Funcoes Cognitivas
Funcoes Cognitivas
Funcoes Cognitivas
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
COGNIÇÃO E INTELIGÊNCIA.................................................................................................................. 9
CAPÍTULO 1
COGNIÇÃO E INTELIGÊNCIA................................................................................................... 10
UNIDADE II
ATENÇÃO E FUNÇÕES EXECUTIVAS....................................................................................................... 22
CAPÍTULO 1
ATENÇÃO............................................................................................................................... 23
CAPÍTULO 2
FUNÇÕES EXECUTIVAS............................................................................................................ 29
UNIDADE III
MEMÓRIA E FUNÇÕES PERCEPTO-GNÓSICAS E PRÁXICAS.................................................................... 39
CAPÍTULO 1
MEMÓRIA............................................................................................................................... 40
CAPÍTULO 2
FUNÇÕES PERCEPTO-GNÓSICAS E PRÁXICAS ......................................................................... 48
UNIDADE IV
LINGUAGEM E EMOÇÃO...................................................................................................................... 56
CAPÍTULO 1
LINGUAGEM........................................................................................................................... 57
CAPÍTULO 2
EMOÇÃO............................................................................................................................... 64
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 78
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
Nesta disciplina iremos aprender sobre as funções cognitivas, ou seja, compreenderemos
como todas aquelas estruturas, áreas e regiões cerebrais funcionam na prática,
relacionando-as com o nosso comportamento. O conhecimento sobre as funções
cognitivas pode ser considerado um importante ponto de partida tanto para a
compreensão de desordens neurológicas que acometem o ser humano, afetando as
diversas áreas da sua vida, como para compreender como funciona a sua cognição e as
habilidades que esta envolve. Do ponto de vista neurocientífico, as funções cognitivas
incluem todos os processos mentais utilizados pelo ser humano no ato de perceber,
interpretar, aprender, associar e pensar sobre os estímulos externos (captados através
dos cinco sentidos) e os internos (emoções e sensações corporais).
Nesta disciplina serão apresentados o conceito, a descrição e o lado prático das funções
cognitivas que são primordiais ao estudo em Neuropsicologia: a inteligência, a atenção,
as funções executivas, a memória, a linguagem, a emoção e as funções percepto-gnósicas
e práxicas. Esperamos que continuem se dedicando e tirando o máximo de proveito dos
nossos conteúdos!
Bons estudos!
Objetivos
›› Conhecer as funções cognitivas mais relevantes para a Neuropsicologia.
7
8
COGNIÇÃO E UNIDADE I
INTELIGÊNCIA
Introdução
Nesta unidade abordaremos o significado de cognição e conheceremos os conceitos
de inteligência que foram resultado de estudos da Psicometria através da história,
até chegar ao conceito atual, adotado pela Neuropsicologia. Ainda dentro do tema
“Inteligência”, aprenderemos sobre as suas três dimensões e as habilidades específicas
que cada uma envolve.
Ao final desta unidade, o aluno será capaz de: compreender o sentido da classificação
que dá nome a esta disciplina (Funções Cognitivas); conhecer o conceito de inteligência
utilizado em Neuropsicologia atualmente; identificar as habilidades cognitivas
e comportamentais que estão relacionadas com a inteligência e, compreender a
complexidade e multidimensionalidade desta função.
Objetivos
»» Compreender o sentido da classificação “Funções Cognitivas”.
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CAPÍTULO 1
Cognição e Inteligência
Cognição
Para falar de Funções Cognitivas e entender melhor do que este tema se trata, nada
melhor do que começar compreendendo o significado da palavra “cognição”.
Dentro da área da saúde, a palavra “cognição” pode ser entendida de modos diferentes
conforme a ciência que a estuda. Do ponto de vista da Psicologia Cognitiva, esse termo é
utilizado para se referir aos processos do pensamento, ou seja, às nossas “falas internas”
e imagens que formamos na nossa mente. Já do ponto de vista das Neurociências em
geral, incluindo a Neuropsicologia, a palavra “cognição” envolve mais do que apenas
o pensamento, envolve todo o conjunto de processos realizados pela mente enquanto
ela está em atividade como, por exemplo, a percepção, a atenção, a associação, a
memória, o raciocínio, o planejamento, a linguagem, a imaginação etc. Em outras
palavras, podemos dizer que, cognição, em Neurociências, é o ato do cérebro perceber,
interpretar, aprender, associar e pensar sobre os estímulos externos, captadas através
dos cinco sentidos e, também, os internos (emoções e sensações corporais).
Figura 1. Cognação
Fonte: <https://www.linkedin.com/pulse/interação-entre-cognição-afetividade-e-motricidade-na-prof-moises>.
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COGNIÇÃO E INTELIGÊNCIA │ UNIDADE I
assunto você entenderá melhor agora que iremos estudar as funções cognitivas mais
importantes para a Neuropsicologia, a começar pela inteligência.
Inteligência
Neste curso, nós vamos dar ênfase à compreensão da inteligência gerada pela
Psicometria, que é a área da Psicologia que, desde o seu surgimento (entre os séculos
XIX e XX), dedica-se a mensurar, identificar e descrever a inteligência e outros aspectos
da mente humana. O modelo de inteligência que nós vamos apresentar é o mais atual e
cientificamente aceito dentro da Neuropsicologia, hoje. Mas, para entendermos como
se chegou a tal conceito, precisamos conhecer as teorias que o antecederam. Por isso,
antes de apresentarmos o modelo atual de inteligência, vamos começar revisitando
algumas das principais teorias pregressas.
Fonte: <http://theoriesofintelligence.weebly.com/spearman.html>
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UNIDADE I │ COGNIÇÃO E INTELIGÊNCIA
mas usados apenas para desempenhar habilidades específicas. Por este motivo, a sua
teoria foi chamada de “Teoria Bifatorial”.
Fonte: Autora
Veja exemplos:
Um cego que aprendeu a ler em braile, ou um mudo que aprendeu a linguagem gestual,
são exemplos do fator g, pois é uma atividade comum entre os homens, que desenvolvem
todos os outros fatores S, ou seja, todas as outras atividades intelectuais específicas
Fonte: <https://en.wikipedia.org/wiki/Raymond_Cattell>
Outro teórico importante para a construção do modelo mais atual de inteligência foi
Raymond B. Cattell. Psicólogo e aluno de Charles Spearman, ele lançou a sua teoria
entre os anos de 1941 e 1971. Em seu modelo, ele propôs uma divisão no fator geral da
inteligência. Considerou que o “fator g” poderia ser dividido em dois componentes:
inteligência fluida e inteligência cristalizada e chamou esses novos componentes de Gf
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COGNIÇÃO E INTELIGÊNCIA │ UNIDADE I
Fonte: Autora
Fonte: <http://dornsife.usc.edu/news/stories/207/usc-psychology-professor-john-horn-dies>.
