Duilio Moreira Leite - A PROTEÇÃO CONTRA SURTOS DE APARELHOS INSTRUMENTOS E ETIS
Duilio Moreira Leite - A PROTEÇÃO CONTRA SURTOS DE APARELHOS INSTRUMENTOS E ETIS
Duilio Moreira Leite - A PROTEÇÃO CONTRA SURTOS DE APARELHOS INSTRUMENTOS E ETIS
JUNHO DE 2011
Resumo: São apresentados os métodos de proteção interna das estruturas, dos aparelhos,
instrumentos e equipamentos eletro-eletrônicos contra os efeitos dos surtos devidos às
descargas atmosféricas que caiam sobre elas, nas suas vizinhanças ou induzam tensões sobre
os condutores das redes de médias e altas tensões que as alimentam.
A PROTEÇÃO CONTRA SURTOS DE APARELHOS, INSTRUMENTOS E
EQUIPAMENTOS ELETRO-ELETRÔNICOS DA TECNOLOGIA DA
INFORMAÇÃO (ETI).
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Resumo: São apresentados os métodos de proteção interna das estruturas, dos aparelhos,
instrumentos e equipamentos eletro-eletrônicos contra os efeitos dos surtos devidos às
descargas atmosféricas que caiam sobre elas, nas suas vizinhanças ou induzam tensões sobre
os condutores das redes de médias e altas tensões que as alimentam.
As descargas atmosféricas que caiam a alguns quilômetros de uma estrutura podem causar
surtos que penetram na estrutura através das linhas de distribuição de média ou baixa tensão
que alimentam os circuitos elétricos dessa estrutura. As tensões serão da ordem de alguns kV
e alguns de kA. Se o ponto de queda do raio for sobre a estrutura ou muito próximo a ela as
tensões serão de dezenas de kA e dezenas de kV. Os valores de tensões e de correntes serão
intermediários aos citados acima para as quedas de raios a dezenas ou centenas de metros.
Nas tomadas dos Equipamentos Eletrônicos Sensíveis (EES, ou ETI – Equipamentos da
Tecnologia da Informação) as tensões serão de dezenas de V e centenas de Amperes.
São apresentadas a seguir (ver figura 1) as zonas de proteção contra surtos causados por
quedas de raios sobre ou próximos às estruturas e os surtos que venham pelas redes de
alimentação.
Zona ZPR0A – zona externa que pode ser atingida diretamente por raios
Zona ZPr0B – zona externa mas protegida contra raios diretos pela própria estrutura ou por
captores instalados especialmente para a proteção.
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Zonas ZPR1,2,3...n- zonas interna à estrutura e separadas das zonas ZPR0A,0B,.. por superfícies
metálicas ou parcialmente metálicas.
MT – a tensão nominal deve ser maior ou igual à mais alta tensão fase-terra em kV do sistema
em caso de falta à terra. Quando o neutro é não aterrado, a tensão nominal do pára-raios é
tomada igual ou maior que a tensão nominal da rede de média tensão e quando o neutro é
multi-aterrado a tensão nominal do pára-raios é igual à tensão nominal da rede dividida por √3
e a corrente nominal é escolhida de acordo com a densidade de raios da região, entre os
valores 5kA e 10 kA.
Classe I : é aquele que vai ser instalado na entrada da instalação ou no quadro principal se este
estiver instalado bem próximo da entrada (poucos metros) e é uma corrente de impulso da
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forma 10/350µs. A NBR-5410 especifica uma única corrente nominal: 12,5 kA, 10/350µs. Este
valor foi escolhido considerando, como a norma francesa, que a corrente do raio pode ser de
até 100 kA (para os níveis 3 e 4 do SPDA – Sistema de Proteção contra Descargas
Atmosféricas)e que metade da corrente vai para a terra e metade sai pela linha de alimentação
e, mais ainda, que a alimentação é em 4 condutores ( 3F + Terra). Assim, a corrente que vai
sair pela alimentação será de 50kA÷4=12,5 kA e daí o DPS será especificado para essa corrente.
