Conceitos de Marketing
Conceitos de Marketing
Conceitos de Marketing
PROPÓSITO
Compreender os fundamentos e as premissas básicas do Marketing, conhecimentos essenciais
para definir as ações e o posicionamento de uma empresa.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Identificar as fases evolutivas do Marketing
MÓDULO 2
MÓDULO 3
INTRODUÇÃO
É muito comum ouvir o termo Marketing na TV, na internet e nas organizações.
Vamos discutir tais assuntos neste tema, bem como aprender como as organizações
desenvolvem metas e planos em relação à função Marketing, ou seja, as suas estratégias.
Conhecer os fundamentos do Marketing é importante tanto para o pequeno empresário como
para o gestor de uma grande organização.
Neste vídeo, a professora Cecília Mattoso nos contará um pouco mais sobre o conceito de
Marketing. Vamos assistir!
MÓDULO 1
• Venda direta
• Lucro
• Imagem da empresa
• Relacionamento consumidores
• Permanência no mercado
Isso só seria conseguido por meio de análises, recursos e estratégias bem mais sofisticadas do
que a distribuição de panfletos, santinhos e camisetas.
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Não somente o propósito da instituição conta na hora de o doador escolher para que
organização destinará seu dinheiro (sociedades de proteção aos animais, entidades de
cuidados a menores em situação de fragilidade, casas de repouso para idosos sem família,
grupos de defesa da natureza, entre outras), mas também a imagem da entidade.
Fonte: Shutterstock
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Instituições pouco conhecidas ou atreladas a notícias de mau uso dos recursos captados são
menos propensas a receber doações do que instituições com imagem forte e publicamente
conhecidas pelas suas ações. Por isso, até mesmo essas instituições têm parte dos seus
recursos recebidos destinados ao Marketing.
PRINCIPAIS DEFINIÇÕES:
(KOTLER, 2013)
EXEMPLO
Como exemplo, podemos citar a empresa de tecnologia Apple Computers Inc, que tem
investido grande parte de seus esforços (tempo e dinheiro) na manutenção de uma imagem de
empresa que cria produtos de alta qualidade, com soluções tecnológicas que facilitam a
utilização dos seus produtos, como por exemplo, o desbloqueio por reconhecimento facial
(essa solução adveio dos resultados de ações de Marketing que identificaram que os seus
consumidores precisavam utilizar algumas das funções dos seus smartphones e tablets mesmo
quando estavam com suas mãos ocupadas).
RESUMINDO
Esse homem, Harry Gordon Selfridge (1858-1947), não aceitava a forma como as lojas de
departamentos tradicionais tratavam seus clientes – nessa época, tais lojas empregavam
funcionários especificamente para colocar para fora do estabelecimento os clientes que lá
entravam apenas para ver os produtos ou para procurar novidades!
Fonte: Shutterstock
Não eram aceitos clientes que não sabiam exatamente o que queriam comprar e não lhes era
permitida a escolha dos produtos – o vendedor mostrava apenas o que ele acreditava ser o
mais adequado ao cliente, sem permitir que esse último sequer soubesse quais eram todas as
opções de cores e modelos do produto que ele desejava!
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Desde a sua inauguração, em 1909, e ainda funcionando no mesmo local, a loja Selfridge &
Co. mudou a forma como a atividade de consumo passou a ser vista pelas empresas,
transformando-a também em uma atividade de lazer.
Na década de 1960, mesmo com a expansão econômica mundial, não foi observada uma
mudança significativa na forma como as empresas aumentavam seus mercados. Isso devia-se
basicamente ao fato de as empresas estarem se relacionando com seus mercados e clientes
da mesma maneira como faziam antes da guerra – por expansão simples da produção, uma
vez que a economia e demanda cresciam de forma significativa.
Então, bastava aumentar a produção para que os lucros aumentassem. Nesse momento, o
professor Theodore Levitt (1925-2006), em 1960, lançou um artigo acadêmico chamado Miopia
de Marketing, em que criticava a indústria e dava pistas sobre como novas oportunidades
poderiam ser exploradas. Nesse artigo ele diz:
AS ESTRADAS DE FERRO NÃO PARARAM DE
DESENVOLVER-SE PORQUE SE REDUZIU A
NECESSIDADE DE TRANSPORTE DE PASSAGEIROS E
CARGA. ISSO AUMENTOU. AS FERROVIAS ESTÃO
PRESENTEMENTE EM DIFICULDADES NÃO PORQUE
ESSA NECESSIDADE PASSOU A SER ATENDIDA POR
OUTROS (AUTOMÓVEIS, CAMINHÕES, AVIÕES E ATÉ
TELEFONES), MAS SIM PORQUE NÃO FOI ATENDIDA
PELAS PRÓPRIAS ESTRADAS DE FERRO. ELAS
DEIXARAM QUE OUTROS LHES TIRASSEM SEUS
CLIENTES POR SE CONSIDERAREM EMPRESAS
FERROVIÁRIAS, EM VEZ DE COMPANHIAS DE
TRANSPORTE.
(LEVITT, 1960)
Levitt mostrava que os mercados consumidores das empresas eram, na verdade, bem mais
amplos do que elas entendiam e que eram necessárias novas ferramentas analíticas e
novas abordagens conceituais para permitir que as empresas pudessem explorar melhor
seus mercados em potencial, ampliando o escopo da sua área de atuação.
Para atingir tais mercados seria necessário um conhecimento diferenciado; uma nova
abordagem da forma como se projetava, construía, apresentava e se vendia um produto. Essa
nova forma decorria do entendimento de que a relação de consumo não era mais focada no
vendedor, e sim no comprador – com um aumento na oferta de bens, o poder da relação de
consumo havia migrado da empresa vendedora para a pessoa compradora e o consumidor
havia percebido que ele não somente poderia escolher o produto que melhor lhe atendia, mas
também podia requisitar à empresa fabricante que produzisse algo que melhor se adequasse
às suas necessidades.
Fonte: Shutterstock
Se, após isso, ainda resta alguma dúvida com relação à necessidade de reinvenção constante
por parte das empresas no que tange a seus mercados e clientes, vamos olhar para o petróleo.
