Protocolo Clínico de Analgesia de Parto Do HU-UFGD
Protocolo Clínico de Analgesia de Parto Do HU-UFGD
Protocolo Clínico de Analgesia de Parto Do HU-UFGD
RESOLVE:
Protocolos Clínicos
OBJETIVOS GERAIS
Este protocolo tem como objetivo fornecer subsídios e orientações a todos os Profissionais envolvidos no
cuidado de mulheres em trabalho de parto e recomenda as técnicas e procedimentos de reconhecida
evidência científica, para que a realização da analgesia ao parto seja bem conduzida e tenha sucesso. Estão
também definidas as reponsabilidades dos vários Profissionais na condução da analgesia ao parto.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Nº 138, segunda-feira, 23 de abril de 2018
A. Uniformizar e padronizar as práticas e técnicas utilizadas para uma adequada analgesia ao parto,
tendo como desfecho o controle efetivo da dor, sem bloqueio motor e com o mínimo de efeitos
colaterais.
B. Diminuir a variabilidade de condutas entre os Profissionais no processo de assistência às mulheres
que demandem manejo não farmacológico e farmacológico da dor no parto.
Este protocolo deverá servir de referência e orientação para assistência às seguintes pacientes:
A. Mulheres grávidas em trabalho de parto, em qualquer idade gestacional, com feto vivo ou morto que
demandem controle da dor.
B. Mulheres no período expulsivo do parto com indicação de parto vaginal operatório, com demanda
de analgesia regional.
C. Mulheres sob analgesia regional que evoluírem para cesariana.
Obs: Não estão cobertas por este protocolo, as anestesias para cesarianas em mulheres que não estão sob
analgesia de parto e ou outras operações obstétricas.
METODOLOGIA DE CONSTRUÇÃO
Este protocolo foi construído por médicos obstetras e anestesiologistas da equipe do HU-UFGD/EBSERH a
partir de protocolos/diretrizes já elaborados por outros grupos ou Instituições e adaptado ao contexto do
HU-UFGD/EBSERH.
Após sua construção, este protocolo foi revisado por médicos anestesiologistas, médicos obstetras e
enfermeiras obstétricas e as sugestões compatíveis foram incorporadas ao documento.
RECOMENDAÇÕES
Os Profissionais envolvidos direta ou indiretamente na assistência ao parto precisam entender que o alívio
da dor no parto é uma aspiração antiga das mulheres e que a percepção da dor é um fenômeno subjetivo e
individual, de tal forma que a solicitação materna é justificativa suficiente para a promoção do alívio da dor
no parto, independente da fase do parto ou do grau de dilatação do colo do útero.
Nº 138, segunda-feira, 23 de abril de 2018
A. Recusa da paciente.
B. Sepse.
C. Infecção ou tumores no local da punção, no caso dos bloqueios regionais (Ex: fungos, foliculites, acne,
neurofibromatose, etc).
D. Coagulopatia/Trombocitopenia (plaquetas < 75000).
E. Realizar coagulograma antes do procedimento, no caso dos bloqueios regionais, se plaquetas entre
75.000 e 100.000, ou redução de plaquetas em pacientes em uso de AAS ou outros agentes
antiplaquetários.
F. Não há necessidade de mensurar plaquetas em pacientes com baixo risco para coagulopatia.
G. Pressão Intracraniana elevada.
H. Alteração da consciência.
I. Hemorragia/Hipovolemia e ou instabilidade cardiovascular.
J. Alergia conhecida às drogas utilizadas (soluções anestésicas e opióides).
A confirmação de trabalho de parto estabelecido, deve ser realizada pelo Profissional responsável
diretamente pela assistência ao parto (Enfermeira obstetra ou residente de Enfermagem obstétrica sob
supervisão, ou médico obstetra, ou residente médico de Ginecologia/Obstetrícia sob supervisão). O trabalho
de parto está estabelecido quando houver contrações uterinas regulares num determinado espaço de tempo
e dilatação cervical progressiva a partir dos 4 (quatro) centímetros.
Não havendo contraindicações e estando confirmado o trabalho de parto, o protocolo poderá ser iniciado.
A. Intervenção de Psicólogos.
B. Intervenção de Fisioterapeutas utilizando-se de técnicas, tais como:
a) Massagens.
b) Exercícios respiratórios.
c) Cinesioterapia.
d) Termo terapia.
e) Banhos de imersão.
2. Métodos Farmacológicos aplicados pela equipe envolvida diretamente na assistência ao parto, sem a
intervenção do Anestesiologista.
Esgotados os recursos dos itens 1 e 2 e não havendo contraindicações, poderá ser providenciada a analgesia
regional.
Nº 138, segunda-feira, 23 de abril de 2018
Neste caso, a paciente deverá ser informada previamente a respeito dos riscos e benefícios da técnica e de
como dever conduzir-se após a instalação da analgesia regional.
Concentração Volume
0,0625% Total 10 ml 12 ml 14 ml 16 ml
Fentanil 50 mcg/ml 2 ml 2 ml 2 ml 2 ml
Fentanil 50 mcg/ml 2 ml 2 ml 2 ml 2 ml
Fentanil 50 mcg/ml 2 ml 2 ml 2 ml 2 ml
Fentanil 50 mcg/ml 2 ml 2 ml 2 ml 2 ml
Fentanil 50 mcg/ml 2 ml 2 ml 2 ml 2 ml
1. Após a administração da solução anestésica, introduzir o cateter peridural calibre 16G ou 18G, de
forma a mantê-lo entre 3 e 4 cm no interior do espaço peridural. Aspirá-lo, em seguida, para
constatar ausência de líquor ou sangue.