Para aprimorar a teoria de Cattell, surge o seu aluno Jonh Horn (1991), que propõe
a divisão da inteligência em mais subfatores além de Gf e Gc. Ele acrescenta: o
processamento cognitivo visual (Gv), a velocidade de processamento cognitivo (Gs), a
velocidade de tomada de decisão (CDS), o conhecimento quantitativo (Gq), a memória
de curto prazo (Gsm), e a aquisição e recuperação da memória de longo prazo (Glr),
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UNIDADE I │ COGNIÇÃO E INTELIGÊNCIA
cujos conceitos nós vamos aprender mais adiante. (LAROS; VALENTINI; GOMES;
ANDRADE, 2014).
Para complementar e organizar os estudos de Horn, surge Carroll que, em 1993, lança
um estudo englobando todos os citados anteriormente. Ele cria a “Teoria dos 3 extratos”,
um modelo sintetizador e integrador, que estrutura a inteligência em 3 níveis, cada um
composto por fatores específicos. (ANDRÉS-PUEYO, 2006). Este foi o último modelo
a contribuir com a construção do mais atual da Psicometria, que nós vamos aprender
agora.
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COGNIÇÃO E INTELIGÊNCIA │ UNIDADE I
Fonte: Autora
Na Figura 9, vocês poderão entender quais são esses níveis e que habilidades eles
compreendem:
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UNIDADE I │ COGNIÇÃO E INTELIGÊNCIA
Agora que vocês já viram como a Teoria CHC se organiza, vamos às definições dos
níveis e habilidades específicas que ela compreende:
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COGNIÇÃO E INTELIGÊNCIA │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ COGNIÇÃO E INTELIGÊNCIA
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COGNIÇÃO E INTELIGÊNCIA │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ COGNIÇÃO E INTELIGÊNCIA
Um dado importante, que não podemos deixar de elucidar a respeito desse tema, é
que as habilidades intelectuais de uma pessoa não são estáticas, elas se desenvolvem
na medida em que são estimuladas, respeitando-se as potencialidades inscritas na
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COGNIÇÃO E INTELIGÊNCIA │ UNIDADE I
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ATENÇÃO
E FUNÇÕES UNIDADE II
EXECUTIVAS
Introdução
Chegamos à Unidade II da disciplina Funções Cognitivas. Nesta segunda parte,
entenderemos o que é a atenção e quais são as suas 5 subdivisões, além de sermos
introduzidos a um conjunto de funções primordiais para nossa vida acadêmica,
profissional e social: as funções executivas.
Ao final desta unidade, o aluno será capaz de: compreender o conceito de atenção e
seus 5 tipos; entender o que são funções executivas, as suas habilidades principais e
algumas secundárias e identificar as habilidades cognitivas e comportamentais que
estão relacionadas com estas duas funções. Ao final da descrição de cada função haverá
uma tabela de etapas do desenvolvimento, mostrando como se dá processo de aquisição
cada uma delas.
Objetivos
»» Compreender o conceito de atenção e seus 5 tipos.
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CAPÍTULO 1
Atenção
Uma forma simples de compreender a função da atenção é fazendo uma analogia com
a porta de entrada de uma casa. Assim como a porta, a atenção pode estar “aberta”,
permitindo que o que quer que seja “entre” na nossa consciência ou “fechada” de forma
à impedir esta entrada.
É a partir da atenção que se inicia a maior parte das atividades dentro do cérebro.
Como seria possível aprender, fazer associações, interpretar, filtrar as informações,
tomar decisões, guiar o próprio comportamento não fosse pela atenção? Por isso, ela
é tão importante do ponto de vista neuropsicológico e é considerada a base dos nossos
processos mentais.
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UNIDADE II │ ATENÇÃO E FUNÇÕES EXECUTIVAS
por características dos estímulos ao redor, que atraem um ou mais dos nossos sentidos,
ela não depende do nosso controle consciente e ocorre, por exemplo, diante de estímulos
inesperados no ambiente (barulhos, cores intensas, novidades, incongruências etc...)
(LIMA, 2005).
Fonte: https://stopescuta.wordpress.com/2009/12/04/disturbio-do-deficit-de-atencao-sem-hiperatividade-adhd-i-or-adhd-pi-e-
um-dos-tres-subtipos-de-transtorno-de-deficit-de-atencao-e-hiperatividade-tdah/
É importante salientar que, a atenção, a depender do objeto ao qual ela se dirige, pode
envolver os diferentes órgãos dos sentidos (visual, auditivo, tátil, olfativo e palatativo).
Outra subdivisão da atenção, diz respeito à maneira como ela é operacionalizada. Esta
envolve as seguintes categorais:
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ATENÇÃO E FUNÇÕES EXECUTIVAS │ UNIDADE II
Fonte: <http://www.npr.org/2010/11/23/131545319/go-wild-birds-bats-share-in-cocktail-party-effect>
Figura 12. Exemplo de atenção concentrada: quando se está fazendo uma prova
Fonte: <http://www.folhavitoria.com.br/geral/noticia/2015/09/fies-deve-manter-criacao-de-vagas-em-2016-com-regras.html>
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UNIDADE II │ ATENÇÃO E FUNÇÕES EXECUTIVAS
Fonte: <https://servicos.oi.com.br/educacao/educa/>
Figura 4. Exemplo de atenção dividida: falar ao telefone enquanto se passa roupa e fuma (OBS.: mas somente se
Fonte: <https://www.shutterstock.com/pt/download/confirm/63695095?size=medium_jpg>.
Além destas subdivisões, quando o assunto é atenção, é importante saber que existem
vários fatores capazes de interferir em sua modulação. Dentre eles, podemos citar: a
motivação, o sono, a fome, a dor, a sede, a vontade de fazer as necessidades fisiológicas,
entre outros... Para saber como estes fatores interferem, basta se imaginar em uma
aula estando apertado para fazer xixi, ou com fome, ou com sono ou com dor. Você
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ATENÇÃO E FUNÇÕES EXECUTIVAS │ UNIDADE II
conseguirá prestar atenção na professora em alguma destas condições? Pode até ser
que consiga, se a aula for bastante motivante, mas e se não for? Por isso, este fatores
são considerando moduladores para a atenção, sendo a motivação um dos mais fortes
de todos (ARRUDA, 2014).
