32.33. Noções de Primeiros Socorrose Abordagem A Vítima

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32.

Noções de primeiros socorros

Primeiros-socorros são procedimentos de emergência que devem ser aplicados a


uma pessoa em perigo de morte, visando manter os sinais vitais e evitando o
agravamento, até que ela receba atendimento definitivo.
Definimos ainda como o primeiro atendimento realizado a uma pessoa que sofreu
algum trauma, lesão ou mal súbito.
Ou ainda como as primeiras providências tomadas no local do acidente. É um
atendimento inicial e temporário, até a chegada da equipe de socorristas.

Para que a vítima seja atendida com qualidade, questões como seriedade e respeito
devem sempre acompanhar o socorrista. Evite que a vítima seja exposta
desnecessariamente e mantenha em sigilo informações pessoais que ela revele
durante seu atendimento.
Um fator importante no atendimento em primeiros-socorros é o tempo, e este não
pode ser desprezado em hipótese alguma, pois este tempo perdido poderá ser o
diferencial entre a vida ou morte do paciente.

Sinais vitais
Os vitais são indicadores das funções vitais e podem orientar o diagnóstico inicial e
acompanhar a evolução do quadro clínico de uma vítima. São considerados também
como os sinais emitidos pelo nosso corpo de que suas funções vitais estão normais e
que qualquer alteração indica uma anormalidade.

Os sinais vitais são:


 1
 Pulso;
 2
 Respiração;
 3
 Pressão arterial;
 4
 Temperatura.
Pulso
É a ondulação exercida pela expansão das artérias seguida por uma contração do
coração. Nada mais é que a pressão exercida pelo sangue contra a parede arterial em
cada batimento cardíaco.
O pulso pode ser percebido sempre que uma artéria é comprimida contra um osso.
Os locais mais comuns para obtenção do pulso são nas artérias carótida, radial,
femoral e braquial.
Pode ainda ser verificado através da ausculta cardíaca com o auxílio de um
estetoscópio e denominamos pulso apical. Na verificação do pulso deve-se observar
a sua frequência, ritmo e volume.

Índice normais de pulso

Homem 60 a 70 bpm

Mulher
65 a 85 bpm
80 a 120 bpm
Criança
Bebê 100 a 160 bpm

Respiração
A respiração refere-se à entrada de oxigênio na inspiração e a eliminação de dióxido
de carbono através da expiração.
É a sucessão rítmica de movimentos de expansão e de retração pulmonar com a
finalidade de efetuar trocas gasosas entre a corrente sanguínea e o ar nos pulmões.
Para avaliar a respiração devemos verificar seu caráter, se ela é superficial ou
profunda, seu ritmo que pode ser regular ou irregular e por último sua frequência,
ou seja, a quantidade de movimentos respiratórios por minuto.
Índices normais de respiração

Homem 15 a 20 movimentos respiratórios por


minuto
Mulher 18 a 20 movimentos respiratórios por
minuto
20 a 25 movimentos respiratórios por
Criança
minuto
Lactente 30 a 40 movimentos respiratórios por
minuto

Outros fatores podem alterar os valores normais da respiração como exercícios


físicos, medicamentos, fatores emocionais, portanto, é importante que o socorrista
saiba reconhecer estas alterações.

São empregados termos específicos para definir as alterações dos padrões


respiratórios, tais como:

Eupneia
Respiração normal, com movimentos regulares, sem dificuldades.

Apneia
É a ausência de movimentos respiratórios.

Dispneia
Dificuldade na execução dos movimentos respiratórios.

Bradipneia
Diminuição da frequência respiratória.

