História Da Música - Da Antiguidade Ao Barroco
História Da Música - Da Antiguidade Ao Barroco
História Da Música - Da Antiguidade Ao Barroco
Antiguidade ao Barroco
Prof.ª Débora Costa Pires
2019
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof.ª Débora Costa Pires
P667h
ISBN 978-85-515-0260-0
CDD 780.9
Impresso por:
Apresentação
Prezado acadêmico, seja bem-vindo à disciplina de História da
Música: Antiguidade ao Barroco. O objetivo da disciplina é introduzir a
reflexão sobre a história da música, iniciando na antiguidade, contemplando
as importantes contribuições da teoria musical na Grécia Antiga, Idade Média,
Renascimento e culminando no período Barroco por meio de propostas que
lhe permitam apreciar e relacionar características e práticas musicais com os
aspectos teóricos. Esse período histórico vai contribuir e dialogar com todas
as transformações ocorridas no mundo da música posteriormente.
III
Essa disciplina lhe permitirá ter uma importante base para a sua
formação inicial, o que favorecerá a sua compreensão de outras disciplinas
de seu curso, sempre enfatizando a importância desse conhecimento na
formação do professor de música e a amplitude necessária em todo o seu
estudo. Desejo que esse percurso histórico seja esclarecedor e permeado pela
vivência e audição musical.
Bons estudos!
NOTA
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA................... 1
VII
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 79
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 81
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 83
VIII
3.4 LIED (ALEMANHA)...................................................................................................................................................160
3.5 QUODLIBET (ALEMANHA).................................................................................................................................160
3.6 VILLANCICO (ESPANHA)......................................................................................................................................161
3.7 MADRIGAL (ITÁLIA)................................................................................................................... 161
4 MÚSICA INSTRUMENTAL DO SÉCULO XVI............................................................................ 163
4.1 CANZONA.............................................................................................................................................................. 166
4.2 DANÇA...................................................................................................................................................................... 166
4.3 PEÇAS IMPROVISADAS............................................................................................................ 166
LEITURA COMPLEMENTAR.............................................................................................................. 168
RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................... 171
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 173
IX
X
UNIDADE 1
HISTÓRIA DA MÚSICA: DA
ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
AS PRIMEIRAS MÚSICAS
1 INTRODUÇÃO
Ao pensar em conhecer a história da música, alguns questionamentos
surgem: Como conhecemos a história da música, ocidental ou não? Como é
possível saber como era a música em períodos tão distantes de nós? A partir de
quais materiais é possível estudar a história da música, especialmente a música
ocidental? Estudamos a música através de seus registros, de suas fontes. Através
da música escrita, de tratados, documentos iconográficos, da transmissão oral, de
relatos, de instrumentos musicais e através de gravações.
3
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
que não possuísse algum tipo de instrumento musical. Alguns deles sobrevivem
ao tempo e são testemunhas das práticas e sonoridades musicais de determinadas
épocas. E, levando em consideração a produção musical mais recente, existem as
gravações. Nesse tópico vamos nos debruçar sobre as primeiras práticas musicais
conhecidas e as suas relações com o cotidiano e crenças de diversos povos.
2 OS PRIMEIROS SONS
A vida é som... A natureza está cheia de sons, de música: há milhões
de anos, antes que houvesse ouvidos humanos para captá-la,
borbulhavam as águas, ribombavam os trovões, sussurravam as
folhas ao vento... Quem sabe quantos outros sons não se propagaram!
(PAHLEN, 1965, p. 122).
4
TÓPICO 1 | AS PRIMEIRAS MÚSICAS
NOTA
FONTE: A autora
5
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
FONTE: <https://diepresse.com/home/science/489922/Die-aeltesten-Floeten-der-Welt>.
Acesso em: 8 set. 2018.
DICAS
Você pode ouvir o som proveniente dessa flauta nesse endereço: <https://
hypescience.com/wp-content/uploads/2009/06/flauta-prehistorica.mp3>.
6
TÓPICO 1 | AS PRIMEIRAS MÚSICAS
FONTE: <http://www.sauval.com/angustia/brujomusical3hermanos2.gif>.
Acesso em: 8 set. 2018
7
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
8
TÓPICO 1 | AS PRIMEIRAS MÚSICAS
eles possuíam uma orquestra e um coral com músicos profissionais. Assim como
acontecia com os textos literários, as composições musicais eram anônimas. Com
uma exceção, uma princesa suméria, Enkeduanna, filha de Sargão de Akkad
(2334-2279 a.C.), sacerdotisa do deus Nanna (Lua), compôs e assinou vários hinos
religiosos (POZZER, 2005, p. 53).
NOTA
FONTE: A autora
2.1.1 Sumérios
Os sumérios (3.500 a 2.550 a.C.) foram os primeiros habitantes da
Mesopotâmia, possuíam um método próprio de leitura musical e se utilizavam
de instrumentos para acompanhamento vocal. Sua música tinha o estilo religioso
e estava presente em todas as cerimônias solenes ou familiares. Construíram
instrumentos de sopro a partir de chifres de animais e produziram também
instrumentos de percussão. Sua prática musical foi herdada por outros povos
que habitaram a Mesopotâmia, como os assírios e caldeus (CAVINI, 2011).
9
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
10
TÓPICO 1 | AS PRIMEIRAS MÚSICAS
DICAS
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UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
FONTE: <https://ensinarhistoriajoelza.com.br/wp-content/uploads/2014/12/10_Lira-716x1024.
jpg>. Acesso em: 8 set. 2018.
FONTE: <https://ensinarhistoriajoelza.com.br/wp-content/uploads/2014/12/15_Musico-1-
960x937.jpg>. Acesso em: 8 set. 2018.
12
TÓPICO 1 | AS PRIMEIRAS MÚSICAS
2.1.3 Hebreus
Os hebreus viveram na região do Oriente Médio e deram origem aos
povos semitas, como os árabes e os israelitas, constituíram uma civilização
que deixou um legado ético e cultural para grande parte da humanidade e
sempre mantiveram contato com a música. Porém, essa civilização teve maior
desenvolvimento após a retirada dos hebreus do Egito por Moisés, por volta
13
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
2.1.4 Fenícios
A civilização fenícia era constituída por várias cidades-estados que
compartilhavam a mesma cultura, sem vínculo político e econômico entre si. Eram
comerciantes e viajavam fundando concessões, feitorias e colônias em diversas
regiões. Eram politeístas e imitavam a arte dos caldeus e egípcios. Viveram há
cerca de 1000 a.C. nas proximidades do Mar Mediterrâneo, território que hoje
pertence ao Líbano.
14
TÓPICO 1 | AS PRIMEIRAS MÚSICAS
2.1.5 Egípcios
Os egípcios, desde 4000 a.C., já povoavam as margens do rio Nilo, com
um marcante desenvolvimento artístico. Junto com os assírios e fenícios, foram
um dos primeiros povos a desenvolver a escrita, os hieróglifos. As descobertas
arqueológicas, como inscrições encontradas em pirâmides, templos e túmulos,
mosaicos, murais, objetos, textos e baixos-relevos demonstram a prolífica
atividade musical e a diversidade de instrumentos musicais. Candé (1994)
resume os documentos musicais encontrados em diversos períodos da história
do Egito antigo:
A música egípcia, assim como toda a arte, estava ligada à religião, mas
possuía um estilo de música para cada ocasião: de caráter religioso, nos cultos aos
mortos e aos deuses; de caráter militar, quando eram cantados hinos em honra aos
vencedores; de caráter social, animando banquetes solenes, cantos de trabalho,
entre outros. A música egípcia era composta por cantos acompanhados por
instrumentos e danças. Além dos instrumentistas e dançarinos, acompanhavam
pessoas que só batiam palmas. A música egípcia era coletiva e as mulheres tinham
um papel importante (CAVINI, 2011).
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UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
16
TÓPICO 1 | AS PRIMEIRAS MÚSICAS
FONTE: <https://ic.pics.livejournal.com/aldanov/11891766/2556347/2556347_original.jpg>.
Acesso em: 8 set. 2018.
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UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
FIGURA 11 – SISTRO
Nota: Nefertari, esposa de Ramsés II, segurando um sistro, em uma pintura do Templo
de Abu Simbel (século XIII a.C.).
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TÓPICO 1 | AS PRIMEIRAS MÚSICAS
19
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
3 MÚSICA CHINESA
Os chineses descendem dos povos da Ásia Central e Mongólia e no início
formaram pequenos estados independentes até serem ameaçados pelos mongóis
e unirem-se em um Império sob a Dinastia Zhou (1122-249 a.C.). Desde 3000 a.C.,
há notícias de que os chineses estimavam a música, possuindo um sistema já
estruturado. Ling-Iuen, sábio chinês que viveu por volta de 2637 a.C., observou
os sons harmônicos existentes na natureza e sua correspondência quanto ao
comprimento e vibração de canas, fixou a base das medições acústicas dos
intervalos mais simples de quinta e oitava (CANDÉ, 1994). Ling-Iuen conseguiu
sistematizar uma série de cinco tons, que correspondiam aos cinco elementos,
chamado de lyu. Essa escala foi aperfeiçoada até uma série de 12 lyus, intervalos
originados da derivação por quintas de um som fundamental, que correspondiam
às 12 luas, aos 12 meses do ano e às 12 horas do dia chinês. Assim, se o primeiro
lyu tiver o som de dó, será essa sequência: dó, sol, ré, lá, mi, si, fá#, dó#, sol#, ré#,
lá# e mi# (5as. ascendentes, geração feminina). Inversamente, cada lyu daria a 5ª
inferior precedente, ou seja: dó, fá, sib, mib, láb, réb, solb, dób, fáb, sibb, mibb,
lább (5as descendentes, geração masculina) (CAVINI, 2011, p. 49).
NOTA
20
TÓPICO 1 | AS PRIMEIRAS MÚSICAS
21
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
NOTA
N MU-YU
DICAS
22
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
23
• A música hebraica possuía modos e escalas complexos, em forma de tetracordes
descendentes e com sequência de quatro notas. Os cantos de oração se baseavam
em oito modos, provavelmente relacionados ao calendário. Acredita-se que
essa música seria homofônica: uma linha melódica acompanhada por ritmos e
associada à palavra e ao gesto.
• A única notícia que se tem da cultura musical medo-persa antiga é que ela
abrangeu toda a música e instrumentos musicais dos egípcios e mesopotâmicos,
especialmente assírios, babilônios.
24
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Sons da natureza.
b) ( ) Sons produzidos através do corpo.
c) ( ) Sons da flauta primitiva.
d) ( ) Sons do caminhar.
a) ( ) Flauta.
b) ( ) Apito.
c) ( ) Tambor.
d) ( ) Flauta doce.
25
26
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Nesse tópico 2 da Unidade 1, nós iremos nos concentrar em dois temas
específicos e muito importantes: a herança grega e a música romana. Os gregos
contribuíram com descobertas e pesquisas que influenciaram a construção da
teoria musical e os romanos tiveram um importante papel na preservação musical.
27
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
2 A HERANÇA GREGA
Na Grécia antiga, entre os séculos VII e VI a.C., a música estava vinculada
a todas as manifestações sociais, culturais e religiosas. Era a mais importante das
artes, essencial para a educação e considerada uma força obscura, conectada com
potenciais do bem e do mal, com capacidade para curar, elevar o homem até a
divindade ou levá-lo para o mal (LIMA, 2007). Esse comportamento cultural é
chamado ética musical ou doutrina do caráter, desenvolvida pelo filósofo Damón
e aprimorada por Platão, que acreditava que a música bem ensinada poderia ser
um dos meios para atingir a virtude (FUBINI, 1999).
29
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
Nota: Fragmento de papiro. 9,2 x 8,5 centímetros. Data: 480 a. C. Localização atual:
Biblioteca Nacional da Áustria (Áustria).
DICAS
Tendo em vista que pouco se sabe sobre a prática musical grega, foi a
teoria dos gregos que afetou a música da Europa ocidental na Idade Média. Há
mais informações sobre as teorias musicais gregas do que da música em si, essas
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TÓPICO 2 | A MÚSICA NO FIM DO MUNDO ANTIGO
teorias eram de dois tipos: doutrinas sobre a natureza da música, o seu lugar no
cosmo, os efeitos e a forma de se usar a música na sociedade humana; e descrições
sistemáticas dos modelos e materiais da composição musical.
3 DOUTRINA DO ETHOS
Na Grécia antiga, havia certos tipos ou formas de música, as quais eram
conhecidas por nomes de nações ou tribos (Dóricos, Jônios, Frígios,
Lídios, etc.), cada uma dessas era acreditada ser capaz não somente de
expressar emoções particulares, mas de agirem sobre a sensibilidade de
tal maneira a exercer uma influência poderosa e específica na formação
do caráter. Consequentemente, a escolha dentre essa variedade de
formas musicais daquelas que deveriam ser admitidas na educação do
estado era questão da mais séria preocupação (MONRO, 2012, p. 20).