Um erro bastante comum cometido por pais de crianças com Transtorno do Déficit de
Atenção e Hiperatividade (TDAH), é achar que o filho não tem este transtorno porque
ele só não presta atenção quando está em sala de aula, quando está em casa, consegue
ficar horas a fio jogando videogame. Isto acontece porque, para essas crianças, o
videogame é tão motivante que é capaz de prender a atenção delas, mesmo elas tendo
um distúrbio nesta área. Se as aulas da escola fossem igualmente motivantes, essas
crianças provavelmente teriam um desempenho melhor de sua atenção (ARRUDA,
2014). Isso acontece porque as regiões ligadas ao prazer no cérebro, são ativadas
e conseguem dar uma “reforçada” na região da atenção que é ligada a ela. O fato de
uma criança conseguir ficar concentrada em uma determinada atividade não exclui o
diagnóstico de TDAH, que nós estudaremos na próxima disciplina.
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UNIDADE II │ ATENÇÃO E FUNÇÕES EXECUTIVAS
funções cognitivas acontece por etapas. É por isso que a criança só vai andar e falar
suas primeiras palavras a partir de 1 ano de vida, comer sozinha a partir dos 11 meses,
formar frases a partir dos 2 anos e assim por diante...
Idade
1 - 2 anos »» Conseguem focalizar em objeto visualmente, em sons e em toque;
»» Predomina a atenção involuntária (objetos novos, cores...);
»» Pára momentâneamente para focalizar em um único objeto, durante brincadeira exploratória.
3 anos »» Focalizar a atenção por pelo menos 5 minutos em uma única atividade lúdica (exceto TV e computador).
4 – 5 anos »» Começa a conseguir eliminar a influência de fatores irrelevantes/distratores;
»» Focaliza a atenção por pelo menos 10 minutos em única atividade lúdica (exceto TV e computador).
A partir dos 6 anos »» Comportamento seletivo organizado, com a participação da linguagem.
(Miranda, 2014)
ACESSE: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psipesq/v7n2/09.pdf
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CAPÍTULO 2
Funções Executivas
Será que nós já paramos para pensar em que funções cognitivas podem estar por trás
de habilidades como, a tomada de decisões, a flexibilidade, o controle emocional, a
administração da rotina, o planejamento e a resolução de problemas? Serão essas
habilidades fruto somente da nossa inteligência? O que poderia estar por trás, por
exemplo, da nossa ação de planejar mentalmente por onde começar um sequencia de
tarefas, dando prioridade às mais urgentes, deixando para segundo plano as menos e
escolhendo a forma mais eficiente de realizar todas dentro do prazo estipulado?
-- Hoje eu tenho que pegar o documento no trabalho, fazer o jantar, visitar a minha vó, fazer mercado e pegar as crianças na escola. Acho que seria
melhor, começar fazendo o mercado, pois assim eu posso voltar pra casa, deixar o jantar pronto, sair de novo para fazer o restante das coisas e
quando eu voltar com as crianças, elas já vão ter o que comer. Diz Lorena para si mesma, após chegar de viagem, em sua casa.
Depois de ter programado tudo que iria fazer, Lorena pega o carro, já um pouco atrasada para o horario que havia planejado e, ao sair da garagem,
se depara com um caminhão de mudança fazendo uma manobra complicada e obstruindo toda a passagem. Passados 3 minutos de espera, Lorena
escolhe respirar fundo ao invés de ceder à tentação de buzinar, pois sabe que isso não iria fazer o caminhão andar mais rápido.
O texto acima ilustra exemplos de ações corriqueiras, onde colocamos em prática duas
de nossas funções executivas: o planejamento e a autoregulação emocional.
Segundo Robins (1996), citado por Malloy-Diniz et al (2012, p.93) “(…) embora apareçam
também em outros animais, estas funções atingiram o máximo do seu desenvolvimento
em nossa espécie.” Em relação aos aspectos neuroanatômicos, as funções executivas
ficam, de forma predominante, no nosso lobo frontal, mais especificamente, no córtex
pré-frontal, que é uma região especialmente desenvolvida no ser humano.
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UNIDADE II │ ATENÇÃO E FUNÇÕES EXECUTIVAS
Fontte: <http://neuropsicopedagogianasaladeaula.blogspot.com.br/2013/01/seu-cerebro-pode-fabricar-felicidade.html>
Fonte: <http://sparkofjewishexperience.com/2014/12/>.
Hoje ainda não existe um modelo teórico universal que explique quais são todas as
habilidades que fazem parte das F.E., mas estudos atuais confirmam a existência de 3
componentes principais (COSTA et al, 2016), são eles:
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ATENÇÃO E FUNÇÕES EXECUTIVAS │ UNIDADE II
Figura 16. Exemplo de uso do controle inibitório: ter vontade de comer doces e resistir
Fonte: <http://www.enciclopedia-crianca.com/funcoes-executivas>
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UNIDADE II │ ATENÇÃO E FUNÇÕES EXECUTIVAS
Figura 17. Exemplo de uso da memória operacional: numa aula de dança, ouvir o passo-a-passo de uma
Fonte: <https://animeheroes.wordpress.com/category/dorgas-manolo/page/6/>
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ATENÇÃO E FUNÇÕES EXECUTIVAS │ UNIDADE II
Figura 18. Exemplo de uso da flexibilidade: encontrar soluções alternativas para problemas do dia a dia como,
arrumar uma forma de colocar dois pratos para esquentar onde só cabe um e assim economizar tempo e
energia elétrica.
Fonte: <http://revistagalileu.globo.com/Life-Hacks/noticia/2014/07/19-hacks-para-deixar-sua-vida-na-cozinha-mais-pratica.
html>
Algumas das outras habilidades que emergem destas 3 principais e também são
consideradas funções executivas, são:
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UNIDADE II │ ATENÇÃO E FUNÇÕES EXECUTIVAS
Figura 19. Exemplo de uso da categorização: saber identificar, dentre estas figuras, todas aquelas que têm
Fonte: <https://geaeducadores.blogspot.com.br/2013/05/fwd-nueva-entrada-nueva-coleccion-de.html>
Figura 20. Exemplo de uso do planejamento e solução de problemas: munir-se de todas as provisões necessárias
Fonte: <http://www.viajandodebarraca.com.br/5-dicas-para-acampar-pela-primeira-vez/>
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ATENÇÃO E FUNÇÕES EXECUTIVAS │ UNIDADE II
Figura 21. Exemplo de tomada de decisão: escolher entre continuar na dieta para atingir a meta de
Fonte: <http://judgement.hyperphp.com/index.php/2015/10/13/o-que-comer-saudavel/?i=1>
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UNIDADE II │ ATENÇÃO E FUNÇÕES EXECUTIVAS
Figura 22. Exemplo de autorregulação emocional: controlar expressões de raiva que só trariam
Fonte: <http://pt.wikihow.com/Pensar-Antes-de-Falar>
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ATENÇÃO E FUNÇÕES EXECUTIVAS │ UNIDADE II
Fonte:http://www.consulting-house.eu/pt/ideias-interessantes/10-dicas-sobre-gestao-de-tempo/
Idade
Desenvolve a habilidade de lembrar que objetos não visíveis ainda estão lá (brinquedo escondido embaixo do pano).
