Aconselhamento Pastoral para Casais Cristãos em situaÇÃo de Adultério
Aconselhamento Pastoral para Casais Cristãos em situaÇÃo de Adultério
Aconselhamento Pastoral para Casais Cristãos em situaÇÃo de Adultério
EM SITUAÇÃO DE ADULTÉRIO
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Esp. Silvanir Alves da Silva
2
Prof. Me. Lidiane R. de Souza (orientadora)
RESUMO
O adultério é uma situação que tem se mostrado comum em relacionamentos matrimoniais de casais
cristãos no Brasil, trazendo grande conflito aos casais que passam por esse processo. É conhecido
que o adultério traz grande sofrimento, sentimento de culpa e vergonha para as pessoas envolvidas,
tanto a pessoa que comete o ato, como a parte atingida pela ação do seu cônjuge. É necessário,
desta forma, que o conselheiro seja devidamente treinado para tratar efetivamente essas pessoas,
sendo que o papel do conselheiro é ajudar o casal lidar com essa situação, buscando apresentar
caminhos para a restauração do relacionamento conjugal, segundo os propósitos de Deus para o
casamento. Desta forma, esse trabalho tem como objetivo apresentar uma reflexão sobre o tema:
“Como auxiliar casais cristãos em situação de adultério através do aconselhamento pastoral”?
Fazendo uma pesquisa bibliográfica de autores com vasta experiência na área de aconselhamento
pastoral, trazendo orientações para líderes e pastores que trabalham com aconselhamento de casais
para ajudá-los quando estiverem aconselhando casais em situação de adultério.
ABSTRACT
Adultery is a situation that has been more and more common in christian married couples in Brazil,
bringing great conflict to them during and after this process. It is known that adultery causes great
suffering, guilt and shame to the involved people, both the person who commits the act and the party
affected by the action of their spouse. It is necessary, therefore, that the counselor be properly trained
to deal effectively with these people, and be clear that the counselor's role is to help the couple to deal
with this situation, seeking to present ways for the restoration of the conjugal relationship, according to
God's purposes for the marriage. Therefore, this work aims to reflect on the theme: "How to help
christian couples in situations of adultery through pastoral counseling"? Conducting a bibliographical
research of authors with extensive experience in pastoral counseling, bringing guidance to leaders and
pastors who work with counseling couples to assist them when counseling couples in adultery.
1
Graduado em Administração de Empresas pela Faculdade Paranaense de Administração, e em
Teologia - Faculdade Teológica Betânia (FATEBE). Pós-Graduação em Liderança e Pastoreio na
área de Teologia, pela Faculdade Teológica Batista do Paraná (FABAPAR). Administrador de
Empresas, Pastor - e-mail: prsilvanirsilva@gmail.com.
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Professora Mestre em Educação e novas tecnologias, especialista em Psicopedagogia clínica e
institucional, graduada em Ciências Sociais – UFPR. E em teologia – SEMIB e FACETEN. Diretora de
ensino e professora do curso de graduação e pós-graduação da Faculdade Teológica Betânia
(FATEBE). E do centro universitário - Uninter - e-mail: lidiane@faculdadebetania.com.br
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INTRODUÇÃO
1. CASAMENTO
relativistas, “Parece que a prescrição de como a família deve funcionar não é mais
suficiente para o funcionamento da mesma” (FRIESEN, 2004, p. 48). Por isso, no dia
a dia do aconselhamento pastoral, há uma grande demanda para ajudar,
acompanhar e cuidar de casais que passam por essa situação.
2. O ADULTÉRIO
O que outrora era rotulado como adultério, um ato repugnante não aceito
pela sociedade, quando da sua existência, ocorria de forma obscura, pois gerava
repulsa, rejeição e embaraço para os envolvidos. Atualmente passou a ser
socialmente aceito, tratado como um “caso”, envolto por uma “áurea” de liberação
das emoções. Um relacionamento extraconjugal, e “não” mais um pecado.
O adultério não é um fato novo, casos extraconjugais têm acontecido ao
longo da história da humanidade. Em todas as culturas conhecidas se
estabeleceram algumas limitações em relação às relações sexuais extraconjugais, e
alguns meios para punir essa violação, isso no passado. Nos dias atuais
praticamente não existe mais punição formal ou na forma da Lei.
No Brasil há um Projeto de lei em tramitação na Câmara Federal que coloca
no Código Civil a punição para quem descumprir a obrigação de fidelidade recíproca,
porém essa Lei está tramitando desde 2016, até a presente data não foi aprovada.
PROJETO DE LEI Nº 5.716, DE 2016 (Deputado Rômulo Gouveia) Acresce
dispositivo à Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que institui o Código
Civil. Para dispor sobre reparação civil de dano em virtude de
descumprimento de dever de fidelidade recíproca no casamento, passa a
vigorar acrescida do seguinte art. 927-A: “Art. 927-A. O cônjuge que pratica
conduta em evidente descumprimento do dever de fidelidade recíproca no
casamento responde pelo dano moral provocado ao outro cônjuge.”