31
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
O ethos também foi incluído por Aristóteles como um dos três pilares
do discurso retórico: o ethos, convencimento baseado na ética em que o orador
convence a partir do caráter e autoridade de alguém; o pathos, o convencimento
baseado no apelo à emoção em que o orador tenta convencer pela resposta
emocional que provoca na audiência; e logos, o convencimento fundamentado
na lógica, em que o orador persuade pela razão (GROUT; PALISCA, 2007). Para
Pitágoras, a música era um microcosmo, um sistema de tons e ritmos regidos
por leis matemáticas. Nessa concepção, a música é capaz de afetar o universo.
E, numa fase mais científica e posterior, ressaltou-se os efeitos da música sobre
a vontade, o caráter e a conduta dos seres humanos. A doutrina da imitação,
de Aristóteles, explicou o modo como a música agia sobre a vontade. Para ele,
a música imita as paixões ou estados da alma, como brandura, ira, coragem,
temperança e outras qualidades. Assim, quando ouvimos um trecho musical
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TÓPICO 2 | A MÚSICA NO FIM DO MUNDO ANTIGO
que imita uma determinada paixão, ficamos impregnados dessa mesma paixão.
Se ouvirmos por um tempo longo um tipo de música que desperta sentimentos
baixos, todo o nosso caráter tornar-se-á baixo; se ouvirmos música adequada,
tornamo-nos pessoas boas.
33
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
APOLO DIONÍSIO
Deus:
Objetivos
Calma e a elevação espiritual Excitação e o entusiasmo.
musicais:
Formas
Ode e epopeia Ditirambo e teatro
poéticas:
FONTE: A autora
34
TÓPICO 2 | A MÚSICA NO FIM DO MUNDO ANTIGO
sofreram dúvidas, mas só no ano 30 a.C. foi que Dídimos incluiu a 3ª maior como
um intervalo consonante, baseado na teoria da soma de dois tons inteiros de igual
valor. Mas os intervalos de 3ª e 6ª continuaram por muitos séculos como sendo
“dissonantes” (CAVINI, 2011).
A teoria musical grega era composta por sete tópicos: notas, intervalos,
gêneros, sistemas de escalas, tons, modulação e composição melódica. Esses pontos
são discutidos por alguns autores como Cleônides e Aristóxeno. Os conceitos de
nota e de intervalo dependem da distinção entre dois tipos de movimento da voz
humana: o contínuo e o diastemático. No movimento contínuo, a voz muda de
altura, em movimentos ascendentes ou descendentes, sem se fixar em uma nota;
no movimento diastemático, as notas são mantidas e tornam-se perceptíveis as
distâncias entre elas, denominando-se intervalos.
NOTA
35
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
FIGURA 15 – TETRACORDES
36
TÓPICO 2 | A MÚSICA NO FIM DO MUNDO ANTIGO
FIGURA 16 – TETRACORDE
semitom
semitom
semitom
37
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
Acréscimento do
Hipofrígio (encadeamento por conjunção) som grave (hipo)
38
TÓPICO 2 | A MÚSICA NO FIM DO MUNDO ANTIGO
NOTA
Som Pausa
1 tempo protótipo
(breve simples)
2 tempo simples
3 tempo simples
4 tempo simples
5 tempo simples
41
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
Letra:
“Enquanto viveres, brilha
E de todo não te aflijas
A vida é curta
E o tempo cobra suas dívidas”.
(ESPÍNDOLA, 2018, p. 5)
DICAS
42
TÓPICO 2 | A MÚSICA NO FIM DO MUNDO ANTIGO
43
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
ajustava um chifre natural na ponta; era usada pela cavalaria romana. De cordas
eram o testudo, lira clássica grega; e cítaras. De percussão, utilizavam-se várias
espécies de tambores, címbalos, sistros e crótalos (CAVINI, 2011).
44
TÓPICO 2 | A MÚSICA NO FIM DO MUNDO ANTIGO
DICAS
Para ouvir:
CD: Música dos antigos Sumérios, Egípcios e Gregos (Music of the Ancient Sumerians,
Egyptians & Greeks) – De Organographia Ensemble. Selo: Pandourion – NPM PRCD1005.
45
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Tanto Platão quanto Aristóteles concordavam que era possível produzir pessoas
consideradas boas através de um sistema público de educação baseado em dois
elementos fundamentais: a ginástica, para a disciplina do corpo, e a música,
para a disciplina do espírito. A proporção correta entre ginástica e música gera
o verdadeiro músico, porém só alguns tipos de música seriam aconselháveis.
• Havia a música que tinha como efeito a calma e a elevação espiritual e a música
que tendia a estimular a excitação e o entusiasmo. A primeira categoria estava
associada ao culto de Apolo, sendo a lira o instrumento e as formas poéticas
correlativas, a ode e a epopeia. A segunda categoria estava associada ao culto
de Dionísio, utilizava o áulo e tinha como formas poéticas o ditirambo e o
teatro.
46
• A civilização grega também contribuiu para o conhecimento da notação
musical. A notação musical começou a ser criada para diminuir as dificuldades
de preservação de conhecimentos, que acontecia como consequência de uma
tradição oral, estabelecendo-se a partir de 500 a.C. Os gregos utilizavam dois
tipos de notação musical: krusis, derivado de um alfabeto grego arcaico; e o
léxis, empregava o alfabeto comum.
• A partir desse período, toda a arte existente em Roma passou a ter influência
grega. Os romanos tornaram a música prosaica, de caráter duro e exterior.
Preocupavam-se apenas com músicas que exaltavam a glória militar e a
grandeza dos imperadores. A partir do século I d.C., a música em Roma era
destinada às festas e danças sensuais e à animação dos circos romanos.
47
AUTOATIVIDADE
Os escritos contêm:
I – Descrições das práticas musicais da época.
II – Doutrinas sobre a natureza da música e o correto uso da música na sociedade.
III – Explicações sobre como fazer um organum.
IV – Instruções sobre a interpretação do cantochão.
FONTE: ULRICH, H.; PISK, P. A history of music and musical style. Harcourt: Brace and World,
Inc. 1963.
48
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
A Idade Média e a Igreja cristã absorveram, nos primeiros séculos de
existência, algumas características das sociedades orientais-helenísticas do
Mediterrâneo, enquanto outros aspectos foram eliminados. Aspectos como
o cultivo da música pelo prazer, as formas e tipos de música associados aos
grandes espetáculos públicos, tais como festivais, concursos e representações
teatrais, além da execução de música em situações de convívio mais íntimo
foram considerados impróprios pela Igreja, que sentia a necessidade de afastar o
crescente número de convertidos de seu passado pagão e, dessa forma, também
da música instrumental, tão presente nos cultos pagãos.
NOTA
A Idade Média, chamada de período Medieval ou Idade das Trevas, foi o período
que se estendeu desde 476 d.C. até o ano de 1453. A “Idade das Trevas”, como geralmente é
designado, foi um período de grandes transformações que se estendeu desde o século V até
o século XV.
FONTE: A autora
49
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
50
TÓPICO 3 | MÚSICA NA IDADE MÉDIA
51
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
Sistema de Boécio
A B c d e f g a b
2
FONTE: A Autora
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TÓPICO 3 | MÚSICA NA IDADE MÉDIA
NOTA
A música sacra é definida como aquela que é criada para o culto divino, possui
qualidade de santidade e perfeição de forma, para o Magistério da Igreja só podem ser
considerados música sacra o canto gregoriano, a polifonia sagrada antiga e moderna nos
seus vários gêneros, a música sagrada para órgão e outros instrumentos admitidos e o canto
popular, litúrgico e religioso (SAGRADA CONGREGAÇÃO DOS RITOS, 2005).
DICAS
53
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
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TÓPICO 3 | MÚSICA NA IDADE MÉDIA
NOTA
55
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
FONTE: <http://www.auschoir.org/wp-content/uploads/2015/12/Guidonian-Hand-2.png>.
Acesso em: 21 set. 2018.
56
TÓPICO 3 | MÚSICA NA IDADE MÉDIA
FONTE: <https://www.klemm-music.de/notation/medieval/documentation/_win/lib/Guido%20
dArezzo2.png>. Acesso em: 21 set. 2018.
VIRGA e ou ou
ou ou
PUNCTUM e (segundo a época
e o modo rítmico)
CLIVIS ou ou
PES OU PODATUS ou ou
TORCULUS ou
PORRETUS ou
CLIMACUS ou ou
SCANDICUS ou
QUILISMA
CLAVE DE DÓ
CLAVE DE FÁ
Autênticos Plagais
1º tom: "dórico" 2º tom: "hipodórico"
58
TÓPICO 3 | MÚSICA NA IDADE MÉDIA
DICAS
O canal do YouTube Callixtus reúne uma série de vídeos com músicas raras da
era medieval. São mais de 100 vídeos com canções de importância histórica para a época,
como o canto gregoriano Deum Verum, o canto bizantino Segundo Povo e o cântico dos
Templários. Para ouvir as músicas, basta acessar o canal e clicar na opção “vídeos”, na qual
é possível visualizar todo o acervo. É uma forma de conhecer músicos e artistas medievais.
Apesar de abordarem principalmente o sagrado, as músicas medievais também informam
bastante sobre o mundo à sua volta. Por isso, além de uma aula de música, os vídeos podem
ser considerados verdadeiras aulas de história — especialmente para aqueles que têm
interesse em conhecer mais a fundo as culturas medievais. Clique no link para ouvir: <https://
www.youtube.com/user/Callixtinus/videos>.
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UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
• A poesia narrativa (ou épica), presente desde Homero até a canção inglesa e
balcânica. O romance de origem espanhola e o corrido de origem mexicana são
exemplos de poemas medievais chamados de canções de gesta, que falam de
feitos heroicos, como no caso da Chanson de Roland (canção francesa do século
XI), o Cantar de mio Cid (canção espanhola de 1200) e Nibelungenlied (canção
alemã do século XIII). É caracterizada por longos textos e versificação simples,
geralmente tem a forma de uma ladainha, uma ou duas pequenas frases
musicais repetidas várias vezes.
60
TÓPICO 3 | MÚSICA NA IDADE MÉDIA
NOTA
• A poesia lírica está presente desde a poesia lírica grega (lírico deriva-se da
palavra lira, instrumento que acompanha o canto dessa poesia) até composições
contemporâneas. Essa poesia aparece nos trabalhos dos trovadores. A poesia
lírica é caracterizada por ter formas estróficas e versificação variada e muitas
vezes sofisticada. Os poemas muitas vezes tinham uma melodia personalizada,
em outros eram cantados usando melodias existentes ou intercambiáveis.
• A poesia dramática (teatro) está presente desde a tragédia grega (que era
parcialmente cantada) até a ópera moderna. Na Idade Média encontramos o
drama litúrgico (em latim) e os mistérios medievais.
61
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
Média, tinham uma origem social humilde, muitas vezes eram negados a eles
a proteção das leis e os sacramentos da Igreja. São uma categoria de músicos
profissionais que começa a surgir por volta do século X, homens e mulheres que
vagueiam sozinhos ou em grupos.
NOTA
DICAS
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TÓPICO 3 | MÚSICA NA IDADE MÉDIA
DICAS
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UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
NOTA
Kalenda Maya
Kony de Grallers Raimbaut de Vaqueiras, s XII
Trobadoresc
Tarota Do
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TÓPICO 3 | MÚSICA NA IDADE MÉDIA
DICAS
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UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
DICAS
4.3 MINNESINGER
Os trovadores franceses foram o modelo de uma escola alemã de poetas-
compositores nobres, os minnesinger. O amor (minne) que cantavam nas suas
canções era mais abstrato que o amor dos trovadores e tinha um viés religioso. A
música é mais sóbria, algumas melodias utilizam-se de modos da Igreja, enquanto
outras tendem para a tonalidade maior e a maioria das canções era cantada em
compasso ternário. As canções estróficas eram comuns, assim como na França,
mas as melodias tinham uma organização mais rígida através da repetição de
frases melódicas. Nas cantigas dos minnelieder, a melodia é mais complexa que os
textos, que incluem temas sobre o esplendor e a frescura da primavera, cantigas de
alvorada ou cantigas de vigília (wachterlieder), cantadas pelo amigo que avisa aos
amantes quando a alvorada se aproxima. Tanto franceses e alemães escreveram
cantigas de devoção religiosa, inspiradas, muitas vezes, pelas Cruzadas (GROUT;
PALISCA, 2007).
Na França, a partir do século XIII, a arte dos troveiros passou a ser mais
cultivada por burgueses cultos do que por nobres, como em tempos anteriores. Na
Alemanha isso também ocorreu a partir dos séculos XIV, XV e XVI; os sucessores
dos minnesinger foram os meistersinger, dignos mercadores e artesãos das cidades
alemãs (GROUT; PALISCA, 2007).
