Teoria de Desenvolvimento Moral Piaget e Kolberg
Teoria de Desenvolvimento Moral Piaget e Kolberg
Teoria de Desenvolvimento Moral Piaget e Kolberg
Piaget (1994) elaborou dois grupos de estágios , o primeiro diz respeito à prática das
regras ( motor, egocêntrico, cooperação nascente e Codificação das Regras ) em
seguida o estagio da consciência das regras e a divide em três etapas ( anomia,
heteronomia e autonomia). sendo o último o mais relevante.
Motor: O primeiro estágio é formado por bebês ou crianças abaixo de dois anos de
idade. É chamado de Motor por ser marcado por hábitos motores onde “a criança
manipula bolinhas em função de seu próprio desejo.
Nesta etapa a criança de dois a cinco anos apresenta condutas sociais e, ao mesmo
tempo, comportamentos essencialmente individuais. O menino deseja jogar com os mais
velhos, recebendo “do exterior o exemplo de regras codificadas” (PIAGET, 1994).
Exemplo: monólogos coletivos.
Cooperação Nascente: Este estágio é marcado por uma necessidade de entendimento
mútuo. Nesta fase a criança já enxerga seu adversário no jogo e se importa com ele.
Joga, não para si mesma, para vencer. O jogo, que antes se baseava no prazer
essencialmente motor e egocêntrico, tornou-se social. Em outras palavras, fazem um
jogo simplificado.
Codificação das Regras: Entre onze e doze anos que o interesse pela reflexão e
discussão das regras aparece. As crianças deste estágio respondem com coerência ao
questioná-los sobre as leis do jogo, concordando com precisão sobre regras
estabelecidas em uma partida.
O autor conclui a explicação sobre a prática das leis do jogo com a seguinte
simplificação da divisão das etapas:
Além dos estágios da prática das regras, o estudioso propõe algo mais relevante do que
a prática, a consciência da regra. Divide esta evolução da moralidade em três estágios
que se seguem abaixo: anomia, heteronomia e autonomia.
Anomia
Logo se percebe que desde o início a vida o ser humano está ligado a um grande
conteúdo de regras.
Heteronomia
O segundo estágio tem início quando a criança começa a querer jogar conforme as
regras exteriores. Os indivíduos heterónomos concebem as regras como imutáveis,
absolutas e intangíveis, sendo isto, uma característica necessária para que a lei venha a
ser legítima. O fato é devido à crença de que as regras são constituídas por uma espécie
de divindade, pois são advindas de uma autoridade. As crianças acreditam que é
obrigação seguir o que foi imposto e quem estabelecer contratos sociais para modificar
as leis, estará cometendo um delito.
Nessa fase a criança julga a ação como boa ou não com base nas consequências dos
actos, sem uma análise mais ampla e sem considerar as intenções do autor da ação.
Considera que se um indivíduo foi punido por uma determinada ação, esta ação é
errada. Exemplo: A criança de seis anos dirá provavelmente que um menino que
quebrou um copo enquanto ajudava a mãe é mais culpado do que aquele que quebrou
um copo enquanto roubava banana.
É preciso lembrar que aqui a criança possui relações de coação, o que implica em um
respeito unilateral, a criança intencionalmente se submete, mais ou menos por completo
às regras prescritas, não as utiliza na prática. Nesta fase a criança não assimilou ainda o
sentido de existência de regras, por esse motivo as concebe como a imposição definida
por Deus, tornando as regras imutáveis e inflexíveis. O individuo obedece as regras por
medo da punição, na ausência da autoridade ocorre a desordem e indisciplina A moral
será, assim, baseada no respeito pela autoridade e pela obediência.
Autonomia
Este estágio tem início por volta dos dez anos começando na segunda metade da fase da
cooperação. A regra será imposta por contratos feitos a partir do grupo social. As regras
não são mais imutáveis como antes, possuem maior flexibilidade e podem ser
modificadas desde que haja um acordo mútuo. A inovação será permitida, assim como
as opiniões, porém só serão incorporadas à legislação se passarem pela avaliação dos
demais.
As crianças entendem que as regras não são eternas, mas percebe que são transmitidas
através de gerações. No que se refere à origem do jogo e das regras, as crianças assim
como os adultos, compreendem que as regras não foram impostas por Deus, mas sim
criadas pelas próprias crianças. Exemplo do jogo de bolinhas em que no início eram
arremessados simples objetos arredondados para brincar, com o passar do tempo as
crianças foram estabelecendo regras até se tornar um jogo. O individuo adquire a
consciência moral
Com base na teoria desenvolvimento moral de Piaget, Kohlberg estabeleceu três níveis
do desenvolvimento moral: pré-convencional, convencional e pós-convencional. Cada
nível tem duas fases ou estágios.
PIAGET, Jean. O juízo moral na criança. Tradução Elzon L. 2. ed. São Paulo: Summus,
1994.