas de maneira diferenciada por diferentes tecidos. CK‑MM é abundante
no músculo esquelético, mantendo alta concentração de ATP na região da cabeça da miosina, enquanto
a CK‑MB tem alta atividade no músculo cardíaco e menor atividade no músculo esquelético (FONTAN et
al., 1991). Apesar de a CKMM ser preferencialmente expressa no músculo esquelético, a atividade dessa
70
GENÉTICA APLICADA ATIVIDADE MOTORA
enzima mostrou ser pelo menos duas vezes menor em fibras musculares do tipo I quando comparada
com as fibras do tipo II (RIVERA et al., 1997). Interessante o fato de que fibras musculares do tipo I,
predominantemente recrutadas em atividades de resistência e reconhecidas pela predominância de
atividade enzimática oxidativa, apresentam relação inversa com a atividade da CK‑MM. Em geral, um
polimorfismo no gene da CK‑M foi detectado.
Rivera et al. (1997), testando a hipótese da existência de uma relação entre o polimorfismo da CK‑M e
sua influência na variável VO2, submeteram 240 indivíduos (80 pais, 80 mães e 80 filhos) a um programa
de treinamento de resistência por 20 semanas. Esses resultados explicam, em parte, a heterogeneidade
na resposta do VO2máx ao treinamento de resistência e sustentam a hipótese da interferência do
componente genético nessa variável. No estado sedentário, o VO2máx foi diferente apenas para os pais,
com os indivíduos heterozigotos apresentando maiores valores quando comparados com os homozigotos.
Esse foi o primeiro estudo a mostrar uma significativa associação entre um polimorfismo e resposta
(∆VO2máx.) a um programa de treinamento. No entanto, o polimorfismo NcoI analisado localiza‑se
na região 3’ do gene, fora da região codificadora e da região reguladora do gene. Por esse motivo,
é pequena a probabilidade de essa mutação ser a causa direta da associação verificada, sugerindo,
dessa forma, que tal polimorfismo serviria como um marcador da diferença genética (ECHEGARAY;
RIVERA, 2001). Embora a CK‑MM seja geralmente reportada como a isoforma mais ativa, estudos têm
verificado alta correlação entre o aumento da atividade da CK‑MB e a capacidade oxidativa, estimada
pelo aumento da atividade da citrato sintase no músculo cardíaco e em fibras musculares esqueléticas
do tipo I de indivíduos submetidos à programa de treinamento de resistência (SYLVEN ET AL. 1983 apud
DIAS et al., 2007).
O gene mais frequentemente estudado em relação às concussões, ou traumas cerebrais, tem sido o
APOE. O APOE possui três isoformas, e uma delas vem sendo relacionada com a doença de Alzheimer na
última década (DONIX; SMALL; BOOKHEIMER, 2012). Baseados nessa associação, alguns grupos iniciaram
a avaliação da associação entre essa isoforma e o risco de concussão e lesões traumáticas no cérebro,
mas essas pesquisas ainda precisam ser esclarecidas (GUTH; ROTH, 2013). Alguns resultados sugerem
que indivíduos com essa isoforma especifica do gene apresentam pior prognóstico em lesões na cabeça,
mas existem outros estudos que não corroboraram esses resultados (KRISTMAN; TATOR; KREIGER, 2008).
exemplo, 60‑80% das variações na massa muscular esquelética e mais de 50% das variações da
massa do ventrículo esquerdo são explicadas por fatores genéticos. Embora o reconhecimento
de que o resultado final (fenótipo) represente a integração de múltiplos genes mais os fatores
ambientais, a identificação de talentos e prescrição de programas de treinamento que maximizem
o potencial individual do atleta com base na caracterização de variantes genéticas poderão
revolucionar a ciência do esporte.
A ideia de utilizar ferramentas genéticas para selecionar possíveis talentos para esporte parece
promissora e está em desenvolvimento. Como já mencionado, inúmeros genes relacionados ao
desempenho físico já foram identificados, porém o rendimento esportivo é de natureza multifatorial,
o que dificulta a identificação das influências genéticas. Cada esporte tem um requerimento físico
diferenciado, o que pode ser extremamente distinto em vários tipos de esportes.