DICAS
66
TÓPICO 3 | MÚSICA NA IDADE MÉDIA
A arte dos meistersinger estava tão cheia de regras rígidas que sua música
parece inexpressiva quando comparada com a dos minnesinger. A corporação dos
meistersinger foi dissolvida apenas no século XIX. Além das cantigas seculares
monofônicas, houve muitas canções religiosas monofônicas que não eram para ser
cantadas na igreja, eram expressões da piedade individual, com textos em língua
vernácula e um idioma melódico que deriva tanto do cantochão eclesiástico como
das canções populares (GROUT; PALISCA, 2007).
DICAS
Ouça a canção Under der linden, de Walther von der Vogelweide, em: <https://
youtu.be/yzXv7I-Zav8>.
E a canção Hofton de Konrad von Würzburg em: <https://youtu.be/4rA3kL8xEuA>.
4.4 GOLIARDOS
As mais antigas músicas que se conservam até hoje são canções com textos
latinos, as canções monofônicas dos goliardos dos séculos XI e XII. Os goliardos
eram estudantes ou clérigos pobres que, desamparados pela Igreja, tornavam-
se itinerantes. Perambulavam pelas tavernas, portas das universidades e lugares
públicos, cantando e declamando poemas satíricos. Eram mal vistos pelas pessoas,
satirizavam a ordem e o seu próprio modo de vida, os abusos e a corrupção da
Igreja e enalteciam o amor, a natureza, a juventude e o vinho (GROUT; PALISCA,
2007). Os goliardos surgem no século XII quando acontece um renascimento
econômico e social, alterando o imobilismo dos séculos anteriores, são jovens
intelectuais que, por sua condição econômica e social, não podem tornar-se
professores das universidades medievais, ou prosseguir seus estudos.
A poesia goliardesca não era feita para divertir o público, o latim era
rebuscado e a sátira, intelectual. Eram autores anônimos, em sua maioria, clérigos,
estudantes de retórica e apreciadores da leitura dos clássicos. Um exemplo
de poesia goliarda que sobreviveu ao tempo é o Códex Buranus, conhecido
como Carmina Burana (Canções de Benediktbeuren), descoberto na Abadia de
mesmo nome. O Códex Burana, escrito em 1230, é composto por 254 poemas que
abordam temas diversos, como canções zombeteiras, canções de amor, canções
sobre bebidas e duas peças teatrais. Estão escritos em latim e alemão medievais,
alguns versos misturam latim, alemão e palavras em provençal, o francês antigo
(GROUT; PALISCA, 2007).
67
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
NOTA
Uma das canções presentes no Códex é Istud vinum bonum, veja a letra e
tradução:
Hec sunt vasa regia quibus spoliatur Estes são os cálices reais roubados
Ierusalem et regalis Babylon ditatur De Jerusalém e trazidos desde a Babilônia
Bacchus fortis superans pectora virorum Baco invade com força o peito dos homens,
In amorem concitat animos eorum. e arrasta seus ânimos para o amor.
Bacchus sepe visitans mulierum genus Baco visita com frequência as mulheres, e faz
Facit eas subditas tibi, o tu Venus! delas tuas súditas, ó Vênus!
Bacchus venas penetrans calido liquore Baco penetra nas veias com seu licor cálido,
Facit eas igneas Veneris ardore. e as inflama com o ardor de Vênus.
Bacchus lenis leniens curas et dolores Suave Baco, tu suavizas penas e dores; e traz
Confert iocum, gaudia, risus et amores. ao jogo prazer, risos e amores.
Bacchus mentem femine solet hic lenire Baco abranda a alma feminina, e faz com
Cogit eam citius viro consentire. que elas se submetam mais facilmente aos
homens.
Aqua prosus coitum nequit impetrare
A água não favorece o coito, mas Baco o
Bacchus illam facile solet expugnare
obtém facilmente.
Bacchus numen faciens hominem iocundum,
Baco é o deus que faz o homem feliz,
Reddit eum pariter doctum et facundum. E o torna douto e sábio.
Bacche, deus inclite, omnes hic astantes Divino e ilustre Baco, todos presentes por
Leti sumus munera tua prelibantes. teus dons felizes brindamos.
Omnes tibi canimus maxima preconia, Todos te entoamos os melhores hinos, e te
Te laudantes merito tempora per omnia louvamos com justiça por todos os tempos.
DICAS
68
TÓPICO 3 | MÚSICA NA IDADE MÉDIA
DICAS
69
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
DICAS
DICAS
DICAS
70
TÓPICO 3 | MÚSICA NA IDADE MÉDIA
DICAS
71
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
Na Idade Média havia, além dos grandes órgãos das igrejas, órgãos
de menores dimensões, o portativo e o positivo. O órgão portátil era pequeno
para ser transportado (portatum) e, às vezes, era suspenso com uma correia ao
pescoço do tocador; tinha uma fileira de tubos, e as teclas eram tocadas pela mão
direita enquanto a esquerda acionava o fole. O órgão positivo também podia ser
transportado, mas tinha de ser colocado em uma mesa para ser tocado e requeria
mais uma pessoa para acionar o fole (GROUT; PALISCA, 2007).
6 POLIFONIA
Como vimos, a polifonia começou a substituir a monofonia a partir do
século XI, em que começou a surgir um novo sistema musical. Nos primeiros anos
da Idade Média, absorveu-se todo o material da Antiguidade e do Oriente, depois
esse material foi sistematizado, codificado e disseminado por toda a Europa
ocidental. As composições sacras polifônicas até o século XVI incorporaram o
cantochão, assim como outros materiais de diversas origens. Porém, a polifonia
começou a desenvolver-se independentemente dessas heranças e da Igreja.
A polifonia primitiva era realizada pela duplicação da melodia principal em
intervalos de terças; quartas ou quintas, isso ocorria ao mesmo tempo do uso de
heterofonia sobre a melodia principal (GROUT; PALISCA, 2007). No século XVI,
os compositores descobriram novos domínios de expressão e inventaram novas
técnicas (GROUT; PALISCA, 2007).
72
TÓPICO 3 | MÚSICA NA IDADE MÉDIA
Parallel organum
Vox Principalis
4th
Vox Organalis
FONTE: <http://cmapspublic.ihmc.us/rid=1PHSW2V2W-W777X2-2ND1/parallel.organum.png>.
Acesso em: 23 set. 2018.
DICAS
8 oblíquo contrário
paralelo
Vox principalis
8 Inter-
1 5 8 5 1 4 4 4 1 1 5 8 11 8 8 4 1 8 5 8
valos
FONTE: <https://goo.gl/EyCBw7>. Acesso em: 24 set. 2018
73
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
DICAS
(Cantus firmus)
Cunc ti po
tens ge ni
tor, De us
FONTE: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/c6/Melismatisch_organum.jpg>.
Acesso em: 24 set. 2018.
DICAS
74
TÓPICO 3 | MÚSICA NA IDADE MÉDIA
75
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
DICAS
DICAS
76
TÓPICO 3 | MÚSICA NA IDADE MÉDIA
DICAS
6.6 MOTETE
Léonin colocou nos seus organa partes diferentes (chamadas de cláusulas)
em estilo de descante. A partir disso, Pérotin e outros compositores criaram
cláusulas de descante, muitas como alternativas ou substitutas para as de Léonin
e outros compositores antigos. Com o tempo, as cláusulas destacaram-se dos
longos organa de que faziam parte e passaram a ser composições separadas
(GROUT; PALISCA, 2007).
DICAS
77
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
6.7 HOQUETO
Hoqueto, estritamente, define uma técnica, mais que uma forma. No
hoqueto a melodia é interrompida por pausas, em que as notas ausentes são
cantadas por outras vozes, repartindo a melodia em diversas vozes (GROUT;
PALISCA, 2007). A alternância entre as vozes ocorre tão rapidamente e de nota para
nota que “[...] se interpretou a palavra hoqueto como correspondendo à palavra
‘soluço’ em francês [...]” (MICHELS, 2003, p. 209). As peças em que o hoqueto era
usado com maior ênfase recebiam o nome de hoqueto. As composições podiam
ser vocais ou instrumentais, o hoqueto instrumental é mais rápido. Geralmente
as duas vozes superiores realizam o hoqueto, que tem como base um tenor em
ritmo regular. Durante o século XIII o hoqueto passa a ser considerado um gênero
musical, e não mais uma técnica de composição.
No início do século XII quase toda a música polifônica era sacra, ao final,
já se escreviam músicas polifônicas tanto para textos sagrados quanto para
profanos. No final do século XIII começa o enfraquecimento dos modos rítmicos,
o tenor de cantochão é relegado a uma função formal, o triplum torna-se solista,
contrapondo-se às vozes graves. Inicia-se um novo estilo musical, uma nova
forma de compor (GROUT; PALISCA, 2007).
78
TÓPICO 3 | MÚSICA NA IDADE MÉDIA
LEITURA COMPLEMENTAR
Nos anos noventa fui descobrir a história da primeira mulher que rompeu
esses preceitos e tornou-se a precursora do feminismo. Numa viagem entre
Stuttgart e Colônia, me hospedei na pequena cidade de Bingen, às margens do
Reno. Comprei na recepção do hotel uma pequena brochura que detalhava as
atrações turísticas e históricas da região.
79
UNIDADE 1 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA ANTIGUIDADE À IDADE MÉDIA
80
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
81
• Os minnesinger eram poetas-compositores alemães que cantavam nas suas
canções o amor abstrato e o viés religioso. A música é mais sóbria e a maioria
das canções eram cantadas em compasso ternário. A melodia é mais complexa
que os textos, que incluem temas sobre o esplendor e a frescura da primavera,
cantigas de alvorada ou cantigas de vigília.
82
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Conductus.
b) ( ) Moteto.
c) ( ) Hoqueto.
d) ( ) Rondeau.
83
84
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer desta unidade, você
encontrará atividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
85
86
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
O século XIII distingue-se significantemente do século XIV. No século XIII
a autoridade da Igreja e a figura do Papa de Roma eram respeitados e reconhecidos
em questões sobre fé, moral, questões intelectuais e políticas. Já a partir do século
XIV, a autoridade do Papa começou a ser contestada, alguns papas foram exilados
em Avignon (França) em consequência da anarquia e tumultos que aconteceram
em Roma. As críticas ao estilo de vida, muitas vezes escandaloso e corrupto do
alto clero cresceram, assim como vários movimentos divisionistas e heréticos que
antecederam a reforma protestante (GROUT; PALISCA, 2007). Também no século
XIII havia uma conciliação entre o divino e o humano, já no século XIV tendia-
se a conceber a razão humana e a revelação divina como domínios separados: A
Igreja cuidava das almas dos homens e o Estado das suas preocupações terrenas,
nenhuma dessas instâncias era superior a outra, o que será a base para a separação
da religião e da ciência, da Igreja e do Estado (GROUT; PALISCA, 2007).
87
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
NOTA
DICAS
88
TÓPICO 1 | MÚSICA FRANCESA E ITALIANA DO SÉCULO XIV
DICAS
Poema satírico, Le Roman de Fauvel possui duas partes e teve uma versão
retrabalhada e enriquecida em 1316 por Raoul Chaillou de Pessain, que incluiu 167 interpolações
musicais, formando um importante conjunto de canções monofônicas e polifônicas, em
grande parte anônimas. Uma dessas peças é Floret Fex Favellea, que você pode escutar no
seguinte endereço: <https://youtu.be/jzF5W6xAgXQ>.
89
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
90
TÓPICO 1 | MÚSICA FRANCESA E ITALIANA DO SÉCULO XIV
a breve valia três semibreves, e a semibreve valia três semínimas. Na Ars Nova
estabeleceu-se o Modo Perfeito e o Modo Imperfeito. No Modo Perfeito, em que a
longa valia três breves, e o Modo Imperfeito, em que a longa valia duas breves. O
Tempo Perfeito, onde a breve valia três semibreves, e o Tempo Imperfeito, onde a
breve valia duas semibreves. Na Prolação Perfeita a semibreve valia três mínimas
e na Prolação Imperfeita a semibreve valia duas mínimas. Os termos Modo,
Tempo e Prolação são utilizados na época apenas como uma nomenclatura para
subdivisão da longa, breve e semibreve, respectivamente, não tendo o mesmo
significado dos termos atualmente.
Perfeito
Modos
Imperfeito
Perfeito
Tempos
Imperfeito
Perfeito
Prolações
Imperfeito
91
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
FONTE: <http://www.emusicarte.es/plugins/ckfinder/userfiles/1/images/compases-ars-nova.
jpg>. Acesso em: 22 out. 2018.
Divisão da Semibreve
Prolação
Maior e Menor
FONTE: A autora.
92
TÓPICO 1 | MÚSICA FRANCESA E ITALIANA DO SÉCULO XIV
FONTE: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d7/Eton_Choirbook.jpg>.
Acesso em: 04 fev. 2019.
Nota: Eton Choirbook, Englaterra, cerca de 1490, do livro John Brown: Music of
the Eton Choirbook.
