Conselho Editorial 17 - Vivências Didáticas 04
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Conselho Editorial
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Bianca Gabriely Ferreira Silva – Universidade Federal de Pernambuco
Cristiana Barcelos da Silva – Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro
Cristiane Elisa Ribas Batista – Universidade Federal de Santa Catarina
Daniel Ordane da Costa Vale – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
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Jucilene Oliveira de Sousa – Universidade Estadual de Campinas
Luana Lima Guimarães – Universidade Federal do Ceará
Luma Mirely de Souza Brandão – Universidade Tiradentes
Mateus Dias Antunes – Universidade de São Paulo
Milson dos Santos Barbosa – Universidade Tiradentes
Naiola Paiva de Miranda - Universidade Federal do Ceará
Rafael Leal da Silva – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Rita Rodrigues de Souza - Universidade Estadual Paulista
Willian Douglas Guilherme - Universidade Federal do Tocantins
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Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-89340-54-6
Editora e-Publicar
Rio de Janeiro – RJ – Brasil
[email protected]
www.editorapublicar.com.br
Sumário
CAPÍTULO 1 ....................................................................................................................................... 10
ENSINO TÉCNICO PROFISSIONALIZANTE UMA EXPERIÊNCIA DE ORGANIZAÇÃO DE
CURSO PARA A REDE E-TEC BRASIL ....................................................................................... 10
Adelson de Paula Silva
Viviane Sartori
Araci Hack Catapan
Juliano Schimiguel
CAPÍTULO 2 ....................................................................................................................................... 27
AS PRÁTICAS DOCENTES MULTIMODAIS A PARTIR DAS MÍDIAS DIGITAIS ................. 27
Amaro Sebastião de Souza Quintino
Jackeline Barcelos Corrêa
Joberto da Silva Pessanha Júnior
Francisco Estácio Neto
Gisele de Araújo Gouvêa Estácio
CAPÍTULO 3 ....................................................................................................................................... 44
O CONTEXTO DO FILME RIO E A DESCONTEXTUALIZAÇÃO DA ARARINHA AZUL .... 44
Andreia Quinto dos Santos
Guadalupe Licona Edilma de Macedo
Regileno da Silva Santana
Alisson Santos da Silva
CAPÍTULO 4 ....................................................................................................................................... 56
O ESTUDO DA CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS UTILIZANDO TAMPINHAS DE
GARRAFAS E VASOS .................................................................................................................... 56
Andreia Quinto dos Santos
Genilda Alves Nascimento Melo
Célia Jesus dos Santos Silva
Regileno da Silva Santana
CAPÍTULO 5 ....................................................................................................................................... 62
AVALIAÇÃO DO GRAU DE SATISFAÇÃO DOS PROFESSORES DE EDUCAÇÃO DE
JOVENS E ADULTOS COM O CURSO DA FUNDAÇÃO CECIERJ .......................................... 62
Angela Carrancho da Silva
Elizabeth Bastos
Regina Carrancho da Silva
Carmen Granja
Ana Claudia Rayol
Ana Feydit
CAPÍTULO 6 ....................................................................................................................................... 84
EXPERIMENTO QUÍMICO COM MATERIAIS ALTERNATIVOS: PERCEPÇÕES DE
ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO SOBRE A QUÍMICA......................................................... 84
Bruna Machado dos Santos Lima
Emília Alexandrina dos Santos Silva
Sarah Moura de Almeida
Marina Maria Pires Botelho
Fábio Batista da Costa
CAPÍTULO 7 ....................................................................................................................................... 92
IDEIA INTUITIVA DE LIMITE USANDO O CÍRCULO E A CIRCUNFERÊNCIA ................... 92
Daniela Mendes Vieira da Silva
Fabiana Chagas de Andrade
Isabela Alcantara do Nascimento
RESUMO
A evolução das tecnologias de informação e comunicação potencializou a Educação a Distância
(EaD). O programa Rede e-Tec Brasil fez uso desses aportes tecnológicos proporcionando a
oferta de cursos técnicos de nível médio, contribuindo para a mudança do perfil da educação
profissionalizante brasileira. O objetivo deste estudo é proporcionar um novo olhar para a
educação profissional brasileira a partir da EaD e do Programa da Rede e-Tec Brasil,
apresentando a experiência desenvolvida com o curso de formação de Técnico de Informática
para Internet do programa da Rede e-Tec Brasil do Centro Federal de Educação Tecnológica
de Minas Gerais (CEFET–MG). A presente pesquisa é de natureza aplicada, exploratória,
descritiva, bibliográfica, documental, estudo de caso e quali-quantitativa. Os resultados
apontam que os cursos oferecidos na modalidade EaD, promovidos no âmbito da Rede e-Tec,
organizados em propostas de ensino estruturadas, contribuir para o crescimento da educação
técnica profissional brasileira.
PALAVRAS CHAVE: Ensino Técnico Profissional; Rede e-Tec; Proposta de Ensino na EaD.
1. INTRODUÇÃO
Outros fatores tem colaborado para alavancar este processo de forma significativa na
qualidade e abrangência deste segmento, a evolução da Educação a Distância (EaD) e a criação
O caso apresentado neste artigo é uma experiência de ensino dentro do projeto de EaD
promovido pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET–MG)
vinculado à Rede e-Tec, que propõe a formação de Técnicos em Informática para Internet, com
o objetivo de contribuir para ampliação da oferta e democratização do acesso a cursos técnicos
de nível médio, públicos e gratuitos para o interior do estado de Minas Gerais e para a periferia
da área metropolitana de Belo Horizonte.
Este projeto foi iniciado em 2010 com a oferta de cursos técnicos de nível médio na
modalidade a distância, junto às instituições públicas de ensino municipais e estaduais
funcionando em rede, como estabelecimentos de apoio presencial (polos).
Segundo Cunha (2000), um aspecto significativo das escolas de aprendizes artífices diz
respeito aos cursos comuns a estas escolas, que pretendiam capacitar estudantes em marcenaria,
alfaiataria e sapataria, cursos esses de características mais artesanais do que propriamente
manufatureiras.
A Lei Orgânica do Ensino Industrial previa quatro tipos de curso no primeiro ciclo do
secundário: industrial básico (ensino de ofícios), aprendizagem (para operários das indústrias),
mestria (formação de mestres) e artesanal (ensino rudimentar de ofícios). No segundo ciclo
foram previstos cursos técnicos e pedagógicos, estes destinados à formação de professores e
gestores do ensino profissional. Os cursos de mestria e artesanal tiveram resultados quase nulos
sobressaindo às escolas de cursos industriais básicos.
Em 1996 é promulgada uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação que trouxe
alterações no sistema de ensino e, no que diz respeito à dualidade entre ensino geral e
profissional, foi complementada pelo decreto 2.208 de 1997, que desfez a integração existente
nos cursos técnicos implantada pela LDB de 1961, ao proibir a formação profissional integrada
com a formação geral. Esse decreto limitava a formação profissional a cursos subsequentes,
após o ensino médio ou mesmo que concomitantes, mas separados e independentes do ensino
geral.
Esta lei revogada pela Lei n°. 5.184 de 25 de julho de 2004 restaurou a possibilidade de
integração entre o ensino geral e o profissional no âmbito do ensino médio, mantendo também
as formas concomitante e subsequente.
3. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Historicamente, a EaD teve seus primeiros passos com a iniciativa de Caleb Philips, em
1728, na Gazette of Boston, Estados Unidos da América (EUA), que encaminhava
Essa geração caracteriza-se pelo uso de variadas tecnologias sem utilizar computadores
para divulgar os conteúdos. As fitas de áudio, televisão, fitas de vídeo, fax e papel impresso
eram as mídias então usadas (MOORE, 2007).
Um novo avanço aconteceu com o advento da banda larga (internet de alta velocidade),
que contribuiu significativamente para o desenvolvimento da EaD, que agora está inserida
numa sociedade onde a informação e o conhecimento começam a ter grande valor
socioeconômico.
Uma nova geração da EaD construiu-se a partir da estrutura que foi edificada com o
surgimento da internet, apropriando-se inicialmente de uma tecnologia chamada de world wide
web que possibilitou as classes virtuais on-line (BRITO, 2010).
A EaD tem sua legitimação na LDB nº 9.394/96, e foi regulamentada pelo Decreto nº
5.622 de dezembro de 2005 e pela Portaria Ministerial nº 4.361/2004 (BRITO, 2010).
Foi reconhecida como modalidade educacional tendo, como um dos seus princípios, a
obrigatoriedade de momentos presenciais em atividades como avaliação, estágios, defesas de
trabalhos e atividades laboratoriais (CUNHA, 1998).
Após a Segunda Guerra Mundial houve grandes modificações econômicas e sociais que
possibilitaram uma revolução. Essa revolução é chamada por alguns estudiosos, de
tecnocientífica, ou seja, a integração física entre ciência e produção que atingiu todos os
segmentos da sociedade, de empresas a indústrias, de pesquisadores a pessoas comuns
(CUNHA, 2000).
Antes de chegar aos anos de 1900, já era possível estudar sem necessitar estar presente
em bancos escolares. Jornais que circulavam na cidade do Rio de Janeiro ofereciam cursos
profissionalizantes por correspondência ministrados por professores particulares.
A evolução da EaD no Brasil é muito significativa nos últimos anos. Segundo ABED
(2018), o Brasil teve um crescimento acima de 1600% na EaD, verificado a partir da evolução
das matrículas compreendidas no período de 2009 a 2018, conforme apresentado no Gráfico 1.
7.773.828
5.772.466
5.048.912
3.782.079
3.589.373 3.868.706 3.734.887
2.261.921
528.320
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
No intuito de estimular a EAD no país, o governo federal brasileiro lançou dois grandes
programas, sendo um deles destinado a viabilizar cursos de graduação e pós-graduação para
formação de professores e gestores públicos, o programa Universidade Aberta do Brasil (UAB)
criado por meio do Decreto 5.800 de 8 de junho de 2006, e outro para a oferta de cursos técnicos
de nível médio, o programa Escola Técnica Aberta do Brasil – Rede e-Tec Brasil, com origem
no Decreto 6.301 de 12 de dezembro de 2007.
A Rede e-Tec publicou seu primeiro edital em dezembro de 2007 e durante o ano
seguinte foi organizado o sistema de forma a viabilizar a oferta de cursos técnicos.
A estrutura inclui tutores presenciais que atuam nos polos e tutores a distância, que
auxiliam os professores e são tutores de conteúdo, coordenadores e professores eventualmente
visitam os polos para aulas presenciais e atividades de laboratório assistidas.
VII - criar rede nacional de educação profissional nas instituições públicas de ensino,
para oferta de educação profissional à distância, em escolas das redes públicas
municipais e estaduais; e
A partir de sua implantação, o Programa e-Tec, depois Rede e-Tec, foi ampliado,
abrangendo cerca de meia centena de cursos, ofertados por instituições de todo o país, chegando
a milhares de estudantes.
Em 2013 o número de polos que ofertaram cursos foram, por volta de 841, que segundo
o MEC, teria a meta de receber aproximadamente 250.000 novas matrículas (BRASIL, 2013).
O projeto de EaD promovido pelo CEFET-MG, dentro do Programa Rede e-Tec Brasil,
propõe a formação técnica em diversas áreas, tendo como uma de suas iniciativas de formação
o curso técnico de Informática para Internet, vinculado ao eixo tecnológico de informação e
comunicação. Este curso possui como foco uma formação que propicie o atendimento das
demandas do ambiente produtivo, que valoriza o desenvolvimento da qualidade nas atividades
profissionais, proporcionando integração com as rotinas que envolvem os processos de
trabalho, alinhados aos seus respectivos eixos tecnológicos.
Neste contexto, o modelo de EaD aplicado ao curso de Informática para Internet foi
organizado da seguinte forma:
• Todas as disciplinas devem ofertar o mínimo de 20% de atividades teóricas e/ou práticas
presenciais no período de execução do módulo;
A metodologia de Ensino aplicada no curso tem por princípio as questões tratadas por
Libâneo (1992), quando enfatiza a importância da relação professor-estudante. Segundo este
autor, a interação professor-estudante é um aspecto fundamental na organização da situação
didática, tendo em vista alcançar os objetivos do processo ensino-aprendizagem: a transmissão
e a assimilação de conhecimentos, hábitos e habilidades.
• disciplinas práticas puras – é a parte automatizável destas disciplinas, tomando por base
o hábito desenvolvido e fixado pela repetição.
Este tipo de metodologia pode ser aplicado em todas as disciplinas com variantes
apropriadas a cada natureza. É aplicável às disciplinas que visem à compreensão, podendo ser
seguido, em parte, pelas disciplinas apreciativas. Nas disciplinas que têm por objetivo básico o
domínio de habilidades ou técnicas, a MUD se torna adequada para promover a sistematização
de conhecimentos, pois proporciona um método apropriado para consolidar fundamentos
Estas três fases podem ser repetidas várias vezes, pois têm como principal objetivo a
aprendizagem significativa do estudante e não a simples memorização de dados.
Enfim, toda a prática pedagógica foi integrada e desenvolvida de forma a atender a uma
rede de significados, ou seja, voltando-se para a concretização da formação de ser, do saber, do
fazer e do conviver deste ser humano que se encontra em nossas mãos. É fundamental o
desenvolvimento da capacidade de explicitar o raciocínio, superando as dificuldades que
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Alguns elementos são destacados essenciais, como: a existência do polo que trabalhada
como uma unidade de integração e desenvolvimento do trabalho em grupo; a existência do tutor
presencial como um elemento de apoio e orientador das atividades propostas, o trabalho
desenvolvido pelos Professores Conteudistas e Formadores, gerando um conteúdo técnico
específico para a disciplina que será lecionada; e a orientação e o estímulo gerado aos estudantes
pelo trabalho de desenvolvimento de atividades teóricas e práticas realizadas pelo Professor
Tutor no polo.
BRASIL. Portal Brasil. 2015. Disponível em: < https://www.gov.br/pt-br>. Acesso em: 30 jan.
2021.
CNCT. Catálogo Nacional de Cursos Técnicos. 2014. Disponível em: <goo.gl/8IpzxB>. Acesso
em: 29 jan. 2021.
HIJAZI, Samer et al. Interactive technology impact on quality distance education. Electronic
Journal of e-Learning, v.1, n.1, p.35-44, 2003. Disponível em: <goo.gl/Gxu5q6>. Acesso em:
28 jan. 2021.
MOORE, M.; KEARSLEY, G. Educação a distância: uma visão integrada. São Paulo:
Thomson Learning, 2007.
MORRISON, H.C. The practive of teaching in the secondary school. Chicago. The
University of Chicago Press. 1931.
RESUMO
Com o avanço tecnológico é notória a necessidade de buscar alternativas interativas para tornar
o ensino/aprendizado mais eficaz, e com isso percebe-se que a multimodalidade influencia
diretamente na vida do professor, alterando sua forma de ensinar, o que reflete nas mudanças das
práticas pedagógicas. O objetivo da pesquisa é investigar como a multimodalidade dos
professores, contribui significativamente para o aprimoramento da escrita dos alunos, com o
intuito de estimular as práticas interativas virtuais, buscando analisar elementos que facilitam as
práticas docentes. Como metodologia foi realizada uma pesquisa semiestruturada com perguntas
abertas e fechadas e com entrevista pelos meios virtuais, contando com a participação de 10
professores das rede municipal e estadual escolhidos aleatoriamente. Apoiada em uma pesquisa
bibliográfica com ênfase em Dornyei (2014), Knupel (2016), entre outros. Como resultado deste
trabalho percebeu-se que o ambiente virtual favorece as práticas pedagógicas e que o professor
necessita fazer uso dessas mídias para obter sucesso no desenvolvimento da oralidade e escrita
dos alunos, com uma perspectiva sistêmica e complexa, que devem estar presentes nas práticas
dos professores.
INTRODUÇÃO
Com a inserção das novas tecnologias presentes na sociedade, as pessoas estão lendo e
escrevendo mais, e com os usos de diferentes recursos agregam conhecimentos e ampliam as
capacidades da leitura, da escrita e da produção de hipertextos multimodais voltado para o
processo de ensino aprendizagem.
Diante de tal importância, aderir aos avanços tecnológicos na educação significa, para
o professor, investir em si próprio, na ampliação de suas capacidades profissionais e possibilita
aos seus alunos, o acesso à informação e ao conhecimento.
REFERENCIAL TEÓRICO
A MULTIMODALIDADE E OS NOVOS PROCEDIMENTOS PEDAGÓGICOS
A educação, na sociedade tecnológica da informação vem vivenciando momentos
expansivos devido a evolução das novas tecnologias e dos métodos pedagógicos utilizados
pelas escolas com o uso de atividades de forma virtual, onde tem obtido resultados
surpreendentes. Com isso busca-se investir em formas diversificadas para estimular os alunos
a acessarem as atividades e se envolver em um mundo “novo” na intenção de fixar os alunos
tornando prazeroso o ato de ensinar e aprender.
Dornyei (2014, p. 518) afirma que é “crucial que se utilize a motivação como fator de
aprendizado, visto que ela engloba as suas curiosidades e interesses, determinando os diversos
fatores e atitudes que influenciam na própria linguagem, de acordo com as relações de
aprendizado”.
Para que a interação seja eminente nos ambientes virtuais há diversas teorias que visam
desenvolver uma abordagem, capaz de oferecer o caminho adequado, para se empreender o
processo de ensino-aprendizagem nesta modalidade educacional. Certos casos estão centrados
no dilema de encontrar os mecanismos mais apropriados para responder a realidade dos alunos,
outros se limitam a problematizar o processo de transmissão de conhecimento como um
caminho de mão única, processo dentro do qual o aluno se mantém como um objeto passível
de manipulação pelo professor.
Kress; Leeuwen (2001) fazem interrogações relevantes que corrobora com a proposta
apresentada: “... os símbolos têm um efeito na linguagem em si, no que ela faz, ou tem intenção
de fazer? As imagens são usadas meramente para atrair o leitor, para decorar, para satisfazê-lo?
Ou elas têm o papel de intercomunicar? ”
Cabe nos centrarmos na especificidade do ensino das mídias virtuais, pautado em uma
demanda por participação por parte do aluno, personagem este que pode e deve construir seu
conhecimento de modo mais autônomo em relação com o professor.
(...) como ser humano inserido num contexto social no qual interage, modificando-o
e sendo modificado. A interação com o meio afeta seu sistema de crenças e valores,
tornando-os mutáveis. Como os objetivos são escolhas do indivíduo, eles podem
variar conforme o momento em que o indivíduo se encontra e podem, também, ter
valoração diferenciada, dependendo desse momento.
Diante dessa nova demanda social e educacional que pressupõe novas práticas docentes,
voltadas para a pluralidade midiática, com foco na diversidade de linguagens que possibilitam
leituras não lineares, o fazer pedagógico precisa levar em consideração o caráter multimodal
dos textos e a variedade de sua significação (Rojo, 2015, p. 9).
METODOLOGIA
Como metodologia foi realizada uma pesquisa semiestruturada com perguntas abertas e
fechadas e com entrevista pelos meios virtuais, contando com a participação de 10 professores
Para os professores, a cada dia são novas descobertas, pois os mesmos a cada dia têm
que reinventar suas aulas com novas formas metodológicas com atividades virtuais e o uso
novas tecnologias objetivando avanços no que diz respeito a fala e a escrita. Foram analisados
conteúdos de 10 depoimentos nesta pesquisa:
A professora E1 que é do sexo feminino, com 30 anos, de uma escola municipal afirma
que:
“Estou com muito mais atribuições e uma demanda muito maior de tarefas, pois,
adaptar alguns conteúdos em ambientes virtuais não é fácil, mas depois de pronto é
tão gratificante ver os resultados positivos, pois é muito diferente da dinâmica de sala
de aula. Mas percebo que os alunos participam bem. E vejo a melhoria na escrita, os
erros diminuíram bastante, deve ser devido ao uso do corretor ortográfico ou a prática
literária. Ao meu ver eles estão melhorando bastante” (J. M. S. F).
A sociedade em que vivemos é marcada pelas múltiplas linguagens. Assim, os
professores necessitam aprender a utilizar as mesmas para inovar neste cenário, onde as aulas
são tomadas por vídeos, onde os professores gravam seus conteúdos, realizam lives e se expõem
em redes sociais, plataformas ou outras formas de ensino perpassando por alguns medos e
anseios, de ser alvo de críticas e ainda tendo que trabalhar a timidez de ter uma câmera para
configurar este uso das múltiplas formas da linguagem (Silva et al., 2010). Por isso é
fundamental que os professores se reinventem e aprendam a dominar a tecnologia, a como
gravar e editar vídeos e ensinar a distância. Pois bem, muitos professores ainda não conseguem
se acostumar com a nova rotina, que faz tanta diferença na vida do aluno.
O grande desafio de todos é deixar a timidez de lado e gravar vídeos, mas aos poucos
todos se envolvem nesta forma didática, e essa prática já vai se tornando rotineira tornando mais
Esses gêneros envolvem os alunos que devido a extrema versatilidade dos ambientes
virtuais é capaz de reunir em um só meio várias formas de expressão multimodal, tais como
texto, som e imagem, o que amplia a cada dia o número de pessoas que se tornam usuários
desse tipo de comunicação virtual, o que corrobora com Marcuschi (2010), que afirma esses
gêneros apresentam vantagens educativas significativas para o incentivo à interação e
colaboração, pois são espaços que permitem associar as práticas de leitura e escrita à práticas
sociais de linguagem por meio de recursos interativos e multimodais, faz se necessário
conceituar esta versátil ferramenta digital.
Mas vale ressaltar que existem professores que têm dificuldades de manusear a
ferramenta, e acabam não se apropriando da mesma, pois, além de precisar de um tempo maior
para sua elaboração, é necessária deixar os Feedbacks para que o aprendizado seja eficaz, com
isso deixa de lado uma excelente ferramenta de ensino, buscando alternativas.
O terceiro depoimento é do Professor E3, que tem 30 anos de idade, é do sexo masculino
declarou que:
“... as mídias digitais ajudam muito no desenvolvimento das aulas. É uma troca muito
prazerosa entre nós. O mais interessante é que até a família se envolve nesse processo
de ensino aprendizagem. Estou percebendo, um grande avanço na escrita e interação
da turma, devido as práticas cotidianas, montamos uma rotina para facilitar as tarefas,
Sendo assim, percebe-se que o tempo de preparação das aulas aumentou de forma
considerável e que os professores precisam pensar em atividades que possam fornecer
dados/informações importantes sobre o desempenho dos alunos e, dessa forma, repensar as suas
práticas ou atividades que possam reforçar os pontos nos quais os alunos tiveram mais
dificuldade.
De acordo com (Coulmas, 2014, p. 162) são elencadas uma série de modificações na
forma de falar e escrever, que são específicas ao avanço tecnológico, com o uso das novas
plataformas há um rico crescimento nos seguintes aspectos: escrita mais corretas, diminuição
das abreviações, formação de palavras e frases com sentidos, tudo isso mediante o uso das
plataformas multimodais.
O quarto depoimento é do Professor E4, que tem 40 anos de idade, é do sexo masculino
e afirma que:
“Estamos um momento tecnológico na educação, onde é fundamental que nos
apropriemos destas ferramentas para uso escolar e facilitar as formas de ensino para
os alunos, tornando as aulas mais atraentes, dinâmicas e didáticas. Além disso,
otimizamos mais o tempo, e aproveitamos mais os recursos que nos são fornecidos, e
além de tudo o resultado com meus alunos está sendo positivo, pois a escrita melhorou
muito, alguns criaram redes sociais para isso, precisa tem uma boa escrita e ser
interativo”. (A. S. T. M)
Utilizar diferentes linguagens, não é uma tarefa fácil, mas o resultado é gratificante.
O uso das múltiplas linguagens (verbal, visual, motora, escrita, corporal, visual, sonora e
digital), bem como conhecimentos das diversas áreas contribuem significativamente na
expressão, no compartilhamento das informações, experiências, ideias e sentimentos em
diferentes contextos, além de produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo como
afirmam (Ouerfelli; Ghourabi, 2015, p. 89).
Os professores a cada dia se reinventam, trazendo sempre novidades em suas aulas, com
propostas diferentes, novas linguagens, com informações, experiências, ideias e sentimentos
em diferentes contextos. Utilizamos para exemplificar estes progressos, as inovações com
músicas, exercícios físicos utilizando materiais cotidianos, informações atuais, mapas
conceituais construídos durante a problematização e sistematização dos conteúdos. Tudo isso
para, com eles, produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.
O quinto depoimento é da Professora E5, que tem 43 anos de idade, é do sexo feminino
e afirma que:
“ A tecnologia ajuda muito nas atividades escolares, eu como sempre fui tecnológica,
e gosto muito de utilizar alguma tecnologia a meu favor, já que o mundo é tecnológico
e quase todos tem acesso. Sempre insiro uma atividade em uma mídia virtual, só para
eles pesquisarem. Os jovens vivem nelas, então eu insiro em minhas aulas, pesquisas
na internet, e o uso de diversas ferramentas digitais que contribui para leituras,
gravações de vídeos, webconferência, facilitando o ato de escrever”. (J. B. M).
Santiago e Santos (2014, p. 15) afirmam que professores utilizam as essas ferramentas
virtuais, pois contribuem muito para o trabalho, facilita o entendimento e, pois, é mais fácil
compartilhar com colegas ficando mais fácil elaborar tarefas. As interfaces digitais disponíveis
hoje se destacam devido à aproximação dos alunos com este mundo digital, de forma que a
tecnologia da informação permite aprimorar cada vez mais os conhecimentos, de forma que os
sistemas computacionais voltados para atividades mediadas por tecnologias da informação e
comunicação.
Verifica-se, assim, que a Web 2.0 caracteriza-se pela simplicidade e pela troca rápida de
informações; pela facilidade de publicação e de disponibilização rápida; pela atuação do
usuário, agora autor, produtor de conteúdo na Web 2.0, que participa, socializa, interage; pela
utilização da inteligência coletiva para organizar de modo mais eficaz a rede. (BRANCO, 2008,
p. 07).
Essa invasão tecnológica gerou, a partir dos anos 80, os “nativos digitais”, onde crianças
que nascem e crescem em meio a essas tecnologias, manuseando, desde muito cedo,
Videogames, Internet, celular, MP3, MP4, MP5... IPOD, Tablet, etc.
O sexto depoimento é do Professor E6, que tem 31 anos de idade, é do sexo masculino
e afirma que:
“Olha, não sou muito tecnológico não, mas percebo que quando utilizamos a
tecnologia o aluno produz bem mais, atividades são bem elaboradas, a escrita melhora
muito, sem falar no vasto conhecimento que as mídias digitais podem fornecer. A
questão é saber usar de forma adequada e consciente com materiais didáticos
direcionados à leitura de textos e hipertextos disponíveis em sites eletrônicos de livre
acesso, visando ampliar os diversos conhecimentos da disciplina” (J. C. M. A.)
Para Blanc (2014, p. 35), as redes sociais são grandes vias de interação reais podendo
ser apropriados, portanto, como contextos de ensino-aprendizagem altamente ricos,
contribuindo para a oferta de ensino a distância e, sobretudo, para a construção do conhecimento
para além das fronteiras espaço-temporais institucionalmente delimitadas. O ciberespaço é uma
grande máquina intangível, social onde se realizam diversas trocas criando novas formas
comunicacionais, interações sociais, afetivas além de novos processos cognitivos.
As redes sociais são vias de interação reais podendo ser apropriados, portanto, como
contextos de ensino-aprendizagem altamente ricos, contribuindo para a oferta de Ensino a
Distância e, sobretudo, para a construção do conhecimento para além das fronteiras que são
delimitadas.
O sétimo depoimento é do Professor E7, que tem 29 anos de idade, é do sexo masculino
e afirma que:
O oitavo depoimento é da Professora E8, que tem 33 anos de idade, é do sexo feminino
e afirma que:
O último depoimento é da Professora E10, que tem 27 anos de idade, é do sexo feminino
e afirma que:
“A tecnologia nos aproxima por meio das telas, promovendo afeto, vínculos e abraços
virtuais. Utilizo muitas mídias virtuais em minhas aulas, sempre deixo atividades para
eles possam utilizar alguma ferramenta para eles navegarem neste universo midiático.
Sem falar que os erros diminuíram muito, eles estão falando e escrevendo melhor.
Estamos em busca de boas performances, objetivando contribuir para o avanço dos
alunos na leitura e na escrita, e fazer com que essas marcas deixadas possam agregar
experiências no futuro ” (J. B. C)
De acordo com os depoimentos, percebe-se que alguns professores estão tendo
dificuldades de interação com as ferramentas digitais, praticamente todos estão aderindo o uso
de atividades virtuais em suas aulas e necessitam de formação. Por meio de uma crescente
exploração de leitura de imagens, áudios, animações, hipertextos, enfim de textos multimodais,
mostraram que os alunos correspondem as expectativas dando um retorno satisfatório,
apresentando melhoria na fala, escrita, interpretação de textos.
A partir da literatura e dos dados citados acima, percebe-se que são muitos os benefícios
que professores estão obtendo devido a aderir ao uso da tecnologia em suas aulas. Isso significa,
para o professor, que é importante investir na formação continuada possibilitando o acesso à
Mediante a esta realidade percebe-se que com a leitura de gêneros textuais diversos,
Postcasts, Vídeos, Weblogs, todas essas ferramentas permitem um resultado positivo na
produção de enunciados, situações de comunicação, melhorais na escrita e na comunicação
como um todo, favorecendo as práticas sociais e interativas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É possível afirmar que a linguagem multimodal pode contribuir para a ampliação das
práticas educacionais, pois, desde que usada de forma adequada. A inovação é um grande
instrumento dos professores comprometidos com a educação, sendo o meio pelo qual eles
exploram as mudanças por meio da criatividade e exploração das ferramentas virtuais, não
perdendo a oportunidade de utilizar recursos multimodais existentes para facilitar os processos
de ensino-aprendizagem.
Nesta perspectiva, é possível dizer que o uso da multimodalidade bem como sua
aplicação e implementação por meio das TIC’s, permitem o envolvimento dos alunos em
práticas discursivas reais, com a participação e interação de todos nas leituras de múltiplas
linguagens, ampliando sua visão de mundo, e tornando-os, desse modo, mais aptos a interpretar
e interagir com os textos multimodais do seu cotidiano.
A partir das reflexões abordadas nesta pesquisa e o relato dos professores acima citados,
é possível perceber que é fundamental buscar alternativas que reforcem os usos das tecnologias
no contexto escolar, visando contribuir para um trabalho voltado ao incentivo de processos
Por fim, considera-se que a prática educativa se torna eficaz se os conteúdos forem
disponibilizados por meio de uma linguagem multimodal, sendo necessário a promoção de
novas maneiras e maneiras de ler e escrever, contribuindo para a construção da escrita e da
oralidade, já que nesse espaço há uma vasta exploração de diversos recursos como vídeos,
áudios , links, hiperlinks, tags, imagens, entre outras ferramentas digitais que podem ser
incorporadas em qualquer mensagem ou enunciado que se queira transmitir ou socializar.
REFERÊNCIAS
KRESS, G.; LEEUWEN, T. V. (2001). Multimodal discourse: The modes and media of
contemporary communication. London: Arnold.
MARCUSHI, Luiz Antônio e XAVIER, Antônio Carlos. Hipertexto e gêneros digitais: novas
formas de construção de sentido. 3°. ed. Cortez, São Paulo, 2010.
OUERFELLI, T.; GHOURABI, S. (2015). Usage pédagogique des réseaux sociaux: pratique
des étudiants en Tunisie. IN: LIÉNARD, F.; ZLITNI, S (org.). La communication
électronique: enjeux, stratégies, opportunités. Paris: Lambert-Lucas, p. 89-98.
https://www.scielo.br/pdf/tla/v58n3/0103-1813-tla-58-03-1134.pdf. Acesso em: 05 jan 2021.
WALLON, H. (1973/1975). A psicologia genética. Trad. Ana Ra. In. Psicologia e educação da
infância. Lisboa: Estampa (coletânea). https://www.ufjf.br/pedagogia/files/2017/12/O-
AFETO-QUE-EDUCA.pdf Acesso em: 27 dez. 2020.
INTRODUÇÃO
Silva e Davi (2008) propõem que o professor necessita estudar o tema do filme e adequá-
lo ao eixo a ser trabalhado, diferenciar o que é relevante do que é apenas cômodo para os alunos
e para si mesmo, na perspectiva de ampliar os próprios conhecimentos e dos seus alunos, “visto
que os filmes oportunizam trabalhar diversos conteúdos, estimular as discussões e auxiliar na
Rio é um filme de animação, dirigido por Carlos Saldanha (2011) que aborda de forma
divertida, a trajetória de uma ararinha azul (Blu), que foi contrabandeada do Brasil para os EUA
ainda jovem, sendo encontrada e adotada em Minessota – EUA, por uma jovem que a
doméstica, tratando-a como humano, a ave sequer aprende a voar. Após 15 anos, perpassando
por diversas situações, a ave retorna ao Brasil para acasalar com uma fêmea da sua espécie
(Jade). A história acontece no Rio de Janeiro em 2011, no período do carnaval, perpassando
pelos pontos turísticos, Cristo Redentor, Copacabana, Floresta da Tijuca, inseridos no bioma
Mata Atlântica.
O filme é divertido, o enredo dinâmico, as cores são fascinantes e tudo acaba bem, pois
ao final as araras azuis acasalam e ficam juntas com seus filhotes no contexto da Mata Atlântica.
Os responsáveis pelas aves também ficam juntos e felizes.
Mas, a ararinha azul, ave homenageada neste contexto Cyanopsitta spixii, aparece
descontextualizada do seu habitat e apresenta características distintas das apresentadas pela
espécie. Pois esta é uma ave oriunda do bioma Caatinga, a qual foi extinta na natureza,
possuindo alguns exemplares, distribuídos pelo mundo, mas vivendo em cativeiro. Ana
Carolina Carvalho (2017) discute a importância da utilização de filmes para o fortalecimento
das aprendizagens, visto que promovem a socialização e diversas outras habilidades, mas
necessita de análise, reflexão e conhecimentos ao ser trabalhados.
O colorido das aves que aparecem na floresta é lindo! São diversas aves, entre elas
papagaios e araras. Mas, grande parte das que aparecem no filme encontram-se geograficamente
distribuídas nas diversas regiões do Brasil e da América do Sul e não na Floresta da Tijuca
como apresentado na animação. As informações sobre aves foram coletadas no acervo da
ICMBio, 2012.
Em 2016 restavam apenas 79 aves dessa espécie vivendo em cativeiro. Apenas cinco no
Brasil, quatro aves (dois machos e duas fêmeas) que estavam no Zoológico de São Paulo, foram
transferidas para o criadouro NEST em Avaré/SP. As aves estão alojadas em local isolado, e
mais um macho mantido em recinto suspenso, na Fundação Lymington em São Paulo). As
outras ararinhas azuis estão assim distribuídas: sessenta ararinhas (24 machos, 36 fêmeas)
mantidas em um centro de reprodução exclusivo para a espécie, na fundação D. Al Wabra
Wildlife Preservation em Doha no Qatar. Elas não pertencem ao governo brasileiro, mas estão
incluídas no Studbook da espécie. Outras sete estão na Association for the Conservation of
Threat ened Parrots(ACTP) localizada na cidade Schöneiche na Alemanha, são (quatro machos,
três fêmeas). Outro espaço que abriga o viveiro das ararinhas azuis é a Fundação Loro Parque,
na cidade de Tenerife-Espanha, que possui 7 aves (dois machos, cinco fêmeas). O Instituto
Chico Mendes (ICMBio), junto a outras ONGs, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a
sociedade Civil estão desenvolvendo estratégias para recuperar o habitat e reintroduzir
PERCURSO METODOLÓGICO
RESULTADOS E DISCUSSÕES
G1: Destacou a cena em que uma aranha salta sobre o dorso de Blu e ele treme
silenciosamente, enquanto Jade o livra desse aracnídeo. Após essa cena, ocorre uma cadeia
alimentar (vaga-lume – perereca verde – jararaca verde). Esse momento, possibilita trabalhar
as interações e apresenta a visão de Blu, quando alega conhecer uma floresta, pois assiste ao
programa Animal Planet.
