Cartilha Violência Contra As Mulheres - Conhecer para Combater UFABC e Casa Helenira Preta
Cartilha Violência Contra As Mulheres - Conhecer para Combater UFABC e Casa Helenira Preta
Cartilha Violência Contra As Mulheres - Conhecer para Combater UFABC e Casa Helenira Preta
CONTRA AS
MULHERES
Conhecer para combater!
O que é?
Como apoiar
uma mulher em
situação de
violência?
Quais serviços
procurar?
Realização: Universidade Federal do ABC - UFABC e
Casa de Referência Helenira Preta
Equipe:
9
Como apoiar?
Ela precisa garantir o afastamento do agressor? 10
Saiba como procurar ajuda 11
Fase 1 (Acúmulo de tensão): O ciclo inicia com uma situação de tensão. O agressor
fica irritado, quebra objetos, humilha a vítima e faz ameaças. Muitas vezes, por medo,
a mulher tenta acalmar a situação para que essa tensão não evolua para agressões
mais graves. Na maioria das vezes essa situação evolui para a fase seguinte.
Fase 2 (Explosão): A tensão evolui para a agressão. A mulher pode sofrer várias
violências, não só físicas, mas também psicológica, moral e patrimonial ou a
combinação de mais de uma delas. Muitas vezes alvo de xingamentos, empurrões,
chutes ou gritos, a mulher sente vergonha e solidão e a necessidade de esconder ou
negar.
Fase 3 (Lua de Mel): Depois da explosão, é comum que se siga a fase conhecida
como “lua de mel”. Nessa fase há uma mudança de comportamento do agressor: ele
fica mais amável, buscando conseguir a reconciliação. Esse comportamento pode
levar a mulher a reatar relações com o agressor, na expectativa de que as coisas
possam melhorar. Em muitos casos, essa situação contribui para aumentar a
dependência emocional que ela tem do agressor.
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ao longo do tempo, A violência
deixando a mulher mais sofrida pode ser
uma agressão
exposta a violências. verbal, física ou
psicológica.
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POR QUE PARA MUITAS
MULHERES PODE SER DIFÍCIL
SAIR DA SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA?
Outros fatores que dificultam sair de uma relação violenta:
DEPENDÊNCIA ECONÔMICA:
A mulher não tem autonomia financeira: não tem dinheiro, nem
casa e nem emprego para viver sozinha ou com seus filhos. Ou
seja, depende financeiramente do parceiro. Esse fator impede,
por exemplo, que ela possa sair de casa se quiser.
DEPENDÊNCIA EMOCIONAL:
Não podemos ignorar que o agressor é, na maioria das vezes, o
marido, o pai dos filhos e companheiros dessas mulheres. Por
isso, pode ser muito difícil se separar e romper com uma relação
violenta.
BAIXA AUTOESTIMA:
Dificuldade de se ver como uma pessoa que merece ser amada
e dificuldade de se reconhecer como alguém que tem valor.
ELA PODE
ESTAR EM RISCO!
A dificuldade de enxergar as formas mais sutis da violência contra as
mulheres faz com que essa realidade pareça muito distante de nossas vidas,
o que dificulta ainda mais reconhecer quando uma mulher está em perigo.
Ainda convivemos com a ideia de que só existe violência em casos muito
graves como os que aparecem nos jornais e na televisão com cenas de
mulheres machucadas ou casos de feminicídios violentos. Porém,
especialmente no contexto de violência doméstica, as agressões
aparentemente menos graves, além de serem tão preocupantes quanto a
violência física, costumam ser o início de um ciclo de violência que pode
colocar em risco a vida da mulher.
VIOLENTÔMETRO
DESQUALIFICAR
XINGAR
RIDICULARIZAR
OFENDER
HUMILHAR EM PÚBLICO
A VIOLÊNCIA TENDE A
AUMENTAR
aos poucos começam a
sufocar...
AMEAÇAR
CONTROLAR
PROIBIR DE SAIR
PROIBIR DE TRABALHAR
NÃO SE CALE!
DESTRUIR OBJETOS
PESSOAIS
FERIR
BELISCAR/ARRANHAR
EMPURRAR
PROCURE AJUDA! VOCÊ
DAR PONTAPÉS PODE ESTAR EM RISCO!
CONFINAR/PRENDER
e coloca em jogo sua vida!