Fonte: Shutterstock
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Sim, o petróleo! Esse óleo viscoso do qual dependemos atualmente começou a ser extraído
em larga escala para substituir o óleo de baleia – esse era o combustível usado nas lamparinas
para iluminar as casas antes da invenção da lâmpada elétrica. Esse invento, criado por
Thomas Edison (1847-1931), tornou rapidamente o petróleo em algo obsoleto e sem utilidade.
Essa indústria estava fadada ao desaparecimento e, inclusive, muitos empresários da época
apostaram que tal fato efetivamente aconteceria.
Talvez até acontecesse, se não fosse pela descoberta de uma aplicação para um subproduto
do petróleo, que era perigoso, volátil, altamente inflamável e, até então, descartado como
subproduto inútil do processo de extração do querosene: a gasolina.
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O que era lixo passou a ser oferecido a preços baixos para alimentar um novo tipo de
transporte, batizado de automóvel, que estava sendo criado por Henry Ford (1863-1947). Logo,
a indústria do petróleo conseguiu deixar de ser uma simples fornecedora de querosene de
lamparinas para se redefinir como uma fornecedora de energia e, posteriormente, de matéria-
prima para inúmeras outras indústrias.
A abordagem que modificou o entendimento da indústria do petróleo de que ela não era
somente uma fornecedora de querosene de lamparina e sim uma abastecedora de energia e
de insumos foi a análise de Marketing. É sobre isso que o Marketing trata: a forma como as
empresas entendem o seu mercado e lidam com os seus consumidores.
COMENTÁRIO
Ainda assim, você pode se perguntar se essa análise já não é feita por outras ciências, tais
como a Economia, por exemplo. Para essa pergunta, mostraremos que as ferramentas
utilizadas pelo Marketing são distintas das técnicas utilizadas por outras ciências que já
tentaram abordar a relação de consumo, tais como a Economia e a Psicologia. Na verdade, o
Marketing se utiliza de diversos instrumentos de ciências distintas, de forma simplificada, para
atender à compreensão a que se destina.
AS FASES EVOLUTIVAS DO MARKETING
Apresentaremos a evolução do Marketing ao longo do tempo. O professor Philip Kotler, talvez a
maior referência no assunto da atualidade, define o tema em quatro fases evolutivas do
Marketing. Veremos a seguir quais são elas, o que as diferenciam e os cenários
socioeconômicos em que apareceram.
MARKETING 1.0
MARKETING 2.0
MARKETING 3.0
MARKETING 4.0
Quando Henry Ford disse que seu primeiro automóvel comercial, o Ford T, poderia ser
comprado “em qualquer cor desde que fosse preto”, ele estava na verdade afirmando que o
seu produto seria adquirido nas condições estabelecidas pela fábrica e não nas condições
estabelecidas pelos seus compradores.
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ATENÇÃO
Apesar de o exemplo dado ser do início do século XX, isso não significa que essa situação não
possa ser uma realidade atualmente. Se um produto não tem concorrentes no mercado (e isso
geralmente ocorre quando ele é muito inovador), a empresa fabricante pode colocá-lo à venda
na condição que lhe for mais conveniente.
Quando a Samsung lançou o aparelho Samsung Voicer, que ligava para seus contatos apenas
identificando o contato pela voz do seu dono, ou quando a Apple lançou o iPhone X que
efetuava o desbloqueio do aparelho identificando a face do seu dono, ambas as empresas
colocaram nesses produtos preços muito acima aos dos outros das suas linhas (e dos
concorrentes), pois elas é que estavam ditando as regras e condições de venda para o
mercado desses produtos.
Em geral, eles são vendidos sem facilidades de ofertas, financiamentos ou linhas de créditos, e
o cliente tem que se adaptar a essas condições.
Fonte: Shutterstock
Preço de lançamento do Iphone X em comparação com o de seu antecessor, o iPhone 8.
Fonte: Statista.
EXEMPLO
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INTERNET
A internet foi uma ferramenta criada para manter a comunicação nos Estados Unidos no
caso de uma guerra nuclear.
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A exigência do consumidor por produtos mais adequados aos seus desejos e às suas
necessidades foi tomando protagonismo. As mais diversas gamas de produtos para atender
às variadas necessidades foram incorporadas aos leques de bens fabricados. Um consumidor,
com conhecimento preciso sobre o que o mercado poderia ofertar e ávido por ter suas
necessidades plenamente atendidas, figurava como o “rei” que precisava ser satisfeito.
Essa abordagem, alimentada pela competição acirrada entre empresas que não poderiam
perder sua fatia do mercado, proporcionou uma avalanche de produtos no mercado,
direcionados a atender a mais ampla gama possível de necessidades, gerando curtíssimos
ciclos de vida do produto (produtos quase descartáveis os quais não eram mais fabricados
apenas meses após seus lançamentos).
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Em um mundo onde a informação dá a volta ao globo muito mais rápido do que ele gira em
torno de si mesmo, os alertas começaram a chegar:
Populações inteiras no Oriente e na Ásia estavam sendo exploradas, para que um seleto grupo
no extremo oposto do mundo pudesse ter acesso a produtos baratos.
Oceanos cheios de plásticos, a ponto de criar “ilhas oceânicas” de dejetos e fauna marinha
morta por ingestão desse material chamaram a atenção (e a ira) de diversos setores da
sociedade.
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EXEMPLO
Várias empresas passaram a atrelar à sua imagem ações com as quais estavam engajadas
para aproximar e manter seus clientes. No Brasil, uma das primeiras a divulgar amplamente
suas ações de sustentabilidade foi a Natura, que associa seus produtos à uma produção
consciente.
Do mesmo modo, empresas de cosméticos asseguram que não efetuam testes de seus
produtos em animais, utilizando-se de certificações, tais como as da Cruelty Free e da The
Union For Ethical Biotrade (UEBT).
Não se vende simplesmente um produto, mas, atrelado a ele, uma imagem da empresa
voltada para os valores pessoais dos seus consumidores.
A tabela abaixo, extraída do livro do professor Philip Kotler, resume os três cenários dos quais
falamos aqui. Esse quadro nos ajuda a perceber as diferenças de panorama ocorridas nas três
fases que foram estudadas, de forma comparativa.
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A guerra de notícias (verdadeiras e falsas) tornou as redes sociais um vasto campo de batalha
de propagandas e de desmentidos, fazendo com que empresas tivessem que profissionalizar
sua atuação junto a tais redes.