Nigel, uma cracatua (Cacatua sulphurea) ave exótica, endêmica das regiões da Nova
Guiné e no Norte, no Leste e no Sudeste da Austrália, tem o forrageio baseado em sementes,
frutos e pequenas porções de uma grande variedade de vegetais, inclusive plantas de jardim
(CLEMENTS,2005). Animal belíssimo, mas que também incorpora comportamentos
antropocêntricos no filme, tais como rancor, ódio, maldade. Assim, como acontece no filme,
com um bando de Saguis-de-tufo-branco (Callithrix (Callithrix) jacchus), roubando turistas que
se divertem ao som do carnaval.
G2: Destacou o comercio de aves exóticas e biopirataria, de acordo com esse grupo,
estudar os seres vivos exóticos é relevante, pois amplia as possibilidades de reflexão sobre
problemas como comércio de aves exóticas e biopirataria; a introdução e as relações
estabelecidas entre espécies exóticas e espécies endêmicas, o quanto essas relações podem ser
desfavoráveis as espécies endêmicas, principalmente aquelas com hábitos especialistas; visto
que as espécies exóticas não apresentam predadores naturais para promover o controle
populacional desses, em um novo ambiente, também a possibilidade de transportar fungos,
bactérias, vírus e até mesmo protozoários, pois, muitas espécies são hospedeiras intermediárias.
Assim como a formação de híbridos, reduzindo ou até mesmo extinguindo a existência de
determinadas espécies, levando–se em conta a dinamicidade dos biomas existentes nas regiões
tropicais (CLEMENTS, 2005).
Assim, a escola deve fazer-se presente para contribuir com esclarecimentos, trocas e
diálogos com a sociedade civil. Para que esta possa se posicionar na tomada de decisões e não
apenas aceitar as coisas como são postas. Toda essa mudança de paradigmas necessita passar
por uma visão crítica, voltada para os valores, mudanças e costumes abordados (SILVA E
DAVI, 2008). Ao final da pesquisa, os participantes desenvolveram um cronograma de temas
que podem ser ensinados, utilizando o filme Rio, dirigido por Carlos Saldanha em 2011.
Esse filme de animação Rio, retrata a trajetória da vida de uma ararinha azul (Blu). Ele
e os amigos passam por diversas situações, algumas perigosas e outras hilariantes, em meio a
um cenário de muita cor, musicais e festa de carnaval podem ser utilizados na escola. As
propostas pelos professores pesquisados, sugerem temas para trabalhar o filme abordado. esse
subtópico foi organizado de acordo com a similaridade e convergência entre as ideias
apresentadas pelo grupo.
Para os alunos da educação Básica o professor deve apresentar elementos sobre o filme,
o diretor, personagens, mostre capa e contracapa, fale sobre o contexto e a época em que foi
produzido com objetivos definidos e possibilidades de pesquisa, debate e análise do filme. Além
desses dados, outra etapa desse trabalho é específica, a estrutura da narrativa: o tempo, o espaço,
o fato, antagonismo, protagonismo, narrador e enredo (SILVA e DAVI, 2008).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final da pesquisa surgiu uma questão que inquietou os participantes e que poderia
ser utilizada para a realização de novos estudos. “Como promover a sustentabilidade se sequer
as pessoas refletem sobre a complexidade e necessidade de ações sustentáveis, em um país cuja
ostentação e consumismo é modismo?”
REFERÊNCIAS
CLEMENTS J. F. Checklist of birds of the world. cornell cornell university press 2005.
NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2015.
RESUMO
O presente artigo aborda o uso de resíduos sólidos - tampas de vasos e garrafas para estudar a
classificação dos seres vivos, em uma escola pública, no município de Itabuna-Bahia. O
material didático foi elaborado utilizando os Conceitos de Classificação de Lineu. O objetivo
foi possibilitar aos alunos compreender a Classificação dos seres vivos através de características
morfológicas dos seres vivos, como proposto pelo autor, correlacionando os conceitos à prática.
Utilizou-se o método quali-quantitativo. A utilização de entrevista semiestruturada e
observação da turma serviram para sugerir que o uso das “tampinhas de vasos e garrafas”,
mostrou ser uma estratégia pertinente para ensinar classificação dos seres vivos e que cumpriu
com os objetivos esperados, visto que as escolas públicas, em geral carecem de recursos para o
desenvolvimento de atividades práticas, assim como também, apresentaram resultados
significativos ao ensino de ciências.
INTRODUÇÃO
A educação escolar se propõe a preparar os alunos para as mais diversas situações, desta
forma, o professor busca alternativas e estratégias que propiciem aprendizagem e autonomia,
para que possam lidar com o enfrentamento de situações, nas quais o ensino de Ciências se
propõe a lançar problemas e desafios no cotidiano escolar, utilizando “resíduos sólidos”, ao
lançar mão de propostas que incluem “sucatas”, tais como materiais plásticos, de papéis, de
metal, antes utilizados, para construir essa educação, proposta pela BNCC, com a proposta de
formar cidadãos preparados para tomar decisões conscientes sobre o seu entorno.
Pozo e Crespo (2012) afirmam que o ensino de Ciências, que sempre teve como foco a
transmissão de conceitos, atualmente busca proporcionar aos alunos a aprendizagem de
conceitos, procedimentos e atitudes. Certamente aprender conceitos é fundamental e relevante,
para a construção da argumentação, mas descobrir como proceder, para que e onde atuar, são
relevantes para participar no enfrentamento de questões no cotidiano.
O presente artigo trata da aplicação de uma sequência didática, com o uso de tampas de
vasos e garrafas, com o objetivo de possibilitar aos alunos compreender a Classificação dos
seres vivos através de características morfológicas dos seres vivos, como proposto pelo autor,
correlacionando os conceitos a prática. A participação dos alunos nas decisões sobre a proposta
Os recursos didáticos são definidos como os materiais utilizados para auxiliar professor
e aluno es no processo ensino-aprendizagem (OLIVEIRA et al, 2016). Estes recursos facilitam
a aprendizagem dos conceitos, procedimentos e atitudes, na perspectiva de tornar a
aprendizagem agradável e duradoura (POZO e CRESPO, 2012) Portanto o material didático
necessita ser utilizado como facilitador da aprendizagem de conceitos e conteúdos propostos
(ZUIN, 2008). Materiais produzidos, utilizados e reciclados podem estimular a aprendizagem
e apresenta-se como alternativa para ensinar, portanto utilizá-los é relevante na educação
contemporânea (LOPES, 2008).
METODOLOGIA
Portanto a abordagem mista permite uma visão mais ampla do problema, ao combinar
os métodos qualitativos e quantitativos, combinando ambas as técnicas. Paranhos et al (2018)
ainda propõe que quanto mais convergentes forem os resultados observados utilizando
diferentes tipos de dados e/ou técnicas mais consistentes são os resultados da pesquisa. A
abordagem qualitativa foi realizada utilizando os métodos qualitativos de Bogdan e Biklen
(2010) e a abordagem quantitativa baseou-se na confecção de gráficos, a partir da análise da
entrevista aplicada aos alunos da turma.
A atividade didática foi adaptada a temática “Classificação dos seres vivos” a qual está
presente no currículo, envolve conceitos e vocabulário complexo, desta forma exigem do
professor estratégias que facilitem a aprendizagem. A coleta dos dados ocorreu em agosto de
2017, durante 9h/a com uma turma do 2º ano.
Com relação ao uso de” tampinhas de garrafas e vasos“ para estabelecer a relação entre
os conceitos de classificação em sala com o uso deste material, visto que o homem classifica os
seres a sua volta, as respostas foram bastante satisfatórias. Pois tivemos 2 momentos, o estudo
da classificação dos seres vivos utilizando a explicação no quadro e o livro, como apresentado
no primeiro gráfico e o estudo utilizando e anotando os critérios adotados ao classificar as
tampinhas. 78,1% ficaram entusiasmados, discutiram e anotaram os critérios utilizados para
Ao serem arguidos sobre as aulas práticas associadas as aulas teóricas, 87,5% dos alunos
responderam que preferem as aulas assim, pois podem conversar entre si, perguntar mais vezes
ao professor, participar das aulas com opiniões da vida, de casa, estabelecer regras para
classificar e trocar ideias com os colegas. 9% responderam que gostariam que as aulas fossem
práticas, sem a explicação de conceitos e 3,5% disseram que poderia usar as tampinhas para
outras brincadeiras. Acredita-se que as opiniões formuladas pelos alunos, demonstram a
importância em transcender o quadro e o livro para propiciar a participação ativa deles, na
oralidade, na construção de estratégias para resolver os desafios propostos e buscar novas
possibilidades utilizando sucatas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diversas práticas são desenvolvidas pelos professores, mas apenas algumas são
divulgadas, nessa perspectiva seria interessante que os professores divulgassem suas produções,
Assim, conclui-se que a utilização de estratégias que associem as aulas práticas com as
aulas teóricas auxilia na aprendizagem de conceitos, procedimentos e atitudes, assim como
também tornar as aulas mais dinâmicas e estimulantes.
BIBLIOGRAFIA
LOPES, M. G. Jogos na Educação: Criar, fazer, jogar, 6 ed. São Paulo, Cortez 2008.
PARANHOS, R.; FILHO, D. B. F. Uma introdução aos métodos mistos. Sociologia. Porto
Alegre, n. 42, maio/agosto, 2018, p.384-411.
RESUMO
O capítulo apresenta os resultados de uma avaliação centrada no usuário sobre o grau de
satisfação de professores de Língua Portuguesa regentes do segmento de Jovens e Adultos
realizada para o curso de formação continuada oferecido pela Fundação CECIERJ em parceria
com a SEEDUC/RJ. O estudo faz parte de um projeto de avaliação desenvolvido pela extensão
da Fundação CECIERJ, abordando as seguintes categorias avaliativas: organização didático-
pedagógica; mediação pedagógica, material didático; ambiente virtual; e avaliação da
aprendizagem. Os resultados revelaram que os professores se mostraram bastante satisfeitos,
embora tenham apontado fragilidades tanto na localização dos polos, quanto nas instalações
físicas das escolas selecionadas para encontros presenciais.
INTRODUÇÃO
FORMAÇÃO
MATRIZ
CURRICULAR
NOVA EJA
AVALIAÇÃO
VIRTUAL
CONTINUADA
A avaliação é uma atividade que faz parte do nosso cotidiano. Pensar em avaliação
sempre remete a fazer escolhas que envolvem de maneira mais formal ou informal critérios,
metodologias e planejamentos. A escolha deste ou daquele caminho é sempre inspirada tanto
pelo objeto a ser avaliado quanto pelas concepções do avaliador e de suas equipes em
consonância com as audiências. No campo da educação, Saul (1995), ancorada em autores
como Freire (1967, 1997), Adorno (1971), Piaget (1973), Foucault (1977) e Habermas (1990),
define a avaliação emancipatória como
um processo de descrição, análise e crítica de uma dada realidade, visando Saul (1995)
fundamenta a avaliação emancipatória em três correntes teórico-metodológicas: a
primeira se caracteriza como "Avaliação democrática"; a segunda é a "Critica
institucional e criação coletiva" e a terceira é a "Pesquisa participante". De acordo
com a autora, a avaliação emancipatória possui dois objetivos básicos: iluminar o
caminho da transformação e contribuir para a autodeterminação do público
interessado em seus resultados.
Freire (1995) se aproxima da visão de Saul ao afirmar que a avaliação é emancipatória
por situar o ser humano como historicamente constituído e, justamente por isso, passível de
reconstrução e transformação, principalmente quando mediada pelo diálogo.
Pelo exposto, confirma-se a escolha dessa abordagem como adequada ao estudo, pois,
a partir das respostas dos professores-cursistas, foram obtidas informações úteis e relevantes
sobre o objeto avaliado, importantes tanto para o potencial público do curso em questão como
para os gestores do mesmo.
O PÚBLICO PARTICIPANTE
Tabela 1 - Número de professores por curso, matriculados, ativos no final do curso e os respondentes
ACESSARAM RESPONDERAM
SOC 179 88 49%
MAT 442 223 50%
HIS 387 179 46%
FIL 212 108 51%
LP 482 143 30%
GEO 368 208 57%
TOTAL 2070 949 46%
Fonte: Dados obtidos no módulo de gerência dos cursos
O INSTRUMENTO
Para esses professores, foi escolhido o questionário como instrumento por ser uma
técnica de custo razoável que apresenta elevada confiabilidade: os questionários podem ser
criados para avaliar (...) opiniões (...) ou outras questões. (...) Têm em comum o fato de ser
Quadro 2 – Categorias
CATEGORIA
Perfil
Questões Gerais Organização didático-pedagógica
Material didático
Atividades Mediação didático-pedagógica
presenciais Ambiente presencial
Mediação didático-pedagógica
Atividades em
rede Avaliação da aprendizagem
Ambiente virtual do CEDERJ
Fonte: As Autoras
A primeira parte do questionário reuniu questões gerais acerca do curso como um todo,
as questões se destinaram a conhecer o perfil do professor cursista, e avaliar a organização
didático pedagógica do curso e o material didático usado no curso. A segunda parte do
questionário reuniu questões a respeito do ambiente presencial. Essas questões visaram avaliar
a mediação pedagógica organização e ambiente físico das atividades presenciais. A terceira
parte do questionário reuniu questões a respeito das atividades em rede. As questões visavam
avaliar a mediação pedagógica, a avaliação da aprendizagem e o ambiente virtual.
O PASSO A PASSO
A primeira etapa para definição das categorias para avaliação do nível de satisfação do
cursista com relação ao curso oferecido pela Diretoria de Extensão da Fundação Cecierj teve
origem nos Referenciais de Qualidade para Educação Superior a Distância, documento
disponibilizado pelo MEC em 2007 (Decreto nº 5.622, de 20 de dezembro de 2005), no Decreto
nº 5.773, de junho de 2006, e nas Portarias Normativas 1 e 2, de 11 de janeiro de 2007).
As questões avaliativas
A. De acordo com a opinião dos cursistas, os objetivos propostos pelo curso foram
alcançados?
C. Qual a análise dos cursistas sobre o material didático oferecido pelo curso?
OS RESULTADOS
Para compor essa categoria forma levantados 6 indicadores que variaram do gênero à
carga horária trabalhada. O gráfico 1 revela o sexo dos Professores de Língua Portuguesa que
participaram do estudo. Para compor o perfil de Língua Portuguesa foram utilizados os
questionários de 143 professores dos 482 que acessaram a plataforma para realizar as atividades
propostas. É importante ressaltar que a avaliação foi desenvolvida por adesão e que, portanto,
a amostra de 30% pode ser considerada adequada para esse tipo de estudo.
Fonte: As Autoras
Como revelado por meio do gráfico, o maior quantitativo de professores é ainda do sexo
feminino, acompanhando a tendência de outros estudos avaliativos desenvolvidos pela
Fundação Cecierj em cursos de formação continuada para professores oferecidos em parceria
com a SEEDUC/RJ. Também de acordo com o Ministério de Educação, MEC, as mulheres
compõem 81,5% do total de professores da educação básica do país. Em todos os níveis de
ensino dessa etapa, com exceção da educação profissional, elas são maioria lecionando.
De acordo com dados da Sinopse do Professor da Educação Básica, divulgada pelo MEC
no fim de 2010, existiam quase 2 milhões de professores, dos quais mais de 1,6 milhão eram
do sexo feminino, na época da pesquisa. A evidente feminilização do magistério tem gerado
indicadores que evidenciam a desvalorização da profissão frente a outras profissões no país.
Fonte: As Autoras
Com relação à formação acadêmica, como observado no gráfico 2, há um grande
crescimento no nível de escolaridade dos professores da rede regentes de turmas do Nova Eja.
Como pode ser notado, 90% do total de respondentes possui formação em nível de Pós-
graduação Lato Sensu e Strictu Sensu. Apenas menos de 10% possui somente a graduação,
nível exigido pelos concursos para Educação Básica no país.
Um fator a ser destacado é que embora a formação seja considerada um forte indicador
para a qualidade de ensino, no Estado do Rio de Janeiro apenas a formação dos professores de
Língua Portuguesa não tem garantido essa qualidade uma vez que um percentual bastante
significativo possui formação acadêmica acima do exigido legalmente.
Fonte: As Autoras
O Gráfico4 revela a carga horária semanal dedicada pelos professores à Rede Estadual
de Ensino do Rio de Janeiro.
Fonte: As Autoras
A maior concentração de carga horária trabalhada encontra-se entre 11 e 19 horas, o que
pode indicar que a maioria dos professores da SEEDUC/RJ ainda é contratada através de
concursos para 16 horas semanais. Outro fator a ser destacado é que na modalidade EJA, o
número de professores respondentes que trabalha entre 30 e 40 horas semanais equivale a
apenas 19%. Portanto, é possível concluir que a carga horária trabalhada por esse grupo não
segue a tendência para a Educação Básica no Estado do Rio de Janeiro. Esse resultado também
indica a necessidade de uma avaliação qualitativa norteada pela seguinte questão: Por que os
professores lotados do Eja tendem a ter uma carga horária de trabalho menor que a dos
professores da Educação Básica regular?
Fonte: As Autoras
O Gráfico 5 mostra o local de utilização da Internet pelos professores respondentes. O
primeiro fator a ser destacado é que todos os respondentes têm acesso a internet e que apenas
3% a acessa unicamente no local de trabalho. O acesso a rede dos respondentes do NovaEja
acompanha a tendência apresentada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad),
divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostra que no ano
passado, 77,7 milhões de pessoas de dez anos ou mais de idade declararam ter utilizado a
internet no período de referência dos últimos três meses anteriores à data da entrevista. Houve
um crescimento de 14,7% desta população em relação a 2009, o que significou um acréscimo
de 9,9 milhões de pessoas. Uma das razões que podem ter contribuído para esse avanço foi o
aumento na presença de bens duráveis, como o computador com acesso à internet e o celular,
nos domicílios brasileiros. Finalmente, tal acesso pode também estar ligada à política de
distribuição de computadores para professores a Rede implementada pelo atual governo.
Essa seção apresenta a visão dos professores respondentes com relação às atividades
desenvolvidas em rede e de forma presencial.
Fonte: As Autoras
Fica claro que os professores têm mais dificuldade tanto com o entendimento do Novo
currículo organizado em competências e habilidades e com a metodologia a ser utilizada em
sala de aula, do que especificamente com a disciplina a ser ensinada. A preocupação está,
portanto, muito mais ligada a como ensinar. do que ao que ensinar. Tal indicador deve ser
checado nas próximas avaliações, quando o instrumento for revisto para futuras aplicações.
O Gráfico 7 revela a opinião dos cursistas com relação ao Material Didático utilizado
no Módulo 1 do curso de Língua Portuguesa
Fonte: As Autoras
ATIVIDADES PRESENCIAIS
Os gráficos e tabelas analisados nessa seção revelam a opinião dos cursistas com relação
às atividades presenciais do Módulo 1 do curso de Língua Portuguesa.
Fonte: As Autoras
É possível verificar que, de forma geral, os cursistas consideraram a mediação
pedagógica entre ótima e boa nos três indicadores avaliados. Apenas 5 professores (8%)
consideraram inadequada a “objetividade e clareza das orientações”. Com relação à
comunicação e à promoção da autonomia, é possível observar que 3 (2%) cursistas se
posicionaram de forma negativa, ao considerar os referidos indicadores como inadequados.
Mesmo tendo sido avaliados de maneira bastante positiva, é necessário rever os indicadores que
não foram totalmente bem avaliados no sentido de garantir o máximo de qualidade possível à
categoria mediação Pedagógica, na medida em que ela é um dos pilares da educação em rede.
Fonte: As Autoras
Fonte: As Autoras
É possível verificar que, com exceção dos professores da Metropolitana 3, em que
aproximadamente 60% dos cursistas o consideraram apenas parcialmente cumprido, nas demais
regiões, conforme já relatado, não houve insatisfação com relação ao cumprimento do
calendário. É importante, portanto, levantar indicadores que possam melhor esclarecer os
possíveis obstáculos encontrados na Metropolitana 3 que contribuíram para o não cumprimento
do calendário de forma plena.
Fonte: As Autoras
Como é possível verificar, a partir do gráfico, de forma geral, as instalações físicas dos
espaços selecionados para os encontros presenciais atenderam às expectativas dos cursistas.
Fonte: As Autoras
ATIVIDADES EM REDE
Fonte: As Autoras
De forma geral, os professores consideraram a avaliação da aprendizagem coerente com
os objetivos propostos. O retorno das atividades foi também considerado adequado pela maioria
dos respondentes. Entretanto, é recomendado que novos indicadores sejam elaborados, a partir
das avaliações qualitativas, com o objetivo de tornar a avaliação mais transparente possível.
Fonte: As Autoras
Fonte: As Autoras
A maioria dos professores, considerou o AVA entre BOM e ÓTIMO, como pode ser
verificado por meio do Gráfico 15. Apenas 3% dos professores considerou a agenda
inadequada. A análise dos gráficos revela que a navegação foi considerada adequada também
pela maioria dos professores que responderam ao questionário.
REFERÊNCIAS
ARROYO, Miguel González. A formação, direito dos profissionais da educação escolar. In:
Política de capacitação dos profissionais da educação. Belo Horizonte: FAE/IRHJP, 1989.
NÓVOA, António. Formação de professores e profissão docente. In: NÓVOA, António (Ed.).
Os professores e a sua formação. Lisboa: D. Quixote, 1992.
INTRODUÇÃO
Muitas escolas públicas alegam que não possuem recursos necessários para utilização
de outras metodologias e estratégias de ensino, principalmente no que diz respeito à
experimentação, resultando como consequência aulas apenas teóricas e que não despertam
interesse nos alunos, tornando o processo de ensino-aprendizagem um desafio ainda maior.
Assim, os conceitos são apenas memorizados de forma descontextualizada, sem estabelecer
vínculo com o cotidiano dos alunos (DA SILVA, 2016).
Para Vygotsky (1996), as relações criadas entre o indivíduo e o ambiente não ocorrem
diretamente, sendo necessários processos de interação e mediação. A inclusão de experimentos
com materiais alternativos, estimula os alunos a participar nos esclarecimentos e
aprofundamento, dos conteúdos ensinados. Corroborando com isso, Da Silva Júnior &e Parreira
(2020) e Guimarães (2009) afirmam que práticas experimentais tornam os alunos mais
participativos, motivando-os e ajudando-os a construírem significados.
O objetivo deste trabalho, portanto, foi realizar um experimento químico com materiais
alternativos, com a finalidade de analisar o entendimento dos alunos do terceiro ano do Ensino
Médio, de uma escola pública, em Teresina-PI, acerca do conteúdo de óxido-redução dentro da
temática dos alunos de terceiro ano de ensino médio de uma escola da rede pública sobre o
conteúdo reações químicas.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
vista microscópico, isso ocorre devido ao caráter polar da molécula da água, cuja carga parcial
negativa do átomo de oxigênio é atraída pelo cátion do soluto, e a carga parcial positiva de cada
Alguns conteúdos de Química são vistos como mais abstratos e de difícil compreensão.,
P para superar esse desafio, os professores podem utilizar metodologias diferentes. Segundo
Brady (1986), para que uma reação química ocorra entre duas substâncias, os íons ou moléculas
constituindo os reagentes devem entrar em contato uns com os outros. Por essa razão, a
velocidade na qual uma reação ocorre depende quão facilmente as espécies reagentes são
capazes de intermisturarem-se. As reações de dissociação e ionização resultam em soluções que
possuem uma característica comum, liberam íons na água, mas a origem desses íons é que
diferencia um processo do outro. A título de esclarecimento: Dissociação iônica – Separação
dos íons de uma substância iônica, quando dissolvidos em água. Ionização – Separação dos
ânions e cátions de uma substância molecular e dissolvidos em água.
Neves (2015) afirma que “a experimentação é atitude do homem que busca organizar
seus pensamentos na construção de elementos que lhe forneçam respostas sobre as coisas que
o rodeiam e sobre si mesmo”. Por essa razão, a utilização de experimentos com materiais
alternativos, em escolas que não possuem recursos e com falta de um laboratório adequado, se
torna-se uma alternativa para que essa atividade seja realizada com proveito. Quando o
professor tornar as aulas atividades mais atrativas, o aluno poderá participar da elaboração do
experimento, e assim relacionar os conceitos teóricos com a prática, objetivo principal de toda
atividade experimental. Neves (2015) afirma que “a experimentação é atitude do homem que
busca organizar seus pensamentos na construção de elementos que lhe forneçam respostas sobre
as coisas que o rodeiam e sobre si mesmo”.
Água (H O) 2
3 copos
1 colher
Fonte: elaborado pelos autores
• Macerar um comprimido de permanganato de potássio (KMnO ) até que ele fique em pó;
4
• Observar.
Fonte: elaborado pelos autores
RESULTADOS E DISCUSSÕES
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com esse trabalho, pôde-se concluir que os alunos possuem dificuldades em relacionar
a experiência apresentada com o assunto abordado, bem como dúvidas com as reações
envolvidas na experiência, apesar de já terem tido contato esse conteúdo anteriormente e que
mesmo já tendo visto o conteúdo eles ainda possuíam dúvidas. Pôde- se ainda inferir que a
experimentação pode ser, além de um agregador metodológico, mas também um indicativo de
dificuldades dos alunos, uma vez que o papel da experimentação no Ensino de Química é dar
subsídios para que os alunos sejam ativos no processo de ensino e aprendizagem, para que
desenvolvam habilidades de raciocínio e para que não haja a simples memorização dos
conteúdos (DA SILVA JÚNIOR; PARREIRA, 2016).
REFERÊNCIAS
E.BRADY, James; HUMISTON, Gerard E. Química geral. 2. ed. Bahia: Jc Editora, 1986.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. 5 ed. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1996.
INTRODUÇÃO
Para descrever nossa trajetória, faremos uma reflexão inicial sobre os saberes docentes,
a fim de suscitar a importância de compreender a complexidade do trabalho do professor e focar
no Conhecimento de Conteúdo e Horizonte como peça importante nessa profissão. Em seguida,
apresentamos a escolha do tema, a metodologia do trabalho e os processos de coleta e análise,
além do plano de aula construído previamente. Por fim, apresentamos um relato de experiência
de como a aula ocorreu na prática e discutimos os registros escritos dos alunos coletados para
tecer as considerações finais.
Mas para discutirmos a matemática escolar, cremos que não basta simplesmente que os
professores saibam essa matemática. Será que para ensinar a área do círculo, basta sabermos
que ele vale 𝜋𝜋𝑟𝑟 2 ? Acreditamos que não, que é necessário saber mais do que os conteúdos da
escola: é preciso conhecer a matemática escolar de um ponto de vista superior (KLEIN, 2010),
além lançar mão de outros saberes que possibilitem que o professor tenha boas práticas que
favoreçam a aprendizagem.
Nesse sentido, é sabido que vem crescendo o número de trabalhos sobre os saberes
docentes no campo da Educação Matemática. Baseados, em sua maioria, no trabalho pioneiro
de Shulman (1986), eles tentam refinar, compreender e testar empiricamente os saberes
inicialmente discutidos por ele. Shulman (1986) introduziu a noção do Conhecimento
Pedagógico do Conteúdo como, uma amálgama entre o Conhecimento do Conteúdo e o
Conhecimento Pedagógico.
[...] Klein entende que o professor deve não somente ter conhecimentos específicos
sobre os conceitos e as teorias que ensina, mas também saber relacioná-los e articulá-
los, compreender sua natureza científica e sua evolução histórica, de forma a
desenvolver uma visão ampla o suficiente para situá-los no panorama da Matemática
como ciência. (RANGEL; GIRALDO; MACULAN, 2014, p. 2, grifo nosso).
Neste trecho, destacamos a palavra “panorama” pois a mesma aparece na definição de
Ball & Bass (2009) para o HCK. Especificamente em nosso contexto de uma disciplina de
Análise Real, tivemos contato com conceitos mais refinados dos conjuntos numéricos, limites,
sequências, séries, etc., que nos possibilitaram uma visão “de cima” de alguns conteúdos da
escola, e como os mesmos se articulavam com os da disciplina, dando uma ideia mais
panorâmica da matemática. Vale ressaltar que as aulas eram conduzidas pelo prof. Victor
Giraldo com vistas ao ensino e de uma forma problematizada, ou seja, a todo momento
discutíamos conexões dos conteúdos vistos com a matemática escolar.
Assim, ao ministrar uma aula sobre círculo usando a ideia intuitiva de limite de forma
problematizada, mobilizamos diversos dos saberes mencionados acima, mas o HCK em
especial, pois exigia conectar e situar o conteúdo, validar argumentos dos alunos, dentre outros.
Para situar melhor o leitor, a definição mais refinada do HCK sugere que ele é:
[...] uma orientação para e familiaridade com a(s) disciplina(s) que contribui(em) para
o ensino escolar, provendo os professores com um senso de como o conteúdo ensinado
está situado e conectado com o território mais amplo da disciplina. O HCK inclui
conhecimento explícito dos caminhos e ferramentas para o conhecimento da
disciplina, os tipos de conhecimento e suas garantias, e de onde as ideias se originam
e como suas verdades ou validades são estabelecidas. HCK também inclui consciência
das orientações e valores disciplinares fundamentais, e das estruturas principais da
disciplina. HCK habilita os professores a ouvir os alunos, a julgar a importância de
ideias ou questões particulares, e a tratar a disciplina integralmente, todos os recursos
que equilibram as tarefas fundamentais de conectar os estudantes a um vasto e
desenvolvido campo. (JAKOBSEN et al., 2013, s.p., tradução nossa)
Assim, a partir dessa definição e evidenciando esse conhecimento em específico, vamos
descrever o planejamento da aula sobre a noção de limite usando a ideia da área do círculo,
além de discutir sua aplicação e seus resultados.
Nas discussões da disciplina de Análise cursada por nós, o professor Victor ressalta
continuamente a necessidade da problematização do ensino de matemática, uma vez que o
ensino desconexo com esta prática pode, e tem levado, a um ensino de uma matemática
meramente procedimental.
Assim, o objetivo da aula foi alcançar a noção intuitiva de limite para compreender a
fórmula da área do círculo em uma turma do segundo ano do Ensino Médio em uma escola
estadual do subúrbio do Rio de Janeiro, utilizando uma abordagem problematizada e contra
intuitiva que valoriza os conhecimentos prévios dos educandos através de recursos de vídeo,
material concreto e discussões.
Para atender ao objetivo principal, foi necessário atingir alguns objetivos específicos e
intermediários como: apresentar a noção de infinito, que é algo contra intuitivo, apresentar o
método de exaustão, construir a fórmula da área da circunferência com o método e subsidiar a
ideia intuitiva de limite.
METODOLOGIA
Para o planejamento do trabalho ora apresentado nos reunimos com o auxílio da grande
rede de computadores e elaboramos, entre idas e vindas de numerosos e-mails, um plano de
aula para aplicação. Ao iniciar a escolha por um tema/ atividades para a aula, quisemos ir além
dos livros didáticos tradicionais e propostas de sites e blogs. Assim, começamos a buscar nos
1
Vamos referenciar os registros escritos e gravados da aula do professor Victor Giraldo dessa maneira. Vale
ressaltar que as aulas foram gravadas e encontram-se no canal do grupo de Pesquisa LaPraME no youtube.
Esta pesquisa é de natureza qualitativa, que é a mais adequada para abordar fenômenos
das ciências humanas, pois:
Conteúdos: Noção intuitiva de infinito, método da exaustão, ideia intuitiva de limite e área do círculo.
Objetivos: Compreender a ideia intuitiva de limite e infinito. Conhecer o Método da Exaustão. Compreender
a fórmula da área do círculo através do método da exaustão.
Descrição: Iniciar a aula com uma brainstorm onde conhecimentos prévios dos alunos poderão emergir na
discussão. Perguntas disparadoras: O que é área? Como como calcular a área da circunferência? E por que
calcular assim? Tempo previsto: 5 a 8 min
Apresentação do Paradoxo de Zenão em vídeo (OPEN UNIVERSITY, 2017). Roda de discussão com os alunos
sobre o vídeo com as seguintes perguntas disparadoras para o debate da ideia de limite usando o círculo: É
possível haver a subdivisão de algo em infinitas partes? Uma pizza por exemplo? Seria possível termos
uma pizza infinita? Tempo previsto: 10 min
Método da exaustão para a área do círculo: (Ideia Intuitiva): apresentação para posterior discussão dos
vídeos: Quanto vale a área do círculo (USP, 2017) e Área do círculo (Demonstração) (MATHEMATICS ONLINE,
2017).
O RELATO DE EXPERIÊNCIA
Uma vez que uma das integrantes do grupo responsável pelo presente relato é professora
regente da disciplina de Matemática em um colégio estadual da Cidade do Rio de Janeiro
localizado em Pedra de Guaratiba, onde leciona para duas turmas do segundo ano médio técnico
integrado em Telecomunicações, a mesma se prontificou a aplicá-lo e também a anotar em um
diário de campo as considerações referentes à aplicação, assim como recolher as produções
textuais dos alunos participantes face às atividades propostas.
Na prática, alguns ajustes foram necessários durante a aula. Apresentamos aqui o relato
da aplicação da atividade, assim como as modificações feitas e suas justificativas.
Iniciei a aplicação do plano de aula propondo a primeira atividade prevista, para isto
perguntei aos alunos: O que é área? Em resposta à esta pergunta recebi as seguintes
manifestações dos presentes:
Para responder aos alunos fui além da relação entre perímetro e circunferência e área e
círculo apresentada no alto do quadro e mostrei a constante 𝜋𝜋 como um valor imutável
associado à divisão do perímetro da circunferência pelo seu diâmetro, e que tal fato valia para
quaisquer tamanhos de circunferência.
Após minha intervenção a turma iniciou um burburinho em que brotaram aos borbotões
as seguintes colocações em relação ao cálculo da área da circunferência:
Com a curiosidade dos alunos aguçada pelas dúvidas que só se avolumavam conforme
a aula avançava, compreendi que seria interessante modificar o planejamento original, trazendo
para o segundo momento da aula, em lugar do paradoxo de Zenão, o vídeo: Quanto vale a área
do círculo, que estava inicialmente previsto como terceira atividade do dia.
Para lidar com a questão do infinito expliquei à turma que se o vídeo se propusesse a
apresentar infinitas circunferências ou que se tentássemos cortar as infinitas fatias de que o
círculo precisaria ser composto, certamente nunca terminaríamos nem de assistir ao vídeo, nem
de cortar fatias. Para ilustrar a minha fala sobre infinito, inseri na aula o vídeo: O Hotel de
Hilbert, (UNICAMP, 2017), pois já o tinha na minha galeria de vídeos, uma vez que este me
foi apresentado nas aulas de Análise.
O vídeo em questão apresenta o paradoxo dos infinitos, através de uma metáfora criada
pelo matemático alemão David Hilbert 2: O paradoxo do Hotel de Hilbert:
2
David Hilbert nasceu em 23 de janeiro de 1862, e morreu em 14 de fevereiro de 1943.Foi um matemático alemão
cujo trabalho em geometria teve a maior influência no campo desde Euclides. Depois de fazer um estudo
sistemático dos axiomas da geometria Euclidiana, Hilbert propôs um conjunto de 21 axiomas e analisou o
significado deles (SOMATEMATICA, 2017, Sem Página).
3
*sic.
Um aluno me perguntou diretamente: por que não botar as pessoas para o final? Ao que
respondi que não seria possível, pois o hotel estava cheio! Seguida a esta minha resposta outras
falas dos alunos se seguiram, desta vez se alternando entre a negação e a aceitação das ideias
apresentadas, indicando como o conceito de infinito é difícil de ser aprendido rapidamente, e
requer amadurecimento. As reproduzo na sequência:
“Isso é de doente! ”
“Tô quase pegando...”
“O prédio vai cair! ”
Uma aluna me perguntou “quantos andares tem o prédio? ”, ao que eu respondi:
Infinitos! Após esta resposta, a turma entrou em discussão negando e ponderando as
possibilidades de infinitos quartos, hospedes e ônibus; os alunos entraram em “parafuso” ao
mesmo tempo!