7 - 9 meses
Aprende a colocar duas ações juntas numa sequencia (remover pano para pegar brinquedo).
Conseguem:
executar tarefas simples e planos com 2 etapas;
9 - 11 meses
integrar duas ações, como olhar pra um local e ir até ele;
inibir uma ação ao ver que há uma barreira impedindo.
Conseguem:
realizar atividades da vida diária, como: se alimentar, tomar banho, escovar os dentes e se trocar;
1 – 4 anos inibir, mas ainda de forma irregular, alguns comportamentos (Ex.: “não corra na rua”, “não coloque a o dedo na tomada”,
etc);
manter na mente duas regras (Ex.: vermelho vai aqui, azul vai lá) e agir com base nelas.
37
UNIDADE II │ ATENÇÃO E FUNÇÕES EXECUTIVAS
Conseguem:
realizar tarefas de 3 etapas (Ex.: “vá até o quarto, pegue o guarda-chuva e coloque na sacola”);
compreender que a aparência nem sempre é igual à realidade (Ex.: quando recebem uma esponja que é parecida com
uma pedra);
reduzir a perseveração (persistir em uma regra mesmo sabendo que a regra mudou);
4 – 5 anos
flexibilizar regras (Ex.: ordenar cartões coloridos por formato ao invés de cor);
demorar mais para comer o doce que está em sua mão;
entre 2 e 5 anos: alternar regras de acordo com o contexto (Ex.: tira os sapatos em casa, os mantém na escola e coloca
botas quando está chovendo);
organizar o quarto e arrumar a cama (pode necessitar ser lembrado).
Conseguem:
realizar tarefas de múltiplas etapas, que envolvem mais tempo, sem monitoria;
realizar tarefas domésticas por 15-30 minutos, sem perder o foco;
cuidar dos seus pertences quando estão fora de casa;
6 – 10 anos realizar tarefas escolares de 1 hora;
planejar projetos escolares simples (selecionar, ler e resumir pequenos livros);
administrar atividades extracurriculares;
guardar dinheiro para algo desejado, planejar como gastar o dinheiro;
inibir comportamentos inadequados de forma autônoma, sem supervisão.
Conseguem:
realizar tarefas de múltiplas etapas envolvendo um tempo mais longo, incluindo responsabilidades diárias;
realizar tarefas domésticas de 60 a 90 minutos de duração;
11 – 14 anos cuidar dos irmãos menores;
utilizar métodos de organização em agenda, computador;
planejar e conduzir projetos de longo prazo;
programar rotina (tarefas, atividades extracurriculares, lazer, responsabilidades familiares).
Conseguem:
administrar tarefas escolares diárias, se preparar para provas em tempo hábil;
modular o esforço e a dedicação conforme a demanda dos professores;
15 – 17 anos ter melhores desempenhos do controle inibitório, da flexibilidade e da auto-regulação emocional, mas ainda está
desenvolvendo-os;
separar períodos de tempo para obrigação e para lazer e fazer bom uso de cada um.
(Arruda, 2014; Miranda, 2014).
Acesse: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid
=S0103-84862014000300002
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MEMÓRIA E FUNÇÕES
PERCEPTO-GNÓSICAS UNIDADE III
E PRÁXICAS
Introdução
Dando continuidade a esse nosso passeio pelas funções cognitivas, vamos falar agora
de mais algumas funções fundamentais à formação em neuropsicologia. No primeiro
capítulo desta Unidade, falaremos sobre a memória, desvendando o seu conceito, seus
aspectos neuroanatômicos e as suas divisões em processos, tipos e subtipos. Já no
segundo capítulo, aprenderemos sobre funções que estão relacionadas com a detecção
de estímulos sensoriais e o seu reconhecimento e, as funções envolvidas na realização
de atividades motoras voluntárias. Estamos nos referindo às funções percepto-gnósicas
e práxicas. Aprenderemos o conceito de cada uma delas e as modalidades através das
quais elas se apresentam. Também ficaremos conhecendo as etapas do desenvolvimento
das praxias.
Objetivos
»» Compreender o conceito de memória.
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CAPÍTULO 1
Memória
Figura 23 - Memória
Fonte: <http://www.amigosmultiplos.org.br/post/99/a-esclerose-multipla-afeta-sua-memoria>
Intuitivamente, todos nós sabemos o que é a memória e qual a sua importância para a
nossa vida, mas agora iremos aprofundar este conhecimento com base nos conceitos
adotados pelas neurociências.
Como a todo momento estamos vivenciando coisas, tanto no mundo externo, quanto
interno (pensamentos, sentimentos e emoções), o processo de aquisição precisa ser
seletivo ou a nossa memória ficaria muito sobrecarregada. Portanto, terão mais
chances de serem selecionados, aqueles eventos ou informações que foram focalizados
pela nossa atenção e que possuem alguma relevância para nós, como por exemplo:
40
MEMÓRIA E FUNÇÕES PERCEPTO-GNÓSICAS E PRÁXICAS │ UNIDADE III
Um dado importante a respeito da retenção é que, para alguns tipos de memória, como
é o caso da memória operacional (que vimos no capítulo de Funções Executivas), a sua
capacidade é finita e parece não ultrapassar um pequeno número de informações por
vez. Já para outros tipos de memória, os quais veremos a seguir, a retenção pode ser até
infinita. (LENT, 2002).
Outro dado importante, é que há casos em que ocorre uma manifestação exarcebada
da retenção, a chamada hipermnésia. Este é um caso patológico, em que a etapa da
aquisição não filtra os aspectos relevantes e irrelevantes dos eventos e tudo o que é
vivido fica retido. (DALGALORRONDO, 2000).
Acesse:
<http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI150496-17773,00-MU
LHER+NAO+CONSEGUE+ESQUECER+ENTENDA.html>
41
UNIDADE III │ MEMÓRIA E FUNÇÕES PERCEPTO-GNÓSICAS E PRÁXICAS
42
MEMÓRIA E FUNÇÕES PERCEPTO-GNÓSICAS E PRÁXICAS │ UNIDADE III
Este é um daqueles tipos de memória (conforme citamos anteriormente), que possui uma
limitação de quantidade de dados para retenção. No caso dela, a retenção fica limitada
a um número médio de 7 elementos, tamanho suficiente para caber um número de
telefone. A esse espaço limitado em tamanho e duração para retenção de informações,
damos o nome de “span mnésico” ou “span de memória”. (CORRÊA, 2008).
Figura 25. Exemplo de Memória de Curto Prazo: lembrar de um número para anotar num papel ou para ligar.