Taquipneia
Aumento da frequência respiratória.
Pressão arterial
É a força exercida pelo sangue contra a parede interna das artérias quando esse é
impulsionado pela contração cardíaca. Pode variar de acordo com a idade do
paciente, devido ao aumento da atividade física, situações que levam ao stress e ao
medo e por alterações cardíacas.
A pressão arterial é influenciada pela força dos batimentos cardíacos e pelo volume
circulante.
A contração cardíaca é denominada sístole e o relaxamento do coração é
denominado diástole. A pressão sistólica é a pressão máxima do coração, enquanto a
pressão diastólica é a pressão mínima do coração.
São empregados termos específicos para definir alterações nos valores anormais da
pressão arterial, são eles:
 Hipertensão: aumento dos níveis da pressão arterial;
 2
 Hipotensão: redução dos níveis da pressão arterial;
 3
 Normotenso: são os parâmetros normais da pressão arterial.

Valor normal da pressão arterial

85/60 mmHg
4 anos
95 x 62 mmHg
6 anos
108 x 67 mmHg
12 anos
Adulto 120 x 80 mmHg
Temperatura
É o nível de calor que chega a um determinado corpo, ou seja, é a diferença entre o
calor perdido e o calor produzido pelo organismo. É influenciada por meios físicos e
químicos e seu controle é realizado por meio da estimulação do sistema nervoso
central.
A temperatura corporal reflete o balanceamento entre o calor produzido e o calor
perdido pelo corpo e pode ser verificada nas regiões axilar, oral e retal.
É medida por meio do termômetro clínico e possui uma graduação que varia de 34ºC
a 42ºC, sendo que raramente o ser humano sobrevive com sua temperatura acima
ou abaixo destes parâmetros.

Pontos de aferição Adulto Criança


Oral 37ºC 37,4ºC
Retal 37,5ºC 37,8ºC
36,7ºC
Axilar 37,2ºC

Variações de 0,3ºC a 0,6ºC da temperatura são consideradas normais e pode se elevar


em situações como:

 Infecção;
 2
 Medo;
 3
 Ansiedade.

São causas da diminuição da temperatura corporal:

 Exposição ao frio.
 2
 Estado de choque.
 3
 Hemorragias.
São empregados termos específicos para definir alterações nos valores anormais da
temperatura, são eles:
 1
 Afebril: temperatura corporal normal.
 2
 Hipotermia: temperatura corporal abaixo do normal.
 3
 Hipertermia: temperatura corporal acima do normal.

33. Abordagem inicial a vítima

Antes de realizar qualquer atendimento ou procedimento direto com a vítima,


devemos obedecer a uma sequência padronizada para determinar a extensão das
lesões que possam causar riscos de vida ao paciente.
Com esta medida podemos corrigir imediatamente os agravos que esta vítima
eventualmente possa ter, e assim executar ações de suporte básico de vida.
A vítima deve ser examinada sumariamente para que as prioridades no tratamento
sejam estabelecidas imediatamente, com base nas lesões sofridas e na estabilidade
de seus sinais vitais.
Ao chegar ao local onde está a vítima, o socorrista deverá avaliar as condições de
segurança do local, a segurança para o próprio socorrista e por fim, a segurança da
vítima.
Simultaneamente verifique a cena do acidente e busque informações sugestivas do
mecanismo de lesão. Aproxime-se da vítima, identifique-se e imobilize a sua cabeça
com uma das mãos de forma que está pessoa não consiga movimentar seu pescoço.
Com isto você estará iniciando o exame primário.

Avaliação da cena
A primeira atitude a ser tomada no local do acidente é a avaliação dos riscos que
possam colocar em perigo a pessoa prestadora dos primeiros-socorros. Se houver
algum perigo em potencial, deve-se aguardar a chegada do socorro especializado.
Nesse período verificam-se também as prováveis causas do acidente, o número de
vítimas, a provável gravidade de suas lesões e outras informações que possam ser
úteis para a notificação do acidente.
É imprescindível a utilização de equipamentos de proteção individual como
máscaras, luvas, óculos no atendimento a vítima.
Outro ponto importante é solicitar o auxílio de profissionais espe cializados como:
 Corpo de Bombeiros (193);
 SAMU (192);
 Polícia Militar (190).

