A Implantacao Do Liberalismo em Portugal
A Implantacao Do Liberalismo em Portugal
A Implantacao Do Liberalismo em Portugal
A rainha D. Maria I foi declarada como louca e por isso estava incapaz de exercer o seu cargo, portanto, o seu
filho D. João (futuro D. João VI) subiu ao poder como príncipe regente. Nesta altura o país estava ainda muito ligado ao
antigo regime
Todavia, apesar do absolutismo parecer fixo no nosso país, havia uma burguesia comercial e um conjunto de
intelectuais que desejavam imenso a mudança. Muitos deles iam a cafés, botequins e lojas maçónicas e nestes sítios eram
propagados os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade vindos de França.
Foram as revoluções francesas que deram as ferramentas necessárias aos portugueses para se implementarem os
ideais revolucionários.
Napoleão Bonaparte, em 1806 decretou o Bloqueio Continental, onde nenhum país europeu podia fazer comércio
com a Inglaterra.
Devido á velha aliança com Inglaterra, Portugal recusou-se a cumprir o bloqueio continental, o que lhe custou 3
invasões francesas, comandadas respetivamente pelo General Junot (1807-08) , General Soult (1809) e pelo Marechal
Massena (1810-11). Com estas invasões a família partiu para o Brasil, transferindo a sede do poder para lá, deixando o
nosso país entregue a um governante inglês William Beresford.
A devastação e destruição causadas foram tão grandes, o país encontrava-se na miséria.
D. João VI insistia em ficar no Brasil, enquanto Beresford quis reestruturar o exército e organizar a defesa do
reino contra os franceses, porém, nos mais altos cargos o general somente colocava ingleses, deixando os portugueses
descontentes. Reactivou a inquisição e encheu as prisões de suspeitos de jacobinismo.
A situação económica e financeira de Portugal cada vez estava pior, as despesas eram maiores que as receitas, a
agricultura era fraca e o comércio pobre, isto devido ao tratado do comércio em 1810 com Grã-Bretanha e a perda do
exclusivo comercial com o brasil.
A rebelião em marcha
A constituição de 1822
Coube às Cortes Gerais Extraordinárias e Constituintes a Nação Portuguesa a elaboração da Constituição de 1822,
promulgada pelo rei D.João VI a 1 de outubro de 1822.
Reconhece os direitos e os deveres do individuo, garantindo a liberdade, a segurança, a propriedade e a igualdade
perante a lei; afirma a soberania da Nação, cabendo aos homens com mais de 25 anos, que soubessem ler e escrever a
eleição direta dos deputados; e aceita a independência dos poderes legislativo executivo e judicial.
Entre 1807 a 1821, D. João VI e a corte viviam no brasil que registou um grande progresso económico, político e
cultural.
Com os portos abertos à navegação estrangeira e com muitas indústrias, de um banco, nova divisão
administrativa, de tribunais, de instituições prestigiais de ensino, biblioteca, um teatro e uma empresa local e ainda, dos
anseios de liberdade, em 1789, deu-se a revolta Inconfidência Mineira e mais tarde a Revolução Republicana de
Pernambuco.
A revolução liberal de 1820 forçou a vinda de D. João VI a Portugal, porém D.Pedro permaneceu no Brasil e
declarou-lhe independência a 7 de setembro de 1822 nas margens do Ipiranga, teve como motivos:
A política antibrasileira das cortes constituintes de Portugal. A maioria dos deputados queria que o brasil voltasse
a ser colónia.
A resistência ao Liberalismo
A conjuntura externa desfavorável e a oposição absolutista
O vintismo surgiu numa altura em que as maiores potências queriam apagar os ideais liberalistas.
O clero e a nobreza viram-se prejudicados com as novas leis que lhes tiraram os seus privilégios e, revoltados
com isto, encontram apoio em D.Carlota e em D.Miguel, e juntos planearam a contra-revolução absolutista que veio
explodir em 1823, conhecida por Vila-Francada, D.João VI propôs-se alterar a constituição.
Em 1824, os partidários de D. Miguel prenderam os membros do governo e a confusão instaurou-se em Lisboa no
sentido de levar o rei a abandonar a o cargo e passar para a sua mulher, dá-se a Abrilada. D.Miguel foi exilado.
A carta constitucional e a tentativa de apaziguamento político-social
Com a morte de d. João VI, em 1826, surge um problema da sucessão, no entanto D.Pedro (imperador do Brasil)
promulgou a carta constitucional de 1826 e abdicou dos seus direitos à coroa para a filha D. Maria da Glória, esta deveria
casar com D. Miguel que juraria a carta constitucional e assumiria a regência do reino de Portugal.
Com a carta constitucional houve uma recuperação do poder real e dos privilégios da nobreza.
Relativamente aos poderes políticos, existiam 4 poderes: legislativo representado pelas cortes legislativas
(Câmara dos Pares e Câmara dos Deputados), moderador constituído pelo Conselho de Estado e pelo Rei, executivo
constituído pelo Rei e pelas secretarias de Estado e poder judicial constituído pelos juízes e tribunais.
A guerra Civil
D. Miguel volta a Portugal em 1828. A sua adesão ao liberalismo era falsa, uma vez que se fez rei absoluto.
Milhares de liberais fugiram e a partir de 1831, D. pedro apoiou esta resistência que abandonou o trono do brasil e
veio lutar pela restituição da filha do trono português. Dirigiu-se à ilha terceira, que se revoltou e assumiu a chefia da
regência liberal, disposto a acabar de forma violenta com o que D. Miguel fez.
Conseguindo ajudas e dinheiro D. Pedro arranjou um pequeno exército e seguiu para a cidade do Porto, no
entanto não foi bem recebido e dá-se a mais dramática guerra civil entre liberais e absolutistas – o Cerco do Porto.
D. Pedro entretanto organizou uma expedição ao algarve onde destruíram os absolutistas daí e voltaram a lisboa
onde, já cansados, os absolutistas não aguentaram mais combates. As batalhas de Almoster e Asseiceira confirmaram a
derrota de D. Miguel, que depôs as armas e assinou a convecção de Évora-Monte e partiu definitivamente para o exilio.
Instaura-se o liberalismo em Portugal.