01 Historia e Jornalismo - Richard Romacini
01 Historia e Jornalismo - Richard Romacini
01 Historia e Jornalismo - Richard Romacini
Richard Romancini2
Doutorando ECA/USP
Resumo
O artigo discute aportes do método histórico para a pesquisa em Jornalismo. Aborda
paradigmas da História e as relações desta disciplina com o jornalismo, como objeto ou
fonte de investigações. E, de outro lado, mostra as relações que o campo de estudo em
Jornalismo tem estabelecido com a História, discutindo a necessidade do pesquisador da
área possuir conhecimentos históricos, em termos mais conceituais e metodológicos do que
derivados da prática profissional do jornalismo, a fim de que as investigações alcancem
níveis mais explicativos do que descritivos.
Palavras-chave: Jornalismo, História, Pesquisa, Interdisciplinaridade
I. Introdução
A reflexão, objetivo desse artigo, sobre os possíveis aportes dos “métodos historiográficos”
– ou mais amplamente da História – ao campo de pesquisa em Jornalismo deve reconhecer
preliminarmente as diferentes instâncias que contextualizam essa relação. Isso porque, em
primeiro lugar, há o risco de ao apresentar, de modo descontextualizado, os métodos
utilizados pelos pesquisadores da História que podem ser úteis à investigação do
jornalismo esquecer que estes envolvem pressupostos epistemológicos. As técnicas que
operacionalizam os métodos estão relacionadas a tradições de pesquisa que privilegiam, de
acordo com supostos sobre o conhecimento, certos níveis de análise. Esclarecer
posicionamentos do debate em História é, assim, a primeira tarefa do texto. Nesta parte se
encontram ainda referências a métodos tradicionais (num sentido lato de metodologia, isto
é, concepções que se traduzem em práticas de pesquisa) utilizados pelos historiadores.
Ao mesmo tempo, convém notar que estabelecemos uma distinção entre o “jornalismo”
entendido como uma prática social, envolvendo fundamentalmente as esferas da produção,
circulação e recepção de notícias, e o “Jornalismo” como um campo de estudos que, no
contexto das ciências humanas e sociais, procura elaborar conhecimento científico sobre o
1
Trabalho apresentado ao NP 02 – Jornalismo, do V Encontro dos Núcleos de Pesquisa da Intercom.
2
Mestre e doutorando em Comunicação pela ECA/USP, pesquisador do NUPEM – Núcleo de Pesquisa do Mercado de
Trabalho em Comunicações e Artes da ECA/USP.
1
mencionado campo das práticas em suas conexões com a sociedade. Tal campo de estudo,
por sua amplitude, irá também com freqüência elaborar problemáticas interdisciplinares.
Por esta razão, a disciplina da História já mantém um diálogo importante com ambas as
noções de jornalismo (campo de práticas sociais/profissionais e campo científico-
acadêmico). É útil aqui pensar na nomenclatura teórica proposta por Bourdieu, relativa aos
campos sociais, cada qual com regras de funcionamento e legitimidade, embora se
reconheçam as inter-relações entre os mesmos. Em resumo, existe um campo de práticas
do jornalismo e um campo científico-acadêmico voltado ao estudo do mesmo.
Ao mesmo tempo, o campo das práticas não é alheio a essa interação com a História, desde
seu próprio âmbito. Ou seja, não são apenas os historiadores que recorrerem a jornais para
elaborar suas narrativas (e jornalistas que utilizam o conhecimento histórico), mas os
jornalistas têm, por vezes, papel importante e ao mesmo tempo polêmico na elaboração da
chamada “história imediata”. Essa uma problemática que mostra tanto semelhanças quanto
diferenças entre a elaboração narrativa do campo profissional do jornalismo e a da História
como disciplina científica. A pesquisa em Jornalismo é, no nosso entender, por vezes
prejudicada por utilizar com baixa crítica uma noção histórica diretamente focada na
narrativa jornalística como “visão histórica”, ou seja, uma perspectiva derivada do campo
profissional. Essa parte da discussão é desenvolvida na parte final do artigo.
