Unidade IV - Os Alunos Com NEE Comportamentais

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Universidade Púnguè

Extensão de Tete

Estudante: Cinturão Marcos Saize

Unidade IV: Os alunos com NEE comportamentais

1.3.1.Conceito, sinais de alerta, causas e classificação

Conceito
Segundo MECB (1994: 13), alunos com NEE comportamentais são aqueles que apresentam.
Manifestações de comportamentos típicos, portadores de síndromes e quadros psicológicos,
neurológicos ou psiquiátricos que ocasionam atrasos no desenvolvimento e prejuízos no
relacionamento social, em grau que requeira atendimento educacional especializado.

Para LIMA (2008: 14),  alunos com NEE comportamentais são aqueles que têm
comprometimentos acentuados no funcionamento intelectual e comportamento adaptativo
(deficiência mental) que lhes origina problemas na aprendizagem, académica ou social.
Em função das duas definições acima conclui-se que alunos com NEE comportamentais são
aqueles que apresentam problemas comportamentais na sua aprendizagem, quer seja
psicológicos, neurológicos e psiquiátricos.

Sinais de alerta
As crianças ditas normais, que representam a maioria das pessoas, e através destas temos
medidas desempenhos, que são então e por isso, considerados a norma padrão, logo, aqueles que
se desviem dessa norma, quer por excesso quer por defeito, são aqueles que não são normais e
enquadráveis nesta categoria: a deficiência mental (aqueles que apresentam resultados inferiores
á média) e, os sobredotados ou dotados que apresentam resultados acima da média) (CORREIA,
1997 apud LIMA, 2008: 14).
FIGUEIREDO & MIRANDA (s/d: 27) apontam os seguintes sinais:
Problemas de Aprendizagem relacionados com:
 Dificuldades na linguagem oral;
 Não associação de símbolos gráficos com as suas componentes auditivas;
 Dificuldades em seguir orientações e instruções;
 Dificuldade de memorização auditiva;
 Problemas de atenção;
 Problemas de lateralidade.

Na leitura e/ ou na escrita:
 Possíveis confusões (ex: f/v; p/b; ch/j; p/t; v/z ; b/d...)
 Possíveis inversões; (ex: ai/ia; per/pré; fla/fal; cubido/bicudo...)
 Possíveis omissões: (ex: livo/livro; batata/bata...)

Causas

CORREIA (2008) apud FIGUEIREDO & MIRANDA (s/d: 28), aponta as seguintes causas:

 Causas orgânicas: factores pré-natais (Ex.: Factores teratogénicos (que provocam o


desenvolvimento de anomalias durante a gestação, ou seja, crescimento anormal ou
malformação do feto) como, por exemplo, o álcool, cocaína e chumbo); Factores pré-natais
(Ex.: Anoxias; uso de fórceps; prematuridade); Factores pós-natais (Ex.: Traumatismo
craniano; meningites; encefalites; diabetes) Factores hereditários
(Hereditariedade/transmissão genética – estudos com gémeos monozigóticos e dizigóticos
tendo por base os problemas na leitura; familialidade – tendência de ocorrência de um
problema numa família como, por exemplo, uma dislexia);
 Causas educacionais: Atrasos de maturação (Maturação lenta dos processos visual, motor,
de linguagem e de atenção que constituem a base do desenvolvimento cognitivo/Igualar o
currículo ao nível de prontidão da criança) Estilos cognitivos (Forma como um indivíduo
percebe, recorda e resolve problemas ao interagir e estar no mundo/Adequar estratégias aos
estilos de aprendizagem da criança);
 Causas ambientais:estas causas assentam em teorias que advogam que há factores
ambientais que contribuem para o aparecimento de DA em crianças tidas como “normais”,
ou para o agravamento dos défices que elas possuem, considerando-os como “forças,
condições ou estímulos externos” que colidem com a criança afectando-lhe a sua capacidades
de realização escolar.
 Mal nutrição e estimulação deficitária;
 Diferenças socioculturais;
 Clima emocional adverso;
 Tóxicos ambientais;
 Dispedagogias / Ensino inadequado.

