A Menina Dos Seus Olhos - Como V - Asher Intrater
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Sumário
INTERPRETANDO AS ESCRITURAS
No versículo citado acima, Paulo dá uma pista muito profunda sobre
interpretação bíblica. Ao ler as Escrituras, não devemos pensar em
primeiro lugar sobre questões filosóficas ou leis e códigos de
conduta. Todos os versos das Escrituras são sobre você, sobre
pessoas.
Ou é, seguramente, por nós que ele o diz? Certo que é por
nós que está escrito. (1 Co 9.10)
O que está escrito nas Escrituras é por nossa causa. As
Escrituras não são a somatória de todo o conhecimento de Deus,
mas apenas aquilo que ele queria que ficasse registrado para o
nosso bem. São seus pensamentos particulares que têm a ver com
o que pode nos instruir e beneficiar. O sentido implícito de cada
versículo está relacionado com a ligação pessoal entre nós e Deus.
Se não fosse para esse propósito, não teria sido registrado nas
Escrituras. Nenhuma revelação bíblica foi dada por mera
curiosidade ou teorização intelectual. A Bíblia foi dada “inteiramente”
por nossa causa. É “certo”, Paulo afirma, que foi para o nosso
benefício que tudo o que está nas Escrituras foi escrito. Paulo
defende o mesmo ponto no final de sua segunda carta aos
Coríntios.
Falamos em Cristo perante Deus, e tudo, ó amados, para
vossa edificação. (2 Co 12.19)
Portanto, escrevo estas coisas, ... segundo a autoridade
que o Senhor me conferiu para edificação e não para
destruir. (2 Co 13.10)
Tudo o que foi falado pelos profetas, o que está escrito nas
Escrituras e o que é feito pelo ministério têm o propósito de edificar
os seres humanos. Edificar significa desenvolver. A motivação de
Deus é nos amar, nos ajudar, nos resgatar e nos tornar plenos, nos
tirar da bagunça em que nos metemos. Ele deseja restaurar-nos
àquilo que originalmente planejou para nós. Qualquer teologia ou
atividade religiosa que não caminhe em direção a esse objetivo é
contraprodutiva.
O apóstolo João declarou que tudo o que escreveu foi com o
propósito de fortalecer a fé daqueles que o lessem. Ele escreveu
suas obras a fim de que as pessoas pudessem receber a força da
vida de Deus e prosperar nele (Jo 19.35; 20.31; 1 Jo 1.4; 5.13; 3 Jo
2; Ap 1.3; 22.6,14). Os mandamentos da Lei de Moisés foram dados
para que aqueles que os cumprissem fossem abençoados em
praticá-los (Dt 28.1). Os provérbios de Salomão foram registrados
para mostrar que a Sabedoria está clamando a fim de instruir as
pessoas a abandonar seus caminhos tolos e autodestrutivos (Pv
1.2,20; 4.1,5; 7.1; 8.1-5). O que Yeshua fez em seu ministério não
foi exibir a onipresença de Deus. Ele não veio enfatizar quão
insignificantes nós somos, mas destruir o poder do diabo e perdoar
os nossos pecados (Jo 10.10; Lc 24.47; Hb 2.14).
CONDENAÇÃO RELIGIOSA
A tradição religiosa, ao contrário da verdade bíblica, geralmente
retrata os seres humanos como desprezíveis aos olhos de Deus.
“Você não é bom. Você não tem valor algum. Você é sujo”, diz a voz
da condenação religiosa. O diabo é chamado de mentiroso e
enganador, mas também de acusador e condenador. O propósito
principal do engano é fazê-lo pecar. Assim que você cai em pecado,
Satanás troca seu papel de tentador por advogado de acusação.
Primeiro, ele o induz a pecar e, em seguida, o condena à morte. O
desejo de Deus é nos exaltar (1 Pe 5.6), e o do diabo é nos rebaixar.
Deus nos humilha primeiro a fim de erguer-nos depois.
Há uma diferença entre convicção de pecados e condenação.
O Espírito Santo traz a convicção do pecado a fim de que a
bondade de Deus nos leve ao arrependimento e, assim, possamos
parar de pecar.
A doutrina religiosa que o condena está interpretando Deus de
forma errada. Não há condenação alguma no Messias Yeshua (Rm
8.1). Nenhuma condenação vem de Deus desde que lhe
obedeçamos e confiemos nele. Ela só vem se abandonamos a
influência da graça de Deus. Muitos de fato rejeitam a Deus;
portanto, colocam-se debaixo de condenação. Contudo, ela é
causada pela rebeldia humana, não pela intenção de Deus. Ele é
graça, ele é amor, ele é perdão e também santidade.
Ao sair da luz, você está em trevas. De certa forma, a luz
demonstra o fato de você estar na escuridão em função do
contraste. Mas não é culpa da luz você ter deixado a sua presença.
Deus é luz. Não há treva alguma nele. Toda a luz está nele. Se você
sair da presença de Deus, só poderá estar em trevas. Não há luz
alguma senão aquela que está em Deus.
A condenação religiosa é o oposto da graça divina. O diabo é
mentiroso, é aquele que condena e amaldiçoa. A condenação
religiosa não vem de Deus. Isso é uma falsa doutrina. A religião é o
ministério da condenação. A redenção é o ministério da graça de
Deus.
Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para
que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo
por ele. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está
julgado... O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e
os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as
suas obras eram más. (Jo 3.17-19)
A revelação das Escrituras mostra o fato de que os homens se
corromperam e abandonaram a Deus. Os homens pecaram e se
colocaram debaixo de condenação. O mundo está numa condição
muito ruim. Não é preciso muita sabedoria para perceber isso. É
necessária, entretanto, uma revelação sobrenatural para descobrir
como nos tirar dessa bagunça em que nos metemos.
As Escrituras declaram que todos os homens estão sob
condenação, mas não para por aí. O propósito da revelação bíblica
é tirá-los da condenação, não trancá-los nela. A pregação nos
convence do pecado e, então, nos liberta da condenação. A pessoa
precisa parar de pecar para poder ficar livre da condenação.
GRAÇA E LEI
A intenção original de Deus no casamento era simplesmente que o
homem e a mulher vivessem em alegre harmonia. As leis do
divórcio foram acrescentadas devido à dureza do coração do
homem e da sua falta de entendimento sobre a graça. As leis do
divórcio fazem parte das Escrituras muito embora sejam contrárias à
vontade de Deus. Em geral, as passagens de juízo e ira nas
Escrituras são, relutantemente, a vontade de Deus. Sim, elas
expressam sua vontade divina, mas apenas nas circunstâncias em
que ele foi forçado a reagir ao mal. Quando pecamos, Deus nos
pune. Quando nos arrependemos, recebemos misericórdia. Quando
obedecemos, as bênçãos vêm. Deus prefere abençoar. É por isso
que ele nos manda obedecer.
Qual, pois, a razão de ser da lei? Foi adicionada por causa
das transgressões… (Gl 3.19)
Trabalhei como diretor de um colégio cristão particular por
vários anos. O único desejo da administração era que os alunos
mantivessem uma atitude de cooperação e respeito. Nas áreas em
que eles não conseguiam sustentar as atitudes positivas, tínhamos
de introduzir regras e punições para reforçar o comportamento
apropriado. Regras e punições podem apenas impor uma mudança
de comportamento; elas não são capazes de produzir uma atitude
de coração correta.
Nas áreas em que os alunos cooperavam, não havia
necessidade de regras. Nas áreas em que a atitude era menos
cooperativa, as regras eram inseridas. Os alunos cuja inclinação do
coração era errada consideravam a administração rígida e exigente.
Aqueles que eram mais perceptivos viam que nossa única
motivação era a graça. Se os alunos estivessem apenas dispostos a
colaborar com o conselho de administração, teríamos eliminado
muitas regras.
Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade,
mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.
(Gl 5.22,23)
Se Deus pudesse ter a sua preferência, não haveria juízo nem
ira. Deus parece duro àqueles que são, eles próprios, duros no
coração, mas essa não é sua essência real. À medida que
caminhamos com a atitude correta de graça, as leis do juízo não nos
afetam. As leis do divórcio não me afetam se eu amo minha esposa.
As leis contra o roubo não se aplicam a mim se minhas
necessidades são supridas e não pratico o roubo. Quando o nosso
coração está bem com Deus, ele não tem intenção alguma de agir
com ira a menos que seja forçado a isso. Quanto mais alinhado
nosso coração estiver com ele, mais o veremos como ele realmente
é: o Deus de amor e de santidade.
Para com o benigno, benigno te mostras; com o íntegro,
também íntegro. Com o puro, puro te mostras; com o
perverso, inflexível. (Sl 18.25,26)
Ao manso, ele se mostrará misericordioso. Ao teimoso, ele se
mostrará duro. Mas ele prefere o primeiro.
SALVOS DO PECADO
É o pecado que destrói as pessoas. Todos pecaram, e é por isso
que todos ficaram sujeitos à morte e à destruição. Devemos
reconhecer o pecado, identificá-lo e chamá-lo daquilo que realmente
é. Às vezes, é necessário pegar pesado com alguém para mostrar-
lhe que é pecador a fim de tirá-lo do engano espiritual, assim como
Yeshua teve de fazer com os fariseus. É preciso repreender a
hipocrisia religiosa publicamente para que outros não sejam levados
cativos por ela (Mt 23). O foco central do Evangelho é o fato de que
Yeshua é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
Esse é o erro que Jonas cometeu em sua atitude sobre pregar
em Nínive. Jonas esperava que Deus aniquilasse os ninivitas. Ele
ficou desapontado, até mesmo irritado, por Deus não tê-los
destruído (Jn 4.1). Ele não entendeu que, mesmo na pior
repreensão ao pecado, o único desejo de Deus é resgatar e
restaurar as pessoas.