SAIBA MAIS
Atualmente, são contratados especialistas em análise dessas redes que, com complexos
modelos matemáticos, conseguem rastrear e mensurar o teor das informações sobre a
empresa e seus produtos, bem como medir a atitude dos consumidores perante a marca.
Esses algoritmos são capazes de medir o alcance de uma notícia (falsa ou não) relacionada à
empresa, a velocidade de propagação e os nós (pessoas identificadas por IPs) por onde a
informação passou. Com isso, pode-se medir o impacto de uma campanha lançada ou a
efetividade de uma nota desmentindo um fato não verdadeiro lançado na rede sobre a
empresa.
Fonte: Shutterstock
Facebook, Instagram, Twitter, YouTube, Pinterest, LinkedIn, Spotify e Tik Tok passaram a ser
canais de trabalho das empresas em uma atividade massiva (e frenética) de monitoramento do
fluxo de informações sobre a sua atuação, sobre a receptividade de seus produtos e de seus
concorrentes e sobre o mercado no qual está inserida. Esses canais são atualmente as mídias
principais para o lançamento de produtos e campanhas.
EXEMPLO
Exemplo disso é a empresa Gillette, que lançou nas mídias sociais uma campanha para
combater o que ela classificou como “machismo tóxico”, alinhando-se ao movimento “Me Too”
de respeito às mulheres. Nessa campanha, a empresa questiona hábitos machistas
profundamente arraigados no estereótipo educacional masculino. Apesar das críticas recebidas
pelo público masculino tradicional, a empresa entendeu a ação pelas redes sociais como
satisfatória, uma vez que trouxe a discussão sobre comportamentos masculinos indesejados
em nossa sociedade, questionando se eles são realmente necessários. Com isso, a empresa
queria aproximar-se não somente das mulheres, mas também construir uma imagem de marca
para homens maduros.
Neste vídeo, a professora Isabella Gonçalves nos apresentará um pouco mais sobre as eras do
Marketing. Vamos assistir!
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) Marketing 1.0
B) Marketing 2.0
C) Marketing 3.0
D) Marketing 4.0
A) Marketing 1.0
B) Marketing 2.0
C) Marketing 3.0
D) Marketing 4.0
GABARITO
1. Uma empresa A está ampliando fortemente sua gama de produtos ofertados aos seus
consumidores. Ela está fazendo isso com base em pesquisas que tentam identificar
rapidamente novas necessidades e supri-las com novos produtos. Esses possuem um
ciclo de vida cada vez mais curto para tentar estar à frente da concorrência. O seu
objetivo é o de colocar uma grande variedade de bens no mercado ao preço mais baixo
possível, para tal, a empresa subcontratou uma fábrica na China para produzir seus
bens. Identifique a fase do Marketing no caso retratado.
Perceba-se que na narrativa não há qualquer preocupação com temas como ecologia, valores
pessoais dos consumidores ou canais de comunicação. O objetivo é o de colocar a maior
quantidade de produtos no mercado ao preço mais baixo possível.
Note que o principal canal de comunicação da empresa, nesse caso, são as redes sociais, e a
aproximação junto ao seu consumidor é máxima.
MÓDULO 2
MARKETING INTERNO
Visa reforçar a manutenção dos valores da organização junto aos colaboradores, objetivando
que a imagem da empresa esteja refletida na atitude dos empregados
MARKETING INTEGRADO
Visa coordenar todas as ações em diversos canais de comunicação para o mesmo objetivo
MARKETING DE DESEMPENHO
Visa controlar o resultado financeiro e não financeiro das ações de Marketing adotadas
MARKETING DE RELACIONAMENTO
Visa identificar peças-chaves do negócio (consumidores, empregados, fornecedores,
distribuidores, varejistas e agências de comunicação) e desenvolver junto a eles uma rotina de
troca de informações para aprimorar a compreensão do mercado
OPERAÇÕES
A atividade fabril atualmente é algo complexo, que envolve diversos pontos de monitoramento
e de transformação dos insumos. Invariavelmente, um olhar mais cuidadoso sobre esse
processo identifica potenciais melhorias que podem ser adotadas.
Quanto mais complexa é a operação de uma empresa, maiores são as chances de se obter
ganhos com uma análise mais aprimorada dos processos que integram suas operações.
Essa talvez seja uma das atividades mais difíceis e delicadas para uma empresa.
Por mais estreitos que sejam os laços com as empresas parceiras, sempre é um desafio
controlar recebimentos e entregas.
SERVIÇOS
Atividades de apoio. Contabilidade e finanças devem ter seu foco na otimização financeira da
empresa e nos corretos registros dessas operações.
Os recursos humanos devem garantir que todos os colaboradores reflitam em sua postura
profissional os valores da empresa.
As compras devem ser capazes de adquirir os insumos para a produção dentro de padrões de
tempo, custo e qualidade para gerar valor para a empresa.
Uma gestão enxuta e otimizada de toda a área administrativa gera economias substanciais.
MARKETING E VENDAS
Atividade responsável pela construção da imagem da marca junto ao mercado, criação da
estratégia de vendas, relacionamento com seu mercado consumidor, criação de campanhas
publicitárias, dentre outras atividades.
(KOTLER, 2012)
IRMÃOS WRIGHT
Você provavelmente tem a sua opinião sobre quem foi o primeiro homem a voar no aparato
que atualmente conhecemos por avião. Seja sua resposta Santos Dumont (1873-1932) ou os
irmãos Wright, temos certeza de que não saberia informar quem foi o terceiro (a propósito, nós
também não).
Se você nasceu nos anos 1980, ou se é um aficionado por informática, possivelmente diria que
o primeiro computador pessoal lançado foi um Apple IIe, mas dificilmente diria que foi um Altair
8800! Esse foi o primeiro computador, classificado como pessoal, inventado. No entanto, Steve
Wozniak e Steve Jobs (1955-2011) foram mais rápidos e lançaram seu produto antes.
Fonte: Winfel
Altair 8800, Ed Uthman, 2003.