Talvez a primeira diferença notável entre os atletas de especialidades distintas seja a morfologia
corporal (por exemplo, altura e composição corporal), com diferentes somatotipos mais adaptados a
determinados esportes. Adicionalmente, a morfologia corporal, a resistência, a força e a potência são
fatores primários para destacar o rendimento físico.
Observação
Como já discutido anteriormente, a resistência aeróbia é a habilidade para sustentar um esforço por
tempo prolongado em atividades físicas, como correr ou pedalar, por exemplo. Basicamente, a resistência
aeróbia requer a capacidade do sistema cardiovascular para transportar oxigênio para os músculos em
atividade e a habilidade dos músculos de utilizar esse oxigênio. A medida mais comum do rendimento
aeróbio é o VO2max. Contudo, o VO2max não se correlaciona perfeitamente com a resistência aeróbia
(por exemplo, corredor de maratona), outros fatores como economia de corrida e limiar ventilatório
também influenciam o rendimento.
A força muscular é a habilidade do músculo em gerar força. A medida geralmente é realizada em uma
repetição máxima. A potência muscular é a interação entre força e velocidade da contração muscular
(por exemplo, salto vertical com velocidade). Força e potência muscular são cruciais em esportes como
corridas de velocidade, saltos e levantamento de peso.
72
GENÉTICA APLICADA ATIVIDADE MOTORA
A ousadia da ciência tem chegado cada vez mais longe. No campo da genética, já é possível
manipular geneticamente células a fim de produzir seres humanos. Sabe‑se, portanto, que quanto
mais a engenharia genética progredir, mais se terá condições de manipular a espécie humana.
Assim, o avanço nas pesquisas, sob um aspecto, poderá trazer benefícios fantásticos, como a cura
de doenças genéticas; contudo, como toda técnica, corre o risco de ter seu uso desviado para fins
suspeitos (RASKIN, 1995).
A relação da genética com o desempenho esportivo tem ganhado cada vez mais enfoque dentro
do campo científico. Conforme mencionado anteriormente, é possível identificar e relacionar inúmeros
genes candidatos à performance humana. Dentro de um período de tempo relativamente curto, será
possível mapear os genes de um recém‑nascido e saber quais modalidades ele teria mais chance de
se desenvolver. Com posse dessas informações, seria possível, portanto, selecionar ou até mesmo criar
campeões? (ROTH, 2011).
Roth (2011), em um boletim para a revista Sports Medicine, comenta sobre a utilização de testes
genéticos. Ele discute que cada vez mais testes desse tipo têm sido oferecidos com a promessa de
identificar habilidades para certos esportes, o que poderia significar maior chance de aumentar a
performance daqueles predispostos a determinadas modalidades. O autor se pergunta se de fato esses
testes estariam prontos para venda (consumo).
Nós sabemos que fatores genéticos contribuem para um melhor desempenho físico/esportivo, porém
a identificação de genes específicos ou contribuição genética nessa área ainda está em estágios iniciais,
de modo que a venda estaria muito mais relacionada ao marketing genético do que à ciência.
Portanto, os testes genéticos seriam prematuros. A ciência não conta ainda com justificativas
suficientes para selecionar os genes inclusos nesses testes, e, isoladamente, não suporta o uso
desse tipo de teste para modificar a participação ou treinamento da criança em uma modalidade
específica a fim de se adaptar àquele perfil genético. O que os pesquisadores têm observado mais
consistentemente nas últimas décadas é que a contribuição genética ao esporte é muito complexa,
não associada a apenas um ou dois fatores, e não facilmente adaptada a testes genéticos “diretos
para o consumidor”.
Toda essa incerteza sobre utilidade e validade científica dos testes pode repercutir e se
associar a possíveis consequências negativas para crianças ou atletas que serão submetidas
aos testes. Pais e técnicos não são capazes de reconhecer as limitações científicas dos testes e
podem empurrar atletas jovens para dentro ou para fora de esportes baseados somente em uma
interpretação de um teste genético. Atletas raramente possuem autonomia para optar e podem
73
Unidade II
se sentir constrangidos para participar do teste genético. O resultado final pode significar a
retirada ou a inclusão de jovens atletas de determinada direção que, muitas vezes, não são seus
desejos ou melhores interesses.
