Psicologia e Reabilitação

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Psicologia e

reabilitação
Prof.ª Carina Bússolo
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Psicologia e reabilitação

Ementa
Aspectos psicológicos das enfermidades orgânicas.
Atribuições do psicólogo no processo de reabilitação.
Reabilitação cognitiva.
Nova condições e qualidade de vida.
O paciente no contexto de tratamento.
A relação terapeuta/cliente.
A importância da equipe multidisciplinar e da família nos programas de reabilitação.
Terapia assistida por animais!
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Psicologia e reabilitação
Nível especifico de ação em saúde.
Processo de aprendizagem e desenvolvimento; com enfase no aprimoramento de habilidades
pré-existentes, buscando propiciar a melhor capacidade física-mental-social, independente
das limitações impostas pela deficiência ou acidente.
Essencialmente multiprofissional e interdisciplinar.
As intervenções visam à inserção social e à autonomia do individuo e familia.

Psicossocial
Hereditariedade Ambiente
Filogênese Ontogênese
Cognitivo Físico
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Psicologia e reabilitação

“A visão contemporânea de reabilitação fundamenta-se em quatro conceitos básicos:


a. intervenção centrada no paciente;
b. ênfase no processo (interação, negociação, comunicação, educação e troca de
informações);
c. atuação fundamentada em um modelo que integra aspectos de autocuidado,
produtividade, recreação e socialização, resultantes dos componentes físico,
sociocultural, mental/emocional e filosófico/espiritual;
d. responsabilização do cliente na resolução de problemas, estabelecimento de planos,
incluindo até a orientação do meio social na execução dos cuidados (Hammell, 1995).
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Aonde acontece os processo de reabilitação?

A maioria das pessoas com deficiência provavelmente já ouviram falar sobre os Centros de
Reabilitação (CER). Eles são importantes em vários aspectos, pois ajudam a promover uma
melhoria na qualidade de vida daqueles que precisam.

CERNIC - APAE.
CER.
Reabilitação de dependentes.
AACD
Equoterapia
Reabilitação psicossocial
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Como funciona o processo de reabilitação?


Em 2013, o Ministério da Saúde lançou diretrizes para a construção, reforma ou ampliação de
instalações em cada uma das especialidades. Veja quais os ambientes considerados necessários
para as instalações de reabilitação física:
consultório de fisiatria, neurologia ou ortopedia; Fisiatria ou Medicina Física e
Reabilitação é a área da
salão para práticas esportivas ou atividades físicas (mecanoterapia); medicina responsável pelo
eletroterapia; tratamento de uma ampla
sala de pré-atendimento (triagem, consulta de enfermagem etc.); variedade de doenças que
causam algum grau de
consultório de avaliação clínico-funcional; incapacidade.
consultório infantil;
consultório terapêutico adulto e consultório terapêutico infantil.
Além disso, ele cita também as áreas de administração e recepção, como sala de espera,
banheiros, fraldário e área de embarque e desembarque, todas devidamente adaptadas às cadeiras
de rodas.
Os locais especializados, os indivíduos encontram, socialização, atendimento especializado, local
adaptado, orientações especificas e especializadas (politicas publicas, equipamentos, qualidade
de vida ...).
Nos Centros de Reabilitação, profissionais acompanham semana a semana o progresso da
condição clínica de cada paciente, permitindo que cada melhora possa ser percebida e
comemorada.
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Participação do paciente de reabilitação nas decisões