Abraão entendeu esse princípio. Quando Deus foi destruir
Sodoma e Gomorra, ele permitiu que Abraão entrasse num diálogo
de aliança para dissuadi-lo de sua decisão. Abraão sabia que o
desejo final de Deus era salvar as pessoas de Sodoma e Gomorra,
não destruí-las.
Tiago e João demonstraram uma atitude errada quando viram
os samaritanos rejeitarem Yeshua.
Vendo isto, os discípulos Tiago e João perguntaram:
Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os
consumir? Jesus, porém, voltando-se os repreendeu e
disse: Vós não sabeis de que espírito sois. Pois o Filho do
Homem não veio para destruir as almas dos homens, mas
para salvá-las. (Lc 9.54-56)
Eles pensavam estar exercendo justa indignação, mas haviam
caído na armadilha sutil de condenar os outros. Não perceberam o
que tinham feito. Não sabiam em que espírito estavam agindo.
Muitos pregadores nem percebem que estão pregando condenação.
A pregação deve ser feita num espírito de querer abençoar e
purificar as pessoas. O propósito da pregação é sempre edificar e
resgatar as pessoas das ciladas da morte e do pecado.
AMAR É EDIFICAR
Amar alguém significa edificá-lo e desenvolver seu potencial.
O saber ensoberbece, mas o amor edifica. (1 Co 8.1)
A definição de amor é edificar alguém. Edificar significa
desenvolver ou fortalecer a pessoa por dentro. A melhor forma de
edificar alguém é dizer-lhe palavras de revelação para que seja
fortalecido e encorajado em seu interior.
A essência da oração é pedir para que a pessoa seja
fortalecida em seu interior (Ef 3.16). A essência da pregação é falar
palavras ungidas pelo Espírito Santo para capacitar o ouvinte a ter
sucesso.
Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim
unicamente a que for boa para edificação, conforme a
necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. (Ef
4.29)
Toda vez que alguém ouve um sermão, deveria sair mais forte
do que quando entrou. Cada vez que você fala com alguém, essa
pessoa deveria sair da sua presença mais próxima de Deus do que
quando o encontrou. Todas as palavras que pronunciamos, sejam
em oração, sejam em pregação ou numa conversa, devem
fortalecer aqueles a quem são direcionadas.
O INFERNO É REAL
Alguns dizem que o inferno não é real, que é apenas simbólico e
que as pessoas não vão de fato experimentar dor por toda a
eternidade. Isso é mentira. Yeshua fez questão de descrever os
tormentos do inferno nos termos mais físicos e realistas possíveis.
Como podemos comunicar às pessoas que o inferno é
absolutamente real e nem um pouco figurativo? Yeshua afirmou que
o inferno é tão ruim que seria melhor literalmente arrancar os olhos
do corpo ou cortar os braços e as pernas do que ser lançado no
fogo do inferno (Mt 5.29,30; 18.8,9; Mc 9.42-48). Ele disse que as
pessoas gritam e gemem e rangem os dentes de dor (Mt 13.42,50),
e que seria melhor perder tudo nesta vida do que perder a própria
alma (Mt 16.26). Ele afirmou que as pessoas ficam completamente
conscientes da sua dor (Lc 16.23-25). Elas tentam arrepender-se e
desejam escapar de lá, mas é tarde demais (Mt 25.11). Na verdade,
existem uma barreira e um abismo tão imensos que ninguém
consegue passar do inferno para o céu, nem do céu para o inferno
(Lc 16.26).
Deus não quer que as pessoas vão para o inferno. Aliás, ele
nem sequer foi projetado para os seres humanos, mas para o diabo
e os outros anjos rebeldes. No entanto, qualquer um que se recuse
a alinhar-se com Deus já se alinhou consciente ou
inconscientemente com o diabo e irá com ele para o seu juízo e
punição (Ap 21.8).
É por isso que somos compelidos a sair pelo mundo todo
falando sobre o Evangelho. Isso é exatamente o que Yeshua nos
mandou fazer. Nós lhe suplicamos e imploramos que se reconcilie
com Deus por meio de Yeshua. Nada que este mundo possa
oferecer é digno do tormento de passar a eternidade no inferno.
PREGANDO JUSTIÇA
Nós não descartamos o pecado nem negamos a sua existência. Os
filósofos modernos e os chamados “novos” pensadores afirmam que
as pessoas estão bem como estão, que não necessitam do perdão
divino e que a culpa é apenas um fenômeno psicológico que deve
ser ignorado. Isso é absurdo. Não estamos ignorando o pecado.
Pelo contrário, estamos pregando o antídoto a ele, que é
arrependimento e perdão. Não estamos enfatizando o problema do
pecado, mas sim a solução para ele. Yeshua ordenou para que
pregássemos o arrependimento e o perdão dos pecados.
…e que em seu nome se pregasse arrependimento para
remissão de pecados a todas as nações. (Lc 24.47)
Negar o pecado é humanismo secular. Só pregar a respeito do
pecado é condenação religiosa. Pregar arrependimento e remissão
de pecados é o Evangelho. Ser remido do pecado e livrar-se dele é
o nosso foco.
Quando Paulo disse que todos pecaram e carecem da glória
de Deus (Rm 3.23), ele estava, na realidade, falando sobre justiça,
não sobre pecado. Ele estava pregando que a justiça havia-se
tornado disponível a todos os homens gratuitamente. A justiça é o
antídoto ao pecado e está acessível a qualquer um que o tenha
cometido. Já que todos pecaram, todos podem usufruir dessa
justiça. Foi nesse contexto de pregação sobre justiça gratuita pela fé
que Paulo estava constatando o fato de que todos os homens
pecaram.
...a justiça de Deus testemunhada... mediante a fé em
Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem;
porque não há distinção, pois todos pecaram e carecem da
glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua
graça... por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes
os pecados anteriormente cometidos. (Rm 3.21-25)
Do ponto de vista de Deus, o problema do pecado já foi
resolvido. Deus já aceitou a morte substitutiva de Yeshua por nós.
Deus já perdoou a todos nós antes mesmo que soubéssemos disso.
A questão não é se conseguiremos que Deus nos perdoe, mas se
aceitaremos o perdão que ele já nos concedeu. Deus, de sua parte,
unilateralmente reconciliou-se conosco. A questão é apenas se, em
contrapartida, nós nos reconciliaremos com ele.
…Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de
Cristo... Deus estava em Cristo reconciliando consigo o
mundo, não imputando aos homens as suas
transgressões... De sorte que somos embaixadores em
nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso
intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos
reconcilieis com Deus. (2 Co 5.18-20)
Deus já lhe perdoou pelos seus pecados. Ele já aceitou a
substituição de Yeshua como solução ao pecado. O problema do
pecado é que ele nos impede de voltar a Deus para receber a sua
graça. Deus derrubou a barreira do pecado. A única coisa que o
afasta do Senhor é sua incredulidade. O que queremos dizer com
incredulidade nessa afirmação é: não crer que Yeshua derrubou a
barreira entre você e Deus.
A porta foi aberta. A morte e a ressurreição do Messias Jesus
abriram um enorme buraco na parede; abriram a porta. Rogamos
que você tome a decisão de arrepender-se e entrar por essa porta
aberta. Um dos problemas do pecado é que ele destrói a sua fé para
atravessar essa porta da graça. Quando você peca, a sua
consciência fica envenenada pela culpa. Quando você peca, você
reconstrói a barreira do pecado, a mesma que custou a morte de
Yeshua.
Temos de identificar o pecado como pecado, pois, do contrário,
ele o levará ao engano e à escravidão. A barreira do pecado foi
destruída. Pregamos que a justiça pelo sangue de Yeshua está
disponível gratuitamente. Pregar justiça gera fé para aproximar-se e
receber perdão. Pregamos justiça para que você possa recebê-la.
Muitas vezes, ouvimos pessoas dizendo que precisam afastar-
se da comunhão porque pecaram. Isso é tolice. Não rejeitamos
pecadores. Arrependa-se, peça perdão e volte. O fato de ter pecado
não nos impede de amá-lo. Nós vamos perdoá-lo. Se até nós somos
graciosos o suficiente para perdoar os pecados uns dos outros,
Deus certamente o é também. Arrependimento significa parar de
pecar e comprometer-se a obedecer a Deus.
Justiça é estar numa relação correta com Deus, sem
impedimento. Volte para ele e receba uma relação de acesso e
liberdade diante de Deus. Isso é justiça. É preciso ter fé para
recebê-la. Isso é justiça pela fé. E essa é nossa pregação (Rm
10.6,8).
O EFEITO DA AUTOIMAGEM
Nós não ignoramos o pecado, nem usamos manipulação por culpa.
Repreendemos o pecado e pregamos a justiça.