Importante ressaltar que aspectos pedagógicos, técnicos, táticos, motivacionais, nutricionais, além
de vários outros fatores, podem interferir no desempenho físico dos indivíduos. Outro ponto importante
que deve ser lembrado é que, mesmo que o conhecimento na área da genética evolua progressivamente,
auxiliando na investigação de diferentes genes que estejam associados ao desempenho de alto
rendimento, essa forma de identificação jamais deverá ser utilizada de forma única para seleção,
formação e detecção de talentos. Ela poderá, sim, dar melhores direções para o sucesso ou fracasso em
determinada modalidade, mas jamais deverá tirar o poder de escolha do praticante ou desconsiderar os
demais aspectos necessários para o sucesso.
A partir da discussão acima, notamos que a ansiedade pelo melhor desempenho esportivo, muitas
vezes, ultrapassa as barreiras da ética, transpondo os valores e princípios no que diz respeito ao indivíduo
e ao significado do esporte.
Em 2001, houve um dos primeiros debates oficiais sobre o doping genético em um encontro do
Gene Therapy Working Group, promovido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) (HAISMA; DE HON,
2006). Nesse encontro, o comitê declarou que a terapia gênica, além da sua importância no tratamento
e prevenção de doenças, tem grande potencial para uso indevido nos esportes, e que formas de detecção
do doping genético devem ser desenvolvidas e aplicadas. No início de 2003, o doping genético entrou
para a lista dos métodos proibidos pelo COI.
De acordo com a definição de 2004 da World Anti‑Doping Agency (WADA), doping genético é o
uso não terapêutico de células, genes e elementos gênicos, ou a modulação da expressão gênica, que
tenham a capacidade de aumentar o desempenho esportivo (WADA, 2005). Ainda que esteja sendo
desenvolvida com o propósito de tratar doenças graves, a terapia gênica, assim como diversas outras
intervenções terapêuticas, tem grande potencial de abuso entre atletas saudáveis que queiram melhorar
o desempenho. A história vem mostrando que atletas são capazes de ignorar diversos riscos na busca
de ultrapassar seus limites competitivos. A exemplo de fármacos de efeitos colaterais desconhecidos, é
muito provável que atletas se submetam à terapia gênica para fins de ganho no desempenho competitivo
mesmo sabendo que existem riscos conhecidos e desconhecidos. Considerando que a terapia gênica está
apenas em estágio inicial de desenvolvimento e que, teoricamente, os atletas ainda não fazem uso desse
tipo de estratégia ergogênica, pode‑se apenas comentar sobre os genes que são candidatos importantes
ao uso indevido no meio esportivo. São eles: eritropoetina, bloqueadores da miostatina (folistatina e
outros), vascular endothelial growth factor (VEFG), insulin‑like growth factor (IGF‑1), growth hormone
(GH), leptina, endorfinas e encefalinas, e peroxissome proliferator actived receptor delta (PPARδ)
(HAISMA; DE HON, 2006). A seguir, possíveis efeitos desses candidatos ao doping genético:
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GENÉTICA APLICADA ATIVIDADE MOTORA
Costa et al. (2005) destacam que as drogas, de maneira geral, foram produtos do próprio
desenvolvimento científico que interage com o esporte. Em outras palavras, a ciência parece não se
deter em seu caminho, ainda que seja a principal responsável pela sofisticação das drogas e seu caráter
prematuro em relação aos testes. Uma situação como essa praticamente revela a verdadeira questão.
