STJ - RESP 1216537 - Locação Comercial - Despejo - Indenização Fundo de Comércio
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Superior Tribunal de Justiça
exercido qualquer pleito renovatório judicial.
5. O direito à indenização pelo fundo de comércio (artigo 52, §
3º, da lei n. 8.245/91) está intrinsecamente ligado ao direito à
renovação locatícia compulsória (artigo 51 do referido diploma
legal), destinando-se aquela, exclusivamente, a penalizar o
locador pela retomada insincera do imóvel, frustrando uma
legítima expectativa à renovação contratual, hipótese não
verificada nos autos, haja vista não ter o locatário manifestado a
pretensão judicial renovatória, nos termos do § 5º do art. 51 da
mesma lei.
6. Recurso especial desprovido.
ACÓRDÃO
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RECURSO ESPECIAL Nº 1.216.537 - MT (2010/0184326-8)
RECORRENTE : F GUIMARÃES NETO ALIMENTOS - MICROEMPRESA
ADVOGADO : ANA LEONARDA PREZA BORGES RIOS - DEFENSORA
PÚBLICA E OUTROS
RECORRIDO : LUIZ ANTONIO BORGES
ADVOGADO : FELICIO HIROCAZU IKENO
RELATÓRIO
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rejeitados, sob os seguintes fundamentos: i) inexistência de benfeitorias indenizáveis,
conforme noticiado pelo laudo pericial às fls. 137-138; ii) ajuste contratual prevendo
cláusula de renúncia às indenizações decorrentes de benfeitorias; e iii) não cabimento
da indenização pelo fundo de comércio na hipótese de retomada lícita do imóvel, bem
como em razão da ausência de pretensão renovatória por parte do locatário.
O decisum destacou, ainda, que, a despeito da desnecessidade da
notificação premonitória no caso sob exame, porquanto a pretensão foi ajuizada no
interregno de trinta dias após o término do contrato, o locador observou tal formalidade.
Irresignado, o locatário interpôs apelação (fl. 169-180), relatando que o
autor/proprietário teria estabelecido no imóvel, após a desocupação, um fundo de
comércio no mesmo ramo de atividade que ali praticava, aproveitando-se da clientela
cativada durante oito anos, razão pela qual acreditava não ser justo ficar sem o
reembolso pelo fundo de comércio construído.
A Corte local, por meio do acórdão de fls. 219-223, negou provimento ao
recurso e manteve integralmente o entendimento do juízo singular, consignando a
impossibilidade de indenização pelo fundo de comércio quando inexistente a pretensão
judicial renovatória por parte do locatário, nos termos do art. 51, § 5º, da lei n. 8.245/91.
Eis a ementa do acórdão recorrido:
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RECURSO ESPECIAL Nº 1.216.537 - MT (2010/0184326-8)
EMENTA
VOTO
Assim, o artigo 52, parágrafo 3º, da Lei 8.245/91, busca evitar a retomada
insincera do imóvel, assegurando ao locatário o direito de vir a ser ressarcido pelos
danos causados pelo locador que se utiliza indevidamente da prerrogativa legal,
empregando-a como subterfúgio especulativo, conferindo destinação diversa da
declarada ou, ainda, quedando-se inerte pelo prazo de três meses contados da entrega
do bem.
Como bem já destacado por esta Corte, “daí porque, se de um lado, o
dispositivo impõe tão-somente ao locador especulador, ardiloso ou desidioso o ônus
indenizatório, de outro, a toda evidência, exime a responsabilidade daqueloutro,
desprovido de tais ânimos, que retoma o imóvel locado por não ter o locatário exercido,
oportunamente, seu direito de renovação ”. (REsp 286321/SP, Rel. Ministro HAMILTON
CARVALHIDO, SEXTA TURMA, julgado em 03/12/2001, DJe 06/05/2002)
Nesse mesmo sentido, confira-se o seguinte julgado:
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUARTA TURMA
Relator
Exmo. Sr. Ministro MARCO BUZZI
Presidente da Sessão
Exma. Sra. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. LUCIANO MARIZ MAIA
Secretária
Bela. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : F GUIMARÃES NETO ALIMENTOS - MICROEMPRESA
ADVOGADO : ANA LEONARDA PREZA BORGES RIOS - DEFENSORA PÚBLICA E
OUTROS
RECORRIDO : LUIZ ANTONIO BORGES
ADVOGADO : FELICIO HIROCAZU IKENO
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Quarta Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso especial, nos termos do
voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Luis Felipe Salomão, Raul Araújo, Maria Isabel Gallotti (Presidente) e
Antonio Carlos Ferreira votaram com o Sr. Ministro Relator.
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