Fonte: Shutterstock
Depois de um mercado saturado de locadoras de vídeo (DVDs e Blue-Rays) e de provedoras
de TV a cabo, uma empresa decidiu utilizar uma tecnologia disponível para reuniões online,
chamada de streaming, para vender filmes pela internet. Esses filmes não ficavam
armazenados na memória permanente dos dispositivos, eliminando assim o problema da
pirataria. Depois de um estrondoso sucesso, a Amazon e outras grandes empresas entraram
nesse mercado. Se você for explicar para sua avó o que é streaming, certamente dirá que é o
que a Netflix faz, porque ela é que se tornou a referência pelo pioneirismo.
VEJA A IMAGEM
Optamos por lhe dar esses quatro casos para pensar. Nosso intuito é o de ilustrar um fato que
é recorrente no Marketing:
É claro que isso é um risco alto – novos lançamentos têm grandes chances de ser um
fracasso. Por outro lado, a zona de conforto de uma empresa é a área em que os retornos são
menores. Empresas brigam para se diferenciar entre si – é uma competição na qual quem sai
na frente tem maiores chances e cabe ao estrategista de Marketing gerir essa relação entre
risco e ganhos.
Neste vídeo, a professora Cecília Mattoso nos contará um pouco mais sobre as cinco forças de
Porter. Vamos assistir!
Os produtos substitutos podem nascer não somente nos concorrentes: em 1970, a empresa
Kodak era líder mundial no mercado fotográfico e uma das maiores empresas do mundo. Seu
principal negócio era o fornecimento de filmes fotográficos e de serviços de revelação (algo que
as pessoas nascidas depois dos anos 2000 nem devem saber do que se trata).
Fonte: Shutterstock
Naquele ano, o engenheiro da Kodak Steven J. Sasson, apresentou para a diretoria de sua
empresa a sua invenção – a primeira máquina fotográfica digital. A falta de entusiasmo da
alta direção foi tamanha que a empresa, que chegou até a relutar em registrar a patente e não
desenvolveu a tecnologia por diversos anos. Alguns dirigentes chegaram a afirmar que, uma
vez que a invenção não usava filme fotográfico, não era de interesse da empresa!
Sem tecnologia suficiente para concorrer com as diversas empresas que desenvolveram seus
produtos com base nessa nova tecnologia
Atualmente, com muitas dificuldades financeiras, a Kodak, que já foi a maior empresa do setor
fotográfico do mundo, tenta se reinventar após não ter compreendido a tempo a mudança que
foi criada dentro de sua própria casa e que poderia tê-la alavancado ainda mais.
Fonte: Shutterstock
Palm, 2006. Fonte: Museo8bits.
Diversos foram os casos de ótimas ideias suplantadas por concorrentes com melhor estratégia
de Marketing e um produto não necessariamente melhor. A Palm (que possuía aparelhos como
o Palm OS, sistema operacional mais estável, confiável e completo do mercado na época)
desapareceu por não ter compreendido corretamente que o mercado de handhelds (aparelhos
portáteis que gerenciavam dados e acesso à internet, sem efetuarem chamadas telefônicas)
seria engolido pelos atuais smartphones.
O comércio eletrônico, ao contrário do que a maioria acredita, não foi inventado nos Estados
Unidos, nem após o surgimento da internet – ele foi criado em 1978, na França, com a
construção de um aparelho chamado de teletexto (minitel em francês), disponível ainda em
várias residências e comércios, permitindo a troca de informações entre os terminais ligados à
rede telefônica analógica.
Fonte: Shutterstock
Minitel, Mikaël Restoux, 2007. Fonte: Deep silence.
ESTRATÉGIAS DE MARKETING
A imensa maioria das empresas almeja em sua estratégia aumentar sua parcela de mercado,
expandindo, assim, seu faturamento e, consequentemente, seu tamanho. São raros os casos
em que empresas as quais pretendem ampliar seus lucros diminuem suas atividades no
mercado, mas isso pode acontecer em alguns casos muito específicos.
CRESCIMENTO
INTENSIVO
A estratégia de crescimento intensivo verifica se existem possibilidades em seu mercado
para novas incursões (novas ofertas, nichos inexplorados de mercado, espaço para novos
produtos ou produtos derivados), elevando sua participação.
CRESCIMENTO
INTEGRADO
A estratégia de crescimento integrado, em que a empresa tenta incorporar ao seu negócio a
sua cadeia de fornecimento ou de distribuição, aumenta o controle sobre elas, reduzindo
custos por ganhos de sinergia.
GANHOS DE SINERGIA
Entende-se por ganhos de sinergia os ganhos decorrentes da junção de áreas da mesma
atividade – uma organização que adquire outra não precisará manter dois setores de
contabilidade e finanças (da adquirente e de adquirida), essas atividades provavelmente
ficarão concentradas na empresa adquirente.
CRESCIMENTO POR
DIVERSIFICAÇÃO
A estratégia de crescimento por diversificação é útil (e indicada) quando a análise de forças do
mercado aponta a existência de oportunidades que podem ser preenchidas com certa
facilidade em mercados periféricos ou com ações de rápido desenvolvimento. Veja um
exemplo!
EXEMPLO
A Walt Disney Company, cujo negócio principal são os parques temáticos e os filmes,
decidiu vender os direitos de seus personagens para que empresas de brinquedos os
fabricassem, obtendo assim, receitas extras.
DOWNSIZING E ALIENAÇÃO
DE NEGÓCIOS ANTIGOS
As empresas também podem adotar estratégias de Downsizing e alienação de negócios
antigos como forma de liberar recursos para investimentos em setores mais lucrativos.
LIBERAR RECURSOS
Pode parecer contraditório elencar essa estratégia como de crescimento, quando seu
próprio nome diz o contrário. Contudo, muitas vezes pode não haver disponibilidade de
capital para o investimento necessário na área com maior potencial de retorno. Sendo
assim, reduzir custos por enxugamento ou pela venda de áreas com menor retorno pode
ser a fonte de receita para a execução da estratégia de crescimento.
A Casa & Vídeo posicionou-se como uma empresa de fornecimento de itens domésticos de
baixo custo, com pontos de venda localizados em áreas estratégicas. Para tal, integrou parte
de sua cadeia logística e firmou parcerias com fabricantes de eletrodomésticos de custo mais
baixo.
DIFERENCIAÇÃO
Quando a empresa concentra esforços para se diferenciar em áreas valorizadas pelo seu
público consumidor, conquistando seu reconhecimento.
