Cartilha Violência Contra As Mulheres - Conhecer para Combater UFABC e Casa Helenira Preta

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VIOLÊNCIA

CONTRA AS
MULHERES
Conhecer para combater!

Guia rápido para profissionais e


lideranças sociais

O que é?

Como apoiar
uma mulher em
situação de
violência?

Quais serviços
procurar?
Realização: Universidade Federal do ABC - UFABC e
Casa de Referência Helenira Preta

Projeto "Violência Contra a Mulher em Tempos de COVID


19: Ações para Mitigar o Efeito do Isolamento Social e a
Dificuldade de Acesso à Rede De Apoio"

Edital 41/2020 UFABC para apoio às ações de Pesquisa,


Extensão e Inovação contra o coronavírus (Covid-19)

Equipe:

Alessandra Pereira da Silva, Alessandra Teixeira, Amanda


Oliveira Bispo, Carolina Gabas Stuchi, Ednan Silva Santos,
Erika Bueno, Gabriela de Oliveira Leite Carvalho, Giovanna
Olinda Bernardino, Isabela lonardoni Teixeira, Jade
Blanda Fonseca, Julia de Campos Silva, Júlia Gimenes,
Larissa Mayumi Yokoi, Laura Santana, Luiza Chara
Marques Luiz, Luiza Fegadolli, Maria Eduarda de Souza
Brandao, Maria Luiza Levi, Meena Campelo, Priscila
Carvalho da Silva, Rafaella Louise de Oliveira Santana,
Regimeire Oliveira Maciel, Roberta Guimarães Peres,
Roberta Moya Oliveira, Thaina Silveira Januario.

São Bernardo Campo, 2020


MAPA DA CARTILHA

Esta cartilha está dividida em 4 seções que foram


separadas por cores e temas para facilitar a
leitura:
Seção 1 (em cor verde) “Violência contra as
mulheres: conhecer para combater” conta um
pouco mais sobre o problema da violência contra
as mulheres, apresentando as diferentes formas
como essa violência aparece no dia-a-dia e por
que pode ser tão difícil sair de uma situação ou
relação violenta.
Seção 2 (em roxo) “Viver sem violência é um
direito” ajuda a entender como podemos apoiar
uma mulher em situação de violência, entendendo
as particularidades desse problema para poder
ajudá-la a se fortalecer e procurar os profissionais
e serviços adequados para seu caso.
As seções 3 e 4 são formadas por 2 guias:
O “Guia de Serviços Públicos para Mulheres em
Situação de Violência” (em verde) que apresenta
a rede de serviços públicos para os casos de
violência contra as mulheres e o Guia “Como as
Leis Protegem as Mulheres?”  (em roxo) que traz
as principais leis que protegem as mulheres da
violência e como utilizar cada uma em seu favor.
O QUE VOCÊ
ENCONTRA AQUI?
CONTEÚDOS
VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES: 1
CONHECER PARA COMBATER
As diferentes formas de violência 2
Por que é tão difícil sair da situação de violência? 4
Ela pode estar em risco! 6
Violentômetro 7

VIVER SEM VIOLÊNCIA É UM DIREITO 8

9
Como apoiar?
Ela precisa garantir o afastamento do agressor? 10
Saiba como procurar ajuda 11

GUIA DE SERVIÇOS PÚBLICOS PARA 12


MULHERES EM SITUAÇÃO DE
VIOLÊNCIA

GUIA "COMO AS LEIS PROTEGEM AS 18


MULHERES"?

SOBRE ESTA CARTILHA 23

TESIS UNIVERSITARIA 2020 UNIVERSIDAD EL DORADO


O QUE É VIOLÊNCIA CONTRA
AS MULHERES?

TODA CONDUTA QUE


CAUSE MORTE, DANO
OU SOFRIMENTO
FÍSICO, SEXUAL OU
PSICOLÓGICO À
MULHER,
QUE ACONTEÇA NO
AMBIENTE
DOMÉSTICO OU EM
LOCAIS PÚBLICOS

CONVENÇÃO DE BELÉM DO PARÁ


1995
VIOLÊNCIA CONTRA
AS MULHERES
Conhecer para combater
Vivemos em um mundo que ensina - nas escolas, na família, na igreja
- que os homens são naturalmente mais fortes, violentos e agressivos
que as mulheres. Esses ensinamentos são reforçados pelos costumes,
pela educação e pela televisão. Eles preservam a imagem de que
cabe aos homens controlar os desejos, as opiniões e a liberdade das
mulheres de tomar decisões sobre suas próprias vidas. No cotidiano,
isso que todos nós aprendemos desde crianças acaba muitas vezes
resultando em tratamentos violentos por parte de homens que
humilham, xingam ou batem em mulheres (esposas, filhas, namoradas,
mães, irmãs ou conhecidas). Aprendemos também que “em briga de
marido e mulher, não se mete a colher" e por isso não devemos
falar sobre esse assunto.

