Atividades de Língua Portuguesa

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 8

COLÉGIO SÃO BENTO - CRICIÚMA(SC)

Acolhe - Assiste - Educa

ENSINO MÉDIO
1ª Série do Ensino Médio 1.° Trimestre Data:________________
Área do Conhecimento: Linguagem, Códigos e suas Tecnologias
Componente Curricular: Língua Portuguesa – Literatura Portuguesa
Atividades de Língua Portuguesa Professora: Elizabeth Gabriel
Aluno (a): ________________________________________________Nº: _____ Turma: _____
ATIVIDADES DE GRAMÁTICA – FIGURAS DE LINGUAGEM
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Será porventura o estilo que hoje se usa nos púlpitos? Um estilo tão empeçado¹, um estilo tão dificultoso, um estilo tão
afetado, um estilo tão encontrado toda a arte e a toda a natureza? Boa razão é também essa. O estilo há de ser muito
fácil e muito natural. Por isso Cristo comparou o pregar ao semear, porque o semear é uma arte que tem mais de
natureza que de arte (...) Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como os pregadores fazem o sermão em xadrez de
palavras. Se uma parte está branco, da outra há de estar negro (...) Como hão de ser as palavras? Como as estrelas. As
estrelas são muito distintas e muito claras. Assim há de ser o estilo da pregação, muito distinto e muito claro.
(Sermão da Sexagésima, Pe. Antonio Vieira)
¹empeçado: com obstáculo, com empecilho.
1. A repetição da expressão “um estilo tão” e o uso da expressão “xadrez de palavras” com põem respectivamente as
figuras de linguagem:
a) anáfora e metáfora
b) polissíndeto e metonímia
c) pleonasmo e anacoluto
d) metáfora e prosopopeia
e) antonomásia e catacrese

Leia o soneto de Cláudio Manuel da Costa .


Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado;
E em contemplá-lo tímido esmoreço.

Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço


De estar a ela um dia reclinado;
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!

Árvores aqui vi tão florescentes,


Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.

Eu me engano: a região esta não era;


Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!
2.São recursos expressivos e tema presentes no soneto, respectivamente,
a) metáforas e a ideia da imutabilidade das pessoas e dos lugares.
b) sinestesias e a superação pelo eu lírico de seus maiores problemas.
c) paradoxos e a certeza de um presente melhor para o eu lírico que o passado.
d) antíteses e o abalo emocional vivido pelo eu lírico.

I. “As derrotas e as frustrações são amargas”.


II. “O rio tinha entrado em agonia, após tantos meses sem chuva”.
III. “As crianças cresceram, no devagar depressa do tempo”.
IV. “Maria Joaquina completava quinze primaveras”.
3.As figuras de linguagem encontradas nos textos acima são, respectivamente,
a) metáfora, metonímia, paradoxo e prosopopeia.
b) antítese, prosopopeia, metáfora e metonímia.
c) metonímia, metáfora, prosopopeia e antítese.
d) metáfora, prosopopeia, paradoxo e metonímia.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO :Canção
Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos
para o meu sonho naufragar

Minhas mãos ainda estão molhadas


do azul das ondas entreabertas
e a cor que escorre dos meus dedos
colore as areias desertas.

O vento vem vindo de longe,


a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...

Chorarei quanto for preciso,


para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.

Depois, tudo estará perfeito;


praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas
4. Neste poema, há algumas figuras de linguagem. Abaixo, você tem, de um lado, os versos e, do outro, o nome de uma
dessas figuras. Observe:
I. "Minhas mãos ainda estão molhadas / do azul das ondas entreabertas" .........sinestesia
II. "e a cor que escorre dos meus dedos" .....metonímia
III. "o vento vem vindo de longe" .... aliteração
IV. "a noite se curva de frio" ............ personificação
V. "e o meu navio chegue ao fundo / e o meu sonho desapareça" ........ polissíndeto
Considerando-se a relação verso/figura de linguagem, pode-se afirmar que
a) apenas I, II e III estão corretas.
b) apenas I, III e IV estão corretas.
c) apenas I, IV e V estão corretas.
d) todas estão corretas.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