Após a exibição e discussão deste vídeo, apresentei aos alunos o Paradoxo de Zenão,
com Aquiles e a Tartaruga (OPEN UNIVERSITY, 2017), para discussão dos infinitésimos,
uma vez que no item anterior discutimos infinitas circunferências e infinitas fatias. Aqui o
objetivo foi o de indicar que a espessura das circunferências ou das fatias pode ser tão fina
quanto se queira, ou seja, o conceito de limite foi abordado intuitivamente.
A reação dos estudantes a este vídeo foi de aquiescência à ideia de que algo pode ir
diminuindo e diminuindo e nunca ser zero. O que pode explicar esta aquiescência é que, como
no segundo ano eles já tiveram contato com o comportamento assintótico de funções
Como, durante a aula, a discussão dos infinitos se mostrou urgente, não tivemos tempo
de fazer a construção informal do conceito de área do círculo com a exploração da construção
do GeoGebra prevista no plano original. Eu apenas disse aos alunos que: a construção existia e
que seria disponibilizada a eles pelo e-mail da turma.
Para finalizar a aula, propus, como atividade individual, as perguntas finais previamente
elaboradas que ora reproduzo: 1)Na fórmula da área do círculo estamos incluindo a
circunferência ou não? 2) No caso negativo, a área é a mesma após a retirada de um círculo.
Agora vamos tirando todas as circunferências do círculo, uma de cada vez. Ao final, teremos
retirado tudo e a área é zero? 3) No caso afirmativo, qual a área da circunferência sem o círculo?
Pense e escreva um pouco sobre isso.
Para a análise do material coletado fizemos a redução dos dados através do agrupamento
das produções escritas dos estudantes por semelhança, disparidade ou complementaridade para
cada uma das três perguntas propostas. Utilizamos o diário de campo junto aos registros escritos
no quadro pela professora que aplicou a atividade, a fim de triangular as informações fornecidas
pelos alunos, no intuito de dar mais clareza à nossa análise.
23 alunos responderam que sim e 4 alunos responderam que não, o que pode indicar que
alguns ainda permaneceram confusos quanto ao fato de o círculo ser a região delimitada por
circunferência, ou seja, não se atentaram sobre a impossibilidade de existir um círculo sem
circunferência. Apesar da professora ter feito a distinção entre os dois elementos geométricos,
como descrito no diário de campo, propositalmente não foi feita esta observação na aula de que
não seria possível um círculo sem circunferência com a finalidade de não influenciar nas
respostas individuais.
A partir da primeira questão, dividimos os alunos em dois grandes grupos para análise:
os que responderam “não “e os que responderam “sim”. O grupo do “não” prosseguiu para o
item 2: “No caso negativo, a área é a mesma após a retirada de um círculo. Agora vamos tirando
todas as circunferências do círculo, uma de cada vez. Ao final, teremos retirado tudo e a área é
zero”.
Nesse grupo, os quatro alunos concordaram com o que está proposto no enunciado, e a
área da circunferência sem o círculo seria zero, o que pode ser indicado através do trecho abaixo
do registro do aluno A (Figura 2)
4
O interior é conjunto dos pontos interiores de um conjunto A. Um conjunto aberto é aquele que só possui pontos
interiores. A fronteira é o conjunto dos pontos tais que em qualquer bola centrada neles de raio ε existem pontos
do conjunto A e pontos do complementar de A. O fecho do conjunto é a união do seu interior com a sua fronteira.
(GIRALDO, 2017)
Fonte: Autoras
Inferimos que talvez estes alunos tenham sido influenciados pelo primeiro vídeo da
demonstração de área do círculo, onde o mesmo tem várias circunferências internas
desenroladas e reagrupadas de maneira a formar um triângulo. Assim, de acordo com o vídeo,
o círculo seria um conjunto de infinitas circunferências.
Dentro da categoria: Não é possível calcular a área, Sete alunos responderam que não
é possível calcular a área da circunferência sem o círculo pois estará vazia, o que pode ser
ilustrado na fala do aluno B (Figura 3):
5
Utilizamos as letras A, B e C para preservar o anonimato dos sujeitos da pesquisa.
Fonte: Autoras
Diferente do primeiro grupo (grupo do “não”), aqui os alunos parecem entender o
conceito círculo como região delimitada pela circunferência, e que não faz sentido falar em área
de circunferência, e sim em comprimento. Logo a fórmula da área não seria aplicada, até mesmo
porque qual seria o comprimento do raio nesse caso?
Na categoria: área igual a 2πr, doze alunos responderam que é possível calcular a área
da circunferência sem o círculo, e a mesma vale 2πr, o que pode ser ilustrado pela fala do aluno
C (Figura 4):
Fonte: Autoras
Este grupo, que representou a maioria dentro dos que responderam “sim”, foi de difícil
inferência. Após discussões, optamos por descrever possíveis entendimentos, tendo em vista
que há mais dúvidas do que certezas de nossa parte.
Pelo exposto, nos parece que compreenderam conceito de que a área do círculo inclui a
circunferência, pois responderam sim à questão 1. Porém associaram a fórmula do comprimento
da circunferência à área. Isso pode ter ocorrido por conta do vídeo da demonstração da área do
círculo apresentado, e os alunos podem ter entendido que sem o círculo não há infinitas
circunferências dentro, apenas uma, a de fora, e que ao desenrolar, restaria apenas um segmento
de comprimento2πr, que seria a base do triângulo.
Aqui, percebemos que as vezes um recurso didático, que normalmente é visto como um
facilitador da aprendizagem, mesmo com objetivos a serem alcançados bem definidos, pode na
verdade conduzir a ideias incorretas, funcionando de maneira contrária ao esperado.
6
Transcrição: “Não tem como, pois o cálculo está vazio não tem números para cálculo, impossível
calcular a área da circunferência sem o cálculo. ”
Outro aluno respondeu que não conseguiu pensar na justificativa, podendo indicar que
o aluno permaneceu sem ação e confuso diante da questão, o que pode ter sido ocasionado pelo
fato de que tais conceitos não são simples de assimilar, principalmente em apenas uma aula. É
importante ressaltar que na escola básica normalmente não se discutem tais ideias, e o aluno
não está acostumado a refletir, pode estar mais familiarizado com respostas fechadas e outros
tipos de propostas.
Ainda houve um aluno respondeu que não é possível encontrar um valor pois é infinito.
Aqui não identificamos se o aluno quis dizer que a área da circunferência ou do círculo é
infinita. Em ambos os casos, ele pode não ter compreendido a delimitação da figura, ou não
compreendeu o conceito de limite. Ele também pode ter pensado que tirando a circunferência,
a região se espalhou e o círculo ficou aberto e sem limitação, tendo área infinita.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente relato teve como proposta apresentar a noção intuitiva de limite para
compreender a área do círculo, amparado na noção de infinito e no método de exaustão. Ao
longo do trabalho buscou-se uma abordagem problematizada, diferente do convencional, uma
vez que a proposta incluiu o uso de vídeos, material concreto e reconhecer os conhecimentos
dos alunos, fomentando debates para compreender as ideias, para além do foco nos
procedimentos.
Para não concluir, esta foi uma atividade que muito nos agradou, pois deu mais sentido
ao curso da Análise ao possibilitar uma conexão com a nossa prática. Esperamos ter mais
experiências como esta, e que mais professores possam trabalhar com a matemática de maneira
problematizada, olhando para matemática elementar de um ponto de vista superior.
BALL, D. L.; THAMES, M. H. T.; PHELPS, G. Content Knowledge for Teaching, What
Makes It Special? Journal of Teacher Education p. 389-407, 2008.
CABRAL, M.A. P.Curso de cálculo de uma variável (Apostila) - 1. Ed. – Rio de Janeiro:
Instituto de Matemática, 2010.
RESUMO
A Educação Interprofissional em Saúde (EIP) pode ser traduzida como a interação entre
indivíduos de duas ou mais profissões em busca de um conhecimento colaborativo, visando a
melhoria da qualidade da assistência em saúde. Este estudo tem como objetivo avaliar a
literatura científica com relação à Educação Interprofissional na graduação e pós-graduação da
área da saúde no Brasil. Trata-se de uma revisão integrativa em que foi realizada busca
bibliográfica nas bases de dados PubMed e Scientific Electronic Library Online (Scielo)
utilizando os descritores “Educação Inteprofissional” e “Brasil”. Foram escolhidos textos
completos disponíveis, dos últimos cinco anos, publicados na língua inglesa, portuguesa e
espanhola. De um total de 72 artigos encontrados nas bases de dados, restaram após a avaliação
de títulos, resumos e textos na íntegra, 10 artigos para discussão na presente revisão. Os
resultados demonstram a importância da EIP como uma iniciativa que vai contra o modelo de
formação uniprofissional e fragmentado, uma vez que a partir de uma disciplina integradora
gera vivências e aprendizagens mútuas entre pessoas durante e após a graduação. Apesar da
adoção de EIP nas Instituições de Ensino Superior e/ou implementação da disciplina nas
Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação influenciarem positivamente
acadêmicos e professores, várias barreiras podem ser observadas, como a dificuldade de
alinhamento entre comunidade, ensino e serviço, a falta de compatibilidade curricular dos
cursos da área da saúde e ainda dificuldades em relação ao tempo, carga horária e inflexibilidade
curricular encontrada em algumas universidades.
A EIP é um tema recente que exige novos saberes e habilidades no que tange à formação
docente, constituindo mais um desafio para sua ampliação (SANTOS et al., 2018). A partir da
EIP é possível ter atendimentos e práticas em equipe menos hierarquizadas e fracionadas,
voltadas à integralidade e resolutividade do cuidado em saúde dos pacientes (TOMPSEN et al.,
2018). Ainda que as evidências científicas tenham mostrado o aumento desse tipo de ensino, a
EIP ainda é heterogênea no mundo, e no caso do Brasil, as experiências com a EIP ainda são
pouco frequentes nas Instituições formadoras dos profissionais da saúde (CÔRREA et al., 2019;
SANTOS et al., 2018).
72 artigos
Pubmed - n = 32
Scielo - n = 40
Fuga do tema - n = 30
Tipo de estudo - n = 12
Fonte: Autores
Quadro 1: Estudos avaliados na revisão integrativa dos artigos sobre ensino interprofissional.
Instrumento de
avaliação
Autor Ano Objetivo Resultado
utilizado
CORREA, 2019 Investigar quantas escolas Questionário Pelo menos 68,4% das escolas médicas e 79,2% das
Cyntia Pace brasileiras de medicina e fisioterapia eletrônico escolas de fisioterapia possuem iniciativas de EIP,
Schmitz et al. possuem em seus currículos próprio embora o número de cursos obrigatórios e estágios
iniciativas e cursos relacionados à ainda sejam baixos. Apesar de reconhecer a
EIP, avaliando as barreiras e fatores importância do EIP na educação em saúde, os
associados à sua implantação e representantes das escolas percebem como barreiras a
comparando as diferenças entre os falta de integração entre os cursos, associados a
dois programas. cronogramas incompatíveis e falta de suporte
institucional.
TOMPSEN, 2018 Identificar experiências curriculares Readiness for Atividades de EIP foram observadas nos estágios
Natália de EIP e avaliar a disponibilidade de Interprofessional curriculares (20,4%), atividades extracurriculares
Noronha et al. estudantes/egressos da graduação Learning diversas (17%), de extensão (13,6%) e pesquisa
em Odontologia para o aprendizado Scale (RIPLS- (7,6%). Resultados da RIPLS mostraram estudantes e
interprofissional. 40) egressos com atitudes positivas para EIP, ainda que
não tenha sido verificada associação entre
participação em atividades de EIP e maior
disponibilidade para aprendizagem compartilhada.
NUTO, 2017 Avaliar a disponibilidade para Readiness for Da amostra, participaram 186 (24,2%) homens e 584
Sharmênia de aprendizagem interprofissional de Interprofessional (75,8%) mulheres. Houve significância estatística (p-
Araújo Soares estudantes do Centro de Ciências da Learning valor = 0,0082) em relação à média superior das
et al. Saúde da Universidade de Fortaleza, Scale (RIPLS- mulheres (109,27) em desenvolver competências
refletindo sobre a EIP (Educação 40) colaborativas em comparação aos homens (107,5).
Interprofissional) no currículo Também foi observado um decréscimo do escore de
integrado competências colaborativas com o aumento do grupo
etário. A média geral de desenvolvimento de
competências colaborativas de todos os participantes
da pesquisa foi de 108,8, não havendo diferença
significativa por curso. O estudo aponta que os
estudantes ingressantes apresentaram alta
FIGUEREDO, 2018 Apresentar e discutir o programa Pesquisa de Os resultados sugerem que o programa desenvolve
Wilton PermanecerSUS como uma proposta campo competências como o trabalho em equipe, a
Nascimento et de educação interprofissional para etnográfica intercomunicação e a solução de problemas em
al. formação em Saúde. conjunto entre os estudantes; e proporciona integração
educação e trabalho. Entretanto, os desafios
do PermanecerSUS estão pautados em proporcionar
melhorias na relação comunicacional entre os
estagiários e profissionais do serviço e investir na
formação dos preceptores do estágio.
AMARAL, 2018 Relatar as experiências Histórico próprio O projeto constitui-se como um divisor de águas na
Vitória Ferreira interprofissionais vivenciadas no formação acadêmica, por ampliar seus diversos
do et al. projeto VER-SUS, em Sobral, olhares e pela relação dialógica com as diferentes
Ceará. categorias profissionais, gestores e usuários do SUS.
Uma das contribuições mais evidentes é a
oportunidade de construir um espaço de formação
compartilhado, que permite a execução de práticas
colaborativas.
SANTOS, 2018 Compreender tal experiência de Entrevistas Sugerem que a EIP é vivenciada quando o
Lucas Cardoso Educação interprofissional na semiestruturadas compartilhamento de saberes entre os pares, os
dos et al. perspectiva dos próprios alunos. própria trabalhadores e usuários da saúde no contexto no qual
se inserem é uma dimensão valorizada e destacada no
cotidiano das práticas de ensino-aprendizagem. Os
dados ainda apontaram aprofundamentos que estão no
entorno dos fundamentos essenciais para a
operacionalização dessa estratégia pedagógica no
ensino da Saúde, entre eles, a importância do
professor.
BATISTA, 2018 Descrever e analisar criticamente a Histórico próprio As experiências e as investigações relatadas aqui
Nildo Alves et experiência de formação demonstram que a interdisciplinaridade e as ações
al. interprofissional na graduação em interprofissionais estão presentes nas diversas
atividades e são elementos estruturantes do cotidiano
ELY, Luciane 2018 Compreender os significados da Entrevistas A disciplina integradora representa na UFRS a única
Ines; TOASSI, vivência entre profissões na individuais oportunidade de uma vivência entre estudantes e
Ramona atividade de ensino integradora de semiestruturadas, professores de diferentes cursos durante a graduação.
Fernanda uma universidade pública do sul do grupo focal, Um dos desafios para o desenvolvimento da EIP,
Ceriotti. Brasil, que acontece em serviços da observação encontrados neste estudo, refere-se ao contexto da
Atenção Primária à Saúde (APS), participante e instituição formadora.
analisando seu potencial para a EIP. registros em
diário de campo.
LIMA, Ana 2020 Analisar a percepção e manifestação Pesquisa- A cultura uniprofissional, a experiência da integração
Wládia Silva de competências intervenção. das diferentes formações e as competências
de et al. colaborativas para o trabalho em colaborativas foram perceptíveis e manifestadas pelos
equipe entre discentes de discentes nos relatos e nas ações em equipe
graduação em saúde que multiprofissional, desenvolvidas com os indivíduos e
vivenciaram o módulo integrador do as famílias, durante a experiência do módulo
estágio curricular na perspectiva da integrador do estágio curricular.
educação interprofissional.
DA SILVA, 2015 Compreender as percepções de Entrevistas Uma triangulação dos resultados levou à construção
Jaqueline professores, profissionais de saúde e semiestruturadas, de duas categorias: prática colaborativa centrada no
Alcântara estudantes sobre a articulação da grupos focais. usuário e barreiras à educação interprofissional. A
Marcelino et al. educação interprofissional com as primeira perspectiva indica a necessidade de mudar o
práticas de saúde na Atenção modelo de atenção e formação dos profissionais de
Primária à Saúde saúde, enquanto a segunda revela dificuldades
percebidas pelos stakeholders em relação à
implementação da educação interprofissional.
Fonte: Autores
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. AMARAL, Vitória Ferreira do et al. Mobilizando estudantes em defesa do Sistema Único
de Saúde (SUS): experiências interprofissionais do VER-SUS-Sobral, CE, Brasil. Interface-
Comunicação, Saúde, Educação, v. 22, p. 1787-1797, 2018.
3. CORREA, Cyntia Pace Schmitz et al. Current status of Brazilian interprofessional education:
a national survey comparing physical therapy and medical schools. Revista da Associação
Médica Brasileira, v. 65, n. 10, p. 1241-1248, 2019.
4. COSTA MV, PATRÍCIO KP, CÂMARA AMCS, AZEVEDO GD, BATISTA SHSS. Pró-
Saúde e PET-Saúde como espaços de educação interprofissional. Interface (Botucatu).
2015;19(Supl 1):709-20. http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622014.0994.
6. ELY, Luciane Ines; TOASSI, Ramona Fernanda Ceriotti. Integração entre currículos na
educação de profissionais da Saúde: a potência para educação interprofissional na graduação.
Interface (Botucatu), Botucatu , v. 22, supl. 2, p. 1563-1575, 2018 .
10. OMS. Organização Mundial da Saúde. Marco para ação em educação interprofissional e
prática colaborativa, [Internet]. Genebra: OMS; 2010 [citado 2020 Jun 22]. Disponível em:
http://new.paho.org/bra/images/stories/documentos/marco_para_acao.pdf
11. RAHMAN, Rahbel; PINTO, Rogério M.; WALL, Melanie M. HIV education and welfare
services in primary care: An empirical model of integration in Brazil’s unified health system.
International journal of environmental research and public health, v. 14, n. 3, p. 294, 2017.
12. SANTOS, Lucas Cardoso dos; SIMONETTI, Janete Pessuto; CYRINO, Antonio Pithon.
A educação interprofissional na graduação de Medicina e Enfermagem em prática na atenção
primária à saúde: a perspectiva dos estudantes. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v.
22, p. 1601-1611, 2018.
RESUMO
Utilizando a prática do design thinking como metodologia de ensino, o objetivo deste trabalho
foi analisar se tal método provoca uma reação positiva no processo de aprendizagem. Para isto,
realizou uma pesquisa-ação decorrente de uma experiência em sala de aula com os alunos do
primeiro período do curso técnico de administração do instituto federal do sul de minas –
campus Muzambinho. Foi possível identificar através dos relatos dos alunos e até observando
os comportamentos que eles se envolveram positivamente, demonstrando o desejo de ajudarem
entre si, espírito colaborativo, senso de equipe e preocupação pelo entendimento de todos os
envolvidos na atividade.
1. INTRODUÇÃO
Brown e Jocelyn, (2010) define que “a evolução do design ao design thinking é a história
da evolução da criação de produtos à análise da relação entre pessoas e produtos e, por fim,
entre pessoas e pessoas”. Simon (1969), acredita que é a mudança das condições existentes para
as ideais. E para Martin (2010), o design thinking promove o equilíbrio entre o pensamento
analítico e intuitivo, gerando nas organizações inovações que potencializam a eficiência e
competitividade. Ele é um processo de inovação centrado no ser humano que enfatiza
observação, colaboração, rápido aprendizado, visualização de ideias, construção rápida de
protótipos de conceitos e análise de negócios dos concorrentes, para influenciar a inovação e a
estratégia de negócio (LOCKWOOD, 2009).
Neste estudo considerou a seguinte definição de sobre o design thinking, ele não é
apenas uma proposta centrada no ser humano, mas é profundamente humana pela própria
natureza, pois se baseia na capacidade do ser humano em: ser intuitivo, reconhecer padrões,
desenvolver ideias que tenham um significado emocional, ultrapassando as barreiras do
funcional (BROWN; JOCELYN, 2010).
Kolb (1984), se baseia nos trabalhos de Lewin, Dewey e Piaget, que trouxeram uma
teoria de aprendizagem holística e integradora, combinando experiência, percepção, cognição
e comportamento, conforme autor:
- Dewey avança sobre o que foi dito por Lewin indo além do feedback, ele traz o
aprendizado como um transformador de impulsos, sentimentos e desejos, de experiência
concreta em ação intencional de ordem superior.
Considerando as convergências entre estes três autores, Kolb (1984), relata o quão
importante é a experiência vivencial no processo de desenvolvimento da aprendizagem e do
conhecimento. Para ele, todo aprendizado é um reaprendizado, um processo contínuo
fundamentado na experiência com importante reflexo no processo de ensino aprendizagem que
não se limita a uma ou algumas funções humanas, tais como cognição ou percepção. Envolve
funções integradas de todo o organismo: pensamento, sentimento, percepção, comportamento;
além de envolver certas transações sinérgicas entre o indivíduo e o meio ambiente.
- Aula expositiva, é mais usual, tem baixo custo, é uma apresentação oral, de forma
lógica e estruturada dirigida ao aluno;
- Dissertação, que desenvolve o senso de interpretação e faz com que os alunos busquem
a compreensão do estudo e narre as ideias centrais;
Quadro 1 - Papeis do professor e do aluno nas metodologias ativas (HARTZ; SCHLATTER, 2016).
Professor Aluno
Definir o tema a ser trabalhado, enfatizando Escolher novos conteúdos, além daqueles propostos
conteúdos considerados mais relevantes originalmente
Participar da definição das metas parciais associadas
Definir as metas globais de aprendizagem
ao processo de aprendizagem
Propor estratégias de aprendizagem Propor estratégias de aprendizagem
Definir os critérios de desempenho, esperados para Propor a forma final para o produto, fruto da
o produto final do processo de aprendizagem aprendizagem desenvolvida
Definir os prazos globais do processo Definir prazos parciais das etapas do processo
Contribuir com propostas a respeito da forma e do
Definir os critérios de avaliação
processo de avaliação
Prover infraestrutura e recursos para o processo de Complementar a infraestrutura e os recursos do
ensino e aprendizagem processo, conforme seu interesse e disponibilidade
Atuar como facilitador, mostrando caminhos e
Escolher os caminhos e os recursos para aprender
indicando recursos de apoio à aprendizagem
Dar feedback aos alunos quanto às suas atitudes, Estruturar os grupos de trabalho e escolher seu papel
habilidades e conhecimentos no grupo
Fonte: (HARTZ; SCHLATTER, 2016).
O Quadro 1 aponta que as metodologias ativas dividem a responsabilidade pela busca
por recursos e a organização do processo de aprendizagem entre professor e aluno. A adoção
deste método faz repensar o processo de ensino, e o professor deixa de ser um provedor de
O design thinking é a mudança das condições existentes para as ideais (SIMON, 1969)
e promove o equilíbrio entre o pensamento analítico e intuitivo, gerando nas organizações
inovações que potencializam a eficiência e competitividade (MARTIN, 2010). É o equilíbrio
entre o pensamento analítico e permite que os profissionais, design thinkers explorem diversas
Em sua obra autor explica a abdução como o processo para formar hipóteses
explicativas, a dedução como em algo que deve ser, a intuição como algo operatório, e a
abdução faz sugere como algo pode ser. E para que os fenômenos possam ser aprendidos ou
compreendidos, somente a abdução pode funcionar como método, o raciocínio abdutivo
formula as hipóteses antes da confirmação ou negação de um caso (PEIRCE, 1975).
A Stanford d.school é uma escola americana onde as pessoas usam o design para
desenvolver o seu próprio potencial criativo e tem como objetivo auxiliar os seus alunos a
usarem o design para promover mudanças onde quer que eles estejam. Esta escola divide o
processo de design em seis partes: entender, observar, definir, idealizar, prototipar e testar. Estas
etapas estão descritas a seguir:
b) Definir, Idealizar, Criar – nesta fase há uma mudança da explicitação para a aplicação,
é um processo de geração de ideias, em que todos vislumbrem o que deve ser feito
desenvolvendo em grupo novas ideias sobre os projetos a serem desenvolvidos.
A seguir será descrito como o design thinking foi adotado como metodologia de ensino
durante uma aula de matemática para o curso de Técnico de Administração em uma turma do
1º período do Instituto Federal do Sul de Minas – Campus Muzambinho.
Nesta parte será mostrado o caminho metodológico percorrido para a construção deste
trabalho. A ideia de elaborar este artigo surgiu a partir de debates produzidos em sala de aula
em uma disciplina de mestrado e doutorado sobre o uso do design thinking em diversos
contextos a fim de solucionar questões complexas com o envolvimento de integrantes de grupos
diversos em empresas, escolas, universidades.
O método da pesquisa-ação, neste estudo foi uma forma de tentar introduzir uma prática
diferenciada durante o processo de ensino aprendizagem sobre um conteúdo específico, além
de tentar mudar de alguma forma um contexto social específico: a sala de aula.
A preparação da aula foi realizada pela professora da disciplina e também uma das
autoras deste artigo. Nesta etapa se estabeleceu o conteúdo a ser trabalhado e em qual turma. O
conteúdo escolhido para utilizar o design thinking como método de ensino aprendizagem foi:
quantificadores lógicos e a negação dos quantificadores lógicos. A turma foi selecionada pela
facilidade de acesso da autora aos alunos.
1) Considere como verdadeira a proposição: “Nenhum matemático é não dialético”. Laura enuncia que tal
proposição implica, necessariamente, que
I. se Pablo é matemático, então ele é dialético.
II. se Ítalo é dialético, então é matemático.
III. se Vinicius não é dialético, então não é matemático.
IV. se Renato não é matemático, então não é dialético.
Das implicações enunciadas por Laura, quais estão corretas?
2) “Toda pessoa que faz exercícios não tem pressão alta”. De acordo com essa afirmação é correto concluir
que:
a) se uma pessoa tem pressão alta então não faz exercícios.
b) se uma pessoa não faz exercícios então tem pressão alta.
c) se uma pessoa não tem pressão alta então faz exercícios.
d) existem pessoas que fazem exercícios e que têm pressão alta.
e) não existe pessoa que não tenha pressão alta e não faça exercícios.
3) Se todo A é também B, e nenhum C é B, então é verdade que
a) nenhum B é A.
b) nenhum A é C.
c) nenhum A é B.
d) algum B é C.
e) algum A é C.
Além das atividades demonstradas acima os alunos poderiam sugerir e inserir outros
exercícios que considerassem relevante para o entendimento do conteúdo. Praticamente não
existe nenhum truque no kit de ferramentas do design thinker mais agradável de ser observado
Neste momento, observou um envolvimento real dos alunos, além de um grande senso
de colaboração e respeito mútuo, não apenas com aqueles que pertenciam ao mesmo grupo,
mas com a toda a turma. Alguns alunos sentiram a necessidade de ler e tentar entender sozinhos
os problemas propostos, então pediram silêncio para se concentrarem e a turma prontamente
colaborou, assim foi possível reforçar a percepção de colaboração, respeito e capacidade de
trabalhar em equipe considerando e valorizando as particularidades de cada indivíduo.
Nesta fase, foi interessante observar que os envolvidos consideravam todas as ideias e
sugestões sem criar prejulgamentos, preconceitos, risadas ou comentários desestimulantes.
Desta forma, os alunos se sentiram à vontade para contribuir e mesmo sem conseguir formular
Um dos grupos, criou nesta etapa uma espécie de passo a passo para a solução dos
problemas, foi como um guia orientador que eles tentariam seguir durante a próxima etapa.
Esse passo a passo foi sugerido por uma aluna, integrante do grupo, outros dois integrantes
inicialmente não concordaram, argumentando que para cada tipo de exercício seria exigido uma
maneira diferenciada de conduzir a solução, não sendo possível criar um único padrão. Outros
três participantes, incluindo a aluna que sugeriu o “guia”, argumentaram os benefícios do
mesmo em relação a tempo, assertividade e objetividade, então todos concordaram e seguiram
em frente.
“Professora essa aula foi ótima, é muito melhor fazer os exercícios assim, a gente
entende muito melhor” (aluna do curso).
“Nem deu para perceber o tempo da aula passando, todo mundo participa e aprende
mais. Gostei muito dessa atividade” (aluno do curso).
“Todos os professores podiam dar aulas diferentes assim, prende mais nossa atenção e
mesmo cansado de trabalhar o dia todo eu consegui ficar até o final da aula e ainda entendi o
conteúdo” (aluno do curso).
“Professora, onde você aprendeu a dar essa aula? Foi diferente e não ficamos cansados,
foi mais fácil entender a matéria e fazer os exercícios” (aluna do curso).
Talvez a oportunidade mais importante para impacto de longo prazo seja por meio da
educação (BROWN; JOCELYN, 2010). Os designers aprenderam alguns poderosos métodos
para chegar a soluções inovadoras. Como podemos utilizar esses métodos não apenas para
educar a próxima geração de designers, mas também para pensar em como a educação pode ser
reinventada visando liberar o amplo reservatório de potencial criativo humano?
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Analisando cada um dos objetivos específicos foi possível concluir que o uso do design
thinking pode de fato contribuir para o envolvimento dos alunos durante a construção das
soluções de problemas propostos em sala de aula.
Conforme demonstrando neste estudo, nas fases do design thinking foi possível
identificar que a sua utilização é de fato uma ideia inovadora de ensino e consegue alcançar as
principais necessidades de aprendizagem além de aguçar a interação entre os próprios alunos a
fim de obterem a solução dos problemas propostos.
Sendo assim, os autores sugerem a realização de outras aulas com esta metodologia e
durante as atividades o docente deve observar atentamente as reações e registre os relatos
espontâneos dos alunos para uma possível análise comparativa entre os experimentos.
BROWN, T.; JOCELYN, W. Design thinking for social innovation. Development Outreach,
v. 12, n. 1, p. 29–43, 2010.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia - Saberes necessários à prática educativa. 25a ed. São
Paulo: Paz e Terra, 1996.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2008.
MARKHAM, T.; LARMER, J.; RAVITZ, J. Aprendizagem baseada em projetos: guia para
professores de ensino fundamental e médio. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
MARTIN, R. Design thinking: achieving insights via the “knowledge funnel”. Strategy and
Leadership, v. 38, n. 2, p. 37–41, 2010.
MERRIAM, S. B. Adult learning theory for the twenty-first century. Wiley InterScience, p.
93–98, 2008.
PEIRCE, C. S. Semiótica e Filosofia: textos escolhidos. 1. ed. São Paulo: Cultrix, 1975.
PERRENOUD, P. Pedagogia Diferenciada: das intenções à ação. 1. ed. Porto Alegre: Artmed,
1997.
INTRODUÇÃO
CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICO-FILOSÓFICA
O termo inteligência emocional tem sido citado com grande frequência em pesquisas de
diversas áreas, como a psicologia, medicina, pedagogia, entre outras, e nelas muito se discute
sobre como defini-lo de forma mais apropriada, qual a sua importância para a sociedade atual
Para melhor elucidar o que são habilidades sociais, os autores as dispuseram em classes
e subclasses, sendo elas: (a) habilidades sociais de comunicação: correspondem a saber
formular e esclarecer questionamentos, reconhecer e congratular conquistas dos pares, pedir e
dar feedbacks, além de ser capaz de dar início, manter e encerrar conversações; (b) habilidades
sociais de civilidade: condizem com saber dizer “por favor” e/ou “obrigado”, apresentar-se e
despedir-se adequadamente e cumprimentar os pares quando necessário; (c) habilidades sociais
assertivas de enfrentamento ou defesa de direitos e cidadania: consistem em expressar opiniões
em termos de concordância ou discordância, fazer ou recusar pedidos, lidar com críticas,
reclamar por mudança de comportamento etc.; (d) habilidades sociais empáticas ou de
expressão de sentimento positivo: embasam-se em saber parafrasear, refletir sobre sentimentos
e expressar apoio sempre que preciso; (e) habilidades sociais profissionais ou de trabalho:
correspondem a ter habilidade para coordenar grupos, falar em público, resolução de problemas,
tomada de decisões e mediar conflitos; (f) habilidades sociais de expressão de sentimento
positivo: essa se respalda em saber fazer e manter amizades, expressar solidariedade para com
os próximos e cultivar o amor entre todos (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2006; BOLSONI-
SILVA; CARRARA, 2010).
Em quaisquer das esferas que compõem a ISE, diversas habilidades podem ser
praticadas de modo a fomentar seu desenvolvimento no indivíduo. Dentre essas habilidades as
que se destacam são: (a) abertura à experiências, relacionada com a criatividade, imaginação,
curiosidade, prazer e disposição em aprender algo; (b) consciência, na qual o indivíduo
desenvolve responsabilidade e autonomia, além do controle da impulsividade; (c) extroversão,
relacionado à sociabilidade, autoconfiança e entusiasmo com o mundo exterior; (d)
cooperatividade, ligada à tendência em trabalhar em grupo de forma colaborativa; e (e)
estabilidade emocional, que é a capacidade de conseguir ser consistente em relação às reações
emocionais, exigindo autocontrole, serenidade e autoconfiança (ABED, 2014).
Se nos atentarmos às habilidades mencionadas, veremos que todas são de grande valia
para atuação em qualquer instituição social e que atualmente, sobretudo, se fazem necessárias
para que os indivíduos que compõem a sociedade consigam se manter emocionalmente
saudáveis.
A tecnologia também tem ocupado cada vez mais espaço no cotidiano dos brasileiros.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referente ao
uso da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) no Brasil em 2017 revelou que 69,9%
dos brasileiros utilizavam internet em qualquer local naquela época, sendo o celular o
equipamento mais utilizado para esse fim (97,0%) (IBGE). Esses dados se tornam
preocupantes, uma vez que o uso excessivo da tecnologia afeta no desenvolvimento cognitivo,
sendo a cognição “o ato ou processo de adquirir conhecimentos e um procedimento por meio
do qual o ser humano interage com seus semelhantes e com o meio em que vive, sem perder
sua identidade” (SILVA; SILVA, 2017, p. 93).
Portanto, cabe à escola desenvolver de forma plena o ser humano que nela estuda
(BRASIL, 1988) e as habilidades socioemocionais abrangem diversos aspectos relacionados à
natureza humana, é de extrema importância que ela leve em consideração o desenvolvimento
dessas habilidades.
No decorrer dos últimos anos, a educação brasileira vem passando por diferentes
modificações com o intuito de melhor atender o público da contemporaneidade. Algumas
dessas modificações são pontuais e ocorrem apenas em algumas instituições ou redes de ensino,
devido à visão de mundo, de ser humano e de sociedade da equipe gestora juntamente com o
quadro de docentes dessas entidades. Entretanto, outras modificações surgem por intermédio
de documentos norteadores e, nesse caso, se aplicam a todas as instituições existentes dentro
do território no qual esse documento vigora. Esse é o caso da Base Nacional Comum Curricular
(BNCC), que surge como uma proposta que serve como base para todas as instituições, sejam
elas públicas ou privadas, bem como para coordenadores pedagógicos e educadores com o
intuito de construir um currículo que vise a formação integral dos estudantes em todo o território
nacional.
Além do currículo habitual, a BNCC conta com novas orientações de organização das
metas de aprendizagem que incluem as competências socioemocionais, promovendo, dessa
forma, um ensino além do cognitivo. O documento apresenta dez Competências Gerais da
Educação Básica, cada uma delas apresentando elementos constituintes da inteligência
socioemocional, sendo elas:
Segundo Paulo Freire (apud SCHRAM; CARVALHO, 2013), a escola deve investir na
formação continuada de seus professores para que eles possam trazer mudanças positivas para
a sociedade. Ainda segundo o autor, é necessário:
[...] refletir a presença da escola na sociedade, sabendo que ela se destina à promoção
do homem. O que necessariamente requer um educador que seja um profundo
conhecedor do próprio homem. Portanto [...] a formação dos docentes é a base para a
escola de qualidade, pois não basta apenas equipamentos tecnológicos, espaço físico,
mobiliários, antes, docentes capacitados para fazer o seu trabalho, em ação coletiva
com os educandos compreendendo o seu estar no mundo, o seu fazer, fazendo-se
(FREIRE apud SCHRAM; CARVALHO, 2013, p. 2).