Ao mesmo tempo a violência que atinge as mulheres pode se expressar


de diferentes formas. Dessa maneira, pode ser difícil entender e conseguir
nomear o que está acontecendo. Isso faz com que muitas pessoas
convivam com a violência sem nem mesmo perceber que ela está ali. É
muito provável que você conheça ou já tenha escutado alguma história de
uma mulher próxima a você que sofreu violência: uma prima, uma vizinha,
a amiga da mãe, uma colega da escola.

Precisamos saber que a violência


contra as mulheres não é normal! 3 em cada 10 brasileiras sofreram
Esse é um grave problema que violência no último ano¹
coloca em risco a vida e o bem
estar de muitas mulheres no
mundo todo, sendo o Brasil um
dos países com maior número de
registro de casos.

¹ Pesquisa Visível e Invisível 2019. Disponível em: http://www.iff.fiocruz.br/pdf/relatorio-pesquisa-2019-v6.pdf


AS DIFERENTES FORMAS DA
VIOLÊNCIA CONTRA AS
MULHERES
Conhecer para combater:  Justamente porque aprendemos desde crianças que
situações violentas são algo “natural” e “fazem parte da vida”, é difícil até para a
própria mulher enxergar que se encontra numa situação de violência. Assim, um dos
primeiros passos para apoiar uma mulher que sofreu ou está sofrendo violência é
conhecer as diferentes formas da violência contra as mulheres que ocorrem no
cotidiano

Violência física Violência psicológica


Qualquer conduta que coloque em Qualquer comportamento que prejudique o
risco ou cause dano à integridade emocional, que humilhe, diminua a
física das mulheres autoestima ou que tente controlá-la e proibi-
la de tomar decisões sobre sua vida. Ainda
que ela seja mais sutil, e por isso mais difícil
de detectar, essa violência pode ser tão
Apertar o braço danosa quanto a violência física
Empurrar
Jogar objetos
Puxar os cabelos Criticar constantemente
Chutar Proibir de estudar
Bater Proibir de trabalhar
Espancar
Proibir de sair de casa
Enforcar
Fazer ficar confusa
Cortar
Ameaçar
Queimar
Usar arma branca (ex. facas)
Xingar
Usar arma de fogo Humilhar
Diminuir a autoestima
Obrigar a se afastar de amigos e
parentes
Perseguir
AS DIFERENTES FORMAS DA
VIOLÊNCIA CONTRA AS
MULHERES
Violência patrimonial Violência moral
Qualquer conduta que configure calúnia,
Qualquer conduta que destrua seus
objetos, documentos pessoais e controle difamação ou injúria
seus recursos econômicos
Calúnia: acusar injustamente a
mulher de cometer um crime como
Quebrar coisas da mulher roubo, furto
ou da casa
Controlar/esconder o Difamação: divulgar fotos íntimas,
dinheiro da mulher acusar de traição, espalhar que não
Usar o nome da mulher tem competência para o trabalho,
para fazer compras sem humilhar em público ou na frente da
sua autorização família, filhos e amigos
Danificar/esconder/
queimar documentos Injúria: Ferir a dignidade da mulher 
com xingamentos como "burra”,
“inútil”, “porca”, “idiota”

Violência Sexual Assédio Sexual


Qualquer conduta que obrigue a mulher a Qualquer ato contra a vontade da mulher
presenciar, a manter ou a participar de que causa constrangimento, humilhação
relação sexual contra sua vontade. Pode ou medo. Pode acontecer na rua, mas
acontecer em relações íntimas, como em também em ambientes privados, como
casamentos e namoro no trabalho
Beijo forçado
Relação sexual forçada e não Assoviar
consentida Gritar na rua para chamar a
Tocar nas partes íntimas sem atenção da mulher
consentimento Fazer comentários ofensivos
Impedir a mulher de prevenir Ficar encarando ou olhando
gravidez fixamente
Impedir de se proteger de doenças Piscar
sexualmente transmissíveis Fazer gestos obscenos
Impedir de usar pílula ou
preservativo
Forçar a mulher a engravidar
Forçar a mulher a fazer aborto
Estupro
POR QUE PARA MUITAS
MULHERES PODE SER DIFÍCIL
SAIR DA SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA?
Além da dificuldade de se enxergar dentro de uma situação de violência, a mulher
muitas vezes acaba envolvida num ciclo de violência que a confunde e dificulta sua
saída dessa situação. O ciclo de violência tem 3 fases que se repetem e pode
combinar diferentes formas de violência:

Fase 1 (Acúmulo de tensão): O ciclo inicia com uma situação de tensão. O agressor
fica irritado, quebra objetos, humilha a vítima e faz ameaças. Muitas vezes, por medo,
a mulher tenta acalmar a situação para que essa tensão não evolua para agressões
mais graves. Na maioria das vezes essa situação evolui para a fase seguinte.

