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Ação Revocatória por Fraude à Execução

O autor move ação revocatória contra o devedor e o adquirente do único imóvel do devedor. Alega que houve fraude para evitar o pagamento de dívida, já que o imóvel foi doado ao adquirente após o vencimento da dívida. Pede que seja reconhecida a fraude e determinada a penhora do imóvel para pagamento da dívida.
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Ação Revocatória por Fraude à Execução

O autor move ação revocatória contra o devedor e o adquirente do único imóvel do devedor. Alega que houve fraude para evitar o pagamento de dívida, já que o imóvel foi doado ao adquirente após o vencimento da dívida. Pede que seja reconhecida a fraude e determinada a penhora do imóvel para pagamento da dívida.
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AO JUÍZO DA VARA ________ DA COMARCA DE ________

________ , ________ , ________ , inscrito no CPF


sob nº ________ , ________ , residente e domiciliado
na ________ , ________ , ________ , na Cidade de
________ , ________ , ________ , vem à presença de
Vossa Excelência, por meio do seu Advogado, infra
assinado, ajuizar

AÇÃO REVOCATÓRIA
(PAULIANA)

em face de ________ , ________ , inscrito no CPF sob


nº ________ , ________ , residente e domiciliado na
________ , na cidade de ________ , ________ , e

________ , ________ , inscrito no CPF sob nº


________ , ________ , residente e domiciliado na
________ , na cidade de ________ , ________ pelos
fatos e motivos que passa a expor.

DOS FATOS QUE AMPARAM A PETIÇÃO INICIAL

O Autor é CREDOR do Réu da importância de ________ originado de


negócio jurídico ________ , estando a dívida vencida desde ________ ,
conforme se verifica mediante documentação anexa e memorial descritivo de
débito.
Entretanto, no dia ________ , data estabelecida para o pagamento da
dívida, o Requerido manteve-se inerte, negando-se ao pagamento amigável da
referida quantia.

Imediatamente após o vencimento da referida dívida, foi lavrada a


escritura de doação do único imóvel do Réu 1, em favor do Réu 2 situado em
________ , nos termos da cópia da certidão do Cartório do ________ Ofício
de Registro de Imóveis anexo.

Previamente a interposição da ação houve a tentativa de resolução


dos fatos junto ao Réu sem êxito, pelo contrário ________ , razão pela qual
move a presente ação.

DO DIREITO

Conforme narrado, resta devidamente comprovada a


caracterização de uma manobra fraudulenta a respaldar ação revocatória com o
propósito de evitar que o devedor burle, usando de malícia, a fé do contrato,
frustrando sua execução, ao procurar, deliberadamente, a insolvência.

A seguir passa a demonstrar a existência de todos os seus


elementos constitutivos, quais sejam, Consilium Fraudis, Eventus damni,
Scienta Fraudis, por parte dos Requeridos contra quaisquer tentativas de
recebimento do referido crédito.

Acerca da fraude, trazida à baila, cumpre tecer algumas


considerações que ser consideradas:

a) Coincidência temporal - anterioridade do


crédito: em ________ , data da transferência, já
corriam em face da empresa, inúmeras ações trabalhistas,
dentre elas a ação promovida pelo Exequente, com citação
válida em ________ .

Ou seja, o crédito já era existente por ocasião do ato


fraudulento, ora impugnado.
b) Insolvência: o Executado ficou sem nenhum
patrimônio para suprir a totalidade do passivo das
referidas ações. Ou seja, exclusivamente pela prática do
ato fraudulento, o Réu tornou-se incapaz de saldar todos
os seus credores, o que se comprova pelos ________ ;

c) Ciência do adquirente: conforme averbação junto ao


________ , a presente ação de execução já dava plena
ciência a terceiros, sendo dever do adquirente tomar as
cautelas mínimas necessárias previamente à aquisição.

Sobre a consciência sobre o ato danoso, o doutrinador Tavares


Paes leciona:

"Hodiernamente não há mais necessidade de que exista o


animus nocendi em sua inteireza, aquela intenção
precípua de desviar bens à execução. Segundo Alvino
Lima, basta que o devedor tenha agido consciente que seu
ato será prejudicial aos seus credores, sendo suficiente
uma previsão de dano. Desta forma, não é necessário que
o ato fraudulento decorra de uma intenção de lesar os
credores, de uma direção específica da vontade do
devedor prejudicá-los; é suficiente a simples scientia
damni por parte do devedor. (A fraude, cit., p. 139), com
o que concordamos." (Fraude Contra Credores, P.R.
Tavares Paes, Ed. R, pg. 41).

