Redação 8 Ano
Redação 8 Ano
Redação 8 Ano
A narrativa consiste em arranjar uma sequência de fatos, na qual os personagens se movimentam num
determinado espaço, à medida que o tempo passa.
O texto narrativo é baseado na ação que envolve personagens, tempo, espaço e conflito.
ELEMENTOS DA NARRATIVA:
Narrador: quem conta a história
Personagens: quem participa da história
Enredo: desenrolar dos acontecimentos
Espaço: ambiente em que se passa a história
Tempo: quando acontecem os fatos
FOCO NARRATIVO:
Perspectiva por meio da qual se conta uma história. É, basicamente, a posição da qual o narrador conta a história. Os
pontos de vista mais conhecidos são:
Narrador-Observador: conta a história de uma perspectiva de fora da história, isto é, ele não se confunde com nenhum
dos personagens.
Narrado em 3ª pessoa (ele, ela, eles, elas).
Narrador-Personagem: conta a história de uma perspectiva de dentro da história, isto é, ele, de alguma forma participa
do enredo, sendo um dos personagens da história.
Narrado em 1ª pessoa (eu, nós).
PERSONAGENS:
Protagonista, personagem principal ou herói: desempenha um papel central, a sua atuação é fundamental para o
desenvolvimento da ação.
Antagonista: representa a oposição contra o que o protagonista tem de lutar. Se opõem ao personagem principal.
Personagem secundária: assume um papel de menor relevo que o protagonista, sendo ainda importante para o
desenrolar da ação.
Figurante: tem um papel irrelevante no desenrolar da ação.
ENREDO:
O enredo a sequência de fatos que acontecem na história, as situações vividas pelos personagens, as ações que elas
sofrem ou fazem.
Enredo linear: quando o tempo, o espaço e os personagens são apresentados de maneira lógica. Observa-se o
começo, o meio e o fim da narrativa.
Enredo não linear: não segue uma sequência cronológica, desenvolve-se descontinuamente, com saltos, antecipações,
retrospectivas, cortes e com rupturas do tempo e do espaço em que se desenvolvem as ações.
Partes do enredo:
Conflito: é uma oposição entre elementos da história – fatos, personagens, ambiente, ideias, desejos, opiniões – da
qual resulta uma tensão que organiza os fatos. O conflito cria no leitor ou no ouvinte expectativa em relação aos fatos da
história e a ele se deve a estruturação do enredo em partes: introdução (ou apresentação), complicação (ou
desenvolvimento), clímax e desfecho.
Introdução (ou apresentação): geralmente coincide com o começo da história. Nela o narrador costuma apresentar os
fatos iniciais, as personagens e, eventualmente, o tempo ou o espaço. A introdução de um texto narrativo é muito
importante, porque deve despertar a atenção do leitor e situá-lo na história que vai ler. É comum optarmos ou não pela
leitura de um livro depois de lermos seu início.
Complicação (ou desenvolvimento): é a parte do enredo em que é desenvolvido o conflito.
Clímax: é o momento culminante da história, o momento de maior tensão, aquele em que o conflito atinge o seu ponto
máximo. Numa história o clímax pode ser o ponto de referência para as outras partes do enredo.
Desfecho (desenlace ou conclusão): É a solução do conflito, a parte final: boa, má, surpreendente, trágica, cômica,
feliz, etc.
ESPAÇO:
O espaço ou ambiente pode ser desde uma praia a um lago congelado. De acordo com espaço ou ambiente é que os
fatos da narração se desenrolam.
Espaço físico: é o espaço real, que serve de cenário à ação, onde as personagens se movem.
Espaço social: é constituído pelo ambiente social, representando, por excelência, pelas personagens figurantes.
Espaço psicológico: espaço interior da personagem, abarcando as suas vivências, os seus pensamentos e
sentimentos.
TEMPO:
Tempo cronológico: determinado pela sucessão cronológica dos acontecimentos narrados, ou seja, segue uma ordem
lógica.
Tempo histórico: refere-se à época ou momento histórico em que a ação se desenrola.
Tempo psicológico: é um tempo subjetivo, vivido ou sentido pela personagem, que flui em consonância com o seu
estado de espírito.
TIPOS DE DISCURSO
Os discursos da narrativa
Discurso direto: as falas dos personagens são apresentadas diretamente ao leitor, sem a interferência do narrador.
Daniela disse: "eu não quero ir para escola hoje".
Discurso indireto: o narrador reconta o diálogo. As falas, quando existem, são apresentadas indiretamente pelo
narrador. Exemplo:
Daniela disse que ela não queria ir para escola naquele dia.
Romance de aventura
Este gênero literário, que surgiu no final do século XIX, tem o objetivo de contar aventuras. O herói desse tipo de romance
em geral é um personagem simpático (criança, adolescente ou adulto), que é arrancado de sua vida cotidiana e se vê obrigado a
enfrentar circunstâncias extraordinárias.
Características:
Romance é um tipo de história longa e complexa, com várias personagens. Caracterizado por livros, eles
permitem que o leitor se aprofunde na trama e conheça bem cada um dos protagonistas dela. Dentro de um romance
podem existir histórias secundárias que ajudam a compor o caráter e a personalidade das personagens ou ajudam no
entendimento do que se passa na história.
O protagonista reage com certas qualidades (coragem, astúcia, inteligência) que, muitas vezes, ignorava
possuir. Nesses romances o desenlace não é importante. Terminada a aventura, o personagem retorna à vida cotidiana.
Essas obras apresentavam lugares exóticos, situações extremas de sobrevivência, ações de grande
coragem e inteligência, dentre outras que serviram de inspiração a ficção de aventuras. Vem daí que, no final do século
XIX, surge o romance de aventuras, com o objetivo de contar aventuras de cunho fictício.
O herói desse tipo de romance é, em geral, um personagem simpático (criança, adolescente ou adulto) que é
arrancado da sua vida cotidiana e se vê obrigado a confrontar circunstâncias extraordinárias de grande perigo.