Porque, como imagina em sua alma, assim ele é. (Pv 23.7)
Se um indivíduo vê a si mesmo como alguém sem valor, assim
ele será. Se ele se considera um pecador, agirá como tal. A sua
autoimagem deve ser mudada da de um pecador para a de um filho
justo de Deus.
Por exemplo, há muitas pessoas que se esforçam demais para
seguir uma dieta, mas parecem nunca conseguir perder peso. Não
importa o quanto alguém se esforce para reeducar sua alimentação,
se ele se vê como um glutão, nunca será capaz de perder peso.
Além da disciplina da dieta, é preciso adquirir uma autoimagem
positiva para obter sucesso. A pessoa será externamente o que
enxerga sobre si mesma por dentro.
Uma prática que tem-se tornado efetiva entre os atletas
olímpicos é assistir a vídeos dos atuais recordistas mundiais com a
finalidade de programar-se com uma imagem mental de vitória. Os
melhores atletas são aqueles que se veem ganhando o prêmio,
marcando o gol ou cruzando a linha de chegada. O mesmo princípio
funciona no sentido inverso.
Qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura,
no coração, já adulterou com ela. (Mt 5.28)
Aos olhos do Senhor, somos responsáveis por aquilo que
pensamos em nosso coração. O que somos no coração é quem de
fato somos. Assim como esse princípio opera no caso negativo de
adultério, ele também pode operar no positivo.
Uma pessoa que possui uma autoimagem interior de vencedor
agirá como vencedor. Se ela se vê como um bom pai, será um bom
pai. Se ela se vê como um adúltero, é isso que se tornará. Na
verdade, Yeshua afirmou que, se alguém cometer assassinato ou
adultério em seu coração, é como se já os tivesse praticado (Mt
5.22; 1 Jo 3.15).
Alguém que se vê como filho justo de Deus, agirá assim. Se
sua autoimagem for baseada em Yeshua, então você se parecerá
cada vez mais com ele. A pessoa que você enxerga em seu coração
é quem você realmente é.
Há duas maneiras de perder totalmente a consciência do
pecado. Uma delas é tornar-se tão endurecido pelo pecado que a
consciência fica calejada e insensível aos seus efeitos negativos. A
outra é ser tão transformado em sua própria autoimagem pelo que
Yeshua fez por você, que você se distancia de qualquer inclinação
ao pecado. Você se torna morto para o pecado e vivo para a justiça
(Rm 6.11). Você passa a considerá-lo algo estranho e perde
totalmente a consciência dele. Culpa, derrota e autocondenação são
removidos do seu interior (Hb 9.14; 10.2).
A primeira maneira é o nível mais baixo de vida; a segunda, o
mais alto. A primeira é condenação eterna; a segunda é a salvação
final. A primeira é a estrada para o inferno; a segunda é a vereda da
justiça (Sl 23.3).
Dizer a alguém que nasceu de novo que é pecador e indigno o
levará a se ver dessa forma. Essa linha de pensamento fará com
que ele saia de sua relação certa com Deus. Pensar que sou
pecador e indigno pode ter praticamente o mesmo efeito como se eu
tivesse de fato pecado e agido indignamente. Autocondenação é
quase o equivalente ao próprio pecado. Achar-se indigno e sem
valor tem, efetivamente, o mesmo resultado do pecado no seu
relacionamento com Deus.
VALOR FÍSICO
De que maneiras você possui valor? Em primeiro lugar, fisicamente,
como uma criação biológica; você é uma obra de engenhosidade
espantosa. O Salmo 139 fala sobre o projeto incrível do corpo
humano.
Graças te dou, visto que por modo assombrosamente
maravilhoso me formaste... os meus ossos não te foram
encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido
como nas profundezas da terra. (Sl 139.14,15)
Você é um milagre biológico. Seu corpo físico é uma obra-
prima. As complexidades infinitas de sua formação com todas as
partes interligadas são assombrosas. O simples fato de você existir
é um milagre. Até mesmo no nível físico, você é admiravelmente
especial. É claro que, você mesmo, como um ser espiritual, é muito
mais importante do que sua mera estrutura física. Mas, se o seu
corpo é tão extraordinário, quanto mais você, como a pessoa que
nele habita!
O imenso número de operações individuais que acontecem em
seu corpo a cada segundo é impressionante. Uma antiga oração
judaica, feita logo ao levantar-se pela manhã, diz: “Bendito és tu, ó
Senhor, nosso Deus, que formaste o homem em sabedoria e criaste
nele passagens sobre passagens, vasos sobre vasos. Se apenas
um deles fosse aberto ou fechado, não seria possível existir ou estar
diante de ti”. Cada função do corpo, não importa o quão
insignificante pareça, é miraculosa.
Reflita sobre o projeto incrível do corpo que Deus lhe deu para
habitar. O que a evidência desse projeto diz a respeito do quanto
Deus o ama? Todos os corpos humanos que existem hoje foram
degradados pelo pecado e pela morte. A esse estado deteriorado do
corpo humano, chamamos de “carne”. Na ressurreição, os justos
receberão corpos novos e glorificados. Mas mesmo neste estado
presente de degradação, podemos ver a evidência do design de
Deus.
COROA DA CRIAÇÃO
A Bíblia diz que os céus revelam a obra de Deus (Sl 19). O
firmamento estrelado acima de nós é magnífico. Os mares são
enormes e poderosos. Toda a criação, desde a mais ínfima partícula
molecular até a imensidão das galáxias, é maravilhosa.
Deus fez tudo na criação. Em cinco dias, ele completou toda a
obra espetacular do universo físico. Ele deu um passo para trás,
considerou-a e declarou a sua avaliação do resultado: “Bom!”. Em
seguida, ele fez você, e sua avaliação foi: “Muito bom!” (Gn 1.31).
Toda a criação sem você é boa; toda a criação com você é muito
boa. Você é a coroa da sua criação. Tudo o que nela há empalidece
em comparação a você. Você foi feito de modo único e magnífico à
imagem de Deus.
Adão e Eva eram a coroa da criação de Deus. Foram feitos à
sua imagem. Como descendentes de Adão, carregamos essa
imagem de Deus. Quando Adão e Eva se rebelaram contra o
Criador, essa imagem foi terrivelmente desfigurada. Mas mesmo
como seres humanos caídos, com a imagem de Deus em nós
comprometida, ainda carregamos o remanescente de sua
semelhança. Quando passamos a crer em Yeshua, a imagem de
Deus no nosso espírito é restaurada. Se Adão e Eva eram a coroa
da criação de Deus, quanto mais nós, ao sermos recriados
espiritualmente à imagem de Yeshua. Nele, reconquistamos nossa
posição como filhos de Deus.
AUTOIMAGEM POSITIVA
O diabo trabalha para manchar a imagem gloriosa de Deus em
você. Deus trabalha para restaurar essa imagem em você. Deus
deseja manifestar a natureza divina em nós. O método do diabo é
condená-lo e impedi-lo de voltar à glória de Deus. Yeshua se tornou
pecado para que você pudesse ser transformado na justiça de Deus
(2 Co 5.21). Então seja transformado. Receba sua justiça e seja
justo. Caia em si (I Co 15.34)! Desperte da sujeira do pecado e
abandone a autoimagem imunda. Volte ao seu Pai celestial como o
filho pródigo e vista os trajes mais finos de filho (Lc 15.17,22). Tenha
fé e confiança no amor dele por você.
Se Yeshua morreu por nós na cruz para que pudéssemos ser a
justiça de Deus, então aceitar o seu sacrifício é nos aceitar como a
justiça de Deus. Crer em Yeshua é considerar a si mesmo como a
justiça de Deus. Se você não aceitar que foi transformado na justiça
de Deus, então não acreditou totalmente no que Yeshua fez por
você.
O justo é intrépido como o leão. (Pv 28.1)
Se aceitamos o sacrifício de Yeshua por nós, então temos de
nos considerar justos. Se somos justos, devemos agir assim. Se os
justos são intrépidos como um leão, então devemos agir com a
intrepidez de um leão. Intrepidez é exatamente a qualidade de
caráter que os primeiros crentes em Yeshua oraram para receber (At
4.29). Portanto, seja corajoso.
Alguns de nós, se víssemos um passarinho ser atingido por um
carro, teríamos muita compaixão dele — algo perfeitamente normal.
Mas, com isso, podemos considerar mais esse pássaro do que nós
mesmos. “Deus se importa com esse passarinho”, dizemos com um
suspiro; e “Deus não se importa comigo”, dizemos com outro. Isso é
absurdo. Você tem mais valor do que cinco pardais, ou melhor, mais
do que o universo todo cheio deles.
Porque todas as coisas existem por amor de vós… (2 Co
4.15)
Todas as coisas são para você. Toda a criação, toda a
redenção, todas as Escrituras e todas as ações de Deus são para
você. Essas são boas novas.
CAPÍTULO 2
QUEM VOCÊ REALMENTE É
A OBRA-PRIMA
O novo “homem” sobre o qual as Escrituras falam é a nova pessoa
espiritual em seu interior. Essa pessoa interior é criada por Deus
como uma obra separada, distinta daquele momento em que você
nasceu fisicamente. Esse segundo ato de criação começa a ocorrer
na sua vida no instante em que você recebe Yeshua no coração
como seu Senhor e Messias pessoal. Esse segundo ato de criação
é uma obra-prima da arte de Deus.
Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas
obras, as quais Deus de antemão preparou para que
andássemos nelas. (Ef 2.10)
Você é criação de Deus, sua obra de arte. A voz da
condenação está lhe dizendo que você não é bom e que não tem
valor. Deus afirma: “Você é minha obra de arte. Você é minha obra-
prima. Você é a menina dos meus olhos” (Zc 2.8). Você é o centro
do alvo que o amor de Deus está mirando.
Se você nasceu de novo espiritualmente, a pessoa que você é
agora não é a mesma que foi gerada no ventre da sua mãe. O seu
velho homem faz parte da pessoa que morreu. Você é um novo ser.
Se você recebeu a revelação do Espírito de Deus, seu verdadeiro
‘eu’ é a parte que foi recriada. Esse segundo ato de criação é tão
distinto quanto o momento em que Deus criou os céus e a terra.
Esse segundo nascimento é tão distinto quanto aquele em que você
foi concebido no ventre da sua mãe. O estado do universo depois
que Deus ressuscitou Yeshua dos mortos ficou tão revolucionado
quanto o ficou no momento em que ele disse: “Haja luz”. O estado
da humanidade aos olhos de Deus mudou completamente a partir
do momento da ressurreição.
E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as
coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas. (2
Co 5.17)
Essa velha parte de você já se foi. Para Deus, ela não importa.
Ele o considera uma nova criação reta e justa. A pessoa que foi
gerada no novo nascimento é perfeita e pura. Esse novo ser foi
criado em justiça e santidade procedentes da verdade (Ef 4.24). O
novo homem que é o seu ‘eu’ verdadeiro é feito da mesma
substância, a mesma essência interna, que o próprio Deus. Você é
feito “do” seu Espírito. Você é constituído do mesmo material que o
interior de Deus. Assim como Deus soprou o fôlego biológico em
Adão, ele também soprou sua própria vida espiritual em você (Jo
20.22). Você é nascido de Deus.
DEUS É UM DOADOR
Crer é receber. O ato de acreditar é um ato de receber.
…tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes,
e será assim convosco. (Mc 11.24)
Se você não está disposto a receber, então você não acredita.
Deus é um doador. Se quisermos cooperar com ele e lhe obedecer,
precisamos receber. Deus não é nada egoísta. Ele não está
buscando obter ou tirar algo de nós. Sua motivação é dar para nós.
O universo inteiro funciona a partir de um sistema cujo centro é
o fato de que Deus é um doador. O sistema baseado na natureza
doadora de Deus é chamado graça. Deus quer que o universo opere
de acordo com a graça.
Nossa resposta à graça de Deus é a fé. A graça é o ato de
Deus doar. A fé é nossa atitude de receber. Se o sistema da graça
está funcionando, então precisamos agir pela fé.
Essa é a razão por que provém da fé, para que seja
segundo a graça… (Rm 4.16)
Deus é bom e é um doador. Deus nos concedeu tudo o que
possui. Ele nos deu o seu melhor. Ele nos ofereceu o seu único
Filho (Jo 3.16).
Aquele que não poupou o seu próprio Filho... porventura,
não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? (Rm
8.32)
Se Deus já nos entregou o seu filho, quanto mais ele nos dará
qualquer outra coisa boa! Se ele já nos concedeu o que é mais
valioso, obviamente nos dará tudo aquilo que é de menor valor. Se
Deus está disposto a gastar mil reais com você, ele deve estar
disposto a gastar cem. Se Deus aceitou oferecer Yeshua por nós, é
claro que não há nada que ele não nos daria.
O grau incrível de bondade e generosidade de Deus conosco é
inconcebível à mente humana natural. É necessária uma revelação
especial do Espírito de Deus em nosso coração para captar até
mesmo um vislumbre de todas as coisas boas que Deus quer nos
dar.
Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o
Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por
Deus nos foi dado gratuitamente. (1 Co 2.12)
Uma das razões pelas quais precisamos receber o Espírito
Santo é para entender o quanto Deus nos deu. Sem o Espírito
Santo, não temos condições de ver que a verdadeira natureza de
Deus é a de um doador. Necessitamos da ajuda do Espírito Santo
para compreender o fato de que Deus realmente quer nos encher de
dádivas, que esse é o seu livre e espontâneo desejo.
A natureza de Deus é doar. Quando ele dá, ele o faz
livremente. Deus quer que sejamos pessoas que doem com alegria
(2 Co 9.7), porque essa é a natureza divina. O próprio Deus é um
doador alegre. Deus manda que sejamos doadores alegres porque
ele já era assim antes de nós. Ele não nos dá essa ordem a fim de
extrair alguma vantagem de nós.
DEUS É BOM
Para nossa imensa felicidade, o Deus que é todo-poderoso e que
criou o universo é também totalmente puro e bom. É muito bom para
nós que ele seja assim. Ele é 100% benevolente. Você já parou para
pensar que ele não tinha de ser tão perfeitamente bom? Não há
nada que pudéssemos fazer se Deus fosse um ser todo-poderoso e
egoísta. Ele poderia muito bem ser um tirano corrompido por seu
poder absoluto. Ele poderia ser um todo-poderoso que desejasse
ser adorado por muitos escravos e servos à espera de suas ordens.
É assim que muitos governantes humanos têm agido. Deus poderia
ser completamente movido por justiça sem nenhuma inclinação à
misericórdia ou à benevolência. Graças a Deus que ele é
exatamente como é. Graças a Deus que ele é completamente puro,
santo e bom.
Se Deus é por nós, quem será contra nós? (Rm 8.31)
Deus é por nós. Ele está ao nosso lado. Se ele é por nós, não
há força alguma de oposição que possa nos vencer. Deus não está
contra você. Ele está a seu favor. Ele quer que você seja bem-
sucedido em todas as áreas de sua vida. Quando aceitamos a ajuda
benevolente de Deus, nossa vitória está garantida.
ANDANDO EM VITÓRIA
Se você é uma nova criatura, então reconheça o fato de que Deus
não quer que você viva em derrota moral ou espiritual. Isso é uma
questão de lógica. Se você é a obra-prima de Deus, não é vontade
dele que você viva sob o domínio da morte e da dívida, nem sob o
domínio de maldições e doenças, de dores físicas, estresse
emocional ou confusão mental. Se você é feito da mesma essência
que a vida de Deus, ele deve desejar que você ande na mesma
vitória e triunfo que ele tem (1 Co 15.57; 2 Co 2.14). A própria
natureza de Deus é de vitória. Portanto, sua natureza em nós
também nos impele à vitória.
Deus quer que vivamos como ele vive. Ele não só vive em
pureza moral, mas também em vida abundante. Somos ensinados a
orar para que a vontade de Deus seja feita na terra da mesma forma
que é feita nos céus (Mt 6.10). Mas no céu, as pessoas vivem em
prosperidade e alegria. As ruas são pavimentadas com ouro (Ap
21.21). Deus quer que esse estilo de vida celestial seja difundido por
todo este planeta. Nos dias do Rei Salomão, havia tanto ouro que a
prata era considerada sem valor (1 Re 10.21). Ao invés de pratos
descartáveis de papel, os que eles usavam eram de prata.
Excelência moral inclui paz e saúde física. Parecer-se com Deus
não se restringe à moralidade, mas abrange a capacidade de ser
bem-sucedido em todas as áreas da vida (2 Pe 1.3; Js 1.8).
O MISTÉRIO DO SOFRIMENTO
Embora não seja o propósito de Deus fazer-nos sofrer, o sofrimento
é uma parte necessária do processo de seguir a vontade de Deus.
Como o próprio Messias, temos de negar a nós mesmos e pegar a
nossa cruz todos os dias a fim de que possamos segui-lo (Lc 9.23).
O objetivo é ser igual a ele. Mas, assim como ele sofreu, nós
também sofreremos neste mundo.
Se o mundo já fosse perfeito e todas as pessoas que nele
habitam também o fossem, não haveria sofrimento. É assim que
será no fim (Ap 21.4). Enquanto isso, continua existindo o mal neste
mundo. Quanto mais tentamos ser justos, com mais intensidade o
mal que há no mundo reage contra nós e nos ataca. Portanto,
quanto mais justo um indivíduo é, mais ele sofre.
O alvo de Deus é dar-nos seu amor eterno, sua glória e
santidade. Não tem como alcançar alvos tão altos sem enfrentar
sofrimento durante o processo. É como afirma o ditado no mundo
dos esportes “sem dor, não há vitória” [ou “sem dor, sem vitória” ou
“sem dor, sem ganho”]. A meta nos esportes é ganhar a medalha de
ouro. Deus tem ouro espiritual para nos dar; no entanto, teremos de
passar por sofrimento no processo de treinamento.
É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para
podermos consolar os que estiverem em qualquer
angústia... Porque, assim como os sofrimentos de Cristo
se manifestam em grande medida a nosso favor, assim
também a nossa consolação transborda por meio de
Cristo... suportando vós com paciência os mesmos
sofrimentos que nós também padecemos... sabendo que,
como sois participantes dos sofrimentos, assim o sereis
da consolação. Porque não queremos, irmãos, que
ignoreis a natureza da tribulação que nos sobreveio na
Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de
desesperarmos até da própria vida. (2 Co 1.4-8)
À medida que nos doamos aos outros em amor, passamos
pela dor. As pessoas machucam umas às outras. Amar envolve dor.