Fase 2 (Explosão): A tensão evolui para a agressão. A mulher pode sofrer várias
violências, não só físicas, mas também psicológica, moral e patrimonial ou a
combinação de mais de uma delas. Muitas vezes alvo de xingamentos, empurrões,
chutes ou gritos, a mulher sente vergonha e solidão e a necessidade de esconder ou
negar.
Fase 3 (Lua de Mel): Depois da explosão, é comum que se siga a fase conhecida
como “lua de mel”. Nessa fase há uma mudança de comportamento do agressor: ele
fica mais amável, buscando conseguir a reconciliação. Esse comportamento pode
levar a mulher a reatar relações com o agressor, na expectativa de que as coisas
possam melhorar. Em muitos casos, essa situação contribui para aumentar a
dependência emocional que ela tem do agressor.
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ao longo do tempo, A violência
deixando a mulher mais sofrida pode ser
uma agressão
exposta a violências. verbal, física ou
psicológica.
40%
POR QUE PARA MUITAS
MULHERES PODE SER DIFÍCIL
SAIR DA SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA?
Outros fatores que dificultam sair de uma relação violenta:

DEPENDÊNCIA ECONÔMICA:
A mulher não tem autonomia financeira: não tem dinheiro, nem
casa e nem emprego para viver sozinha ou com seus filhos. Ou
seja, depende financeiramente do parceiro. Esse fator impede,
por exemplo, que ela possa sair de casa se quiser.

DEPENDÊNCIA EMOCIONAL:
Não podemos ignorar que o agressor é, na maioria das vezes, o
marido, o pai dos filhos e companheiros dessas mulheres. Por
isso, pode ser muito difícil se separar e romper com uma relação
violenta.

FALTA DE APOIO DE PESSOAS PRÓXIMAS:


O distanciamento da família e dos amigos faz com que a mulher
não se sinta segura para sair dessa situação por falta de apoio.

FALTA DE ACESSO À INFORMAÇÃO:


Ainda existe muito preconceito contra as mulheres que sofrem
violência. O que leva à falta de informação, uma vez que
ninguém fala sobre isso. Assim, fica mais difícil para as mulheres
identificarem uma violência. Além disso, não sabem onde
procurar ajuda, não conhecem os serviços de atendimento ou as
redes de apoio que realizam atendimento e acolhimento.

BAIXA AUTOESTIMA:
Dificuldade de se ver como uma pessoa que merece ser amada
e dificuldade de se reconhecer como alguém que tem valor.
ELA PODE
ESTAR EM RISCO!
A dificuldade de enxergar as formas mais sutis da violência contra as
mulheres faz com que essa realidade pareça muito distante de nossas vidas,
o que dificulta ainda mais reconhecer quando uma mulher está em perigo.
Ainda convivemos com a ideia de que só existe violência em casos muito
graves como os que aparecem nos jornais e na televisão com cenas de
mulheres machucadas ou casos de feminicídios violentos. Porém,
especialmente no contexto de violência doméstica, as agressões
aparentemente menos graves, além de serem tão preocupantes quanto a
violência física, costumam ser o início de um ciclo de violência que pode
colocar em risco a vida da mulher.

Por isso, é importante saber: ameaças, cenas de humilhação em público,


tentativa de controle dos passos e decisões da mulher, ou mesmo
comentários maldosos que ferem sua autoestima também são formas de
violência!

Reconhecer isso é fundamental para assegurar que mulheres que vivem em


situações violentas, que não necessariamente envolvem agressões físicas,
possam ser acolhidas e receber um atendimento correto e seguro.

A violência psicológica e a violência moral são formas de violência que não


deixam marcas visíveis no corpo das mulheres. Muitas vezes elas são o
começo de um ciclo de atos cada vez mais violentos que podem inclusive
colocar a vida dela em risco. Há também casos em que o sofrimento causado
pelas violências psicológica e moral levam ao adoecimento físico.

Mesmo que o relato da mulher não pareça grave, fique


atenta (o)! Ela pode estar em risco!
FIQUE ATENTA

As coisas podem começar


de forma sutil...

SAIBA IDENTIFICAR OS DIFERENTES TIPOS DE VIOLÊNCIA


PIADAS AGRESSIVAS
CHANTAGEAR
MENTIR /ENGANAR
PROVOCAR CIÚMES

VIOLENTÔMETRO
DESQUALIFICAR

VIOLÊNCIA MENOS VISÍVEL

... e podem se tornar cada


vez mais incômodas.. .

XINGAR
RIDICULARIZAR
OFENDER
HUMILHAR EM PÚBLICO

A VIOLÊNCIA TENDE A
AUMENTAR
aos poucos começam a
sufocar...

AMEAÇAR
CONTROLAR
PROIBIR DE SAIR
PROIBIR DE TRABALHAR

NÃO SE CALE!

E chega a um ponto que


machuca fisicamente... .

DESTRUIR OBJETOS
PESSOAIS
FERIR
BELISCAR/ARRANHAR
EMPURRAR
PROCURE AJUDA! VOCÊ
DAR PONTAPÉS PODE ESTAR EM RISCO!
CONFINAR/PRENDER
e coloca em jogo sua vida!

AMEAÇAR COM OBJETOS


AMEAÇAR COM ARMAS
AMEAÇAR DE MORTE
FORÇAR RELAÇÃO SEXUAL
ABUSO SEXUAL
VIOLAR
CAUSAR LESÃO NO CORPO
MUTILAR
MATAR
VIVER SEM VIOLÊNCIA
É UM DIREITO!