sobre seu tratamento
Reconhecendo o interesse assistencial e científico de se estudar melhor a participação do
paciente em reabilitação, desenvolveu-se uma investigação com os seguintes objetivos:
a) caracterizar a tomada de decisão;
b) descrever a participação do paciente no processo decisório;
c) identificar fatores associados aos modos de participação do paciente e;
d) caracterizar as percepções e expectativas de pacientes e profissionais em relação à
participação ideal.
Os resultados apontaram que a participação do paciente
ocorria nas seguintes condições: ser avisado das decisões,
oferecer informações e receber explicações sobre decisões.
Dentre os fatores que interferiram em seu modo de
participação, destacaram-se: comportamentos do
profissional e comportamentos ou características pessoais
do paciente; qualidade da relação paciente-profissional;
estrutura do atendimento e aspectos relacionados à
limitação física. (Ramos, 1999; Ramos & Araujo, 1999).
(RAMOS, 1999; RAMOS & ARAUJO, 1999).
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Participação do paciente de reabilitação nas decisões


sobre seu tratamento

De modo geral, verificou-se uma tendência à participação passiva e restrita à troca de


informações. Em outras palavras, o paciente tendia a se comportar como alguém que fornece
informações e recebe explicações da equipe. Raramente, o paciente foi ativo o suficiente para
solicitar informações ou emitir opiniões (Ramos, 1999; Ramos & Araujo, 1999).
É indispensável retomar que:
“Embora tenha havido, no discurso dos sujeitos, a inclusão de algumas formas
alternativas de cuidado à saúde como, por exemplo, tomar decisões junto com o
paciente, ter como critério a satisfação do paciente ou levar em consideração
decisões sobre sua situação social, tais formas de cuidado não freqüentes o
suficiente para serem consideradas um padrão. No entanto, a sua existência no
discurso pode estar indicando o início de uma mudança de postura, tanto do
profissional de saúde como do paciente, frente aos cuidados de saúde.” (Ramos, 1999,
p.25)

(RAMOS, 1999; RAMOS & ARAUJO, 1999).


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Tratamento
No caso do tratamento terapêutico, o psicólogo identifica os aspectos das funções cognitivas e
afetivo emocionais, incluindo a qualidade de vida do paciente, observando características da sua
personalidade e o seu comportamento.
Para isso, podem ser executados testes que avaliam diferentes áreas do raciocínio (atenção,
memória, velocidade do pensamento).
A partir daí ficará claro quais áreas precisam ser trabalhadas, sendo também reforçadas as
capacidades que não foram perdidas e os pontos fortes de cada paciente, que serão muito
bem aproveitados.
Dessa maneira, poderão ser estabelecidas metas alcançáveis entre cliente, sua família e o
terapeuta, com foco na deficiência e seus impactos.
O tratamento pode ser realizado em domicílio, hospitais, residências terapêuticas, clínicas,
entre outros.
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Atividade de pesquisa
Pesquise e descreva objetivamente as seguintes Doenças Neurológicas:
1. demências,
2. cefaléias,
3. distúrbios do movimento, Nas doenças neurológicas adquiridas , diferentes
4. esclerose múltipla, partes do cérebro e consequentemente
5. AVC, comportamentos podem ser afetados, podendo
6. infecções encefálicas, interferir na visão, na audição, na percepção do próprio
7. traumatismo crânio-encefálico e corpo ou no ambiente em sua volta, no funcionamento
8. epilepsias. orgânico e também no equilíbrio. Além disso, pode
haver prejuízo na resolução de problemas ou
respostas aos estímulos.
Sequelas
As doenças neurológicas podem comprometer diversas capacidades, como por exemplo o
funcionamento físico -relacionado a capacidade motora-, o funcionamento cognitivo -relacionado
a problemas do cotidiano, como não conseguir lembrar de compromissos-, o controle do
comportamento social -relacionado a comportamento disruptivo, como reagia a agressividade- e
deficiência da da comunicação, ou seja, coprometimento na fala.
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DOENÇAS ORGÂNICAS QUE GERAM DISTÚRBIOS MENTAIS