DICAS
DICAS
O motete Nuper rosarum flores, composto por Guillaume Dufay entre o final
de 1435 e o início de 1436, é construído sobre o tenor gregoriano Terribilis est locus iste. O
motete é um dos exemplos típicos da música flamenga construída sobre padrões geométricos
rigorosos, baseados em relações numéricas predeterminadas. Ainda é incerto se as relações
numéricas usadas por Dufay são independentes ou se derivam diretamente das relações
da Catedral de Florença ou das relações da cúpula de Brunelleschi. Porém, a sequência de
números é a base da estrutura geral da música, dividida em quatro seções, cujas durações
correspondem a uma sequência 6-4-2-3. A primeira apresentação do motete foi realizada
durante a celebração da consagração da Catedral de Florença, dedicada a Santa Maria del
Fiore, ocorrida em 25 de março de 1436 pelo Papa Eugênio IV (Trachtenberg, 2001). Ouça
esse motete em uma gravação do grupo Huelgas Ensemble presente no álbum Guillaume
Dufay: O Gemma Lux de 2000: <https://youtu.be/P9yzTTwAj5U>.
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Dufay_Nuper_rosarum_flores.jpg>.
Acesso em: 04 fev. 2019.
94
TÓPICO 1 | MÚSICA FRANCESA E ITALIANA DO SÉCULO XIV
DICAS
DICAS
95
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
Ouça e veja esse vídeo, com a interpretação de Charles Daniels, Angus Smith e Don Greig do
álbum Machaut: Dreams In The Pleasure Garden, que demonstra o esquema dessa música
em: <https://youtu.be/dcfPr4IN2MM>.
a. Mes tiers chans trois fois seulement a. Minha terceira melodia apenas três vezes
b. Se retrograde et einse fin. b. Se inverte e assim termina.
FONTE: A autora.
DICAS
96
TÓPICO 1 | MÚSICA FRANCESA E ITALIANA DO SÉCULO XIV
97
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
3.1 MADRIGAL
O conceito de madrigal aparece pela primeira vez com Francisco da
Barberino (1313) (CUSICK, 1980). Os madrigais eram normalmente escritos
para duas vozes com textos pastoris, amorosos ou poemas satíricos com duas
ou três estrofes de três versos. As estrofes possuíam a mesma música e ao final
das estrofes possuíam um par de versos adicionais (refrão), chamado de ritornelo,
com música e compasso diferentes. O madrigal possuía passagens melismáticas
(variações de notas em uma mesma sílaba) decorativas no fim e, às vezes, no
início dos versos (GROUT; PALISCA, 2007).
98
TÓPICO 1 | MÚSICA FRANCESA E ITALIANA DO SÉCULO XIV
DICAS
Ouça o madrigal Fenice Fu, uma das últimas composições do autor florentino
Jacopo da Bologna. Fenice Fu é uma composição de duas vozes e profana. Acesse em:
<https://youtu.be/r8EikqtlB_w>.
3.2 CACCIA
A caccia é baseada em um poema com o tema de caça, em que um cânone
era aplicado. A melodia que acompanhava era popular e cantada por duas vozes
iguais. No cânone a primeira voz iniciava a canção com um trecho melódico que,
quando terminado, era repetido na segunda voz enquanto a primeira iniciava
outro trecho melódico, assim os trechos eram sobrepostos. A caccia italiana
diferencia-se da caccia francesa, que possuía três vozes e, ao contrário do madrigal,
que abordava o tema de amor, a caccia descrevia com vivacidade e cores as cenas
de perseguição e assédio, falcões e matilhas. A caccia italiana destaca-se no período
que vai de 1345 a 1370 e, ao contrário das peças francesas e espanholas do mesmo
tipo, tinha um suporte instrumental livre, mais grave e um ritmo mais lento. No
século XV a caccia já havia desaparecido e não aparece antes de 1300, a primeira
menção italiana é feita no tratado anônimo Capitulum de vocibus applicatis verbis,
de 1332 (GROUT; PALISCA, 2007).
DICAS
Ouça a caccia de Gherardello da Firenze (c. 1350) intitulada Tosto che l'alba
(Assim que o amanhecer aparecer) em: <https://youtu.be/ok4VOFvLE2Y>.
99
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
NOTA
Ouça essa caccia em uma interpretação do álbum Insula feminarum: Résonances médiévales
de la féminité celte: <https://youtu.be/V9Lr8UnLJ-4>
3.3 BALLATA
A ballata polifônica floresceu depois do madrigal e da caccia e foi
influenciada pelo estilo das baladas francesas. A palavra ballata significa canção
para acompanhar a dança. As ballate (plural de ballata) do século XIII eram cantigas
de danças monofônicas com refrãos corais, porém não sobreviveram exemplos
musicais dessas músicas. A ballata italiana diferencia-se da balada francesa, que
eram composições muito elaboradas, raramente dançadas. A ballata era uma
forma fixa, mesmo com número indeterminado de versos.
DICAS
100
TÓPICO 1 | MÚSICA FRANCESA E ITALIANA DO SÉCULO XIV
101
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
FONTE: <https://www.cpdl.org/wiki/images/f/fe/Landini_questafanciulla.pdf>.
Acesso em: 26 out. 2018.
102
TÓPICO 1 | MÚSICA FRANCESA E ITALIANA DO SÉCULO XIV
103
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
5 MÚSICA FICTA
A expressão música ficta, ou música falsa, fingida, inventada, refere-se à
utilização de notas musicais, como as notas mi bemol e o fá sustenido, que não
faziam parte da gama definida há muito tempo por Guido d'Arezzo, não tinham
"vox" predefinida, ou posição dentro de um hexacorde. Assim, para encontrar
um lugar para eles entre os cânticos tradicionais, era necessário imaginar um
hexacorde que os contivesse, um que pudesse ser "fictício" em relação à teoria
oficial da música, porém com um conteúdo sonoro apresentável aos sentidos e,
a esse respeito, totalmente real (TARUSKIN, 2018). Mas é preciso deixar claro
que a música ficta pode envolver tanto as alturas naturais quanto alturas com
acidentes cromáticos, ela é a prática escrita e performática de aplicar acidentes
que não são anotados explicitamente na notação original, seguindo as convenções
estabelecidas nos primeiros escritos musicais (DUMITRESCU, 2017).
NOTA
O hexacorde é uma série de seis notas, exibidas em uma escala. Esse termo foi
adotado durante a Idade Média e adaptado no século XX, na teoria serial de Milton Babbitt.
Também é um termo utilizado em teoria musical até o século XVIII para designar o intervalo
de sexta (maior e menor) (HOLDER, 1967).
104
TÓPICO 1 | MÚSICA FRANCESA E ITALIANA DO SÉCULO XIV
FONTE: <http://www3.artez.nl/musictools/muziekgeschiedenis_new/middeleeuwen/img/
musica_ficta.gif>. Acesso em: 27 out. 2018.
105
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A Ars Nova italiana possuía três gêneros: madrigal, caccia e ballata. As formas
fixas eram gêneros não só musicais como literários: o virelai, a ballata e o rondeau.
• Música ficta refere-se à utilização de notas musicais que não faziam parte da
gama definida há muito tempo por Guido d'Arezzo. Podia envolver tanto
as alturas naturais quanto alturas com acidentes cromáticos. A música ficta
tornava a linha melódica mais flexível.
106
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Guillaume Dufay.
b) ( ) Josquin Des Prez.
c) ( ) Guillaume de Machaut.
d) ( ) Pérotin.
107
108
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
A transição entre Idade Média e a Renascença acontece por volta da
Guerra dos Cem Anos (1337-1453). As estruturas feudais entram em decadência,
há o crescimento do pensamento livre e individualista que favorece o espírito
científico, em contraste com as superstições medievais.
109
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
110
TÓPICO 2 | TRANSIÇÃO E RENASCIMENTO MUSICAL
•
Quarta Geração Franco-Flamenga (1520-1560): marcada pelo estilo
internacional do século XVI.
DICAS
112
TÓPICO 2 | TRANSIÇÃO E RENASCIMENTO MUSICAL
3 MÚSICA INGLESA
A música inglesa caracterizava-se por uma relação estreita com o estilo
popular e por relutar na utilização das teorias musicais abstratas. A música
inglesa tinha uma tendência para a tonalidade maior, para a plenitude de som
e pelo uso livre das terceiras e sextas. A improvisação e a escrita musical em
terças e sextas paralelas eram correntes na prática polifônica inglesa do século
XIII (GROUT; PALISCA, 2007).
113
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
Motete do século XV: O termo motete, utilizado até agora para designar a
forma francesa do século XIII e a forma isorrítmica do século XIV e XV, começou
já no século XIV a se modificar. O motete era, inicialmente, uma composição sobre
um texto litúrgico para ser interpretado na igreja, depois, no final do século XIII,
passa a também ser feito com textos profanos. Os motetes isorrítmicos do século
XIV e início do século XV conservavam características tradicionais, como os textos
múltiplos e uma textura contrapontística. O motete isorrítmico era uma forma
conservadora e desapareceu por volta de 1450. Na primeira metade do século
XV, o motete começou a ser aplicado a textos litúrgicos e profanos, designando
qualquer composição polifônica sobre um texto latino (exceção feita ao ordinário
da missa) e abrangendo formas diferentes, como antífonas, responsórios e outros
textos. A partir do século XVI também passou a ser aplicado a composições sacras
em outras línguas, além do latim (GROUT; PALISCA, 2007).
NOTA
114
TÓPICO 2 | TRANSIÇÃO E RENASCIMENTO MUSICAL
FONTE: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fe/OldHallMSFolio12v.jpg>.
Acesso em: 04 fev. 2019.
DICAS
115
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
DICAS
Quam pulcra es et quam decora, Quão bela e bela você é, minha amada,
carissima in deliciis. mais doce em suas delícias.
Statura tua assimilata est palme, Sua estatura é como uma palmeira
et ubera tua botris, e seus seios são como frutos.
caput tuum ut carmelus, Sua cabeça é como o Monte Carmelo
collum tuum sicut turris eburnea. e seu pescoço é como uma torre de marfim.
Veni dilecte mi; egrediamur in agrum Venha, meu amado, vamos para os campos
et videamus si flores fructus parturierunt, e vejamos se as flores nasceram frutos
si floruerunt mala punica. e se as romãs floresceram.
Ibi dabo tibi ubera mea. Lá eu vou dar meus seios para você.
Alleluia. Aleluia.
116
TÓPICO 2 | TRANSIÇÃO E RENASCIMENTO MUSICAL
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ci - is. Sta - tu - ra tu - a as- si- mi- la - ta est pal-
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me, et u - be- a tu - a bo - tris. Ca-put tu- um ut Car - me -
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me, et u - be- a tu - a bo - tris. Ca - put tu - um ut Car- me -
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K Â ÂÂ Â Â
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A
A Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â ÂÂ
 Â Â Â
Í Í Â Â ÂÂ Â
T
˛
lus, col- lum tu - um si- cut tur- ris e- bur- ne -
Ê Ê Â Â
B
E Â K Â Â Â Â Â ‰ Â
  Â     ÂÂ
Â
ÂÂ Â
lus, col- lum tu - um si- cut tur- ris e- bur- ne -
117
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
30
Ê K Ê Ê 35
A A ‰. ‰. ‰ Â Â. Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â Â
a. Ve - ni, di - le- cte mi; e - gre-di - a - mur in
Ê
A ‰. ‰. ‰ Â Â. Â Â Â Â ‰ Â Â Â Â Â K K
Í Í
T
˛
a. Ve - ni, di - le- cte mi, e - gre-di - a - mur
‰. ‰ Â Q Â. Â Â Â Â ‰ Â Â Â Â Â Â Â
E ‰. Â Í Í
B Í
a. Ve - ni, di - le- cte mi; e - gre-di - a - mur in
Ê Ê 40 Ê Ê
A A Â Â Â Â Â Â SÂ Â K ‰ Â QÂ Â Â Â ‰ Â Â K Â Â Â Â Â
a- grum, et vi - de- a- mus si flo-res fru-ctus
Ê
ÂÂÂ Â Â Â Â Â Â ‰ Â Â Â ‰ Â Â Â Â Â Â Â
A Í Â Í Í
T
˛
in a- grum, et vi - de - a- mus si flo-res fru-ctus
 ‰ Â Â Â Â Ê Ê
E Q Â Â Â ÂÍ Â Â K QÂ ‰ ‰ Â Â Â Â Â
B
Í
a- grum, et vi - de - a- mus si flo-res fru-ctus
Ê Ê Ê Ê
A Â. Â Â S ÂÊ ÂÊ Â K Â Â. Â Â ÂÊ ÂÊ Ê Ê Ê Ê
45
 K
 Â
  ‰    ÂÂ
A
E Â. Â Â ÂÂ ‰ Â Â Â Â Â Â
K Â Â Â Â Â K Â Ê Ê
   ÂÂ
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ÍÍ Í Í
B
50
Ê Ê
55
Ê
A K Â Â ‰ ‰ Â
K Â
                 ‰.
 SÂ
A
A ÂÂ Â Â ‰ ‰ Â ‰ K Â. Â Â Â. Â ÂÂ ÂÂÂ Â Â ‰.
Í Í
T
˛
bi u- be - ra me - a. Al - le- lu - ia.
