Introdução Ao Calculo Financeiro
Introdução Ao Calculo Financeiro
Introdução Ao Calculo Financeiro
Enquadramento Geral
São inúmeras as situações do nosso quotidiano em que estão presentes conceitos de Cálculo
Financeiro, tanto numa óptica de investimento (aplicações financeiras, desde as mais
tradicionais, como depósitos bancários, ate outras menos frequentes expressas em produtos
financeiros como obrigações e outros, cada vez mais complexos) como numa óptica de
financiamento (empréstimos seja na forma mais clássica de empréstimos bancários, seja sob
outras formas, como a locação financeira ou compras a
Valor Temporal do Dinheiro
Basicamente a essência do cálculo financeiro reside naquilo que
Uma mesma quantia não tem
habitualmente se chama Valor Temporal do Dinheiro (Time
para nós o mesmo se pudermos
Value of Money) que é um conceito intuitivo. dispor dela imediatamente ou
Um metical, seja investido ou seja emprestado, não tem para nós, apenas dentro de algum tempo.
prestações).
A essa é a essência da chamada preferência pela liquidez pois relativamente a uma determinada
quantia, preferimos dispor dela imediatamente a dispor dela apenas daqui a algum tempo.
Dispondo imediatamente dessa quantia ficamos com liberdade para decidir o destino a dar-lhe:
Consumo
Poupança
Parte Consumo, parte poupança.
Consumo
Rendimento Entesouramento
Poupança
Poupança Aplicada
Centremo-nos então na poupança: Podemos aplicar essa quantia num depósito bancário (risco
reduzido), que nos proporcionará ao fim de um ano um valor superior - juros
1) Privação da liquidez
Quem empresta determinado capital fica privado de decidir o que fazer com ele (consumo,
poupança ou ambos), dando essa possibilidade a outra parte. É compreensível que este sacrifício
por parte de quem empresta deva ser pago. Quanto maior for o prazo do empréstimo, mais este
efeito se faz sentir.
Devido a inflação, o que actualmente custa por exemplo 1.000,00 meticais, custará daqui a um
ano ou meses mais de 1.000,00 meticais. Normalmente, quanto maior for o tempo de
empréstimo, maior será o efeito de inflação.
3) Risco
Quem empresta corre sempre risco de não vir a receber de volta aquilo que emprestou. Isso pode
acontecer por diversas razoes, intrínsecas ou extrínsecas (a pessoa a quem emprestou pode ser
má pagadora, mesmo não sendo, pode ficar impossibilitada de honrar o seu compromisso, por
diversas razoes- desemprego, doenças, morte, guerra, e outros.) Quanto maior for o prazo de
empréstimo, maior é a probabilidade de ocorrer algumas destas situações, isto é, maior risco
Deve notar-se que todas as razoes (privação de liquidez, perda de
Importância do factor tempo poder de compra e risco) estão intimamente ligadas a um factor
comum: o tempo.
envolvido.
Atendendo ao valor temporal do dinheiro, para comparar capitais é necessário que estejam
reportados a um mesmo momento. Esta é a chamada Regra de Ouro do Cálculo Financeiro e é
o âmago de todo e qualquer problema financeiro.
Conceitos elementares
De tudo o que foi exposto, resulta claro em qualquer problema de cálculo financeiro três
variáveis fundamentais: capital, tempo e taxa de juros. Eles estão presentes em qualquer
operação financeira.
Operação financeira: é toda e qualquer acção que tem por finalidade produzir ou modificar
quantitativamente um capital (ex. um deposito a prazo).
Numa operação financeira intervém, pelo menos, duas partes: o mutuário e o mutuante. Mutuário
é aquele que pede emprestado (devedor); mutuante é aquele que empresta (credor).
Juro: Remuneração do capital durante determinado prazo. É, no fundo, o valor do dinheiro tendo
em conta o factor tempo.
Taxa de juro: é o aumento que sofre uma unidade de capital quando aplicada numa unidade de
tempo.