Fonte: <http://www.aweita.pe/2014-12-03-6-ejercicios-para-realizar-gimnasia-mental>
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UNIDADE III │ MEMÓRIA E FUNÇÕES PERCEPTO-GNÓSICAS E PRÁXICAS
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MEMÓRIA E FUNÇÕES PERCEPTO-GNÓSICAS E PRÁXICAS │ UNIDADE III
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UNIDADE III │ MEMÓRIA E FUNÇÕES PERCEPTO-GNÓSICAS E PRÁXICAS
dessas regiões para o córtex pré-frontal e fazer ligação com outras áreas
corticais, de acordo com o conteúdo processado. Outras estruturas
importantes para a memória são o hipocampo, áreas do lobo temporal
medial, tálamo e hipotálamo (LENT, 2002).
Fonte: <http://www.medicinageriatrica.com.br/2007/10/30/memoria-aspectos-anatomicos-e-fisiologicos/>.
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MEMÓRIA E FUNÇÕES PERCEPTO-GNÓSICAS E PRÁXICAS │ UNIDADE III
Fonte:https://hungermag.wordpress.com/2014/11/01/a-poesia-da-memoria/
Bom, agora que conhecemos a versão científica do conceito de memória, fica mais fácil
compreender alguns mistérios da nossa mente, como, por exemplo, por que temos
facilidade para memorizar certas coisas e outras não; por que certas cenas vividas
simplesmente desaparecem da nossa cabeça; por que, uma vez que aprendemos
a andar de bicicleta, nunca mais esquecemos, etc. Assim fechamos o nosso capítulo
sobre a memória e torcemos para que tudo o que foi dito tenha sido lido com atenção e
considerado, de alguma forma, relevante para você. Só assim haverão maiores chances
de você reter e consolidar o conteúdo dado.
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CAPÍTULO 2
Funções Percepto-gnósicas e Práxicas
Neste capítulo iremos aprender sobre a parte do nosso sistema sensório-motor que mais
interessa à Neuropsicologia: as funções percepto-gnósicas e práxicas, pois se tratam de
capacidades comumente acometidas por distúrbios cognitivos.
Funções Percepto-gnósicas
Quando falamos em funções percepto-gnósicas, estamos falando de 3 processos:
sensação, percepção e reconhecimento ou “significação”. Este conjunto de processos
ao qual demos o nome de funções percepto-gnósicas ocorrem na seguinte sequência:
48
MEMÓRIA E FUNÇÕES PERCEPTO-GNÓSICAS E PRÁXICAS │ UNIDADE III
Figura 28. Imagens que mostram como nós tendemos a ver contornos mesmo onde eles não existem.
.Fonte: <https://canetanoespaco.wordpress.com/2013/07/13/ilusao-de-otica-triangulo-de-kanizsa/>.
Praxias
Damos o nome de praxias às funções cognitivas relacionadas com a programação,
organização e execução de atos motores, como aqueles ligados à gesticulação e ao uso de
objetos e ferramentas. Em outras palavras, pode-se dizer que são as funções responsáveis
pela produção harmônica da sequência de movimentos necessários para a execução de
determinados atos motores, de maneira precisa, intencional, coordenada e organizada
com o objetivo de atingir determinado fim ou resultado específico (MALLOY-DINIZ
et al, 2009).
Fonte: https://www.psicologiasigma.com/neuropsicologia
49
UNIDADE III │ MEMÓRIA E FUNÇÕES PERCEPTO-GNÓSICAS E PRÁXICAS
Podemos distinguir as praxias em 3 tipos, de acordo com a sua finalidade. São eles:
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MEMÓRIA E FUNÇÕES PERCEPTO-GNÓSICAS E PRÁXICAS │ UNIDADE III
Já os gestos com intencionalidade funcional, são aqueles “cuja realização deve imitar a
utilização de objetos como nos jogos de mímica ou de pantomina”, por exemplo, fazer
mímica de beber água, discar no telefone, girar a chave na fechadura etc... Por gestos
sem significação, podemos entender aqueles que não possuem o intuito de transmitir
uma mensagem, como os que vocês podem ver na figura 31 (GIL, 2012).
Figura 31. Exemplos de gestos que podem ser considerados não significativos, se usados sem o intuito de
51
UNIDADE III │ MEMÓRIA E FUNÇÕES PERCEPTO-GNÓSICAS E PRÁXICAS
Fonte: <http://elisangela-orientadora.blogspot.com.br/2015/04/abotoar-e-uma-habilidade-de-coordenacao.html>.
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MEMÓRIA E FUNÇÕES PERCEPTO-GNÓSICAS E PRÁXICAS │ UNIDADE III
Figura 33. Tarefa que avalia a praxia construtiva através da solicitação de reprodução de modelos utilizando
montagem de peças.
Fonte: <http://treinocognitivo.com.br/portfolio/praxia-construtiva-i/>.
Fonte: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-36872011000200016>.
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UNIDADE III │ MEMÓRIA E FUNÇÕES PERCEPTO-GNÓSICAS E PRÁXICAS
Fonte: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-26492005000400008>.
Agora que foram descritas as funções percepto-gnósicas e práxicas, você deve estar
se perguntando: “Mas qual a utilidade que o conhecimento sobre essas funções terá
para a minha prática clínica, como neuropsicólogo?” ou “Por que estas funções devem
fazer parte do exame neuropsicólogico?”. A resposta para estas perguntas está na
história da descoberta destas funções. O estudo dos processos cerebrais envolvidos nas
praxias e gnosia começou a partir do momento em que foram constatadas disfunções
específicas nestas capacidades, em indivíduos que tinham sofrido lesões cerebrais
focais (MALLOY-DINIZ et al, 2009). Foi graças à descoberta destas disfunções,
posteriormente chamadas de apraxias e agnosias, que se se pôde constatar a existência
das funções citadas e, assim, lançar um olhar investigativo sobre elas.
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MEMÓRIA E FUNÇÕES PERCEPTO-GNÓSICAS E PRÁXICAS │ UNIDADE III
Idade
»» Segura um chocalho;
»» junta as mãos;
3 – 6 meses
»» olha para um pequeno objeto;
»» tenta alcançar um objeto pequeno.
»» pega objeto pequeno;
»» transfere um cubo de uma mão para outra;
7 – 11 meses »» pega 2 cubos;
»» faz movimento de “pinça” (polegar-dedo);
»» bate 2 cubos seguros na mão.
»» coloca bloco na caneca;
»» rabisca espontâneamente;
1 ano – 1 ano e 8 meses
»» retira objeto de recipiente com alguem demonstrando como faz;
»» faz torre de 4 cubos
»» com 2 anos faz torre de 6 cubos;
2 – 3 anos
»» com 3 anos, imita linha vertical, faz torre de 8 cubos e move o polega com a mão fechada.