A pergunta era imprudente, na ocasião em que eu cuidava de transferir o embarque. Equivalia a confessar que o
motivo principal ou único da minha repulsa ao seminário era Capitu, e fazer crer improvável a viagem. Compreendi isto
depois que falei; quis emendar-me, mas nem soube como, nem ele me deu tempo.
– Tem andado alegre, como sempre; é uma tontinha. Aquilo enquanto não pegar algum peralta da vizinhança,
que case com ela...
Estou que empalideci; pelo menos, senti correr um frio pelo corpo todo. A notícia de que ela vivia alegre, quando
eu chorava todas as noites, produziu-me aquele efeito, acompanhado de um bater de coração, tão violento, que ainda
agora cuido ouvi-lo. Há alguma exageração nisto; mas o discurso humano é assim mesmo, um composto de partes
excessivas e partes diminutas, que se compensam, ajustando-se. Por outro lado, se entendermos que a audiência aqui
não é das orelhas senão da memória, chegaremos à exata verdade. A minha memória ouve ainda agora as pancadas do
coração naquele instante. Não esqueças que era a emoção do primeiro amor. Estive quase a perguntar a José Dias que
me explicasse a alegria de Capitu, o que é que ela fazia, se vivia rindo, cantando ou pulando, mas retive-me a tempo, e
depois outra ideia...
Outra ideia, não, - um sentimento cruel e desconhecido, o puro ciúme, leitor das minhas entranhas. Tal foi o que
me mordeu, ao repetir comigo as palavras de José Dias: «Algum peralta da vizinhança». Em verdade, nunca pensara em
tal desastre. Vivia tão nela, dela e para ela, que a intervenção de um peralta era como uma noção sem realidade; nunca
me acudiu que havia peraltas na vizinhança, vária idade e feitio, grandes passeadores das tardes. Agora lembrava-me
que alguns olhavam para Capitu, - e tão senhor me sentia dela que era como se olhassem para mim, um simples dever
de admiração e de inveja. Separados um do outro pelo espaço e pelo destino, o mal aparecia-me agora, não só possível
mas certo. “Uma ponta de Iago”, Dom Casmurro, Machado de Assis.
5.No trecho de Dom Casmurro destacado abaixo, qual figura de linguagem podemos encontrar?
A notícia de que ela vivia alegre, quando eu chorava todas as noites, produziu-me aquele efeito, acompanhado de um
bater de coração, tão violento, que ainda agora cuido ouvi-lo.
a) Hipérbole, uma vez que no discurso há um evidente exagero, pautado num estilo demasiadamente enfático.
b) Ironia, pois o trecho destacado contradiz o que se afirma no início do período.
c) Catacrese, já que a palavra coração está empregada conotativamente.
d) Onomatopeia, pois há referência ao som que o coração faz ao bater.

O adolescente
A vida é tão bela que chega a dar medo.

Não o medo que paralisa e gela,


estátua súbita,
mas

esse medo fascinante e fremente de curiosidade que faz


o jovem felino seguir para frente farejando o vento
ao sair, a primeira vez, da gruta.

Medo que ofusca: luz!

Cumplicentemente,
as folhas contam-te um segredo
velho como o mundo:

Adolescente, olha! A vida é nova...


A vida é nova e anda nua
– vestida apenas com o teu desejo!
QUINTANA, M. Nariz de vidro. São Paulo: Moderna, 1998.
6.Ao abordar uma etapa do desenvolvimento humano, o poema mobiliza diferentes estratégias de composição. O
principal recurso expressivo empregado para a construção de uma imagem da adolescência é a
a) hipérbole do medo.
b) metáfora da estátua.
c) personificação da vida.
d) antítese entre juventude e velhice.
e) comparação entre desejo e nudez.

