Os Limites Éticos Do Uso de Animais em Performances Na Arte Contemporânea
Os Limites Éticos Do Uso de Animais em Performances Na Arte Contemporânea
Os Limites Éticos Do Uso de Animais em Performances Na Arte Contemporânea
NA ARTE CONTEMPORÂNEA
Isis Tinoco
Jean Carlos Barbosa de Sousa
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa tem por objetivo geral analisar os limites éticos do uso de animais
em performances na arte contemporânea. Como objetivos específicos pretende-se pesquisar os
diversos conceitos da arte performática e a inserção do uso de animais nesta modalidade
artística; investigar a legalidade no uso de animais em manifestações artísticas a luz da
legislação pátria e discutir os valores éticos nas escolhas estéticas das performances que
utilizam-se de animais.
Todavia, a partir da segunda metade do Século XX, tornou-se cada vez mais comum a
prática de perturbação e de libertação através do uso do obsceno, da nudez, do sangue, de
excrementos, de mutilações, da dor, do perigo e da possibilidade iminente da morte
envolvendo tanto humanos como não-humanos. Diante dessas questionáveis manifestações
artísticas, passou-se a rotular de performance ou mesmo de Arte Contemporânea várias
práticas que fazem uso extremo do corpo através do uso do grotesco, da obscenidade e da
auto-flagelação, que usam animais de várias espécies e de forma indiscriminada, maltratando-
os, violentando-os e até alterando-os geneticamente, assim como também o uso de tecnologia
protética e cirúrgica, ou o uso de máquinas criativas, entre muitos outros exemplos.
1
MONTERO, R.. Respet. In: Jornal El Pais. Madri: 16 out. 2007.
Não tenho nada contra a relação da arte com a política nem contra usar a arte para
protestar politicamente, mas, na minha opinião, o artista incorreu em um erro" 2.
Durante a 29ª Bienal de São Paulo, ocorrida em 2010, a polêmica sobre o uso de
animais vivos em obras de arte foi muito explorada na imprensa em decorrência da instalação
intitulada “Bandeira Branca”, do artista plástico Nuno Ramos, que utilizou três urubus vivos,
presos numa espécie de gaiola que é demarcada por uma tela de proteção preta e
quadriculada, que contorna a sinuosidade dos recortes nos pisos desde o térreo ao terceiro
andar do prédio da Bienal, dentro da qual convivem esses urubus com três esculturas de taipa
de pilão em areia-preta e caixa de vidro sonoras que tocam fragmentos das canções Carcará,
Bandeira Branca e Acalanto.
Ao ser entrevistada dentro da própria Bienal sobre essa questão, a advogada Vânia
Rall disse que apesar dos urubus estarem sendo alimentados, estão confinados, sem opção de
escolha, tampouco, de expressão: “(...) encontra-se numa situação visível de estresse - devido
aos ruídos, às pessoas circulando e fotografando o tempo todo - e não podemos esquecer que
a Bienal dura 3 meses!”4. E ainda prosseguiu, citando Artur Matuk, professor de Arte na
USP, quando ela expôs também que:
“a arte está ficando muito a serviço da ciência mais do que da própria arte, de que
hoje se dá mais valor à técnica que à arte. O uso de animais é apoiado pelo
especismo, pois no fundo nos sentimos superiores aos animais. A arte deve ser ética,
o discurso da arte não pode legitimar qualquer coisa. A arte para atingir seus
objetivos não tem que provocar dor ou sofrimento, especialmente quem não se pode
defender!”5
Cildo Meireles, também artista plástico, em 1967, na sua instalação denominada “Desvio para
o Vermelho”, colocou um canarinho-belga dentro de uma gaiola. Essa mesma obra foi montada no
Instituto Inhotim, em Minas Gerais, no ano de 2010, mas em vez de um só canarinho, quatro aves que
se revezam entre si. Quando não estão em cena, elas são colocadas em um viveiro e alimentadas com
2
SUZUKI, S., O. Artista não revela se deixou cão morrer de fome em instalação. In: G1, [S.l.]: 23 mar. 2008.
Disponível em: <.http://g1.globo.com/Noticias/PopArte/0,,MUL421044-7084,00-
ARTISTA+NAO+REVELA+SE+DEIXOU+CAO+MORRER+DE+FOME+EM+INSTALACAO.html>. Acesso
em: 05 ago. 2012.
3
Ibidem
4
MOLINARI, F. 29ª BSP – O uso de animais vivos em exposições por Vânia Rall. [S.l.]: 21 out., 2012.