3
Assim, na cronologia dos estudos em Jornalista proposta por Marques de Melo (1999), é justamente a pesquisa de
historiadores feita desde a segunda metade do século XIX (comentada adiante em nosso texto) que ocupa o papel
pioneiro nessa área de pesquisa.
2
II. A constituição da disciplina História e seus métodos
A constituição da disciplina historiográfica moderna é marcada pelas idéias do chamado
paradigma rankeano (do historiador alemão Leopold von Rank), que no século XIX
promove uma “cientificização” da História – correlacionada a uma profissionalização e
institucionalização da disciplina, com base numa “revolução nas fontes e métodos” (Burke,
2002, 17). Se o estudo de sociedades humanas ao longo do tempo não começa nesse
momento (tendo predecessores em filósofos sociais do século XVIII e mesmo na
Antiguidade), há então um novo tipo de ideal intelectual que demarca uma ruptura. Assim,
a documentação escrita produzida pelos governos passa a ser a fonte privilegiada, a partir
da crença que esse material garantiria maior cientificidade ao estudo, devido a sua suposta
autenticidade e confiabilidade. Busca-se ainda criticar a documentação sob esses
parâmetros, e houve uma aproximação com o positivismo comteano e seus ideais de
objetividade científica, no desenvolvimento desse paradigma.
Esta história tradicional, objetivista ou positivista, sofrerá abalos somente no século XX.
Os pontos mais importantes da crítica a este paradigma dizem respeito à tentativa de
superar o nível da descrição dos acontecimentos para alcançar uma análise das estruturas,
ou seja, a compreensão dos mecanismos que presidem as mudanças históricas. Daí, o
alargamento do horizonte de estudo (além do político e dos “grandes homens”) e de suas
fontes – ainda que haja uma continuação na centralidade da documentação escrita,
incorporam-se outros tipos de documentos e não apenas os “oficiais”. Há ainda uma efetiva
preocupação teórica, objetivando superar o entendimento do “fato histórico” como único e
3
irredutível, a fim de alcançar esquemas de interpretação mais gerais. Por meio dessa
operação, as estruturas são apreendidas a partir de uma rede conceitual que as articula, e
vistas como mais relevantes que os eventos. Nas duas correntes que exemplificam esse
paradigma com propriedade, a primeira geração da chamada Escola dos Annales (grupo de
pesquisadores franceses, entre os quais Lucien Febvre, Marc Bloch e Fernand Braudel, que
animaram a revista de mesmo nome, criada em 1929) e a historiografia marxista, há
também um diálogo com outras disciplinas (economia, sociologia, geografia etc.),
dinamizando a História pela adoção de conceitos e métodos, como a utilização de modelos
econômicos, os conceitos de “classe social”, “infra e superestrutura” marxistas etc.
Ainda que o grupo dos Annales e o marxismo diferenciem-se em certas questões (este teve
maior preocupação teórica que aquele) pode-se dizer que existem pontos comuns entre os
pesquisadores desses grupos. Assim, ambos podem ser agrupados num paradigma histórico
que, segundo Cardoso (1997), pode ser denominado “moderno”. Desprezando-se a
descrição pormenorizada de tendências e desenvolvimentos diferenciados em cada uma
dessas tradições (por exemplo, a história econômica ou a história social marxista, a
“história dos de baixo”), pode-se dizer que ambos os grupos têm como base a crença no
4
caráter científico da História, a preocupação central com o estrutural e o transindividual e a
tentativa de alcançar um nível explicativo em seus estudos.