Encarar a conduta aberrante (anormal) como doença é relativamente recente.
Somente no século XII é que a custódia dos alienados de responsabilidade da igreja para a
nascente Psiquiatria. Hoje é sabido que a postura oficial é medicalização, mas ainda hoje coexiste
outra concepção.
Dentro da Psiquiatria houveram correntes técnicas que estiveram influenciando. Nos anos
setenta, teve uma corrente anti-psiquiatra, que dizia que a doença é meramente uma
fabricação ou uma rotulação da pessoa cuja conduta desvia da ordem estabelecida.
Para a Psicologia Experimental, conduta aberrante seria o resultado de aprendizagem
inadequada, podendo ser igualmente corrigida com técnicas de condicionamento.
A corrente Psicanalítica influenciou a Psiquiatria durante a primeira metade deste século e
enfatizou os dinamismos intrapsiquicos.
A corrente da orientação social, décadas 60 e 70, a ordem social imperfeita seria a causa das
doenças mentais.
Havia certas doenças que eram consideradas unicamente como doenças mentais e hoje sabe-se
que tais doenças têm causa orgânica ou hereditária e como sintomas apresentam desajustes
psíquicos.
É o caso da pelagra, doença de Parkinson, fenilcetonúria e paralisia geral progressiva.
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Impactos e consequências (limitações funcionais)


durante o desenvolvimento

Adulto
- Doenças clínicas e
adquiridas ao longo do Idoso
Infância tempo. - Aumento das doenças
- Aparecer desde o início do - Maus hábitos de saúde. - Diminuição/ declínio da
nascimento. - Fases agudas de doenças cognição.
-Aparecer em fases psiquiátricas. - Reserva cognitiva.
escolares as dificuldades.
- Doenças do
desenvolvimento.
- Período de janela ótima
para a cognição
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Indicação de filme
'Hysteria' (2011)
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DOENÇAS ORGÂNICAS QUE GERAM DISTÚRBIOS MENTAIS

Pelagra - é uma doença de causa nutricional, que apresenta como sintomas quadro psicótico,
depressivo e demências. É consequência de deficiência específica de ácido nicotínico, uma
das vitaminas do complexo B, o que evidencia a existência de uma lesão bioquímica, levando ao
surgimento de sintomas, como manchas na pele, demência ou diarreia, por exemplo. Esta
doença não é contagiosa e pode ser tratada através do aumento da ingestão de alimentos
ricos em vitamina B3 e suplementos com esta vitamina.
Os sintomas mais comuns de pelagra incluem:
Dermatite, com o surgimento de manchas negras e descoloradas na pele;
Diarreia;
Demência.
O tratamento da pelagra consiste em alterações na dieta, ingestão adequada de alimentos
ricos em niacina e triptofano e na administração de suplementos, disponíveis como
niacinamida e ácido nicotínico em associação com outras vitaminas do complexo B, numa
dosagem que deve ser determinada pelo médico, em função do estado de saúde da pessoa.
Além disso, também é importante tratar a doença que está na origem do défice de niacina
e/ou alterar os estilos de vida que possam contribuir para a diminuição desta vitamina,
como é o caso do uso excessivo de álcool, uso inadequado de certos medicamentos ou
realização de dietas pobre em vitaminas.
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DOENÇAS ORGÂNICAS QUE GERAM DISTÚRBIOS MENTAIS


Pelagra -
Declínios cognitivos e processos demenciais.
Demências reversíveis.
Reabilitação psicossocial.
dependências;
estilo de vida

Quando há carência de niacina, a


célula não funciona muito bem e
isso afeta primeiramente os
tecidos que possuem alta demanda
energética, como o cérebro, ou
tecidos que necessitam de uma
divisão celular intensa, como pele e
mucosas. Por esse motivo, esses
são os principais órgãos afetados
nessa doença.
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DOENÇAS ORGÂNICAS QUE GERAM DISTÚRBIOS MENTAIS