Mas o objetivo final é a alegria de intimidade e confiança. Uma
qualidade do amor é “longanimidade”. Não é possível desenvolver
essa qualidade sem suportar algum nível de sofrimento ao longo do
caminho.
…o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro
perecível, mesmo apurado por fogo… (1 Pe 1.7)
…alegrai-vos na medida em que sois coparticipantes dos
sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de
sua glória, vos alegreis exultando. (1 Pe 4.13)
Nossa fé é como o ouro; contudo, o ouro precisa ser refinado
numa fornalha. A fornalha é o sofrimento. É o ouro que queremos,
não a fornalha, mas ela faz parte do processo. Yeshua sofreu
primeiro e, então, desfrutou da glória. Na medida em que
compartilhamos dos seus sofrimentos, também participamos da sua
glória.
REDIMIDOS DO QUÊ?
A Bíblia é a história do plano de redenção. Redenção significa que
fomos comprados de volta. Se fomos redimidos, certamente fomos
resgatados de uma condição ruim. Decerto, fomos levados de volta
a algo bom que já possuíamos anteriormente. Se a humanidade
caiu, o lugar de onde caímos deve ter sido melhor e mais alto do
que o lugar onde fomos parar após a queda. Se fomos redimidos,
sem dúvida fomos restaurados a essa posição mais alta e superior
que tínhamos originalmente.
Podemos ter um vislumbre desse estilo de vida melhor tanto no
Jardim do Éden, no início da Bíblia, como na Jerusalém Celestial, no
final da Bíblia. O lugar de onde caímos é o lugar para o qual
estamos sendo restaurados. Não havia nada de mal ou negativo no
Jardim; não haverá nada de mal ou negativo no Paraíso restaurado.
Por definição, tudo o que existe de destrutivo e prejudicial é fruto do
pecado do homem e da rebelião do diabo. Por definição, tudo o que
é negativo e destrutivo é, em última análise, contra a vontade de
Deus. O plano da salvação é remover todos os resultados da queda.
A vontade de Deus é restaurar o estilo de vida do Éden. E isso é
apenas o início. A partir dali, ficará ainda melhor.
Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou
para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a
redenção. (Cl 1.13,14)
Deus quer que você seja livre de todo e qualquer domínio de
Satanás. O governo de Satanás é de tirania e maldade que lhe faz
mal. O governo de Deus é de benevolência e bondade que lhe faz
bem. Deus não está tentando feri-lo. Tudo o que o prejudica é do
reino de Satanás; tudo o que o torna pleno é do reino de Deus. Se
somos a obra-prima de Deus, então ele deseja que desfrutemos de
todas as suas bênçãos. Suas bênçãos são espirituais, santas e
puras (Ef 1.3).
EM NADA DEFICIENTES
Deus quer para você tudo o que é bom e saudável. Deus é a única
fonte de coisas boas. Se há algo bom, certamente veio de Deus. Se
há algo que não seja bom, não pode ter vindo de Deus.
Toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto,
descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir
variação ou sombra de mudança. (Tg 1.17)
Essa verdade é preta e branca. Não há tons de cinza nessa
questão. Tudo o que é bom vem de Deus. Tudo o que é mau vem
do diabo. Deus deseja que você tenha tudo o que é bom.
Nenhum bem [Deus] sonega aos que andam retamente. (Sl
84.11)
Se existe algo bom, Deus quer que você o receba. Ele não
está querendo impedi-lo de avançar. O Senhor não deseja que você
seja privado de nada que seja bom. Ele age como um pastor em
relação à sua vida, para garantir que não lhe falte nada (Sl 23.1;
34.10). Ele é seu protetor e seu provedor. A própria natureza de
Deus é a de trazer provisão. Um dos seus nomes é Jehová Jireh,
que significa: “Eu sou o seu provedor” (Gn 22.14). Deus suprirá
cada uma das nossas necessidades a partir do seu coração de
generosidade (Fp 4.19).
Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que
sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes. (Tg 1.4)
Deus não quer que nada lhe falte. Deus deseja que você seja
perfeitamente pleno e completo. Ele quer que você desenvolva
traços de personalidade divinos, tais como paciência, para que
chegue ao ponto de não sentir falta de nada. Que Deus bom nós
temos! A paciência é uma das qualidades mais maduras do caráter
de Deus e, por sua própria natureza, ela leva muito tempo para ser
desenvolvida.
O ESPÍRITO SAUDÁVEL
O Espírito de Deus é um espírito de integridade. Seu Espírito
sempre promove saúde, vida, plenitude, bondade, pureza, atitudes
positivas e assim por diante. A própria natureza de um espírito
demoníaco é de autodestruição para a pessoa que está sob sua
influência.
Na região dos gadarenos, Yeshua encontrou um homem com
um espírito imundo. Observe como o espírito imundo afetou o
homem:
Andava sempre, de noite e de dia, clamando por entre os
sepulcros e pelos montes, ferindo-se com pedras. (Mc 5.5)
Quando uma pessoa peca, sua consciência lhe diz que ela fez
algo errado. Se ela não souber como chegar ao arrependimento e
obter perdão, se sentirá cada vez mais culpada. A culpa fará com
que ela queira castigar-se, e essa atitude autodestrutiva é a base
para a influência de um espírito imundo.
O homem na terra dos gadarenos estava cortando-se com
pedras. Um espírito imundo é sempre autodestrutivo. O Espírito
Santo nunca é autodestrutivo. Quando aquele homem foi liberto pelo
Espírito Santo, ele foi descrito como estando:
…assentado, vestido, em perfeito juízo. (Mc 5.15)
O Espírito Santo o tornou são novamente. É sempre assim. A
vontade de Deus sempre é que você esteja em perfeita saúde. Deus
quer a sua mente renovada, seu corpo curado, sua família em paz e
suas finanças prosperando. Sob a influência do espírito demoníaco,
aquele homem estava dilacerado, cortando o próprio corpo e
praticando atividades impuras. Sob a influência do Espírito Santo,
ele ficou são. Tudo o que era prejudicial foi tirado dele.
É possível discernir um espírito imundo por sua atitude
destrutiva. É possível discernir o Espírito Santo, pois ele sempre nos
conduz a atividades saudáveis e benéficas. O Espírito Santo é o
espírito de plenitude e integridade. O Espírito Santo é o Espírito
saudável.
Usar drogas não poderia ser do Espírito Santo, pois causam
danos ao cérebro. Perversão sexual não poderia ser do Espírito
Santo, porque é impura. Atitudes autodestrutivas não são de Deus,
pois nos ferem e destroem. Pensamentos de ansiedade,
negativismo, ressentimento, ódio de si mesmo, luxúria e ganância
não podem ser de Deus, porque causam destruição em nossa vida.
PENSAMENTO POSITIVO
Tem-se discutido muito se o pensamento positivo e uma atitude
mental positiva são conceitos bíblicos. Muita atenção tem sido dada
a esses assuntos no cenário secular. Nós, como cristãos, não
precisamos copiar as coisas do mundo secular. Na realidade, as
técnicas de motivação positivas encontradas no mundo é que são
uma imitação dos princípios de fé e esperança presentes na Bíblia.
Nós não os estamos copiando; eles é que estão nos imitando. Só
porque há uma falsificação do que estamos fazendo, não é motivo
para pararmos de fazer a coisa verdadeira.
Temos a única fonte de verdadeira esperança e pensamento
positivo: a vida e o amor de Deus. Vamos ser sinceros: sem Yeshua,
não há razão alguma para ter qualquer tipo de atitude otimista. Mas,
com ele, temos motivo para regozijar-nos e sermos cheios de bom
ânimo independentemente de quão escuras sejam as
circunstâncias. O mundo anseia por uma solução real e positiva.
Precisa disso desesperadamente. Nós temos a solução. Vamos
deixar nossa luz brilhar.
Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para
que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai
que está nos céus. (Mt 5.16)
O otimismo não é algo ruim do ponto de vista bíblico. Muitas
vezes, Deus repreendeu os filhos de Israel no deserto por causa de
sua murmuração e reclamação. Murmurar e reclamar são atitudes
negativas. Somente Josué e Calebe mantiveram uma atitude
positiva diante das circunstâncias adversas. Eles receberam a
aprovação de Deus; os outros, não.
Nosso otimismo é mais do que uma atitude mental positiva. É
uma força espiritual positiva. A força da alegria vem de Deus por
meio do espírito humano para vencer as situações negativas. É
preciso coragem para ser alegre quando as circunstâncias ao redor
são sombrias.
Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes
por várias provações. (Tg 1.2)
O poder da alegria serve para ajudá-lo a superar a provação. A
alegria não vem da mente; ela vem do coração. Nós vamos além do
pensamento positivo. Temos um pensamento superpositivo. Temos
a fé que vence.
ESCOLHA BÊNÇÃOS
Amaldiçoar é negativo e destrutivo. As bênçãos são positivas e
enriquecedoras. A grande maldição entrou e se espalhou por todo o
planeta na queda de Adão. Em Yeshua, somos libertos dessa
maldição (Gl 3.13). Essa maldição afetou todas as possíveis áreas
da vida; envenenou toda a existência da humanidade. Em Yeshua,
as forças destrutivas que entraram em todas as possíveis áreas da
vida são revertidas. Deus quer que sejamos abençoados, não
amaldiçoados. O estado do mundo é a maldição; a mensagem do
Evangelho é a bênção. A bênção prevalece sobre a maldição. O
poder das Boas Novas vence todas as forças negativas no mundo.