Ele é capaz de dominá-las com certas qualidades (coragem, astúcia, inteligência) que, muitas vezes, ignorava
possuir. Mas, regra geral, não é um personagem solitário, acompanha-lhe um amigo fiel, que lhe obedece cegamente.
Ou, então, é apoiado por uma figura de autoridade, geralmente paterna.
Terminada a aventura o herói é compensado com valores espirituais ou materiais e se reincorpora a vida
cotidiana.
No romance de aventuras não há preocupação com a verossimilhança, o que lhe permite o exagero em ações
inesperadas. O desenlace também não é tão importante.
Agora é a sua vez...
Continue a narrativa iniciada pelo personagem da tirinha. Era uma noite escura e tempestuosa... O que poderia ter
acontecido nessa noite? Em que lugar essa história poderia se passar? Quem seria o personagem? Que conflito ele
poderia viver nessa noite tão tenebrosa?
Texto:
Um mergulho no mais gigantesco abismo que se pode imaginar. Essa foi a sensação de Eugênio logo depois de
comandar com o controle o seu próprio cibertransporte. Uma explosão aguda feriu- -lhe os ouvidos e um zumbido
insuportável tomou conta de seu cérebro.
Ele foi lançado de cabeça no centro de um redemoinho espiralado sem conseguir controlar seu corpo, jogado
livremente de um lado para o outro numa queda sem fim. Na verdade, nem mesmo sabia se ainda tinha corpo.
“Estou morrendo”, pensou ele, assustado. “A experiência fracassou.” Quis se agarrar a alguma coisa numa
tentativa de parar de cair, mas só o nada estava ao alcance da mão. Tentou gritar, mas não conseguiu; a voz saía como
um fiapo em meio ao barulho ensurdecedor. Os olhos se ofuscavam com a luz brilhante e multicolorida, braços e pernas
sacudiam descontrolados enquanto o garoto despencava no vazio.
Depois de um tempo interminável, tudo parou de repente. Deitado de costas no chão, Eugênio não via mais o
redemoinho em forma de espiral nem as luzes cheias de cores. O zumbido foi diminuindo aos poucos e um silêncio
doído tomou conta do lugar.
O garoto bateu no peito para se certificar de estar mesmo vivo. Notou, aliviado, que o controle do cibertransporte
estava firmemente seguro entre os dedos e que o capacete continuava enfiado na cabeça. Apesar do susto, sentia-se
leve, quase capaz de sair flutuando. Foi quando viu à sua frente o que parecia ser a entrada de um túnel.
Levantou devagar e caminhou até lá. Era mesmo um túnel escuro e comprido, tão comprido e tão curvo que não
dava para avistar a saída. Eugênio viu apenas uma luz distante e se sentiu irresistivelmente atraído por ela. Então,
entrou ali com passos lentos e andou em sua direção.
(Laura Bergallo, A criatura. Edições SM, 2005, pp. 100-101)
Responda:
a) Como o narrador caracteriza o espaço inicial em que se desenvolve esse trecho da narrativa de aventura? O
narrador descreve um abismo gigantesco, ensurdecedor, com luzes ofuscantes, um redemoinho espiralado sem
nada em que se segurar.
c) Que sensações o personagem Eugênio experimenta nesse momento inicial? Eugênio teve a sensação de ter caído
em um abismo imenso. Ficou assustado. Pensou que estivesse morrendo e que sua experiência com o
cibertransporte tivesse fracassado.
2
d) O que as palavras destacadas no trecho a seguir sugerem ao leitor? Todas elas sugerem ao leitor uma atmosfera de
perigo, medo e tensão.
Continue a história.
Inspirado nos romances de cavalaria dos séculos XII e XIII, o espanhol Miguel de Cervantes Saavedra (1547-
1616) escreveu, em pleno século XVII. O engenhoso fidalgo Dom Quixote de La Mancha, um romance que satiriza os
cavaleiros andantes, já completamente fora de moda na época. Dom Quixote, ou Cavaleiro da Triste Figura, como ficou
conhecido, era magro, alto e meio capenga. Seu cavalo também era uma tristeza: velho e desnutrido, chamava-se
Rocinante, em alusão ao rocim, um tipo de cavalo de tração, empregado nas lavouras europeias. No Brasil seria o
popular pangaré. Dom Quixote não passava de um fidalgo espanhol empobrecido chamado Alonso Quijano, que certo
dia resolveu tomar como verdades as façanhas dos heróis dos livros, tornando-se um deles.
Sua ordenação deu-se num albergue que ele imaginava ser um castelo; como elmo, que ele acreditava mágico,
usava uma modesta bacia de barbeiro. Sua paixão ideal e impossível, Dulcineia, que ele supunha ser uma linda donzela,
era uma simples camponesa. Seu escudeiro, um simplório camponês de nome Sancho Pança, embarcou muito a
contragosto nas miragens do estranho cavaleiro e senhor, seguindo-o fielmente, à falta de alternativa. Assim, os dois
percorreram a Espanha travando inglórias batalhas contra moinhos de vento, que na imaginação de Quixote eram
imensos gigantes maus. Talvez o primeiro anti-herói da literatura ocidental, Quixote fez de sua vida uma sucessão de
equívocos. Quando volta à sua aldeia, já quase à morte, recupera a razão e torna a ser Alonso Quijano. É o triunfo da
vida real sobre dourados castelos que os romances de cavalaria construíram no ar.
Curiosidade:
Foi escrito em 2 partes –Cervantes escreveu a segunda somente depois que um outro escritor tentou ganhar fama
escrevendo um final desajeitado, pois, odiava Cervantes. Diante disso Cervantes terminou a segunda parte que foi
editada 5 meses antes de sua morte. O final do outro escritor terminava como Sancho (serviçal) e Dom Quixote (num
asilo de loucos).
Depois de cavalgarem algumas horas, chegaram a um grande campo onde se viam entre trinta e quarenta
moinhos de vento.
─ A sorte vem-nos guiando melhor do que poderíamos desejar ─ disse Dom Quixote, segurando seu cavalo. ─
Vê, meu fiel Sancho: diante de nós estão mais de trinta insolentes gigantes, a quem penso dar combate e matar um por
um. Com seus despojos iniciaremos nossa riqueza, além de arrancar essas sementes ruins da face da terra. Essa é a
ordem de Deus que devemos cumprir.