Fenilcetonúria - é uma doença genética causada pela falta de uma enzima específica que
metaboliza o aminoácido fenil- alanina que era acompanhada invariavelmente de deficiência
mental. Ela é evitada retirando-se o aminoácido da dieta. O exame de sangue retirado do
calcanhar do bebe, realizado entre o 1 e 2 dia de vida pode detectar (teste do pezinho).
Se não for tratada, a fenilcetonúria pode causar danos cerebrais, deficiência intelectual,
sintomas comportamentais ou convulsões.
O tratamento inclui uma dieta rigorosa com limitação de proteínas.
Muito rara.
Acompanhamento com pediatra e nutricionista desde a amamentação para que não haja
complicações muito graves e o desenvolvimento da criança não seja comprometido
(comprometimento no SN).
A fenilcetonúria não tem cura e, por isso, o tratamento é feito apenas com o controle na
alimentação.
Os danos e o comprometimento intelectual que podem acontecer com o consumo de alimentos
ricos em fenilalanina é irreversível nas pessoas que não possuem a enzima ou possuem a enzima
instável ou ineficiente no que diz respeito à conversão da fenilalanina em tirosina.
Esses danos, porém, podem ser facilmente evitados por meio da alimentação.
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DOENÇAS ORGÂNICAS QUE GERAM DISTÚRBIOS MENTAIS


Fenilcetonúria
Principais sintomas
Os recém-nascidos com fenilcetonúria inicialmente não apresentam sintomas, porém
os sintomas surgem alguns meses depois, sendo os principais:
Feridas na pele semelhante ao eczema;
Odor desagradável, característico do acúmulo de fenilalanina no sangue;
Náusea e vômito;
Comportamento agressivo;
Hiperatividade;
Retardo mental, geralmente grave e irreversível;
Convulsões;
Problemas comportamentais e sociais.
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DOENÇAS ORGÂNICAS QUE GERAM DISTÚRBIOS MENTAIS


Doença de Parkinson, ou paralisia agitada é caracterizada por tremor, alterações da fala,
anormalidades da marcha e postura, rigidez com diminuição geral de movimentos e às vezes
alterações psiquicas. Não se sabe ainda a causa da doença, mas é conhecido que os indivíduos
que a apresentam têm uma degeneração neuronal ao nível da substância negra e uma baixa
concentração de dopamina nesta estrutura e no corpo estriado. Muitos neurônios, que da
substância negra se projetam para o corpo estriado utilizam a dopamina como seu
neurotransmissor. Assim, a doença de Parkinson parece ser decorrente de uma deficiência de
dopamina a nível de corpo estriado. Essa doença passou a ser tratada satisfatoriamente com a
droga Levedopa, que no organismo se transforma em dopamina e logo aumenta a quantidade
desse neurotransmissor.
Tipo de demência (Transtornos Neurocognitivos Maiores e Leves - DSM V).
declínio cognitivo.
como de sono.
depressão e ansiedade.
Surgimento de prejuízos cognitivos que afetam a funcionalidade. Domínio principalmente
de funções executivas (focando na memória de trabalho) e atenção seletiva
A reabilitação cognitiva, traz diversos benefícios – não só cognitivos.
Recentemente, uma pesquisa realizada por cientistas na Austrália, mostrou que o
treinamento cognitivo reduz significativamente episódios de congelamento da
marcha, além de reduzir a sonolência diurna.
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DOENÇAS ORGÂNICAS QUE GERAM DISTÚRBIOS MENTAIS


Paralisia geral progressiva - é um distúrbio psiquiátrico causado pela sífilis, afetando o SNC
caracterizando-se por euforia, idéias de grandeza, perda da capacidade intelectual, depressão do
humor, irritabilidade. Atualmente ocorre raramente, devido à eficácia da penicilina no tratamento da
sífilis.
Também denominada NS parética, é uma condição altamente incapacitante, determinando um
eventual processo demencial precoce em indivíduos em fase produtiva e óbito
aproximadamente dois anos após os primeiros sintomas.
neurossifilis.
Prof.ª Carina Bússolo

Bibliografia

PORTAL DO GOVERNO BRASILEIRO. Qual o tratamento para pelagra?. 2019. Disponível em:
<https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/13656/1/Telessauders_pelagra.pdf>. Acesso em
23 Jul 2020.

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