A nova norma da IEC prescreve duas correntes, 12,5 kA e 37,5 kA correspondente esta última
ao nível II do SPDA (valor máximo de 150 kA usado para dimensionamento do SPDA e quatro
condutores na alimentação). Se, alem dos condutores da alimentação, houver tubulações
aterradas (tubulações de água gelada, água de serviços, ar comprimido, óleo, e outros), a
corrente poderia ser ainda menor (dividiríamos a corrente que vai sair pela alimentação por 5,
6 ou mais) e o DPS da classe I poderia ser para uma corrente menor ou trabalharia mais
folgado, com uma vida mais longa. A questão de se dividir por dois é uma consideração válida
quando a resistividade do solo tem um valor da ordem de 100Ω.m. Se a resistividade for muito
baixa, da ordem de 30 a 40Ω.m a parcela da corrente que vai para a terra será maior e o DPS
trabalhará com folga e vai ter uma vida mais longa. Se, ao contrário a resistividade for muito
alta, (1000 a 2000 Ω.m ) quase toda a corrente deverá passar pelos DPS e muito pouca
corrente irá para a terra. Deve-se neste caso usar o DPS da maior corrente nominal
encontrável no mercado, pois a vida do DPS pode ser curta ou explodir na primeira operação,
se a corrente for muito maior que a corrente nominal. É possível encontrar DPS de correntes
nominais maiores, porque a norma alemã indica valores de 50ka ou mais, por considerar que o
número de condutores na entrada pode ser menor: 2 ou 3 condutores (F+T ou F-F T).
Classe II: são aqueles DPS instalados no quadro de distribuição principal (QDP) depois da
entrada (vários metros de distância da entrada) para os quais a corrente da forma 10/350Ωs
(de uma descarga direta sobre a edificação) já foi escoada pelo DPS da classe I. Para o DPS da
classe II ficarão as correntes induzidas por raios que caiam a pouca distância da rede e não
muito longe da edificação. A forma da corrente será do tipo 8/20µs, tendo, portanto, uma
energia muito menor; para correntes deste tipo são fabricados DPS de corrente nominal da
ordem de 5kA até 15 ou 20 kA. É considerado que uma corrente nominal de 15 kA é
satisfatória. Para os quadros de distribuição seguintes pode-se usar DPS de correntes
nominais menores (10kA ou menos).
Classe III: são aqueles DPS usados nas tomadas ou junto dos ETIs; estes DPS, além dos
varistores (o elemento semi-condutor) devem ter também capacitores e indutores para
constituir um filtro de linha. Não confundir esses DPS com os “filtros de linha” encontrados no
mercado brasileiro que são na verdade extensões de tomadas. A corrente nominal não precisa
ser maior que 2 a 3 kA. A corrente que vai passar nos circuitos finais será da ordem de 100 a
200A. O uso de DPS com as correntes nominais indicadas acima é para aumentar a sua duração
ou vida.
Nota: a corrente nominal de um DPS é a corrente que o DPS pode escoar 15 vezes, estando
alimentado por um circuito com tensão não inferior à sua tensão nominal.
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Classe III
FIGURA 2: representação do andamento de surtos de tensão em um circuito com DPS das
classes I, II e III
VALVETRAB - ESTRUTURA
Indicador de falha
Plug de
Elemento de Proteção
desconexão
térmica Pino guia
Polarizador
Varistor
Terminal-Biconnect
Contato remoto
Base
FIGURA 3 Exemplo da Phoenix de DPS da classe II, plugável e com vários acessórios
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DPS Classe III
TENSÃO NOMINAL : 120 / 230VAC
TENSÃO DO PROTETOR : 150
PT 2PE/S
/275VAC
CORRENTE NOMINAL DE TESTE :
2,5 KA ( 8/20 )
CORRENTE MÁX. DE TESTE : 10
KA ( 8/20 )
NÍVEL DE PROTEÇÃO COM In :
620 V/ 1,1KV
TEMPO DE RESPOSTA : 25 ns
POSSUI MONITORAÇÃO TÉRMICA
DO MOV Zn
SINALIZAÇÃO DE FALHA
CORRENTE DE CONDUÇÃO MAX.