─ Que gigantes? ─ perguntou Sancho Pança, que por mais que examinasse o terreno só via os inocentes
moinhos de vento agitando suas pás vagarosamente.
─ Aqueles que ali vês ─ respondeu o amo. ─ Têm os braços tão longos que alguns devem medir mais de duas
léguas...
─ Olhe bem, Vossa Mercê ─ contestou Sancho. ─ Aquilo não são gigantes e sim moinhos de vento, e o que
parecem braços são as pás que, movidas pelo vento, fazem girar a pedra que mói os grãos.
─ Bem se vê que não tens pratica nessas aventuras. São gigantes e, se tem medo, afasta-te daqui. O melhor é
que fiques rezando enquanto me atiro a essa feroz e desigual batalha.
E, dizendo isso, esporeou o pangaré sem atender aos apelos do escudeiro, certo de que combatia ferozes
gigantes.
─ Não fujais, covardes e abjetas criaturas! Sois atacadas por somente um cavaleiro!
Enquanto galopava contra o primeiro moinho, o vento aumentou de intensidade, fazendo girar as pás com mais
velocidade.
─ Não adianta agitar os braços. Havereis de me pagar! ─gritou atirando-se contra o “inimigo” mais próximo,
encomendando-se de todo coração à sua senhora Dulcineia.
Foi a conta. Ao cravar a lança em uma das pás do moinho, a força do impacto reduziu-a a pedaços, atirando
cavalo e cavaleiro a distância. Sancho Pança acorreu em socorro, seu alquebrado jumento troteando grotescamente.
─ Valha-me Deus! ─ disse Sancho. ─ não vos avisei que olhásseis bem para o que íeis fazer? Que eram
moinhos e não gigantes? Como é que alguém pode-se enganar assim?
Enquanto ia falando, o gordo escudeiro tentava levantar tanto o cavaleiro quanto o cavalo, pois o velho
Rocinante continuava atordoado pela violência da pancada.
─ Cala-te, amigo ─ respondeu Dom Quixote. ─ Esses são os azares da guerra. Eram gigantes, agora são
moinhos. Essa foi mais uma picardia do sábio Frestão, aquele que roubou meus livros! Só assim poderia roubar-me a
glória de tão magnífica vitória. Mas ainda tirarei vingança de suas artes diabólicas com justeza de minha espada!
─ Que Deus decida o que é melhor! ─ respondeu Sancho Pança sem entender nada, mas preocupado em
recolocar o amo sobre seu cavalo.
Depois de novamente montado e relativamente em condições de manter-se assim, Quixote decidiu:
─ Vamos para Porto Lápice. Lá encontraremos muitas e diferentes aventuras. Praticarei tantas ações de
cavalaria que te sentirás o mais afortunado dos homens por poder testemunhar esses feitos. Serão coisas que só vendo
para crer... Miguel de Cervantes
1- Onde vivia Dom Quixote e como é descrito o fidalgo no inicio do texto? O fidalgo vivia numa pequena aldeia na
Espanha. É descrito como um homem de costumes rigorosos e de fortuna decadente. Forte, altivo, nervos, magro e
alto, gostava de caçar e de ler muitos livros.
2- De que tipo de leitura Dom Quixote gostava? Apenas de livros sobre a cavalaria andante.
3- Que episódio é narrado neste fragmento do romance? Esse episódio tornou-se símbolo de todas as lutas inglórias,
imaginarias ou sem sentido, assim como passaram a ser qualificados de “quixotescos” os homens que se devotam a
proezas mirabolantes e fantasiosas.
4- As novelas de cavalaria, muito difundidas na época medieval, narravam os amores e aventuras dos heróis cavaleiros
– hábeis e valentes guerreiros que lutavam em favor de um rei e eram cordiais e atenciosos com as damas e com os
mais fracos. Em seu livro, Cervantes pretendia criticar as novelas de cavalaria que, embora tivessem sido muito
populares na Espanha, estavam em decadência. Localize, no texto, uma critica direta feita por Cervantes às novelas
de cavalaria. A obra de Cervantes é de um período bem posterior (sec.XVI) ao que deu origem às novelas de
cavalaria (sec. XII), o que lhe permite um distanciamento critico em relação as obras que satiriza. “Aqueles livros,
ultrapassados pelo tempo e cheios de citações absurdas, contribuíram para confundir ainda mais a mente do
fidalgo.”
5- Indique o que o episódio da batalha contra os moinhos de vento revela a respeito de:
a) Dom Quixote: Dominado por sua prodigiosa imaginação, transforma a realidade de acordo com seus sonhos de
aventureiro.
b) Sancho Pança: è um home simples, que tem “os pés no chão” e uma visão pratica das coisas. Admira o amo,
mas não consegue entendê-lo.
Robinson é um jovem aventureiro que sonha em navegar pelo mundo, mesmo contra a vontade de seu pai. Neste
excelente livro, Crusoé narra suas frustradas viagens marítimas e seus 28 anos, dois meses e dezenove dias preso em
sua própria ilha.
Robinson Crusoé
Meu nome é Robinson Crusoé. Nasci na velha cidade de Iorque, onde há um rio muito largo cheio de navios que
entram e saem.
Quando criança passava a maior parte do tempo a olhar aquele rio de águas tão quietas, caminhando sem
pressa para o mar lá longe. Como gostava de ver os navios em movimento, com as velas branquinhas esticadas pelas
brisas! Isso me fazia sonhar com as terras estranhas de onde eles vinham e as maravilhosas aventuras ocorridas em
alto mar.
Eu queria ser marinheiro. Nenhuma vida me parecia melhor que a vida do marinheiro, sempre navegando,
sempre vendo terras novas, sempre lidando com tempestades e monstros marinhos.
Meu pai não concordava com isso. Queria que eu tivesse um ofício qualquer, na cidade, ideia que eu não podia
suportar. Trabalhar o dia inteiro em oficinas cheias de pó era coisa que não combinava comigo.