Como comentado por Mota (2017), inclui-se o fato de que no sistema de ensino
brasileiro não existem nas escolas parâmetros criados para as necessidades do desenvolvimento
emocional, além do fato de que grande parte dos docentes hoje precisa de vínculos com mais
de uma escola, tendo maiores quantidades de tarefas burocráticas e, consequentemente, não
tendo tempo para se dedicar ao preparo de práticas que visam o desenvolvimento das emoções
e dos relacionamentos dentro do espaço escolar.
Paulo Freire (2003) afirma que a aprendizagem escolar está diretamente relacionada
com alguns aspectos da vida pessoal do aluno, como condições financeiras, saúde e o equilíbrio
emocional (apud SCHRAM; CARVALHO, 2013), logo, favorecer o desenvolvimento das
habilidades socioemocionais implicaria de forma positiva no processo de ensino e
aprendizagem.
Essas emoções e sentimentos podem, muitas vezes, estar relacionados a questões como
a sua autoaceitação social, posto que é durante a fase escolar que as maiores aprendizagens
sociais ocorrem. (MARCOS, 2008 apud FREITAS; MARTINS; SIMÕES, 2017). Quando não
há, por exemplo, essa aceitação social, podem-se surgir diversos problemas relacionados à
aprendizagem, como o desinteresse, dificuldades no processo de aquisição do conhecimento e
até mesmo o abandono escolar (MATOS; TOMÉ, 2012 apud FREITAS; MARTINS; SIMÕES,
2017).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
COBÊRO, C.; PRIMI, R.; MUNIZ, M. Emotional intelligence and job performance: a study
with MSCEIT, BPR-5 and 16PF. Paidéia, v. 16, n. 35, p. 337–348, 2006.
RESUMO
A Neurociência cognitiva é uma área que busca entender como acontecem os processos
cognitivos relacionados a memória, atenção, razão, percepção, aprendizagem. Nesse sentido,
muitas pesquisas apontam para aplicação dessa ciência no campo educacional. O objetivo deste
trabalho foi procurar compreender a importância do estudo da neurociência cognitiva na
formação inicial de professores de química. Optou-se por uma abordagem qualitativa,
realizando uma revisão bibliográfica para construção do referencial teórico e para compreensão
do desenvolvimento do tema no cenário internacional. Os resultados dos estudos apontaram
que nos últimos 10 (dez) anos, as pesquisas na área de neurociência cognitiva aplicada a
educação e ao ensino de química encontram-se em ascensão, indicando diversas aplicabilidades
pedagógicas para o ensino de química e demonstrando ser uma área importante de estudo e
pesquisa para professores de química desde a sua formação inicial.
INTRODUÇÃO
Para Santos (2018) é importante que docentes tenham domínio dos conhecimentos de
neurociência cognitiva pois essa bagagem teórica pode auxiliá-los a utilizar metodologias mais
REFERENCIAL TEÓRICO
Garantir eficiência nos processos de ensino aprendizagem na disciplina de química é
uma tarefa complexa, pois trabalha-se uma ciência com muitas representações abstratas e uma
linguagem cientifica que foge aos termos usuais do cotidiano. Segundo Vilela-Ribeiro (2013,
p. 782),
“A linguagem científica é composta de leis, teorias, conceitos, princípios e estruturas
próprias que os demais tipos de conhecimento não possuem, o que, a princípio,
dificulta o trabalho do professor. Dessa forma, dominar esse linguajar é essencial para
que professores e estudantes consigam estabelecer as relações devidas entre ciência,
sociedade e ambiente.”
Nesse sentido, Miller (1983) destaca que a alfabetização científica além de implicar na
capacidade de ler, escrever, compreender e expressar opiniões acerca de temáticas científicas,
ainda exige um vocabulário básico repleto de conceitos e termos científicos técnicos. Assim,
nos anos iniciais do ensino de química há a necessidade da introduzir um vocabulário científico
básico, dando início a um complexo processo de alfabetização científica. Entretanto, como
relata Cajas (2001, p.44, tradução nossa) “a transferência de conhecimentos científicos para
conhecimentos escolares é um processo complexo de movimentação do conhecimento de uma
comunidade para outra”.
Além disso, Silva (2013) destaca que as principais dificuldades de aprendizagem dos
estudantes na disciplina de química podem ser classificadas em cinco (5) categorias: falta de
base em matemática, complexidade dos conteúdos, metodologia dos professores, déficit de
atenção e dificuldades de interpretação. Além disso, Giesbrecht (1994), destaca que existem
ainda, fatores internos, como as condições físicas, psíquicas, sociais e culturais dos alunos.
Para Silva,
Nessa perspectiva, Rocha (2016, p.1) enfatiza que “O ensino de química, [...] ainda tem
gerado entre os estudantes uma sensação de desconforto em função das dificuldades de
aprendizagem existentes no processo de aprendizagem”
Evangelista (2007, apud. LIMA, 2012 p. 97) aponta que no Brasil o baixo rendimento
dos alunos na disciplina de Química no ensino médio é um fato e não há quem desconheça isto.
Algumas causas externas responsáveis pela situação são atribuídas ao preparo profissional
deficiente, a falta de formação continuada e a deficiência de condições materiais na maioria das
escolas. Nesse sentido, Mello (2009) destaca que é fundamental que os educadores trabalhem
em sua formação inicial uma atuação diferente da tradicional, privilegiando e discutindo
metodologias para o ensino básico. De mesmo modo, ressalta que a formação continuada é de
fundamental importância pois pode contribuir para a autonomia profissional, social e intelectual
dos docentes e para sua prática reflexiva, o que possibilita um processo de ensino e
aprendizagem mais significativos para o aprendiz. Assim, é importante que o docente reflita
sobre as próprias práticas pedagógicas, buscando metodologias inovadoras que facilitem o
aprendizado e ajudem a solucionar as dificuldades apontadas pelos estudantes. (BEDIN, 2016)
Bedin (2016) ressalta que é fundamental explorar e estimular o potêncial dos alunos
principalmente nas aulas de química, como também pensar e repensar as práticas pedagógicas
buscando diferentes estratégias e metodologias que facilitem os processos de aprendizagem.
“Na educação, as pesquisas estão imersas num campo complexo, cujas variáveis
internas e externas ao aluno são dificilmente controladas. [...] o trabalho
interdisciplinar entre neurociência cognitiva, psicologia cognitiva e educação tem
subsidiado pesquisas de sala de aula, esclarecendo alternativas teóricas para lidar com
os fenômenos de aprendizagem” (HORVATH et al. 2017 apud. SILVA, 2018, pag.
17).
Assim, com base no cenário exposto, acredita-se que o estudo da neurociência reflete
sobre práticas educativas que podem possibilitar minimizar problemas de aprendizagem, sendo
um subsídio valioso para a educação. Entretanto a junção desses conhecimentos com os saberes
e a prática pedagógica é responsabilidade dos educadores (Grossi, 2014).
Entretanto Tabacow (2006) destaca que as atuais diretrizes curriculares dos cursos
formadores de professores, de modo geral, não contemplam estudos voltados a neurociência.
APRENDIZAGEM E NEUROCIÊNCIA
Nesse sentido,
Portanto, o professor é responsável por elaborar estratégias didáticas para garantir esses
estímulos aos estudantes. Assim, a partir de conhecimentos neurocientíficos como os
destacados anteriormente, o docente pode pensar a elaboração de estratégias didáticas que
relacionem, por exemplo, os novos aprendizados com conhecimentos prévios do discentes,
facilitando a formação de novas conexões sinápticas.
Assim, segundo Carvalho, “as ciências do cérebro, [...] podem contribuir para a
renovação teórica na formação docente, adicionando informações científicas essenciais para a
melhor compreensão da aprendizagem como fenômeno complexo.” (2011, p. 540)
Segundo Claxton (2005 apud CARVALHO, 2011, P. 545), “se os professores não
sabem em que consiste a aprendizagem e como ela ocorre, tem as mesmas possibilidades de
favorecê-la ou de atrapalhá-la.”
Para Bedin
OBJETIVO
METODOLOGIA
Os critérios para seleção das referências foram baseados de acordo com o grau de
relevância da pesquisa, publicação do artigo na íntegra, coerência com o tema proposto e análise
do texto com base nos seguintes critérios: abordagem da neurociência aplicada a educação e ao
ensino de química, estudos acerca da neurociência cognitiva na formação inicial de professores
de química e relações entre neurociência cognitiva e ensino e aprendizagem.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi realizada uma investigação prévia do tema abordado com o objetivo de realizar um
levantamento de dados acerca do conteúdo a ser estudado. Destarte, essa etapa foi realizada
100 90
84
Os dados obtidos permitem observar que nos últimos 10 (dez) anos houve um aumento
expressivo da produção científica de estudos da neurociência aplicados a educação. É
importante destacar que após 1990 houve um aumento significativo nas pesquisas relacionadas
ao funcionamento cerebral. (Ribeiro, 2013) Porém, “Muitos também consideram o século 21 o
século do cérebro, no qual as grandes conquistas da humanidade estarão dirigidas para a
compreensão das funções neurais humanas.” (VENTURA, 2010, p. 23)
Nessa perspectiva, Brockington (2011, p.23), destaca que “[...] a experiência combinada
com fatores genéticos e biológicos, molda o cérebro humano, de modo que qualquer tipo de
aprendizagem está intimamente ligado a mudanças neurais”. Nesse sentido, para Bartoszeck
(2006) os estudos sobre a aprendizagem adotando abordagens neurociêntíficas mostram um
progresso significativo. Nesse sentido argumentativo, pode-se observar que há coerência nos
Figura 2 – Produção científica de estudos da neurociência aplicados ao ensino de química nos últimos dez anos.
neurociência aplicada ao ensino de
Produção científica do estudo da
6
5
5
4
3
química
3
2 2 2 2
2
1 1 1
1
0 0
0
2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022
Ano da publicação
REFERÊNCIAS
BEDIN, Everton; PINO, JOSÉ CLAUDIO DEL. DICUMBA: uma proposta metodológica de ensino a
partir da pesquisa em sala de aula. Ensaio Pesquisa em Educação em Ciências (Belo Horizonte), v.
21, 2019.
CHAER, Galdino; DINIZ, Rafael Rosa Pereira; RIBEIRO, Elisa Antônia. A técnica do
questionário na pesquisa educacional. Revista Evidência, v. 7, n. 7, 2012.
GROSSI, Márcia Gorett Ribeiro; LOPES, Aline Moraes; COUTO, Pablo Alves. A neurociência
na formação de professores: um estudo da realidade brasileira. Revista da FAEEBA, v. 23, n.
41, 2014.
GUERRA, Leonor Bezerra. O diálogo entre a neurociência e a educação: da euforia aos desafios
e possibilidades. Revista Interlocução, v. 4, n. 4, p. 3-12, 2011.
LIMA, Gabriel Carvalho de. Neurociências e teorias da educação: Estratégias que buscam a
eficiência na aprendizagem.
LOPES, Ederaldo José et al. Revolução cognitiva e processamento de informação sessenta anos
depois: retrospectiva e tendências. Memorandum: Memória e História em Psicologia, v. 35,
p. 40-64, 2018.
MORALES, Rosilene. Educação e neurociências: uma via de mão dupla. 28ª reunião Anped.
Caxambu (MG), 2005.
PANTANO, Telma; ZORZI, Jaime Luiz. Neurociência aplicada à aprendizagem. São José dos
Campos: Pulso, 2009.
PUEBLA, Ricardo; TALMA, M. Paz. Educación y neurociencias: La conexión que hace falta.
Estudios pedagógicos (Valdivia), v. 37, n. 2, p. 379-388, 2011.
RESUMO
O presente trabalho tem objetivo de apresentar subsídios informativos, de ordem prática e
teórica, embasados em textos acadêmicos da literatura especializada, nos quais, autores
renomados, dissertam, questionam, debatem e lecionam acerca da importância da
psicomotricidade do ato de brincar na vida da criança, em especial, na primeira infância. Neste
caminho, buscou-se enfatizar a importância das bases psicomotoras na Educação Infantil,
ambiente adequado e peculiarmente próprio, para atividades lúdicas. Não obstante, foi
constatada a necessidade de verificar e compreender o ato lúdico como instrumento que fornece
a criança experiências necessárias e essenciais ao seu desenvolvimento físico, intelectual e
psicossocial. Seguindo essa linha de pensamento, é possível inferir que as atividades lúdicas
desencadeiam um processo natural, prazeroso e intrínseco em cada criança fazendo com que a
brincadeira promova explorações diversas por meio do corpo e do ambiente em que ela se
encontra.
1. INTRODUÇÃO
De acordo com Alves (2003, p. 15), “[...] a Psicomotricidade envolve toda a ação
realizada pelo indivíduo, que represente suas necessidades e permitem sua relação com os
demais. É a integração psiquismo-motricidade”.
Sob um aspecto mais específico, este trabalho delineou os seguintes objetivos: descrever
a importância da psicomotricidade para a criança; entender o corpo como meio de comunicação,
podendo ser utilizado em variados processos cognitivos; identificar os eixos norteadores
curriculares que compõe as diretrizes da educação infantil em suas práticas pedagógicas.
Assim, para viabilizar o teste da hipótese, foi realizada uma pesquisa bibliográfica
aprofundada, por meio de leituras de títulos de autores fortemente citados e de grande
importância na literatura especializada.
A inteligência, portanto, é uma adaptação ao meio ambiente. Para que isso possa
ocorrer, é necessário, inicialmente a manipulação dos objetos do meio com a
modificação dos reflexos primários. (OLIVEIRA, 2007, p. 31, apud FALCÃO,
BARRETO, 2009, p. 88).
Segundo Mutschele(1996), etimologicamente teríamos psique: mente, Motricidade,
propriedade de que possuem certas células nervosas de determinar a contração muscular. Nicola
(2004 citado por MONTEIRO 2015), diz que psicomotricidade é uma ciência nova que estuda
o homem com objetivo corpo e movimento associando na atividade psicomotora e suas
modificações em relação aos lugares, expressões e sensações.
Segundo Falcão (2009), destaca que a princípio a psicomotricidade foi introduzida nas
escolas especializadas como um dos recursos pedagógicos. que distinguia corrigir distúrbios e
preencher lacunas de desenvolvimento das crianças excepcionais.
A criança tem que adquiri conhecimentos para que possa controlar seu corpo,
respeitando uns aos outros e ajudando nas noções morais. Podemos afirmar o quanto a
3. O BRINCAR E O CORPO
A criança se movimenta o tempo todo, corre, pula, rola, joga, brinca e se diverte
utilizando os movimentos que seu corpo é capaz de executar. Marques (2009) afirma que o
corpo está presente em todas as manifestações do ser humano, sendo o primeiro elemento
utilizado para realizar as conexões necessárias na construção do caminho do conhecimento
adquiridos ao longo da vida do indivíduo.
Camargo (2014) contextualiza que o “brincar corporal propõe trabalho com o corpo
e o movimento em suas diversas dimensões, física, sociais, emocionais, lúdicas, afetivas e
expressivas”. De acordo com Lobo (2013),
4. O BRINCAR E A PSICOMOTRICIDADE
A Psicomotricidade não aborda com aprendizados motores que nos pareçam bonitos ao
olhar externo, e sim, com atividades significantes e ricas de simbolismo, ajudando a criança a
desvendar e descobrir o mundo a sua volta. Do mais simples ao mais complicado e do mais
natural ao mais elaborado e coordenado.
[...] o esquema corporal pode ser considerado como uma intuição de conjunto ou de
um conhecimento imediato que temos do nosso corpo em posição estática ou em
movimento, na relação de suas diferentes partes entre si, sobretudo nas relações com
o espaço e os objetos que nos circundam (LE BOULCH, 1983, p. 37).
A psicomotricidade deverá contribuir para que a criança compreenda o modo como se
sente, que “escute” seu corpo, articulado ao seu desejo inconsciente, facilitando o trabalho e as
intervenções. Colaborar com a corporeidade e suas significações, sua linguagem corporal.
O brincar de forma prazerosa oferece significado para a criança, e tais significados estão
sujeitos ao uso de símbolos, por isso o brincar não deve ter o foco exclusivamente no brinquedo,
Boulche (1987) explica que o trabalho psicomotor ajuda a criança a controlar sua
motrocidade, de uma boa base rítmica com controle tônico e de relaxação cautelosamente
conduzido de extrema importância que o professor saiba que um trabalho corporal e nâo com
punições ajudará uma criança incapaz a controlar melhor.
A criança estrutura suas marcas buscando qualificar seus afetos e elaborar as suas ideias,
constituindo-se como pessoa e integrando estes estímulos, produzindo marcas que a façam
perceber a si e ao outro na relação com o meio. Este processo nada mais é do que a vivência
dos elementos psicomotores dentro de contextos histórico-culturais e afetivos significativos que
se aliam a isso para chegar a uma coordenação motora fina, necessária à construção da escrita.
Desta forma deve-se propiciar a criança um ambiente propício para o aprendizado, não
negligenciando nenhum dos aspectos pessoais e educacionais. Segundo Rossi (2012, p. 2) a
psicomotricidade “constitui-se como um fator indispensável ao desenvolvimento global e
uniforme da criança, como também se constitui como a base fundamental para o processo de
aprendizagem dos indivíduos”.
Para isto o educador deve estar preparado para iniciar a educação através da
psicomotricidade, extraindo dos seus alunos todas as informações necessárias para um melhor
planejamento das suas aulas. Através das atividades psicomotoras o professor pode conhecer
mais de perto seus alunos, distinguindo suas particularidades, dificuldades e maneiras de
demonstrar afeto.
6. CONCLUSÕES
Por fim, resta afirmar que, psicomotricidade e o brincar permitem que a criança aprenda
enquanto se diverte, de forma natural, sem ser forçada, levando, de modo geral ao
desenvolvimento pessoal, social e cultural de cada indivíduo.
REFERÊNCIAS
CAMARGO.D. O brincar corporal na educação infantil: reflexões sobre o educador sua ação e
formação. São Paulo: Inter saberes, 2014.
LOBO.C.J.A importância do brincar na Educação Infantil para as crianças de três a quatro anos.
São Paulo, 2013.Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
– UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Pedagogia, 2013.
PROUST, M. Em busca do tempo perdido - Do lado de Swan. Relogio D’agua, Lisboa, 2003.
Traducao: Pedro Tamen.
RESUMO
O presente estudo tem por finalidade a identificação e análise dos métodos utilizados por
professores e profissionais da Educação Física, e um processo de revisão bibliográfica, nos
quais foram identificados os mais diversos agrupamentos de métodos ativos e tradicionais, para
identificarmos sua utilização foi aplicado um questionário constituído de questões abertas e
fechadas para 10 sujeitos que atuam em escolas da cidade de Guarabira-PB. A análise dos dados
foi pela estatística descritiva e pela análise do discurso de Bardin (1977). Os resultados
demonstraram que a maior parte dos profissionais de Educação Físicanão se utiliza de métodos
ativos de ensino e aprendizagem, e que não existe uma diferença na utilização dos métodos de
aprendizagem entre as escolas. Conclui-se que é necessário repensar o processo de formação
inicial e continuada desses profissionais no que diz respeito ao ensino dos estudantes que são
confiados aos mesmos afim de buscar uma melhoria na Educação Física dentro âmbito escolar.
INTRODUÇÃO
Dessa forma, é importante salientar que a EF durante a história foi influenciada por
várias concepções pedagógicas que são difundidas no ambiente escolar até aos dias atuais. No
entanto, irei concentrar os estudos apenas na concepção pedagógica Crítico-Superadora da EF
com o objetivo de realmente promover estratégias metodológicas ao professor de EF no
processo de ensino aprendizagem.
Essa modalidade pedagógica Crítico-Superadora foi criada diante uma fase a qual EF
enfrentava um momento de crise epistemológica. A fase inicial dessa crise se deu, na década
de 70, uma vez que viu-se que faltava à EF um caráter científico. Logo após as circunstâncias
levou um direcionamento diferenciado levando a prática pedagógica escolar a mudanças que
hoje são visualizadas na EF (Bracht 1999, apud GEREZ; DAVID, 2009, p. 80).
Sendo assim, os ideais básicos deste estudo esta embasado concepção pedagógica
Crítico-Superadora, no que se refere ao projeto do currículo escolar da EF, que propõe-se esta
ligado a um plano político-pedagógico da escola. Também refletirei sobre o processo
metodológico de ensino aprendizagem, sistematizando os conteúdos da EF na visão Crítico-
Superadora para a dinâmica dos conteúdos ministrados durante o discorrer da disciplina.
Segundo com os relatos da EF brasileira, nos anos 80 aponta que os primeiros elementos
trás um parecer às concepções pedagógicas liberais da EF, pelo qual o currículo escolar tinha
um modelo esportivo técnico à aquela época para melhor a aptidão física, preparando atletas
para eventos esportivos existentes.
Por esse motivo esportista tecnicista iniciou a ser contrariado. Aqui no Brasil, o país se
tornara uma nação olímpica e as competições na classe elite não aumentaram os números de
pessoas que praticariam atividades físicas. Assim, gerou-se uma profunda crise de identidade
em discursão dentro da EF, onde houve uma transformação significativa nas politicas
educacionais: a EF escolar trouxe para um debate no quais apareceramas primeiras ideias que
serviriam para novos modelos da EF. Recentemente o sistema da sociedade civil, bem como a
entidades estudantis, sindicais e partidárias, juntaram-se aos setores do meio universitário com
orientações progressistas. Ao mesmo tempo, a criação dos primeiros cursos de pós graduação
em EF, os professores que estavam no exterior voltavam ao país, bem como as publicações de
um numero expressivos de livros e revistas, sem falar no aumento do números de congressos e
outros eventos realizados de natureza igual (BRASIL, 1998).
Nesse caso surgira assim à concepção pedagógica critico superadora de forma planejada
Entendermos todos aspectos pedagógicos, são algumas características próprias que nos
são apresentadas: "diagnóstica, judicativa e teleológica". Diagnosticadas porque se constata a
realidade dos fatos; se faz a justificava, porque de forma ética há uma representação de um
calasse dominante social; e teológicas, porque se acreditam onde querem chegar. Essa direção,
dependendo da perspectiva da classe de quem reflete, poderá ser conservadora ou
transformadora dos dados da realidade diagnosticados e julgados, levando ao educador uma
melhor visão da realidade para o seu planejamento. (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p.
14,15).
Neste caso uma luta através de interesses próprios provoca uma crise. E diante desta
crise surgem várias pedagogias. Para vários autores (1992, p.14), estes ensinamentos são tese e
processo para construção de uma discussão, explicações sobre a ação social praticada na
sociedade, onde a educação vai provocar um novo movimento que atingaas classes sociais
dominantes.
Pesquisando sobre o assunto exposto, percebeu que a EF escolar fez critica alguns
princípios e individualismo, bem como discriminação em algumas classes (mulher,
homossexual, negro, pessoa com alguma deficiência, etc) para assim superar os valores e tornar
de forma igualitária uma sociedade dominante capitalista.
Essa disciplina além dos aspectos da aptidão física e da cultura corporal,o jogo,
esporte, ginástica e dança, ou outros temas podem compor e relacionar com outros
programas curriculares de grandes problemas sócio-políticos atuais supracitados, que
merece uma ressalva, como os problemas ecológicos, sexuais, saúde pública, relações
sociais do trabalho, preconceitos sociais, raciais, da deficiência, da velhice,
distribuição do solo urbano, distribuição da renda, dívida externa e outros” para que
os educandos através dessa disciplina possa também viabilizar a leitura da realidade
estabelecendo laços concretos com projetos políticos de mudanças sociais. (IDEM,
1992, p.42).
Nos dias atuais entende-se que a escola não tem que ser apenas um espaço físico para
atividades, mas que faça dela um aprendizado reflexivo de forma planejada, com gestão,
coordenação e professores para discussão de conteúdos, na intenção de que os alunos agucem
sua curiosidade e com motivação e atitudes cientifica possam identificar problematização e
superação socioeconômicos onde a escola não pode se opor, e sim, levar aos alunos a reflexão
sobre os fatos que o rodeiam. É através das atividades (jogos, danças, ginasticas, entre outros)
que se faz os alunos a perceber há superação de cada um dentro da problematização apresentada.
Note-se que para o Coletivo de Autores:
Nesse sentido, uma proposta organizada em ciclos foi apresentados: o primeiro ciclo vai
da pré-escola até a 3ª série, o segundo ciclo vai da 4ª à 6ª séries do Ensino Fundamental, o
terceiro ciclo vai da 7ª à 8ª séries do Ensino Fundamental e quarto ciclo se dá na 1ª 2ª e 3ª séries
do Ensino Médio.
Essas ideias de ciclo de escolarização foram fundamental motivado pelo projeto Crítico-
superadora, onde tem uma estrutura similar com algumas adequações, porém a própria LDBEN
de 1996 altera a sua redação através da pela Lei nº 11.274, de 2006 que estabeleceu no seu Art.
32. “O Ensino Fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos” levando uma mudança
no processo de escolarização onde o Ensino Fundamental era organizado em 8 anos e agora
passa a ser organizado 9 séries anuais, ficando o ciclo de escolarização da EF organizado da
seguinte forma: o primeiro ciclo que compreende a 1º 2º e 3º ano, ,o segundo ciclo 4º e 5º ano,
,o terceiro ciclo 6º e 7º ano e o quarto ciclo 8º e 9º ano.
Todo esse conteúdo é muito importante para que possamos compreender num processo
CONTEÚDO: JOGOS
d) Jogos cujo conteúdo implique a inter-relação do pensamento sobre uma ação com a
imagem e a conceituação verbal dela, como forma de facilitar o sucesso da ação e da
comunicação.
h) Jogos cujo conteúdo implique o sentido da convivência com o coletivo, das suas
regras e dos valores que estas envolvem.
k) Jogos cujo conteúdo implique a elaboração de brinquedos, tanto para jogar em grupo
como para jogar sozinho.
(IDEM,1992, p.47)
Quadro 4- O Jogo no Ciclo de Sistematização do Conhecimento (1º a 3º ano do Ensino
Médio)
Logo abaixo apresentarei as principais modalidades esportivas com base no coletivo dos
autores, tendo como critérios a aprendizagem no Esporte no ambiente dentro das aulas de EF.
Quadro 5– Futebol
a) O futebol enquanto jogo com suas normas, regras, e exigências físicas, técnicas e
táticas;
b) O futebol enquanto espetáculo esportivo;
c) O futebol enquanto processo de trabalho que se diversifica e gera mercados
específicos de atuação profissional;
d) O futebol enquanto jogo popularmente praticado;
e) O futebol enquanto fenômeno cultural/que inebria milhões e milhões de pessoas em
todo o mundo e, em especial, no Brasil.
(IDEM,1992, p.49)
Quadro 6- Atletismo
Corridas:
a) De resistência.
b) De velocidade — com e sem obstáculos.
c) De campo — cross-country.
d) De aclives-declives (de rua ou pedestrianismo).
e) De revezamento.
Saltos:
f) No sentido horizontal: extensão e triplo.
g) No sentido vertical: altura e com vara.
Arremessos:
h) - Implemento: peso.
Lançamentos:
i) Implementos: dardo, disco, martelo.
(IDEM,1992, p.51,)
Quadro 7– Voleibol
Defender:
(IDEM,1992, p.52)
Em relação aos conteúdos Lutas, os autores expõem por meio da cultura corporal como
Capoeira, onde sua origem se dá desde o Brasil antigo onde havia uma escravidão e os negros
em sua maioria no país eram obrigados a servir sem nenhum vínculo empregatício ou
remunerados. Estes por sua vez eram oprimidos num trabalho escravo e como uma forma de
defesa pessoal contra a opressão. Assim a EF brasileira introduziu sua cultura com a finalidade
de resgatar sua história do passado, bem como um movimento cultural e despertar uma
curiosidade reflexiva sobre o comportamento de seus alunos. Existes vários alertas da EF,
inclusive no judô e outra artes marciais que podemos fazer um estudo mais trabalhado com
trabalhos técnicos e atividades lúdicas para fazer um auto superação dos educandos (IDEM,
1992 p.53).
CONTEÚDO: GINÁSTICA
(IDEM,1992 p. 56)
Quadro 11 - A ginástica no Ciclo de Ampliação da Sistematização do Conhecimento (6º a
9º ano do Ensino Fundamental)
(IDEM,1992 p. 56)
Quadro 12 - A ginástica no Ciclo de Sistematização do Conhecimento (1º a 3º ano do
Ensino Médio)
(IDEM19,92 p. 56)
Através da dança dentro dos processos técnicos, espaços e energia inclui uma
aprendizagem da EF em toda Educação Básica de forma expressiva através dos ritmos no
Brasil, proporcionando aos educandos uma linguagem corporal como uma identidade de
formação. Assim sendo os autores planejou várias características de danças e irei fazer uma
adequação deste conteúdo de dança de forma criteriosa para um modelo da escolarização atual.
(IDEM,1992 p. 60)
Quadro 15- A dança no Ciclo de Ampliação da Sistematização do Conhecimento (6º a 9º
ano do Ensino Fundamental)
a) Danças técnicas e expressivamente aprimoradas e/ou mímicas, com temas que atendam
às necessidades e interesses dos alunos, criados ou não por eles próprios. (É importante
promover a compreensão da corporeidade como suporte da expressão/comunicação,
bem como estimular a criação de grupos de dança/mímica com organização e
funcionamento de responsabilidade dos próprios alunos, com ampla interação com a
comunidade).
(IDEM, 1992 p. 60)
Tendo em vista que os autores pode demonstrar uma aprendizagem de forma planejada
e a partir dela implementar um planejamento para cada etapa da educação básica. Nota-se que
nos quadros acima mencionados houveram uma adequação nos níveis de escolarização e assim
assimilar um conteúdo de aprendizagem nas escolas atuais existentes.
OS PROCEDIMENTOS DIDÁTICO-METODOLÓGICOS
Dentro desse contexto os autores apresentaram dois pontos muito importantes para aula
de EF, onde primeiro a “Estruturação de Aulas” e o segundo “Tematização de Aulas”
Buscando trazer uma aprendizagem onde podemos alinhar a teoria com a prática e assim
fazer com que o aluno possa refletir sobre a realidade para se obter um resultado de forma total.
Foi proposto uma tematização de aulas por parte do Coletivo de Autores para que
houvesse um impulso na reflexão de aulas, estes foram dividida em três fases: primeira fase os
conteúdos e objetivos da unidade serão apresentados aos alunos para que os mesmos possam se
organizarem e assim colocar em prática as atividades sugeridas; segunda fase preencher com o
tempo maior possível toda a aprendizagem e terceira fase, procurar avaliar os trabalhos
realizados nas fases anterior com probabilidade de conclusões subsequentes em aulas deste
Primeira fase
• Conversação com os alunos sobre as formas de se exercitar para
descobrir as possibilidades que cada um tem de executar movimentos
artísticos/acrobáticos.
• Preparar junto com os alunos os materiais que provocam o
desequilíbrio e, portanto, exigem a equilibração. A falta de aparelhos
especiais pode ser suprida com materiais criativos como: tábuas
colocadas em diferentes alturas e inclinações, tábuas suspensas com
cordas que, além oferecer a base de sustentação diminuída, oferecem
situação de equilíbrio instável. Pode ser interessante, também, a
utilização de tijolos, cubos de madeira ou cimento etc, muros de pouca
altura, ou outros materiais que ofereçam possibilidades de
desequilíbrio.
Segunda fase
• Propor aos alunos a exercitação nesses materiais buscando:
(IDEM1992 p. 65)
Diante dessa estruturação e tematização destas aulas por fases apresentadas, o educador
usou uma metodologia que fizesse com que os alunos compreendesse toda a aprendizagem de
forma planejada e os torna-se em um ser reflexivo diante das situações apresentadas no
cotidiano dentro de uma realidade vivenciada e assim superar os desafios nas dimensões do
CONCLUSÃO
Com este estudo pode-se perceber que essa modalidade de ensino apesar de ter sido
criada a décadas atrás é relevante para o ensino da EF em dias atuais, um vez que a mesma se
propõe a trabalhar superando a desigualdades existentes nas classes sociais. A concepção
Crítico-Superadora por sua vez visa visa mediante à cultura corporal a ampliação dos saberes
socialmente produzidos e historicamente acumulados pela humanidade, que necessitam ser
retraçados e transmitidos para os alunos na escola, inclusivenas aulas de EF.
É presumível coligar, além disso, que esse padrão de educação está pautado em um
projeto político-pedagógico que coliga a visão da escola no aprimoramento curricular, tendo
em vista a vasta variedade de comportamentos e variação da realidade social do alunado.
Estima-se que através do movimento corporal este que pode ser disposto por meio de
varias modalidades as quais podem-se citar: jogos, danças, lutas, exercícios ginásticos, esporte
e outros pode-se criar um novo olhar social para os educandos uma vez que os mesmos
adquirem um isto um amadurecimento social, e aprimoramento pelas artes que geram esta
proposta de ensino.
Diante disso, acredito que desta forma estarei contribuindo e favorecendo discussões
mais ricas, não só para os docentes da área da EF escolar, mas também para os envolvidos no
processo educacional que queiram aprofundar-se nessa área do conhecimento.
REFERÊNCIAS
RESUMO
Esse artigo expõe os resultados obtidos na realização do projeto de extensão intitulado
“Integração cultural a partir das aulas de língua espanhola: em busca do reconhecimento da
nossa identidade latino-americana”, que teve como intuito principal sensibilizar e apresentar às
gerações futuras a grandeza da América Latina, visando desenvolver um sentimento de
pertencimento e identidade com o sub-continente. O que somos? Somos brasileiros, negros,
mestiços, índios, somos, sobretudo, latino-americanos. Tendo em vista que a identidade é
construída socialmente e desempenha escolhas políticas de grupos humanos, pretendeu-se, com
esse projeto, dar visibilidade à cultura de grupos silenciados pela supremacia norte-americana,
despertando nos alunos o interesse pela cultura dos povos que comungam de valores e interesses
comuns aos nossos dentro do cenário mundial. A proposta contemplou estudantes do 9° ano do
ensino fundamental que, através das aulas de língua espanhola, entraram em contato com os
costumes, as crenças e a cultura geral dos povos latino-americanos, visando fazê-los se
reconhecerem como parte integrante desse universo cultural, serem protagonistas da
transformação do mundo e por meio do diálogo transpor fronteiras, pois segundo o educador
Paulo Freire (apud Padilha, 2001, p.101): “O diálogo é o encontro amoroso dos homens que,
mediatizados pelo mundo, o pronunciam, isto é, o transformam, e, transformando-o, o
humanizam para a humanização de todos”. Com essa proposta dialética, pôde-se constatar o
interesse dos estudantes participantes deste projeto pela busca de conhecimento sobre a
identidade, cultura e ideais latino-americanos. A apresentação da língua espanhola como
recurso identitário fomentou nos envolvidos uma curiosidade em se aprofundar nas questões
sociais e culturais oriundas da região.
1. INTRODUÇÃO
Desde o início da globalização, no século XX, cada vez mais o mundo se apresenta
conectado, seja através de influências políticas, econômicas ou sociais. A comunicação entre
países distintos se tornou cada vez mais fácil e simples. É irrefutável que os países norte-
americanos e europeus exercem grande domínio e poder econômico no cenário mundial. Por
isso, quanto mais se volta o olhar para as culturas nortistas, mais se distancia da raiz latina. A
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Ou seja, a identidade deve ser entendida como uma síntese que o indivíduo faz de si
mesmo a partir da interação que ele estabelece com o meio social e histórico-cultural, interesses
e condutas que constituem a representação do eu e do outro, da qual emerge um cenário de
semelhanças e diferenças sociais, psíquicas e culturais.