»» copia um círculo;
»» copia um desenho simples;
»» desenha uma pessoa com 3 partes (cebeça, tronco e membros);
4 – 6 anos »» aponta a linha mais comprida;
»» copia quadrado com demonstração;
»» desenha pessoa com 6 partes;
»» copia quadrado.
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LINGUAGEM E UNIDADE IV
EMOÇÃO
Introdução
Agora nós vamos aprender sobre duas importantes funções. Primeiro nós conheceremos
aquela que mais nos diferencia das outras espécies: a linguagem e, em seguida, seremos
apresentados a uma função conhecida por sua capacidade de influenciar todas as
demais: a emoção.
No primeiro capítulo, você irá entender por que a linguagem é tão importante para a
neuropsicologia e saber quais são as suas características de maior interesse para a área.
Objetivos
»» Compreender o conceito de linguagem
»» Saber diferenciar linguagem verbal e não verbal
»» Conhecer os 6 domínios da linguagem
»» Compreender os conceitos de linguagem expressiva e compreensiva.
»» Conhecer os seus aspectos neuroanatômicos.
»» Compreender o conceito de emoção e a sua função
»» Saber diferenciar emoção e sentimento
»» Aprender a classificação das emoções e seus aspectos neuroanatômicos e
fisiológicos
»» Aprender o que é cognição social e teoria da mente
Fonte:http://www.neurocienciasaplicadas.com.br/site/noticias/uma-breve-relacao-entre-neurociencias-e-linguagem/
A linguagem, de acordo com o conceito que nós iremos utilizar aqui, é uma habilidade
exclusiva do ser humano. Os outros animais, pode-se dizer que possuem um sistema de
comunicação entre eles, mas só nós, seres humanos, somos dotados das habilidades de
falar, ler e escrever.
Antes de começar a entender a linguagem é essencial que saibamos que ela não se
resume à fala. Por isso, vamos às suas respectivas definições:
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UNIDADE IV │ LINGUAGEM E EMOÇÃO
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LINGUAGEM E EMOÇÃO│ UNIDADE IV
Fonte: <http://blogdosquadrinhos.blog.uol.com.br/images/taxitrecho.jpg>.
Domínios da linguagem
Quando falamos em linguagem verbal (que representa o uso oral e escrito da língua),
podemos caracterizá-la sob diversos aspectos, um deles é o aspecto estrutural, que
envolve as regras gramaticais que a regem e outro, bastante importante para os estudos
neuropsicológicos, são os domínios da linguagem, que se dividem em:
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UNIDADE IV │ LINGUAGEM E EMOÇÃO
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LINGUAGEM E EMOÇÃO│ UNIDADE IV
“A partir do último Manual de Saúde Mental – DSM-5, que é um guia de classificação diagnóstica, o Autismo e todos os distúrbios, incluindo
o transtorno autista, transtorno desintegrativo da infância, transtorno generalizado do desenvolvimento não-especificado (PDD-NOS) e Síndrome de
Asperger, fundiram-se em um único diagnóstico chamado Transtornos do Espectro Autista – TEA”.
Fonte:http://autismoerealidade.org/informe-se/sobre-o-autismo/o-que-e-autismo/
A linguagem é uma função complexa, que atua em conjunto com várias outras funções
cognitivas. As funções executivas são um exemplo. Elas tem um papel bastante
importante na produção da linguagem. Se uma pessoa apresenta um déficit nas
funções executivas envolvendo as capacidades de planejamento e monitoramento do
comportamento, por exemplo, decerto ela terá dificuldade para organizar a estrutura do
pensamento, do discurso e, portanto, uma linguagem prejudicada (BRANDÃO, 2012).
Se uma pessoa apresenta um problema na memória de curtíssimo prazo, ela não vai
lembrar da última palavra que falou para então emitir a próxima, de modo que a frase
faça sentido. Daí a importância do neuropsicólogo ter uma atenção especial à linguagem
quando na avaliação de um paciente, pois a qualidade do seu funcionamento pode ser
um sinalizador de diversos outros prejuízos cognitivos. Sobre esse assunto, a psicóloga
Lenisa Brandão traz um exemplo que resume muito bem o que falamos:
Assim como sintomas apontam para doenças, uma dificuldade de organização semântica
do discurso pode apontar para o comprometimento da capacidade de representar o
contexto, o que exige não apenas a participação de mecanismos semânticos, mas a
complexa integração de uma série de processos mentais implicados nas representações
das situações comunicativas (BRANDÃO, 2012, p. 302)
Outro aspecto importante a respeito da linguagem verbal é que ela está estreitamente
relacionada com a nossa capacidade de abstração (representação simbólica), afinal
de contas, ela permite a representação interna do mundo em que vivemos. Por isso,
as crianças começam a desenvolver a capacidade de abstração, na medida em que
começam a adquirir a linguagem verbal (MIRANDA, 2014).
61
UNIDADE IV │ LINGUAGEM E EMOÇÃO
Aspectos neuroanatômicos
Em relação aos aspectos neuroanatômicos da linguagem, sabe-se que a maior parte dos
seus mecanismos é operada pelo hemisfério esquerdo, na maioria dos seres humanos
(LENT, 2002).
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LINGUAGEM E EMOÇÃO│ UNIDADE IV
Fonte: <http://cienciasecognicao.org/neuroemdebate/?p=1706>.
Idade
Choro inarticulado;
Nascimento
Identificação de sons familiares.
4 meses Balbucio, sorriso
7 meses Balbucio reduplicado (Ex.: “mamama”).
Jargão e primeiras palavras;
10 meses
Contato visual, expresses faciais, vocalizações e gestos.
Palavras-frase (usa uma única palavra com a função de uma frase, como por exemplo: Usar a palavra “ága” com a função
de “me dê um copo d’água”);
1 ano
Frases de duas palavras;
Produção do som de algumas consoantes.
Vocabulário de 150 – 200 palavras;
Frases de 2 – 3 palavras;
2 anos
Nomeia objetos quando solicitada;
Progresso na aquisição de sons.
Produz sentenças gramaticais;
Formula questões;
3 anos Vocabulário de 1.000 palavras;
Mantém longos diálogos;
Adquire mais sons de consoantes;
Frases complexas;
4 anos Adquire novos sons e grupos consonantais (Ex.: ‘cr’á, ‘pl’a, etc).
(Instituto ABCD, 2013)
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CAPÍTULO 2
Emoção
Se encontrar um velho amigo [...], o coração pode bater mais depressa, a pele pode
corar, os músculos do rosto podem mudar em redor da boca e dos olhos para formar
uma expressão feliz, enquanto todos os outros músculos ficam relaxados. Ao saber
da morte de um conhecido, seu coração pode sobressaltar-se, a boca ficar seca, a pele
empalidecer, uma contração na barriga e um aumento de tensão nos músculos do
pescoço e das costas completarão o quadro, enquanto seu rosto desenha uma máscara
de tristeza (DAMÁSIO, 2012, p. 132).