A Apple Computers mantém a estratégia de lançar produtos de alta qualidade, com inovações
constantes, conquistando a preferência de um público que está disposto a pagar mais caro por
essas características
FOCO OU ESPECIALIZAÇÃO
Quando a empresa escolhe pequenos nichos de mercado em que se diferencia para
especializar-se neles e obter ganhos decorrentes disso. Essa estratégia tende a expulsar (ou
reprimir) concorrentes menos especializados nesse nicho.
A Brembo, empresa italiana, optou por especializar-se na fabricação de freios para veículos de
altíssima performance (Ferrari, BMW, Porsche, entre outros) e, em decorrência disso, encontra
pouquíssima concorrência nesse nicho.
Diante do que foi estudado até agora, podemos verificar que uma estratégia de Marketing de
sucesso deve:
Compreender o mercado e suas tendências, conseguindo analisar quais são os seus principais
players e quais são os anseios dos consumidores.
Ser capaz de gerir um relacionamento com seus atuais e futuros clientes por meio de todos os
meios de comunicação que esses clientes prefiram usar e que estejam disponíveis.
Fazer, na medida do possível, uma gestão completa da cadeia de suprimento para garantir que
o produto/serviço correto esteja disponível no prazo e preço correto para o consumidor.
RESUMINDO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
B) Estratégia de diversificação
C) Estratégia de diferenciação
D) Estratégia de especialização
B) Estratégia de diversificação.
D) Estratégia de especialização.
GABARITO
Note que a empresa optou por lançar um vasta linha de produtos com sua marca, o que
caracteriza claramente a Diversificação de produtos.
Note que a empresa identificou que, controlando parte de sua cadeia, conseguiria melhorar
suas oportunidades no mercado onde atua, caracterizando a estratégia de integração.
MÓDULO 3
RECONHECER O COMPOSTO DE
MARKETING
OS (TRADICIONAIS) 4 PS DO MARKETING –
SÓ QUE ATUALIZADOS!
Em 1949, Jerome McCarthy (1928-2015), em seu livro Basic Marketing, definiu um conjunto de
4 variáveis que as empresas deveriam conseguir controlar para ter sucesso em seus negócios.
Nasciam, então, os 4 Ps do Marketing (Product, Price, Place e Promotion), os quais foram
traduzidos para o português como Produto, Preço, Praça e Promoção. A esse conjunto de
fatores foi dado o nome de Mix de Marketing ou Composto de Marketing. Dedicaremos o
módulo 3 especificamente a esse ponto. Aqui daremos uma breve conceitualização.
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PRODUTO
Refere-se a características específicas do que está sendo vendido/ofertado (que pode ser um
serviço, não necessariamente um bem), sua aparência ou forma de apresentação (prestação),
complexidade tecnológica, qualidade, embalagem, design, garantias, dentre outros fatores.
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PREÇO
Refere-se à política de preço a ser adotada pela empresa para um bem/serviço ou para todo o
conjunto de bens/serviços vendidos. Nesse aspecto podemos citar as condições de
pagamento, a concessão de descontos para grupos específicos, os financiamentos e,
obviamente, o balizamento junto ao preço dos concorrentes.
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PROMOÇÃO
PRAÇA
COMENTÁRIO
PRODUTO
NO CORAÇÃO DE UMA GRANDE MARCA ESTÁ UM
GRANDE PRODUTO. O PRODUTO É UM ELEMENTO
ESSENCIAL NA OFERTA DE MERCADO. PARA OBTER
A LIDERANÇA DE MERCADO, AS EMPRESAS DEVEM
OFERECER BENS E SERVIÇOS DE QUALIDADE
SUPERIOR QUE OFEREÇAM VALOR INSUPERÁVEL AO
CLIENTE.
(KOTLER, 2012)
Quando falamos de produto, não estamos nos referindo necessariamente a um bem físico que
pode ser comprado, tocado e guardado. O produto sobre o qual trataremos é o que a empresa
está ofertando ao mercado, podendo ser um bem físico, um serviço, uma experiência, uma
ideia ou qualquer outra coisa que possa satisfazer uma necessidade ou desejo do
mercado.
SIM
NÃO
Você já deve ter ouvido essa frase em algum lugar e ela é tão verdadeira e correta quanto a
frase atribuída ao senhor Charles H. Duell (1850-1920), diretor do Departamento de Patentes
dos Estados Unidos em 1899, que disse: “Tudo que poderia ter sido inventado já foi
inventado”.
Para um produto obter sucesso, além de sua qualidade, ele precisa de uma boa e correta
estratégia para aparecer no mercado e se diferenciar de seus concorrentes.
Bens não procurados – são produtos sobre os quais o consumidor não possui conhecimento
sobre a existência, ou até evita ter contato, como seguro de vida, serviços funerários,
advogados de causas litigiosas (especialistas em divórcio) e todo tipo de produto ou serviço
ligado a motivos indesejados.
O que faz com que gostemos (ou não) de um produto, antes, durante e após o processo
de compra?
Kotler (2012) define cinco níveis para um produto que respondem a essa pergunta:
No próximo nível está o produto básico, aquilo que compõe o nosso bem, como a memória, o
processador, a tela, os recursos etc.
2
No terceiro nível está o que chamamos de produto esperado, aquilo pelo qual os
consumidores anseiam por receber quando optam pela compra desse bem, ou seja, o
desempenho, a facilidade de uso, a beleza e a qualidade da imagem do smartphone.
No quarto nível está o produto ampliado, reconhecido como aquilo que excede as
expectativas e surpreende o cliente. Os acessórios inclusos, a tela de boas-vindas e a própria
embalagem (a Apple tornou o procedimento da abertura de seus produtos uma experiência em
si!).
PREÇO
“O PREÇO NÃO É APENAS UM NÚMERO
EM UMA ETIQUETA”.
SIM
NÃO
Essa frase pode parecer, ao mesmo tempo, óbvia para um analista de marcas e mercado e
ridiculamente errada para um observador desatento (ou desinteressado).