Os interesses que cercam a relação droga/controle são completamente repassados por determinações
econômicas, sem que a consistência ética seja priorizada. Ela, de fato, já entra em conflito no esporte de
alto rendimento pela simples razão de que, nesse tipo de atividade competitiva, tudo favorece uma visão
egocêntrica. Parece absolutamente natural que o atleta se volte completamente para si mesmo. Ele
intuitivamente não pode levar em consideração o bem de seus concorrentes, dado que o sucesso deles
representa um obstáculo para o seu em alguma medida. Nesse contexto, os atletas que não usam drogas
sentem‑se, primeiramente, prejudicados pelos que delas se utilizam. De modo que, se há suspeitas de
que alguns usem drogas e métodos proibidos, driblando as leis, todos sentem‑se pressionados ao mesmo
comportamento, uma vez que não encontram outras formas de luta. Exatamente o que leva a isso é a
dificuldade ética e legal de um atleta que não usa droga denunciar aquele que a emprega ilicitamente.
Trava‑se, portanto, um conflito ético do tipo “se não uso drogas, sou vencido” e “se denuncio os que
usam, sou condenado”.
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Unidade II
Resumo
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GENÉTICA APLICADA ATIVIDADE MOTORA
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Unidade II
Exercícios
Questão 1. (Enem PPL 2013) A transferência de genes que poderiam melhorar o desempenho
esportivo de atletas saudáveis foi denominada doping genético. Uma vez inserido no genoma do atleta,
o gene se expressaria gerando um produto endógeno capaz de melhorar o desempenho atlético.
Fonte: ARTOLI, G. G.; HIRATA, R. D. C.; LANCHA JR., A. H. Revista Brasileira de Medicina Esportiva, v. 13, n. 5, 2007.
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: o genoma seria alterado para estimular os gens e proporcionar um alto condicionamento físico.
B) Alternativa incorreta.
C) Alternativa correta.
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GENÉTICA APLICADA ATIVIDADE MOTORA
Justificativa: como o atleta transgênico possuirá uma sequência de DNA manipulada, não se tem a
certeza das características fenotípicas que podem ser desenvolvidas por ele.
D) Alternativa incorreta.
E) Alternativa incorreta.
Doping pode ser compreendido como a utilização de substâncias ou método que possa melhorar o
desempenho esportivo e atente contra a ética esportiva em determinado tempo e lugar, com ou sem
prejuízo à saúde do esportista. Em uma época em que as ciências do esporte aportam cada vez mais
decisivamente elementos para a melhoria do desempenho esportivo dos praticantes de esporte de alto
rendimento, em particular, e de atividades físicas, em geral, ganham em importância discussões acerca da
utilização de metodologias biomoleculares e substâncias em suas mais amplas aplicações. Quer do ponto
de vista sanitário ou ético, o doping genético tem suscitado debates tão intensos quanto questionáveis
do ponto de vista científico. A questão que se coloca consiste em indagar se o recurso obtido com
tecnologias biomoleculares se choca com a ideia de espírito esportivo, essência do Olimpismo, pautado
pela busca do equilíbrio entre corpo, mente e espírito.
Com base no texto, na teoria de Habermas e considerando as implicações éticas envolvidas nas
disputas entre atletas, assinale a alternativa correta:
A) A utilização de terapias genéticas em atletas, por se assemelhar a uma dotação genética, não
intencional, similar à da natureza, pode dispensar pressupostos éticos.
B) Por desconsiderar a utilização de drogas químicas, o uso do doping genético é eticamente aceitável
no esporte, já que implica o aprimoramento genético da espécie.
C) O fato de um atleta ter sido submetido à terapia genética rompe com as condições de simetria
entre os competidores, pressuposto ético básico das atividades esportivas.
D) A ideia de igualdade entre os atletas nas competições representa uma ficção, já que a vitória é
a demonstração da real desigualdade entre eles, fator que legitimaria, do ponto de vista ético, o
doping genético.
E) A igualdade dada pela indisponibilidade da natureza é fator ético que proíbe novas possibilidades
genéticas, inviabilizando o grau de aperfeiçoamento moral que o ser humano poderia alcançar.
Figura 3
Figura 4
COOPER, G. A célula, uma abordagem molecular. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2001. p. 174.
Figura 7
COOPER, G. A célula, uma abordagem molecular. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2001. p. 122.
Figura 8
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Figura 9
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Figura 13
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Figura 14
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Figura 19
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EXERCÍCIOS
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Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000