Também não suportava a ideia de viver toda a vida naquela cidade de Iorque. O mundo me chamava. Eu queria
ver o mundo!
Minha mãe ficou muito triste quando declarei que ou seria marinheiro ou não seria nada.
― A vida do marinheiro ― disse ela ― é uma vida bem dura. Há tantos perigos no mar, tanta tempestade que
grande parte dos navios acabam naufragando.
Disse também que havia no mar terríveis peixes de dentes de serra, que me comeriam vivo se eu caísse na
água. Depois me deu um bolo e me beijou; “É muito mais feliz quem fica na sua casa”.
Mas não ouvi os seus conselhos. Estava resolvido a ser marinheiro e seria de qualquer jeito.
― Já fiz dezoito anos ― disse um dia a mim mesmo ― é tempo de começar ― e, fugindo de casa, pus-me a
serviço de um navio.
Robinson Crusoé. Traduzido e adaptado de Monteiro Lobato. São Paulo, Brasiliense, 1988. p. 5-6.
Adaptado para fins pedagógicos
2- A visão dos navios provocava um sonho no menino. Qual era esse sonho?
O menino sonhava com as terras estranhas de onde eles vinham e as maravilhosas aventuras ocorridas em alto mar.
5- Quem procurava deixá-lo com medo? Que tipo de histórias eram contadas a ele? Descreva-as.
Quem procurava deixá-lo com medo era a mãe de Robinson Crusoé.
Ela dizia que a vida de marinheiro era bem dura e que havia muitos perigos no mar, muita tempestade e que grande
parte dos navios acabavam naufragando.
Dizia também que havia no mar terríveis peixes de dentes de serra, que o comeriam vivo se ele caísse na água.
Produza um texto narrativo em que uma personagem viverá uma aventura fantástica: ele (ou ela) encontrará um livro
muito antigo e será “tragado” para seu interior; lá encontrará um mundo fantástico e bem diferente do nosso. A partir daí,
o personagem viverá uma grande aventura. Quando voltar a nossa realidade, o personagem deve concluir que a leitura
sempre lhe proporcionará grandes aventuras.
Não se esqueça de que:
• dar um título bem interessante;
• descrever o cenário (lugar)
• os personagens devem ter nomes;
• o foco narrativo deve ser em 3ª pessoa;
• o texto deve ter no mínimo 20 (vinte) linhas; e, no máximo, 25 (vinte e cinco) linhas;
• podem existir diálogos.
Ficção Cientifica
O gênero conto de ficção científica mantém certas características do conto. Trata-se de uma narrativa curta que
apresenta narrador, personagens, enredo, tempo e espaço. O conto constrói uma história focada em um conflito único e
apresenta o desenvolvimento e a resolução desse conflito. A ficção científica lida principalmente com o impacto da
ciência, tanto verdadeira como imaginada, sobre a sociedade ou sobre os indivíduos. Por isso, inclui o fator ciência como
componente essencial. Como gênero literário, o conto de ficção científica apresenta histórias fictícias e fantásticas, mas
cuja fantasia propõe-se a ser plausível, quer em uma época e local distantes ou próximos, quer mesmo no aqui e agora.
Há uma tentativa de convencer o público leitor de que as ideias que apresenta podem não ser possíveis no contexto
atual, mas poderiam ser no futuro, valendo-se de uma explicação científica ou pelo menos racional.
1. O trecho acima tem relação com que ideia da palavra "romance": relacionamento amoroso ou narrativo longo e
fictício? Explique sua resposta.
3. Qual o foco narrativo utilizado: narrador personagem ou narrador observador? Explique sua resposta.
Desespero e Escuridão
[…]
Tudo corria bem, até que algo muito grave aconteceu comigo. Foi assim: no dia 7 de agosto, atingimos um
trecho do túnel que era pouco mais inclinado. Eu ia na frente, seguido por meu tio. De repente, ao me virar, estava
sozinho. Talvez tivesse andado muito depressa e resolvi voltar para alcançar meus companheiros. Andei durante quinze
minutos e não os encontrei. Chamei por eles e não obtive resposta. Andei mais meia hora. Um silêncio medonho reinava
nagaleria. Lembrei-me do riacho. Bastaria voltar acompanhando seu curso, e certamente encontraria a pista dos meus
companheiros. Abaixei-me para tocar a água e descobri que estava tudo seco. O córrego havia sumido.
Entrei em desespero. Morreria de sede e fome! O córrego devia ter seguido outro caminho. Não havia uma
única pista para poder voltar. Eu estava perdido nas entranhas da terra.
Tentei pensar em outras coisas, como a nossa casa em Hamburgo, minha querida Grauben, meu tio, que a
essa altura devia estar desesperado à minha procura. Rezei para encontrar uma saída.
Eu ainda tinha alimento e água para três dias. Precisava fazer alguma coisa, mas não sabia se devia subir ou
descer. Resolvi subir. Precisava encontrar o córrego.
Subi, mas não reconheci o caminho. Tive certeza de que aquela galeria não me levaria a lugar nenhum.
Desesperado, sem enxergar direito e muito nervoso, bati contra uma parede e caí.
Algum tempo depois, acordei perdido num labirinto de curvas. Minha lanterna estava amassada, com a luz
fraca. A qualquer momento, poderia se apagar. Meu desespero aumentou. Comecei a correr naquele labirinto sem
saída, chamando, gritando, uivando, batendo contra as rochas. Depois de algumas horas, caí novamente e perdi a
consciência.
Quando recobrei os sentidos, percebi que estava machucado. Nunca senti uma solidão tão grande em toda a
minha vida. Ia desmaiar novamente, quando ouvi um ruído forte em algum lugar daquele abismo. Talvez fosse a
explosão de algum gás ou uma pedra caindo. Depois o silêncio voltou a reinar.
Encostei o ouvido na muralha e escutei palavras incompreensíveis ao longe. Seria uma alucinação? Prestei
atenção e ouvi novamente um murmúrio. Eram vozes humanas!