  Â  Ê
B
E ‰ Â Â ‰ Â ‰ ‰. Í Â ÂÂ
    ‰.
bi u- be - ra me - a. Al - le- lu - ia.
FONTE: <http://www0.cpdl.org/wiki/images/6/6d/Quam_pulchra_es_Dunstable.pdf>.
Acesso em: 27 out. 2018.
118
TÓPICO 2 | TRANSIÇÃO E RENASCIMENTO MUSICAL
DICAS
Ouça a peça Beata Progenies, de Leonel Power, pertencente ao Old Hall, em:
<https://youtu.be/e5bxNjoogNs>.
Beata progenies unde Christus natus est; Abençoado é o pai de quem Cristo nasceu;
quam gloriosa est virgo que caeli regem Oh quão gloriosa é a virgem que trouxe
genuit. o Rei do Céu
FONTE: <http://www0.cpdl.org/wiki/images/0/05/Beata_Progenies_-_Leonel_Power.pdf>.
Acesso em: 27 out. 2018.
119
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
Beata Progenies
CTB Leonel Power
Anthony Smitha
23
3 3
Cantus
Be - - a - - - ta pro - - ge - ni - es un - - - de Chri- stus na -
Tenor 23
8
Be- a - - ta pro - ge - ni- es un - - de Chri- stus na -
Bassus
3
2
Be- a - - ta pro - ge - ni - es un - - de Chri- stus na -
6 3
2
1 3 2
2 2
tus est; quam glo - ri - o - - - - sa est
1
2 2
3 2
2
8
tus est; quam glo - ri - o - - - - sa - est
1
2 3
2
2
2
tus est quam glo - ri - o - - - - sa est
11
22 2
3
2
2
vir - - - go que ce - li re - gem ge - - nu - - - it.
22 2
2
3
2
8
vir - go que ce- li re- gem ge - nu - - it.
2
2
2
2 3
2
vir - - go que ce - - li re - gem ge - - - nu - - - it.
120
TÓPICO 2 | TRANSIÇÃO E RENASCIMENTO MUSICAL
DICAS
O Retrato Arnolfini está na National Gallery em Londres desde 1842. Uma obra
naturalista mostra Giovanni di Nicolao Arnolfini e sua segunda esposa. Os Arnolfini eram
comerciantes em Bruges, mas eles eram originalmente de Lucca, na Itália. A riqueza do casal
é evidente nas roupas que Giovanni usa.
FONTE: <https://img.theculturetrip.com/768x//wp-content/uploads/2016/03/Arnolfini.jpg>.
Acesso em: 27 out. 2018.
Entre os séculos XIV e XV foram criadas, por toda a Europa, capelas com
excelentes recursos musicais, os serviços de cantores e compositores famosos eram
disputados por papas, imperadores, reis e príncipes. Os duques de Borgonha
possuíam uma capela com um corpo de compositores, cantores e instrumentistas
que faziam música para serviços divinos e para divertimentos profanos da corte.
O ambiente musical da corte no século XV foi reforçado pelas frequentes visitas
de músicos estrangeiros e pela grande mobilidade dos próprios elementos da
121
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
DICAS
122
TÓPICO 2 | TRANSIÇÃO E RENASCIMENTO MUSICAL
noys, A - dieu da - mes, a - dieu bor - gois. A - dieu cel - - le que tant a-
nois. Car je ne truis fe - ves ne pois. Dont bien sou - - vent au cuer men -
fois Re - gre - tés par de - dans les boix, Ou il n'y a sen - tier ne
moy- - e, 2.8. A - dieu tou - te plays - san - te joy - - - -
noy- - e, 6.Puis ne sca - ray que fai - re doy - - - -
voy- - e;
e, A - dieu tous com - pai - gnons ga - lois.
e, Se je ne crie a hau - te vois.
123
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
DICAS
Ouça a Missa L'Homme Armé tocada pela Oxford Camerata em: <https://
youtu.be/ibSeyIbNGYA>.
124
TÓPICO 2 | TRANSIÇÃO E RENASCIMENTO MUSICAL
DICAS
Ouça Adieu mon amoureuse joye, interpretada pelo grupo Graindelavoix em:
<https://youtu.be/Csse6YI1iJQ>.
Letra em francês:
Adieu mon amoureuse joyie
Et mon plus plaisant souvenir,
Adieu lesliez la moroye
125
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
FONTE: <http://ks.imslp.net/files/imglnks/usimg/2/2f/IMSLP66520-PMLP98990-Binchois_
Adieu_mon_amoureuse.pdf>. Acesso em: 27 out. 2018.
126
TÓPICO 2 | TRANSIÇÃO E RENASCIMENTO MUSICAL
DICAS
A Missa mi-mi, de Ockeghem, tem esse nome devido às duas primeiras notas
do baixo, mi-Lá, que na solmização eram ambas cantadas com a sílaba mi. Ouça o Kyrie da
Missa mi-mi em: <https://youtu.be/4j2twlemMvI>.
127
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
128
TÓPICO 2 | TRANSIÇÃO E RENASCIMENTO MUSICAL
129
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
NOTA
O cânone era uma forma muito usual nas obras de compositores da segunda
geração franco-flamenga, pois permitia o virtuosismo técnico e a demonstração da perícia
profissional. Método mais utilizado para a escrita de cânones nessa época era derivar
uma ou mais vozes a partir de uma voz inicial. A regra pela qual se obtinham essas vozes
suplementares era chamada de cânone. Havia diversas formas de construção do cânone. O
que hoje se chama cânone chamava-se, naquela época, de fuga.
DICAS
130
TÓPICO 2 | TRANSIÇÃO E RENASCIMENTO MUSICAL
RONDEAU
Antoine Busnois (died 1492)
Organ
Ped.
8
Org.
15
Org.
131
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
maioria das chansons é para três vozes, escritas em estilo mais antiquado. Estão na
coletânea os compositores Isaac, Josquin, Alexander Agrícola e Loyset Compère.
Petrucci e outros impressores italianos publicaram em antologias um grande
número de chansons de compositores franco-flamengos durante a primeira
metade do século XVI (GROUT; PALISCA, 2007).
DICAS
Ouça Innsbruck, ich muss dich lassen, de Heinrich Isaac em: <https://youtu.
be/rI712ZGflAQ>. Essa música lembra o estilo de uma frótola e mais tarde foi trabalhada como
um coral em arranjos de Bach e Brahms.
132
TÓPICO 2 | TRANSIÇÃO E RENASCIMENTO MUSICAL
S. $
Inns - bruck, ich muss dich las - sen, ich
A. $ `
Inns - bruck, ich muss dich las - - sen, ich
T. $
Inns - bruck, ich muss dich las - sen, ich
$ `
B.
Inns - bruck, ich muss dich las - - - - sen, ich
$
5
e
fahr da-hin mein Stras - sen, in frem-de Land da - hin. Mein
$
fahr da - hin mein Stras - - sen, in frem-de Land da - hin. Mein
$ %
$ e
fahr da-hin mein Stras - sen, in frem-de Land da - hin.
%
Mein
$ $
fahr da - hin mein Stras - sen, in frem-de Land da - hin. Mein
10
$
Freud ist mir ge - nom - men, die
e
ich - nit weiss be - kom -
$
Freud ist mir ge-nom - - men, die ich nit weiss be-kom -
%
$ $
e
Freud ist mir ge - nom - men, die ich nit weiss be-kom -
$ $
Freud ist mir ge - nom - - - men, die ich nit weiss be - kom -
133
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
a
15
$
men, wo ich im E - - - - - lend bin, wo
a
$
men, wo ich im E - - - - - lend bin, wo
$
men, wo ich im E - - - - - lend bin, wo
$
men, wo ich im E - lend, im E - lend bin, wo
a ?
20
$ `
?
ich im E - - - - - lend bin.
a
$
`
ich im E - - - - - lend bin.
?
$ `
ich im E - - - - - lend bin.
$ ?
`
ich im E - - - - lend bin.
134
TÓPICO 2 | TRANSIÇÃO E RENASCIMENTO MUSICAL
DICAS
135
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
‹
Prima Pars (1450/55–1521)
P P
Superius G2R ¯ ¯ ¯ ¯ ˘ ˘ ˘` ˇ ˘ 2˘ ¯ ¯
¯P ¯ ˘ ˘ ˘ P
G2R ¯ ¯ ˘ ˇ ˇ ˘
Tu so - lus qui fa - cis mi - ra - bi - li - a,
Altus ¯ ¯
¯P ¯P
8 Tu so - lus qui fa - cis mi - ra - bi - li - a,
Tenor G2R ¯ ¯ ¯ ˘ ˘ ˘ ˘ ˇ ˇ `ˇ ˇ ( ¯
IR ¯ ¯P `˘ P
8 Tu so - lus qui fa - cis mi - - ra - bi - li - a,
¯ ˘ ˘ 2ˇ ˘ ˘
Bassus
› 2 ¯ ¯ ¯
‹
Tu so - lus qui fa - cis mi - ra - bi - li - a,
P P
G2 ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ˘ ˘ ˘ ˘ ¯
10
¯ ¯ 2¯ 2¯ ¯P ¯ ˘ ˘ ˘ ˘ ¯P
Tu so - lus Cre - a - tor, qui cre - a - - sti nos,
G2 ¯
¯ ¯P ¯P
8 Tu so - lus Cre - a - tor, qui cre - a - - sti nos,
G2 ¯ ¯ ¯ ¯ ¯ ˘ ˘ ˘ ˘
I ¯ ¯ P ¯ ˘ ˘ ˘ ¯P
8 Tu so - lus Cre - a - tor, qui cre - a - - sti nos,
2¯ ¯ 2¯ ¯ ˘
›
‹
Tu so - lus Cre - a - tor, qui cre - a - - sti nos,
P ¯P
G2 ¯ ˘ ˘ ˘ 4˘ ¯ ˘ ˘
20
¯ 2¯ ¯ ¯
P ˘` ˇ` ˇ ¯P
G2 ¯ ˘ ˘ ˇ ˘
Tu so - lus Re - dem - ptor, qui re - de - mi - - sti nos
˘ ˘ ¯ ¯ ¯ ¯ -
¯ ¯P ¯ ¯P
8 Tu so - lus Re - dem - ptor, qui re - de - mi - - sti nos
G2 ¯ ˘ ˘ ¯ ˘ ˘ ¯ ˘ ˘
I2 ¯ P ¯ ˘ ˘ ¯P
8 Tu so - lus Re - dem - ptor, qui re - de - mi - - sti nos
2˘ ˘ ¯ ¯ ¯ 2˘ ˘
› ¯
Tu so - lus Re - dem - ptor, qui re - de - mi - - sti nos
136
TÓPICO 2 | TRANSIÇÃO E RENASCIMENTO MUSICAL
‹ P P
G2 ¯ ˘ ˘ ˘` ¯ ˘ ˘ ˘ ¯ ¯
30
ˇ ¯ 4¯ ˘
¯ ˘ ˘ ¯ ¯P ¯ ˘ 2˘ ¯P
san - gui - ne tu - - o pre - ti - o - sis - - si - mo.
¯ ˘ ¯
G2 ˘
8 san - gui - ne tu - - o pre - ti - o - sis - - si - mo.
G2 ¯ ˘ ˘ ¯ ¯P ¯ ˘ ˘ ¯ ˘ ˘ ¯ ¯
P
8
˘ P ˘ P
san - gui - ne tu - - o pre - ti - o - sis - - si - mo.
I ˘ ¯ ˘ ¯ ˘
› 2¯ ¯ ¯ ˘ ¯ ¯
san - gui - ne tu - - o pre - ti - o - sis - - si - mo.
‹ = = = = ˘ ˇ ˇ ˘`
G2 ˇ `ˇ ˇ ( ˇ 4ˇ ˘ > ˇ
40
= ˘ ˇ ˇ `ˇ ˇ ˇ ˇ `ˇ ˇ ˇ ˇ ˘ ˇ
in te so - lum con - fi - di - mus, nec
G2 = = =
- - >
8 in te so - lum con - fi - di - mus, nec
ˇ `ˇ ˇ ( ˇ 4ˇ ¯ = = = ˇ
G2 ˘ ˇ ˇ ˘` <
>
8
I2 ˘ ˇ ˇ `ˇ ˇ ˇ ˇ ˇ` ˇ ( ˇ ˇ ¯ < > ˇ
Ad te so - lum con - fu - gi - mus, nec
= = =
› -
Ad te so - lum con - fu - gi - mus, nec
‹ P = =
G2 ˇ ˇ ˇ ˇ ˘ ˘ 4˘ < ¯
48
¯ 2¯ ¯
3
2
ˇ ˇ ˇ ˇ ˇ 2ˇ ˇ ˇ ¯ ¯ 4¯ P
a - li -um a - do - ra - mus, Je - su Chri - ste.
G2 ˘ < ¯ = =
Ê ˇ
Ê̌ 3
2
8 a - li -um a - do - ra - mus, Je - su Chri - ste.