d) Outras evidências:

c.1) não há qualquer evidência que o


"comprador" tenha tomado as cautelas usuais
na aquisição de imóvel, tais como certidão
negativa de ações trabalhistas, o que afasta a
presunção de boa-fé;

c.2) não se justifica a aquisição de um


patrimônio avaliado em R$ ________ , por
quem não detenha rendimentos a justificar
referido negócio;

c.3) ________

Circunstâncias que evidenciam fraude, devendo ser coibida,


conforme precedentes sobre o tema:

EXECUÇÃO. FRAUDE À EXECUÇÃO. Configurada fraude


à execução mediante triangulação de negócio jurídico
realizado por sócia de fato da sociedade executada e
terceiro, com objetivo de desviar patrimônio da empresa
para não responder pela execução em curso. (TRT-4 - AP:
00100068020165040871, Data de Julgamento:
04/09/2017, Seção Especializada em Execução)

FRAUDE À EXECUÇÃO. OCORRÊNCIA. Tendo ocorrido


a alienação/oneração do imóvel quando pendia ações que
poderiam levar o vendedor à insolvência (artigo 792, IV,
do CPC/15), resta mantida a fraude à execução
reconhecida pelo magistrado de origem. (TRT-1 - AP:
00000055520155010321, Relator: Volia Bomfim Cassar,
Data de Julgamento: 17/05/2017, Segunda Turma, Data
de Publicação: 24/05/2017)

FRAUDE À EXECUÇÃO. Incorre em fraude à execução o


executado que aliena bem de sua propriedade depois de já
iniciada demanda capaz de reduzi-lo à insolvência (NCPC,
art. 790, V, c/c o art. 792, IV), prescindindo do elemento
subjetivo do terceiro (boa fé) para sua configuração. (TRT-
4 - AP: 00101985720135040761, Data de Julgamento:
01/09/2017, Seção Especializada em Execução)

Assim agindo, comete o Réu conduta atentatória à dignidade da


justiça, nos termos do disposto 774 do CPC/15:
Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a
conduta comissiva ou omissiva do executado que:

I - frauda a execução;

(...)

V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os


bens sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem exibe
prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa
de ônus.

A doutrina ao evidenciar a gravidade de tais condutas, leciona:

"É, porém, muito mais grave a fraude quando cometida


no curso do processo de condenação ou de execução.
Além de ser mais evidente o intuito de lesar o credor, em
tal situação a alienação dos bens do devedor vem
constituir verdadeiro atentado contra o eficaz
desenvolvimento da função jurisdicional já em curso,
porque lhe subtrai o objeto sobre o qual execução deverá
recair’’. (NEGRÃO, Theotônio, Código de Processo Civil e
legislação processual em vigor, 31ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2000, p. 640, nota 31, do art. 593.)

Razões pelas quais requer o reconhecimento da fraude, com a


determinação da penhora do bem ________ e cominada multa do Art 774,
parágrafo único do CPC.

Portanto, fica evidenciado que o ato jurídico da alienação


impugnada teve por finalidade desconstituir a garantia do cumprimento da
obrigação com o Autor e, sendo por esse motivo considerado como vicioso pelo
ordenamento jurídico, portanto, imperiosa será sua invalidação.
DA JUSTIÇA GRATUITA

O Requerente atualmente é ________ , tendo sob sua


responsabilidade a manutenção de sua família, razão pela qual não poderia
arcar com as despesas processuais.

Ademais, em razão da pandemia, após a política de distanciamento


social imposta pelo Decreto ________ nº ________ (em anexo), o
requerente teve o seu contrato de trabalho reduzido, com redução do seu salário
em ________ , agravando drasticamente sua situação econômica.

Desta forma, mesmo que seus rendimentos sejam superiores ao


que motiva o deferimento da gratuidade de justiça, neste momento excepcional
de redução da sua remuneração, o autor se encontra em completo descontrole
de suas contas, em evidente endividamento.

Como prova, junta em anexo ao presente pedido ________ .

Para tal benefício o autor junta declaração de hipossuficiência e


comprovante de renda, os quais demonstram a inviabilidade de pagamento das
custas judicias sem comprometer sua subsistência, conforme clara redação do
Art. 99 Código de Processo Civil de 2015.

Art. 99. O pedido de gratuidade da justiça pode ser


formulado na petição inicial, na contestação, na petição
para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.

§ 1º Se superveniente à primeira manifestação da parte na


instância, o pedido poderá ser formulado por petição
simples, nos autos do próprio processo, e não suspenderá
seu curso.

§ 2º O juiz somente poderá indeferir o pedido se houver


nos autos elementos que evidenciem a falta dos
pressupostos legais para a concessão de gratuidade,
devendo, antes de indeferir o pedido, determinar à parte a
comprovação do preenchimento dos referidos
pressupostos.