CABD primário
Circulation: Faça compressões torácica.
Airway: Abra a via área.
Breathing: Realize ventilação com pressão positiva.
Desfibrillation: Choque fv-tv sem pulso.

Ao realizarmos o CABD primário, a abordagem deve ser realizada, conforme


sequência apresentada abaixo:
 Circulation (se você é profissional da saúde: confirme a ausência de pulso;
realize compressões torácicas; se você é leigo: se a vítima não está respirando
ou estiver apenas com gasping (respiração anormal): realize compressões
torácicas).
 2
 Airway (Avalie consciência; abra vias aéreas).
 3
 Breathing (verifique a respiração; ventile o paciente).
 4
 Defibrillation (desfibrile FV/TV sem pulso).
C – Verifique pulsos centrais (carotídeo e femoral) e braquial em lactentes.
C – Inicie compressões torácicas na ausência de pulso ou respiração anormal. 30
compressões.
C – Verifique pulsos centrais (carotídeo e femoral) e braquial em lactentes.
C – Inicie compressões torácicas na ausência de pulso ou respiração anormal. 30
compressões.
Avaliar a responsividade/consciência: Esta avaliação deve ser realizada por estímulo
verbal e táctil. Verifique se a vítima que não responde se não está respirando ou
estiver apenas com gasping (respiração anormal).
Circulation: (pulso e compressões torácicas) Segundo Vinagre (2002), desde 1968,
quando foram publicadas as normas estabelecidas na primeira conferência sobre
reanimação cardiorrespiratória realizada no ano de 1966, a verificação de pulso
periférico para a determinação da presença de circulação é o ponto chave da
determinação da existência ou não de batimentos cardíacos.
Profissionais de saúde devem pesquisar o pulso em artérias centrais, como carótida e
femoral, em lactentes utiliza-se a palpação da artéria braquial.
Na ausência de pulso deve ser iniciada a compressão torácica externa – CTE, ou seja,
uma série ritmada de compressões da metade inferior do esterno, mais
precisamente, sobre o terço inferior do mesmo.
Estas compressões promovem a circulação sanguínea por aumento da pressão
intratorácica ou pela compressão direta do coração. A circulação do sangue pelos
pulmões associada à ventilação adequada promove oxigenação satisfatória para o
cérebro e outros órgãos vitais.
Taxa de compressão torácica mínima de 100 por minuto proporciona uma circulação
muito satisfatória durante as manobras de reanimação. É muito importante observar
que a taxa de compressão torácica refere-se à velocidade de compressões e não ao
número de compressões realizadas em um minuto.
A proporção de 30 compressões para duas ventilações é recomendada atualmente
até que as vias aéreas estejam “protegidas” por meio da intubação traqueal.
Após o paciente ter sido intubado não há necessidade de manutenção do
sincronismo entre massagem e ventilação, porém deve-se tentar manter uma taxa
de compressão de 100 por minuto e 12 a 20 ventilações por minuto (adultos e
crianças).

A sequência está apresentada a seguir:


Adulto- O esterno é comprimido aproximadamente de 1 a 2 polegadas
(aproximadamente de 4 a 5 cm). As compressões são feitas na frequência de 100 por
minuto. A cada 2 minutos alternam-se os profissionais que aplicam a massagem
cardíaca, momento em que se pode realizar a verificação do pulso carotídeo.

Crianças menores de 8 anos- Usa-se uma só mão na compressão esternal, cerca de


2 polegadas (5 cm). A relação será de 30:2 com um socorrista e 15:2 com dois
socorristas.