G2 ˇ ˇ ˇ ˇ ˘ ˘ ˘ < ¯ ¯ ¯ ¯P 3
2
˘ ˘ ˘ ˘` ˇ ˘
8
I2 ˇ ˇ ˇ ˇ ˘ ˘ < ¯ ¯ ¯P
a - li -um a - do - ra - mus, Je - su Chri - ste. Ad te pre - ces
2˘ ¯ ˘ ˘ ˘ 2˘` ˇ ˘
›
3
2
a - li -um a - do - ra - mus, Je - su Chri - ste. Ad te pre - ces
137
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
‹ = = ˘`
G2 ˘ ˘ ˘ ˇ ˘ ˘ ˘ 4˘ ¯ ˘ ˘ ˘ ˘
57
˘ ˘ ˘ ˘` ˇ 2˘ ˘ ˘
ex - au - di quod sup - pli - ca - mus, et con - ce -
= = ˘ ˘ ˘ ¯ ˘
G2 ˘
8 ex - au - di quod sup - pli - ca - mus, et con - ce -
˘ ˘ ˘ 2˘` ˇ ˘ ˘ ˘ ˘
G2 ˘ ˘ 4˘ ¯` ˘ ˘ ˘ ¯ ˘
8
< < ˘ ˘
ef - fun - di - mus, ex - au - di quod sup - pli - ca - mus, et con - ce -
I = = = ˘ ˘
› 2˘ ˘ ˘ ¯`
‹
¯P P` P` P
ef - fun - di - mus, et con - ce -
G2 ¯ ˘ ˘ ˘ ˘ < ¯ ¯ ¯` ¯`
64
4¯ `
˘ ˘ ˘ ˘ ¯P ¯P` 2¯ P ` ¯P`
de quod pe - ti - mus, Rex be - ni - gne.
˘ ˘ 6¯ ` ¯`
G2 ¯ <
˘
8 de quod pe - ti - mus, Rex be - ni - gne.
˘ ¯P ¯P` ¯P`
G2
˘ ˘ ˘ ˘ < ¯P` ¯` ¯`
8
I2 ¯ ˘ ˘ ˘ <
› ¯` ¯`
de quod pe - ti - mus, Rex be - ni - gne.
‹ ˘` = = = ¯ ˘`
Secunda Pars
G2R ¯ ˘ ˘ ˇ ˇ ˘ < ˘ ˘ ˇ ˇ
ÈÈ ÈÈ
ˇ ˇ ˇ ˘` ˇ ˘ 4˘ ¯
D’ung aultre⌣a - mer, D’ung aultre⌣a - mer,
G2R = = =
>
= = =
8 No - bis es - set fal - la - ci - a:
`˘
G2R = = < ˘ ˘ ˘ ˇ ˘ ˘ ¯ = = < ˘
˘` ˇ ˇ ˇ 2ˇ ˇ ˘` ˇ ˇ
8
IR¯ 4˘ ˘ = ¯ 4˘ ˘
No - bis es - set fal - la - ci - a: Ma -
˘ < =
› 2 ÈÈ ÈÈ ˘ ÈÈ
D’ung aultre⌣a - mer, D’ung aultre⌣a - mer,
138
TÓPICO 2 | TRANSIÇÃO E RENASCIMENTO MUSICAL
‹ = = < ˘ ˘ ˘ ÎÎ̌ P
G2 ˘ < `˘ ˇ ˘ ˘ ˘ ¯ ˘ ¯ ˘ <
11
4¯ 3
2 ¯
ˇ ˇ ˇ ˘` ˇ ˘ 4˘ ¯
¯P
˘
et pec - ca - tum. Au - di no - stra su - spi - ri - a,
˘ ˘ ˘ ¯ ˘ ¯ ¯
G2 > ˘ ˘ ¯ 3
2
<
8 Magna esset stul -ti - ti - a et pec - ca - tum. Au - di no - stra su - spi - ri - a,
`˘ ¯ ¯P
G2 ˘ ˘ ˇ ˘ ˘ ¯ ˘ ˘ 3
2
˘ ˘ ˘ ¯ ˘ ¯ ˘ ¯ <
˘ ˘ ˘
8
¯ ¯P
gna es - set stul -ti - ti - a et pec - ca - tum. Au - di no - stra su - spi - ri - a,
I ˇ 2ˇ ˇ = < = = = =
› 2 Î ˘ ˘ ˘ 3
2
et pec - ca - tum.
‹ P
G2 ˘ ˘ ˘ ¯ ˘ ˘ ˘ 4˘ ¯ < ¯P` P
¯` ¯P` P
¯` ˘ ˘ ˘ ¯ ˘ ˘ ˘ ˘
22
G2 ˘ ˘ ˘
8 Re-plenos tu - a gra - ti - a, O rex re - gum, Ut ad tu - a ser - vi - ti -
˘ ˘ 2˘ ˘ ¯` ¯ ˘ ˘ ˘
› ¯ ˘ ˘ ˘ ˘
Re-plenos tu - a gra - ti - a, O rex re - gum, Ut ad tu - a ser - vi - ti -
‹
G2 ¯ < ˘ ˘ ˘ ¯ ˘ ˘ ˘ 4˘ ¯ < ¯P` P
¯`
P
¯` ¯`
P
¯`
33
4¯ `
¯ ˘ P`
˘ ˘ ˘ ˘ ˘ < ¯ ¯P` ¯P` ¯` ¯P`
a Si - stamus cum lae - ti - ti - a in ae - ter - num.
G2 ˘ ˘ < ˘ ˘ ˘ 6¯ `
8 a Si - stamus cum lae - ti - ti - a in ae - ter - num.
I2 ˘ ˘ < ˘ ˘ ˘ ¯ ˘
› ¯` ¯` ¯`
a Si - stamus cum lae - ti - ti - a in ae - ter - num.
139
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
DICAS
140
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A música inglesa tinha uma tendência para a tonalidade maior, para a plenitude
de som e pelo uso livre das terceiras e sextas do que a música do continente. A
polifonia era executada de forma improvisada sobre um cantus firmus, técnica
conhecida como discantus.
141
• Gêneros usuais da música inglesa: antífona votiva, a carol e o motete do século
XV. Os compositores ingleses de destaque: John Dunstable (1390-1453) e Leonel
Power (c.1375-1445).
142
AUTOATIVIDADE
FONTE: CAVINI, M. P. História da música ocidental: uma breve trajetória desde a Pré-História
até o século XVII. São Carlos: EdUFSCar, 2011.
FONTE: GROUT, Donald J. & PALISCA, Claude V. História da música ocidental. Tradução Ana
Luísa Faria, Lisboa: Gradiva, 2007.
143
144
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
A hegemonia dos músicos do Norte começou no início do século XV,
eles trabalhavam a serviço do imperador, do rei da França, do papa ou em uma
das cortes italianas. As cidades italianas de Nápoles, Ferrara, Modena, Mântua,
Milão e Veneza destacaram-se na difusão da arte dos compositores franceses,
flamengos e dos Países Baixos (GROUT; PALISCA, 2007).
DICAS
Ouça o lied em alemão de Senfl Dort oben auf dem Bergeem: <https://youtu.
be/5Vbfdis1Vm0>.
146
TÓPICO 3 | CORRENTES MUSICAIS DO SÉCULO XVI
DICAS
Ouça Ave Regina Caelorum interpretada pelo grupo Accademia della Selva
em: <https://youtu.be/FPKDJEPJu1M>. Você irá perceber nessa interpretação que as vozes
Alto, Tenor e Baixo são realizadas por instrumentos.
147
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
Bassus
2
A
10
15
ve, Re gi na cæ lo
8 ve,
8
ve, Re gi na cæ lo
ve,
20
rum. A
8
Re gi na cæ lo rum. A
8
rum, cæ lo rum. A
Re gi na cæ lo rum. A
25 30
ve, A ve, Do mi na,
8
ve, Do mi
8 ve, A ve,
ve,
Typeset by Allen Garvin ([email protected]) (ver. 2018-09-29) CC BY-NC 2.5
148
TÓPICO 3 | CORRENTES MUSICAIS DO SÉCULO XVI
8
Do mi na An ge lo rum.
Do mi na, Do mi na, An ge lo rum. Sal
40 45
Sal ve, ra
8
ve, ra dix, san
8
Sal ve, ra dix, san cta, ra dix,
ve, ra dix, san cta ra
50
dix, san cta Ex qua mun do
8
cta, ra dix, san cta Ex qua mun do, ex qua mun do,
8
san cta, ra dix, san cta, ra
dix, san cta Ex
55 ¬ ¬ 60
lux est or ta,
8
ex qua mun do lux est or ta, lux
8
dix, san cta Ex qua mun
qua mun do, mun do, ex qua mun do, ex qua
Typeset by Allen Garvin ([email protected]) (ver. 2018-09-29) CC BY-NC 2.5
149
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
8
est or ta, lux est or ta.
do lux est or ta.
8
mun do lux est or ta, ex qua mun do lux est or ta.
DICAS
150
TÓPICO 3 | CORRENTES MUSICAIS DO SÉCULO XVI
DICAS
151
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
152
TÓPICO 3 | CORRENTES MUSICAIS DO SÉCULO XVI
153
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
154
TÓPICO 3 | CORRENTES MUSICAIS DO SÉCULO XVI
155
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
156
TÓPICO 3 | CORRENTES MUSICAIS DO SÉCULO XVI
157
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
3 ESTILOS NACIONAIS
Os compositores franco-flamengos, como conversamos anteriormente,
estavam espalhados por toda a Europa no início do século XVI. A sua música era
internacional, porém, apesar dessa realidade, cada país também possuía música
própria, com um apelo popular maior do que a música erudita dos compositores
do Norte. Essas músicas nacionais foram modificando o estilo dominante e a
Itália destaca-se nesse processo (GROUT; PALISCA, 2007).
158
TÓPICO 3 | CORRENTES MUSICAIS DO SÉCULO XVI
DICAS
159
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
160
TÓPICO 3 | CORRENTES MUSICAIS DO SÉCULO XVI
DICAS
161
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
NOTA
DICAS
162
TÓPICO 3 | CORRENTES MUSICAIS DO SÉCULO XVI
163
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
164
TÓPICO 3 | CORRENTES MUSICAIS DO SÉCULO XVI
FIGURA 25 – CLAVICÓRDIO
FIGURA 26 – ALAÚDE
165
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
4.1 CANZONA
Equivalente a canção ou chanson. A canzona instrumental era denominada
canzona de sonar (canção para ser tocada) ou canzona alla francese (canção no estilo
francês). Havia canzonas para instrumentos solos e conjuntos e tinham o mesmo
estilo da chanson francesa: rápida, com ritmo marcado, textura contrapontística
simples. A canzona tornou-se no final do século XVI a principal forma da música
instrumental contrapontística (GROUT; PALISCA, 2007).
4.2 DANÇA
A dança fazia parte da sociedade renascentista como atividade obrigatória,
para homens e mulheres, muitas danças da Renascença remontam ao século XIV
(CAVINI, 2011). Numerosas músicas instrumentais do século XVI eram peças de
dança para alaúde, instrumentos de tecla ou conjuntos instrumentais; não mais
improvisadas como na Idade Média. Essas peças tinham estrutura rítmica marcada,
regulares e dividiam-se em seções distintas. As principais danças do período são:
a basse danse, uma dança nobre em três tempos executada sem saltos; a pavana
(pavane), de ritmo binário e andamento moderado associada a uma dança viva
como o saltarello em 6/8 até 1530 e à galharda, depois; courante, dança saltada
de ritmo binário e andamento vivo; alemanda (alemande), peça simples, de ritmo
binário e andamento moderado; a gavota, dança francesa do final do século XVI
que deriva de uma forma de brandle, de ritmo binário e andamento vivo e alegre;
chacona e sarabanda (sarabande), danças espanholas em três tempos, animadas e
licenciosas (CAVINI, 2011). No século XVI as danças deram origem a um grande
número de peças estilizadas que conservaram os ritmos característicos e que não
tinham a finalidade de dança (GROUT; PALISCA, 2007).
166
TÓPICO 3 | CORRENTES MUSICAIS DO SÉCULO XVI
RICERCARE
SONATA
167
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
LEITURA COMPLEMENTAR
168
TÓPICO 3 | CORRENTES MUSICAIS DO SÉCULO XVI
169
UNIDADE 2 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DA IDADE MÉDIA AO RENASCIMENTO
170
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• A música no século XVI era internacional, mas cada país também possuía
música própria, com um apelo popular maior do que a música erudita dos
compositores do Norte.
• A lauda era uma canção de devoção não litúrgica, popular. Os textos eram em
italiano, latim, a quatro vozes e, muitas vezes, as melodias eram de canções
profanas.
171
• Quodlibet são peças compostas por diversas canções ou fragmento de canções
com o objetivo de obter uma mistura de textos.