Só podem ser meu tio e Hans. Se eu os ouvia, certamente eles me ouviriam também.
— Aqui! Aqui! — gritei com todas as minhas forças.
Não obtive resposta. Encostei meu ouvido na pedra de novo e, dessa vez ouvi meu nome bem claro! Era meu
tio quem o pronunciava. Eu não tinha tempo a perder. Se eles se afastassem, talvez não me ouvissem mais. Cheguei
bem perto da muralha e gritei da forma mais clara possível:
— Tio Lidenbrock!
Passaram-se alguns segundos, que pareciam séculos, e então ouvi:
— Axel, Axel! É você?
— Sim, sou eu — respondi.
— Onde você está?
— Perdido, na mais completa escuridão! Minha lanterna quebrou e o córrego desapareceu.
— Tenha coragem! Não se desespere, Axel!
Calculando o tempo que o som levava para ser ouvido, descobrimos a distância que nos separava. Segundo o
meu tio, que estava numa enorme caverna, da qual partiam diversas galerias , eu deveria descer para encontrá-los.
— Ande, se for preciso arraste-se, escorregue pelas rampas e você vai nos encontrar no fim do caminho.
Venha, meu filho, venha!
Essas palavras me reanimaram. Parti ao encontro deles cheio de esperança. Minhas forças estavam no fim.
Eu só conseguia me arrastar. A galeria inclinada me conduziu a uma velocidade assustadora. Escorreguei pelas pedras,
em poder me segurar em parte alguma , até bater a cabeça em uma rocha e perder os sentido mais uma vez.
A recuperação de Axel
Quando abri os olhos, meu tio estava cuidando de mim. Ao perceber que eu tinha acordado, soltou um grito de
alegria:
— Ele está vivo! Está vivo!
—Estou…
Hans veio me cumprimentar.
— Tio, que horas são, que dia é hoje, onde estamos?
— Hoje é domingo, 9 de agosto, e são onze horas da noite. Agora, chega de perguntas. Você está muito fraco.
Meu tio tinha razão. Eu mal conseguia ficar com os olhos abertos. Precisava descansar.
[…]
Júlio Verne. Viagem ao centro da Terra. São Paulo: Scipione, 2004. P29-
32
Linha e Entrelinha
1. No primeiro capítulo dos livro Viagem ao centro da Terra, Axel, chamado ao escritório do professor Lindenbrock,
presencia o momento em ele encontra um pergaminho revelador. Veja como foi.
O pergaminho misterioso
[…] Ao entrar em seu escritório, encontrei-o mergulhado na poltrona de veludo, admirando um livro. […]
—Que livro! Que livro! — gritava […]
Enquanto o professor falava, empolgado, um papel escorregou do livro e caiu no chão
— O que é isso?! — surpreendeu-se ele.
Era um pergaminho antigo. Observando o documento com interesse, o professor comentou:
— Está escrito em islandês antigo! Quem será que o escreveu? O que pode significa?
Júlio Verne. Viagem ao centro da Terra. São Paulo: Scipione, 2004. p. 4-
5
5. Axel desmaiou três vezes. O que o fez desmaiar em cada uma das vezes?
6. Por que o desespero de Axel aumentou ao ver que a lanterna estava danificada?
8. Por que o professor Lidenbrock solicitou a Axel que descesse a rampa em vez de ir ao local em que o sobrinho
estava?
10. Se você fosse dar um título geral para essa história, referente aos dois capítulos, que título daria? Justifique.
11. O professor Lidenbrock e Hans foram solidários e procuraram por Axel até localizá-lo. Você já foi solidário com
alguém? Em que situação?
1. Escolha um período de tempo para a sua história. Embora a maioria das histórias de ficção científica aconteça no
futuro, é possível usar qualquer época. Por exemplo: você pode pensar em uma trama na qual uma raça alienígena
invade uma cidadezinha de interior na década de 1950 ou pensar em um enredo no qual os personagens viajam para o
passado. Pense no que é mais adequado para a sua história.
Você vai ter mais liberdade para explorar ideias se usar o futuro do que se usar o passado.
Se você usar o passado, pesquise bastante sobre a época em questão para saber mais sobre as tecnologias, os
eventos e a forma de as pessoas falarem. Estude as roupas típicas e os costumes da época.
2. Faça pesquisas sobre lugares e histórias reais para incorporar tudo ao seu mundo. Mesmo que o enredo
aconteça em um planeta distante, busque inspiração em culturas e eventos da Terra para deixar a história um pouco
mais pé no chão.
Incorpore práticas culturais diferentes ao criar uma raça alienígena. Por exemplo: você pode misturar uma cultura
nômade e o estilo de vestimenta dos vikings.
3. Incorpore a ciência de verdade à forma de o mundo funcionar. Mesmo que você queira personagens que voem,
explique por que e como eles conseguem. Baseie-se na realidade para que os leitores se familiarizem um pouco
com a história e não se percam no seu universo.
Se você for apresentar uma tecnologia totalmente nova aos leitores, descreva-a em detalhes para que eles
entendam tudo.
4. Pense nos cinco sentidos para descrever o ambiente da história. Imagine como os personagens da história
usariam a visão, a audição, o tato, o paladar e o olfato. Assim, você vai criar uma ambientação mais vívida e que
facilite a imersão dos leitores.
Descreva as experiências dos personagens quando eles chegarem ao ambiente onde a história acontece. O que
eles veriam? Quem estaria ali?
Por exemplo: se a história acontece em um mundo em que os oceanos secaram, você pode descrever o calor, o
sabor e o cheiro do sal no ar e os grandes depósitos salinos que restaram no lugar dos mares.
5. Escreva descrições para cada detalhe da trama para entendê-los melhor. Escreva alguns parágrafos breves
sobre o cenário, as pessoas, a cultura e os animais de cada local da história. Pense nesses cenários e em como os
personagens interagem com eles. Se você precisar de algo mais detalhado ou específico, faça uma pesquisa mais
aprofundada.