É direito de toda mulher viver livre de


qualquer tipo de violência e é dever do
Estado garantir sua proteção!
Existem serviços públicos (das prefeituras, dos governos estaduais e
governo federal) das áreas da justiça, da assistência social e da saúde
que estão preparados para atender e acolher as mulheres que
sofrem violência. Além disso, existem grupos de mulheres que se
organizam em movimentos sociais para apoiar outras mulheres no
enfrentamento à violência, e que podem ajudar tanto com o amparo
direto àquelas em situação de violência, como com apoio para
identificação dos serviços públicos mais adequados a cada situação
de violência.
É importante conhecer as leis, os serviços e os movimentos sociais que
atuam no enfrentamento da violência contra a mulher para melhor
apoiar e acolher as mulheres que estão sofrendo violência!
COMO APOIAR?
ESCUTE SEM JULGAMENTOS:

Para uma mulher em situação de violência, procurar ajuda e decidir contar


sobre sua situação pode ser um passo muito difícil. Por isso, escute sem
julgamentos o que a mulher quiser te contar da violência que sofreu e esteja
aberta(o) para entender sua situação e acolher a sua história. 
E cuidado: pedir para ela repetir diversas vezes a história irá fazê-la reviver a
violência e deixará a mulher mais abalada, uma só vez é o suficiente.

ACREDITE NA PALAVRA DELA:


Não é seu papel questionar se o relato dela é verdadeiro. Se for necessário
algum tipo de investigação, cabe às autoridades responsáveis fazerem isso.
Infelizmente é muito comum que relatos de violência por parte de mulheres
sejam recebidos com descrença. A constante desconfiança na palavra da
mulher faz com que ela desista de seguir com a denúncia e procurar ajuda.
Muitas vezes, após uma agressão, as mulheres se confundem com a ordem dos
acontecimentos, o que não torna sua denúncia menos verdadeira. Esteja
atenta(o) para os tipos de violência sofrida, isso facilitará na hora de indicar o
serviço que ela deverá procurar. Lembre-se: nem todas as violências são visíveis
ou deixam marcas no corpo!

ACOLHA:

Nesses momentos a mulher precisa de muito apoio de pessoas próximas. Procure


saber se ela tem a quem contar para pedir ajuda e/ou um local para ir se
precisar sair de casa. Caso a mulher tenha filhos, sugira que ela procure alguém
que possa ficar com eles no dia que for realizar o atendimento nos serviços
públicos. Se ela estiver sob ameaça, ajude-a a pensar em um local seguro para si
e seus filhos, e alerte-a para que leve documentos importantes, como identidade,
certidão de nascimento dos filhos e telefones e endereços importantes anotados
em papel. Se ela estiver ferida, ajude-a a encontrar o hospital mais próximo!
ELA PRECISA GARANTIR
O AFASTAMENTO DO
AGRESSOR?
O que é
MEDIDA PROTETIVA DE URGÊNCIA

A medida protetiva de urgência é um instrumento legal previsto


na Lei Maria da Penha para proteger mulheres que estão sendo
ameaçadas pelo agressor e precisam garantir seu afastamento

O artigo 38-A da Lei diz que: A medida protetiva serve para casos de
mulheres em risco de vida e serve para proibir a aproximação física
do agressor da mulher e de seus filhos

Como solicitar a medida protetiva de


urgência? 

A medida protetiva de urgência pode ser solicitada nas


delegacias - Delegacia da Mulher e Delegacia comum - e nas
unidades das Defensorias Públicas

A juíza ou o juiz tem o prazo de até 48h para decidir sobre a


medida protetiva

Importante saber: o pedido pode ser feito de


forma AUTÔNOMA, não é obrigatório ter feito
um boletim de ocorrência (B.O.)
SAIBA COMO
PROCURAR AJUDA
As redes de atendimento às mulheres são formadas por um conjunto
de serviços das áreas da saúde, assistência social, segurança pública e
do sistema de justiça responsáveis pela prevenção da violência, pelo
acolhimento das mulheres e pela responsabilização dos agressores.

Cada cidade conta com serviços diferentes em sua rede, por isso é
importante conhecer os serviços da sua cidade ou do seu Estado.

Mas primeiro vamos falar sobre os tipos dos serviços que você pode
procurar: existem serviços especializados no atendimento de casos de
violência contra as mulheres (os Centros de Referência da Mulher) e
outros serviços não especializados que podem ser das áreas da saúde,
da assistência social, também preparados para reconhecer uma
situação de violência, acolher a mulher que procura o serviço, atendê-
la ou encaminhá-la para outro serviço competente.

Fique atenta(o): não são todas as cidades que contam com os serviços
especializados, por isso é importante descobrir essa informação. Os
serviços da assistência social ou da saúde da sua cidade podem te dar
essa informação.

Atenção: é importante que a mulher saiba que a denúncia do


companheiro não é a única saída. Ela pode buscar ajuda mesmo
que não queira realizar B.O. na delegacia. Os serviços da
assistência social são muito importantes nesses casos!