Todos os que recebem as Boas Novas são vencedores (1 Jo 5.4-5).
…te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição;
escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua
descendência. (Dt 30.19)
Deus quer abençoá-lo, não amaldiçoá-lo. Na verdade, ele nos
manda tomar uma decisão da nossa vontade para receber suas
bênçãos. Devemos fazer um propósito em nosso coração de rejeitar
todos os elementos da maldição que existem na terra. O Evangelho
é a mensagem da bênção: é a mensagem de que a bênção
prometida a Abraão para o benefício da humanidade finalmente
superou e destruiu a maldição. A maldição é desfeita pela bênção.
Yeshua é a encarnação da promessa da bênção que viria. Pregar o
Evangelho é proclamar que a bênção venceu e agora está
disponível a todos os homens. Aquele que aceita o Evangelho
recebe as bênçãos; aquele que se recusa a recebê-las não creu.
Acreditar no Evangelho é receber as bênçãos (Mc 16.15-18).
O mesmo padrão é válido para todas as questões da vida
espiritual, do detalhe mais ínfimo ao destino mais grandioso.
Rejeitar a oferta graciosa da bênção de Deus é não ter esperança e
estar sem Deus no mundo (Ef 2.12). É encarar a eternidade com
todos os elementos positivos removidos. É a desolação total e
condenação sem fim. A perdição é o resultado final de rejeitar a
graça de Deus. Negar-se a receber as bênçãos de Deus nas
questões do dia a dia é o mesmo padrão em miniatura que rejeitar a
salvação eterna. Um estilo de vida de autocondenação é uma
amostra temporal da condenação eterna. Quem quer isso? Livre-se
dela.
O terceiro capítulo de Gálatas indica que o Evangelho é o
mesmo que as promessas feitas a Abraão.
...a Escritura [...] preanunciou o evangelho a Abraão: Em ti,
serão abençoados todos os povos. De modo que os da fé
são abençoados com o crente Abraão. Ora, as promessas
foram feitas a Abraão e ao seu descendente. (Gl 3.8,9,16)
As promessas positivas da Velha Aliança são o Evangelho. Um
judaísmo verdadeiro fundamentado na Bíblia e um cristianismo
cheio de fé na verdade deveriam ser a mesma coisa. Deus disse:
“Prometo abençoá-lo”. Esse é o Evangelho; o Evangelho é boas
novas.
A COMPLETUDE DE DEUS
Deus quer que tenhamos a plenitude das bênçãos. O próprio Deus é
a maior bênção. Portanto, Deus quer que tenhamos a plenitude dele
mesmo. Se tivermos a plenitude dele dentro de nós, então, de certa
forma, seremos a plenitude dele.
…para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus. (Ef
3.19)
E [Deus] pôs todas as coisas debaixo dos pés [de Yeshua]
e, para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja,
a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche
em todas as coisas. (Ef 1.22,23)
Talvez você tenha de piscar os olhos e reler esses versículos
algumas vezes. Como seu Corpo, somos a plenitude de Deus. Nós,
os que recebemos a graça de Deus, formamos um corpo de
pessoas. Yeshua é o cabeça desse corpo. Esse corpo é preenchido
com o próprio Espírito de Deus. O Espírito de Deus é sua plenitude.
É assim que somos cheios de toda a plenitude de Deus. Esse corpo
de pessoas está repleto de toda a presença interior da glória de
Deus. Portanto, nós, como povo, devemos ser gloriosos, irradiar a
sua glória.
O mesmo Espírito que estava em Yeshua está em nós. A
unção do Messias é a plenitude de Deus; ela contém todos os
tesouros da sabedoria e do conhecimento divinos (Cl 1.27; 2.3,9).
De alguma maneira maravilhosa e misteriosa, nós completamos
Deus (Ef 1.23), e ele nos completa (Cl 2.10). Deus é nossa morada,
e nós somos a sua. A glória de Deus não estava destinada a habitar
numa coluna de nuvem, mas em nós. Nós somos o Corpo de Deus,
a extensão da sua presença espiritual neste planeta físico. Nós
somos o templo do seu Santo Espírito (1 Co 6.19).
É óbvio que Deus é completo sem qualquer dependência de
nós para isso. Ele sozinho é completo e independente. É no seu
relacionamento conosco que ele se torna incompleto sem nós. Por
exemplo, eu sou uma pessoa completa em mim mesmo, mas, em
outro sentido, sou incompleto sem minha esposa. Ela me completa
em nosso relacionamento de marido e mulher. Sou uma pessoa
completa, mas em meu papel como pai, torno-me incompleto sem
meus filhos. Deus é onipotente, santo e distinto de você e de mim.
Todavia, como o Deus de aliança de Abraão, Isaque e Jacó, ele
passa a ser completo por meio do relacionamento com seu povo.
Como Deus Pai, ele é completo por meio da relação com sua
família.
Não somos Deus. Isso é blasfêmia. Isso é ocultismo e
autoadoração da Nova Era. Mas somos participantes da natureza
divina (2 Pe 1.4). Não somos a videira, mas os ramos (Jo 15.5). A
videira não produz fruto; o ramo é que o faz. Ele possui a seiva que
dá vida; nós somos o lugar onde o fruto cresce.
UM PLANO PREDESTINADO
Deus também tem um projeto e um plano para você. O segundo
estágio de sua vida é que Deus o “predestinou”. A predestinação se
refere ao momento em que você foi introduzido à vida neste planeta.
Quando chegou aqui, já havia um plano predefinido para a sua vida
a respeito do qual você nem tinha conhecimento.
Eu me lembro de como, durante cada gravidez da minha
esposa, orávamos por nossos filhos enquanto estavam no útero.
Tínhamos sonhos para a vida deles. Construíamos nossa
expectativa para sua chegada antes que nascessem. Quando
finalmente chegavam, já estávamos entusiasmados em vê-los. Nós
os tínhamos acolhido antes mesmo que soubessem da nossa
existência. Traçamos todos os tipos de planos imaginários e
esperanças para o seu futuro sucesso. Eu colocava as mãos sobre
a barriga da minha esposa e falava com meus filhos, dizendo-lhes
que os amávamos e que estávamos muitos ansiosos para que
fizessem parte da nossa família. Tínhamos um berço, um quarto e
as roupas de bebê, tudo preparado. Fazíamos planos para eles
antes do seu nascimento.
Deus é assim. Ele fez planos para nós antes que
nascêssemos. Seus planos para nós são para nosso bem-estar e
sucesso (Jr 29.11). Ele é um Pai que trabalha para o nosso bem. Ele
nos conhece melhor do que nós mesmos, e seus planos a nosso
respeito são melhores do que qualquer coisa que poderíamos
imaginar para nós. O fato de que ele tem esses planos para a sua
vida prova o quão precioso você é para ele.
Embora Deus tenha um plano único e singular para a vida de
cada pessoa, há um elemento em comum que faz parte do mesmo
destino final para todos nós. Somos todos “predestinados a ser
conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o
primogênito entre muitos irmãos”. Yeshua é descrito como nosso
irmão mais velho no Espírito. Ele é o padrão ao qual devemos nos
conformar. Todos nós possuímos um instinto inerente que anseia
para que sejamos exatamente como Jesus. O plano de Deus para
nós é sermos iguais a Yeshua. Ele é a chave que libera nossa
verdadeira personalidade interior. A imagem de Yeshua é o molde
do qual fomos tirados.
Fomos criados em Adão originalmente para ser a imagem de
Deus. Fomos recriados em Yeshua com o objetivo final de recuperar
a imagem de Deus. Yeshua não veio para a terra a fim de provar
que ele era o Filho de Deus. Ele veio para fazer com que você e eu
nos tornássemos filhos de Deus juntamente com ele. Seu ministério
miraculoso não tinha como objetivo enfatizar a imensa diferença
entre nós e ele, mas levar muitos de nós como filhos a participar de
sua glória (Hb 2.10). Deus é nosso Pai. Yeshua é o primogênito,
nosso irmão mais velho. Nós nos tornamos parte da mesma família
divina pela fé em Yeshua.
MEU TESTEMUNHO
Sei que Deus já tinha um plano e um propósito para a minha vida.
Durante a Primeira Guerra Mundial, meu Zeyda (avô) fugiu da
Europa Oriental para a América. O Leste Europeu estava
desmoronando. Era óbvio que comunidades judaicas inteiras
estavam prestes a ser dizimadas nos anos seguintes. A família
tomou meu avô (que era jovem) e lhe disse: “Vá pelo menos você.
Escape daqui. Sobreviva. Permaneça vivo a qualquer custo. Leve o
nome da família. Vá para outro país”. Eles investiram as esperanças
para as futuras gerações nele e o enviaram com suas orações.
Demos o nome dele ao meu filho mais velho. Eu recebi o nome do
pai do meu avô, meu bisavô, a quem ele deixou no Leste Europeu.
Zeyda foi para os Estados Unidos e trabalhou como cantor
(líder de adoração) e mohel (aquele que efetua a circuncisão) em
sinagogas de várias cidades, estabelecendo-se, finalmente, em
Washington, a capital. Meu pai cresceu nesse lar de língua ídiche
situado nos bairros mais pobres de Washington onde estava a
comunidade judaica. Papai se formou no ensino médio no meio da
Segunda Guerra Mundial, alistou-se e fez missões de voo para
bombardear a Alemanha Nazista.