Leia :
I - O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio.
(Cecília Meireles)
II - Do relâmpago a cabeleira ruiva
Vem açoitar o rosto meu.
(Alphonsus de Guimaraens)
III - A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.
(Monteiro Lobato)
IV - Nunca se afizera ao regime novo - essa indecência de negro igual a branco e qualquer coisinha: a polícia! "Qualquer
coisinha": Uma mucama assada no forno porque se engraçou dela o senhor; uma novena de relho porque disse: "Como
é ruim, a sinhá"...
(Monteiro Lobato)
7.Assinale a alternativa que indica corretamente o ponto comum entre os respectivos trechos:
a) a metonímia e a prosopopeia - trechos I e II; eufemismo - trechos III e IV.
b) o assíndeto e a metonímia - trechos I e II; eufemismo - trechos III e IV.
c) o assíndeto e a prosopopeia - trechos I e II; hipérbole - trechos III e IV.
d) a inversão e a prosopopeia - trechos I e II; ironia - trechos III e IV.
e) a aliteração e a prosopopeia - trechos I e II; ironia - trechos III e IV.

8.Assinale a alternativa que indica a correta sequência das figuras encontradas nas frases a seguir.
- O bom rapaz buscava, no fim do dia, negociar com os traficantes de drogas.
- Naquele dia, o presidente entregou a alma a Deus.
- Os operários sofriam, naquela mina, pelo frio em julho e pelo calor em dezembro.
- A população deste bairro corre grande risco de ser soterrada por esta montanha de lixo.
- A neve convidava os turistas que, receosos, a olhavam de longe.
a) Ironia, eufemismo, antítese, hipérbole, prosopopeia.
b) Pleonasmo, elipse, gradação, apóstrofe, ironia.
c) Antítese, hipérbole, personificação, ironia, eufemismo.
d) Gradação, apóstrofe, personificação, pleonasmo, gradação.
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda íntima não vos seria revelado por mim se não julgasse, e
razões não tivesse para julgar, que este amor assim absoluto e assim exagerado é partilhado por todos vós. Nós somos
irmãos, nós nos sentimos parecidos e iguais; 1nas cidades, nas aldeias, nos povoados, não porque soframos, com a dor
e os desprazeres, a lei e a polícia, mas porque nos une, nivela e agremia o amor da rua. É este mesmo o sentimento
imperturbável e indissolúvel, o único que, como a própria vida, resiste às idades e às épocas. Tudo se transforma, tudo
varia - o amor, o ódio, o egoísmo. 2Hoje é mais amargo o riso, mais dolorosa a ironia. Os séculos passam, deslizam,
3
levando as coisas fúteis e os acontecimentos notáveis. Só persiste e fica, legado das gerações cada vez maior, o amor
da rua. João do Rio. A alma encantadora das ruas.
9.Em "nas cidades, nas aldeias, nos povoados" (ref. 1), "hoje é mais amargo o riso, mais dolorosa a ironia" (ref. 2) e
"levando as coisas fúteis e os acontecimentos notáveis" (ref. 3), ocorrem, respectivamente, os seguintes recursos
expressivos:
a) eufemismo, antítese, metonímia.
b) hipérbole, gradação, eufemismo.
c) metáfora, hipérbole, inversão.
d) gradação, inversão, antítese.

10.Indique a alternativa correta, correspondente às figuras de linguagem, presentes nos fragmentos a seguir:
I – “Não te esqueças daquele amor ardente/ que já nos olhos meus tão puro viste.”
II – “ A moral legista para o homem; o direito, para o cidadão.”
III – “A maioria concordava nos pontos essenciais; nos pormenores, porém, discordavam.”
IV – “Isaac a vinte passos, divisando o vulto de um, para , ergue a mão em viseira, firma os olhos. “
a) anacoluto, hipérbato, ironia, pleonasmo
b) hipérbato, zeugma, silepse, assíndeto
c) anáfora, polissíndeto, elipse, hipérbato
d) pleonasmo, anacoluto, catacrese, eufemismo

Leia:
“ E o olhar ansioso
/ esperando
e a cabeça ao sabor da mágoa
/ balançando
e o coração fugindo e o coração
/ voltando
os minutos passando e os
/ minutos passando...”
Vinicius de Moraes, “ O olhar para trás”
11. A figura de linguagem que predomina nesses versos é :
a) a metáfora, expressa pela analogia entre o ato de esperar e o ato de balançar;
b) a sinestesia, manifestada pela referência à interação dos sentidos: visão e coração no momento de espera;
c) o polissíndeto, caracterizado pela repetição da conjunção , para conotar a intensidade da crescente sensação de
ansiedades contraditórias do ato de esperar;
d) o pleonasmo, marcado pela repetição desnecessária da conjunção “e “ :