A seguir preparamos um guia dos tipos de


serviços que podem ser úteis para as
mulheres em situação de violência e em
qual situação procurar cada um deles
GUIA DE SERVIÇOS
PÚBLICOS para
mulheres

Existe uma rede de serviços públicos que pode ser acessada por
mulheres que sofreram ou sofrem algum tipo de violência. É
muito importante conhecer quais são os serviços e quando
procurar cada um para que as mulheres possam acessar seus
direitos e romper com a situação de violência

Esse guia está dividido por tipos de serviços:

(1) Serviços de acolhimento e atendimento, serviços


especializados e não especializados no atendimento para as
mulheres e serviços da Assistência Socias: Centros de
Referência da Mulher, CRAS e CREAS
(2) Serviços da área da saúde: UBS, Hospital, Serviços de
atendimento à violência sexual
(3) Serviços de atendimento e denúncia: Ligue 180 e
Delegacias
(4) Serviço de abrigamento Sigiloso
(5) Serviços do sistema de justiça
ATENDIMENTO ESPECIALIZADO
PARA MULHERES

São equipamentos com


CENTROS atendimento especializado para
mulheres;
ESPECIALIZADOS DE Prestam o atendimento inicial às
ATENDIMENTO À mulheres em situação de violência
MULHER doméstica e familiar e estão
preparados para lidar com os
diferentes casos envolvendo as
Quando procurar esses serviços: distintas formas de violência;
Seu papel é acolher e orientar a
para os casos em que a mulher mulher a partir do que ela deseja,
busca um primeiro atendimento. respeitando sua autonomia de
Receberá acolhimento, poderá decisão;
contar sua história e receber Possuem equipe multidisciplinar
orientações sobre suas opções
para orientação e atendimento
para seu caso
com assistente social, psicóloga e
advogada;
Realizam encaminhamentos
necessários, incluindo
abrigamentos em local sigiloso.

OBS: a nomenclatura dos centros pode ser diferente, a depender do município.


Ainda não são todas as cidades que possuem esse tipo de equipamento, por isso,
procure os serviços da assistência social da sua região para se informar
SERVIÇOS DA
ASSISTÊNCIA SOCIAL

Quando procurar esses serviços:

Nas cidades onde não existam os


CENTROS DE centros de referência para mulheres
a melhor escolha para um primeiro
REFERÊNCIA DA atendimento são os serviços da
ASSISTÊNCIA SOCIAL assistência social. Nesses serviços
também se pode receber
informação sobre benefícios e
programas sociais

Centro de Referência de Assistência Social (CRAS)


Oferece proteção social básica, acolhida e prevenção.
Viabiliza o acesso à renda (Bolsa Família, BPC/LOAS, auxílio
emergencial)
Oferece benefícios e auxílios eventuais (passagem, cesta básica)
Orienta e encaminha para os demais serviços

OBS: para o atendimento procure o CRAS do seu bairro

Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS)


Oferece proteção social em casos de violência e violação de direitos
Atende casos de abuso e exploração sexual de crianças e
adolescentes
Atende mulheres que sofrem violências e pode solicitar vaga no
abrigo-sigiloso, quando necessário
Orienta as mulheres em relação a violências cometidas contra as
crianças e adolescentes
SERVIÇOS DA SAÚDE

A violência gera consequências diretas na saúde das mulheres que podem


ser desde ferimentos decorrentes de agressões até comprometimento de
sua saúde mental, desenvolvendo doenças como depressão e ansiedade.
A área da saúde é uma das principais portas de entrada para os demais
serviços da rede pública, tendo seus profissionais um papel importante
para o reconhecimento da situação de violência.

UNIDADE BÁSICA DA Quando procurar esses


SAÚDE (UBS) serviços:

em caso de ferimentos
As (os) profissionais da saúde devem estar leves; para casos de
prontos para identificar as situações de saúde mental (como
violência e realizar um primeiro acolhimento. ansiedade e depressão)
Podem fazer encaminhamentos para
serviços de outras áreas

HOSPITAIS Quando procurar esses


serviços:

Procure imediatamente um hospital se se a mulher estiver


estiver ferida. Peça para o médico incluir ferida e em caso de
na sua ficha que sofreu agressão estupro ou tentativa de
doméstica. Em caso de violência sexual e estupro deve procurar
estupro, a vítima tem direito a atendimento IMEDIATAMENTE um
serviço de saúde
prioritário (na próxima página estão
indicados os serviços desse tipo)
SERVIÇOS DA SAÚDE

VIOLÊNCIA SEXUAL E ATENDIMENTO NA SAÚDE


A área da saúde é a principal área de atendimento para os casos de violência sexual
contra as mulheres pois envolve questões específicas, como: prevenção de doenças
sexualmente transmissíveis, uso de contraceptivos de emergência e todos os protocolos
de atendimento de vítimas de estupro e tentativa de estupro