d)      Classificação

Segundo CORREIA (2008) apud FIGUEIREDO & MIRANDA (s/d: 02), classifica os alunos com

necessidades especiais em 2 grupos: 

 Risco educacional: os alunos em risco educacional são aqueles que, devido a um conjunto
de factores tal como o álcool, drogas, gravidez na adolescência, negligência, abusos,
ambientes socioeconómicos e sócio-emocionais mais desfavoráveis, entre outros, podem vir
a experimentar insucesso escolar. Estes factores, que de uma maneira geral não resultam de
imediato numa “discapacidade” ou problemas de aprendizagem, caso não mudem ou sejam
atendidos através de uma intervenção adequada, podem constituir um sério risco para o
aluno, em termos académicos e sociais.

 Sobredotação: as crianças e os adolescentes sobredotados são aqueles identificados por


pessoas qualificadas profissionalmente que, devido a um conjunto de aptidões excepcionais,
são capazes de atingir um alto rendimento. Essas crianças e adolescentes requerem
programas e/ou serviços educativos específicos, dentro da designada “Educação para a
sobredotação”, diferentes daqueles que os programas escolares normais proporcionam, para
que lhes seja possível maximizar o seu potencial no sentido de virem a prestar uma
contribuição significativa, quer em relação a si mesmos, quer em relação à sociedade em que
se inserem.

RENZULLI (1979) apud CORREIA (2008: 03) afirma que a sobredotação deve congregar pelo
menos 3 factores essenciais:
 Uma capacidade mental superior à média; 
 Uma grande força de vontade traduzida por um superior envolvimento na tarefa (motivação);
 Uma capacidade criativa elevada que permita ao indivíduo produzir, visualizar, dramatizar
ou ilustrar superiormente uma ideia.

As dificuldades de conduta e a relação do comportamento

Alunos com necessidades educacionais especiais ressaltam que se utiliza o termo


“condutastípicas”para evitar termos utilizados antigamente, como transtornos de
conduta,distúrbios de comportamento, desajuste social, distúrbios emocionais, queacabavam
desqualificando a pessoa que era acometida por esses problemas.

Segundo outro documento do MECB (1994: 33) Há condutas relacionadas a quadros


psicológicos temporários, assim como condutas relacionadas a quadros neurológicos,
psicológicos complexos e psiquiátricos persistentes. Para nós, educadores (as),é importante a
atenção a alguns comportamentos específicos que podem sinalizar que criança pode ter um
quadro de condutas típicas que acaba por dificultar ou mesmo impedi-la de aprender. Citaremos
alguns deles: medos; automutilação; alheamento do contexto externo; timidez; recusa em
verbalizar e em manter contacto visual; agredir; gritar; falar compulsivamente; movimentar-se
constantemente; dar atenção a estímulos sem relevância, entre outros.

Para MECB (1994: 33) as condutas típicas que aparecem com maior frequência, portanto que são
mais detectadas em nossa sociedade e que, por isso, são mais fáceis de serem descritas são:

 Distúrbios da atenção: encontramos crianças que apresentam dificuldades em atender a estímulos