5
mediações simbólicas que configurariam primordialmente o social, em diferentes contextos
históricos. A Nova História Cultural – em certo sentido herdeira da História dos Annales e
da História das Mentalidades almejada por alguns historiadores – seria uma corrente
exemplar do paradigma “pós-moderno”. Inclusive em termos de novos aportes temáticos e
metodológicos, em comparação com a corrente “moderna”. Em verdade, uma espécie de
centralidade dada à categoria “cultura” faz com que ela seja estudada numa grande
variedade de enfoques: o cotidiano, as práticas de consumo e produção cultural, as
identidades de grupos minoritários (mulheres, negros, gays) etc. Há, pois, conforme certas
áreas, uma nítida aproximação com o contemporâneo, ou pelo menos com um tempo
histórico mais próximo do historiador. E daí a utilização de técnicas de investigação mais
tradicionais nas ciências sociais (o questionário, a entrevista, a análise da documentação de
indivíduos, o estudo do conteúdo da literatura e da mídia4 ) e mesmo de outras técnicas que
hoje já adquirem estatuto metodológico propriamente histórico, devido à reflexão realizada
a respeito das mesmas nesse âmbito, como a história oral, em suas várias dimensões
(depoimentos, histórias de vida, construção de biografias individuais e de grupos5 ).
4
Outro aspecto importante do olhar sobre a mídia é a ênfase no papel desta na produção e “retorno do acontecimento”,
conforme a clássica discussão de Nora (1988).
5
Na prática das pesquisas tem havido uma distinção entre a feitura de biografias com o uso de depoimentos e o chamado
“método prosográfico”, no qual também se objetiva, num primeiro momento, elaborar a biografia coletiva de um grupo
social – escritores, intelectuais, por exemplo –, complementada pelo estudo de casos exemplares, alçados a condição de
tipos ideais. No entanto, geralmente recorre-se a uma multiplicidade de documentos (biografias e autobiografias,
repertórios biográficos institucionais, epistolografia etc.), que permitem constituir um corpus de evidências a respeito do
problema. A tradição no uso desse método é maior na sociologia. Uma discussão sobre a prosografia encontra-se em
Miceli (2001), que tem utilizado o método em alguns de seus estudos.
6
Por outro lado, observam-se possibilidades de combinação entre abordagens macro e
micro. Como nota Vainfas (1997, 447), talvez “o ideal seja mesmo tentar buscar no recorte
micro os sinais e relações de totalidade social, rastreando-se, por outro lado, numa pesquisa
de viés sintético os indícios das particularidades”. Também importante é o reconhecimento
de que existem trabalhos de nível microanalítico que mesmo sem alcançarem um nível de
generalização consistente possuem grande qualidade por serem capazes de “explicar (e não
só descrever), no interior do microcosmo eleito como objeto, as relações sociais, usos e
comportamentos, práticas e costumes relevantes para aquela investigação” (Vainfas, 1997,
448), e conseguem, por isso, reconstruir e compreender a trajetória de determinado grupo
social, a partir de análises bastante particulares (no limite, de uma única biografia).
Caberia ainda notar que essa situação, por assim dizer, de “crise” nos estudos históricos,
representa o caso específico de uma situação mais geral nas ciências humanas. O panorama
pós-1989, as aceleradas mudanças sociais, provocam desafios à imaginação teórica:
conceitos, categorias de pensamento ou noções tradicionais – como os de “Estado-nação”
ou “imperalismo” – precisam ser redefinidos, repensados ou mesmo abandonados, como
postulava a reflexão do sociólogo Octavio Ianni (1996) sobre a “globalização” como novo
“paradigma das ciências sociais”. Sem dúvida essa discussão é um elemento que deve se
refletir (no duplo sentido do termo) na pesquisa que se realiza.
Feita essa incursão pelos debates e métodos da História, nos encaminhamos agora para a
descrição das abordagens dos historiadores (e primeiros pesquisadores jornalistas que
utilizaram a História) sobre o jornalismo e, depois, da pesquisa do tema propriamente na
área da Comunicação, pelos que utilizam conceitos e práticas da História.