O preço não representa apenas o que será pago pelo produto/serviço, mas o valor em
trabalho/esforço (salário) que o consumidor terá que dispender para obtê-lo, o valor que a
empresa (fabricante e vendedora) entende como sendo a correta medida de importância do
que está vendendo, o prestígio imposto ao bem e, não menos importante, o resultado de uma
complexa equação de custos, lucros e estimativas de propensão à compra (e à barganha) por
parte do cliente.
Identificar qual o tipo de cliente-alvo e qual sua atitude em um processo de compra (se
pesquisa pela internet ou em outras lojas físicas, solicita desconto, ingressa em processo de
negociação, simplesmente abandona o processo de compra, dentre várias outras ações).
Fonte: Shutterstock
A percepção de preço por parte do cliente é algo complexo, determinado pela conjunção
de diversas variáveis:
PREÇO DE REFERÊNCIA
PREÇO DA EXCLUSIVIDADE
Muitos clientes adotam, antes de ir às compras, um preço de referência que estão dispostos
(ou que podem) a pagar; outros clientes julgam o preço de acordo com a loja onde o
produto/serviço está sendo ofertado (clientes de roupas tendem a avaliar a qualidade de um
produto em referência à loja em que ele está sendo ofertado), outros aceitam uma ampla
gama de qualidades para escolher o produto de menor (ou melhor) preço; há consumidores
“especialistas” ou “aficionados”, que entendem muito bem do produto que está sendo
pesquisado e aceitam pagar preços muito altos para terem um produto que atenda exatamente
às suas necessidades ou aos seus anseios.
Fonte: Shutterstock
O mercado automotivo também se utiliza desse procedimento para carros novos. Quando um
novo modelo é lançado, a fábrica (sabendo que seu produto é símbolo de prestígio junto a seus
clientes) disponibiliza apenas algumas unidades para venda, reduzindo o poder de barganha
de seus clientes, que pagarão mais pela exclusividade de ter o veículo recém-lançado.
VOCE SABIA?
Muitas pessoas já devem ter se perguntado a razão de um preço ser, por exemplo, R$24,99 e
não R$25,00. Estudos de Psicologia mostraram no passado que as pessoas tendem a
memorizar os preços da esquerda para a direita, isto é, da casa maior para a menor, ao invés
de arredondá-los. Dessa forma, consumidores mais desatentos tendiam a memorizar preços de
R$299,00 ou R$299,99 mais para a faixa de R$200,00 do que para R$300,00. Devido a esse
fato, o comércio ainda opta por fixar valores terminados em 90 ou 99 em suas etiquetas de
preço.
Fonte: Shutterstock
O conhecimento do consumidor sobre o preço médio do produto também tem forte influência
sobre a precificação. Atualmente, diversas ferramentas de comparação de preços dão aos
consumidores uma noção bastante precisa do valor de um produto no mercado (e criam uma
imensa dor de cabeça para fabricantes e lojistas).
Essas ferramentas estão se modernizando para incluir nas suas análises o tempo de entrega
do produto, a confiabilidade da loja, as questões acerca da garantia do produto, a política de
devolução, as opiniões de clientes que já compraram o produto, as opiniões de especialistas
sobre a marca, a evolução histórica de preços, entre diversas outras informações.
Atualmente, a facilidade com que se obtém referências de preços pela internet tem restringido
bastante a margem de precificação. Fatores como urgência da compra, insegurança da compra
via web e necessidade de visualização do produto físico antes da compra ainda favorecem a
compra em lojas, porém, isso está mudando rapidamente porque o consumidor está cada vez
mais confiante (e arrojado) para fazer compras de novos itens online.
Fonte: Shutterstock
ATENÇÃO
Apesar de as consultas e compras pela internet serem um forte limitador de precificação, não
se pode ignorar a concorrência física nas prateleiras das lojas. É fundamental saber quais
concorrentes estarão expostos ao lado do produto nas lojas vendedoras e nas concorrentes
(ainda mais se estivermos analisando mercados de cidades com grande concentração de
shopping centers, onde a distância física entre lojas é ínfima).
Fonte: Shutterstock
EXEMPLO
Essa última opção está sendo cada vez mais comum em empresas de venda de colchões.
Uma vez que a adaptabilidade ao produto só é efetivamente constatada após alguns dias
dormindo nele, muitas empresas estão dando a opção de troca gratuita por outro modelo, caso
o cliente não se adapte ao escolhido anteriormente. Como muitos consumidores sabem o
problema gerado por não ter comprado um colchão adequado às suas necessidades, eles
acabam optando por um produto com um preço mais elevado, mas que lhes dê a possibilidade
de troca no caso de não adaptação.
Conceder descontos para determinados clientes também é algo massivamente utilizado e que
deve ser cogitado. Grupos específicos de clientes (empregados de determinada empresa,
profissionais de uma área, alunos de certa instituição etc.) são passíveis de vendas em lotes,
justificando financeiramente o desconto concedido e aumentando a potencial propaganda da
marca junto a esses grupos.
A Microsoft concedia descontos aos empregados de grandes empresas, tais como Petrobras,
Vale, Coca-Cola, na compra da sua suíte Office para instalação em computadores pessoais.
A Nespresso firmou parcerias com grandes empresas para a instalação de máquinas de café
em seus prédios. Também concedeu descontos aos funcionários dessas empresas para
aquisição de cápsulas e máquinas de café residenciais.
ETAPAS DA PRECIFICAÇÃO
DETERMINAÇÃO DA DEMANDA
ESTIMATIVAS DE CUSTOS
ANÁLISE DE CUSTOS, PREÇOS E OFERTAS
DOS CONCORRENTES
Para determinar o valor do produto, a empresa deve definir seu objetivo com o produto:
OBJETIVOS DO PRODUTO
DETERMINAÇÃO DA DEMANDA
Por outro lado, compradores de produtos supérfluos de supermercado têm uma alta
sensibilidade aos preços desses itens e abandonam a intenção de compra à menor elevação
do valor cobrado.
Em geral, a sensibilidade dos consumidores ao preço é afetada pelos seguintes fatores:
exclusividade do produto, inexistência de produtos substitutos (ou substitutos de preço mais
alto), uma parte ou a totalidade do valor não será paga pelo cliente, relação afetiva do
consumidor com a marca, impossibilidade de poder ficar sem o produto naquele momento,
dentre outros.