§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de


insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa
natural.

Assim, por simples petição, sem outras provas exigíveis por lei, faz
jus o Requerente ao benefício da gratuidade de justiça:

AGRAVO DE INSTRUMENTO - MANDADO DE


SEGURANÇA - JUSTIÇA GRATUITA - Assistência
Judiciária indeferida - Inexistência de elementos nos
autos a indicar que o impetrante tem condições de
suportar o pagamento das custas e despesas
processuais sem comprometer o sustento próprio
e familiar, presumindo-se como verdadeira a
afirmação de hipossuficiência formulada nos
autos principais - Decisão reformada - Recurso provido.
(TJSP; Agravo de Instrumento 2083920-
71.2019.8.26.0000; Relator (a): Maria Laura Tavares;
Órgão Julgador: 5ª Câmara de Direito Público; Foro
Central - Fazenda Pública/Acidentes - 6ª Vara de Fazenda
Pública; Data do Julgamento: 23/05/2019; Data de
Registro: 23/05/2019

Cabe destacar que o a lei não exige atestada miserabilidade do


requerente, sendo suficiente a "insuficiência de recursos para pagar as custas,
despesas processuais e honorários advocatícios"(Art. 98, CPC/15), conforme
destaca a doutrina:

"Não se exige miserabilidade, nem estado de


necessidade, nem tampouco se fala em renda familiar ou
faturamento máximos. É possível que uma pessoa
natural, mesmo com bom renda mensal, seja merecedora
do benefício, e que também o seja aquela sujeito que é
proprietário de bens imóveis, mas não dispõe de liquidez.
A gratuidade judiciária é um dos mecanismos de
viabilização do acesso à justiça; não se pode
exigir que, para ter acesso à justiça, o sujeito
tenha que comprometer significativamente sua
renda, ou tenha que se desfazer de seus bens,
liquidando-os para angariar recursos e custear o
processo." (DIDIER JR. Fredie. OLIVEIRA, Rafael
Alexandria de. Benefício da Justiça Gratuita. 6ª ed.
Editora JusPodivm, 2016. p. 60)

"Requisitos da Gratuidade da Justiça. Não é


necessário que a parte seja pobre ou necessitada
para que possa beneficiar-se da gratuidade da
justiça. Basta que não tenha recursos suficientes para
pagar as custas, as despesas e os honorários do processo.
Mesmo que a pessoa tenha patrimônio suficiente, se estes
bens não têm liquidez para adimplir com essas despesas,
há direito à gratuidade." (MARINONI, Luiz Guilherme.
ARENHART, Sérgio Cruz. MITIDIERO, Daniel. Novo
Código de Processo Civil comentado. 3ª ed. Revista dos
Tribunais, 2017. Vers. ebook. Art. 98)

Por tais razões, com fulcro no artigo 5º, LXXIV da Constituição


Federal e pelo artigo 98 do CPC, requer seja deferida a gratuidade de justiça ao
requerente.

DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto REQUER:

a) A concessão da gratuidade de justiça, nos termos do


art. 98 do Código de Processo Civil;

b) A citação dos requeridos no endereço, supra mencionado, para


que, querendo, responder a presente ação no prazo legal, sob pena de
revelia;

c) A total procedência da presente demanda para declarar a


desconstituição do ato jurídico viciado a fim de que se reincorpore o
bem alienado ao patrimônio do requerido, restaurando-o como
garantia patrimonial para possibilitar a solução do seu débito;

d) Sucessivamente, em caso se tipifique modalidade diversa de


defeito do ato jurídico, requer a declaração de nulidade do mesmo
para se reincorporar a coisa alienada ao patrimônio do primeiro
requerido;

e) A produção de todas as provas admitidas em direito, em especial a


________ ;

f) A condenação dos requeridos ao pagamento das custas processuais


e honorários advocatícios na base de 20% do valor da causa, nos
parâmetros previstos no art. 85, §2º do CPC;

g) Desde já manifesta seu interesse na audiência conciliatória, nos


termos do Art. 319, inc. VII do CPC.

Dá-se à causa o valor de R$ ________

Nestes termos, pede deferimento.

________ , ________ .

________

ANEXOS

1. Documentos de identidade do Autor, RG, CPF, Comprovante de


Residência
2. Procuração

3. Declaração de Pobreza

4. Provas do crédito

5. Provas da tentativa de solução direto com o réu

6. Provas do negócio jurídico fraudulento

7. Provas da insolvência do Réu

1. Comprovante de renda

2. Declaração de hipossuficiência

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