Com o objetivo de trazer um estudo dos direitos humanos focado nos latino-americanos,
em meados de 1950 e 1970, surge uma corrente de pensamento filosófico chamada Filosofia
pela Libertação, criada pelo argentino Enrique Dussel. De certa forma a cultura latina continua
mantendo estreitos laços com a hegemonia europeia, de tal maneira, é necessário romper as
ligações e direcionar a atenção para a libertação do pensamento latino. De acordo com Dussel
(1996, p.20 apud Borges), “somos apenas papagaios repetidores da filosofia que se produziu na
Europa. É preciso reformular os pensamentos filosóficos latino-americanos, para trabalharmos
nossa realidade.”. Logo, o autor explicita a importância pela busca da identidade latina no que
tange às linhas de pensamentos ideológicos, uma vez que, desde a chegada dos europeus, o
objetivo era que a América Latina fosse transformada em nova Europa, razão que pode ser
explicada pela nomenclatura de alguns Virreinatos, como é o caso de Nueva España.
Outrossim, é sabido que a mídia sempre exerceu influência sobre o modo de pensar, agir
e ver a realidade a qual estamos inseridos, contudo, percebe-se que, desde a colonização, o
latino-americano teve sua identidade, cultura e crenças ofuscadas pelos europeus que chegaram
ao continente e, em pouco tempo, introduziram o seu estilo de vida aos aborígenes que viviam
na hoje conhecida como América Latina. Na busca por uma conexão com a atualidade, pode-
Nesse contexto, depois que a dependência com os espanhóis foi rompida, a Europa já
não podia ser vista como completa responsável por tal ofuscamento de identidade. Assim, torna-
se culpado o próprio americano que ansiava ser utopia europeia, ao invés de valorizar a própria
cultura e passado histórico. Por isso, naquele momento, fazia-se necessário que o americano
almejasse um futuro baseado e afirmado em sua realidade latino-americana.
Por essa razão, existia ainda a necessidade de libertação dos latino-americanos das
correntes da opressão exercida pelos europeus, as quais ainda se faziam presentes mesmo após
a conquista da independência, pois afirma Mariátegui (1989, p. 96 apud Zea) que o conceito de
raças inferiores serviu ao ocidente para sua obra de expansão e conquista no período colonial,
pretendendo-se criar duas “Europas”. Contudo, era necessário traçar um horizonte novo e
independente.
O autor Luciano dos Santos faz várias menções em seu livro Identidade Latino
Americana, publicado em 2016, sobre o filósofo mexicano Leopoldo Zea, o qual afirma que:
Ainda assim, mesmo com processos de colonização distintas entre o gigante lusófono e
os hispânico-americanos, é possível perceber que Zea possui o sentimento de pertença em
relação à América Latina, pois, após passar certo tempo de sua vida em países da América do
Norte, ele afirma:
"Em nenhum momento, eu me senti estranho. A Argentina, como mais tarde o Brasil,
o Chile e o Peru, todo esse conjunto de povos desta América que pude conhecer era
sentido por mim como uma extensão natural. Pude sentir como minhas suas
preocupações ante a dificuldade de seus problemas, indignar-me quando a violência
estava presente e condoer-me quando essa violência parecia triunfar. Uma nova
maneira de sentir-se homem entre os homens, igual entre iguais. (ZEA, 1971a, p.7
apud Santos)."
À vista disso, após notar as diferenças entre o país norte-americano onde esteve e
comparar com os países da América Latina, o filósofo pôde reconhecer naquelas nações uma
extensão de si. Por isso, a fundamentação teórica do projeto foi baseada em fomentar nos alunos
contemplados essa sensação de pertencimento. Hoje, graças a internet e ao advento da
globalização, é possível entrar em contato com diversos aspectos culturais da região,
principalmente no que permeia os tipos musicais. Diversos artistas brasileiros buscaram
parcerias com cantores de outras nacionalidades latino-americanas, em especial a cantora
Anitta, a qual, além de introduzir o Reggaeton no repertório brasileiro, levou a cultura regional
Esse projeto nasceu do desejo de apresentar aos alunos uma América Latina rica e de
muitas semelhanças entre os povos de diferentes nações, na tentativa de despertar nesses jovens
o sentimento de pertencimento a esse continente e a essa história. Silenciar a força e a beleza
desse continente é negar todo um passado de lutas e vitórias que deve ser conhecido para que
seja valorizado. A valorização, dessa forma, acontecerá pelo conhecimento, de tal maneira que
não se pode valorizar o que não se conhece. Faz-se necessário um despertar para uma maior
socialização desses aspectos e do valor da identidade regional. Nesse processo de descoberta
de semelhanças, desperta-se uma sensação consciente das diferenças e uma atenção voltada às
inúmeras possibilidades de intercâmbio entre essas culturas, que podem ser valiosas na
construção de sociedades mais solidárias dentro desse continente tão vasto.
Por isso, para que a identidade latino-americana não permaneça apenas nos países
vizinhos, é necessário disseminar pelo Brasil não apenas as semelhanças de etnias e culturas
compartilhadas, mas também as lutas e os movimentos sociais em comum. Acerca dessas lutas,
Sandro Mazzio (2015) afirma:
Pode-se levar essa afirmação de Brandão a um plano maior de nação, em que só pela
interação com esses povos poderá convergir para o sentimento de pertencimento e identificação,
reconhecendo-se como brasileiros, mas pertencente orgulhosamente a esta rica região.
3. METODOLOGIA
A metodologia para a realização deste artigo foi bibliográfica. Por outro lado, a técnica
de ensino do projeto foi executada sob a luz da Teoria da Escolha, elaborada pelo psiquiatra
William Glasser (1998). Sua teoria consiste na ideia de que a escolha pelo estudo nasce do
interior de cada indivíduo. Portanto, a pressão dentro do ambiente de sala de aula, reclamações
e reprovações não são estímulos eficazes durante o processo de aprendizagem, pois essas
motivações são externas ao indivíduo. Além disso, exercícios massivos e longos também não
foram utilizados, pois, através da Teoria da Aprendizagem de Skinner, é possível perceber que
atividades repetitivas e reforços negativos não geram resultados a longo prazo. Dito isso, o
aluno deve ser estimulado por meio de debates, conversas, interações – atividades que o
envolvam de forma ativa – para que, dessa forma, desenvolva ou desperte dentro de si o desejo
de aprender, tornando-se componente ativo e protagonista do processo de aprendizagem.
Diante do exposto, o projeto teve como objetivo se distanciar das metodologias passivas
de ensino, tais como: a leitura isolada, escuta, visualização, visualização e escuta. Contrário a
isso, atividades como conversar, perguntar, reproduzir, debater, escrever, interpretar, expor
opiniões, traduzir, identificar, diferenciar, explicar, ilustrar, elaborar etc, foram mecanismos
que incentivaram o estudante a compreender, buscar informações, pensar criticamente, ser
autônomo de seu próprio conhecimento – tornando-se protagonista do ensino e da
aprendizagem.
1. Seleção: Os alunos foram selecionados para participar do projeto através de uma avaliação
realizada pela Escola Municipal Mariana Lima (até meados de agosto de 2018) e na Escola
Municipal Laura Florêncio, com critérios estabelecidos pela gestão das mesmas. Foram
aprovados 40 alunos em 2018 e 20 alunos em 2019 para participar deste projeto.
2. Criação do cronograma: Foi solicitada a realização de uma reunião entre a coordenadora,
bolsistas e voluntários para a criação de um cronograma que continha os assuntos abordados
durante o projeto, com datas pré-estabelecidas.
3. Criação dos planos de aula: As aulas eram guiadas por um plano semanal e supervisionadas
pela coordenadora do projeto.
4. Encontros: Os encontros presenciais com os bolsistas e a coordenadora do projeto foram
bem-sucedidos e o contato com o grupo discente se manteve através de recursos tecnológicos
(WhatsApp, Kahoot, Instagram e Youtube) com fins pedagógicos.
O projeto foi realizado com alunos do 9º ano em duas escolas do município de Caruaru,
no Agreste Pernambucano, a Escola Municipal Mariana Lima e a Escola Municipal Laura
Florêncio. Pode-se dividir a realização em duas etapas, tendo o ano como referência. No
primeiro estágio, cada uma contou com dois encontros semanais, com duração de 2h cada,
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
5. REFERÊNCIAS
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,1987. p. 33-43.
MOURÓN,F.,& Onuki,J. (2015). ¿Brasil es un líder en América del Sur? El papel brasileiro
a través del concepto de liderazgo situacional. Estudos Internacionais. v.3 n.1.
HTTPS://BRASIL.ELPAIS.COM/BRASIL/2020/04/28/EPS/1588071836_724307.HTML. El
Pais, [s. l.], 12 mar. 2020. Disponível em:
https://brasil.elpais.com/brasil/2020/04/28/eps/1588071836_724307.html. Acesso em: 21 jan.
2021.
BRASILEIRO despreza identidade latina, mas quer liderança regional, aponta pesquisa. BBC,
[s. l.], 21 dez. 2015. Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/12/151217_brasil_latinos_tg. Acesso em: 31
jan. 2019.
SANTOS, Luciano dos. Identidade da América Latina: O projeto intectual de Leopoldo Zea.
[S. l.: s. n.], 2016. Disponível em:
https://editora.ifg.edu.br/editoraifg/catalog/download/15/14/45-1?inline=1. Acesso em: 27 jan.
2021.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo relatar a aplicação de práticas experimentais de Física
realizadas no mês de abril do ano de 2018 através do projeto Jovem do Futuro, desenvolvido
como um plano de ação da Unidade Escolar Amaro Alves Portela no município de Caraúbas,
no estado do Piauí. As práticas foram selecionadas antecipadamente e uma turma do 2º Ano foi
escolhida para participar das atividades. No Piauí, encontramos várias escolas que não possuem
um laboratório de Física, apresentando uma infraestrutura escassa, onde os docentes são
considerados como grandes heróis na árdua tarefa de ensinar. Vemos uma grande importância
nas aulas práticas, porém elas são pouco utilizadas devido a vários fatores. O processo de ensino
e aprendizagem de Física se torna bem mais claro e completo quando o aluno aplica na prática,
num laboratório experimental, todo fundamento teórico. Utilizando apenas materiais de baixo
custo e que os alunos pudessem encontrar com mais facilidade, foram realizados e discutidos
dois experimentos simples: Arco-íris de Gelatina e Efeitos da pressão atmosférica. Após a
aplicação do projeto pudemos ver na prática, alunos motivados e empolgados com a aula,
diferente das aulas aplicadas anteriormente (utilizando somente o quadro e listas de exercícios).
INTRODUÇÃO
Vemos uma grande importância nas aulas práticas, porém elas são pouco utilizadas
devido a vários fatores. Podemos citar: falta de tempo para a preparação do material,
insegurança dos professores para controlar a classe, disponibilidade de materiais, estrutura e
conhecimento para organizar experimentos (MELLO, 2010). Existem diversas formas de
utilizar a parte experimental por um professor. Acreditamos que a falta de laboratório não deve
ser a desculpa para a não utilização de experimentos. É possível fazer um bom trabalho com
muita dedicação e um pouco de imaginação.
REFERENCIAL TEÓRICO
[…] o uso de atividades experimentais como estratégia de ensino de Física tem sido
apontado por professores e alunos como uma das maneiras mais frutíferas de se
minimizar as dificuldades de se aprender e de se ensinar Física de modo significativo
e consistente. Nesse sentido, no campo das investigações nessa área, pesquisadores
têm apontado em literatura nacional recente a importância das atividades
experimentais. (ARAÚJO; ABIB, p.176, 2003).
Muitos professores de Física enfrentam grandes dificuldades em construir um
conhecimento satisfatório com seus alunos. Além disso, raramente a experimentação é
METODOLOGIA
Este trabalho propôs práticas experimentais de Física que foram realizadas no mês de
abril do ano de 2018 através do projeto Jovem do Futuro, desenvolvido como um plano de ação
da Unidade Escolar Amaro Alves Portela no município de Caraúbas do Piauí. As práticas foram
selecionadas antecipadamente e uma turma do 2º Ano foi escolhida para participar das
atividades.
Na primeira semana foi apresentado aos alunos o projeto Jovem do Futuro, explicando
o que seria realizado durante o mês, citando a realização de micro aulas voltadas para a
realização de práticas experimentais. Neste mesmo momento a sala foi dividida em grupos e
apresentado os critérios de avaliação.
- Açúcar;
- 5 sabores de gelatina;
- Água;
Feito o experimento o grupo fez algumas indagações. Mas por que as cores ficaram tão
bem separadas? Qual a relação com conteúdo abordados em Física? Os alunos não conseguiram
responder, ou pelo menos ficaram com vergonha de responder. O grupo fez uma abordagem
explicando que isso tudo acontecia por causa da Densidade, um conteúdo que havia sido
abordado por outros professores em series anteriores. Como todos os copos têm o mesmo
volume de água e a gelatina violeta tinha mais açúcar do que as outras, ela ficou também com
mais massa do que as demais. O arco-íris ficou semelhante ao proposto por Mundo (2018) como
mostra a Figura 1.
01 prato de louça;
01 vela;
Fósforo ou isqueiro.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Vimos, na prática, alunos motivados e empolgados com a aula, diferente das aulas
aplicadas anteriormente (utilizando somente o quadro e listas de exercícios). Acreditamos que
a experimentação foi de fundamental importância no processo de ensino e aprendizagem desses
conteúdos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio desse projeto podemos perceber e concluir que as aulas experimentais são uma
importante ferramentas de desenvolvimento educacional, não só para os alunos da Unidade
Escolar Amaro Alves Portela, mas sim para qualquer escola de Ensino Médio. Para fazer um
bom experimento não precisa ter um grande laboratório, mas sim boas ideias que façam os
alunos refletir a respeito do conteúdo em questão.
A utilização das concepções alternativas dos alunos nas problemáticas que envolvem
situações do dia-dia é importante como ferramentas de introdução de teorias. Se o professor,
antes de introduzir uma nova teoria, utilizar dos conceitos prévios dos alunos, mostrando-lhes
as situações que estes conceitos não conseguem explicar, fará com que novos conceitos sejam
mais facilmente aceitos por eles, além de fazer com que desenvolvam a capacidade de analisar
suas ideias, no decorrer das aulas, conforme adquiram mais conhecimentos.
REFERÊNCIAS
BORGES, Oto. Formação Inicial de Professores de Física: Formar mais! Formar melhor.
Revista Brasileira de Ensino de Física, v.28, n.2, p. 135-142, 2006.
MUNDO, Manual do. Beba um arco-íris!: experimento de física. experimento de Física. 2018.
Disponível em: https://manualdomundo.uol.com.br/experiencias-e-experimentos/arco-iris-de-
acucar/ . Acesso em: 20 abr. 2018.
MUNDO, Manual do. A vela que levanta a água: a água que sobe na garrafa. a água que sobe
na garrafa. 2011. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=c9utVkLBN9w . Acesso
em: 20 abr. 2018.
TAMIR, P. How are the laboratories used ? Journal of Research in Science Teaching, v. 14,
n. 4, p. 311-316, 1977. Disponível em:
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/tea.3660140408/abstract Acesso em 26 jul. 2015.
INTRODUÇÃO
A Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017) orienta que não basta a
apresentação dos conhecimentos científicos aos alunos é preciso ir além e oferecer
oportunidades para que eles se envolvam no processo de aprendizagem, ampliando assim sua
capacidade de observação, raciocínio e criação.
Ao criticar o sistema tradicional de ensino, Piaget (1996) destaca que este sistema
favorece o acomodar dos alunos, despertando neles o senso de inutilidade sobre aprendizado,
visto que o ensino é transmitido com valorização do repetitório e do apenas ouvir. É, portanto,
imprescindível que o protagonismo da aprendizagem provenha dos próprios alunos, o que
pode ser realizado através da aplicação de inúmeras técnicas, diferentemente daquelas
consideradas clássicas, tais como as aulas discursivas.
Desta forma, além das atividades propostas e exercícios elaborados sobre o que estava
sendo ministrado nas turmas em que se desenvolvia o Programa Residência Pedagógica foi
proposto uma atividade que envolvesse a atenção dos alunos, principalmente por se tratar de
um público composto por crianças e pré-adolescentes. A atividade proposta teve como
princípio norteador a realização de atividades que representassem o conteúdo e, ao mesmo
tempo, estivessem relacionadas às brincadeiras do cotidiano dos alunos, o que possibilitaria
maior envolvimento destes nas atividades escolares e, consequentemente, contribuindo de
forma efetiva, na aprendizagem significativa dos envolvidos.
I. DESENVOLVIMENTO
A realização da atividade proposta aconteceu com alunos de três turmas do 7º ano do
Ensino Fundamental, em uma escola da rede municipal de Teresina-PI, durante um sábado
letivo do mês de março de 2019, devido à execução do Projeto “Reforço de Ciências”,
sugerido no decorrer do planejamento das atividades do Programa Residência Pedagógica,
Para iniciar a aplicação da atividade lúdica nas turmas escolhidas, foi realizada uma
pesquisa prévia no que se refere à seleção e aquisição dos materiais necessários para a
construção dos modelos didáticos. Dentre os quesitos observados optou-se por materiais que
apresentassem baixo custo e que houvesse fácil acesso para os envolvidos na atividade. Em
vista disso, foi decidido usar massa de modelar em várias colorações, folhas de isopor, tinta
guache, pincéis, papel A4, canetas, borrachas, tesouras, cola branca, cola de isopor e uma figura
da célula ou vírus utilizada como modelo.
Os temas contemplados para esta atividade foram Vírus, Células e Reino Monera, em
virtude de serem os conteúdos que estavam sendo ministrados no período em que o Projeto foi
proposto. Para a construção dos modelos didáticos, os alunos foram divididos em quatro
grupos, sendo que cada grupo recebeu os materiais necessários para a elaboração dos modelos
didáticos, juntamente com a figura da estrutura, servindo como referência para a confecção do
seu material.
DISCUSSÃO
A reação dos alunos na inserção de uma aula diferente decorre pela persistência presente
ainda nos dias atuais em determinados métodos utilizados para abordagem de Ciências. Uma
proposta didática sem interação professor/aluno e, muitas vezes, com uma abordagem de modo
totalmente teórico explicativo, no qual o aluno tem dificuldades em familiarizar-se com a
linguagem científica e com os termos propostos, pode dificultar aos educandos a construção de
um pensamento crítico reflexivo e, consequentemente uma aprendizagem significativa.
A prática com o emprego de modelos didáticos é um recurso bastante viável pois nem
todas as instituições de educação possuem equipamentos disponíveis ao professor de Ciências,
tais como microscópios e lupas, sendo limitado apenas a imagens de livros. Diante disso, a
construção de modelos pelos alunos favorece uma aproximação destes com a ciência. Dessa
forma entende-se que o uso de modelos didáticos pode preencher lacunas decorrentes da
escassez de instrumentos inerentes a algumas instituições.
Assim como, Krasilchick (2009) relata que em certos casos é difícil trabalhar com
espécimes de plantas e animais, então é possível tornar a aprendizagem mais gratificante
construindo modelos didáticos, todavia é necessário que os estudantes participem da sua
elaboração ou manipulação, ou seja, o estudante precisa ser ativo neste processo.
CONCLUSÃO
A construção do modelo didático não deve ser menosprezada, nem mesmo é a solução
para todos os problemas de aprendizagem, contudo, deve ser considerada e estudada, visto que,
de forma lúdica, propicia uma maior interação entre os participantes do processo e efetiva a
aprendizagem proporcionando aos alunos o protagonismo na aprendizagem significativa.
PIAGET, J. Para onde vai a educação? 13 ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1996.
INTRODUÇÃO
Atualmente, existe uma discussão sobre o ensino de Língua Portuguesa (LP) em nossas
escolas. Nota-se que há uma preocupação excessiva com a sistematização do ensino,
prevalecendo a metalinguagem, apesar de discussões e pesquisas da academia para que essa
prática seja modificada. Assim, o trabalho com a leitura e com a produção de texto fica
distanciado da realidade da sala de aula.
Há vários fatores que influenciam a falta de domínio da produção escrita nas aulas de
LP, como, por exemplo, o advento das redes sociais na internet. Nesses ambientes virtuais, a
escrita passa a ter uma característica diferenciada da exigida no ambiente escolar, neles,
utilizam- se códigos, trocam-se fonemas e utiliza-se de formações que não são reconhecidas
pelos mecanismos responsáveis pela estruturação textual. Segundo Feitosa (1997, p.12) parece
que a primeira razão para esse fenômeno está naquilo que é, ao mesmo tempo, causa e efeito
da crise em que se encontra a comunicação escrita: “a pouca eficácia do ensino de redação nas
escolas e a falta de treinamento específico para redação científica, decorrentes do total
desprestígio em que caiu a língua escrita como meio eficiente de comunicação”. Hoje “falam”
os números, os dados estatísticos, as fotos, os gráficos, os vídeos e os emojis.
Já para Fávero e Koch (1983), a palavra texto pode ser definida de acordo com duas
concepções:
O texto consiste, então, em qualquer passagem falada ou escrita que forma um todo
significativo independente de sua extensão. Trata-se, pois, de um contínuo
comunicativo contextual caracterizado pelos fatores de textualidade:
contextualização, coesão, coerência, intencionalidade, informatividade,
aceitabilidade, situacionalidade, e intertextualidade (FÁVERO, 1991, p. 7).
COESÃO TEXTUAL
Sendo um dos mecanismos de ênfase nas análises que serão feitas nos fragmentos
textuais das redações escolares selecionadas, será abordado no contexto deste artigo, pois, para
Koch e Travaglia (2006, p. 52), coesão e coerência são duas faces do mesmo fenômeno.
Conforme vimos anteriormente, a coesão é fator importante na construção textual escrita, visto
que trata das relações entre as partes para que elas se tornem uma unidade de sentido. Alguns
autores dissociam a coesão da coerência, outros não fazem distinção e há ainda um terceiro
grupo que faz referência a apenas um desses fatores ou falam de seus mecanismos sem nomeá-
los. Entretanto, trataremos o conceito de coesão à luz de Koch e Travaglia (2006), Fávero
(1991) e Marchuschi (1983), autores que serviram de ponto de partida para este trabalho.
Para Koch e Travaglia (2006), coesão é uma relação semântica entre um elemento do
texto e algum outro elemento crucial para sua interpretação. A coesão estabelece relações de
sentido, diz respeito ao conjunto de recursos por meio dos quais uma sentença se liga com a
que veio antes, aos recursos semânticos mobilizados com o propósito de criar texto, ela se
relaciona, em muitas situações, com a coerência do texto, principalmente quando se refere à
coerência sintática e a coerência local que “advém do bom uso dos elementos da língua em
sequências menores, para expressarem sentidos que possibilitem realizar uma intenção
comunicativa” (KOCH E TRAVAGLIA, 2006, p.41).
Pode-se observar que as definições sobre coesão textual dos autores supracitados
dialogam no que diz respeito à função desse mecanismo para a construção e significação
textual, pois estabelecem que a coesão é o que dá conta das inter-relações textuais. Segundo
Marchuschi (1983), a coesão se estabelece no nível microtextual, isto é, restringe-se à análise
das relações na superfície textual.
A COERÊNCIA TEXTUAL
Koch e Elias (2011) afirmam que a coerência não se encontra no texto, mas constrói-se
a partir dele, em dada situação comunicativa, com base em uma série de fatores de ordem
semântica, cognitiva, pragmática e interacional. A coerência está ligada, então, à possibilidade
de o sujeito estabelecer um sentido para o texto, tratando-se de uma relação semântico-
pragmática entre os elementos constituintes do texto, criando uma unidade de sentido que vai
ser construída pelo leitor quando um texto faz sentido para ele. O leitor busca interpretar o texto
através de atitude de cooperação, baseando-se em conhecimentos que possui, estabelecendo
elos coesivos que não foram explicitados na superfície textual. A coerência está, então, na
interação autor-texto-leitor.
Segundo Van Dijk & Kintsch (1983) apud Koch e Elias (2011, p. 194), existem vários
tipos de coerência que corroboram a coerência global do texto. São eles:
A coerência sintática, relacionada ao uso adequado que o usuário faz das estruturas
linguísticas; a coerência semântica, que refere- se às relações de sentido entre as
estruturas; a coerência temática, que tem como exigência que todos os enunciados de
um texto sejam relevantes para tema em desenvolvimento; a coerência pragmática,
relacionada aos atos de fala que o texto pretende realizar; a coerência estilística, que
determina que, em cada situação interativa, o produtor do texto se utilize da variante
linguística adequada e a coerência genérica, que diz respeito às exigências do gênero
textual, determinado pela prática social no interior do qual o texto é
produzido.(KOGH e Elias, 2011, p. 194)
ANÁLISE 1
1- “No Brasil existe o estatuto da criança e do adolescente, pouca coisa ou quase nada
é feito para protegê-los, a justiça é lenta e os governantes não fazem nada, com isso a certeza
de impunidade predomina, e mas crianças têm sido vitimas de pessoas ruins.”
ANÁLISE 2
1- “(...)Sendo menores de idade não são presos e, na maioria das vezes, voltam a
praticar os mesmos erros, pois têm certeza da impunidade. Com isso a sociedade se sente
insegura.”
2- “Mas, existe parte da sociedade que não concorda com a redução da idade penal.
Eles afirmam que com essa mudança os menores serão injustiçados, pois acreditam que eles
são as verdadeiras vítimas da sociedade capitalista atual”.
O parágrafo acima é introduzido pela conjunção mas que estabelece uma relação de
contradição com a ideia de que há uma parte da sociedade a favor da redução da maioridade,
expressa no parágrafo anterior. A utilização desse conectivo dá uma continuidade de sentido ao
texto, fazendo com que ocorra um encadeamento de enunciados que são importantes para a
unicidade textual. Embora a presença do conectivo no início do parágrafo favoreça a coerência
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir das análises apresentadas por esse trabalho, ratificamos que a coesão e a
coerência são fatores imprescindíveis para a produção textual, pois foram sinalizados usos
linguísticos explicitados na superfície textual que influenciaram de maneira significativa para
que o sentido do texto fosse estabelecido. Através desses fragmentos, foi possível identificar a
dificuldade que os discentes têm em utilizar os elementos coesivos adequadamente e também a
falta de domínio e percepção dos usos da língua, embora tenham sido comentados casos de
estruturas sintáticas adequadas.
Fica claro que a forma de conduzir o trabalho com a produção textual em sala de aula é
significativa e fundamental no desenvolvimento da capacidade de o aluno produzir textos
coesos e coerentes e por isso deve ser revista. Muitas vezes, os problemas de coerência ocorrem
pela dificuldade do aluno em identificar os referentes textuais, que geralmente são apresentados
através de listas isoladas e descontextualizadas, como se não tivessem função alguma para a
produção textual.
REFERÊNCIAS
FÁVERO, L. L.; KOCH, V. Linguística textual: introdução. São Paulo, Cortez, 1983.
KOCH, I. V.; ELIAS, V.M. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Contexto,
2011.
RESUMO
O presente trabalho tem como finalidade apresentar o filme como recurso didático nas aulas de
ciências naturais sendo utilizados como ferramentas significativas. Filmes educativos são
aqueles que contribuem no processo educacional de ensino de formas diferentes: desde
entretenimento a elemento problematizador de conteúdos específicos na escola. Do ponto de
vista metodológico, é necessário fazer uma análise do filme para se identificar elementos
importantes e significativos na área pedagógica. Essa análise deve ser desenvolvida por meio
de uma abordagem de pesquisa bibliográfica, de metodologia qualitativa, explicativa com o
objetivo de analisar a apropriação do filme animado em atividades curriculares. O filme como
recurso didático nas aulas de Ciências Naturais, tem o poder de estimular valores, sensações,
experiências e emoções por meio dos mais variados tipos de linguagens: corporal, visual,
musical, oral, entre outras. Por meio de sucessões de acontecimentos, do lúdico, dos
personagens é possível promover maior conhecimento no processo de ensino-aprendizagem. A
contribuição pode colaborar com a construção de conceitos quando utilizado como ferramenta
pedagógica.
INTRODUÇÃO
Segundo Bachelard (1996, p. 303), “para ensinar o aluno a inventar, é bom mostrar-lhe
que ele pode descobrir”. Nesses métodos e técnicas de ensino-aprendizagem, pode-se favorecer
a atividade em grupo discente/docente, discente/discente e discente/docente/discente, pois:
“Quem é ensinado deve ensinar. Quem recebe instruções e não transmite terá um espírito
formado sem dinamismo nem autocrítica” (BACHELARD, 1996, p. 300).
Os irmãos franceses receberam os créditos dos inventores do cinema, todavia, não foram
os pioneiros para o progresso das técnicas para a elaboração do movimento de imagens
(motionpictures), “as primeiras cenas filmadas e exibidas publicamente por estes franceses em
1985, no Grand Café, em Paris, constituem-se no marco inicial da história do cinema”
(MOCELLIN, 2009, p. 9).
Entre os inventores dessa época, destaca-se Thomas Edison (1887) que adquiriu grande
sucesso com o cinetoscópio, espécie de caixa em que uma pessoa podia ver a imagem ampliada
de fotografias em movimento (BRASIL, 2002).
Entretanto, foi em 1907 com a construção da Usina Hidrelétrica de Ribeirão das Lajes,
que houve um crescimento significativo na distribuição de energia elétrica que favoreceu e
estimulou a construção de salas de projeção e a produção de filmes (PEREZ, 2002).
No Brasil o cinema foi muito bem aceito e se tornou uma opção de entretenimento para
a sociedade, encantando pessoas das mais variadas idades e regiões. Na educação, com a
inserção de recursos tecnológicos, como por exemplo, TV, videocassete -VHS, aparelhos de
Sendo assim, na década de 1920 foi estabelecido “um discurso social sobre cinema e o
filme educativo” (REIS JUNIOR, 2008, p. 158).
Araújo (1939, apud Reis Junior, 2008, p. 185) enfatiza que, com o surgimento do filme
sonoro, se cogitou a substituição do educador, já que era possível gravar e exibir explicações e
instruções junto com as imagens, contudo, “sendo do cinema mudo ou sonoro, os filmes e outros
auxiliares visuais da educação não substituem o lugar exclusivo de atuação do profissional
docente na aprendizagem”. Sendo assim, o professor, além de desenvolver nos discentes os
saberes científicos, oportuniza frequentemente a formação de valores sociais, culturais,
políticos e outros.
Almeida5 (2001, apud Napolitano, 2010, p.12) salienta que a uso do cinema na educação
“[...] é importante porque traz para a escola aquilo que ela se nega a ser e que poderia
transformá-la em algo vívido e fundamental”. Assim, a introdução de filmes nos planejamentos
das atividades escolares proporciona situações que servem de estímulo e inspiração para o
docente.
Essa perspectiva favorece ao professor ser mais sensível e atento, modificando sua
prática pedagógica, reavaliando sua relação com o filme e entendedor o sentido da expressão
fílmica para o alunado (BRUZZO, 1995).
De acordo com Cunha e Giordan (2009), levar um filme para a sala de aula vai além
uma alternativa didática do docente, trata-se, de um compromisso em discutir as ideologias
introduzidas nos meios de comunicação, no nosso caso, a mídia cinematográfica.
O cinema é uma estratégia pedagógica que determina pontos de partida para motivar o
interesse dos discentes. A palavra “cinema origina-se do grego Kinesis, que significa
movimento, o que nos remete à ação, energia e dinamismo, ideias comumente associadas à arte
cinematográfica” (THIEL, THIEL, 2009, p. 26).
ENSINO DE CIÊNCIAS
A instituição escolar, diante dos avanços tecnológicos, precisa reestruturar na sua prática
pedagógica e nas ferramentas e estratégias que contribuem significativamente na formação dos
discentes.
Na visão de Santos (2011, p. 44), “recursos pedagógicos são todos os elementos que
contribuem para a aprendizagem do aluno”.
O ensino de Ciências precisa ser repensado de uma forma que consiga envolver diversos
fatores metodológicos que proporcionem a construção do saber escolar. Sugestões para uma
prática pedagógica que envolva e incorpore a necessidade da transformação no processo de
Sendo assim, o filme é uma ferramenta pedagógica mediadora que facilita subsidiar o
ensino através de problematização dos mais variados conteúdos da disciplina das Ciências
Naturais.
Para Duarte (2009, p. 16), “ver filmes é uma prática social tão importante, do ponto de
vista da formação cultural e educacional das pessoas, quanto à leitura de obras literárias,
filosóficas, sociológicas e tantas mais”. Com essa visão, o uso de filmes como recurso didático
para o ensino fundamental viabiliza enfocar aspectos literários, históricos e cinematográficos,
seja de maneira disciplinar na área de Ciências ou até mesmo interdisciplinar, agrupado com
outras áreas de conhecimento.
Segundo Napolitano (2010), o cinema pode ser usado na sala de aula por vários
elementos que o compõem, como o conteúdo, pela técnica, ou até mesmo a linhagem. Seu uso
para se abordar conteúdo engloba e compreende a fonte e o texto gerador. A utilização do filme
como fonte viabiliza a análise de um problema e solução das dúvidas dos discentes que
apareceram na narrativa da obra, uma vez que o filme mostra uma mediação restrita.
O filme não deve ser usado no contexto escolar apenas como ilustração ou passatempo,
mas, como maneira de proporcionar uma análise crítica do enredo e das representações do filme,
visto como elementos estimulam as pesquisas e discussões temáticas. Desta maneira, o filme
proporciona uma vinculação com o currículo/conteúdo, habilidades, competências e conceitos
que são campos básicos da associação de ensino-aprendizagem da escola.
Para Napolitano (2010), esses campos devem ser atrelados com a utilização filmes da
seguinte maneira: o conteúdo curricular pode ser explanado por temas das diferentes disciplinas
que constituem a matriz curricular; competências e habilidades oportunizam um trabalho
vinculado com a leitura bem como elaborar texto; as concepções existentes nos argumentos dos
filmes podem favorecer debates pelos problemas sugeridos.
Ao escolher um filme, o docente deve lembrar que ele deve conter determinado
conteúdo científico, de maneira direta ou indireta. Então, o filme precisa ser valorizado pelos
elementos que ele apresenta na sua narrativa, colaborando de forma significativa no processo
de ensino- aprendizagem.
A imagem visual é uma reprodução de sinais. A imagem deve ter função simbólica
(liberdade, manifestações, progresso entre outros), epistêmica (a imagem mostra informações
visuais de mundo), estética (a imagem tem objetivo de agradar e oferecer sensações aos seus
espectadores) ou signos representativos (AUMONT, 1993).
A análise de um filme para a utilização educacional não pode ter a ilustração como
elemento principal para que o discente se aproprie do conhecimento escolar. Na visão de
Napolitano (2010), é fundamental que o educador, ao inserir o filme nas suas atividades
escolares, leve em conta o problema, o ajustamento do conteúdo e da abordagem através de
uma reflexão prévia inicial sobre os seus objetivos gerais e específicos.
Nestes termos:
[...] tendo o professor como mediador, deve propor leituras mais ambiciosas além do
puro lazer, fazendo a ponte entre emoção e razão de forma mais direcionada,
incentivando o aluno a se tornar um espectador mais exigente e crítico, propondo
relações de conteúdo/linguagem do filme com o conteúdo escolar (NAPOLITANO,
2010, p. 15).
Para Vanoye e Goliot-Lété (1994, p. 18), um espectador analista “olha, ouve, observa,
examina tecnicamente o filme”, propõe o filme em ferramentas de hipóteses para a construção
intelectual de maneira a contextualizar as informações retiradas do gênero fílmico.
O ensino das ciências desde uma perspectiva crítica na qual a educação é considerada
como produção de ideias, conceitos, habilidades entre outros. O ensino, como parte da ação
educativa, é concebido como processo, em que o docente é o produtor do saber do aluno e
possui competência técnica e responsável para mediação crítica. E a escola por sua vez
desempenha a socialização e democratização do ensino. (OLIVEIRA,1988).
Também se discuti o uso do filme didático como recurso, pois estimulam valores,
sensações, experiências e emoções por meio dos mais variados tipos de linguagens: corporal,
visual, musical, oral, entre outras. Por meio de sucessões de acontecimentos, do lúdico, dos
personagens, podem promover conhecimento.