172
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Ópera.
b) ( ) Chanson.
c) ( ) Frottola.
d) ( ) Madrigal.
a) ( ) Guillaume Dufay.
b) ( ) Marchettus de Pádua.
c) ( ) Joannes Ockeghem.
d) ( ) Josquin des Prez.
a) ( ) Arnold Schoenberg.
b) ( ) Orlando di Lasso.
c) ( ) Antônio Vivaldi.
d) ( ) Igor Stravinsky.
173
174
UNIDADE 3
HISTÓRIA DA MÚSICA: DO
RENASCIMENTO AO BARROCO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
175
176
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
A partir do século XVI, como vimos anteriormente, o Renascimento e a
atividade musical europeia foram marcados por reformas religiosas em resposta
a abusos cometidos pela Igreja Católica e por causa de uma mudança de visão
de mundo. Em 1517, Martinho Lutero (1783-1546) afixou uma lista de 95 teses
na porta da Igreja de Wittenberg (Alemanha) com críticas a vários aspectos da
doutrina católica, como a venda de indulgências e o celibato, iniciando a Reforma
Luterana (CAVINI, 2011).
FONTE: <https://www.1st-art-gallery.com/thumbnail/187000/187319/popular_bg/Vogel/
Luther-Preaches-Using-His-Bible-Translation-While-Imprisoned-At-Wartburg,-1882.
jpg?ts=1505655060>. Acesso em: 18 dez. 2018.
177
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
Após a cisão com a Igreja de Roma, a Igreja luterana manteve uma grande
parte da liturgia católica tradicional, um considerável uso do latim nos serviços
religiosos, e muito da música católica, cantochão e polifonia, às vezes em latim,
outras traduzidas para o alemão, outras com novos textos alemães adaptados às
antigas melodias (chamadas de contrafacta). No século XVI, a música na Igreja
luterana refletia as convicções de Lutero: a crença no poder educativo e ético da
música e o desejo pela participação de toda congregação na música dos serviços
religiosos (GROUT; PALISCA, 2007).
178
TÓPICO 1 | MÚSICA SACRA NO RENASCIMENTO TARDIO
179
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
NOTA
180
TÓPICO 1 | MÚSICA SACRA NO RENASCIMENTO TARDIO
Psallite, unigenito
Michael Praetorius
Psal li te, u ni ge ni to, Chri sto De i fi li o,
Singt und klingt,
Je su, Got tes Kind, und Ma ri en Söh ne lein,
8
Psal li te, u ni ge ni to, Chri sto De i fi li o,
Singt und klingt, Je su, Got tes Kind, und Ma ri en Söh ne lein,
8 Psal li te, u ni ge ni to,
Singt und klingt,
Je su, Got tes Kind,
Psal li te, u ni ge ni to,
Singt und klingt, Je su, Got tes Kind,
5
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singt und klingt, un serm lie ben Je su lein im Krip pe lein beim Öchs lein
8 Re dem to ri Do mi no, pu e ru lo ja cen ti
un serm lie ben Je su lein im Krip pe lein beim Öchs lein
8
Chri sto De i fi li o, Re dem to ri Do mi no, pu e ru lo ja cen ti
und Ma ri en Söh ne lein,
un serm lie ben Je su lein im Krip pe lein beim Öchs
lein
Chri sto De i fi li o, Re dem to ri Do mi no, pu e ru lo ja cen ti
und Ma ri en Söh ne lein, un serm lie ben Je su lein im Krip pe lein beim Öchs lein
8
in prae se pi o. Ein klein es Kin de lein liegt in dem Krip pe lein;
und beim E se lein.
8
in prae se pi o. Ein klein es Kin de lein liegt in dem Krip pe lein;
und beim E se lein.
8
in prae se pi o. al le
und beim E se lein.
in prae se pi o. al le
und beim E se lein.
181
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
1
12
2
al le lie be En ge lein die nen dem
1
2
8 al le lie be En ge lein die nen dem
1
2
8
lie be En ge lein die nen dem Kin de lein, und sin gen ihm fein. Psa li
Singt und
1
2
lie be En ge lein die nen dem Kin de lein, und sin gen ihm fein. Psa
Singt
21
17
Kin de lein. Psal li te, u ni ge ni to, Chri sto De i fi li o,
Singt
und klingt,
Je su, Got tes Kind,
und Ma ri en Söh ne lein,
21
8
Kin de lein. Psal li te, u ni ge ni to, Chri sto De i fi li o,
Singt und klingt, Je su, Got tes Kind, und Ma ri en Söh ne lein,
21
8 te, u ni ge ni to,
klingt,
Je su, Got tes Kind,
1
2
li te, u ni ge ni to,
und klingt, Je su, Got tes Kind,
21
psal li te, Re dem to ri Do mi no, pu e ru lo ja cen ti in prae se pi o.
singt und klingt, un serm lie ben Je su lein im Krip pe lein beim Öchs lein und beim E se lein.
8 Re dem to ri Do mi no, pu e ru lo ja cen ti in prae se pi o.
un serm lie ben Je su lein im Krip pe lein beim Öchs lein und beim E se lein.
8
Chri sto De i fi li o, Re dem to ri Do mi no, pu e ru lo ja cen ti in prae se pi o.
und Ma ri en Söh ne lein, un serm lie ben Je su lein im Krip pe lein beim Öchs lein und beim E se lein.
Chri sto De i fi li o, Re dem to ri Do mi no, pu e ru lo ja cen ti in prae se pi o.
und Ma ri en Söh ne lein, un serm lie ben Je su lein im Krip pe lein beim Öchs lein und beim E se lein.
182
TÓPICO 1 | MÚSICA SACRA NO RENASCIMENTO TARDIO
Calvino foi mais radical do que Lutero em relação à presença da música nos
cultos, não acreditava no enriquecimento espiritual através do canto, mas reconhecia
seu poder de comoção sobre os homens (CANDÉ, 1994). Baseando-se em Lutero,
em 1539, realizou uma coletânea inicial de cantos comunitários, o Aulcuns pseaulmes
et cantiques mys en chant, baseado em um Saltério alemão. A adaptação da métrica
do alemão para o francês não foi bem-sucedida (CAVINI, 2011).
NOTA
183
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
FIGURA 3 – VERSÃO DO SALMO OLD HUNDRETH, DE 1628, IMPRESSO POR STERNHOLD &
HOPKINS PSALTER
FONTE: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Old_Hundredth_Sternold_%26_Hopkins_
(1628),_crop.JPG>. Acesso em: 04 fev. 2019.
4 CONTRARREFORMA
A música católica do século XVI teve mudanças decisivas. Roma foi
conquistada e saqueada por mercenários espanhóis e alemães sob o comando de
Carlos V, em 1527, abalando o estilo de vida luxuoso das autoridades eclesiásticas
da cidade. Além disso, a reforma do Norte da Europa e, em decorrência, a perda
de fiéis em países como a Inglaterra, Países Baixos, Alemanha, Áustria, Boêmia,
Polônia e Hungria tornaram urgente a Contrarreforma (GROUT; PALISCA, 2007).
184
TÓPICO 1 | MÚSICA SACRA NO RENASCIMENTO TARDIO
NOTA
Existe uma lenda que conta que o Concílio de Trento tentou abolir a polifonia e
que o compositor Palestrina teria composto uma missa a seis vozes, a Missa do Papa Marcelo
(1567), para demonstrar que o estilo polifônico permitia a compreensão do texto, tornando-se
assim o “salvador da música sacra” (GROUT; PALISCA, 2007).
185
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
4.1 PALESTRINA
Palestrina é o nome de uma localidade próxima a Roma onde nasceu
o compositor Giovanni Pierluigi da Palestrina (1525-1594). Giovanni teve sua
formação musical em Roma e em 1544 foi nomeado organista e mestre de capela
da cidade. Foi ainda mestre da Capela Giulia de São Pedro de Roma, cantor da
Capela Sistina, mestre de capela em São João de Latrão e em Santa Maria Maior,
ensinou também no Seminário Jesuíta de Roma (GROUT; PALISCA, 2007).
DICAS
186
TÓPICO 1 | MÚSICA SACRA NO RENASCIMENTO TARDIO
DICAS
187
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
4.2 VICTORIA
O espanhol Tomás Luis de Victoria (1548-1611) foi outro importante
compositor da escola romana. No século XVI havia uma relação próxima entre
compositores romanos e espanhóis. Acredita-se que Victoria tenha estudado
com Palestrina em Roma e ao voltar para a Espanha tornou-se capelão da
imperatriz Maria. Era um compositor exclusivamente sacro e seu estilo é
parecido com o de Palestrina, porém sua música possuía uma intensidade na
expressão do texto, como uma característica individual do compositor. Como
destacam Grout e Palisca (2007, p. 296), “a arte de Palestrina é comparável à de
Rafael; a de Victoria, com o seu apaixonado fervor religioso, assemelha-se à do
seu contemporâneo El Greco”.
188
TÓPICO 1 | MÚSICA SACRA NO RENASCIMENTO TARDIO
NOTA
A Adoração dos Pastores foi pintada durante o último ano da vida de El Greco.
A pintura foi realizada para ser pendurada no próprio túmulo do artista, na igreja de Santo
Domingo el Antiguo de Silos, em Toledo.
189
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
DICAS
As duas vozes superiores começam um dueto nesse que é um dos mais famosos motetos
do século XVI.
O magnum mysterium
(Venise, 1572)
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190
TÓPICO 1 | MÚSICA SACRA NO RENASCIMENTO TARDIO
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191
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
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192
TÓPICO 1 | MÚSICA SACRA NO RENASCIMENTO TARDIO
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193
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
NOTA
4.3 DI LASSO
Orlando di Lasso, assim como Philippe de Monte, foi um dos últimos
representantes dos compositores franco-flamengos do século XVI e grande
parte de suas obras, ao contrário de Palestrina e Victoria, foi profana. Orlando
di Lasso, assim como Palestrina, também foi um grande compositor de música
sacra, especialmente de motetes. Lasso possuía um temperamento emotivo e
dinâmico e sua produção total ultrapassou 2.000 obras. Sua principal coletânea
de motetes é o Magnum opus musicum, publicado em 1604, após dez anos de sua
morte (GROUT; PALISCA, 2007).
194
TÓPICO 1 | MÚSICA SACRA NO RENASCIMENTO TARDIO
FONTE: <https://lastfm-img2.akamaized.net/i/u/ar0/399142e74643466db54c0d357efcf628.jpg>.
Acesso em: 20 dez. 2018.
Byrd escreveu apenas três missas, para três, quatro e cinco vozes, que
são consideradas as melhores missas escritas por um compositor inglês. Ele
também foi o primeiro compositor inglês a utilizar técnicas imitativas (GROUT;
PALISCA, 2007).
195
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
DICAS
196
TÓPICO 1 | MÚSICA SACRA NO RENASCIMENTO TARDIO
5 ESCOLA VENEZIANA
No século XVI, Veneza destacava-se como a segunda mais importante
cidade da Península Italiana, depois de Roma. Era uma cidade-estado
independente, geograficamente segura e isolada. Sendo o porto mais importante
do comércio europeu com o Oriente, no século XV acumulou poder e riqueza,
e no século XVI, por causa das guerras e outros contratempos, diminuiu a sua
posição, porém a civilização florescente prosseguiu (GROUT; PALISCA, 2007).
197
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
DICAS
198
RESUMO DO TÓPICO 1
• A Reforma tinha como objetivos musicais: letras das canções na língua própria
de cada nação, para serem ouvidas e entendidas. A participação vocal no culto
é uma das características principais da Reforma na música.
• Na música, a Reforma ocorrida nos Países Baixos, Suíça e França teve um efeito
diferente do ocorrido na Alemanha.
199
• Orlando di Lasso foi um compositor que se destacou nas composições profanas.
Em suas obras destacam-se o uso do contraponto franco-flamengo, a harmonia
italiana, a opulência veneziana, a vivacidade francesa, a gravidade alemã.
200
AUTOATIVIDADE
FONTE: DELUMEAU, Jean. A Civilização do Renascimento, v. 1, São Paulo: Martins Fontes, 1984.
201
literaturas. Galileu fechou com chave de ouro esse período quando disse que
o livro da natureza estava escrito em caracteres matemáticos. (RODRIGUES,
2000). Assinale a opção que melhor interpreta as bases culturais do
Renascimento europeu:
FONTE: RODRIGUES, Antonio E. M.; FALCON, Francisco. Tempos modernos. RJ: Civilização
Brasileira, 2000.
202
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
O termo Barroco aparece em 1733 utilizado por um crítico musical anônimo
ao se dirigir à música Hippolyte et Aricie, de Rameau, obra estreada nesse ano e
que, para o crítico, era “barulhenta, pouco melodiosa, caprichosa e extravagante”,
entre outras características (GROUT; PALISCA, 2007, p. 307). Em 1750, o termo
Barroco foi utilizado para descrever a fachada do Palácio Pamphili, em Roma,
construída com uma ornamentação semelhante à realizada em talheres.