Minha mãe e meu pai queriam que seus filhos crescessem com
uma vida melhor do que a que tiveram. Trabalharam duro e nos
deram tudo: uma casa linda, um estilo de vida próspero e uma
educação cara. O seu desejo era que tivéssemos mais do que eles
tiveram. Investiram a vida em nós (que Deus nos perdoe nossas
falhas em valorizar o quanto nossos pais dedicaram a vida para nos
abençoar e prover para nós). Pagaram dezenas de milhares de
dólares para me enviar para uma faculdade exclusiva.
Eu estudei. Eu li. Pesquisei em todos os campos possíveis do
conhecimento para descobrir o sentido da vida: filosofia, psicologia,
literatura antiga e religiões orientais. Pequei. Eu me rebelei contra
meus pais e contra todas as outras formas de autoridade. Tornei-me
um ateu. Entretanto, não conseguia fugir do profundo anseio interno
por conhecer o verdadeiro propósito da existência. Meus pais
investiram a própria existência para me dar uma plataforma sobre a
qual eu pudesse me firmar e descobrir as verdades sobre a vida.
Aprendi tudo o que estava ao meu alcance e, na minha busca sem
rumo, acabei deparando-me com a chave para a vida: uma
revelação do fato de que Deus nos ama, conforme expresso na vida
de Jesus, o Messias. É de partir o coração. É glorioso. A vida de
cada pessoa está em jogo, entre a vida e a morte. Cada um, de uma
forma ou de outra, tem um drama semelhante por trás de sua vida.
ATRAINDO-O PARA SI
Deus tem um plano para a sua vida. Ele tem um para mim e um
para você. Desde que nascemos, Deus começou a nos chamar para
esse plano por meio do testemunho intuitivo da nossa consciência
(Rm 8.16). Ele nos atrai para si com cordas espirituais e invisíveis
de amor (Os 11.4).
E aos que predestinou, a esses também chamou. (Rm 8.30)
Desde o seu primeiro nascimento até o momento em que
nasce de novo, Deus o está chamando para si mesmo. Não é
apenas você como indivíduo que está buscando uma resposta. Há
um Ser maior o atraindo invisivelmente com amor. Diversas pessoas
em sua vida estão lhe dando testemunho do amor de Deus.
Pessoas que você não conhece estão orando por você. Há uma
conspiração de amor por sua causa.
Sempre fico espantado com as aparentes coincidências de
pessoas que Deus faz cruzar nosso caminho. Algum tempo atrás,
um vendedor com idade universitária bateu em nossa porta com um
questionamento. Perguntamos se ele queria saber algo sobre
Yeshua, e ele entrou. Acabamos descobrindo que ele era judeu,
tinha estudado no mesmo colégio que minha esposa havia estudado
e estava cursando uma faculdade Ivy League (conjunto das
faculdades de maior prestígio dos EUA) semelhante à que eu
frequentei. Era óbvio que Deus o tinha trazido a nós. Deus estava
chamando aquele jovem para si mesmo. Foi um encontro marcado
por Deus. Compartilhamos sobre Yeshua com ele. Ele pegou uma
pilha de livros com muito interesse e entusiasmo. Que planos
maravilhosos Deus certamente tinha para aquele jovem. Quanto
Deus deve amá-lo! Ele o estava cortejando e atraindo para si em
amor.
TORNANDO-O JUSTO
Deus o conhecia antes que você nascesse. Ao nascer, ele já tinha
um plano para você. Durante toda a sua vida, a partir do
nascimento, Deus o tem chamado para si. O próximo estágio é ser
justificado. Justificado é uma palavra que significa tornar-se justo –
tornar-se reto.
Aos que chamou, a esses também justificou. (Rm 8.30)
Aos olhos de Deus, nos tornamos justos num instante. Yeshua
fez uma troca conosco: a sua justiça pelo nosso pecado (2 Co 5.21).
Ele se tornou o nosso substituto. Ele fez expiação por nós (Is 53).
Naquele momento de troca, toda a raça humana foi restaurada a
uma relação correta com Deus. Essa justiça é transferida para a
nossa vida no instante em que a recebemos e dela nos apropriamos
na prática. Naquele momento de troca radical de caráter, você se
torna justo.
Você não é a mesma pessoa que era antes. Você era injusto,
perverso. Agora você foi justificado. Agora você é justo. Você foi
completamente transformado naquela encruzilhada em que tomou
uma decisão de fé. Você era um pecador. Agora não é mais. Você
pertence a uma nova categoria aos olhos de Deus. Você está numa
caixa diferente. Agora, você é um santo.
Um santo é um crente justificado que está passando pelo
processo de santificação. Você era um pecador. Você creu em
Yeshua. No momento em que acreditou, você foi declarado justo ou
justificado diante de Deus. Agora, você está num novo estágio,
numa nova definição. Esse novo estágio é um processo. É um longo
processo de tornar-se santificado. Um santo é alguém no processo
de ser santificado. Essa é a sua nova posição. Você é uma nova
pessoa, como se tivesse morrido, sido sepultado e depois
ressuscitado dos mortos. É exatamente isso que acontece com você
pela fé em Jesus Cristo.
Você não deve identificar-se com a pessoa que era antes de
nascer de novo. É por isso que Yeshua geralmente mudava o nome
das pessoas quando chegavam a ele. Você deve receber uma
identidade totalmente nova, pura e fresca. Leva muito tempo para se
ajustar a essa nova identidade justa. Na verdade, é necessária uma
vida inteira para realinhar seus pensamentos e sentimentos a essa
nova perspectiva (Rm 12.2; Ef 4.23). Porém, o ato de ser justificado
diante de Deus leva apenas um instante.
TORNANDO-O GLORIOSO
Depois que um vaso é limpo, ele pode ser cheio novamente. Não só
o espírito interior é transformado, mas também recebemos o próprio
Espírito de Deus dentro de nós. Seu Espírito é sua glória. Quando
somos cheios do Espírito de Deus, somos cheios de sua glória:
somos glorificados. “Glorificado” significa tornar-se glorioso.
Aos que justificou, a esses também glorificou. (Rm 8.30)
Yeshua disse que iríamos irradiar luz do nosso corpo e brilhar
como o sol no reino do nosso Pai (Mt 13.43). Moisés brilhou com a
luz da glória de Deus por estar em sua presença (Êx 34.29). Daniel
disse que as pessoas brilhariam como o sol após a ressurreição (Dn
12.3). Yeshua brilhou com a luz da glória no Monte da
Transfiguração (Mt 17.2). Na canção pela vitória na batalha, Débora
e Baraque falaram que as pessoas que amam a Deus brilham como
o sol (Jz 5.31).
Deus não quer apenas apagar o que você fez de errado, mas
lhe dar um propósito glorioso para a vida, tanto no tempo presente
quanto no futuro. Ele tem um destino para você. Ele quer lhe dar
uma coroa. Ele deseja tornar a sua vida gloriosa. Você pode
começar a viver essa vida de glória agora mesmo. Deus quer
glorificá-lo. Quanto mais você é glorificado como seu filho, mais
glória ele recebe.
Ao ser justificado, você se torna o vaso de Deus. À medida que
é glorificado, você se torna um vaso de ouro. Paulo disse a Timóteo
que qualquer um que decida purificar-se de hábitos impuros e
desejos pecaminosos deseja tornar-se um glorioso vaso de ouro (2
Tm 2.21). O propósito do ministério da Nova Aliança é transmitir
glória ao coração do cristão (2 Co 3.7-11). Conforme nos tornamos
mais parecidos com Yeshua, essa natureza gloriosa vai sendo
transferida pouco a pouco a nós (2 Co 3.18).
Há dois estágios para se tornar glorioso. O estágio A acontece
durante esta vida enquanto temos um corpo mortal. Nesse tempo, o
poder da glória está em nosso espírito, mas limitado por nosso vaso
de barro. (A palavra em hebraico para Adão ou Homem significa
“feito de barro”.)
Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a
excelência do poder seja de Deus e não de nós. (2 Co 4.7)
O estágio B da glorificação acontece após a ressurreição,
quando receberemos um corpo revitalizado capaz de suportar um
poder de glória ilimitado. A esse novo tipo de corpo, Paulo deu o
nome de corpo “glorificado”.
Pois assim também é a ressurreição dos mortos... Semeia-
se em desonra, ressuscita em glória. Semeia-se em
fraqueza, ressuscita em poder. (1 Co 15.42,43)
A maneira como o corpo será glorificado após a ressurreição
depende do quanto nós o usamos para a santidade e a justiça antes
da ressurreição. É o que fazemos nesta vida que determina isso. À
medida que sofrermos pela fé nesta vida, seremos glorificados no
mundo por vir.
A BORBOLETA
Deus quer fazer de você algo glorioso. Este é o padrão: Deus o
conheceu antes que nascesse. Ele tinha um plano para sua vida.
Ele o atraiu para si. Ele o transformou completamente e o recriou
para ser uma pessoa justa. Agora, ele está no processo de torná-lo
glorioso. Esse processo de tornar-se glorioso é um drama em si
mesmo. Você é como uma lagarta passando pela metamorfose de
sair do casulo como uma bela borboleta.