7
III. Os historiadores do jornalismo: a história da imprensa e o jornal como
fonte/objeto de problemáticas das Ciências Humanas
Uma atividade de pesquisa mais sistemática sobre o jornalismo no Brasil começa com
historiadores ligados aos Institutos Históricos e Geográficos (IHGs) espalhados pelo país, a
partir da segunda metade do século XIX. Dentro de um paradigma tradicional de História,
autores como Alfredo de Carvalho e Afonso de Freitas promovem amplos levantamentos
sobre jornais e sínteses descritivas, visando elaborar a história da imprensa no Brasil como
um todo e em suas províncias. No nosso entender (Romancini, 2004, 2004a; ver esses
textos para o levantamento das pesquisas da época), existe uma preocupação ideológica
subjacente: afirmar identidades regionais por meio da história da imprensa. Com efeito,
não se configurou uma continuada linha de pesquisa, depois do estabelecimento de
“marcos factuais” por essa produção, cujo ápice é o centenário da Imprensa Régia. Foi uma
historiografia que entrou em declínio após elaborar sua versão das origens da imprensa –
embora possa ser aproximada do estudo posterior de Viana (1945) – e, antes ainda, com o
trabalho de Barbosa Lima Sobrinho (1923), porém, este possui uma preocupação mais
interpretativa e de contextualização da história do jornalismo em momentos importantes da
conjuntura nacional. É possível que o esgotamento do modelo dos IHGs tenha colaborado
para a descontinuidade dessa historiografia tradicional: descritiva, relatorial, cronologista e
preocupada com o levantamento de documentação sobre e dos jornais.
8
ao contrário do gênero biográfico que trouxe aportes documentais e informações sobre
jornalistas pioneiros, como Hipólito da Costa (Dourado, 1957; Rizzini, 1957). Assim,
chega a surpreender a publicação, em 1966, da história da imprensa no Brasil mais
influente até hoje, por Nelson Werneck Sodré.
Também – como no caso dos positivistas – não se desenvolveu uma historiografia marxista
de produção continuada, firmando uma tradição, a partir do importante trabalho de Sodré,
que reconhecia o caráter de síntese de seu livro, sugerindo uma ampla pauta de pesquisa,
com temas “talvez mais apropriados para trabalhos monográficos” (Sodré, 1966, 7-8). A
ausência de uma continuidade nessa linha teórica talvez possa ser explicada pela
conjuntura pós-1964/1968, bem como pela dificuldade de um marxismo ortodoxo trabalhar
com temas culturais (como o jornalismo) sem subsumi-los à dimensão de reflexo da infra-
estrutura socioeconômica, do que resulta certo empobrecimento analítico. Este problema é
visualizado claramente, no nosso entender, na atualização do livro (constante da 4ª. edição,
da editora Mauad, de 1999), se bem que menos um trabalho de investigação do que um
ensaio, este texto de Sodré, ao abordar a estrutura da imprensa e dos meios de massa até a
contemporaneidade, chega a uma conclusão que, apesar de coerente com marco analítico,
só com dificuldade pode ser aceita na íntegra: alienada e totalmente vinculada à classe
dominante, a imprensa perdeu qualquer traço nacional, no Brasil.
Deve-se notar que a obra de Sodré fora precedida por alguns trabalhos que têm na coleta,
sistematização e nível analítico também qualidades, desde perspectivas mais gerais
(Rizzini, 1945/1988, e Bahia, 1960 e 1964) até um estudo regional (Freitas Nobre, 1950).
Porém, ainda que esses estudos sejam um passo a frente em relação ao positivismo,
9
integrando a história do jornalismo e da imprensa num paradigma “moderno” (dada a
preocupação em evidenciar fontes e tendências, “fases” da imprensa, conjunturas), o
trabalho de Sodré se destaca pelas características comentadas. Os três autores citados eram
jornalistas (e seriam docentes das primeiras graduações da área que se consolidam), que
utilizaram os elementos do método histórico (coleta e crítica de fontes, análise da
documentação) de modo coerente em seus trabalhos; outro jornalista, Gondim da Fonseca
(1941), porém, iria, tanto dar algum andamento à vertente positivista da história da
imprensa, quanto propor uma aproximação da narrativa da história com a literatura, num
modelo de divulgação jornalística então pioneiro – e que só seria retomado muito depois.