Produtos inovadores tendem a ter uma curva de demanda ascendente, isto é, à medida que
poucos consumidores compram e experimentam o produto, eles mostram para outros
consumidores que, por sua vez, propagandeiam a inovação, aumentando o volume de vendas.
Por outro lado, produtos de limpeza, por exemplo, possuem curva de demanda plana, pois a
sua necessidade não tende a ser modificada ao longo do tempo.
ELASTICIDADE DA DEMANDA
É a medida que mostra como a demanda aumenta ou diminui em função de uma
alteração de preço do produto.
ESTIMATIVAS DE CUSTOS
Para determinar o preço que será cobrado por um bem, a empresa precisa saber de forma
precisa o quanto custou para fabricá-lo. Para tal, é necessário determinar:
CUSTOS FIXOS
CUSTOS DIRETOS
Podem ser alocados diretamente a um produto, tal como o custo de uma tela sensível ao toque
de um smartphone.
CUSTOS INDIRETOS
Não podem ser alocados diretamente a um produto e nem a um lote de produtos, como os
custos de contabilidade, as finanças, os Recursos Humanos e o Marketing, por exemplo.
ATENÇÃO
Os custos de fabricação de um bem variam ao longo de seu ciclo de vida. À medida que a
empresa o fabrica, ela vai aprendendo formas otimizadas de conduzir sua produção, reduzindo
seu custo; a isso chamamos de curva de aprendizagem. Como o custo de um produto é um
importante fator para a determinação do preço, é interessante que a empresa tenha em mente
um custo alvo a ser alcançado para não frustrar as expectativas de margens de lucro das
vendas.
PREÇO DE MARKUP
O método mais elementar é adicionar uma margem sobre os valores do custo calculado do
produto.
PREÇO DE RETORNO-ALVO
Preço que a empresa acredita cobrir seus investimentos de pesquisa, produção e lançamento
do produto acrescentado da margem de lucro que almeja obter.
Baseia-se na quantificação estimativa da percepção do cliente sobre o valor que ele daria ao
produto.
BASE NO VALOR IDEAL
Baseia-se em estipular um valor um pouco mais baixo do que o consumidor esteja disposto a
pagar e, a partir disso, estruturar sua cadeia de custos para adequá-la ao preço estipulado,
partindo do princípio que essa ação fidelizará o cliente, criando ganhos de médio/longo prazo
que compensarão as reduções imediatas.
PREÇO DE MERCADO
Embora esse tópico merecesse um capítulo à parte no Marketing, vamos abordá-lo aqui
rapidamente. Dois são os tipos de leilão: ascendente e decrescente.
ASCENDENTE E DECRESCENTE
A utilização de preços de lançamento do produto também deve ser analisada (tanto um preço
de lançamento mais alto que o alvo quanto um preço mais baixo), assim como as políticas de
financiamento e de parcelamento.
PROMOÇÃO
SIM
NÃO
Oferta de amostras grátis do produto (tanto em seu ponto de venda quanto em outros locais)
para que o consumidor possa experimentar o bem antes de adquiri-lo
PROMOÇÕES CRUZADAS
ESPECIALISTAS PÚBLICOS
Isso pode soar óbvio, entretanto, não são poucos os casos em que empresas definem uma
estratégia de Marketing na alta administração, mas não a desdobra até a sua equipe de vendas
em campo. O resultado é que, em caso de dificuldade ou resistência da concorrência, a equipe
não sabe como solucionar ou contornar o problema, pois não sabe qual é o direcionamento
que a sua empresa quer dar dentro do cenário experimentado.
Marketing direto, um caso à parte (mais um!) – com a utilização massiva de redes sociais, as
empresas atualmente estão tendo a possibilidade única de conhecer seus clientes a um
baixíssimo custo. O que antigamente era feito com um vendedor que ia de porta em porta
apresentando o produto e visitando seus clientes cativos (e que ainda é feito por algumas
marcas de cosméticos), agora é potencializado pela facilidade de comunicação.
Um cliente, que porventura tenha dado like em um produto apresentado em uma rede social,
pode ser foco de um programa de venda direta ou de um programa de fidelidade. Em alguns
setores, o Marketing direto tem ultrapassado as vendas de varejo e algumas empresas se
estruturaram para atuar exclusivamente vendendo dessa forma.
ATENÇÃO
A organização que optar por adotar esse tipo de estratégia deve criar critérios rígidos e
rastreáveis para o cadastramento, treinamento e acompanhamento dos profissionais que vão
representá-la, pois não são raros casos de má-fé, insistência, assédio, fraude e invasão de
privacidade por parte de colaboradores mal treinados ou mal intencionados.
PRAÇA
SIM
NÃO
Uma vez que é virtualmente impossível para uma empresa atingir todos os clientes em todos
os mercados e que os clientes podem se comportar de forma diferente em mercados distintos,
faz-se necessário que os mercados sejam segmentados e analisados individualmente.
SEGMENTAÇÃO GEOGRÁFICA
Pode ser a fração do mercado que o estrategista julgar pertinente para o produto em questão
– um continente, um país, uma região ou um estado.
EXEMPLO
O site de muitas empresas, como o da Jeep, pergunta para o consumidor de qual país o
consumidor está acessando. Com base nessa informação, o site mostra o mix de produtos
disponibilizados para aquela região. No caso da Jeep, isso decorre do fato de o mercado norte-
americano ser muito maior do que o brasileiro e do que o europeu, portanto, para o mercado
nativo existem seis modelos de veículos disponíveis e para o mercado brasileiro, existem
apenas quatro.
SEGMENTAÇÃO DEMOGRÁFICA
Pressupõe a segregação de grupos de consumidores com base em variáveis que os
caracterizam, tais como idade, nível educacional, sexo, renda individual, renda familiar, raça,
religião, classe social, nível de conhecimento sobre o produto ou o mercado, estágio da
carreira profissional, entre outros. Com base nessas informações, o profissional de Marketing é
capaz de separar grupos de interesse distintos para abordagens específicas junto a eles como,
por exemplo:
CLASSIFICAÇÃO DA GERAÇÕES
Não somente a idade deve ser um fator de análise, mas também as características
comportamentais e atitudes com relação à idade. Podemos encontrar idosos na faixa dos 70
anos sem atividade laboral, sedentários, desinteressados pela tecnologia e com saúde precária
e, ao mesmo tempo, encontrarmos idosos na faixa dos 70 anos com intensa atividade
profissional, assíduos frequentadores de academias, heavy users de tecnologia e redes
sociais.