Disponível em: <http://www.rodadamoda.com/post.php?id_post=388>. Acesso em: 31 jun. 2012
5
Ibidem
ração natural à base de betacaroteno para manterem a penugem na cor vermelha. Mas o nome de Cildo
Meireles é lembrado menos pelos canários que pela sua performance chamada “Tiradentes: Totem-
Monumento ao Preso Político”, de 1970, em que ele, em protesto contra a ditadura, realizou um ritual
de queima de dez galinhas vivas durante um evento de arte em Belo Horizonte.
A partir da leitura do capítulo anterior, foi possível verificar que os animais continuam
sendo utilizados em manifestações artísticas. Certamente quanto aos espetáculos circenses, já
se percebe uma tendência no Brasil no sentido de diminuir o número de circos que fazem uso
de animais, quer seja por uma mudança na mentalidade do público, quer seja pela ação das
associações e do ministério público em processos judiciais. Neste trabalho, porém, não nos
propomos a tratar do uso de animais em espetáculos circenses, tendo em vista já haver um
considerável número de artigos que tratam a respeito da temática, contudo, é importante
citarmos este tipo de manifestação artística, pois o fundamento jurídico levantado para
considerar legal ou ilegal o uso de animais em circos é idêntico às demais manifestações
artísticas. Assim sendo, ações judiciais cujas decisões proíbam o uso de animais em circos,
bem como iniciativas de projetos de lei com esta mesma finalidade, tornam-se importantes
precedentes para que o mesmo seja entendido às demais manifestações artísticas as quais se
utilizam de animais.
6
PIMENTEL, A. Galinhas da discórdia. In: Diário do Nordeste. Fortaleza: 08 mar.2008. Disponível em:
<http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=595041>. Acesso em 05 ago.2012.
todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e
apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.
Por outro lado, este mesmo diploma legal, no capítulo reservado ao Meio Ambiente, em seu
art. 225, § 1, VII, assim dispõe:
“Art. 225 – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações.
§ 1° – Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
(…)
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem
em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os
animais à crueldade.”
Dez anos após a Constituição Federal, temos a Lei de Crimes Ambientais (Lei federal
n° 9.605/1998), a qual tipifica como crime: “Art. 32 – Praticar ato de abuso, maus-tratos,
ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos.”
Conforto mental: é um estado, que sem dúvida está relacionado com a condição
física do animal, mas não apenas. É difícil saber o grau de satisfação do animal
(contentamento) com seu ambiente.Entretanto, a manifestação de certos
comportamentos se constitui em evidência do desconforto, inclusive mental.
Privação de estímulos ambientais (ambiente monótono, falta de substratos palha,
ramos, terra) leva à frustração que pode se refletir em comportamentos anômalos ou
estereótipos. Conforto físico implica o animal saudável e bom estado corporal.
Entretanto, os animais são "entidades" psicológicas. (Hurnik, 2000). O animal pode
estar em ótimas condições físicas e estar saudável e bem nutrido, mas sofrendo
mentalmente. (grifo nosso)
7
HALFUN, Mary; OLIVEIRA, Fabio Corrêa Souza de. Experimentação Animal: Por um tratamento Ético e
pelo Biodireito. In: Anais do XVIII Encontro Nacional do CONPEDI. Maringá: jul., 2009, p. 1240. Disponível
em: <http://www.conpedi.org.br/anais/36/12_1350.pdf >. Acesso em: 05 ago. 2012.
8
apud MACHADO FILHO, Luiz Carlos Pinheiro; HÖTZEL, Maria José. Bem estar dos suínos. In: 5ºSeminário
Internacional de Suinocultura. São Paulo: set. 2000, p. 72. Disponível em:
<http://docsagencia.cnptia.embrapa.br/suino/anais/anais0009_machado.pdf>. Acesso em: 05 ago. 2012.
Talvez a dificuldade em se comprovar o sofrimento de ordem psicológica nos animais
configure-se como um dos grandes entraves para a tipificação do crime de maus-tratos, aliado
ao antropocentrismo arraigado nos operadores do Direito e demais autoridades representantes
do poder público, tornando letra morta a legislação pátria, contribuindo assim, para a
perpetuação dos crimes contra animais.
Outro importante ponto que deve ser levantado na questão do uso de animais em
manifestações artísticas é: qual está sendo o papel da arte? Que tipo de mensagem está sendo
transmitida ao se utilizar animais em apresentações artísticas? Para o poeta britânico e crítico
literário Herbert Read9, a arte deveria ser a base de toda educação, pois está profundamente
envolvida no processo real de percepção, pensamento e ação corporal. Segundo ele, sem este
mecanismo, a civilização perde o seu equilíbrio e cai no caos espiritual e social. Segundo
GOLDBERG10 a arte e as humanidades como a sociologia, a filosofia e a história são
instâncias do conhecimento essenciais ao desenvolvimento de seres sensíveis, críticos,
questionadores e revolucionários. FRITJOF CAPRA também salienta a importância das artes para
a educação e compreensão diferenciada da realidade.