EM CASO DE ESTUPRO OU TENTATIVA DE ESTUPRO


Estupro no Brasil é crime previsto no código penal

Segundo a lei, estupro é qualquer prática


sexual contra a vontade da vítima podendo ATENDIMENTO OBRIGATÓRIO DE
utilizar de ameaça, constrangimento e VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL
violência.  (Lei 12.845/2013)
Também é estupro: ter relações sexuais com Os hospitais e unidades de saúde
uma pessoa que não está em condições de devem prestar atendimento
oferecer resistência; muito alterada (ex: obrigatório, prioritário e integral para
bêbada/o); dormindo; pessoas com
deficiência; crianças e menores de 14 anos. vítimas de violência sexual - casos de
estupro ou tentativa de estupro. A lei
obriga realização de exames clínicos,
ginecológicos, exames físicos,
Atenção: o estupro também
ocorre entre casais. Você anticoncepcionais de emergência e a
não é obrigada a ter uma profilaxia pós exposição (remédios
relação com alguém só
porque é seu que previnem doenças sexualmente
parceiro/namorado/amigo transmissíveis)

SERVIÇOS DE ABORTAMENTO LEGAL


Nos casos de gravidez decorrentes de
No Brasil é direito realizar estupro ou de outras formas de violência
abortamento em 3 casos: sexual NÃO é obrigatória a apresentação de
boletim de ocorrência. A palavra da vítima
1. Gravidez decorrente de estupro; deve ser sempre respeitada, incluindo casos
2. Má formação fetal; em que a vítima é menor de 18 anos.
3. Quando gravidez apresenta OBS: Não são todos os hospitais que realizam esse
risco à vida da gestante procedimento. Procure na sua cidade se existe um
hospital especializado ou vá ao mais próximo de sua
região.
Consulte o hospital mais próximo da sua região: https://mapaabortolegal.org/sobre-o-mapa/
DENÚNCIA E INFORMAÇÃO

Canal de disque-denúncia (chamada


DISQUE 180 de telefone gratuita) de casos de
violência contra as mulheres;
CENTRAL DE Atendimento 24 horas por telefone;
DENÚNCIA Ligação é gratuita;
Presta acolhimento, orientações e
encaminhamentos para os serviços
da rede de atendimento em todo o
território nacional.

DENÚNCIA E ATENDIMENTO

As delegacias devem:
Registrar ocorrência;
DELEGACIA DE DEFESA Realizar a investigação e apuração
DA MULHER dos casos de violência contra as
mulheres;
(DDM OU DEAM) Solicitar a realização do exame de
E DELEGACIAS DE POLÍCIA corpo de delito*;
Registrar o pedido da medida
protetiva;
Quando procurar esses serviços: As delegacias devem reunir as
provas do ocorrido para encaminhar
as delegacias são unidades de polícia, o inquérito ao Ministério Público,
portanto busque esse serviço quando responsável por dar início ao
desejar registrar uma denúncia policial processo criminal.
formal contra o agressor. Se possível,
sempre dê preferência ao atendimento
*Exame de corpo de delito - o que é?
nas delegacias da mulher. É um exame realizado por um médico perito a
pedido da delegada ou do delegado de polícia para
verificar as lesões e os vestígios de violências no
corpo da vítima. O Instituto Médico Legal (IML) é o
principal local onde é realizado esse tipo de exame.
SERVIÇOS DE ABRIGAMENTO

Esses são serviços para mulheres em situações de violências extremas -


aquelas ameaçadas de morte ou em risco de vida e que precisam deixar
suas casas. Os equipamentos são sigilosos e podem ser de permanência
de média ou curta duração. As mulheres mães têm o direito de serem
abrigadas acompanhadas de seus filhos e filhas de até 18 anos.
IMPORTANTE: esses serviços só podem ser acessados por encaminhamento de
outros serviços do município - da Assistência social (CREAS) e os Serviços
especializados de atenção às mulheres (CRM)

CASA DE Abrigamentos provisórios de curta


duração para mulheres em situação
PASSAGEM de risco de vida ou forçadas a sair de
suas residências por conta de violência.

São locais seguros que oferecem


moradia protegida e atendimento
CASA-ABRIGO integral às mulheres em risco de vida e
ameaçadas de morte;

É um serviço sigiloso onde as mulheres


podem permanecer por um período de
tempo até que reúnam as condições
necessárias para retomarem o curso
de suas vidas.
SISTEMA DE JUSTIÇA

Esses são serviços especializados da área da justiça que apoiam em


questões envolvendo sua proteção e a defesa de seus direitos, para
casos como: denúncia de violência; pedido de medida protetiva; pedido de
divórcio; questões sobre guarda dos filhos e pensão.

Além de serem serviços encarregados de aplicar a justiça e garantir


direitos, esses 3 órgãos (Justiça, Defensoria e MP) também podem atuar
junto à rede de atendimento. Em algumas cidades e Estados, há núcleos
ou grupos temáticos que atuam junto à rede especializada.