O texto dramático:
Dramatizar é encenar uma história, tornando visível, palpável (ainda que de forma fictícia) as situações que,
antes, estavam escritas em livros e textos e eram imaginadas pelo leitor quando este fazia a sua leitura.
"Dramático" vem do verbo grego "drao" e significa "fazer", "agir". Trata-se de acontecimento ou situação que
possui intensidade emocional, a qual pode ser representada. A principal característica do gênero dramático é a ação.
Assim, o texto escrito apenas se completa com a encenação.
O texto dramático é um texto que se destina, fundamentalmente, a ser representado, ou seja, ao teatro.
O texto teatral tem semelhanças com o texto narrativo: apresenta fatos, personagens, tempo e lugar.
O texto apresenta um emprego particular do tempo. Como a ação é representada e não contada por um narrador
(como ocorre nos textos narrativos), o texto teatral faz coincidir o tempo de ficção, ou seja, o tempo de duração
dos fatos, com o tempo da representação.
No texto teatral, o narrador geralmente está ausente. A ação é conduzida pelas personagens. A
caracterização de cada personagem no texto teatral se dá por meio do que ela revela sobre si mesma em
suas falas, por meio de suas ações e do que as outras personagens dizem a seu respeito.
No texto teatral, as falas das personagens assumem um papel de destaque na construção da história. A fala é
reproduzida pelo discurso direto.
Quando o texto teatral (peça teatral) é encenado, fazem parte, além do cenário, outros elementos, como
música, luz, figurino, maquiagem, gestos, movimentos, etc.
No texto teatral escrito, o autor indica esses elementos nas rubricas. As rubricas aparecem em letra de tipo
diferente e indicam como as outras personagens devem falar (rubrica de interpretação) e como devem se
movimentar (rubrica de movimento). Quando lemos um texto dramático, as rubricas cênicas procuram nos
dar informações sobre aquilo que se vê no palco.
Em textos teatrais ou dramáticos, o papel das RUBRICAS é de extrema importância, pois elas fornecem à
narrativa a ideia dos comportamentos e atitudes das personagens, além de suas características físicas;
determinam a escolha sonoplástica, motivam a iluminação, a montagem do cenário e a construção do figurino. O
dramaturgo (autor do texto teatral ou dramático) interfere na direção do espetáculo, direcionando as opções do
diretor.
LÚCIA: - Não acredito... ouve isso, mãe... a ex-BBB Julie recebeu amigas em sua casa ontem e serviu para elas uma
deliciosa lasanha. Pode uma coisa dessas?
NOÊMIA continua rezando.
LÚCIA: - E ainda tem uma foto imensa dela segurando a travessa da lasanha. E as amigas todas em volta, olhando a
lasanha com um sorriso no rosto.
NOÊMIA continua rezando.
LÚCIA: - Pensa que acabou? Não! Ouve essa: como Julie ama os animais e não se imagina comendo carne, ela
preparou uma lasanha vegetariana. Abre aspas, receita da minha avó, fecha aspas, diz a gauchinha que sonha em ser
artista de novela.
NOÊMIA continua rezando.
LÚCIA: - Não acredito nisso. Tem foto dela em tudo quanto é revista. E nada de útil. Só bobagem como essa. Mas sabe
o que é isso? A Lucicleide, aquela amiga que fazia minha unha, me contou que as pessoas famosas contratam um
assessor de imprensa e ele que faz elas ficarem mais famosas ainda.
NOÊMIA: - Assessor de quê? Ave Maria cheia de graça...
LÚCIA: - Imprensa. Ele deve escrever estas notícias. Notícia é piada, né? Nunca soube que fazer lasanha pros amigos
virava manchete.
NOÊMIA: - Nem eu. (...)
JÚLIO REVIRA-SE NA CAMA, COLOCA O TRAVESSEIRO NO OUVIDO. ACORDOU COM A CONVERSA, MAS
TENTA DORMIR NOVAMENTE (...) DEPOIS LEVANTA-SE E VAI ANDANDO, MEIO SONOLENTO E IRRITADO, EM
DIREÇÃO AO BANHEIRO (...) ENTRA. BATE A PORTA. (...) NOÊMIA VAI ATÉ A CAMA DE JÚLIO E COMEÇA A
ARRUMÁ-LA. (...) JÚLIO SAI DO BANHEIRO ESCOVANDO OS DENTES. (...) DEPOIS, ENTRA NO BANHEIRO
BATENDO A PORTA. OUVE -SE O SOM DO CHUVEIRO. (...) LÚCIA PEGA UMA OUTRA REVISTA E CONTINUA A LER.
LÚCIA: - Nossa, nessa revista também tem foto da Julie (...), mãe, sabe aquela entrevista que eu dei pra TV falando do buraco? (...)
NOÊMIA: - O que é que tem?
LÚCIA: - Será que fica chato eu pedir a fita pra eles?
NOÊMIA: - Pra quê?
LÚCIA: - Eu podia mandar pra produção do BBB... quem sabe eles não ficam com pena de mim e me chamam!
NOÊMIA: -Vê se cresce, Lúcia. (...)
NOÊMIA ABRE AS CORTINAS DO QUARTO. PARA E OLHA PELA JANELA EM SILÊNCIO.
LÚCIA: - Para de olhar, mãe.
NOÊMIA: - Bem que eu queria, mas não consigo. (...)
JÚLIO SAI DO BANHEIRO COM UMA TOALHA ENROLADA NO CORPO. (...)
JÚLIO: - Pediu o café, Lúcia? (...) )
1. O texto que você acabou de ler é um texto dramático. No início, há algumas indicações sobre os elementos
da narrativa a ser desenvolvida.
a) Que tipo de informação é apresentada ao leitor? Apresentam-se ao leitor informações sobre onde e quando se
passa a história e sobre os personagens em cena: nome, idade, papel.
c) Como o leitor identifica a personagem que está falando? O nome de cada personagem aparece antes da fala
respectiva.
b) ) Ao longo do texto, aparecem indicações que não fazem parte da fala das personagens. Qual é a função dessas
indicações? Elas orientam os atores e o diretor sobre o que deve ser feito em momentos específicos da peça,
além de possibilitar ao leitor do texto (não-espectador) visualizar as cenas.
c) Quais são as palavras ou expressões utilizadas para indicar aos atores o que eles devem fazer em cena? Dorme,
reza, lê, continua rezando, revira-se, coloca (o travesseiro), acordou, tenta dormir, levanta-se, vai andando,
entra, bate, vai (até a cama), começa a arrumá-la, sai escovando (os dentes), entra, batendo, ouve-se, pega
(uma outra revista), continua a ler, abre, para, olha, sai.
d) Quais são as palavras ou expressões utilizadas para indicar aos atores como eles devem realizar essas ações?