Leia
“Quando cheguei a Santiago
o outono fugia pelas alamedas
feito um ladrão (...) “ Ferreira Gullar
12.Identifique as figuras de linguagem presentes no texto acima:
a) personificação – antítese
b) personificação – comparação
c) metáfora – ironia
d) metonímia – comparação

13.O texto literário caracteriza-se por uma multiplicidade de sentidos, originada do trabalho artístico realizado com a
linguagem. Entre os recursos que a literatura utiliza, na produção dos textos, estão as figuras de linguagem.
Leia os fragmentos de poemas, apresentados na COLUNA A, e relacione-os às figuras de linguagem neles
predominantes, elencadas na COLUNA B.
COLUNA A COLUNA B
1 Eu deixo a vida como deixa o tédio/Do deserto, [...]
( ) Antítese
(Álvares de Azevedo)
2 Mundo, mundo, vasto mundo/Se eu me chamasse
( ) Aliteração
Raimundo. (Carlos Drummond de Andrade)
3 Queria subir ao céu/Queria descer ao mar. (Alphonsus
( ) Comparação
de Guimaraens)
4 Só cabe no poema/o homem sem estômago/a mulher
( ) Metáfora
de nuvens/a fruta sem preço. (Ferreira Gullar)

Assinale a alternativa que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo.


a) 3, 4, 2, 1
b) 1, 2, 3, 4
c) 3, 2, 1, 4
d) 2, 3, 4, 1

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO


Assovio
Ninguém abra a sua porta
para ver que aconteceu:
saímos de braço dado,
a noite escura mais eu.

Ela não sabe o meu rumo,


eu não lhe pergunto o seu:
não posso perder mais nada,
se o que houve já se perdeu.

Vou pelo braço da noite,


levando tudo que é meu:
_ a dor que os homens me deram,
e a canção que Deus me deu.
Cecília Meireles
14.Cecília Meireles no poema transcrito, vale-se dos seguintes recursos estilísticos:
a) prosopopeia / intimismo / redondilha maior;
b) sinestesia / subjetivismo / soneto;
c) anáfora / fugacidade / redondilha maior;
d) metonímia / transcendência / decassílabo
e) metáfora / desengano / redondilha menor.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: MORTE E VIDA SEVERINA


– O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
Como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.[...]

Somos muitos Severinos


iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.

E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida). (João Cabral de Melo Neto, Morte e Vida Severina)
15. (Eear ) Assinale a alternativa que contém a figura de linguagem apresentada no trecho “o sangue que usamos tem
pouca tinta”.
a) Antítese
b) Metonímia
c) Eufemismo
d) Prosopopeia

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Sarapalha


– Ô calorão, Primo!... E que dor de cabeça excomungada!
– É um instantinho e passa... É só ter paciência....
– É... passa... passa... passa... Passam umas mulheres vestidas de cor de água, sem olhos na cara, para não terem de
olhar a gente... Só ela é que não passa, Primo Argemiro!... E eu já estou cansado de procurar, no meio das outras... Não
vem!... Foi, rio abaixo, com o outro... Foram p’r’os infernos!...
– Não foi, Primo Ribeiro. Não foram pelo rio... Foi trem-de-ferro que levou...
– Não foi no rio, eu sei... 1No rio ninguém não anda... 2Só a maleita é quem sobe e desce, olhando seus mosquitinhos e
pondo neles a benção... Mas, na estória... Como é mesmo a estória, Primo? Como é?...
– O senhor bem que sabe, Primo... Tem paciência, que não é bom variar...
– Mas, a estória, Primo!... Como é?... Conta outra vez...
– 3O senhor já sabe as palavras todas de cabeça... “Foi o moço-bonito que apareceu, vestido com roupa de dia-de-
domingo 4e com a viola enfeitada de fitas... E chamou a moça p’ra ir se fugir com ele”...
– Espera, Primo, elas estão passando... Vão umas atrás das outras... Cada qual mais bonita... Mas eu não quero,
nenhuma!... Quero só ela... Luísa...
– Prima Luísa...
– Espera um pouco, deixa ver se eu vejo... Me ajuda, Primo! Me ajuda a ver...
– Não é nada, Primo Ribeiro... Deixa disso!
– Não é mesmo não...
– Pois então?!
– Conta o resto da estória!...
– ...“Então, a moça, que não sabia que o moço-bonito era o capeta, 5ajuntou suas roupinhas melhores numa trouxa, e foi
com ele na canoa, descendo o rio...”
Guimarães Rosa, Sarapalha.
16. (Fuvest ) No texto de Sarapalha, constitui exemplo de personificação o seguinte trecho:
a) “No rio ninguém não anda” (ref. 1).
b) “só a maleita é quem sobe e desce” (ref. 2).
c) “O senhor já sabe as palavras todas de cabeça” (ref. 3).
d) “e com a viola enfeitada de fitas” (ref. 4).
e) “ajuntou suas roupinhas melhores numa trouxa” (ref. 5).