ACOLHA:
O artigo 38-A da Lei diz que: A medida protetiva serve para casos de
mulheres em risco de vida e serve para proibir a aproximação física
do agressor da mulher e de seus filhos
Cada cidade conta com serviços diferentes em sua rede, por isso é
importante conhecer os serviços da sua cidade ou do seu Estado.
Mas primeiro vamos falar sobre os tipos dos serviços que você pode
procurar: existem serviços especializados no atendimento de casos de
violência contra as mulheres (os Centros de Referência da Mulher) e
outros serviços não especializados que podem ser das áreas da saúde,
da assistência social, também preparados para reconhecer uma
situação de violência, acolher a mulher que procura o serviço, atendê-
la ou encaminhá-la para outro serviço competente.
Fique atenta(o): não são todas as cidades que contam com os serviços
especializados, por isso é importante descobrir essa informação. Os
serviços da assistência social ou da saúde da sua cidade podem te dar
essa informação.
Existe uma rede de serviços públicos que pode ser acessada por
mulheres que sofreram ou sofrem algum tipo de violência. É
muito importante conhecer quais são os serviços e quando
procurar cada um para que as mulheres possam acessar seus
direitos e romper com a situação de violência
em caso de ferimentos
As (os) profissionais da saúde devem estar leves; para casos de
prontos para identificar as situações de saúde mental (como
violência e realizar um primeiro acolhimento. ansiedade e depressão)
Podem fazer encaminhamentos para
serviços de outras áreas
DENÚNCIA E ATENDIMENTO
As delegacias devem:
Registrar ocorrência;
DELEGACIA DE DEFESA Realizar a investigação e apuração
DA MULHER dos casos de violência contra as
mulheres;
(DDM OU DEAM) Solicitar a realização do exame de
E DELEGACIAS DE POLÍCIA corpo de delito*;
Registrar o pedido da medida
protetiva;
Quando procurar esses serviços: As delegacias devem reunir as
provas do ocorrido para encaminhar
as delegacias são unidades de polícia, o inquérito ao Ministério Público,
portanto busque esse serviço quando responsável por dar início ao
desejar registrar uma denúncia policial processo criminal.
formal contra o agressor. Se possível,
sempre dê preferência ao atendimento
*Exame de corpo de delito - o que é?
nas delegacias da mulher. É um exame realizado por um médico perito a
pedido da delegada ou do delegado de polícia para
verificar as lesões e os vestígios de violências no
corpo da vítima. O Instituto Médico Legal (IML) é o
principal local onde é realizado esse tipo de exame.
SERVIÇOS DE ABRIGAMENTO
LEI DO FEMINICÍDIO
Lei nº 13.104 de 2015
A lei surge para dar visibilidade
o que é feminicídio pela lei? para as diferenças dos crimes de
homicídio de mulheres em situação
É o homicídio qualificado contra a de violência doméstica, ou os
mulher por razões da condição de crimes motivados pelo desprezo da
sexo feminino (art. 5 º) sua condição de mulher. Para que,
assim, os casos possam ser
Considera que há razões para julgados de forma diferente dos
qualificar o crime como homicídios em geral.
feminicídio nos casos em que há:
O termo feminicídio marca a morte
violência doméstica e familiar;
de mulheres como um crime
menosprezo ou discriminação à
específico que ocorre contra as
condição de mulher (art. 2º)
mulheres.
sobre esta cartilha
A luta pela garantia do direito a uma vida sem violência é uma luta das
mulheres brasileiras e é urgente que possamos conhecer para
combater todas as formas de violência contra as mulheres!
Setembro de 2020
QUER SABER MAIS?
Separamos algumas indicações para se
aprofundar no assunto:
IBCCRIM - Instituto Brasileiro de Ciências Criminais. Caminhos contra a
violência doméstica e de gênero: relatos, aprendizagens e afetos /
Instituto Avon. São Paulo: IBCCRIM, 2020. 44 p.
Schraiber, Lilia Blima; Pires Lucas d’Oliveira, Ana Flavia; Hanada, Heloisa y Kiss, Ligia
(2012). Assistência a mulheres em situação de violência – da trama de serviços à rede
intersetorial. Athenea Digital, 12(3), 237-254.
TELES, Maria Amelia de Almeida. O que são direitos humanos das mulheres?
São Paulo: Editora Brasiliense, 2006.