Nós todos estamos sendo transformados na mesma imagem
do Senhor, de glória em glória, como pelo seu Espírito (2 Co 3.18).
EVENTOS NEGATIVOS
Todos os eventos negativos que ocorreram na sua vida destacam e
contrastam o quanto você é especial para Deus e o quanto ele o
ama. O fato de que o mundo o odeia e se opõe a você prova que
você pertence a Deus, não a este mundo. O sistema do mundo
odeia Deus e odeia você. Quanto mais o sistema do mundo o odeia,
mais claro fica que Deus o ama. Se o mundo odeia Deus e odeia
você, então você deve ser amado por Deus e não pelo mundo. O
fato de o mundo o odiar é prova de que Deus o tomou do mundo
como seu tesouro especial.
Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós
outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o
mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do
mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo
vos odeia. (Jo 15.18,19)
Todas as coisas negativas que lhe aconteceram por causa da
sua fé podem ser interpretadas como uma indicação reversa de que
Deus o escolheu como alguém precioso para ele.
Por que isso é tão importante? Como pastor, conheço histórias
por trás da vida de muita gente. A vida dessas pessoas foi coberta
por mágoa, abuso, rejeição, tragédia e sofrimento. Quando vejo a
dor que elas enfrentaram, fico de coração partido. Quando Deus vê
todas as coisas horríveis que o mundo fez a você e o quanto o diabo
o odeia, ele é movido por compaixão. Seu amor vai até você. Isso o
faz desejar com mais intensidade ainda — se é que isso é possível
— protegê-lo e prosperá-lo.
A maioria das pessoas olha para todos os eventos negativos
de sua vida e os tomam como prova de que não prestam e de que
Deus não se importa com elas. Se você interpretar os ataques de
Satanás como evidência do seu próprio fracasso ou da falta do amor
de Deus por sua vida, você será grandemente prejudicado. Assim
como somos movidos por uma compaixão especial para ajudar uma
criancinha que está sendo maltratada por valentões do bairro, Deus
também tem um amor especial por você diante do ódio do diabo.
Deus vê a sua aflição e já enviou a sua Palavra para livrá-lo. O
pecado abre a porta para que o diabo o fira. Portanto, não peque e
não permita que os eventos dolorosos da sua vida o façam sentir-se
condenado ou sem valor.
Certamente, há algo heroico sobre o fato de você ter
conseguido atravessar todos os ataques maldosos do inimigo.
Apesar de toda a oposição concentrada das forças do inferno, você
conseguiu superá-la e apegar-se à vida eterna. Quanto mais
barreiras levantadas contra si você supera, mais se destaca o seu
amor por Deus. Yeshua ainda tem cicatrizes em seu corpo
ressurreto. Essas cicatrizes não são prova de sua incapacidade e
fraqueza, mas do tamanho do sacrifício que se dispôs a fazer por
você. Não deixe que as falhas do passado o desanimem. Tome a
decisão de enxergá-las como prova de que nada de mal pode
impedi-lo de amar a Deus. Transforme essas derrotas passadas em
testemunhos de vitória futura (Rm 8.39). Use suas cicatrizes antigas
como testemunho de sua determinação de ir até Deus e receber o
seu amor.
O Servo do Senhor é descrito como uma raiz crescendo numa
terra seca (Is 53.2). Talvez sua vida também tenha sido como uma
planta frágil tentando crescer em meio ao concreto duro. O fato de
haver toda essa dificuldade ao seu redor só torna mais precioso o
seu amor por Deus. Toda a dureza do concreto apenas realça a
fragilidade da planta e sua determinação de viver. Tudo o que o
mundo fez contra você somente evidencia o quanto você é precioso.
A RESPOSTA À ECOLOGIA
A revelação da glória de Deus por intermédio de você é o que toda a
criação está aguardando. Todas as criaturas de Deus estão
esperando que você obtenha uma revelação da glória de Deus para
que possa manifestá-la. Uma árvore ou um cachorro ou um córrego
poluído não terão uma revelação da glória de Deus antes de você.
Muitos jovens erroneamente se voltaram à ecologia ao
perceber, de forma correta, que a natureza anseia por uma força
espiritual libertadora (Rm 8.20-22). Mas a natureza não é a resposta
para a nossa libertação; nós é que somos a resposta para a
libertação dela. As plantas e os animais não vão nos ensinar sobre a
glória de Deus; nós é que vamos ensiná-los. Se não o fizermos, eles
simplesmente terão de ficar aguardando.
Toda a criação está aguardando com ardente expectativa que
você alcance uma revelação de quem é no Messias Jesus. À
medida que você obtiver liberdade espiritual, a natureza, por sua
vez, também será liberta.
As mais tremendas revelações de Deus a ser descobertas
estão guardadas em segredo para nós. Até mesmo os anjos no céu
e, certamente, os demônios no inferno não as conhecem. Os
segredos de Deus são comunicados por meio do Espírito Santo em
intimidade com ele (1 Co 2.10-12). Seu Espírito Santo está em nós.
Nós seremos os primeiros a receber as notícias quando forem
anunciadas. Temos uma linha direta com Deus. Os anjos e os
demônios têm de nos observar e ouvir o que dizemos para descobrir
o que Deus está revelando no momento presente.
…para que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se
torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos
lugares celestiais… (Ef 3.10)
Juntamente com Yeshua, estamos no centro do palco no
drama do universo. O destino da natureza e da História está em
jogo enquanto o povo de Deus na terra se esforça para
compreender seu próprio destino no Messias. À medida que os
planos de Deus forem desvendados a você, eles também serão
manifestos a toda a criação.
O PRÓDIGO
O filho pródigo levou a vida de um porco. Ele desperdiçou sua vida
na lama (você já passou algum período da vida vivendo como um
porco? Eu já). Tudo o que ele pôde dizer ao seu pai quando voltou
foi: “Oh, eu sou tão indigno. Não mereço ser chamado seu filho”.
Mas seu pai saiu correndo ao seu encontro. Não houve um
momento de hesitação ou relutância por parte do pai. O pai foi
correndo para encontrá-lo. Não importa o quanto você tenha
desperdiçado sua vida, Deus está indo em sua direção para
derramar seu amor sobre você. Apesar dos seus protestos de
indignidade, Deus deseja lhe dar o seu melhor (Lc 15.20-22). Não
deixe que o diabo minta para você. Deus está correndo ao seu
encontro de braços abertos. O que quer que tenha feito de errado
não é problema contanto que você se volte para Deus. Ele o ama.
O TESTEMUNHO DE PEDRO
Pedro negou o Senhor três vezes. A única coisa que Yeshua queria
saber sobre ele era: “Você me ama?”. Perdão nem sequer era uma
questão para Yeshua; já era assunto resolvido. Você está lutando
com a culpa? Você não foi fiel a Deus? Como você acha que Pedro
se sentiu? Judas traiu Yeshua poucas horas antes de Pedro negá-
lo. Judas se enforcou. Não tenho dúvidas de que o diabo estava
gritando nos ouvidos de Pedro para que fizesse o mesmo. Pedro
estava lutando pela própria vida para vencer os pensamentos de
suicídio. Talvez um dos outros discípulos, num momento de raiva,
tenha dito a Pedro: “Você não é melhor que Judas. Por que não faz
o mesmo que ele?”.
Você já esteve deprimido? Você já lutou com sentimentos de
falta de esperança ou de suicídio? Veja o que Yeshua disse a Pedro:
“Eu não me importo nem com o fato de você ter-me negado. Se me
ama, aqui, tome minhas ovelhas” (Jo 21.15-17). “Ainda estou
disposto a confiar-lhe tudo o que tenho.” Deus também está dizendo
isso a você: “Mesmo que tenha me negado, se você voltar-se para
mim em amor, vou perdoá-lo e confiar em você e restaurar-lhe tudo
o que eu tinha em mente para sua vida.”
O TESTEMUNHO DE PAULO
Antes que o apóstolo Paulo se convertesse, ele andava pelos
lugares matando cristãos e jogando-os nas cadeias. A Bíblia diz que
ele respirava ameaças e violência contra os discípulos (At 9.1). Ele
era desagradável e vingativo. Já tinha causado tanto estrago aos
cristãos que, a princípio, ninguém acreditava que ele tinha de fato se
convertido ao Senhor.
Tendo [Saulo] chegado a Jerusalém, procurou juntar-se
com os discípulos; todos, porém, o temiam, não
acreditando que ele fosse discípulo. (At 9.26)
Os outros discípulos não queriam confiar em Paulo ou recebê-
lo. Quanto isso deve ter sido doloroso! Seus amigos eram seus
inimigos, e seus inimigos, seus amigos. Primeiro, ele tinha seguido
numa direção e, depois, em outra. Agora ele estava derramando sua
vida pelo reino de Deus, e seu coração estava sendo partido por
causa de suspeitas que ele próprio havia semeado. Forças
poderosas estavam pressionando Paulo para uma e outra direção.
Que momento dramático deve ter sido quando os outros
discípulos se deram conta de que esse homem agora era amigo
deles! Que lutas internas devem ter sido travadas em todos os
envolvidos! Mas, apesar de toda essa turbulência e pressão
psicológica, Paulo foi capaz de dar a vida para Deus como poucos
homens o fizeram.