17. (Unicamp ) "A noção de programa genético (...) desempenhou um papel importante no lançamento do Projeto
Genoma Humano, fazendo com que se acreditasse que a decifração de um genoma, à maneira de um livro com
instruções de um longo programa, permitiria decifrar ou compreender toda a natureza humana ou, no mínimo, o
essencial dos mecanismos de ocorrência das doenças. Em suma, a fisiopatologia poderia ser reduzida à genética, já que
toda doença seria reduzida a um ou diversos erros de programação, isto é, à alteração de um ou diversos genes".
(Edgar Morin, A religação dos saberes: o desafio do século XXI.)
A expressão programa genético, mencionada no trecho anterior, é
a) uma alegoria, pois sintetiza os mecanismos moleculares subjacentes ao funcionamento dos genes e dos
cromossomos no contexto ficcional de um programa de computador.
b) uma analogia, pois diferencia os mecanismos moleculares subjacentes ao código genético e ao funcionamento dos
cromossomos dos códigos de um programa de computador.
c) uma metáfora, pois iguala toda a informação genética e os mecanismos moleculares subjacentes ao funcionamento
e expressão dos genes com as instruções e os comandos de um programa.
d) uma analogia, pois contrasta os mecanismos moleculares dos genes nos cromossomos e das doenças causadas por
eles com as linhas de comando de um programa de computador.

“Os brasileiros somos assim". Este é, segundo João Candido Portinari, a mensagem da obra de seu pai, o pintor
Candido Portinari, ao povo brasileiro. Segundo ele, o recado nunca chegou de fato ao destinatário planejado, já que 95%
das obras do paulista estão em coleções privadas.

PONTES, Trajano. Portinari ganha portal reformulado na internet. Folha de S. Paulo, São Paulo, fev. 2013. Disponível
em: <http://folha.com/no1233942>. Acesso em: 3 fev. 2015. (Fragmento).
18.Em “Os brasileiros somos assim”, a ocorrência de sujeito de terceira pessoa do plural e verbo na primeira pessoa do
plural tem a finalidade de
a) popularizar as obras do pintor paulista por meio de uma mensagem produzida em um registro mais informal.
b) aproximar o emissor da mensagem de um destinatário que utiliza uma variedade linguística socialmente
estigmatizada.
c) expor a dificuldade de comunicação existente entre o emissor da mensagem e os colecionadores de suas obras.
d) incluir o emissor da mensagem entre os elementos do grupo retratado nas obras do pintor.

TEXTO :
Retrato do artista quando coisa
1
A maior riqueza
do homem
é sua incompletude.
Nesse ponto
sou abastado.
2
Palavras que me aceitam
como sou
— eu não aceito.
3
Não aguento ser apenas
um sujeito que abre
portas, que puxa
válvulas, que olha o
relógio, que compra pão
às 6 da tarde, que vai
lá fora, que aponta lápis,
que vê a uva etc. etc.
Perdoai. 4Mas eu
preciso ser Outros.
5
Eu penso
renovar o homem
usando borboletas.

BARROS, Manoel. O retrato do Artista Quando Coisa. Rio de Janeiro: Record, 1998.