Não há praticamente nada mais eficaz que as artes (as artes visuais, a música, as
artes cênicas) para desenvolver e refinar a capacidade natural de uma criança de
reconhecer e expressar padrões. Assim, as artes podem ser um instrumento poderoso
para ensinar o pensamento sistêmico, além de reforçarem a dimensão emocional que
tem sido cada vez mais reconhecida como um componente essencial do processo de
aprendizagem.11
Desta forma, uma arte que “coisifique” a vida de um ser sensível, que lhe inflija
sofrimento, seja ele físico ou mental, certamente não estará colaborando em nada para a
evolução moral da sociedade humana. Felizmente, conforme MARTINS, aos poucos se
percebe uma mudança neste paradigma, pois a “[...] sociedade moderna há tempos vem
evoluindo, de modo que não mais aceitam o tratamento de animais não-humanos como se
meros objetos fossem.”12
9
READ, Herbert. A educação pela arte. São Paulo: Martins Fontes, 1958.
10
GOLBERG, Luciane Germano. Arte-Educação-Ambiental: o despertar da consciência estética e a formação
de um imaginário ambiental na perspectiva de uma ONG. 2004. 185 f. Tese (Mestrado em Educação
Ambiental) - Fundação Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, 2004. Disponível em:
<http://www.nema-rs.org.br/teses/arte_educacao.pdf>. Acesso em: 05 ago. 2012.
11
CAPRA, Fritjof. Alfabetização Ecológica: O Desafio para a Educação do Século 21. TRIGUEIRO, André
(Coord.). In: Meio Ambiente no século 21: 21 especialistas falam da questão ambiental nas suas áreas de
conhecimento. Rio de Janeiro: Sextante, 2003. p. 19-33.
12
MARTINS, Renata de Freitas. O respeitável público não quer mais animais em circos! In: Revista Brasileira
de Direito Dos Animais, Salvador: Instituto de Abolicionismo Animal,v.3, n.4, jan.;dez. 2008, p. 132.
Portanto, utilização de animais em espetáculos artísticos pode ser entendida como uma
prática ilegal além de antipedagógica, realizada sob o falso véu de manifestações artístico
culturais, devendo ser coibida com rigor pelo Poder Público e pela coletividade.
Percebe-se que na chamada Arte Contemporânea tornou-se cada vez mais comum a
prática de perturbação e de libertação através do uso do obsceno, da nudez, de excrementos,
de mutilações, da dor, do perigo e da possibilidade iminente da morte em experimentações
artísticas que envolvem tanto humanos como não-humanos, e desafiam os limites morais e
éticos.
Nota-se que, enquanto alguns artistas assumem que o seu discurso artístico objetiva
instituir uma nova crise na produção contemporânea e nos seus mercados, de forma a resgatar
o projeto estético na sua totalidade, outros aproveitam este mediatismo de choque tão somente
para serem reconhecidos no meio artístico. Assim sendo, somos colocados ao cuidado de uma
tênue ética dos artistas que resiste em não surgir, talvez em decorrência de considerarem que a
ética resulta normalmente numa proibição. Mas Carlos Vidal13 declara que a arte é política e
até pode ter limites, mas esses limites “morais” ou éticos, ou responsáveis devem ser
decididos a um nível individual e não num nível de aplicação universal porque resultaria na
castração do ato criativo e colocaria regras demasiadamente restritivas à produção artística
13
VIDAL, Carlos, Definição da Arte Política. Lisboa: Fenda, 1997.
14
KANT, I. Kritik der Urteilskraft. Frankfurt: Suhrkamp, 1995, p. 297.
15
HABERMAS, J. Modernidade – um projeto inacabado.São Paulo: Brasiliense, 1992, p. 119.
Dessa forma, encontra-se em Habermas a sustentação da ideia de que a experiência
estética (arte) não está dissociada das expectativas normativas (ética) e das interpretações
cognitivas (ciência), que tais campos se interpenetram e têm pretensões de validade próprias.
Neste início do séc. XXI, os valores que repousavam no senso comum e na estética
estão especialmente subvertidos, de forma que nos encontramos perante uma crise da
civilização humana – a crise da cultura onde “o ‘efeito de choque’ ganha sempre sobre as
considerações do conteúdo informacional.”16
Um experimento artístico tem a força e a energia vital para afetar não apenas o âmbito
estético, determinado e restringido pela existência humana, mas a totalidade do mundo
humano; de forma que quando se fala da esfera da arte, não se deve defini-la apenas como um
ponto de vista, uma abstração, ou uma formalidade parcial. Idealizar ou criar uma forma de
expressão artística significa provar as suas potencialidades de compreensão e de conduta, que
são também, a substância vital do lado ético. Quando se envia uma mensagem,
Seja de forma intencional ou não, todo ato artístico está condenado a possuir uma
finalidade e um propósito conceitual. Verifica-se que, após a superação da era das
16
VIRILO, P., The Information Bomb (Trad. Chris Turner). London: Verso, 2000, p. 143.