Oferece atendimento jurídico gratuito para


pessoas em situação de vulnerabilidade
social e econômica;
Nesse serviço a mulher poderá receber
orientação e assistência jurídica por
DEFENSORIA defensoras(es) públicas(os).
PÚBLICA As (os) Defensoras(es) podem: pedir
medida protetiva, entrar com ação de
alimentos, pedido de guarda de filhos;
divórcio, ação de indenização;
Além das defensoras, que são advogadas,
há também atendimento de Assistentes
Sociais e Psicólogas que podem fazer
encaminhamentos para a rede
especializada;
A mulher pode pedir à defensora para que
seu endereço não apareça no processo;

Obs: Nem todas as cidades contam com o


serviço da Defensoria Pública. Procure se
informar antes de buscar o atendimento.
SISTEMA DE JUSTIÇA

São juizados previstos na Lei Maria da Penha


para funcionarem como um órgão da justiça
especializado para casos da violência
doméstica e familiar;
JUIZADOS As juízas e juízes decidem sobre: medidas
ESPECIAIS DE protetivas; crimes de violência contra a
mulher; questões relacionadas à separação,
VIOLÊNCIA divórcio, pensão, guarda de filhos e
DOMÉSTICA indenizações;
(JVD) Contam com equipe multidisciplinar
(assistentes sociais e psicólogos);

Obs: Há poucos JVDM no país. Nas cidades (ou


regiões) onde não existem JVDM são as(os)
juízas da justiça ordinária (juízes criminais e
cíveis) que decidem as causas relativas à
violência contra a mulher

É importante apoiar a luta pela criação de mais JVDM


no país, pressionando o Poder Judiciário nos Estados.

Grupo Especial de Enfrentamento


à Violência (GEVID)
MINISTÉRIO
PÚBLICO As(os) promotoras(es) de justiça são
responsáveis por dar início ao processo
ESTADUAL criminal, depois de receberem as informações
sobre o caso da Delegacia. O MP é quem
decide processar ou não o agressor;
O MP pode fazer também o pedido de
medida protetiva para o JVDM ou juiz comum.
Como as leis protegem
as mulheres?

O QUE A LEI DIZ? QUANDO RECORRER À LEI?

LEI MARIA DA PENHA


Lei 11.340 de 2006
Pode ser utilizada para cobrar dos
O poder público é responsável por órgãos públicos a garantia de
garantir às mulheres: segurança, o
proteção, segurança e acesso aos
direito à vida, direito à saúde, à
educação, à cultura, à moradia, ao serviços de saúde e justiça para as
acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, mulheres que sofrem ou sofreram
ao trabalho, à cidadania, à liberdade, violência
à dignidade, ao respeito (art. 3º)

Define as 5 formas de Pode ser utilizada para cobrar


violência doméstica contra as atendimento para todos os casos
mulheres: física, psicológica, de violência em todos os serviços
moral, patrimonial e sexual (art. públicos: na saúde, na assistência
art. 7º) social e no serviços da justiça

Nenhuma mulher deve ser


obrigada a registrar o B.O. se não
Não é obrigatório fazer o
quiser. A Lei Maria da Penha
Boletim de Ocorrência garante que deve ser prestado
(BO) para pedir atendimento à todas as mulheres
abrigamento independente da abertura do
processo criminal

A medida protetiva serve para A medida protetiva de urgência é um


casos de mulheres em risco de instrumento legal previsto na Lei Maria
vida e serve para proibir a
aproximação física do da Penha para proteger mulheres que
agressor da mulher e de seus estão sendo ameaçadas pelo agressor
filhos (art. 38) e precisam garantir seu afastamento
Como as leis protegem
as mulheres?

O QUE A LEI DIZ? QUANDO RECORRER À LEI?

CRIME DE ESTUPRO A lei prevê pena de 6 a 10 anos de


Artigo 213 - Código Penal prisão para o crime de estupro e para
os casos de  estupro de vulneráveis
(meninas e meninos menor de 14 anos
O que a lei diz que é estupro?
de idade e pessoas com deficiência)
Qualquer prática sexual há aumento de pena para 8 a 15 anos
contra a vontade da vítima (Art. 217-A)
que use ameaça,
constrangimento e violência. É importante lembrar que nos casos de
A maioria das vítimas de gravidez em caso de estupro a lei prevê
estupro são mulheres ou o direito ao aborto
crianças de até 12 anos (Art. 216)

A lei serve para solicitar atendimento para


ATENDIMENTO OBRIGATÓRIO DE vítimas de violência sexual - casos de
VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA SEXUAL estupro ou tentativa de estupro 
Lei 12.845/2013  não é obrigatório ter boletim de
ocorrência (BO) para receber
Os hospitais e unidades de saúde atendimento 
devem prestar atendimento
A lei obriga a realização de exames
obrigatório, priorioritário e integral
clínicos, ginecológicos, exames físico,
de pessoas em situação de violência anticoncepcionais de emergência e a
sexual profilaxia pós exposição
(remédios que previnem doenças
sexualmente transmissíveis)
Como as leis protegem
as mulheres?

O QUE A LEI DIZ? QUANDO RECORRER À LEI?