203
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
DICAS
204
TÓPICO 2 | MÚSICA VOCAL NO PERÍODO BARROCO
FIGURA 13 – BEATA LUDOVICA ALBERTONI, DE GIAN LORENZO BERNINI, CAPELA ALTIERI, SAN
FRANCESCO A RIPA (1701), ROMA
2 CARACTERÍSTICAS MUSICAIS
O período Barroco é marcado por grandes revoluções no pensamento,
e a linguagem musical acompanhou esse movimento de substituir formas
ultrapassadas de pensar. Os músicos passaram a explorar novos campos
emocionais e novas linguagens por causa das novas necessidades expressivas.
205
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
NOTA
206
TÓPICO 2 | MÚSICA VOCAL NO PERÍODO BARROCO
O baixo contínuo, como você pode ver na figura anterior, era composto
por três elementos: o texto que ilustra através do canto a história; a sustentação que
é feita pelo baixo chamado de contínuo e que às vezes possui cifras que indicam
preenchimentos, e o próprio preenchimento que não está escrito e é dependente
da execução do instrumentista das cifras escritas no baixo, permitindo assim a
improvisação.
208
TÓPICO 2 | MÚSICA VOCAL NO PERÍODO BARROCO
3 ÓPERA
Ópera é uma obra teatral que envolve solilóquio, diálogo, cenário, ação
e música contínua. As primeiras peças de ópera datam do início do século XVI,
porém, desde a antiguidade existe a ligação entre música e teatro. Tanto na
Grécia, na Idade Média, como no Renascimento utilizavam-se coros, partes líricas
e partes musicadas em representações.
209
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
NOTA
DICAS
210
TÓPICO 2 | MÚSICA VOCAL NO PERÍODO BARROCO
Para a Camerata Florentina, o texto deveria ser musicado com uma melodia
que ressaltasse as inflexões da fala. Assim, os florentinos substituíram a polifonia
pela monodia acompanhada, canto a uma voz acompanhado por instrumentos.
Desenvolveram o estilo recitativo, um intermediário entre a recitação falada e a
canção, que preservava a inteligibilidade do texto dramático.
DICAS
211
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
DICAS
A ópera L'Orfeo foi inspirada no mito helênico de Orfeu, que tenta resgatar a
amada Eurídice no Tártaro governado por Hades. É uma obra em cinco atos:
212
TÓPICO 2 | MÚSICA VOCAL NO PERÍODO BARROCO
213
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
214
TÓPICO 2 | MÚSICA VOCAL NO PERÍODO BARROCO
cravo e do baixo para acompanhar a voz, mas as árias têm, no início e no fim,
ritornellos orquestrais. Quando uma ária é acompanhada apenas por cravo e
baixo, tendo ou não ritornello orquestral, ela é chamada de ária de contínuo.
215
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
tragédia musical (tragedie lyrique). Lully era um italiano que viveu em Paris
desde criança. Seu libretista foi Jean-Phillippe Quinault, famoso dramaturgo
(GROUT; PALISCA, 2007).
216
TÓPICO 2 | MÚSICA VOCAL NO PERÍODO BARROCO
NOTA
DICAS
A masque Cupid and Death (Cupido e Morte), escrita por James Shirley em 1653
e com música de Matthew Locke e Christopher Gibbons, foi um dos poucos entretenimentos
que surgiram da turbulenta era do Commonwealth. Essa obra é baseada na fábula de Esopo
que conta a história de quando o Cupido e a Morte hospedam-se na mesma hospedaria
e, ao partir no dia seguinte, carregam por engano o armamento errado. Esse conto satiriza
também os ricos e poderosos do seu dia e conta com danças, peças instrumentais, canções
de vários tipos, recitativos e coros. Ouça a gravação de The Consort of Musicke da canção
Victorious men of Earth (Homens vitoriosos da Terra), cantada pela personagem da Morte
(soprano) em: <https://youtu.be/O4fn6zXEmmY>.
217
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
DICAS
Ouça uma das mais notáveis árias da ópera Dido e Eneias, o último lamento
de Dido, antes de ela se matar, When I am laid in Earth (Quando eu descer à terra), cantado
por Jessye Norman em: <https://youtu.be/jOIAi2XwuWo>. Acompanhe com a partitura.
218
TÓPICO 2 | MÚSICA VOCAL NO PERÍODO BARROCO
Dido’s Lament
from “Dido and Æneas”, act 3
(1689)
Henry PURCELL
(1659-1695)
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UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
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TÓPICO 2 | MÚSICA VOCAL NO PERÍODO BARROCO
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UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
NOTA
O drama escolar eram pequenas peças com caráter didático, moral e piedoso,
representadas por estudantes. Foram numerosos nos séculos XVI e XVII e o tom sério destas
obras influenciou as primeiras óperas de Hamburgo.
Por volta de 1700, a ópera era designada de Singspiel, uma peça com
música; em algumas delas o diálogo era falado ao invés do recitativo. E quando
o recitativo era utilizado, seguia o estilo da ópera italiana. Algumas árias,
especialmente nos séculos XVII e XVIII, eram escritas no estilo francês e com os
ritmos de danças francesas (GROUT; PALISCA, 2007).
222
TÓPICO 2 | MÚSICA VOCAL NO PERÍODO BARROCO
DICAS
223
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
DICAS
Ouça o madrigal Hor che'l ciel e la terra, de Claudio Monteverdi, que ilustra
o estilo concertato, para seis vozes e dois violinos, além de contínuo, cheio de contrastes
dramáticos, em: <https://youtu.be/kxT4A3SMsao>.
224
TÓPICO 2 | MÚSICA VOCAL NO PERÍODO BARROCO
DICAS
225
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
DICAS
Além da cantata escrita para uma voz e contínuo, havia obras vocais de
câmara para mais de uma voz e com acompanhamento de conjunto e rittornellos.
O trio sonata, ou dueto vocal de câmara, com duas vozes agudas no mesmo
registro e baixo cifrado, foi utilizado por Stefani e mais tarde, Bach e Haendel.
Outro gênero, entre a cantata e a ópera, era a serenata; peça semidramática escrita
para uma ocasião especial, com textos alegóricos e executada por uma pequena
orquestra e vários cantores, muito utilizada pelos compositores do fim do século
XVII e século XVIII. A cantata italiana foi imitada em outros países, mas não na
mesma medida que a ópera.
226
RESUMO DO TÓPICO 2
• O termo Barroco na música designa o período entre 1600 e 1750. Essa é uma
maneira de constituir o estudo da história da música e engloba formas de
organizar o material musical, as sonoridades e formas de expressão musical,
seguindo um certo número de convenções.
• A influência musical italiana, apesar de não ser absoluta, sentiu-se por toda
a Europa. No final do período Barroco, a música na Europa tornou-se uma
linguagem internacional com raízes italianas.
• No século XVII a ópera espalhou-se por toda a Itália, e no século XVIII possuía
dois tipos de recitativo: recitativo secco e recitativo obligato.
227
• A ópera francesa estava baseada no ballet e na tragédia clássica francesa. O
primeiro compositor de destaque foi Jean-Baptiste Lully (1632-1687), que
combinava elementos do ballet e do teatro.
• Nas cortes alemãs do século XVII imperava a moda da ópera italiana, porém
algumas cidades mantinham companhias nacionais em que eram apresentadas
óperas em alemão de compositores nativos, como Hamburgo.
• A cantata (peça para ser cantada) foi um conhecido gênero do período Barroco,
designava a composição para voz solista com acompanhamento de contínuo,
em várias partes, entremeadas de recitativos e árias, sobre um texto lírico ou às
vezes semidramático. Podia ser profana ou religiosa.
• Havia obras vocais de câmara para mais de uma voz e com acompanhamento
de conjunto e rittornellos, como o trio sonata, ou dueto vocal de câmara, com
duas vozes agudas no mesmo registro e baixo cifrado; e a serenata, peça
semidramática escrita para uma ocasião especial, com textos alegóricos e
executada por uma pequena orquestra e vários cantores.
228
AUTOATIVIDADE
1 (ENADE, 2009)
Formas vocais características do período Renascentista –
motetos, missas, cantatas e óperas – desapareceram no período
Barroco.
PORQUE
A estética barroca privilegiou a música instrumental pura.
1 INTRODUÇÃO
O filósofo francês Noêl Antoine Pluche, por volta de 1740, dividiu a música
em dois gêneros: a música barroca e a música cantante. Para Pluche, a música
instrumental, ousada e rápida como as sonatas italianas, era barroca. Já a música
que imitava os sons naturais da voz humana, comovente, era a música cantante
(GROUT; PALISCA, 2007). Nessa época, em Paris, podia-se ouvir as obras
mais recentes italianas e as nacionais, as melodias sentimentais vocais (música
cantante) de Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736) e a música virtuosística e
difícil (música barroca) de Vivaldi (1678-1741) (GROUT; PALISCA, 2007).
231
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
232
TÓPICO 3 | MÚSICA SACRA E INSTRUMENTAL NO PERÍODO BARROCO
DICAS
Baseada no Livro dos Juízes, 11, 29-40, ouça o famoso oratório de Carissimi,
Jefté em: <https://youtu.be/xsNX0UHv2U0>.
233
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
DICAS
O concerto podia ser constituído por: (1) apenas árias ou árias e coros,
em estilo concertato; (2) apenas corais, também em estilo concertato;
(3) corais e árias, sendo os primeiros, quer em versões harmônicas
simples, quer em estilo concertato. Embora se dê muitas vezes a estas
combinações o nome de cantatas, a designação mais apropriada é a de
concerto sacro (GROUT; PALISCA, 2007, p. 381-382).
234
TÓPICO 3 | MÚSICA SACRA E INSTRUMENTAL NO PERÍODO BARROCO
NOTA
3 MÚSICA INSTRUMENTAL
A música instrumental também foi influenciada pelos estilos de ária e de
recitativo, mas a prática do baixo contínuo foi ainda mais importante para a música
instrumental. A partir da primeira metade do século XVII, a música instrumental
tornou-se tão importante como a música vocal, porém as formas musicais não
estavam padronizadas. Nesse primeiro momento, a música instrumental pode
ser dividida em alguns tipos, porém é preciso lembrar que estas classificações não
preenchem todas as possibilidades, conforme Grout e Palisca (2007):
235
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
DICAS
236
TÓPICO 3 | MÚSICA SACRA E INSTRUMENTAL NO PERÍODO BARROCO
DICAS
NOTA
O termo sonata no período Barroco indicava vários tipos de peças, não confunda
com a forma clássica da sonata, desenvolvida no século seguinte.
237
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
DICAS
238
TÓPICO 3 | MÚSICA SACRA E INSTRUMENTAL NO PERÍODO BARROCO
DICAS
Ouça a Partita for Violin Solo No. 1 in B Minor (BWV 1002), o Double (Presto)
de Johann Sebastian Bach em: <https://youtu.be/iEBX_ouEw1I>.
239
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
240
TÓPICO 3 | MÚSICA SACRA E INSTRUMENTAL NO PERÍODO BARROCO
DICAS
Para finalizar essa etapa na melhor companhia, vale a pena ouvir o Messiah, de
Haendel (HWV56). Essa obra monumental, que aborda o nascimento de Cristo, foi composta
em 1742 em inglês, o oratório foi a última obra executada por Haendel com órgão, em 6 de
abril de 1759, em Londres, na Abadia de Westminster, ele morreu no mesmo ano, no dia 20 de
maio. Decididamente, é imperdível, ouça em: <https://youtu.be/JH3T6YwwU9s>.
Haendel sobressai por seu repertório nunca ter deixado de ser executado.
Destacou-se com o repertório coral em estilo grandioso e no uso de contrastes.
Sua influência no público burguês, com os oratórios, foi uma das primeiras
manifestações da mudança social, influenciando profundamente o campo da
música nos anos seguintes.
241
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
LEITURA COMPLEMENTAR
Nikolaus Harnoncourt
242
TÓPICO 3 | MÚSICA SACRA E INSTRUMENTAL NO PERÍODO BARROCO
243
UNIDADE 3 | HISTÓRIA DA MÚSICA: DO RENASCIMENTO AO BARROCO
** Alternância rápida e repetitiva entre corda solta e corda presa. (N. da R.)
FONTE: HARNONCOURT, Nikolaus. O violino: o instrumento barroco solista. In: O discurso dos
sons: caminhos para uma nova compreensão musical. Ed. Jorge Zahar, Rio de Janeiro, 1988, p.
138-141.
244
RESUMO DO TÓPICO 3
• O período de 1650 a 1750 foi muito importante para a música luterana. Todos os
compositores luteranos trabalharam com coral, reflexo dos primeiros tempos
da Reforma.
245
• A partir da primeira metade do século XVII, a música instrumental tornou-se
tão importante como a música vocal, porém as formas musicais não estavam
padronizadas.
246
AUTOATIVIDADE
a) ( ) W. Amadeus Mozart.
b) ( ) J. Sebastian Bach.
c) ( ) Felix Mendelssohn.
d) ( ) Ludwig van Beethoven.
a) ( ) Baixo d’Alberti.
b) ( ) Ostinato.
c) ( ) Baixo Contínuo.
d) ( ) Organum Melismático.
247
248
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2000.
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