19. (Uece ) A utilização de figuras de linguagem ocorre, de maneira muito particular, na escrita literária. Sobre o uso
desse recurso no poema de Manoel de Barros, identifica-se
a) a metáfora no verso “Mas eu preciso ser Outros” (referência 4) relativa à analogia que se faz entre o poeta ser ele
mesmo e ser outro.
b) o oximoro em “A maior riqueza do homem é sua incompletude” (referência 1), pela contradição de sentidos presente
no enunciado.
c) a hipérbole no trecho “Palavras que me aceitam como sou — eu não aceito” (referência 3), em razão de aí haver o
desejo do enunciador em engrandecer a verdade dos fatos.
d) a prosopopeia no enunciado “Eu penso renovar o homem usando borboletas” (referência 5), em que há uma
atribuição da função humana a um ser não humano.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:


OLHOS DE RESSACA

Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero
daquele lance consternou a todos. Muitos homens choravam também, as mulheres todas. Só Capitu, amparando a
viúva, parecia vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la dali. A confusão era geral. No meio dela,
Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem algumas
lágrimas poucas e caladas...
As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela; Capitu enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente que
estava na sala. Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece que a retinha também.
Momentos houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mas
grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadador da manhã.
(Machado de Assis)
20. (Faap ) "Os olhos de Capitu fitaram o defunto".
A Língua conhece o objeto direto pleonástico:
a) O defunto fitaram-no os olhos de Capitu.
b) Os olhos de Capitu, eles mesmos, fitaram o defunto.
c) O defunto foi fitado pelos olhos de Capitu.
d) Ao defunto fitaram os olhos de Capitu.
e) Fitaram-se os olhos de Capitu.
21. (Faap ) "Capitu parece vencer-se a si mesma"
A SI MESMA é redundância da palavra SE - figura a que chamamos:
a) metáfora
b) anacoluto
c) pleonasmo
d) silepse

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Se não quiser adoecer
Por Dr. Dráuzio Varela
"Fale de seus sentimentos"
Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como: gastrite, úlcera, dores lombares,
dor na coluna. Com o tempo, a repressão dos sentimentos degenera até em câncer. Então vamos desabafar,
confidenciar, partilhar nossa intimidade, nossos segredos, nossos pecados. O diálogo, a fala, a palavra é um poderoso
remédio e excelente terapia.
"Busque soluções"
Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, o
pessimismo. Melhor é acender o fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce
existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença.
"Aceite-se"
A rejeição de si próprio, a ausência de autoestima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o
núcleo de uma vida saudável. Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores.
Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia.
"Não viva SEMPRE triste!"
O bom humor, a risada, o lazer, a alegria recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar
o ambiente em que vive.
"O bom humor nos salva das mãos do doutor". Alegria é saúde e terapia.

(Trechos retirados de Pensador.uol.com.Br/autor/dr_drauzio_varela.)

22. Sobre figuras de linguagem é correto afirmar que, no período


a) “Melhor é acender o fósforo que lamentar a escuridão.”, a metáfora corrobora a ideia de que pensamento
negativo não soluciona problemas.
b) “A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive.”, a metonímia traduz a ideia de que quem está
feliz é capaz de levar esse sentimento a outras pessoas do seu convívio social.
c) “O diálogo, a fala, a palavra é um poderoso remédio e excelente terapia.”, a gradação e o eufemismo reforçam a
ideia de que emoções e sentimentos reprimidos causam doenças possíveis de serem tratadas.
d) “O bom humor nos salva das mãos do doutor”, a catacrese explicita a ideia de que quem não se previne com
atitudes positivas diante da vida acaba por precisar de atendimento médico.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO.


Criança periférica rejeitada... 
Teu mundo é um submundo. 
Mão nenhuma te valeu na derrapada. 

Ao acaso das ruas – nosso encontro. 


És tão pequeno... eu tenho medo. 
Medo de você crescer, ser homem. 
Medo da espada de teus olhos... 
(Cora Coralina, Menor abandonado) 
23.Quais são as figuras de linguagem presentes nos termos destacados? 
a) eufemismo e metáfora 
b) metonímia e metáfora 
c) eufemismo e antítese 
d) antítese e metonímia

BOM ESTUDO !

Você também pode gostar