ASSÉDIO NO TRANSPORTE PÚBLICO


Lei nº 13.718 de 2018 A lei pune a importunação
Assédio no transporte é - praticar sexual no transporte:
encoxar, beijar a força, passar
contra alguém, sem a sua
a mão, fazer cantadas invasivas
autorização, ato libidinoso com o e qualquer caso de violência
objetivo de satisfazer seu próprio sexual
desejo ou a de terceiro
(Art. 215 do código penal)

LEI DO FEMINICÍDIO
Lei nº 13.104 de 2015
A lei surge para dar visibilidade
o que é feminicídio pela lei? para as diferenças dos crimes de
homicídio de mulheres em situação
É o homicídio qualificado contra a de violência doméstica, ou os
mulher por razões da condição de crimes motivados pelo desprezo da
sexo feminino (art. 5 º) sua condição de mulher. Para que,
assim, os casos possam ser
Considera que há razões para julgados de forma diferente dos
qualificar o crime como homicídios em geral. 
feminicídio nos casos em que há:
O termo feminicídio marca a morte
violência doméstica e familiar;
de mulheres como um crime
menosprezo ou discriminação à
específico que ocorre contra as
condição de mulher (art. 2º)
mulheres.
sobre esta cartilha

Esta cartilha é fruto da luta das mulheres.

O contexto da pandemia do novo coronavírus impôs novos desafios


para o enfrentamento da violência contra a mulher. Nesse sentido,
entendendo a dificuldade ainda maior do acesso aos equipamentos
públicos que prestam atendimento às mulheres em situação de
violência na cidade de Mauá (SP), um grupo de alunas da UFABC
integrantes do Movimento de Mulheres Olga Benario e trabalhadoras
da Casa de Referência Helenira Preta se uniram a professoras da
universidade e propuseram o projeto "Violência contra a mulher em
tempos de Covid-19: ações para mitigar os efeitos do isolamento
social e da dificuldade de acesso a redes de apoio”.

Dessa forma, pretende-se aqui reafirmar a responsabilidade da


universidade pública na produção e disseminação do conhecimento e,
sobretudo, sua função social enquanto importante instituição capaz de
promover medidas efetivas para garantia de direitos.

A união e a energia aqui dedicadas devem servir de inspiração a todas


e todos que lutam ou aspiram lutar pela vida das mulheres. A presente
cartilha é um dos produtos entregues pelo projeto citado, a qual
pretende disseminar o conhecimento sobre a violência contra a mulher
e os caminhos possíveis dentro da rede de apoio durante todo seu
trajeto: desde o entendimento de todas as formas de violência e a sua
identificação precoce até os equipamentos públicos e os direitos das
mulheres garantidos por lei.

Essa cartilha busca ampliar a discussão sobre violência contra as


mulheres e o alcance aos agentes públicos e líderanças sociais que
podem estar em contato direto com situações de violência contra a
mulher em movimentos sociais, coletivos, comunidades e serviços
públicos.

A luta pela garantia do direito a uma vida sem violência é uma luta das
mulheres brasileiras e é urgente que possamos conhecer para
combater todas as formas de violência contra as mulheres!

Setembro de 2020
QUER SABER MAIS?
Separamos algumas indicações para se
aprofundar no assunto:
IBCCRIM - Instituto Brasileiro de Ciências Criminais. Caminhos contra a
violência doméstica e de gênero: relatos, aprendizagens e afetos /
Instituto Avon. São Paulo: IBCCRIM, 2020. 44 p.

PASINATO, Wânia. “Femicídios” e as mortes de mulheres no Brasil. cadernos


pagu (37), julho-dezembro de 2011: 219-246.

SAFFIOTI, Heleieth I.B.. Contribuições feministas para o estudo da violência de gênero.


cadernos pagu (16) 2001: pp.115-136.

SANTOS, Cecília MacDowell. Da delegacia da mulher à Lei Maria da Penha:


Absorção/tradução de demandas feministas pelo Estado. Revista Crítica de Ciências
Sociais, 89, Junho 2010: 153-170.

SANTOS, Cecília MacDowell. Curto-circuito, falta de linha ou na linha? Redes de


enfrentamento à violência contra mulheres em São Paulo. Rev. Estud. Fem. [online].
2015, vol.23, n.2, pp.577-600.

Schraiber, Lilia Blima; Pires Lucas d’Oliveira, Ana Flavia; Hanada, Heloisa y Kiss, Ligia
(2012). Assistência a mulheres em situação de violência – da trama de serviços à rede
intersetorial. Athenea Digital, 12(3), 237-254.

SEPM, Secretaria Especial de Políticas Para as Mulheres: Rede de Enfrentamento à


Violência contra as Mulheres. Brasília: Secretaria Especial de Políticas Para As Mulheres
– Presidência da República, 2011.

SILVEIRA, Lenira Politano da. Serviços de atendimento a mulheres vítimas de


violência. Disponível em:
http://www.observatoriodeseguranca.org/files/lenirapdf.pdf

TELES, Maria Amelia de Almeida. O que são direitos humanos das mulheres?
São Paulo: Editora Brasiliense, 2006.

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