Diante do que foi analisado sobre o uso de filmes animados como ferramenta
metodológica percebe-se que essa prática oportuniza ao discente a construção e a apropriação
de conceitos científicos, estabelecendo direcionamento pedagógico diversificado, que favorece
a interatividade no método de ensino-aprendizagem, apropriação de conceitos pelos estudantes
de maneira significativa e metodológico, mostrando dados positivos para esta pesquisa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
F. REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96). Brasília: Gráfica
Oficial, 1996.
BRUZZO, Cristina. O cinema na escola: o professor, um espectador. 1995. 196 f. Tese (Doutorado em
Educação) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, 1995.
CUNHA, Marcia B; GIORDAN, Marcelo. A imagem da Ciência no cinema. Nova na Escola, Vol. 31
N° 1, FEVEREIRO 2009. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc31_1/03-QS-1508.pdf.
Acessado em: 19 de mai. de 2012.
GASPARIN, João L. Uma didática para a Pedagogia Histórico-crítica. 3. ed. rev. E ampl.
Campinas – SP: Autores Associados, 2005.
GIORDAN, Andre; VECCHI, Gerard de. As origens do saber: das concepções dos
aprendentes aos conceitos científicos. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
MOCELLIN, Renato. História e cinema: educação para as mídias. São Paulo: Editora do Brasil, 2009.
NAPOLITANO, Marcos. Como Usar o Cinema em Sala de Aula. 4. ed. 3. reimpressão. SP: Contexto,
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OLIVEIRA, Edson F. O conceito de Paradigma proposto por Thomas Kuhn. In: TÔHA, F.A. L;
REIS JUNIOR, João. A. dos. O livro de imagens luminosas. Jonathas Serrano e a gênese da
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Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.
RODRIGUES, Chris. O cinema e a produção. 3. ed. Rio de Janeiro: Lamparina editora, 2010.
SANTOS, José N. dos. Ensinar Ciências: reflexões sobre a prática pedagógica no contexto educacional.
Blumenau: Nova Letra, 2011.
THIEL, Grace C; THIEL, Janice C. Movie takes, a magia do cinema na sala de aula. Curitiba:
Aymará, 2009.
ZABALA, Antoni. A prátca Educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 2010.
RESUMO
As pesquisas na formação inicial docente cresceram visivelmente nos últimos anos no Brasil.
Assim, a procura por saberes condizentes às práticas de formação de professor tem incentivado
profissionais da educação a discutirem sobre o assunto. No intuito de contribuir para as
reflexões que permeiam a profissionalização docente, é neste contexto que se objetiva buscar
uma nova visão metodológica para a práxis do professor. Os temas que se seguem neste
trabalho, surgem como reflexões metodológicas, dentre eles, o componente curricular que
atenda às exigências profissionais e formação plena do indivíduo como cidadão, ainda, as
metodologias necessárias para a construção do saber prático, assim como, a contribuição dos
projetos, estágios supervisionados e programas institucionais executados ao longo do curso no
ensino superior, soma-se a isso, a construção da identidade profissional. Para execução deste
trabalho, foi necessário um levantamento bibliográfico, as pesquisas concentraram-se em livros
e artigos que tratam da temática formação de professores. O estudo ainda faz referência às
experiências dos presentes pesquisadores em projetos e estágios como primeiras atividades
profissionais. Portanto, pode-se observar que a formação docente é uma interação teoria-prática
a qual o aluno extrai na graduação suas experiências e interage com a realidade social e escolar.
Desta maneira, as reflexões oferecem oportunidade para o aluno refletir sua futura profissão.
1 INTRODUÇÃO
Cada vez mais presente nos bancos da universidade, quanto à formação de professores
com perspectivas a novos olhares metodológicos, a profissionalização docente tem passado por
um grande debate entre alunos graduados e em formação. É neste contexto, que o presente
trabalho objetiva colocar em reflexão os parâmetros da práxis ao longo da licenciatura.
Desta forma, são abordados temas acreditando-se que possam contribuir para estudantes
de graduação, assim como, profissionais da educação e pessoas que tenham interesse pelo
referido assunto. Sendo um norte para a epistemologia da prática do professor. Cabe ainda
Para realizar este estudo, foi necessário enfatizar as discussões sobre o tema, exigindo
para fins metodológicos as pesquisas bibliográficas, que consistiram em levantamento de
trabalhos já publicados como livros, artigos, em vistas às explicações de referências teóricas.
Por conseguinte, o estudo teórico da didática na graduação fundamenta a práxis que vai
ser construída em sala de aula, esta orienta a atividade que será desenvolvida junto ao corpo
discente. Nos procedimentos didáticos não há uma dicotomia entre teoria-prática, esta se faz
em inter-relação no exercício profissional, mediante o conhecer da realidade. Assim, traçam-se
as competências para desenvolver as habilidades docentes a fim de, atingir os objetivos da
referida aula observando a heterogeneidade de cada turma.
Conforme o aluno ganha bagagem em sua prática, um aspecto relevante na sua formação
é a busca de sua identidade profissional, a graduação não é somente pressuposto teórico
Grundy assegura que o currículo não é um conceito, mas uma construção cultural. Isto
é, não se trata de um conceito abstrato que tenha algum tipo de existência fora e
previamente à experiência humana. É, antes, um modo de organizar uma série de
práticas educativas (SACRISTÁN, 2000, p.13-14).
Dentro das universidades encontram-se debates acalorados sobre a responsabilidade do
ensino superior para com as comunidades em que se inserem, a importância de ofertar um
retorno, de suas pesquisas científicas, à sociedade. E além disso, valorizar as práticas em grupo,
ao invés de somente estudar a comunidade, estudar com ela também.
Rivilla e Mata (2002, p. 44) exprimem suas perspectivas sobre o ensino e apontam-no
como “o modo peculiar de orientar a aprendizagem e criar cenários mais formativos entre
docentes e estudantes, cuja razão de ser é a prática reflexiva e indagadora, adaptando a cultura
e o saber acadêmico aos estudantes, em função dos valores educativos” (apud VEIGA, 2006,
p.13-14). Visão essa que é amplamente difundida nos programas curriculares das licenciaturas.
Por sua vez, os discentes mostram-se receosos a respeito da extensão. O mundo, fora
dos muros da universidade, torna-se um campo desconhecido e até mesmo hostil. Como os
licenciandos poderão conquistar a confiança da comunidade para que os ouçam? Estarão
preparados para o que esperam deles?
Desta forma, é válido intuir que toda e qualquer profissão é construída com
procedimentos e habilidades conferindo, ao futuro profissional, o preparo devido para exercer
seu ofício (PIMENTA; LIMA, 2006). Todavia, a docência constitui-se de teoria e prática, ao
concebê-las atuando separadamente indica-se o menosprezo pelo conhecimento científico, ou
mesmo o desdém pelos saberes experienciais.
Além disso, Pimenta e Lima (2006, p. 9) lançam luz sobre esse aspecto ao mencionarem
que “a prática pela prática e o emprego de técnicas sem a devida reflexão pode reforçar a ilusão
O processo da didática é fundamental, pois é isso que vai nortear o professor nas suas
atividades do dia a dia em seu espaço de trabalho. Seja em um período letivo, seja para uma
disciplina ou até mesmo para uma aula. A didática deve ser trabalhada dentro da junção de
teoria e prática. Para Costa (2012, p. 1291), o professor deve buscar estabelecer uma relação
mais íntima entre teoria e prática, visando à formação de um docente que apresente, já no início
do seu exercício profissional, as habilidades e competências requeridas.
É comum que existam professores que dominam a parte científica, mas na hora de
ensinar, têm dificuldade de explicar de uma forma que contemplem a maioria de seus alunos,
assim, nesse contexto que a didática atua, onde prepara o professor para criar alternativas de
trabalho onde aprimore suas formas de ensinar.
O professor precisa mobilizar todo tipo de saber que possui, transformando-o em ato
de ensinar enquanto construção de um processo de aprendizagem de outros e por
outros. Nesse processo reside o que lhe é próprio, o ato de ensinar – que caracteriza a
docência (CRUZ, 2017, p.677).
Pode-se observar que a didática não é uma receita de bolo, onde o professor através
apenas de teorias, aprenderá uma fórmula que se encaixe em todas suas aulas, e sim, trata-se de
um processo de mudanças, adaptações, tomadas de decisões e alternativas que ofereçam uma
forma de exercer o exercício de sua profissão. O professor vive um processo contínuo de
construção e reconstrução que visa o ensino e aprendizagem.
Uma das formas de preparar melhor este indivíduo para que esse encontro não seja tão
impactante, mas harmonioso, são os projetos. Assim, os mesmos servem como uma iniciação à
vida docente e podem ser desenvolvidos no decorrer de todo o curso. “Assim, o projeto é o
Entretanto, destacam-se aqui todos os projetos que o licenciando pode encontrar dentro
do seu curso, sejam eles de ensino, integradores ou de algum programa que o estudante venha
a ingressar.
[...] deverão ser realizadas atividades que envolvam professores e estudantes com
vistas à contextualização de saberes, interdisciplinaridade, trabalho coletivo e relação
teoria/prática. Essas devem promover e valorizar as pesquisas individuais e coletivas,
estimulando a convivência constante do estudante com a realidade próxima de sua
futura profissão (IFPI, 2016, p. 82).
De fato, o contato do estudante do curso com o campo docente por meio dos projetos,
ainda não é o ideal e nem definitivo, em relação à complexidade enfrentada no dia a dia pelo
professor, mas, como foi dito, constitui um importante meio para introduzir-se nesta área.
Os temas trabalhados pelos projetos também são uma boa forma de preparar o
licenciando para a escolha do tema e da orientação no seu trabalho de conclusão de curso, além
de servir como possível ingresso em pós-graduações.
Projetos que têm como princípio dinamizar o ensino por meios de jogo, pode ser uma
experiência marcante e formadora de uma identidade docente. Por exemplo, um professor de
matemática que desde o início da sua formação desenvolve projetos com jogos matemáticos ou
Os projetos com a comunidade permitem um contato que muitos professores, com vários
anos de experiência docente, não tiveram ao longo de suas carreiras. Esses projetos permitem
um reconhecimento da realidade dos alunos que, em sala de aula, mantêm-se em segundo plano.
Os projetos que têm como tema trabalhar junto a sociedade, além da investigação do
processo de ensino-aprendizagem, contribuem com a interdisciplinaridade e a ação social,
podendo trazer um retorno para a comunidade onde o trabalho estiver sendo executado; fazendo
não só com que os conhecimentos adquiridos pelo graduando, no curso, possam ser transferidos
de forma prática à sociedade, mas também, possam beneficiar o ensino comprometido com a
realidade em sala de aula.
Sendo assim, o programa não se limita somente à vivência em sala de aula, mas busca
constituir uma interação entre pesquisa acadêmica e teoria-prática docente. Os
residentes do Colégio D. Pedro II, têm constantes encontros para dialogar e refletir
sobre as suas abordagens e estratégias pedagógicas utilizadas em sala de aula. Além
de participarem de oficinas, também elaboram e aplicam atividades pedagógicas,
sobre a orientação de um professor supervisor, a partir de pressupostos vindos das
atividades desenvolvidas no espaço da Residência, bem como pesquisam o ato
pedagógico (SILVA; CRUZ, 2018, p.236).
A troca de experiências que acontece entre licenciandos residentes e os preceptores,
professores em exercício, acolhe e ambienta-os na realidade da educação brasileira. Existe uma
relação mais profunda entre preceptores e residentes em comparação aos vínculos estabelecidos
nos centros de ensino. Há reciprocidade, todo questionamento é válido e o medo faz parte da
caminhada da docência. Aprende-se com os erros dos outros e também com os acertos.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
MELO, Natali; LYRA, Keila. A. P. A importância do Pibid e do Pibic: uma reflexão sobre
programas de formação docente. Maringá: Iniciação Científica CESUMAR, 2020, v. 22, n. 1,
p. 133-139, jan./jun, p.136, 137. Disponível em:
<https://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/iccesumar/article/download/7987/6310/>.
Acesso em: 23 Jan. 2021.
MIGUEL, José C.; REIS, Martha (org.). Formação Docente: Perspectivas Teóricas e Práticas
Pedagógicas. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2015. p.14, 17. ISBN: 978-85-7247-787-1.
VEIGA, Ilma P. A. (org.). Lições de Didática. Campinas: Papirus, 2006, p. 13-14, 63-64.
RESUMO
O presente trabalho apresenta os resultados da execução do Projeto de extensão “Canto Popular
UFPI”, desenvolvido no curso de Licenciatura em Música da Universidade Federal do Piauí,
na cidade de Teresina. O cronograma de atividades aconteceu de março a novembro de 2019,
onde foram trabalhados os estudos da Técnica Vocal para o Canto Popular e o estudo de
repertório popular com ênfase no jazz e canções afro-brasileiras, que desde o primeiro dia de
aula, os alunos foram avisados sobre a realização de um recital de encerramento do
semestre. Nesse sentido, o trabalho objetiva descrever como o recital didático de encerramento
do semestre pode ser utilizado como proposta metodológica no incentivo ao estudo de
repertório da canção popular e engajamento do aluno do projeto de extensão.
INTRODUÇÃO
O projeto de extensão Canto Popular UFPI é coordenado pela Professora Jacinta Ramos,
que devido demanda pela procura de aulas de canto na cidade de Teresina-PI, viu-se a
necessidade de desenvolver um projeto com finalidade de proporcionar oficinas de Técnica
Vocal para a comunidade teresinense sem acesso a este tipo de aulas.
No ano de 2019, três Licenciandos estiveram à frente das monitorias relacionadas a este
projeto. Cada monitor ficou responsável por dez (10) alunos ao longo dos semestres. O
cronograma de atividades aconteceu de março a novembro de 2019, onde os alunos do projeto
de extensão participaram de oficinas grupais e acompanhamentos individuais com seus
respectivos monitores durante os períodos de 2019.1 e 2019.2, onde foram trabalhados os
estudos da Técnica Vocal para o Canto Popular e o estudo de repertório popular com ênfase no
jazz e canções afro-brasileiras. Vale ressaltar que desde o primeiro dia de aula já lhes foram
Os recitais didáticos aconteceram duas vezes no ano de 2019, sendo recitais que
marcavam o fim do semestre. O intuito desses recitais era mostrar ao campus universitário e
aos demais colegas do curso de Música, um produto final do trabalho que foi desenvolvido ao
longo do semestre pelos monitores supervisionados pela Professora Jacinta Ramos. Assim, o
trabalho de educação musical com ênfase no estudo da Técnica Vocal para o Canto Popular e
o estudo de repertório do estilo jazz, da Canção Popular Brasileira e afrosambas resultou-se em
recitais didáticos relevantes neste processo de ensino-aprendizagem.
Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo descrever como o recital didático
de encerramento do semestre pode ser utilizado como proposta metodológica no incentivo ao
estudo de repertório da canção popular e engajamento do aluno do projeto de extensão. Trata-
se de um estudo descritivo do tipo relato de experiência, através da descrição da experiência
vivida no referido projeto de extensão.
Como um professor, além do oficio da docência, cabe também ser um pesquisador e/ou
problematizador, a referida pesquisa se faz relevante para a academia por trazer a metodologia
de um recital didático como proposta para o estudo de repertório, podendo assim, ser parâmetro
para outros pesquisadores, docentes e interessados na área, além de levantar questões acerta
desse assunto.
MÉTODO
Para Bortoli e Romeu (2011), a proposta de um Recital Didático que tenha um foco no
estudo de repertório complementado a ações pedagógico-musicais e informações acerca das
músicas apreciadas, pode contribuir para a formação de uma plateia mais consciente e capaz de
compreender as diferenças e semelhanças entre diversos estilos e contextos musicais.
Nas oficinas que aconteciam semanalmente, o estudo de repertório era aliado ao trabalho
de técnica vocal, onde se aplicavam exercícios corporais, respiratórios e vocalizes. Depois das
técnicas desenvolvidas e os alunos com as vozes já aquecidas, partimos ao estudo do repertório
em configuração corporal do que vinha sendo feito com a preparação vocal.
O recital didático foi a última etapa do processo de execução do projeto Canto Popular
UFPI no ano de 2019. Assim, embora cada aluno tenha estudado as técnicas vocais e refletido
sobre as suas possibilidades de ação na canção, foi decidido, que devido a quantidade de
apresentações, cada aluno apresentaria apenas uma canção no dia do recital, sendo aquela que
o próprio se sentisse mais seguro nos quesitos técnicos e performáticos.
No dia do recital, antes de iniciar a apresentação foi entregue aos alunos um encarte
apresentando o programa do Recital, onde na contracapa continha informações sobre o Projeto
Canto Popular UFPI e os respectivos monitores, dentro do encarte, havia a lista das canções
que seriam executadas dentro do estilo popular do jazz e canções afro brasileiras, destacando
nome da música, compositor e os respectivos intérpretes e acompanhadores:
Vale ressaltar, que para alguns alunos era a primeira vez que subiriam ao palco e tinham
seus nomes em um programa de recital. A reação de alguns deles ao verem os banners
espalhados pelo campus era de empolgação. Além disso, no dia do recital, era visível a
inquietação/felicidade tanto dos novatos de palco quanto dos veteranos, não somente pela
apresentação em si, mas também, pela participação familiar como plateia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho descreveu como o recital didático pode ser utilizado como proposta
metodológica no incentivo ao estudo de repertório da canção popular, além do fortalecimento
do engajamento dos envolvidos no projeto. Ademais, o Projeto Canto Popular UFPI contribuiu
para o desenvolvimento tanto da prática pedagógica dos monitores quanto da experiência
formativa dos alunos. Apesar de algumas dificuldades enfrentadas e ajustes no planejamento,
pode-se considerar que houve êxito na execução do projeto.
O recital didático que foi projetado como proposta metodológica, serviu também como
uma verificação da aprendizagem dos alunos das oficinas, proporcionando uma visão detalhada
das inter-relações entre cada etapa do processo. Em suma, o projeto promoveu aos alunos uma
vivência musical significativa, por meio da qual eles puderam conhecer melhor os estilos
populares do jazz e os afrosambas. Percebeu-se também, tamanha alegria dos envolvidos ao
verem seus nomes nos banners e folders dos recitais distribuídos pelo campus universitário.
Desse modo, houve uma assiduidade nas oficinas que aconteciam uma vez por semana,
sendo perceptível que os recitais didáticos despertam o foco dos alunos ao estudo de repertório
de forma mais norteadora e efetiva.
Diante dessa realidade, conclui-se que o engajamento dos alunos e a sua desenvoltura
nos estudos de repertório se efetivaram dada a expectação aos recitais de fim de semestre, o que
contribuiu para o controle de evasão dos alunos que faziam parte do projeto. Além disso, os
REFERÊNCIAS
RAMOS, Maria Jacinta Bola. Práticas performativas no jazz vocal - Uma auto etnografiacrítico-
analítica. Universidade do Minho, 2019.
BORTOLI, Cristiane de; ROMEU, José Roberto Lemos. Recital didático: ensino e
aprendizagem musical para formação de plateia. Rio Branco, 2011.
DODOY, Arilda Schmidt. Uma revisão histórica dos principais autores e obras que refletem
esta metodologia de pesquisa em Ciências Sociais. São Paulo, 1995.
RESUMO
Este trabalho apresenta uma análise de produções científicas brasileiras e internacionais quanto
à aplicação dos princípios do Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) na prática
pedagógica em uma perspectiva inclusiva. Para tanto, foram desenvolvidas as etapas da revisão
sistemática para localizar pesquisas que evidenciavam a temática deste estudo. A investigação
foi sistematizada a partir da busca dos termos: “Desenho Universal para a Aprendizagem” e
“inclusão” no banco de informações do Google Acadêmico, e nas bases de dados do Catálogo
de Teses e dissertações da Capes, da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e dissertações
(BDTD) e do Portal de Periódicos da Capes, do Educational Resources Information Center
(ERIC) e do Scientific Electronic Library Online (SciELO). Essa busca possibilitou a
identificação de 15 pesquisas, sendo três produções brasileiras e 12 pesquisas norte-americanas.
Tais estudos apresentam os resultados advindos da aplicação da abordagem do DUA na prática
pedagógica visando à inclusão educacional de alunos com necessidades educacionais especiais
no ensino regular. Dentre os resultados, os estudos selecionados destacam a aplicação dos
princípios do DUA na prática pedagógica ao modo em que os docentes utilizaram estratégias
de aprendizagem adequadas às características dos estudantes. Palavras-chave:
INTRODUÇÃO
Para consolidação da educação inclusiva no contexto escolar, um dos desafios tem sido
a implementação de uma prática pedagógica adequada que promove a aprendizagem dos alunos
(RODRIGUES, 2006).
7
Trabalho apresentado no II CONGRESSO INTERNACIONAL DE ENSINO (CONIEN), Cornélio Procópio, PR
– Brasil de 08 a 10 de maio de 2019.
Nessa direção, este capítulo tem por questão problematizadora: de que maneira a
perspectiva do Desenho Universal para a Aprendizagem aplicada na prática pedagógica tem
sido contemplada nas produções científicas brasileiras e internacionais?
MÉTODO
De acordo com Senra e Lourenço (2016, p. 176), “a revisão sistemática é uma revisão
da literatura científica, com objetivo pontual, que utiliza uma metodologia padrão para
encontrar, avaliar e interpretar estudos relevantes [...]”.
De tal modo, seguimos as etapas indicadas por Senra e Lourenço (2016, p. 181), que
expõem dez encaminhamentos para realização de uma revisão sistemática. Optamos por dividir
em duas revisões sistemáticas para categorizar as pesquisas em inglês e aquelas que buscaram
a aplicação desta perspectiva no contexto das escolas brasileiras.
8
A busca foi realizada em dezembro de 2020.
9
Especificamos que os itens i e iii foram averiguados por meio da leitura completa das pesquisas.
Katz e Sokal (2016) desenvolveram uma avaliação dos efeitos do modelo de Katz (2013)
na compreensão de aprendizagem, processo de aprendizagem e engajamento escolar em alunos
diversos. Os resultados indicaram ganhos significativos na atividade dos alunos e engajamento,
positivo crescimento na percepção do clima da turma e em suas interações sociais.
Tomas, Cross e Campbell (2018) apresenta os resultados obtidos por um docente que
implementou em sua intervenção pedagógicas os princípios do DUA o que possibilitou uma
solução potencial para provimento do suporte do ambiente e intervenções adequadas, pois está
relacionado à criação de estratégias inclusivas.
Miller e Satsangi (2018) trazem um estudo de caso envolvendo uma professora com
uma classe de interior em que havia dois alunos deficiência física. Segundo os autores, a
professora sentiu-se confiante com o emprego do DUA para identificar necessidades físicas e
escolares; identificar barreiras de aprendizagem e providenciar modificações necessárias no
decorrer do ano.
Taunton, Brian e True, (2017) apontam que o currículo SKIP-UDL manteve a estrutura
das melhores práticas pedagógicas inerentes ao Programa Bem Sucedido de Instrução
Cinestésica para Crianças em Idade Pré-escolar – Desenho Universal para a Aprendizagem
(SKIP- UDL) e enfatizou os princípios fundamentais do DUA na elaboração do currículo para
atender às necessidades de cada aluno antes do início da intervenção. Os resultados apóiam a
noção de que o SKIP-UDL é tão eficaz para pessoas sem deficiências quanto com deficiência
ou dificuldade de aprendizagem.
Fuelberth e Todd (2017) afirmam que para fornecer o ambiente ideal para a prática
inclusiva bem-sucedida, os educadores de música coral devem avaliar as barreiras ao acesso em
termos de programação, reconsiderar as ofertas curriculares atuais e imaginar novas soluções
que suportem o aprendizado musical para todos os alunos. Em vez de estruturar programas de
corais em torno de concertos e julgamentos corais tradicionais, os diretores podem usar os
Padrões de Música e a estrutura do DUA para gerar conteúdo de sala de aula e adquirir a
flexibilidade necessária para construir salas de aula inclusivas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
CAST. Design for Learning guidelines – Desenho Universal para a aprendizagem. CAST,
2011. (Universal version 2.0. - www.cast.org / www.udlcenter.org – tradução).
FUELBERTH, R.; TODD, C. "I Dream a World": Inclusivity in Choral Music Education.
KATZ, J. The Three Block Model of Universal Design for Learning (UDL): Engaging Students
in Inclusive Education. Canadian Journal of Education, v. 36, n.1, p.153-194, 2013.
KATZ, J.; SOKAL, L. Universal Design for Learning as a Bridge to Inclusion: A Qualitative
report of Student Voices. International Journal of Whole Schooling, v.12, n. 2, p.36-63,
2016.
MEYER, A.; ROSE, D.; GORDON, D. Universal Design for Learning (UDL). Estados
Unidos: CAST, 2002.
MILLER, B.; SATSANGI, R. Ramps, Balls, and Measuring Distance--For All. Science and
Children, 2018, v.55, n.5, p.48-53.
MORNINGSTAR, M. E.; SHOGREN, K. A.; LEE, H.; BORN, K. Preliminary Lessons about
Supporting Participation and Learning in Inclusive Classrooms. Research and Practice for
Persons with Severe Disabilities, 2015, v.40, n. 3, p.192-210.
RAO, K.; OK, M. W.; BRYANT, B. R. A Review of Research on Universal Design Educational
Models. Remedial and Special Education, v. 35, n. 3, 153–166, 2014.
RODRIGUES, D. (Org.). Inclusão e educação: Doze olhares sobre a educação inclusiva. São
Paulo: Summus, 2006.
TAUNTON, S.; BRIAN, A.; TRUE, L. Universally Designed Motor Skill Intervention for
Children with and without Disabilities. Journal of Developmental and Physical Disabilities,
2017, v. 29, n. 6, p.941-954.
Jhon Jairo Restrepo Aguirre, PhD. em Ciências da Educação, UAB, Barcelona, Espanha
RESUMO
Esta pesquisa oferece os resultados de pesquisas sobre a análise das competências dos
professores de pós-graduação nas universidades colombianas para realizar seu trabalho
acadêmico com excelência. A partir de um estudo de caso descritivo que mescla métodos
qualitativos e quantitativos, foram levantadas as necessidades dos professores junto a
professores, gestores e alunos, permitindo assim a projeção de um decálogo de competências.
É claro que o desenvolvimento de competências no Ensino Superior é uma das táticas mais
eficazes a serem propostas desde a fase educacional para responder às demandas do novo
século. É por isso que falar de competências para professores de programas de mestrado
dificilmente é compatível com a qualidade que se reclama para todos os membros da
comunidade acadêmica e, claro, para o professor eixo central desses programas que se
constituem na América Latina como porta de entrada. pesquisa científica. Porém, dentro da
lógica dos sistemas de competitividade, qualidade e gestão, a capacidade de inovação na
formação de professores, investigadores e profissionais é relevante para uma reflexão rigorosa
sobre as capacidades dos professores universitários, sobre as suas potencialidades e capacidades
para enfrentar os desafios e desafios do sociedades globalizadas. Nesse sentido, um dos
aspectos abandonados na educação superior colombiana corresponde à falta de trabalho e / ou
à vontade de formar professores universitários. (CASTRO, 2003) Se o professor não tem a
capacidade de compreender como se expressa a ciência e como transmitir as conquistas e
resultados obtidos com os avanços da ciência e da tecnologia, não se pode esperar um impacto
nos diferentes níveis de ensino. o sistema educacional colombiano tem. Por isso, são necessárias
pesquisas que promovam a formação de formadores e que permitam aos professores gerar
conhecimento a partir de sua experiência prática e, a partir desse conhecimento, transformar
continuamente a prática docente. A mudança permanente nas formas de agir, sentir e pensar
seria o resultado de uma formação ótima de formadores proposta pela pesquisa em ciências da
educação.
INTRODUÇÃO
Repensar a Universidade significa reconceituar o papel do professor, do aluno, do
ensino-aprendizagem, da pesquisa, do governo e da gestão ", significando esse
repensar da função docente" deixar o papel de reprodutor do conhecimento e ir para o
orientador da aprendizagem ... ”já que , também, a aprendizagem dos alunos é
reorientada que “deve permitir adquirir conhecimentos, mas principalmente saber
pesquisar, processar e aplicar. (TOMÁS, 2003, p. 68-78)
Este aspecto é, sem dúvida, um dos elementos que justifica a relevância da pesquisa
ao se articular com as oportunidades de intercâmbio e prospecção de dirigentes e
A projeção social: professores, junto ao desenvolvimento social, empreendedorismo, formação cidadã,
cultura, lazer e esporte, etc. (Projeto educacional institucional, 2013). O exposto como
uma função essencial das instituições de ensino superior (IES).
Vale a pena pensar na relevância relacionada à inclusão, uma vez que as sociedades
atuais exigem que o professor implemente “... uma série de mecanismos pedagógicos
que permitem a mediação entre a cultura ... e os indivíduos ... o formador deve
Inclusão:
conhecer o contexto em que o professor desenvolve o ensino- processo de
aprendizagem ... ”(NAVÍO, 2005, p.145)
Fonte: elaboração própria
Diante dessa perspectiva, gestores e docentes de instituições de ensino superior (IES) terão que
pensar no trabalho permanente e na mudança de papéis orientada para a utilização de uma nova
metodologia que permita “resolução de problemas, pesquisa, fortalecimento dos processos de ensino-
O exposto chamou para o planejamento como objetivo deste trabalho, determinar o perfil de
competências e as necessidades de formação de gestores e professores de programas de pós-graduação,
desenvolvidos em instituições de ensino superior (IES) na Colômbia, visando à melhoria do contexto
educacional, trabalhista e social .
Esse panorama evidencia a questão das competências dessas disciplinas e, por sua vez, levanta
questões como: Qual é o perfil de competências dos diretores e professores de instituições de ensino
superior (IES) na Colômbia? Quais são as necessidades de formação profissional exigidas por diretores
e professores de instituições de ensino superior (IES) na Colômbia? Qual é o perfil de competências
necessário para desempenhar, com qualidade e ética, as tarefas exigidas dos formadores (IES) na
Colômbia? Quais são as transformações que a formação acadêmica passou nos programas de pós-
graduação (IES) na Colômbia?
REFERENCIAL TEÓRICO
Competências ou competências profissionais são um conjunto de elementos
combinados (conhecimentos, aptidões, atitudes, etc.), que se integram atendendo a
uma série de atributos pessoais (capacidades, motivos, traços de personalidade,
aptidões, etc.), tomando como referência os experiências pessoais e profissionais e
que se manifestam por meio de determinados comportamentos ou condutas no
contexto de trabalho. (NAVÍO, 2005, p. 75).
Para falar das competências dos docentes da pós-graduação, começaremos por falar em
qualidade nas instituições de ensino superior, que tem tido uma avaliação algo óptica e perceptiva,
porque é avaliada a partir do atendimento prestado por todas as disciplinas que integram o ensino.
estrutura, como ocorre em outros tipos de empresas que têm por objeto social a prestação de serviços.
De acordo com (GEORGE, 1982) e (ASTIN, 1985), cinco níveis são identificados na definição da
qualidade universitária: 1- qualidade para valor agregado, 2- qualidade para conteúdo, 3- qualidade para
resultados, 4- qualidade para recursos disponíveis e 5 - qualidade por reputação.
A competição não é um estado ou Atuação ideal que emerge em … Quatro componentes são
conhecimento possuído. Não se uma tarefa específica, em um necessários para a competição.
reduz a saber ou saber fazer. Não é contexto com sentido, onde há Não apenas o desempenho em si
comparável a uma aquisição de conhecimento devidamente (tarefas), mas também a
treinamento. Ter conhecimento ou assimilado e que atua para ser capacidade de gerenciar a tarefa,
habilidades não significa ser aplicado em uma determinada o ambiente e as contingências é
competente. (LE BOTERF, 1995, situação, de forma necessária para uma prática
P.16). suficientemente flexível para competente. (ROLLS, 1997, P.
fornecer soluções variadas e 195-210).
relevantes. (BOGOYA, 2000, p.
11).
METODOLOGIA
RESULTADOS
Resultados quantitativos
1
CD1 CD2 CD3 CD4 CD5 CD6
DIU CCS PD E
Resultados quantitativos
1
CI 1 CI 2 CI 3 CI 4
DIU CCS PD E
Seguindo o trabalho realizado por (NAVÍO, 2005); (MAS, 2009); (MAS e TEJADA,
2013); bem como (VALCÁRCEL et al, 2003) e (ZABALZA, 2013), que apresentam seus
posicionamentos quanto ao perfil de competências dos professores de pós-graduação;
Aprofundamo-nos nas competências relacionadas com a tarefa docente, ou seja, competências
orientadas para a satisfação das exigências derivadas da diversidade dos alunos no contexto
atual e claro, sob o paradigma da exigência de um formador competente em termos de
conhecimentos, comunicação, relações didáticas e gestão. Realizou-se uma análise documental
sobre os cargos de competência dos autores supracitados e o que foi extraído foi trazido para
discussão nos grupos focais, a fim de determinar as competências docentes decorrentes deste
estudo. A seguir, apresentamos as seis competências relacionadas à tarefa docente estabelecidas
em nossa proposta de competência:
Competências de Conceituação
ensino
O empoderamento sobre o trabalho que corresponde aos alunos e a responsabilidade que daí
decorre no que diz respeito à construção do seu próprio conhecimento, conduz-nos
inevitavelmente a um compromisso de competência que se destaca como um dos mais
importantes, pois neste se orienta, motiva e orienta os processo de aprendizado. É assim que
afirmamos categoricamente que a tutoria se constitui como uma ferramenta para a
aprendizagem autônoma do aluno.
Por outro lado, dizer que o planejamento das fases de tutoria, em sintonia com os objetivos
da disciplina e a diversidade dos alunos, é um requisito necessário do perfil profissional do
3-Orientação de professor de mestrado. O anterior, entendendo que só a partir disso o professor na sua
aprendizagem prática se afina com os objetivos traçados para o perfil profissional do aluno de mestrado na
área disciplinar correspondente.
Da mesma forma, a gestão individual ou coletiva do processo de apropriação do
conhecimento do aluno exige que o professor forneça os insumos necessários para esse fim,
o que caminha a par de uma gestão que integre eficiência e eficácia.
Paralelamente, destacam-se a importância na temática tutorial de aproveitar as ferramentas
virtuais de educação para otimizar o trabalho docente, isto para além de boas práticas em
termos de relações interpessoais óptimas para uma comunicação cordial e amigável com os
alunos.
Na sequência dos trabalhos realizados por (NAVÍO, 2005; MAS, 2009; MAS e RUIZ,
2007); bem como (PIRELA e PRIETO, 2006), que apresentam seus posicionamentos sobre o
perfil de competência do professor universitário; Agora continuamos com as competências
relacionadas com a tarefa de investigação; ou seja, as competências orientadas para o
desenvolvimento da função de investigação e cujo domínio e posse demonstrem e garantam a
idoneidade em termos de investigação numa área do conhecimento e, portanto, a especialização
e competência nesta matéria para os referidos programas de pós-graduação. Realizou-se uma
análise documental sobre os cargos de competência dos referidos autores e o que foi extraído
foi levantado para discussão nos grupos focais, a fim de determinar as competências
pedagógicas decorrentes deste estudo. As quatro competências relacionadas à tarefa de pesquisa
estabelecidas em nossa proposta de competências são detalhadas a seguir:
A gestão e organização de eventos científicos, que já envolvem a própria academia, são tarefas
que, como indicamos no ponto anterior, requerem uma articulação com as áreas administrativa e
financeira das instituições, mas para as quais se exige dos professores um habilidade especial que
permite a realização deste tipo de evento.
Sendo consistente com a importância que os eventos científicos contribuem nas relações
(pessoais, institucionais e interinstitucionais), exalta-se que estes eventos constituem o melhor
8-Gestão e
cenário para um encontro de professores e / ou lideranças que gerem reflexão, discussão,
organização de
intercâmbio intelectual e em si mesma uma encenação de saberes sobre formação docente e
eventos
pesquisadora.
científicos
O papel do professor pesquisador é significativo e transcende quando ele entende que os
programas de mestrado se estabelecem como porta de entrada para a formação e a prática da
pesquisa, que, afinal, são o caminho para o doutorado. Com a realização de eventos de
capacitação, contribui para gerar oportunidades significativas para que os alunos desses
programas possam interagir com o meio acadêmico e dar visibilidade aos seus projetos, ou seja,
demonstrar pesquisas baseadas nas relações interinstitucionais.