É fundamental ressaltar que existem grupos de pessoas que, mesmo não tendo altos
níveis de escolaridade formal, possuem interesses culturais semelhantes àqueles que
têm.
Esses fatos nos informam que a idade ou a escolaridade formal em si não nos provê dados
incontestáveis sobre o perfil de um consumidor – o analista de Marketing precisa agrupar
vários dados a fim de traçar o real perfil de um indivíduo. Comunidades carentes, grupos
minoritários, vulneráveis ou alvos de críticas sociais costumam possuir forte união e,
consequentemente, trocam informações de todas as naturezas com mais intensidade que
outros grupos. Dessa forma, grupos de orientação sexual LGBT, de imigrantes, de minorias
religiosas, dentre outros, devem ser analisados cuidadosamente.
SEGMENTAÇÃO PSICOGRÁFICA
SEGMENTAÇÃO COMPORTAMENTAL
ATENÇÃO
Nem toda segmentação é útil. É necessário que os critérios empregados para a segmentação
tenham relação com o objetivo da estratégia adotada e que possam ser justificados de forma
clara. Os grupos (ou segmentos) selecionados devem atender a cinco critérios: ser
mensuráveis em suas caraterísticas, ser substanciais em seus objetivos, ser acessíveis
quanto à sua efetividade, ser diferenciáveis entre si e ser acionáveis, isto é, devem
responder às ações de Marketing da campanha.
Neste vídeo, a professora Isabella Gonçalves nos apresentará um pouco mais sobre os P’s do
Marketing. Vamos assistir!
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1.UMA DETERMINADA EMPRESA VAI LANÇAR SMARTPHONES
VOLTADOS PARA IDOSOS QUE QUEREM SE MANTER CONECTADOS. O
PRODUTO QUE ELA PRETENDE LANÇAR POSSUI TODAS AS
FUNCIONALIDADES DOS SMARTPHONES MODERNOS E UM MENU EM
ÁUDIO PARA FACILITAR O ACESSO AOS APLICATIVOS E ÀS
CONFIGURAÇÕES, BEM COMO FONTES MAIORES QUE O
CONVENCIONAL PARA FACILITAR A LEITURA. O APARELHO POSSUI A
MESMA ESTÉTICA DOS DISPOSITIVOS CONVENCIONAIS DE TOPO DE
LINHA. ELE É VOLTADO PARA PESSOAS ACIMA DOS 60 ANOS,
PROFISSIONALMENTE ATIVAS E QUE NÃO QUEREM SER VISTAS COMO
FRÁGEIS, DEPENDENTES E OBSOLETAS. QUE SEGMENTAÇÃO É ESSA?
A) Segmentação geográfica
B) Segmentação demográfica
C) Segmentação comportamental
D) Segmentação psicográfica
A) Marketing direto
B) Patrocínio
C) Promoção cruzada
D) Distribuição de brindes
GABARITO
1.Uma determinada empresa vai lançar smartphones voltados para idosos que querem
se manter conectados. O produto que ela pretende lançar possui todas as
funcionalidades dos smartphones modernos e um menu em áudio para facilitar o acesso
aos aplicativos e às configurações, bem como fontes maiores que o convencional para
facilitar a leitura. O aparelho possui a mesma estética dos dispositivos convencionais de
topo de linha. Ele é voltado para pessoas acima dos 60 anos, profissionalmente ativas e
que não querem ser vistas como frágeis, dependentes e obsoletas. Que segmentação é
essa?
Essa não é uma questão fácil, pois é fácil se confundir, principalmente se nos atermos ao fato
de o público-alvo não querer ser visto pelo estereótipo do idoso tradicional e optar pela
segmentação psicográfica (baseada em traços da personalidade) ou até comportamental
(baseada em atitudes). Ocorre que a base da oferta é a de um produto para o público idoso, o
que faz com que essa seja uma segmentação baseada na idade, logo, é demográfica.
2. A empresa XYZ Ltda pretende levar sua linha de alimentos congelados para um
determinado nicho de mercado que não possui o hábito de consumir esse tipo de
alimento. Para tal, ela optou por cadastrar consultores de venda residentes em áreas
identificadas como sendo desse público-alvo. Esses consultores serão treinados pela
empresa e levarão os produtos às casas dos consumidores potenciais, recebendo suas
encomendas, repassando para a fábrica e finalizando a venda. Que tipo de estratégia de
promoção é essa?
Quando a empresa opta por colocar sua força de vendas diretamente alocada junto ao
consumidor final, isso caracteriza-se como Marketing Direto.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste tema, você foi apresentado aos fundamentos do Marketing, conhecimentos relevantes
para um gestor profissional. O que seria das organizações sem seus clientes? Compreender e
atender às suas necessidades e aos seus desejos é algo que passa pelos conceitos centrais
do Marketing.
REFERÊNCIAS
AMERICAN MARKETING ASSOCIATION. Definitions of Marketing. 2017.
BERGER, J. Contágio – Por Que As Coisas Pegam. 1. Ed. São Paulo: Leya, 2014.
KOTLER, P. KARTAJAYA, H. SETIAWAN, I. Marketing 3.0. 1. Ed. São Paulo: Campus, 2012.
TROUT, J. RIES, A. As 22 Consagradas Leis do Marketing. 1. Ed. São Paulo: Makron Books,
1993.
EXPLORE+
Para se aprofundar seus conhecimentos sobre este tema, sugerimos as seguintes
leituras:
Muitas empresas estão desenhando formas de se relacionar com seus clientes com base
nas ferramentas estudadas aqui. Você sempre pode, é claro, procurar livros e revistas
sobre Marketing, dos mais clássicos aos mais modernos, como os livros do professor
Philip Kotler e os artigos e livros do professor Theodore Levitt.
Acesse o site do movimento MeToo para conhecer mais sobre essa campanha.
Recomendamos também os seguintes vídeos:
Assista à série intitulada Mr. Selfridge, lançada em 2013, com direção de Andrew Davies,
que aborda a vida de Harry Gordon Selfridge.
CONTEUDISTA
Carlos Alberto da Silva Lima
CURRÍCULO LATTES