17
STEINER, G.. Presenças Reais (Trad. Miguel Serres Pereira). Lisboa: Editorial Presença, 1993, p. 134.
vanguardas, onde o collage ou o Ready-made foram dois dos mais importantes e controversos
procedimentos, vive-se num tempo de novas representações onde se oferecem fragmentos da
realidade diária, atos comuns ou privados, desejos e receios no espaço cabido à arte. Com
isso, a atenção dos artistas é colocada em terrenos desconhecidos até então: desde os campos
dos saberes filosóficos, onde se indaga a própria condição do conceito de arte (a sua
definição, a sua autonomia, etc.), até a procura de novos formatos técnicos de produção (a
instalação, a performance e a vídeo-arte, entre outros) ou, até mesmo, a indagação da
finalidade da arte, a condição humana, o pós-humano, a sociedade de informação, etc.
CONCLUSÕES
18
STEINER, G.. Presenças Reais (Trad. Miguel Serres Pereira). Lisboa: Editorial Presença, 1993, p. 131.
artistas entendem que questionamentos de ordem ética funcionariam como limitadores à sua
liberdade de expressão/criação, contudo, esta liberdade de expressão implica em respeito pelo
sujeito, seja ele um animal humano ou não-humano, pela sua dignidade, o que implica,
portanto, que uma intenção ética sempre estará presente no cerne da criação e expressão
artística. A apreensão da relação entre estética (arte) e ética (moral) abre espaço para o
reconhecimento de que a natureza humana é muito mais complexa do que se supunha
idealizadores das teorias estéticas e éticas. Dessa forma, o sujeito ético, ambição do projeto
filósófico moderno, se estabelece numa multiplicidade de experiências e numa receptividade
ao mundo e a todos os seres que nele habitam.
Outro ponto a ser observado é que a arte é um poderoso instrumento educativo, capaz de
transmitir o pensamento sistêmico e reforçar a dimensão emocional, por ser um importante
veículo sensibilizador. Assim sendo, utilizar animais em manifestações artísticas torna-se
antipedagógico, podendo colaborar com a ideia de “coisificação” da vida, com a
insensibilidade perante o sofrimento do outro, perpetuando, portanto, o paradigma
antropocêntrico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HALFUN, Mary; OLIVEIRA, Fabio Corrêa Souza de. Experimentação Animal: Por um
tratamento Ético e pelo Biodireito. In: Anais do XVIII Encontro Nacional do CONPEDI.
Maringá: jul., 2009. Disponível em: <http://www.conpedi.org.br/anais/36/12_1350.pdf >.
Acesso em: 05 ago. 2012.
MACHADO FILHO, Luiz Carlos Pinheiro; HÖTZEL, Maria José. Bem estar dos suínos. In:
5º Seminário Internacional de Suinocultura. São Paulo: set. 2000. Disponível em:
<http://docsagencia.cnptia.embrapa.br/suino/anais/anais0009_machado.pdf>. Acesso em: 05
ago. 2012.
MARTINS, Renata de Freitas. O respeitável público não quer mais animais em circos! In:
Revista Brasileira de Direito Dos Animais, Salvador: Instituto de Abolicionismo Animal, v.3,
n.4, jan./dez. 2008.
MOLINARI, F. 29ª BSP – O uso de animais vivos em exposições por Vânia Rall. [S.l.]: 21
out., 2012. Disponível em: <http://www.rodadamoda.com/post.php?id_post=388>. Acesso
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READ, Herbert. A educação pela arte. São Paulo: Martins Fontes, 1958.
STEINER, G.. Presenças Reais (Trad. Miguel Serres Pereira). Lisboa: Editorial Presença,
1993.
SUZUKI, S., O. Artista não revela se deixou cão morrer de fome em instalação. In: G1, [S.l.]:
23 mar. 2008. Disponível em: <.http://g1.globo.com/Noticias/PopArte/0,,MUL421044-
7084,00-
ARTISTA+NAO+REVELA+SE+DEIXOU+CAO+MORRER+DE+FOME+EM+INSTALA
CAO.html>. Acesso em: 05 ago. 2012.
VIRILO, P., The Information Bomb (Trad. Chris Turner). London: Verso, 2000.