Lactantes- A compressão é realizada no terço médio do esterno. Três dedos


são aplicados sobre o esterno abaixo da linha intermamária. Retira-se o dedo
superior (proximal à linha), sendo as compressões torácicas realizadas com os
dedos restantes, mantendo uma frequência de 100/min, cerca de uma
polegada (4 cm) guardando a relação compressão/ventilação de 30:2 com um
socorrista e 15:2 com dois socorristas.
O posicionamento adequado das mãos e dos braços na massagem cardíaca é
fundamental para a massagem de qualidade. Uma sequência simples e prática para
obter-se êxito neste posicionamento são apresentadas a seguir:

▫ Localizar o apêndice xifoide;


▫ 2
▫ Palpar o apêndice xifoide com o dedo anular e marcar a posição de dois dedos
acima do apêndice xifoide, utilizando os dedos, indicador e médio;
▫ 3
▫ Alinhar o eixo da região hipotenar de uma das mãos sobre o eixo do esterno,
apoiando a outra mão sobre a primeira, também alinhando o seu eixo sobre a
mão de baixo;
▫ 4
▫ Os dedos podem estar estendidos ou entrelaçados (os dedos entrelaçados
ficarão mais desconfortáveis ao longo de algum tempo).
Pontos importantes devem ser observados, tais como:
 A ótima compressão do esterno normalmente é identificada quando existe a
palpação de pulso carotídeo ou femoral;
 2
 O retorno do tórax para sua posição inicial deve ser gradual, sem que o tórax
seja solto de forma abrupta;
 3
 Em nenhuma hipótese as mãos devem ser retiradas da posição entre as
massagens; mas é muito importante que seja permitido ao tórax retornar ao
seu ponto de partida antes da compressão, não devendo ser mantido sob
pressão;
 4
 Na impossibilidade da ventilação (ausência de materiais de proteção), realizar
somente as compressões cardíacas externas.

Liberação de vias aéreas


Inspecione a boca e certifique-se que não existe nenhuma obstrução por prótese,
vômito, sangue e outros. Se presentes retirar o corpo estranho com dedos enluvados
ou aspirando aos líquidos;
Na ausência de suspeita de trauma (vítimas clínicas) realize a manobra de
hiperextensão do pescoço, de maneira que a base da língua não obstrua a parte
superior da traqueia. Ao suspeitar de eventos traumáticos, realize manobras de
elevação da mandíbula ou tração do mento.

Manobra de hiperextensão do pescoço.

Manobra de tração do mento (Vítimas traumatizadas)


Manobra de elevação da mandíbula.

Ver, ouvir e sentir.

Na elevação da mandíbula, o socorrista permanece de pé ou de joelhos junto à


cabeça do paciente e agarra os arcos da mandíbula com as pontas dos dedos,
enquanto as mãos são colocadas nos lados da face do paciente. A mandíbula é
levantada para frente. A posição dos cotovelos na maca ou na prancha deve ser a
mais confortável possível para o socorrista.
Ao reconhecer a apneia realize 2 (duas) ventilações de resgate – boca a boca, boca a
máscara, boca a nariz, boca a estoma ou bolsa-valva-máscara. Essas ventilações
devem ter duração de 2 a 4 segundos, e um intervalo de 1 a 2 segundos, entre uma
ventilação e outra, permitindo assim a expiração.
Em ventilações muito rápidas, o ar provavelmente será direcionado ao estômago,
podendo ocasionar distensão gástrica, regurgitação e aspiração. Recomenda-se
aplicar fluxos inspiratórios lentos, evitando atingir a pressão de abertura do esôfago
(cerca de 20 cmH2O).
Se possível a cânula orofaríngea deve ser utilizada neste momento.
Em pacientes que apresentam apenas parada respiratória, em que a massagem
cardíaca não está sendo realizada, a ventilação deve ser feita de dez a doze vezes por
minuto (1 ventilação a cada 5 segundos - adulto, a cada 4 segundos em crianças
maiores de 8 anos e a cada 3 segundos em lactentes), verificando-se a cada dois ou
três minutos se o paciente continua apresentando sinais de circulação.