Emoção X Sentimento
Nem sempre a emoção termina nas alterações fisiológicas e respostas comportamentais.
Muitas vezes, o processo continua e isso acontece quando o sujeito toma consciência das
alterações (podendo identificar a emoção responsável por ela) e tenta estabelecer relação
entre esta e o objeto que a causou. Neste caso, ocorre a intervenção da consciência.
O processo começou com alterações físicas involuntárias e logo depois estas foram
reconhecidas e examinadas mais a fundo pelo seu portador. De acordo Damásio (2012),
essa experiência mental, que começa com um estado emocional, seria o sentimento.
Mas se formos parar para pensar, nem todos os sentimentos parecem derivar de uma
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LINGUAGEM E EMOÇÃO│ UNIDADE IV
Fonte: http://www.ronaud.com/wp-content/uploads/2008/07/diferenca-emocoes-sentimentos.jpg
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UNIDADE IV │ LINGUAGEM E EMOÇÃO
Emoções primárias
No caso do medo, como pudemos ver, ele é ativado diante de estímulos que podem
representar uma ameaça à nossa sobrevivência ou que provoquem uma incerteza ou
falta de controle sobre o que pode acontecer. A reação que o medo gera é a de fuga, que
objetiva afastar o indivíduo do perigo e situa-lo em um local seguro (DAMÁSIO, 2012).
As outras emoções consideradas primárias são: a raiva, quando nos deparamos com
um obstáculo que nos impede de atingir os nossos objetivos; a tristeza frente à perda
de alguém ou de algo com grande valor afetivo; a surpresa frente ao inesperado ou à
interrupção súbita de um estímulo; a alegria diante da conquista de algo a que se atribui
valor e o nojo, quando estamos diante de um objeto repulsivo ou indesejável (MIGUEL,
2015).
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LINGUAGEM E EMOÇÃO│ UNIDADE IV
Figura 39. Expressões faciais típicas das 6 emoções básicas: a. Alegria, b. Medo, c. Surpresa, d.
Até os dias de hoje, ainda não existe um consenso em relação a quantas e quais são todas
as emoções primárias e as secundárias, porém a maioria dos pesquisadores costuma
considerar como emoções primárias, as 6 listadas acima. Alguns acrescentam ainda o
amor dentro da categoria de emoções primárias (MIGUEL, 2015).
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UNIDADE IV │ LINGUAGEM E EMOÇÃO
Vimos como as emoções primárias podem ser expressas externamente pelas expressões
faciais, mas não podemos esquecer que por trás desses comportamentos observáveis
existem uma série de mudanças acontecendo no organismo. Segundo Damásio (2012),
essas alterações fisiológicas podem envolver a participação do:
Estas alterações podem estar presentes tanto nas emoções primárias, como nas
secundárias, afinal de contas são características do fenômeno emoção de forma geral.
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LINGUAGEM E EMOÇÃO│ UNIDADE IV
As zonas mais ativadas estão representadas pelas cores quentes (tons de amarelo e
vermelho), enquanto as menos ativadas estão representadas pelas cores frias (tons de
preto e azul), como você pode ver na legenda da Figura 41. O resultado foi obtido a partir
de cinco experiências feitas com 701 participantes de diferentes regiões do mundo (BBC
MUNDO, 2014).
Este é mais um dado que mostra que as emoções primárias são universais.
Emoções secundárias
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UNIDADE IV │ LINGUAGEM E EMOÇÃO
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LINGUAGEM E EMOÇÃO│ UNIDADE IV
Figura 43. Exemplo de situação em que o medo se fazia útil na evolução da nossa espécie.
Fonte: <http://totalmenteresponsa.blogspot.com.br/2008_11_01_archive.html>.
Fonte: <http://www.revistamamaebebe.com.br/tag/meu-bebe-chora-sem-lagrimas/>
Cada uma das emoções primárias surgiram com uma determinada função em nossa
evolução, elas foram a forma que a natureza encontrou de nos proporcionar motivação
para ter reações rápidas e resolutivas, orientadas para a nossa sobrevivência e
bem-estar. Graças às emoções, nos preparamos e nos motivamos para ações; conseguimos
avaliar os estímulos do ambiente de maneira extremamente rápida; conseguimos
expressar as nossas intenções e, também, perceber as do outro; dentre várias outras
utilidades (PLUTCHIK, 2002). Mas, da mesmo forma que contribuem com a nossa
adaptação ao meio, as emoções também podem nos prejudicar, em determinadas
circunstâncias. Isso acontece, principalmente, quando nos deixamos dominar pelas
emoções negativas, como, a raiva, o medo, a culpa e a vergonha. Porém, quando
sabemos controlá-las, reconhecendo-as e transformando-as em sentimentos, que são
a experiência consciente da emoção, é possível não deixar que elas se externalizem de
forma disfuncional e apresentar comportamentos mais equilibrados, garantido assim
consequências satisfatórias.
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UNIDADE IV │ LINGUAGEM E EMOÇÃO
Em relação a tudo que vimos neste capítulo sobre emoções, é importante frizar que a
literatura nessa área é muito vasta e que diferentes autores defendem diferentes teorias,
divergindo, até mesmo, nas classificações utilizadas. Mas as informações que foram aqui
apresentadas formam uma revisão dos conceitos mais adotados pelos neuropsicólogos
brasileiros, atualmente.
A partir do exposto, podemos concluir que a emoção é uma função cognitiva que
cumpre um papel decisivo nas nossas relações sociais, no processo de construção de
vínculos afetivos, na nossa sobrevivência, motivação para ação e na adoção de condutas
adaptativas ao meio. Além disso, a sua integração com as outras funções cognitivas é
tão forte que, se estamos com as emoções ou sentimentos em baixa, isso vai repercutir
negativamente sobre o nosso desempenho em uma série de outras habilidades do nosso
funcionamento cognitivo geral. Um exemplo disso é quando vamos fazer uma prova sob
a influência de uma profunda tristeza. Provavelmente, o nosso desempenho não será
tão bom do que se a tivéssemos feito num estado emocional ou sentimental positivo.
Este é mais um dos motivos pelos quais o estudo das emoções se faz fundamental ao
neuropsicólogo.
Afetividade
É importante sabermos que o termo afetividade na área de saúde, pode ganhar um
sentido diferente do do senso comum. Para as ciências da saúde, mais do que “relação
de amor e carinho”, a afetividade diz respeito a uma dimensão psíquica que compreende
as vivências humanas da emoção, do sentimento e do humor. Ou seja, é um termo
geral que envolve todos os fenômenos responsáveis por dar cor, brilho e calor às nossas
experiências. Portanto, tanto as emoções, quanto os sentimentos e o humor podem ser
considerados vivências afetivas.