corriqueiros, distraindo-se com qualquer outro estímulo – um barulho do lado de fora da sala, o
cabelo da colega do lado, uma mosca passando. Geralmente, são crianças que se movimentam
com muita frequência. Outras crianças podem conseguir prestar atenção ao (à) professor(a), mas
por um curto espaço de tempo, apresentando dificuldades em concentrar-se para realizar suas
actividades. Há ainda crianças com distúrbios de atenção que seleccionam e respondem a alguns
aspectos da realidade, por exemplo crianças que não respondem a nenhuma pergunta, mas
sempre que há um colega conversando, informam ao (à) professor(a).
 Hiperactividade – Geralmente, uma criança hiperactiva não consegue controlar seu
comportamento motor, movimentando-se, agitando-se e dificultando seu envolvimento com
certa acção ou tarefa.
 Impulsividade – A criança impulsiva não tem a preocupação de parar para reflectir, analisar,
tomar decisões, dando respostas instantâneas perante a situação em que se encontra. Muitas
vezes, a hiperactividade e a impulsividade conjugam-se e a criança apresenta estes dois tipos
de comportamento.
 Alheamento – Característica de crianças que não se envolvem com o meio social, recusando-
se a manter contacto com as pessoas, seja físico, verbal ou afectivo.
 Agressividade física e/ou verbal – Caracteriza-se por xingamentos, ameaças, utilização de
linguagem e acções destrutivas, como bater, beliscar, dentre outros comportamentos
agressivos físicos ou verbais. Ocorrem com frequência e são dirigidos a si próprio ou a uma
outra pessoa ou a objectos.

Para se trabalhar com estas crianças, algumas estratégias podem ser criadas:

 Na sala de aula, os limites devem ser muito bem explicados e lembrados sempre que
necessário. É preciso que as regras para se viver no colectivo sejam claras.
 Algumas vezes será necessário que o trabalho seja individualizado, respondendo-se
pedagogicamente às necessidades educacionais dos alunos.
 É importante que a sala de aula seja um ambiente desafiador para a criança. Contudo,
algumas crianças precisam ser esclarecidas sobre os passos que deverão seguir, quais as
actividades que ocorrerão durante o dia, pois esta explicação diminui a ansiedade, permitindo
que ela acompanhe a aula com mais tranquilidade. Devido a isso, sem deixar de entender a
planificação como algo flexível, é importante ter uma certa estruturação do tempo, do espaço,
dos materiais e da realização das actividades, propiciando a estas crianças acompanhar o
quotidiano pedagógico com menor ansiedade.

Atenção as NEE comportamentais no contexto familiar e comunitário

A forma como os pais interagem e educam seus filhos é crucial à promoção de comportamentos
socialmente adequados ou de comportamentos considerados, pelos pais e/ou professores, como
inadequados, os quais são entendidos como “déficits ou excedentes comportamentais que
prejudicam a interacção da criança com pares e adultos de sua convivência”.

Segundo Silva (2000), é possível identificar muitos determinantes para problemas de


comportamento. Este autor aponta para a existência de uma ligação entre práticas educativas e
comportamento anti-social dos filhos, à medida que as famílias estimulam estes comportamentos
por meio de disciplina inconsistente, pouca interacção positiva, pouco monitoramento e
supervisão insuficiente das actividades da criança.

Esses pais de crianças com NEE de comportamento sentem-se muitas vezes, impotentes,
desanimados, sem saber o que fazer. Os métodos de disciplina normalmente empregues, tais
como a argumentação, os castigos ou a repreensão não funcionam com estas crianças.
Frustrados, por vezes, recorrem a métodos mais desesperados, como bater ou gritar, mesmo
sabendo que tais comportamentos são pouco adequados e não resolvem nada. Resultado: acabam
por manifestar um sentimento de culpa que em nada contribui para o bem-estar da criança.

As famílias que lidam com crianças que sofrem de hiperactividade, tal como acontece com as
famílias que cuidam de crianças com doenças crónicas (por exemplo, paralisia cerebral ou
autismo) manifestam, frequentemente, maiores níveis de frustração e problemas conjugais. Além
de que as despesas com os tratamentos destas crianças podem representar um fardo pesado para
muitas famílias.

Atenção as NNE comportamentais no contexto escolar

Desde que se introduz a Inclusão escolar, submete-se a um desafio de incluir os alunos com
algumas dificuldades de aprendizagem, tratando-se de Comportamento, o professor encontra-se
num desafio de saber assim como entender a forma de incluir estes alunos no ensino, dando-lhes
mais atenção e acompanhamento.

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