Ventilação boca a máscara


O profissional de emergência deve sempre ter alguma forma de dispositivo de barreira
para ventilação. Máscaras faciais de bolso, de preferência com uma válvula de via única,
a uma proporção de uma máscara por leito, devem estar disseminadas em todas as
áreas hospitalares.
Elas podem ser fixadas na parede próximo à cabeceira do leito. Devem também estar
disponíveis em todos os carrinhos de parada.

Técnica cefálica: Usada quando se dispõem de mais de um socorrista para o


atendimento; um deles se posiciona atrás da vítima, utilizando ambas as mãos para
proceder a ventilação, selando a máscara junto ao rosto da vítima, utilizando os
dedos indicador e polegar e, com os demais, procedendo a manobra de elevação da
mandíbula. Tal técnica também é conhecida como manobra do “C” e do “E” (pelo
fato de as mãos do socorrista simbolizarem o formato destas letras).

Técnica lateral: Utilizada quando se dispõe apenas de um socorrista; este se


posiciona ao lado da vítima e, utilizando os dedos indicador e polegar de uma das
mãos, comprime a máscara junto ao rosto da vítima, enquanto mantém a elevação
da mandíbula com a outra mão.
Ventilação Boca a Nariz
Quando não é possível realizar a respiração boca a boca (trismo ou lacerações de
boca), a ventilação pode-se fazer possível por exalação direta do ar sobre as narinas
da vítima. Em função da maior resistência à passagem de ar pela hipofaringe, as
insuflações são mais longas e as pressões aplicadas maiores.

Ventilação Boca a Estoma


Na presença de Traqueostomia, a ventilação necessariamente deverá ser aplicada
sobre o estoma. (parte onde está a incisão da traqueo).

Ventilação bolsa-valva-máscara
A despeito de menor volume corrente, se comparada à ventilação boca a boca, as
unidades bolsa-valva-máscara passaram a ser recomendadas, até mesmo no suporte
básico, pela possibilidade de enriquecimento da oferta de oxigênio e menor risco de
transmissão de doenças infectocontagiosas.
Segundo Guimarães (2005), as unidades bolsa-valva-máscara ideais são as que
preenchem as seguintes características:
 Ter bolsa reservatório ao seu final para permitir adequada oferta de
02(próximo a 100% com fluxo de 02 de 10 a 15 L/minutos);
 2
 A bolsa deve ser transparente e permitir adequada higienização;
 3
 Ter válvula redutora de pressão (popoff);
 4
 Tamanho adequado ao paciente;
 5
 Ter máscara transparente e com balonete (cuff de máscara) que permita
ajustá-la à face do paciente.

Defibrillation (desfibrilação FV/TV sem pulso)


A desfibrilação elétrica é a terapia mais simples e mais importante para o tratamento
destes pacientes. Os estudos em ressuscitação sempre deram grande destaque à
desfibrilação precoce. Existem maiores chances de sobrevivência quando o intervalo
entre o início da FV e a administração do primeiro choque é o mais breve possível
(KLOECK et al., 1998).
Segundo Guimarães (2005) a desfibrilação é um procedimento de emergência e
consiste na aplicação de uma descarga elétrica não sincronizada no tórax.

 Manuais: Desfibriladores acoplados a monitores de eletrocardiograma, ou


convencionais, em que o socorrista deve analisar o ritmo, selecionar a carga e
deflagrar o disparo.
 2
 Semiautomáticos que analisam o ritmo cardíaco e indicam ao socorrista a
necessidade ou não de descarga de desfibrilação, preparam a corrente e o
socorrista libera o choque.
 3
 Automáticos, que analisam o ritmo cardíaco indica a necessidade de descarga
e deflagram após aviso.
 Bifásicos – adultos: 200J
 Monofásicos – adultos: 360J

Estes aparelhos são desfibriladores de corrente contínua, monofásicos ou bifásicos.


O impulso elétrico (com intensidade selecionada) é gerado pela descarga de um
condensador (atingindo-se a carga preestabelecida, percebendo-se um sinal
luminoso e/ou acústico).