2. Fazer um curativo cuidadoso para não contaminar o orifício de entrada do cateter.
3. As doses de manutenção serão escalonadas de acordo com as necessidades da paciente e segundo
a tabela abaixo:
Concentração Volume
0,0625% Total 10 ml 12 ml 14 ml 16 ml
a) Realizar punção subaracnóidea (raquianestesia) com agulha tipo Quincke, calibre 27G.
b) Administrar 2,5 mg de bupivacaína pesada e 20 ug de fentanil ou 2,5 ug de sufentanila em 15
segundos.
c) Deve-se verificar se o Fentanil ou o Sufentanila são os indicados para injecção intratecal
(subaracnóidea), sem conservantes.
d) Posicionar a paciente em decúbito lateral esquerdo, se houver tempo para isso.
A. Toda paciente submetida à analgesia de parto deverá estar com monitorização básica instalada:
Pressão Arterial não invasiva (PANI) com frequência de medição a cada 5 (cinco) minutos e oximetria
de pulso contínua por, pelo menos, trinta minutos após instalação do procedimento, se paciente
estiver autorizada a deambular.
B. Estando sob monitorização, após 15 minutos da administração dos agentes, a paciente deverá ser
avaliada quanto a resposta: nível do bloqueio, testes de função motora, teste do equilíbrio e de
hipotensão postural.
C. Sendo constatado “estado de anestesia” (hiposensibilidade e bloqueio motor), a paciente deverá
permanecer na maca sob vigilância constante até nova reavaliação.
D. Sendo constatado “estado de analgesia” (ausência de hiposensibilidade e de bloqueio motor, a
paciente poderá ser liberada para a sala de parto.
E. Acontecendo hipotensão arterial, realizar reposição volêmica e ou suporte com drogas vasoativas de
acordo com a necessidade.
F. A administração de ocitocina após analgesia de parto não deve ser realizada de rotina, devendo
obedecer às recomendações para a correção de anormalidades do progresso do parto.
G. Se a paciente estiver em uso de ocitocina para indução ou estimulação do parto, a droga deve ser
mantida, não havendo necessidade de interrupção.
H. Passados os trinta minutos iniciais, a monitorização da paciente poderá ser realizada pela equipe de
Enfermagem Obstétrica, além do Anestesiologista, com medidas da PANI e avaliação de bloqueio
motor de hora em hora, além das observações de rotina do trabalho de parto.
I. O Anestesiologista deverá ser comunicado imediatamente, na vigência de hipotensão e ou bloqueio
motor e ou hiposensibilidade acima de T10.
J. Sentindo-se segura e confortável e, constatado ausência de bloqueio motor, a paciente dever
encorajada para deambular e adotar posições mais verticais.
Nº 138, segunda-feira, 23 de abril de 2018
K. Deve-se evitar dieta com resíduos após analgesia regional com opióides.
L. A rotina de monitorização para início da analgesia de parto dever ser repetida sempre que houver
necessidade de repetição de nova dose dos agentes anestésicos.
M. Passados trinta (30) minutos da aplicação da analgesia ou dose de manutençaõ e não havendo
controle efetivo da dor, o Anestesiologista deverá considerar falha da técnica ou revisar
individualmente as necessidades da paciente em relação às doses aplicadas.
N. Após o início da analgesia ou doses de manutenção, a monitorização fetal deverá ser realizada por
cardiotocografia (CTG) contínua ou ausculta intermitente da FCF (frequência cardíaca fetal), de 5 em
5 minutos, por, no mínimo, 30 minutos.
O. Diante de anormalidades na ausculta intermitente, instalar CTG, assim como, proceder os cuidados
habituais, como decúbito lateral esquerdo e avaliar necessidade de otimização das condições
respiratórias e circulatórias maternas.
P. Não ocorrendo melhora, seguir protocolo para manejo de estado fetal não tranquilizador.
Q. Confirmados os 10 cm de dilatação, não se deve incentivar a paciente a fazer força para baixo, exceto
tardiamente, no mínimo após 01 (uma) hora de dilatação total, ou quando a cabeça fetal se tornar
visível. Neste caso, orientar a paciente a fazer força sempre durante as contrações.
R. Após constatados os 10 cm de dilatação, devem ser estabelecidas estratégias para que o nascimento
ocorra em até 4 horas, independente da paridade.
S. Sendo constatado estado de anestesia após o terceiro estágio do parto, ou seja, hiposensibilidade e
bloqueio motor, a puérpera deverá permanecer no leito e sob vigilância constante até a alta pelo
médico anestesiologista.
T. O prontuário da paciente deve ser corretamente preenchido, constando as condutas tomadas
durante o parto.
Caso a paciente já tenha recebido raquianestesia para o período expulsivo, considerá-la efetiva por 2 horas.
BIBLIOGRAFIA
4. Hospital Sofia Feldman. Protocolos e Diretrizes Clínicas. Analgesia Regional no parto. Dezembro.
2016.
ELABORAÇÃO E REVISÃO
Abril. 2018.
RESOLVE:
I – Titulares de cargos de provimento efetivo da área da saúde, integrantes do Plano de Carreiras dos Cargos
Técnico-Administrativos em Educação, de que trata a Lei n. 11.091, de 12 de janeiro de 2005;
II - Titulares do cargo de Docente, integrantes da Carreira de Magistério Superior, de que se trata a Lei n.
7.596, de 10 de abril de 1987, que desenvolveram atividades acadêmicas neste hospital;
III – Ocupantes dos cargos e provimento efetivo, registrados pela Lei n. 8.112, de 1990, em exercício nas
unidades hospitalares, vinculados ao Ministério da Saúde.
IV - Empregados públicos, vinculados a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), regidos pela
Consolidação das Leis de Trabalho (CLT).
Coordenador da COREME
Coordenador da COREMU