(GOUVEIA, 2016, p. 1)
sociedade. Hoje, porém, é incentivado das mais diversas maneiras, com destaque
para as mídias. Quando pessoas famosas e influenciadoras, formadoras de opinião,
jogadores, esportistas, atores, jornalistas, cometem adultério são colocados em
destaque pelos sites, redes sociais e pelos telejornais, porém não mais como algo
ruim, mas como algo natural. Nas palavras de Petersen:
Um relacionamento, e não um pecado. O que outrora ficava por detrás dos
bastidores - um segredo bem guardado - está agora nas manchetes, é um
tema da TV, faz sucesso, é tão comum como um resfriado. Os casamentos
são “abertos”; os divórcios, “criativos”. A promiscuidade sexual nunca foi o
costume estabelecido em nenhuma sociedade humana, e, sim, sempre
considerada uma influência negativa sobre a família e a sociedade.
(PETERSEN, 1986, p. 13)
algumas são bastante similares, tem início através de situações comuns do dia a dia,
questões profissionais, outras pessoais, insatisfações, falta de intimidade, de
compreensão, de admiração, de diálogo entre os cônjuges, viagens de negócios,
cursos ou treinamentos profissionais; são algumas situações que contribuem para
casos de adultérios.
Outras situações que aprofundaremos mais, excesso de confiança, falta de
diálogo sobre sexo, conflitos não resolvidos, carência física e emocional,
distanciamento e esfriamento entre os cônjuges. É de suma importância analisar
cada situação, e possíveis contribuições para orientação no aconselhamento
pastoral, vejamos com mais detalhes cada uma delas.
Mesmo em pleno século XXI existem pessoas que têm dificuldades para
falar abertamente com seu cônjuge sobre sua sexualidade, e isso pode gerar uma
fragilidade dentro do relacionamento conjugal. A sociedade é altamente sexualizada,
todavia é de suma importância que o casal converse sobre esse tema,
principalmente sobre as expectativas que cada um tem em relação ao outro na área
sexual. Vasconcelos comentando sobre isso, diz:
Sexo não pode ser tabu, todo mundo faz, então para que tanto pudor ao
tratar de um assunto que deveria ser tão natural! Casais que não conversam
a respeito de sua vida sexual, que não expõem de maneira [...] aberta e
sincera seus pensamentos, desejos, preferências e dúvidas, acabam com a
cabeça “cheia de minhocas”. Uma das razões para tantos problemas nessa
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dos seus empregos, deixando de lado sua família, seus filhos e esposa. Vejamos um
relato de uma esposa e mãe apresentado por Petersen:
Como podemos ver na lista acima, esses são alguns dos fatores que
influenciam a vida diária de muitos casais. Quando o afastamento acontece, ainda
convivendo dentro de uma mesma casa, tornam-se estranhos, conversam somente
sobre necessidades básicas do dia a dia. Quando chegam nesse estágio, deixa de
existir cumplicidade, respeito, cuidado, zelo pelo outro.
O esfriamento é uma morte lenta do casamento, mesmo que ainda estejam
casados, tornam-se frios e egoístas, buscam somente o interesse pessoal e não
mais o interesse comum do casamento. Esse cenário todo é uma porta aberta para
que casais construam relacionamentos com outras pessoas fora do casamento,
pavimentando situações que podem chegar ao adultério.
Mas, há esperança para os casais que querem restaurar seus casamentos,
no próximo ponto iremos abordar caminhos possíveis para a crise do adultério.
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Quando o casal entende que precisa de ajuda para lidar com a situação, há
esperança, entretanto, é necessária muita disposição e persistência para que o casal
encontre o caminho da convergência novamente. Por isso, o aconselhamento
pastoral precisa saber como trabalhar diante das crises familiares e do cenário que
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O caminho que deve ser buscado pelos casais envolvidos em uma situação
de adultério, é a restauração do relacionamento conjugal, muito embora essa não
seja a coisa mais fácil a ser feita, deve ser o objetivo dos cônjuges e seus
conselheiros. Vasconcellos (2009, p. 66) faz a seguinte observação sobre esse
ponto: “Devemos crer e lutar para que a separação seja a última decisão a ser
tomada por um casal. O processo da separação e seus prejuízos emocionais e
espirituais são incalculáveis, especialmente se existirem filhos no relacionamento”.
Um casal que chega a separação, não consegue mensurar o estrago psicológico
que causam em si, e em outros membros da família, principalmente quando tem
filhos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BÍBLIA. Português. Nova Versão Internacional. São Paulo: Editora Vida, 2003.
CUNHA, Ilma Luci Gomes. Família - Lugar de refúgio ou campo de batalha? Rio de
Janeiro: Central Gospel, 2017.
EVANS, Tony. Divórcio e Novo Casamento. Tradução de Merval Rosa. São Paulo:
Editora Vida, 1997.
WHEAT, Ed; WHEAT, Gaye. Sexo & Intimidade. Prazer sexual no casamento. São
Paulo: SP, Mundo Cristão, 1999.