Alguns aspectos técnicos são apresentados a seguir:


Áreas das pás: adultos 8,5 a 12 cm2; 8 cm2 para crianças e 4,5 cm2 para lactentes.
Local de aplicação das pás: infraclavicular e paraesternal à direita e no ápex à
esquerda do mamilo.
Local para portadores de marca-passo definitivo ou desfibrilador automático: ápex
esquerdo e região interescapulovertebral.

Aplicação de pastas condutoras


Para diminuição da impedância torácica deve-se aplicar pastas condutoras (gel para
eletrocardiógrafo e desfibrilador), não sendo recomendado uso de gel para
ultrassom e lidocaína gel. Não deve existir excesso de gel, evitando assim criação de
um circuito alternativo de condução, caso os géis das duas pás entrem em contato
(ponte de gel). Evitar não “esfregar as pás entre si” pelo risco de dano ao aparelho.

Segurança no procedimento
Desligar fontes de oxigênio no momento do disparo e visualizar o contato de
qualquer membro da equipe com o paciente, solicitando seu afastamento.
Os desfibriladores convencionais devem ser realizados os seguintes
procedimentos:
o Aplicar o creme ou a pasta condutora nos eletrodos;
o 2
o Ligar o desfibrilador. Assegurar-se que o sincronizador está desligado;
o 3
o Selecionar o nível de energia (360J- monofásico, 200J – bifásico);
o 4
o Carregar o condensador. O indicador para a carga completa pode ser uma luz
ou um som, ou ambos;
o 5
o Colocar os eletrodos no tórax. Assegurar-se de que não haja ponte entre os
mesmos quando se usar creme, pasta ou solução salina. Assegurar-se de que
não há contato físico entre o paciente e os ajudantes. É necessário verbalizar
(dizendo em voz forte: afaste-se!) e visualizar (observar o paciente desde a
cabeça até os pés) antes de proceder à descarga.
o 6
o Mantendo a pressão adequada de 10 kg sobre os eletrodos, acionar os botões
de descarga em ambos os eletrodos; ou então, a descarga pode ser procedida
diretamente na unidade por um auxiliar.
o 7
o Mantendo a ausência de pulso, inicie as compressões e ventilações 30:2,
imediatamente após a desfibrilação, mantendo por 2 minutos. Em seguida,
cheque a tela do monitor. Na certeza de permanência de FV/TV recarregue o
desfibrilador, proceda a nova desfibrilação, seguida de compressão/ventilação
(2 minutos), utilizando carga de 360J, e assim sucessivamente.

Em relação aos desfibriladores automáticos externos, seguir as seguintes


recomendações.

PASSOS BÁSICOS:
o Ligue o aparelho.
o 2
o Conexão: conecte-o ao paciente.
o 3
o Análise: coloque no modo de “análise”.
o 4
o Choque: pressione o botão de choque.

EXECUÇÃO:
o Ligue o aparelho.
o 2
o Abra os adesivos do desfibrilador.
o 3
o Conecte os cabos do desfibrilador aos adesivos.
o 4
o Exponha a superfície adesiva.
o 5
o Conecte os adesivos (borda esternal superior direita e apex cardíaco).
o 6
o Anuncie aos membros da equipe, “Analisando o ritmo, fiquem afastados!
(certifique-se de que não há movimento do paciente e que ninguém está em
contato com o paciente).
o 7
o Pressione o botão “análise.
o 8
o Se FV/TV estiver presente, o aparelho irá carregar para 360J e assinalar que
um choque está indicado).
o 9
o Anuncie, “Choque está indicado, fiquem afastados”.
o 10
o Verifique se ninguém está tocando o paciente.
o 11
o Pressione o botão choque “quando sinalizado”.
o 12
o Repita estes passos até que FV/TV não esteja mais presente. O aparelho irá
assinalar “nenhum choque indicado”.

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