Humor
O humor é a vivência afetiva que corresponde ao nosso estado de ânimo. É um estado
de duração mais prolongada do que a emoção e o sentimento e não é de caráter reativo
72
LINGUAGEM E EMOÇÃO│ UNIDADE IV
como os dois últimos. Por ser mais duradouro, o humor está mais relacionado com
um estado afetivo de base, enquanto as emoções e os sentimentos são estados mais
superficiais e passageiros. O humor representa o somatório de diversas experiências
afetivas (de emoções e sentimentos) em um dado momento da nossa vida e pode
persistir durante dias, semanas ou anos. Ele também envolve componentes somáticos
e psíquicos. Alguns exemplos de humor são: calmo, feliz, triste, ansioso, deprimido,
alegre, eufórico, tenso, hostil, apático, sério e exaltado.
Cognição social
O conceito de cognição social vem sendo muito utilizado na Neuropsicologia, hoje.
Trata-se de um elo fundamental que se faz entre o aspecto emocional e o comportamental
do indivíduo, na esfera social (FUENTES et al, 2008).
Falando de forma mais específica, cognição social diz respeito ao conjunto dos
processos cognitivos que tornam possível a capacidade de interação social do indivíduo.
Alguns autores postulam que este conjunto de processos se referem à forma pela qual
o indivíduo percebe e compreende a si mesmo e às outras pessoas, enfocando a sua
capacidade de fazer julgamentos morais. Já outros autores consideram o mesmo, mas
acrescentam ainda, a capacidade do sujeito analisar, interpretar, evocar e compreender
as informações do meio social, ou seja, o quanto o sujeito é capaz de captar mensagens
implícitas, fazer inferências e perceber sutilezas das situações de forma geral (JOU;
SPERB, 1999).
Por envolver o conjunto de processos citados acima, a cognição social abarca, também,
a capacidade de empatia, a qualidade do envolvimento do sujeito com outras pessoas, a
autopercepção e a percepção do outro (reconhecimento de gestos e de expressões faciais
simples e complexas), a capacidade de compreender mensagens de duplo sentido,
como piadas e ironias, dentre outras coisas presentes no mundo das interações sociais
(MIRANDA et al, 2016).
Dentro das habilidades envolvidas pela cognição social, existe uma que é especialmente
estudada e avaliada em exames neuropsicológicos, por fornecer uma boa noção sobre
a capacidade cognitiva social do sujeito. Trata-se da “teoria da mente”, que explicamos
a seguir:
Teoria da mente
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UNIDADE IV │ LINGUAGEM E EMOÇÃO
Para ajudar na compreensão do conceito de teoria da mente, segue abaixo uma situação
problema que é utilizada em um teste neuropsicológico chamado de “Teste de falsa
crença de Sally e Anne”:
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LINGUAGEM E EMOÇÃO│ UNIDADE IV
Fonte: <http://nobaproject.com/modules/theory-of-mind>.
Para a maioria das pessoas que tem o domínio da teoria da mente desenvolvido, a
resposta parece óbvia. É fácil perceber que Sally, por não ter tido conhecimento de que
a sua bolinha foi retirada do local onde ela guardou, irá procurá-la nele próprio e não
no local onde Anne a guardou por último. Mas, o indivíduo que não tem a habilidade da
teoria da mente desenvolvida, não percebe que Sally está numa condição diferente da
sua e não tem como saber o mesmo que ele. Assim, ele responderá que Sally procurará
a bolinha no lugar onde Anne a colocou.
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UNIDADE IV │ LINGUAGEM E EMOÇÃO
Quem não tem a habilidade de teoria da mente não consegue imaginar que as outras
pessoas podem ter uma perspectiva diferente da sua e que podem não partilhar do
mesmo conhecimento que o seu (JOU; SPERB, 1999).
Por este motivo o seu desenvolvimento se dá no final da primeira infância, por volta dos
4 anos de idade.
A partir do momento em que essa habilidade se desenvolve, a criança passa a ter noção
de que cada pessoa possui a sua interpretação de mundo e que pode não se comportar
da mesma maneira que ela própria se comportaria diante de uma dada situação, ou
não se comportar da maneira como ela espera que se comporte (CAIXETA; NITRINI,
2002).
Fazendo um apanhado geral sobre o tema, podemos concluir que a cognição social (nela
incluída a teoria da mente), permite que tenhamos relações sociais saudáveis a partir do
momento em que envolve: a habilidade de antecipar e compreender o comportamento
do outro e agir de acordo com essa hipótese; prever o impacto das nossas ações sobre
o outro; ter compaixão; desenvolver vínculos afetivos; ter empatia etc (JOU; SPERB,
1999).
Vale ressaltar que, assim como a maioria das habilidades cognitivas, o funcionamento
da cognição social depende de uma série de outros processos mentais, como: a atenção,
a memória, a linguagem e as funções executivas (FUENTES et al, 2008).
Idade
Os bebês começam a demonstrar interesse e curiosidade;
0 – 3 meses observam um rosto;
sorriem em resposta.
conseguem antecipar o que está prestes a acontecer e se decepcionam em caso contrario (ficando zangados ou agindo
de modo cauteloso);
3 – 6 meses
sorriem, balbuciam e riem espontâneamente.
Fase do despertar social e de trocas recíprocas entre bebê e cuidador.
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LINGUAGEM E EMOÇÃO│ UNIDADE IV
6 – 9 meses Começam e entrar nos “jogos sociais” e tentam obter respostas das pessoas;
imitam conversas, tocam e agradam outros bebês para fazê-los responder;
expressam emoções mais diferenciadas, como: alegria, medo, raiva e surpresa
9 – 12 meses preocupam-se muito com o seu principal cuidador;
podem ter medo de estranhos;
agem de modo submisso em situações novas;
por volta de 1 ano comunicam suas emoções de forma mais clara, demonstrando variações de humor, ambivalência e
gradação de sentimentos.
1 ano – 1 ano e 6 exploram seu ambiente utilizando as pessoas a quem são mais ligadas;
meses
à medida que vão dominando o ambiente tornam-se mais confiantes e mais ansiosas para se autoafirmar.
1 ano e 6 meses – 3 ficam ansiosas por perceberem o quanto estão se separando do cuidador;
anos
elaboram a consciência de suas limitações nas brincadeiras, na fantasia e identificando-se com os adultos.
Esperamos que tenha tido uma boa experiência de aprendizagem! Aguardamos você
em nossa próxima disciplina. Bons estudos!
77
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