Esta competência, como todas elas, envolve o professor, mas requer um acompanhamento
particular e um trabalho em equipa com as áreas administrativa, financeira e de gestão das
instituições, para obter resultados mutuamente benéficos. Ao apresentar o conhecimento
científico proveniente de pesquisadores, obtêm-se múltiplos caminhos, alguns com maior certeza
10-Divulgar e
do que outros, mas em última instância trata-se de otimizar os meios de divulgação e publicação
publicar a
de novos conhecimentos.
atividade de
pesquisa É neste ponto que encontramos o peso da experiência docente e, além disso, a importância do
prestígio institucional, uma vez que desse binômio emergem as diferentes possibilidades de
manifestação da pesquisa científica institucional. São revistas científicas, livros (em formato
físico e digital), intervenções em congressos acadêmicos, conferências universitárias, simpósios
acadêmicos, fóruns (presencial e virtual), entre outros. Da mesma forma, é necessário levar em
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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RESUMO
Diante dos danos ambientais causados ao longo do tempo pelo lixo, o ato de reciclar é visto nos
dias atuais como uma forma de dar continuidade aqueles materiais que seriam simplesmente
descartados, muitas vezes em lixões, aterros sanitários ou até mesmo em rios. Sendo assim, essa
prática atenua os efeitos causados pelo lixo no meio ambiente. Nessa perspectiva, a escola
constitui-se um ambiente favorável às reflexões pertinentes ao tema, para o desenvolvimento
de atitudes que minimizem tais efeitos negativos. Logo, a realização de oficinas pedagógicas se
apresenta como um meio de abordagem de temas relacionados à reciclagem, onde alunos têm
a oportunidade de exercitarem sua criatividade e, ainda, ficarem cientes dos problemas
ocasionados pelo lixo de uma maneira prática e divertida. A realização da oficina contou com
duas etapas de operacionalização: a sensibilização a parte inicial, onde a proposta foi
apresentada aos alunos, na segunda etapa os alunos confeccionaram os seus trabalhos com
materiais alternativos. Com a realização da oficina foi possível perceber o quanto é relevante
demonstrar a importância da reciclagem aos alunos, uma vez que se pode contribuir para
ampliação do conhecimento de todos os indivíduos envolvidos na pesquisa a respeito do tema.
INTRODUÇÃO
REFERENCIAL TEÓRICO
Diante disso, questões relacionadas ao meio ambiente tem ganhado espaço em debates,
com “generalizada concordância sobre as contribuições do paradigma ambientalista na
construção de uma nova perspectiva educacional” (ARAUJO; BIZZO, 2005, p. 1). Segundo
Brumati (2011, p. 10) disseminar informações sobre a Educação Ambiental (EA) possibilita:
Sendo assim, inserir essa temática dentro do ensino, pode colaborar na formação de uma
sociedade mais preocupada com as questões ambientais, bem como o uso conciente e adequado
dos recursos naturais e o descarte correto dos produtos criados e utilizados pelo o homem,
contribuindo, dessa forma para tomadas de decições mais criticas e sustentáveis, com relação
ao meio ambiente e aos recursos naturais.
Mesmo com todo o conhecimento tecnológico que se tem hoje, grandes impactos
ambientais tem causado problemas gravíssimos a diversas formas de vida, isto pela exploração
excessiva de recursos e o descarte inadequado de resíduos sólidos. Com isso o ato de reciclar
aparece como um subsídio para amenizar os impactos ambientais causados por essa ação
humana (LOMASSO et al., 2015).
Está sendo cada vez mais se disseminado a ideia de não utilizar os recursos naturais, ou
seja, poupá-los, e reutilizar aquilo que é descartado, com o objetivo, de certo modo, de amenizar
o problema com a grande demanda de materiais que são desperdiçados. Desta maneira essa
prática contribui para minimizar os impactos negativos causados por ações do homem, ao meio
ambiente. O reaproveitamento desses materiais que seriam descartados ajuda a diminuir a
poluição e preservar os recursos naturais (BRASIL; SANTOS, 2004).
É sabido que a produção de lixo é algo comum e inevitável, que acontece todos os dias
com qualquer indivíduo, o que vai variar de um lugar para o outro é o contingente da população
e o desenvolvimento econômico. Dentre esses, o papel, o plástico e o alumínio apresentam-se
como materiais que podem ser utilizados na reciclagem artesanal, ou seja, na produção de peças
artesanais, por apresentarem métodos de remoção de impurezas, moldagem e
recondicionamento menos complexos, sem a necessidade de processos industriais (GRIPPI,
2001; LOMASSO et al., 2015).
METODOLOGIA
A presente pesquisa foi realizada em uma escola pública da rede estadual de ensino de
Parnaíba-PI, sendo caracterizada como qualitativa de caráter exploratório, corroborando assim,
com principal objeto de pesquisa, não mensurando ou classificando os resultados obtidos
(BOGDAN; BIKLEN, 1997).
Sendo assim, “para que se efetive uma pesquisa, torna-se necessário selecionar os
sujeitos” (GIL, 2010, p. 76). Diante disso, os participantes desse trabalho foram 35 alunos,
pertencente a uma turma 6º ano do ensino fundamental. Para a realização do projeto, as etapas
foram dividadas em duas partes; na primeira, uma das autoras do trabalho, realizou uma
sensibilização sobre a importância de reciclagem, utilizando amostra de imagens dos impactos
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após a análise qualitativa dos resultados obtidos foi possível constatar que os sujeitos
participantes da oficina mostraram-se bastante interessados e participativos e puderam usar de
sua criatividade fazendo diferentes trabalhos, além disso, o professor pode expor a eles a
relevância do aproveitamento de materiais até então sem utilidade.
Conforme destaca Alencar (2005), que o processo de sensibilização dos estudantes pode
estimular diferentes atitudes que vão além do ambiente escolar, alcançando diferentes pessoas,
intensificando ações relacionadas à EA explorada a partir de temas transversais em sala de aula.
Com relação a criatividade, em análise ampla, pudemos observar que o espaço oferecido
durante a oficina permitiu o desenvolvimento da capacidade criativa dos estudantes, os quais
Nesse sentido, Alencar (2002, p. 170) destaca que a criatividade é uma competência
fundamental, por isso deve ser incitada no ambiente escolar pelo professor com a finalidade de
“fortalecer traços de personalidade, como autoconfiança, curiosidade, persitência,
independência de pensamento, coragem para explorar situações novas e lidar com o
desconhecido”, entre outros.
Além disso, a oficina promoveu a interação entre alunos, uma vez que foram separados
em grupos e puderam interagir uns com os outros, despertando então um espírito de cooperação
e companheirismo, pois eles deviam cooperar com os membros do seu grupo na elaboração de
seus trabalhos e também os demais alunos, ajudando-os também (CIAMPONE; PEDUZZI,
2000). Esse momento da oficina foi muito importante e gratificante para o desenrolar do projeto,
uma vez que os alunos puderam mostrar os seus melhores sentimentos, como por exemplo:
poder ajudar os colegas que não haviam levado materiais suficientes, emprestando os seus
materiais quando necessário e até mesmo ajudando na elaboração do trabalho dos outros grupos.
Corroborando com Coll e Marti (1999) que defendem que as interações (entre alunos)
propiciam o desenvolvimento, promovem uma evolução e mudam as pessoas.
Por meio da oficina conseguiu-se informar aos alunos da turma participante da pesquisa
a importância da reciclagem, na qual alguns deles, após a oficina, mostraram-se ainda muito
interessados no assunto e dando continuidade no seu cotidiano a respeito da reciclagem. Com
isso percebeu-se que os alunos tiveram realmente uma visão ampla sobre a reciclagem,
percebendo então a sua importância e como suas próprias e simples atitudes, podem contribuir
de maneira positiva para a preservação do ambiente, não apenas para a sua atividade escolar,
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a realização da pesquisa foi possível perceber o quanto foi relevante demonstrar a
importância da reciclagem aos alunos, uma vez que se pode contribuir para ampliação do
conhecimento dos indivíduos envolvidos a respeito do tema, proporcionando ainda reflexões
individuais dos mesmos motivando-os a adotarem atitudes positivas com relação à reciclagem,
pois passaram a ter uma visão mais abrangente do tema, percebendo que suas atitudes podem
contribuir para preservação do meio ambiente e até poder influenciar outros indivíduos em
sociedade.
REFERÊNCIAS
1 INTRODUÇÃO
Nota-se que uma das grandes dificuldades de aprendizagem dos alunos evidencia-se na
disciplina da matemática, na qual, essa área do conhecimento é para muitos considerada um
bicho de sete cabeças, um tormento que comumente contribui para o baixo rendimento e até
mesmo para o fracasso escolar.
A disciplina de matemática apesar de fazer parte da vida de todas as pessoas, sempre foi
vista em diversas vezes desagradável pelos alunos e desafiadora tanto para os alunos como para
professores, pelo grau de complexidade, considerando que a matemática está presente
diariamente no cotidiano de todos em todos os setores da vida.
Assim sendo, nota-se claramente que o ensino da matemática pavimenta sempre novos
caminhos e abertura de possibilidades de conhecimento para o discente ajudando-o na sua
própria capacidade autocrítica como individuo em fase de construção que é permanente e
sempre está sujeita a erros. O discente alcança autonomia, passando a conhecer o seu potencial
na resolução problemas encontrados na sua realidade, sem medo das possíveis frustrações.
NACARATO; MENGALI e PASSOS (2009, p. 88) afirmam que se desde os primeiros anos do
ensino fundamental, se o aluno for colocado em situações em que tenha de justificar, levantar
hipótese, argumentar, convencer o outro, convencer-se, ele produzirá significados para a
matemática escolar. Ou seja, esses significados precisam ser compartilhados e comunicados no
ambiente de sala de aula.
Assim sendo, percebe-se que cada discente tem o seu tempo de aprender, de crescer, e
que depende muito das suas relações, tanto familiar como escolar, pois o pensamento
matemático acontece por meio de uma evolução lógica, conectada ao desenvolvimento mental.
Nessa perspectiva, de acordo com a teoria cognitiva de Piaget (1896 – 1980) e também com
TAILLE; OLIVEIRA e DANTAS (1992), há estágios evolutivos do pensamento matemático e
que se conectam ao desenvolvimento mental, são eles: sensório-motor, pré-operatório,
operatório concreto e operatório formal.
Vale ressaltar que de acordo com Biblioteca (2013), esses conceitos e estudos podem
ser no sentido, lato, orgânico, estrito e educacional, a saber:
SENTIDO EDUCACIONAL
São identificadas como uma incapacidade ou impedimentos para a aquisição de conhecimento
e aprendizagem na leitura, na escrita, no cálculo ou, ainda, para a aquisição de aptidões sociais.
De acordo com BIBLIOTECA (2013), é comum aos seres humanos apresentarem algum
tipo de limitação, se um pode desempenhar o canto de maneira excelente o outro já pode ter
alguma dificuldade no desenvolvimento da mesma atividade, porém sabe dançar melhor que o
primeiro. Chamasse isso de habilidades pessoais cada um apresenta e conseguem atualizar e
aperfeiçoar de acordo com desenvolvimento e a prática da mesma. Sabidamente, todos são
passiveis de erro e, portanto, ninguém é dono da verdade absoluta, porém essas inabilidades
apresentadas são consideradas “comuns”. Assim sendo, existem pessoas talentosas ao extremo,
mas que não consegues desenvolver, por exemplo, a fala, o cálculo, o raciocínio lógico, a
escrita, a leitura e infelizmente são rotuladas de “anormais”. Nesse contexto, é sabido que
crianças que não consegue desenvolver inúmeras atividades escolares, das quais foram citadas
acima, são crianças que apresentam algum tipo de dificuldade de aprendizagem, porém é
necessário buscar conhecimento e técnicas que possibilitem trabalhar com a dificuldade de
aprendizagem, e com isso não rotular os que a possuem.
De acordo com Chalita (2001), de uma forma geral, todos quase que todos profissionais
da área da educação, se servem do termo “intervenção” dentro e fora do âmbito escolar.
Destarte, de acordo com os dicionários a palavra intervenção significa “mediação”. Nesse caso,
considera-se que a intervenção começa na família, no contexto da familiar, no qual,
precisamente são os pais ou cuidadores que apresentam a criança ao mundo, ensinando a elas
os valores humanos prioritários, as regras, as leis, os hábitos e daí por diante. Este autor diz
ainda o seguinte: “A família tem a responsabilidade de formar o caráter, de educar para os
desafios da vida, de perpetuar valores éticos e morais”.
É na família que tudo se origina e boa parte da aprendizagem depende dela e de sua
organização de intervenção e também mediação. A família é a “Genesis” das primeiras
aprendizagens do infante e a base para o desenvolvimento cognitivo e social que se estende na
vida escolar.
A família é uma instituição em que as máscaras devem dar lugar à face transparente,
sem disfarces. O diálogo é necessário. (...)
[...]A preparação para a vida, a formação da pessoa, a construção do ser são
responsabilidade da família. É essa a célula mãe da sociedade, em que os conflitos
necessários não destroem o ambiente saudável. (...)(CHALITA, 2001, p. 21).
Nesta possibilidade, a intervenção origina-se na família, estendendo-se à escola. Assim
sendo, esse processo de intervenção/mediação é de suma relevância, dinamizando, e assim o
docente sempre estará interagindo com o infante e com o seu problema. Vale ressaltar aqui que
as intervenções devem primordialmente serem realizadas por uma equipe de
multiprofissional, “A intervenção pedagógica provoca avanços que não ocorreriam
espontaneamente” (TAILLE; OLIVEIRA e DANTAS 1992, p. 33).
Os sintomas das crianças que apresentam a discalculia são sempre constantes, e uma das
intervenções que ajudará a criança a sanar um pouco das suas dificuldades serão novas
Vale lembrar mais uma intervenção necessária no auxílio de crianças que apresentam a
discalculia é o lúdico, na qual envolvem todo o processo cognitivo, motor e social. O lúdico é
um potencializador de aquisição de conhecimento, de aprendizagem e de interação, uma vez
que ajuda a criança a enfrentar várias situações do dia a dia, construindo saberes que somarão
na resolução de problemas encontrados ao longo do seu desenvolvimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através deste trabalho de conclusão de curso, foi possível fomentar a reflexão sobre as
dificuldades de aprendizagem da matemática, que está muito presente no âmbito escolar e que
aflige muitas crianças que apresentam essa dificuldade. O que se torna também, aos educadores,
razão de preocupação para os que lidam dia-a-dia com crianças discalcúlicas.
Foi possível perceber que nem toda criança que apresenta algum tipo de dificuldade de
aprendizagem na matemática pode ser vista como discalcúlica, pois muitas crianças
apresentam, por outros vieses, dificuldades diversas, como problemas sociais, afetivos e
psicológicos, o que promove uma baixa autoestima.
Portanto, nesse contexto, faz-se necessário fazer observações minuciosas para mensurar
realmente o grau de dificuldade apresentado e as razões que estão de fato potencializando essa
disfunção nas crianças, para só depois tomar as devidas providências cabíveis.
Destarte, assim sendo, conclui-se que, se caso a criança apresentar a discalculia, será
preciso encaminhá-la a profissionais qualificados e o professor deverá auxiliá-la com
intervenções adequadas. Quanto às intervenções detectou-se, que é possível ajudar a criança,
nos variados tipos de jogos matemáticos e também fazer o uso da tecnologia que tanto os atrai,
pois com essas técnicas ajudará a criança a desenvolver várias habilidades, tais como: atenção,
concentração, interação, socialização, raciocínio lógico-matemático, criatividade, esforço,
quantidade, ordenação, habilidades motoras, ritmo, entre outras.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
TAILLE, YVES DE LA; OLIVEIRA, MARTA KOHL DE; DANTAS, HELOYSA. PIAGET,
VYGOTSKI E WALLON: TEORIAS PSICOGENÉTICAS EM DISCUSSÃO. SÃO
PAULO: SUMMUS, 1992.
RESUMO
O presente artigo tem a finalidade de refletir sobre as experiências adquiridas na disciplina de
Projeto Social e o ensino de Matemática. Um educador, em particular, nesta área, não é somente
aquele que detém todo o conhecimento teórico, demonstrativo e conceitual, é aquele que, com
todo esse saber repassa-o e cria situações com maestria, levando em consideração os aspectos
que fazem parte da realidade do discente. Complementando essa noção, Paulo Freire (2004, p.
12) afirma que: “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua
produção ou sua construção”. Desse modo, a partir da criação e cogitação de um projeto social,
foi possível adquirir reflexões profundas sobre a relação para com o próximo e os passos que
antecedem a ação, para que seja sólida, consistente e possível, ao mesmo tempo que vislumbrou
a importância de um caráter solidário, sentimental e ativo no perfil de um profissional da área
de matemática. Nesse sentido, o perfil de um verdadeiro professor de Matemática deve estar
associado a aspectos emocionais, sociais e que façam de um conteúdo escolar, a oportunidade,
a ferramenta, para aperfeiçoar e ampliar a visão do aluno sobre a vida e sobre si próprio.
INTRODUÇÃO
No cenário atual, por mais sociável que o humano possa ser, e precisa ser, deparamo-
nos com características individualizadas, deixando de lado os aspectos humanos, de
sensibilizar-se com o outro. Nesse contexto, Weffort (2013, p. 1) afirma que: “não fomos
educados para olhar pensando o mundo, a realidade, nós mesmos. Nosso olhar cristalizado nos
O ensino da matemática por muito tempo foi e ainda é visto como algo complexo, difícil
de ser ensinado, justamente por não ter os aspectos humanizadores na sua prática. Com as novas
metodologias de ensino, foi possível trazer para as aulas (a ideia central do projeto), conteúdos
que poderiam estar relacionados à vivência dos alunos. O Projeto Social assim, auxilia nessa
prática humanizadora, de aproximar a ação social com o ensino, quebrando as barreiras do
egocentrismo, tornando-nos mais sensíveis e comprometidos com o outro. O compartilhamento
e a reflexão sobre essas experiências da disciplina de Projeto Social serão os pontos que
discorreremos a seguir, concomitante ao aprofundamento teórico.
2 METODOLOGIA
O termo Projeto Social possui diversas definições por ser um planejamento com
identidade particular. Apesar disso, firmado nessa experiência, pode-se entendê-lo como uma
ação de caráter solidário, voltado pelo e para o bem da sociedade, movido pelo esvaziamento
do que se deseja fazer para ser completo com o que se precisa fazer. Ou seja, trata-se do
verdadeiro ato de humanidade, sair do que se deseja para o que se necessita.
Diante desta definição, a disciplina de Projeto Social possui uma importância nos cursos
de graduação, pois envolve a formação de competências e habilidades do professor e dos
aspectos humanos em que saímos do nosso “eu”, para chegar-se ao “outro”. Assim
O aluno traz em sua bagagem de vida incertezas, estas provocadas pela falta de uma
estrutura familiar, por viverem em condições precárias. E por mais que a escola esforce-se em
abraçá-los com projetos, essas condições não são sanadas, pois o dia a dia familiar, a escola não
pode substituir. Assim, “[...] a grande desigualdade social no que diz respeito à inclusão digital
nos permitem afirmar que o momento é oportuno para a reflexão local e a adoção de um modelo
que melhor atenda às reais necessidades do respectivo sistema educativo [...]” (JOYE;
MOREIRA, 2015, p. 24).
Nesse sentido, conforme Lev Semenovich Vygotsky citado por Silva (s.d.), em sua
teoria da aprendizagem, afirma que o professor possui um papel crucial em minimizar o
sentimento de solidão do aluno, por isso, sem essa figura importante mediando, facilitando e
permitindo que o discente construa seu saber, potencializado pela situação atual, o foco para
aprender é tomado por sensações como solidão, medo, incertezas e, principalmente, pela
desmotivação.
Diante disso, uma ação que subsidie o aluno – com segurança, tanto de maneira
intelectual como emocional, a partir de aulas domiciliares (ações idealizadas nessa jornada) –
auxiliando em seu desenvolvimento na disciplina de Matemática, uma área que exige um
acompanhamento mais próximo e facilitador, no que o projeto foi pensado e materializado,
através de uma fundamentação essencial, o material da disciplina.
Para isso, caro educando, será exigido de você um olhar introspectivo revelador de
suas potencialidades a fim de exercitá-las em prol do “outro” ou dos “outros” que não
conseguem ser vistos pelas políticas públicas de sua cidade. Mente aberta e vontade
de ajudar formarão a base que sustentará seu Projeto Social.
O acolhimento torna-se importante no processo de ensino e aprendizagem, tanto nas
boas-vindas como no decorrer das atividades. No início das atividades cada aluno pôde
interiorizar os conteúdos de forma proveitosa, transforando a visão de mundo, atingindo mais
do que a nossa forma de pensar, mas também a de agir. O mundo necessita de educadores com
boa vontade e que estejam dispostos a pagarem o preço de se tornarem uma referência para o
aluno.
Não é fácil formular objetivos, mas sua elaboração e delimitação, sua clareza e
legitimidade são fundamentais para o êxito de qualquer projeto, já que será em função
dos objetivos traçados que todas as ações serão pensadas, executadas e avaliadas.
Portanto, fundamentado nestes elementos, nos autores citados – Alves (2011), Joye;
Moreira e Rocha (2020), Maciel (2015), Scheide e Soares (2004) e Weffort (2013) – e em outros
complementares a estes, os aspectos fundamentais do Projeto Social serão relacionados
profundamente a prática pedagógica de matemática. Essa reflexão, assim, perpetuará um
elemento que, por vezes, nunca foi aprofundado com veemência na docência, que é a habilidade
inerente do ser humano que, infelizmente, foi perdendo seu fio com o tempo, a aptidão de se
colocar no lugar do outro (empatia).
Scheide e Soares (2004), nesse contexto, confirmam que o caminho correto para a
estruturação e efetivação de um pensamento voltado pelo e para o aluno parte da
ressignificação, de uma visão abrangente que se liga diretamente com a prática social. Ou seja,
compatibilizar o caminho aos objetivos a serem alcançados é, literalmente, sentir o que o aluno
precisa – e ser guiado, com responsabilidade e qualidade, por esse vento oriente.
Segundo Maciel (2004), um projeto desta esfera concentra, sobretudo, atividades inter-
relacionadas, podendo ser interdisciplinares, associadas, que visam e mapeiam aos recursos, às
Para materializar o que foi citado anteriormente, tomemos como conteúdo o estudo de
grandezas, como velocidade média e volume – guiados pela visão do projeto social pela
disciplina de matemática – que tenha, em sua composição, uma parceria com o educador de
Educação Física para se estudar na prática o cálculo de velocidade média na quadra da escola
(ou em outro local aberto) e quantificar a caixa d’água da instituição, com fórmulas
matemáticas. Assim, essa aula, provavelmente, seria mais dinâmica, iria abordar além da
matemática, abraçaria, em sua essência, aspectos da disciplina de Educação Física. Ou seja, a
interdisciplinaridade, na prática, só pode ser aplicada a partir do sentimento de cooperação e
complementariedade, presentes na essência do Projeto Social.
No ensino matemático isso não era para ser discrepante, afinal esquecer um pressuposto
básico do passado é estagnar o processo de evolução do discente para o presente e para o futuro.
Aplicar esse sentimento é ter empatia, altruísmo, sensibilidade, que só é lapidada a partir de
uma reflexão ativa e positiva para com a sociedade, experiência esta fornecida e construída pela
disciplina de Projeto Social.
Essa sensibilidade, por sua vez, foi posta em prática no decorrer do estudo desta
disciplina e reflexão sobre o tema, a partir do contexto árduo de pandemia. Joye, Moreira e
Rocha (2020, p. 13) argumentam que, nesse contexto “com as escolas fechadas para evitar
aglomerações, professores e alunos são estimulados a dar continuidade ao ensino e aprendizado
em seus lares, sendo que os alunos estariam sob o olhar atento de seus responsáveis legais”.
Em terceiro lugar, por fim a importância de se estar aberto às mudanças, às coisas novas,
a agir muito além do medo dos métodos não conhecidos, pois conforme Leandro Karnal,
professor e historiador, no curso gratuito “Competências Profissionais, Emocionais e
Tecnológicas para Tempos de Mudança”, afirmou que, por causa do nosso instinto quase
animal, em frente do perigo nós (seres humanos) tendemos a ficar paralisados e, por isso, diante
de uma situação em que nosso cérebro não está acostumado, por não possuir uma resposta
pronta, a tendência humana é estagnar, ficar parado sem saber o que fazer. E esse perigo muitas
vezes é imaginário, isto é, é uma barreira que criamos que nos impede de sermos receptivos e,
assim, de evoluirmos como pessoas e profissionais.
E essa estagnação não pode fazer parte da vida do professor, afinal quando falamos da
reflexão dos projetos sociais associados à docência, estes primeiros (associados ao segundo)
(...) nascem do desejo de mudar uma realidade. Os projetos são pontes entre o desejo
e a realidade. São ações estruturadas e intencionais, de um grupo ou organização
social, que partem da reflexão e do diagnóstico sobre uma determinada problemática
e buscam contribuir, em alguma medida, para “um outro mundo possível”
(STEPHANOU, 2003, p. 11 apud MACIEL, 2004, p. 12).
Assim, uma das formas para se romper o medo do novo, o temor em inovar, e o receio
de evoluir conforme o mundo vai evoluindo é através da cristalização do propósito de educar,
que permeia o anseio em transformar positivamente a realidade e acender a chama no coração
dos discentes para que sejam tão grandes quanto possam imaginar.
Com isso, percebe-se que a relação entre projeto social e o ensino da Matemática
permeia várias dimensões – um olhar profundo sobre a disciplina e sobre a prática pedagógica,
dar novos significados à educação fazendo este chegar a aspectos nos alunos que antes não o
alcançavam, a importância de boas parcerias e a atualização de conexões com outras áreas do
conhecimento, a necessidade de um educador sensível aos aspectos que englobam o aluno e aos
saberes técnicos gerais além, é claro, de estar aberto às mudanças, de sempre pensar em
melhorar e evoluir, afinal, seu crescimento implicará na ascensão de seus alunos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Firmado nos elementos então descritos sobre este tema, vislumbra-se a relevância que a
experiência social, reflexiva e altruísta proporciona para a vida do formando em matemática e,
consequentemente para a sua vida pessoal e profissional. Educar é muito mais do que saber e
do que dominar, significa proporcionar e transmitir, respectivamente, transformar um momento
em uma experiência de aprendizado ativo e dar relevância a partir do sentimento, da emoção.
Na área da matemática é muito comum ouvir que se trata de uma disciplina árdua,
enfadonha e que não possui relevância alguma em dominá-la ou não. Esse pensamento
superficial é plantado pelo fato de não existir em nós o desejo ardente de mudar essa visão, de
dar consistência a este assunto, de mostrá-lo como um aliado, e não como um inimigo.
Para tanto, ter empatia, visão amplificada do planejamento e ser movido pelas
motivações certas são aspectos fundamentais para este êxito. Tais elementos foram, com
maestria criados, lapidados e fortalecidos nesta experiência – em pensar, planejar, pesquisar,
analisar as potencialidades e possíveis adversidades enfrentadas, e, principalmente, na projeção
de sua efetivação – dada por esta disciplina.
Assim, este processo, apesar de curto (afinal, foram 4 aulas), foi imprescindível para
acender um desejo ardente de buscar as melhores soluções, de levar em consideração os
Ademais, um dos elementos fundamentais do Projeto Social que não pode ser esquecido
é que, qualquer ideia, caminho ou idealização é feito para se colocar em prática. Ou seja, só se
pode efetivar ações a partir do planejamento, mais também, sobretudo, através da prática, do
exercício pleno do que se planejou.
Diante destas importantes lições, ficou claro que a atividade social, que o pensamento
altruísta tem mais que o poder de ajudar vidas, como também pode subsidiar e aprimorar a
prática pedagógica em Matemática. Se um conteúdo é chato, torne-o divertido, se os alunos
possuem dificuldades de aprendizagem, pense e execute ações para sanar essas dificuldades.
Conhecer o que se vai fazer é fácil, a execução que, por vezes, é difícil. Por isso, deve-
se ter em mente que qualquer ação sempre terá o nosso “eu” inserido nela, e será, justamente, a
forma com que enxergamos esse “eu” que resultará na ação desejada ou não. Logo, a visão
social, conforme abordado no decorrer dessa jornada é algo que está em nossa estrutura (somos
seres sociáveis), conquanto as intenções, as motivações devem ser reavaliadas. E o motivo para
tanto é que um verdadeiro professor de matemática não se preocupa somente em passar provas
e com seu salário no fim do mês, na verdade deveria ter e ser movido pela empatia, em buscar
dar sentido ao que está sendo ensinado, preocupado em envolver e impactar o discente com
estes saberes específicos, e, por conseguinte, obter-se-á alunos capazes de ver mais do que os
olhos alcançam e movidos pelo sentimento de aprender e se transformar, transcender, com esses
conhecimentos.
REFERÊNCIAS
ALVES, Tereza Cristina Valverde Araújo. Projeto Social. Fortaleza: UAB/IFCE, 2011.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 30. ed. São
Paulo: Paz e Terra, 2004.
SILVA, André Luís Silva da. Teoria de Aprendizagem de Vygotsky. InfoEscola, s.d.
Disponível em: https://www.infoescola.com/pedagogia/teoria-de-aprendizagem-de-vygotsky/.
Acesso em: 19 set. 2020.
RESUMO
Objetivo: descrever e refletir sobre as experiências vivenciadas durante a realização de
atividades para promoção da alimentação saudável em escolares. Metodologia: pesquisa com
abordagem qualitativa, participativa e descritiva, em que se valorizou a cultura local e o saber
popular dos alunos sobre alimentação. O público-alvo se constituiu de 25 estudantes, com
idades entre 12 e 16 anos, de uma escola de Ensino Fundamental do munícipio de Guaiúba-CE,
no primeiro semestre de 2018. Resultados: a realização deste trabalho foi concretizada a partir
da inserção dos discentes na construção do conhecimento, possibilitando o entrosamento, o
diálogo e a contextualização das atividades com o cotidiano da sala de aula. Os alunos
conseguiram se organizar e trouxeram uma postura de sujeitos ativos e colaboradores,
construindo, com suas ideias, as ações desenvolvidas em sala de aula. Os trabalhos foram
finalizados com a exposição das frutas saudáveis, apresentação de banner, painéis e distribuição
de panfletos na feira de ciências do município. Considerações finais: há necessidade de uma
parceria entre a saúde e a educação, de maneira a construir e aperfeiçoar princípios e valores
que possibilitem uma melhor qualidade de vida.
INTRODUÇÃO
Saúde e educação são, constantemente, evocadas quando a questão gira em torno das
condições de vida. A interação entre elas, independentemente de onde ocorre, constitui
caminhos importantes para a conquista da qualidade de vida. A construção de práticas
pedagógicas relacionadas a essa interação é um grande desafio frente às demandas que as
escolas enfrentam (CARVALHO, 2015).
A promoção da saúde ocorre, portanto, quando são asseguradas as condições para a vida
digna dos cidadãos e, especificamente, por meio da educação, da adoção de estilos de vida
saudáveis, do desenvolvimento de aptidões e de capacidades individuais, da produção de um
ambiente saudável, da eficácia da sociedade na garantia de implantação de políticas públicas
voltadas para a qualidade da vida e dos serviços de saúde (BRASIL, 1997; 2013).
METODOLOGIA
O cenário deste estudo foi uma escola municipal de Ensino Fundamental no município
de Guaiúba, Ceará. O público-alvo se constituiu de 25 estudantes, com idade entre 12 e 16 anos.
Foram utilizadas, como estratégias de aproximação com a realidade, discussões, debates,
apresentação de banner, painéis e distribuição de panfletos na feira de ciências do município.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
É importante que se perceba que o educador deve estar atento a várias situações e
contextos de temas que serão desenvolvidos em sala de aula. Sabe-se que, nesse ambiente, o
educador precisa ser um facilitador que saiba utilizar várias estratégias de ensino, contribuindo
para a melhoria do conhecimento que os alunos devem ter sobre a alimentação. Portanto, o
educador necessita, também, possuir conhecimentos e habilidades sobre promoção da
alimentação saudável, procurando incorporá-los ao seu fazer pedagógico.
Para tal, a realização deste trabalho foi concretizada a partir da inserção dos discentes
na construção do conhecimento, possibilitando o entrosamento, o diálogo e a contextualização
das atividades com o dia a dia da sala de aula. Foi muito gratificante, pois os alunos conseguiram
se organizar e trouxeram uma postura de sujeitos ativos colaboradores, construindo com suas
ideias as ações desenvolvidas em sala de aula.
Diante do exposto, fica explícita a atenção e a interação dos discentes nas atividades
desenvolvidas e no trato das informações dialogadas em grupo. Segundo Freire (1996), é
importante esse entrelace de ações de saber ouvir, falar, enxergar, calar, interagir pela via da
comunicação, do diálogo e da troca mútua.
Para tal situação, o professor, como mediador, tem fortalecido essas potencialidades
com a sua intervenção e colaboração. Sabendo da capacidade que os alunos têm de desenvolver
trabalhos grandiosos como esses, precisamos apoiá-los e deixá-los descobrir e construir suas
potencialidades através da prática cotidiana.
Para Silva (1997), a escola poderá fornecer importantes elementos para capacitar o
cidadão para uma vida saudável. Há a necessidade de estabelecer um espaço na escola onde
seja suscitado o debate para maior compreensão da relação entre saúde e seus determinantes
mais gerais, possibilitando processos de aprendizagem permanente para os envolvidos
(TAVARES; ROCHA, 2006).
Assim, a escola tem grande relevância, considerando o papel que a educação possui de
transformar a realidade através de ações educacionais e as contribuições que ela pode deixar
como marca de um trabalho que possa mudar a realidade, isso porque a escola, como uma
instituição, tem grande influência na vida das pessoas, é o lugar ideal para se desenvolver várias
ações, inclusive as relacionadas à educação para uma alimentação saudável.
Desse modo, os trabalhos foram finalizados com a exposição das frutas saudáveis,
apresentação de banner, painéis e distribuição de panfletos na feira de ciências do município de
Guaiúba-CE. Os alunos expuseram sobre importância da alimentação, hábitos alimentares,
qualidade vida e valor do diálogo para o desenvolvimento das atividades.
Nesse contexto, Camozzi et al. (2015) relatam que atividades educativas promotoras de
saúde na escola, em particular, a promoção da alimentação saudável (PAS), representam
possibilidade concreta de produção de impacto sobre a saúde, a autoestima, os comportamentos
e o desenvolvimento de habilidades para a vida de todos os membros da comunidade escolar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a realização deste trabalho, pode-se compreender que há uma construção dos
saberes sobre uma alimentação saudável, permitindo refletir sobre a realidade dos bons e maus
hábitos alimentares. Na assertiva, salientamos que este trabalho pode despertar, nos imbuídos
do processo educacional, possibilidades de uma parceria entre a saúde e a educação, a fim de
desenvolver, na escola, princípios e valores de promoção à reeducação alimentar, que
possibilite uma melhor qualidade de vida.
Percebemos que a abordagem foi acolhida de forma positiva, os alunos refletiram sobre
seus hábitos e perceberam a importância que os alimentos e as atividades físicas têm para
manter equilibrada a saúde do corpo e evitar doenças futuras. Apesar de alguns adolescentes
não praticarem, ainda, em sua totalidade, esportes ou outro tipo de atividades físicas, eles
contam com alguns momentos esportivos ofertados pela escola através das aulas de educação
física.