: 26A.
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Ao lado dos protetores que vêm sendo desenvolvidos para reduzir a
possibilidade de destruição desses equipamentos e componentes surgiram
tecnologias de aterramento para evitar o surgimento de diferenças de potencial
perigosas que anulassem o efeito dos protetores. Serão analisadas duas dessas
tecnologias: aterramento por zonas de proteção e plano de terra de referência de
sinal.
Todas as tecnologias que vêm sendo desenvolvidas têm como objetivo principal
a equalização dos potenciais dos terras dos diferentes sistemas: de proteção contra
descargas atmosféricas diretas, das instalações de força e de telecomunicações ou
de processamento de dados.
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Quando se usa a técnica do aterramento pelas fundações do edifício de
concreto armado e as ferragens das colunas apresentam continuidade elétrica se
torna mais fácil obter uma boa malha de massas global ou falando menos
apropriadamente uma boa equalização dos potenciais.
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eram (e são) queimadas placas de circuito impresso (PCB) ou em casos menos
graves alguns chips tinham (e têm) suas ligações internas interrompidas perdendo
algumas funções. A razão disto ocorrer é que os equipamentos têm uma
alimentação vinda pela instalação de força referida a um terra T1, recebem e
processam informações referidas a um terra T2 e têm sua estrutura referida a um
terra T3.
T1 é o terra do sistema de força: deve ter uma baixa impedância pela mesma razão
que T3.
T2 é terra de proteção pessoal: as massas devem ser ligadas a esse terra que deve
ter uma baixa resistência para que, no caso de ocorrerem faltas no sistema de força
as pessoas em contato com os equipamentos não sejam submetidas a tensões
perigosas , acima da tensão de toque admissível.
T3 é o terra dos protetores das linhas de sinal: precisa ter uma baixa impedância
para que a queda de tensão nos DPS de sinal somada à queda de tensão nele não
seja perigosa para os ETI.
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Telefonia
DPS DPS
Força
V1 V2 V3
T1
T2
T3
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BLINDAGEM DAS ROTAS DOS CABOS
FRACA REGULAR
BOA
BOA
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A equalização dos potenciais
Se não for usada essa solução que não é muito comum podem ser usadas
duas alternativas:
• Isolamento: sobre o piso deve ser instalado um tablado de fibra de vidro com
resina epóxi; dessa maneira as pessoas podem tocar partes metálicas
eventualmente energizadas que não sofrerão choque elétrico. Sobre o tablado
como uma medida adicional coloca-se um tapete de borracha testado com a
tensão de 15 kV.
Risco desta solução: não haver manutenção adequada e o tablado ficar com
umidade superficial e o tapete ir desgastando e ficar com uma espessura
inferior à necessária para suportar a tensão. Ao ser energizado o conjunto
tablado + tapete há escoamento da corrente de fuga para a terra e as pessoas
podem sofrer choques elétricos.
Essa malha é também usada na construção civil como reforço do contra piso
sobre as lajes de concreto armado. Para poder usar estas malhas como malha
de equalização é necessário verificar se todos os painéis estão bem
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conectados (por solda ou amarração com arame recozido) uns aos outros
formando uma malha única.
AS BLINDAGENS
A blindagem é um método de redução dos campos eletromagnéticos que
incidem sobre um equipamento, uma instalação ou ainda uma sala ou edificação.
Consiste, basicamente, em construir um envoltório metálico contínuo em torno do
volume a ser protegido. O estudo de todas essas influências faz parte da CEM (ou
EMC) que é a Compatibilidade Eletromagnética. Para análise das influências
eletromagnéticas podemos considerar o diagrama de blocos:
1 2 3
Figura 8
Pela analise do diagrama acima vemos que poderíamos atuar de três maneiras
para reduzir as influencias sobre a vitima, a saber:
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Esquematicamente poderíamos representar a determinação da eficiência da
blindagem como mostrado na figura baixo:
A2
B A1
D D
Fig. 20
B é a blindagem em A1
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