Novamente, lentamente, em silêncio.
e) A que classe de palavras pertencem as palavras usadas para indicar as ações e os modos dos atores? Verbos e
advérbios, respectivamente.
4. O emprego dos sinais de pontuação é um recurso importante na linguagem do texto dramático. A pontuação indica a
emoção e os sentimentos dos personagens.
a) O que a pontuação revela sobre Lúcia, no trecho lido? Indignação.
Escreva sua peça de teatro na forma de texto dramático, organizando o enredo através dos diálogos, sem esquecer das
rubricas para indicar as características das personagens, o cenário, o figurino, a iluminação e a sonoplastia.
No Brasil, o teatro teve suas primeiras encenações com os jesuítas, assumindo importante papel na
catequização e evangelização dos índios. Os primeiros atores a encenarem peças bíblicas foram José de Anchieta e Pe.
Antônio Vieira.
a) Auto: visa satirizar pessoas e apresenta, sempre, uma moral. Gil Vicente se notabilizou pela escrita de
excelentes autos, como o “Auto da Barca do Inferno”. No Brasil, celebrizou-se Ariano Suassuna com a obra
"Auto da Compadecida".
b) Comédia: tem o propósito de provocar riso nos espectadores, tanto pelas situações cômicas, pela
caracterização de tipos e de costumes, quanto pelo absurdo e pelo extremo da história. Baseia-se em algum
episódio ou comportamento exagerado. É, ao mesmo tempo, engraçada e crítica, podendo enfocar questões
morais ou filosóficas, mostrando o homem dentro de suas relações sociais.
c) Drama: apresenta um conflito sentimental humano, muitas vezes com um tema geral triste.
d) Melodrama: apresenta uma situação baseada em sentimentalismo exagerado, procurando induzir a plateia ao
choro ou ao suspense.
e) Ópera: drama cantado. O drama é apresentado utilizando os elementos típicos do teatro, tais como cenografia,
vestuários e atuação. No entanto, a letra da ópera (denominada "libreto") é cantada em lugar de ser falada. Os
cantores são acompanhados por uma orquestra sinfônica.
f) Mímica: os atores representam apenas por gestos. Domina a arte de exprimir os pensamentos e/ou os
sentimentos por meio de gesticulação, performances corporais e expressões fisionômicas, sem o uso da fala.
g) Musical: combina música, dança, e diálogos falados. Os atores precisam ser artistas completos, pois devem
dominar técnicas de canto, de atuação e de dança. O musical tem o acompanhamento, em seus números
cantados, de uma orquestra.
A tarefa dos alunos será dramatizar as situações retratadas nos textos lidos. Organizem-se em grupos, conforme as
instruções de seu professor e executem as tarefas abaixo. Cada grupo ficará encarregado de um texto.
I. Responda as questões que seguem sobre o texto com o qual você e seu grupo ficaram
encarregados de trabalhar:
9) No texto, os fatos são contados em ordem cronológica? Como isso fica evidente?
II. Transforme o texto escolhido em um escrito do gênero dramático (ou seja, faça as adaptações para
que a história possa ser encenada, construa o roteiro para a encenação, não esquecendo de dividir o
texto em atos e cenas, bem como de colocar as rubricas indicativas das características e
comportamentos da personagem, do espaço, do tempo, dos sons e da iluminação);
Charge e cartum
O romancista, historiador e crítico de arte John Berger disse que:
"o olhar chega antes da palavra, ou seja, os seres humanos, antes de aprender a falar, comunicam-se pela visão.
Assim, olhar é um ato de escolha".
A percepção de qualquer imagem é afetada pelo que sabemos ou pelo que acreditamos. Pode-se entender que
toda imagem incorpora uma forma de ver e de entender o mundo no qual se vive.
A charge ou cartum é um desenho de caráter humorístico, geralmente veiculado pela imprensa. Ela também pode ser
considerada como texto e, nesse sentido, pode ser lida por qualquer um de nós. Trata-se de um tipo de texto muito importante
na mídia atual, graças à capacidade de fazer, de modo sintético, críticas político-sociais.
Um público muito amplo se interessa pela charge, tanto pelo uso do humor e da sátira, quanto por exigir do leitor apenas
um pequeno conhecimento da situação focalizada, para se reconhecerem as referências e insinuações feitas pelo autor.
Charge é um tipo especial de cartum (maneira de emitir opinião sobre os acontecimentos do dia a dia). Tem por objetivo a
crítica humorística de um fato social. Por isso, para poder compreender a charge, é necessário conhecer o assunto a
que ela se refere.
Mas o que é crítica? Criticar não é falar mal, mas sim comentar um fato baseado em argumentos, de modo a expor sua
opinião sobre ele.
As charges devem trazer a assinatura do chargista, a fim de que ele possa garantir os direitos de sua produção
intelectual. Mas a assinatura é necessária para a responsabilização do autor da charge, uma vez que se trata de um
texto opinativo e formador de opinião.
A tirinha é uma História em Quadrinhos reduzida. Trata-se de um texto curto (dada à restrição do formato
retangular, que é fixo), construído em um ou mais quadrinhos, com a presença de personagens fixas ou não,
que cria uma narrativa com desfecho inesperado no final.
Cartum é a representação de
uma situação, focalizando
uma realidade genérica, mais
ligada ao cotidiano, buscando
retratar condutas humanas,
suas fraquezas, hábitos e
comportamentos, tratando-se,
portanto, de uma crítica de
costumes.