Sabe-se que trabalhar com essas abordagens, em sala de aula, é muito complexo, visto
que, muitas vezes, os professores não estão preparados ou não têm conhecimento suficiente
para desenvolver tais atividades. Para tanto, é necessário repensar a formação do professor de
nível fundamental quanto às múltiplas dimensões do ensino, reavaliando as estratégias de
ensino-aprendizagem utilizadas na escola e, com isso, dar um salto do real para o possível, em
busca de um currículo integrado, cujos estudantes vão além dos conhecimentos desconectados
para um saber que leva à autonomia, ao resgate da cidadania e ao que diz respeito às suas
escolhas nutricionais.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: Meio ambiente: Saúde. Secretaria de Educação
Fundamental. 2. Ed. Rio de Janeiro, 1997.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e
Terra, 1996.
GONÇALVES, L. F. F.; FARIA, D. S. de A.; BATISTA, E. dos S.; FERREIRA, S. R.; ASSIS,
S. M. de. PROMOÇÃO DE SAÚDE COM ADOLESCENTES EM AMBIENTE ESCOLAR:
RELATO DE EXPERIÊNCIA. SANARE - Revista de Políticas Públicas, vol. 15, no. 2, 2016.
Available at: https://sanare.emnuvens.com.br/sanare/article/view/1051. Accessed on: 12 Jan.
2021.
SILVA, C. S. Escola Promotora de Saúde: uma visão crítica da Saúde Escolar. In:
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Departamento Científico de Saúde Escolar.
Cadernos de Escolas Promotoras de Saúde - I. 1997.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Global strategy on diet, physical activity and health,
2004. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9241592222. Acesso em: 29
jan. 2020.
RESUMO
Este trabalho consiste em uma investigação sobre o Programa de Formação do Professor
Alfabetizador – PROFA, que incide de um curso voltado para o desenvolvimento de
competências, para professores alfabetizadores. Dessa forma, partimos do seguinte problema:
como acontece a Formação do Professor Alfabetizador – PROFA da rede municipal de ensino
da cidade de Teresina-PI? Apresentando como objetivo geral: Processo de Formação de
alfabetizadores da rede municipal de ensino da cidade de Teresina- PI no período de 2010 a
2011, a partir do Projeto – Formação do Professor Alfabetizador – PROFA. Evidenciando como
objetivos específicos desta pesquisa: conhecer a proposta pedagógica do projeto, caracterizar
as etapas da formação do professor alfabetizador, conhecer a visão do professor alfabetizador
sobre a formação oferecida. A metodologia desenvolvida foi através da pesquisa bibliográfica,
com análise documental do material do PROFA, com abordagem qualitativa, com relação à
pesquisa de campo, foi utilizado um questionário que foi aplicado com a coordenadora do curso,
04 (quatro) professores cursistas, a pesquisa foi realizada no Centro de Formação Professor
Odilon Nunes da rede Municipal de ensino da cidade de Teresina-PI. Por meios dos resultados
alcançados, percebeu-se que a Formação do Professor Alfabetizador – PROFA contribuiu para
a autonomia e participação do docente no âmbito escolar de forma significativa, eficaz e
transformando, sobretudo a realidade educacional.
INTRODUÇÃO
A formação continuada não pode ser pensada de forma fragmentada como geralmente
ocorre, às vezes desenvolvida em apenas dois momentos ao longo do ano. Os professores
necessitam de qualificação para que possam trabalhar com maior eficiência. Em razão disso,
precisam de cursos para aperfeiçoar seus conhecimentos e aplicá-los em sala de aula.
Com base nesse pressuposto, sentimos a necessidade de fazer essa pesquisa e partimos
do seguinte problema: Como acontece a formação do alfabetizador no Projeto Formação do
Professor Alfabetizador - PROFA da rede municipal de ensino da cidade de Teresina-PI? Diante
disso, a pesquisa teve como objetivo geral: analisar o processo de formação de alfabetizadores
da rede municipal de ensino da cidade de Teresina-PI no período de 2010 a 2011, a partir do
Projeto - Formação do professor Alfabetizador - PROFA. Foram estabelecidos como objetivos
específicos: conhecer a proposta pedagógica do projeto; caracterizar as etapas da formação do
professor alfabetizador e conhecer a visão do professor alfabetizador sobre a formação
oferecida.
Os professores cursistas esperam conhecer tanto a prática como baseamento teórico que
fundamenta o processo de alfabetização, para que tenha coerência sobre sua prática, e
compreenda de forma consciente o sistema da alfabetização, fazendo a sua prática acontecer de
O PROFA foi produzido pelo MEC no ano 2000 e posto em prática no início do ano de
2001 tendo a parceria das secretarias e diretorias de ensino até o final de 2002, após esse período
o MEC finalizou seu apoio e o programa persiste pelos investimentos e comprometimento das
prefeituras, governos estaduais e Universidades.
4. PROFESSORES EM FORMAÇÃO
Foi indagado aos cursistas e a coordenadora sobre a proposta pedagógica oferecida pelo
programa Formação do Professor Alfabetizador – PROFA.
Com base nas respostas apresentadas pelos cursistas percebe-se que a proposta
pedagógica desenvolvida pelo programa é fundamentada na concepção sócio - interacionista
que tem como foco problematizar questionamentos que são marcantes no processo de ensino e
aprendizagem. O professor se depara com várias situações diferenciadas em relação à
alfabetização, que exige desse professor conhecimentos significantes sobre a sua própria
prática, sendo que a abordagem usada pelo programa é baseada na interação, a partir de um
processo anterior, de troca, que possui uma dimensão coletiva.
Dessa forma, observar-se que PROFA é fundamentado em uma proposta que tem como
foco desenvolver as habilidades da leitura e da escrita, que proporciona aos mesmos, maneiras
de como criar situações didáticas de acordo com as necessidades de aprendizagem dos alunos
seguindo uma metodologia de recursos de acordo com as dificuldades apresentadas. Os
conteúdos que são trabalhados para alcançar essas habilidades têm como propósito despertar a
reflexão sobre a prática exercida pelo docente.
De modo geral, as unidades contam com cinco atividades propostas para cada
Encontro do Grupo de Formação de Professores, com duração de três horas. Três
atividades são permanentes, ou seja, acontecem em todos os encontros: a Leitura
Compartilhada de textos literários, realizadas pelo professor formador para o grupo; a
Rede de Idéias, que é um momento de os professores compartilharem suas idéias,
opiniões e dúvidas a partir das tarefas propostas no trabalho pessoal; e o trabalho
pessoal, que envolve situações de leitura e/ ou escrita a serem realizados fora do grupo,
com o objetivo de complementar o que foi tratado no encontro. As demais atividades
propostas variam, mas têm como orientação metodológica geral a tematização da
prática dos professores, o planejamento e o desenvolvimento de propostas de ensino
e aprendizagem, o intercâmbio a partir do conhecimento experiencial que possuem e
a discussão das necessidades/dificuldades que enfrentam no trabalho pedagógico.
Durante todas as etapas são propostas atividades que leva a situações de análise e sempre
de forma problematizadora, e essa analise acontece em grupo, ambos discutem sobre o mesmo,
utilizado o conhecimento e os desafios vividos por cada um, sendo que atividade e concluída
com uma discussão entre todos de forma coletiva, onde todos dividem suas inquietações e
sugestões, sendo que esse momento é orientado pela formadora.
O desafio de formar pessoas críticas, capazes de ler nas entrelinhas e de assumir uma
posição própria, que interajam, ao invés de persistir em formar indivíduos
dependentes de regras, normas, cartilhas. O desafio é formar pessoas desejosas de
penetrar no mundo da educação, dispostas a identificar com o parecido ou solidarizar-
se com o diferente. Assumir este desafio significa abandonar as atividades mecânicas
e posicionar-se como parceiro, co-produtor. Enfrentar este desafio implica uma
mudança profunda, e levá-lo à prática não será uma tarefa fácil.
Portando as expectativas geradas pelos cursistas da Formação do Professor
Alfabetizador - PROFA são fundamentadas em suas dificuldades de desenvolver o processo de
alfabetização, ambas vão à busca de encontra respostas, para seus próprios questionamentos em
relação às etapas do ensino e da aprendizagem, se percebe que só a prática sem a teoria não se
constroem uma aprendizagem de qualidade, ou seja, a teoria se completa com a prática, elas
andam juntas, nenhuma se complementa sozinha, é necessário o baseamento teórico para se
aplicar a prática de maneira significativa.
REFERÊNCIAS
1. INTRODUÇÃO
Entretanto, a sociedade do século XXI tem exigido dos professores alterações em sua
prática, entre elas, a revisão de métodos de ensino e a busca por novas metodologias e recursos
didáticos, a fim de contemplar os conteúdos e alcançar os objetivos educacionais propostos.
Para alcançar esses objetivos educacionais deve-se considerar que as pessoas são
diferentes entre sim e cada indivíduo possui características únicas, ou seja, fazem parte de uma
mesma sociedade, entretanto, são distintos em vários aspectos, como na forma de aprender.
O objetivo geral deste trabalho é apresentar por meio do modelo Vac os diferentes estilos
de aprendizagem apresentados pelos alunos durante seu processo de aprendizado e o
desenvolvimento intelectual do seu conhecimento, bem como esses estilos, aliados às
tecnologias e mídias, podem ser mais bem aproveitados na EaD.
2. ESTILOS DE APRENDIZAGEM
Essa classificação de estilos foi desenvolvida pelos teóricos Rita e Kenneth Dunn e
explica as diferenças individuais fundamentadas em modalidade de percepção definidas
fisiologicamente (Filatro, 2018, p.11).
VISUAL
AUDITIVO
CINESTÉSICO
Segundo Filatro (2018, p.13), "por apoiar-se na ideia de que os estilos são preferências
aprendidas, a perspectiva de Kolb é muito mais flexível". Pressupõe que as pessoas podem
aprender outras formas de aprender e que, certamente, a aprendizagem é um ciclo que deve
passar pelas dimensões Sentir-Pensar e Observar-Fazer.
De acordo com algumas outras teorias, como Universal Design for Learning (É uma
estrutura para melhorar e otimizar o ensino e a aprendizagem para todas as pessoas com base
em insights científicos sobre como os seres humanos aprendem. Disponível em:
<http://www.cast.org>. Acesso em: 26 fev. 2018.), conhecer os diversos estilos de
aprendizagem contribui para definir, identificar e empregar quais os melhores tipos de mídias
e a linguagem mais adequada a cada aluno. Tudo isso visa apresentar conteúdos e atividades
de maneira múltipla, para alcançar a diversidade dos alunos.
Somado a isso, a pirâmide da aprendizagem (Figura 4) proposta por Dule (1969) mostra
que o ideal para aprendizagem é propiciar ao aluno atividades mais ativas por meio de práticas
colaborativas. Isso propicia um melhor aprendizado e melhora a capacidade de reter
informações. Contudo, embora seja possível questionar os percentuais apresentados, que nem
sempre se aplicariam a todos os indivíduos, o modelo tem o mérito de classificar os diferentes
3. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Atualmente, a EaD encontra-se cada vez mais apoiada em mídias e tecnologias digitais
e isso é um forte contribuinte para as modificações metodológicas e tecnológicas efetuadas em
todo o setor de educação e treinamento, ao possibilitar acesso ao conhecimento e à certificação
profissional para pessoas que antes não tinham a possibilidade de se aperfeiçoar por serem
portadores de necessidades especiais ou por residir longe dos grandes centros de estudos ou,
ainda, por não ter condições econômicas para se dedicar aos estudos. Esses são, assim, alguns
dos inúmeros benefícios oferecidos pela aprendizagem a distância (LITTO, 2010).
Ao analisar sob um aspecto rigoroso, pode-se dizer que tecnologia e mídia não são
sinônimas, apesar de comumente serem empregadas assim (MOORE; KEARSLEY, 2007, p.
07). A tecnologia é o veículo que comunica as mensagens, ou seja, é um instrumento que
propicia comunicação e produção e pode, no caso da educação, ser adequada a vários objetos
educacionais (PORTUGAL, 2013).
SIMBOLOGIA
Discurso Exemplos: palestra (sem imagem), audiobook, telefone, chat (de texto
ou de voz)
Música Exemplos: CD de áudio, MP3 player, áudio streaming
Animação Exemplos: desenho animado, expressão corporal, GIF animado
Performance Exemplos: palestra (com imagem em movimento), cinema, teatro,
dança, show musical, vídeo, televisão
Exercitação Exemplos: simuladores, dinâmica de grupo, jogos, laboratórios,
exercícios, provas
Fonte: Tori (2010, p. 53)
⦁ Vídeo: O vídeo é uma ferramenta mais fácil de ser utilizada e reproduzida para
fins educacionais devido à facilidade de produção por meio de aparatos tecnológicos, como
iPad, celulares, câmeras digitais etc. O vídeo tem características únicas que o tornam mais rico,
interessante e complexo do que as demais mídias. Para Filatro (2018, p.119), existem outros
formatos de vídeos educacionais, como:
O podcast pode ser utilizado para diferentes propósitos educacionais, entre eles, pode-se citar:
explicar tópicos de conteúdo; reproduzir sons da natureza, músicas, conversas em idioma
estrangeiro, reportagens; dar instruções para uso de máquinas ou equipamentos; apresentar
orientações em visitas técnicas e atividades de campo, etc.
⦁ Rádio/Televisão: O rádio tem a vantagem de ser uma mídia muito acessível e
um aparelho receptor de baixo custo, permite enviar informações de e para qualquer parte do
mundo. "A televisão, em comparação ao rádio, é muito mais onerosa e, ainda, tem-se a questão
da televisão aberta e a televisão de canal fechado, limitada a seus assinantes"
(SONDERMANN, 2014, p. 79).
⦁ Texto: O texto é uma das mídias mais utilizadas na EaD. Pode ser
disponibilizado tanto impresso, quanto digital. O material textual disponibilizado no formato
digital permite uma navegação não linear e a inserção de elementos multimídia (animações e
"A tecnologia não é, em si, uma solução; é, sim, uma ferramenta que pode nos ajudar a
chegar a uma educação apropriada para os novo tempos e as novas gerações" (Filatro;
Cavalcanti 2018, p. IX).
Segundo Averbug (2003), é preciso mais do que ter acesso e utilizar as novas
tecnologias na educação, tanto elas presenciais ou a distância. Além disso, pouco resultado será
alcançado com as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) se o método de ensino for
o mesmo e se professor e aluno não adotarem novas posturas e alterarem concepção de seus
papéis no processo de ensino e aprendizagem. Os professores devem ser cada vez mais
orientadores e incentivadores do estudo e os alunos cada vez mais pesquisadores e construtores
do próprio conhecimento.
4. MÉTODO
O objetivo geral deste estudo foi apresentar por meio do modelo VAK os diferentes
estilos de aprendizagem apresentados pelos alunos durante seu processo de aprendizado e o
desenvolvimento intelectual do seu conhecimento e como esses estilos, aliados às tecnologias
e mídias, podem ser mais bem aproveitados na EaD.
Está seção contempla o que pode ser feito considerando-se as principais características
de cada estilo de aprendizagem e relacionando essas características com as mídias citadas no
texto, para demonstrar quais mídias podem ser exploradas com mais acuidade em cada estilo.
Segundo as pesquisas bibliográficas realizadas para este estudo, a pessoa com o estilo
de aprendizagem visual mais desenvolvido teria um melhor aproveitamento e mais facilidade
de aprendizagem se utilizar as seguintes técnicas: copiar o que está no
quadro/slides/vídeos/apresentações; essas anotações podem estar em forma de listas; grifar e
desenhar as informações mais importantes e que precisam ser lembradas; fazer esquemas com
as frases mais importantes; utilizar mapas mentais, e sublinhar, circular e até colorir palavras e
anotações.
Na EaD, os recursos midiáticos utilizados e que podem auxiliar aos alunos com esse
estilo de aprendizagem são os áudios. Atualmente, inclusive, é cada vez mais comum o uso do
formato podcast. O rádio, já não tão utilizado, porém ainda um dos recursos de menor custo,
alcança lugares com menos recursos econômicos, e também os vídeos, compostos,
principalmente, pelo recurso visual, mas com áudio e legenda, que podem ser importantes para
os alunos desse estilo.
Dessa forma este estilo de aprendizagem pode-se dizer que é o mais difícil de ser
contemplado na EaD, mas não impossível, uma vez que a tecnologia possibilita encontros
virtuais síncronos, ou seja, os alunos podem fazer trabalhos em grupos com encontros virtuais
e trabalhos em grupos com recursos do próprio AVA, como a Wiki, a revisão por pares e outros.
Ou seja, mesmo este que parece ser o estilo de aprendizagem mais difícil de ser atendido pela
EaD, não é impossível com os recursos tecnológicos e as mídias disponíveis atualmente.
Nessa perspectiva, Vygotsky (1989) destaca que cabe ao professor(a) a tarefa de mediar
a aprendizagem de conceitos por meio de instrumentos que sejam adequados e que ofereçam a
possibilidade da transformação do aluno. Além disso, conforme já apresentado, os alunos têm
estilos de aprendizagem diferentes, ou seja, é interessante, sempre que possível, apresentar os
conteúdos em formatos diferentes, para atender a esses diferentes estilos.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Contudo, para atender de forma eficaz a essa demanda crescente são necessários
profissionais capacitados e recursos corretos, entre esses, as mídias. Ao longo desta pesquisa,
buscou-se apresentar os estilos de aprendizagem, com foco no modelo Vac, e as mídias
utilizadas nessa modalidade de ensino.
Esta pesquisa foi apenas o início da caminhada em direção às discussões que podem ser
ainda mais bem exploradas com o intuito de estimular discussões sobre os estilos de
aprendizagem e sua relação com as mídias utilizadas na EaD, de forma a facilitar o processo de
ensino-aprendizagem.
REFERÊNCIAS
AVERBUG, R. Material didático impresso para a educação a distância: tecendo um novo olhar.
Colabor@ - Revista Digital da Comunidade Virtual de Aprendizagem Rede de Instituições
Católicas de Ensino Superior, Santos, v. 2, n. 5, p. 16-31, ago./set. 2003.
BATISTA, Márcia Luiza França da Silva. Design instrucional: uma abordagem do design
gráfico para o desenvolvimento de ferramentas de suporte à Educação a Distância. Dissertação
(Mestrado) - Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação,
Bauru, 2008.
Brasil, 2008.
FILATRO, Andrea. Como preparar conteúdos para EaD: Guia rápido para professores e
especialistas em educação a distância, presencial e corporativa. – 1ª Ed. – São Paulo: Saraiva
Educação, 2018.
LITTO, Fredric M. Aprendizagem a distância. 1. ed. São Paulo: Imprensa Oficial, 2010.
MAIA, C; MATTAR, J. ABC da EaD: educação a distância hoje. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2007.
MOORE, M. G.; KEARSLEY, G. Educação a distância: uma visão integrada. São Paulo:
Cengage Learning. 2008.
PORTUGAL, Cristina. Design, Educação e Tecnologia. Rio de Janeiro: Rio Books, 1ª Edição
2013.
SILVA, Washington Ferreira. Quem o feio ama, bonito lhe parece: a emoção e suas relações na
metodologia projetual de design. Recife, 2011.
1 INTRODUÇÃO
A música está presente nas vidas das pessoas e isso é incontestável. Ela é uma
manifestação que está presente na vida humana em muitos momentos, desde os sons produzidos
no ventre materno até os sons e falas produzidas no ambiente em que vivemos. A música pode
contribuir de diversas formas para com o desenvolvimento da criança e do adolescente, pois ela
está, marcantemente, presente desde o início da vida.
A pesquisa pretende abordar a música como uma ferramenta educacional que pode ser
usada nas escolas, no processo de ensino e de aprendizagem, para formação dos alunos. A
questão de partida registra-se na frase: Como a música enquanto ferramenta pode ajudar no
processo de ensino e da aprendizagem?
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA MÚSICA E SEU USO NA
APRENDIZAGEM
Podemos observar que a música era utilizada para unificar as estruturas na formação do
cidadão grego, onde o mesmo tinha como objetivo sua preparação para se tornar o ser humano
inserido no contexto social exercendo a música como fonte para sua formação. É neste contexto,
portanto, que a música estava inserida, preparando o cidadão grego para o futuro.
Evidencia-se nos registros históricos e também nessa pesquisa que a música tem
múltiplas funções desde a antiguidade, se destacava em festas e rituais, fazendo, assim, parte
na vida do ser humano. Mas fica evidente que a música tinha uma forte influência sobre as
pessoas, tinha o poder de despertar nos indivíduos o desejo de aprender, a mesma estava
presente além das festas, mas também nos trabalhos e nas brincadeiras infantis.
Antigamente no tempo dos escravos nas senzalas, nas casas dos coronéis. A música
estava presente nas festas que eram feitas só para eles. Também era muito importante
nas Igrejas e era desenvolvida pelos padres que na época se destacava melhor, mas
hoje tudo isso mudou a música faz parte também da vida dos seres humanos da
sociedade da comunidade atual. (SILVA, 2013, p.17).
No relato acima vemos um novo recorte temporal e histórico, e a nele o registro da
presença da música em diversas situações da vida, e mesmo com o passar dos anos ainda se
utiliza do recurso da música para enumeras situações inclusive as educacionais.
A música utilizada no cotidiano escolar pode ser inserida de diversas formas, como por
exemplo: na hora da chegada dos alunos, no momento da acolhida e até na hora do lanche.
Godoi (2011), afirma que “a música é uma ferramenta pedagógica para auxiliar as crianças em
seu desenvolvimento, se planejada e contextualizada”. Desta forma, quando a música é
planejada e inserida como ferramenta educacional para facilitar a explanação dos conteúdos em
sala de aula ela se torna uma ferramenta indispensável no processo de aprendizagem dos alunos.
Santos e Coelho (2017) diz que:
A música pode ser usada de forma constante nas salas de aulas, como por exemplo,
para cantar canções e que as crianças digam seus nomes de seus colegas,
possibilitando uma interação muito interessante entre os alunos. Assim, além de
promover a socialização, a música oferece grande apoio em todo processo de
aprendizagem por favorecer a ludicidade, a memória e a criatividade (Godoi, 2011,
p.25-26).
De acordo com o registro dos autores acima, podemos afirmar que através da música é
possível desenvolver o raciocínio dos alunos bem como sua criatividade. A música na sala de
aula pode ser inserida e usada de diversas formas, desde aprendizado de canções, cantigas e
cantos que podem ajudar os alunos em seu processo de formação da aprendizagem. Segundo
Souza e Joly (2010):
O ensino de música nas escolas tanto de educação infantil, pode contribuir não só para
a formação musical dos alunos, mas principalmente como uma ferramenta eficiente
de transformação social, onde o ambiente de ensino e aprendizagem pode
proporcionar o respeito, a amizade, a cooperação e a reflexão tão importantes e
necessárias para a formação humana (Souza e Joly, 2010, p.100).
Constata-se que através do ensino da música a criança compreende de forma lúdica o
significado e a compreensão do mundo. A música é uma ferramenta bastante valiosa além de
ajudar na formação musical ela também contribui para a formação social e transformação social
e dessa forma podem interagir no mundo em que convive de forma mais leve e divertida.
A escola é um agente mediador das experiências dos alunos que estão inseridos nela,
desta forma promover as diferentes maneiras de se trabalhar os conteúdos e valorizar
as disciplinas que muitas vezes é vista como sem importância, torna o aprendizado
mais eficaz, levar a música nas aulas de arte e deixar os alunos desenvolverem suas
próprias experiências são primordiais para se tornarem seres reflexivos e críticos
(Orlanda, 2013, p.5).
É valido ressaltar que a escola é responsável pela formação dos alunos que estão
inseridos nela. Acredita-se que se a música for trabalhada de forma lúdica nos conteúdos e
disciplinas que muitos alunos as vezes não dão a devida importância, é possível despertar neles
o interesse tornando a aprendizagem mais eficaz. A música inserida na sala de aula, desenvolve
em muitos alunos uma aprendizagem mais saudável deixando as aulas mais atrativas, fazendo
com que os alunos desenvolvam o gosto pela disciplina estudada. Segundo Junior e Cipola
(2017) a música é necessária e facilitadora na vida das crianças, a música transforma o ser
humano acalma, relaxa e muda o contexto e visão de muitos estudantes.
Registros nos textos lidos durante a pesquisa para a escrita do artigo ficamos encantados
e deslumbrados com tantos benefícios que a música traz e pode transformar a vida dos alunos,
principalmente, no processo de ensino e da aprendizagem. Segundo Costa (2010):
No século passado, a música era obrigatória nas escolas como o canto orfeônico, ou
seja, era matéria de peso e representatividade no currículo dos alunos. Hoje sabe-se
que a música perdeu sua importância no ensino regular e encontra-se, nesse aspecto,
desprestigiada. Mediante isso, faz-se necessária uma abordagem não puramente
mecânica da música, com a intenção de simplesmente fazer o aluno “cantar” e
“cantar” sem um fundamento que represente algum tipo de estímulo a ele e que o faça
reagir de forma a melhorar seu rendimento escolar nas demais disciplinas (COSTA,
2010, p.8).
É válido ressaltar que a música nas décadas de 50-60, a música era obrigatória no
currículo escolar e era matéria de peso, com o cântico orfeônico que era um canto que se cantava
coletivamente nas aulas. Hoje a música não está sendo trabalhada no currículo escolar,
atualmente ela não tem tido tanta importância no currículo da escola, pois muitas vezes ela é
cantada sem planejamento e dentro de um objetivo, sem nenhum fundamento, ressaltando que
É importante observar como a música faz bem a vida dos seres humanos, no cotidiano
e principalmente na escola trabalhar com música no ambiente escolar. É de suma
importância por promover uma grande interação no ambiente escolar. Isso traz
enormes benefícios e uma forma de vida saudável favorecendo uma aprendizagem
melhor, passando uma harmonia entre eles, demostrando em sala de aula o bem que a
música causa as crianças, pois elas agem com mais emoção, dando o melhor de si.
(SILVA, 2013, p.22).
Contudo, quando se fala em música na sala de aula, é importante lembrar que ela traz
benefícios para o desenvolvimento dos alunos, promovendo uma melhor interação no ambiente
escolar. Trabalhando a música em sala de aula, podemos perceber que as aulas se tornam mais
atraentes e lúdicas, facilitando a aprendizagem. Sendo assim, os alunos ficam mais
entusiasmados com as aulas de músicas, levando-se em conta que a música é uma arte que
produz emoções então melhora a sensibilidade e a percepção auditiva da criança. Ternnroller e
Cunha (2012) declaram que quando se promove a música na sala de aula, se tem um grande e
importante papel de desenvolver os talentos naturais. Segundo Junior e Cipola (2017):
Ainda segundo Costa (2014, p. 10), “O que é visto hoje com grande clareza é a falta de
profissionais dispostos ou preparados a utilizar da música a favor da educação”. O autor ressalta
De acordo com Silva (2013), a música na sala de aula é de grande importância para as
crianças, mas ainda falta muito para se tornar realidade, pois algumas escolas não trabalham a
música em projetos que facilitem a aprendizagem do aluno.
A música em sala de aula, como auxilio pedagógico é fundamental. Pois quanto mais
cedo a criança iniciar o seu contato com o mundo musical, o desenvolvimento das
suas habilidades, motora, afetiva e social vão aflorar, facilitando e ampliando assim o
seu conhecimento de mundo (JUNIOR E CIPOLA, 2017, p. 128).
Sendo assim, ressaltamos que a música é de fundamental importância desde o ventre de
materno, pois as cantigas de ninar acalmam, adormecem, enfim, a música só traz benefícios.
Quando a criança já vem do lar com a concepção da musicalização, tudo fica mais fácil e ela
interage de certa forma com mais harmonia, desenvolve suas atividades com segurança.
A criança que vive em contato com a música aprende a conviver melhor com outras
crianças, estabelecendo uma comunicação mais harmoniosa. Nesta idade a música
encanta, dá segurança emocional, confiança, pois a criança se sente compreendida ao
compartilhar canções e inseridas num clima de ajuda, colaboração e respeito mútuo
(SILVA, 2013, p. 21).
Outro ponto a considerar é que a criança em contato com a música modifica por
completo sua concepção de mundo, ou seja, o modo como ver as coisas. Ela aprende mais
através da música, amplia a sua comunicação, pode transmitir seu carinho por outro colega,
através de uma roda de música, no contato de pegar na mão ou num abraço de acordo com o
comando da música.
A criança precisa ser despertada para o mundo sonoro que o rodeia, pois assim, estará
preparada para perceber o que a música contém e o que ela expressa. As crianças, os
bebês interagem naturalmente com o ambiente sonoro que os envolvem, logo com a
música, já que ouvir, cantar e dançar são atividades naturais de quase todos os seres
§ 1º Compete às escolas:
I - incluir o ensino de Música nos seus projetos político pedagógicos como conteúdo
curricular obrigatório, tratado de diferentes modos em seus tempos e espaços
educativos;
II - criar ou adequar tempos e espaços para o ensino de Música, sem prejuízo das
outras linguagens artísticas;
III - realizar atividades musicais para todos os seus estudantes, preferencialmente,
com a participação dos demais membros que compõem a comunidade escolar e local;
IV - organizar seus quadros de profissionais da educação com professores licenciados
em Música, incorporando a contribuição dos mestres de saberes musicais, bem como
de outros profissionais vocacionados à prática de ensino;
V - promover a formação continuada de seus professores no âmbito da jornada de
trabalho desses profissionais.
Dentro da perspectiva mencionada acima, a educação musical brasileira ainda carece de
mais elaboração, pois o documento registra ações das quais não se vê sendo executada na
prática. É precioso buscar letras e contextos que eduquem, ampliem e desenvolvam nos alunos
o prazer musical na escola. Sendo assim, registra-se que as ações citadas acima devem ser a
busca constante dos professores e gestores. Entende-se também que as músicas escolhidas para
trazer ao âmbito escolar deveriam trazer qualidade musical para o desenvolvimento do alunado,
pois a música tem amplos campos para ser trabalhados, várias possibilidades que podem ser
aplicadas no ensino. Costa (2010) explica que:
Diante de tal histórico, necessita-se identificar o papel atual da música nas escolas.
Como a mesma há tempos já foi retirada do currículo básico nacional, é importante
analisar de que modo tal instrumento de ensino vem sendo tratada nos dias de hoje em
relação a sua importância não só na educação, mas também na vida social de cada
cidadão, levando em consideração seu caráter humanístico e delimitador de
comportamentos (COSTA, 2010, p.10).
Acredita-se que a música pode ser trabalhada em todas as disciplinas e em todas as
escolas. Ampliadas em seus múltiplos enfoques, as músicas, letras e ritmos possibilitarão
reflexões. Entretanto, suas letras deverão ser observadas, pois bem elaboradas vão permitir o
desenvolvimento da autoestima, da confiança, do respeito, da ética e, provavelmente, despertará
no aluno um gosto aguçado e potencializará suas habilidades musicais aumentando assim o
conhecimento. A inclusão da música na escola é tão importante e sua inclusão tão ampla que
segundo PAULA (2016) a música na escola também pode favorecer a formação de um sujeito
mais ético e sensível.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
É imprescindível uma conscientização de que a música é uma arte sim, e também uma
ferramenta educacional de extremo valor e que deve ser colocada em prática. Quando a música
é aliada ao ensino ela se torna uma ferramenta pedagógica bastante eficaz. Através dessa
pesquisa verifica-se que a música é uma ferramenta que também desenvolve nos alunos a
compreensão lógica bem como desenvolve a sensibilidade. Faz-se necessário não só saber que
a música tem o poder de estimular os alunos em sua formação, mas de fato colocar em pratica
as diretrizes curriculares voltadas a inclusão deste componente. Precisa-se com urgência não só
citar as dez competências da Base Nacional Comum Curricular, mas acima de tudo aplica-las
no cotidiano escolar.
Registra-se que a música vem se destacando tanto no ensino infantil e em toda educação
básica como ferramenta imprescindível no processo de ensino e aprendizagens. Ela, segundo
os diversos autores já citados, de fato, possibilita o desenvolvimento da coordenação motora,
do raciocínio lógico da e leitura de mundo. A música tem um papel muito importante para o
desenvolvimento da criança, através dos conteúdos ministrados podem surgir de forma lúdica,
Segundo Rubem Alves (2004), há escolas que são asas e outras que são gaiolas. As que
são asas, são as que têm como função primordial a liberdade do aluno. São aquelas que
encorajam os alunos a descobrir dentro de si o voo. Acredita-se que através das artes-música as
asas possam ser fortalecidas.
No percurso pelo qual o ensino da música trilhou até então, ainda encontramos
dificuldades para ver sua presença garantida no âmbito educacional, como uma linguagem que
possa favorecer o desenvolvimento dos alunos.
Uma educação do sensível faz da escola um lugar onde se descobre, desde cedo, a
poesia, a música, o teatro e as artes visuais, não como um componente curricular a ser aprendido
para ser exibido em conversas que atestem a erudição das pessoas, mas para contribuir para que
o “ser/aluno” em formação seja mais ético, sensível e feliz.
REFERÊNCIAS
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JUNIOR, Ademir Pinto Adorno de Oliveira; CIPOLA, Eva Sandra Monteiro. Musicalização no
processo de aprendizagem infantil. Revista Científica UNAR. Araras, 2017.
PAULA, M.C. Milca. Do Brincar e do musicar: Uma proposta com atividades criativas em sala
de aula. VI CONEDU – 2019. https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/59961
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para o processo ensino aprendizagem. EDUCERE: 2017.
SILVA, Francisca Lima da. A importância da música para a educação infantil. João Pessoa:
UFPB, 2013.
SOUZA, Carlos Eduardo de; JOLY, Maria Carolina Leme. A Importância do Ensino Musical
na Educação Infantil. Cadernos da Pedagogia. São Carlos, 2010.
INTRODUÇÃO
REFERENCIAL TEÓRICO
Pierro (2016) considerou, que nos últimos anos, os canais de vídeo no YouTube que
abordam Ciência e Tecnologia (denominados de vlogs) ganharam expressão na divulgação
científica.
De acordo com Rodrigues (2020), no mês de junho devido à pandemia, 81,2 % das
universidades federais brasileiras apresentaram atividades acadêmicas suspensas, enquanto que
18,8 % apresentaram atividades parciais ou totais.
Os desafios para o ensino remoto vão desde o suporte tecnológico aos alunos para
acompanhamento das atividades, a normatização das ações e dos procedimentos e a formação
dos professores. Segundo Rodrigues (2020), o primeiro desafio pode ser atendido pelas
instituições por meio de empréstimos de equipamentos e de editais de bolsas para pacotes de
dados ofertados aos alunos. Na questão da normatização das ações e dos procedimentos, a
própria instituição pode promover o regramento institucional por meio de normas e resoluções
que orientem o trabalho no ensino remoto.
METODOLOGIA
q) Produção industrial de rações para PETs: “Como é feita a ração de cachorro” disponível
em www.youtube.com/watch?v=CyG-ZbTh_JE;
r) Produção industrial de pipoca doce: “Como é feita a pipoca doce? – Feito na Fazenda”
disponível em www.youtube.com/watch?v=VUFTLoF1X3I;
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Vídeos, por si só, conseguem carregar um atrativo para os alunos. Cabe ao professor,
aproveitar essa expectativa positiva e estabelecer pontes entre o vídeo e as outras dinâmicas de
aula, como foi argumentado por Morán (1995).
Para que o vídeo atinja seus propósitos, é necessário planejar o processo de ensino e
aprendizagem online com qualidade. Para Hodges e coautores (2020), planejar não significa
apenas identificar o conteúdo que será abordado, mas também como o professor vai dar apoio
e subsídios a diferentes tipos de interações, que são importantes no processo de aprendizagem.
Dessa forma, a aprendizagem corresponde a um processo social e cognitivo e não simplesmente
uma questão de transmissão de informações.
O uso de vídeos do YouTube pode ser uma estratégia, desde que planejada e explorada
pelo professor, para uma participação mais ativa do aluno e um maior envolvimento com os
temas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A situação de emergência gerada pela pandemia fez com que muitas instituições de
ensino migrassem para o ensino remoto. Professores e alunos, acostumados com a sala de aula
presencial e todos os seus recursos, precisaram se reinventar.
ARANHA, C.P.; SOUSA, R.C.; BOTTENTUIT JUNIOR, J.B.; ROCHA, J.R.; SILVA, A.F.G.
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