Veja e reflita sobre a crítica a
um comportamento humano
muito utilizado nos dias
atuais. Identifique tal
comportamento e converse com seus colegas, com a intermediação do seu professor, sobre tal hábito humano.
Vamos saber um pouco mais sobre o cartum? Trata-se de uma narrativa humorística, expressa através da
caricatura e normalmente destinada à publicação em jornais ou revistas. O cartum é uma anedota gráfica.
O termo cartum origina-se do inglês “cartoon” (cartão, pequeno projeto em escala, desenhado em cartão para
ser reproduzido depois em mural ou tapeçaria).
1) O que representam os círculos que estão nas mãos e em torno da personagem central?
2) Quem é a personagem central?
3) Por que Deus aparece em um fundo azul?
4) Quais são os planetas que Deus carrega em
suas mãos?
5) Qual é a crítica que o cartum traz?
6) Há humor no cartum? Explique em que consiste.
7) Escreva um pequeno texto que interprete
criticamente o cartum acima.
8) Há um “jogo de ideias” no cartum acima?
Explique em que consiste.
1) O cartum acima apresenta um jogo visual de ideias bastante inteligente e interessante. Identifique-o.
2) Há elementos do cotidiano no cartum acima? Quais?
3) A linguagem é rebuscada ou é mais informal? Justifique sua resposta com elementos do próprio cartum.
4) Qual é a conduta humana criticada pelo cartum?
5) Faça um paralelo entre a conduta humana criticada e a evolução do mundo e da humanidade.
6) Há humor no cartum acima?
11) Quem você pensa que poderia se interessar pela leitura da charge acima?
a) Eleições;
Não esqueça: você deverá usar imagens para compor a sua charge e poderá - ou não - usar a expressão escrita. Sua
charge deve refletir o momento vivenciado pela sociedade de forma crítica e bem humorada, utilizando-se do exagero.
Capriche! Pense muito bem na mensagem que você quer passar para o seu leitor e escolha a melhor maneira de fazê-lo
através de uma charge
Questões:
6. A “rede social” a que o homem se refere tem alguma semelhança com a que costumamos usar/falar no nosso
dia a dia?
7. A imagem da charge pode mesmo ser considerada uma “rede social”? Por quê?
8. O título da charge faz uma intertextualidade com um problema social através de um outro sentido da palavra
“rede”. Identifique-o:
10. Crie um parágrafo dissertativo sobre o principal tema extraído da charge em questão:
11. O que você entende por analfabetismo digital? Podemos dizer que a família presente na charge é um exemplo
disso?
12. Há uns 10 anos, o que equivaleria às redes sociais para manter as pessoas atualizadas e interagindo umas com
as outras?
14. Existe alguma rede social que possa ser considerada absolutamente necessária para um ser humano? Cite-a e
justifique sua resposta:
1) Onde estão as personagens? O local pode ser classificado como simples ou sofisticado? Quais são os elementos
da imagem que permitem fazer essa afirmativa?
2) O que estão fazendo?
3) Eles conversam entre si?
4) O que o garçom faz?
5) Qual é a classe social à qual pertencem as personagens? Quais são os elementos visuais que permitem fazer
essa afirmação?
6) Qual é a crítica social presente na charge? A opinião do chargista ficou bem retratada no texto?
7) Explique o humor do texto. Há exagero para caracterizar o humor do texto?
8) O uso de cores agrega algum significado à charge ou ela poderia ter sido criada em branco e preto?
9) Caso não existissem elementos gráficos escritos, você teria compreendido a charge da mesma forma? Por quê?
10) Diga quais são os elementos do dia a dia presentes na charge em questão.
1) Que
3) Por que há tão poucas pessoas no velório se o falecido tinha 2.000 amigos no "Facebook"?
5) Há humor nesta charge ou o velório, que é algo mais triste e sério, suprime o humor do texto? Caso você responda
que há humor, diga em que consiste.
8) Qual é o elemento exagerado presente no texto para dar mais ênfase ao sentido da mensagem?
CHARGE 1 - BARREIRAS
1) Em ano de Olimpíada (Rio - 2016), a charge retrata a modalidade corrida com obstáculos. Que associação de ideais
é feita entre as barreiras do esporte e aquelas que aparecem inscritas?
3) Há humor na charge acima? Explique em que consiste e o que gera o seu efeito.
1) Situações conflitantes também rendem boas charges. Aqui, verifica-se a "patricinha" com seu celular de última
geração ao lado de um miserável subnutrido. Qual é a crítica social que a charge nos traz?
2) Uma vez mais é a associação de ideias que constrói o sentido dessa charge. Quais são as ideias por ela
associadas? Explique.
3) A troca de uma letra ("iphone" e "iphome") permite ao chargista transmitir a sua mensagem. Qual é essa
mensagem?
4) Há elementos presentes no dia a dia de duas situações sociais nessa charge. Identifique-os.
Produção final
Agora que você já explorou melhor todos os elementos e características do gênero Charge, você redigirá uma charge a
respeito de um tema de sua livre escolha, ou, então, você poderá reformular sua charge inicial.
b) seus traços podem ser simples, mas devem ser significativos, sem que se desperdice qualquer possibilidade de
agregar informação à charge;
d) a charge deve possuir uma crítica social, política, econômica, educacional, esportiva, dentre outras possibilidades,
levando o leitor a refletir de modo breve e leve sobre o tema escolhido por você;
e) a sua opinião, chargista, deve ficar patente (evidente) na charge, embora você possa - e deva - fazer um jogo de
afirmações e negações em seu texto;
f) a charge deve conter bom-humor, levando o leitor ao riso ante o simples contato com a imagem, devendo por ele ser
compreendida de imediato;
g) a charge poderá - ou não - apresentar elementos da linguagem escrita, mas, caso apresente, eles precisam ser
concisos e precisos;
h) a charge deverá conter a sua assinatura, a fim de que você possa sinalizar a autoria do seu trabalho intelectual,
além de se responsabilizar pela opinião, pela mensagem e pela crítica social que ela transmitirá.