6
A exposição de Capelato (1988, 24) sobre esse aspecto é bastante clara: “O respeito sagrado pelo documento [da
história positivista] desaparece e com ele o mito do historiador-cientista, dono da verdade absoluta. Desta forma, sua
tarefa [do pesquisador, sob paradigmas “modernos” ou “pós-modernos”] se tornou mais complicada. Antes dele se exigia
coleta, crítica e organização das fontes; agora deve questionar e analisar seu instrumento básico de trabalho”. Abreu
(1996a, 8) nota que concepções sobre o papel da imprensa a partir de uma “teoria da dominação” – que vê na mídia mera
representação de grupos dominantes ou interesses organizados –, para o qual o marxismo colaborou, também não
favoreceu o estudo dos jornais pelos historiadores. Reflexões, de vários autores, sobre o jornal como fonte para a História
e objeto das Ciências Sociais, dentro de um paradigma “moderno”, são encontradas em dois trabalhos organizados por
Marques de Melo (1970).
10
historiografia propriamente acadêmica, cujas publicações, geralmente resultado de teses e
dissertações, têm se intensificado nos últimos anos.
11
estratégias metodológicas variadas, o que ocorre em muitos trabalhos, para esclarecer
problemáticas propriamente históricas ou de outra natureza. Assim, deve-se notar que os
estudos de Taschner (1987, 1992) são antes sociológicos do que históricos, porém, a
excelente reconstrução histórica dos conglomerados jornalísticos estudados é um elemento
central para a análise da problemática, conjugada a outros níveis de análise, como a
econômica, por meio de dados das empresas e fontes secundárias. Do mesmo modo, a
utilização feita por Schwarcz (1987) de jornais como fonte decorreu sobretudo da questão
relativa aos modos como a figura do negro era socialmente simbolizada em determinada
época, numa pesquisa que combina preocupação antropológica com a História. E, nesse
viés, a opção de trabalho com dois diferentes jornais representa uma interessante escolha
metodológica e teórica: observar diferentes textos sobre o negro em jornais como “pedaços
de significação” e ver esse “produto social” como “resultado de um ofício exercido e
socialmente reconhecido, constituindo-se como um objeto de expectativas, posições e
representações específicas” (Schwarcz, 1987, 15). Daí, então, a descrição e análise, no
período em foco, dos jornais, que – ainda que este não seja o objetivo precípuo do trabalho
– constitui contribuição para a história do jornalismo.
7
Um trabalho interessante, abordando o jornalismo português, que evidencia o problema do chamado “finalismo” – ou
seja, a análise do passado com categorias do presente – foi realizado por Belo (2004).
12
IV. O campo de estudos em Jornalismo e a História
Se em sentido amplo o campo de estudos em Jornalismo é marcado pelos historiadores
positivistas, em sentido estrito – isto é, a partir das pós-graduações em Comunicação –,
também cedo a preocupação histórica é marcante. Com efeito, o registro de uma amostra
de trabalhos publicados – inclusive alguns feitos por jornalista não acadêmicos, mas que
possuem qualidades em termos de maior rigor histórico – aponta para, no início, a
continuidade de linhas tradicionais na pesquisa histórica com o jornalismo e, depois, uma
ampliação do leque de temas.
Assim, desde 1970 são publicados estudos como: sobre a evolução da legislação de
imprensa (Costella, 1970), uma análise, de nível interpretativo superior, das causas da
tardia implantação da imprensa no país (Marques de Melo, 1973), um pioneiro estudo da
imprensa operária (Ferreira, 1979) e uma história social combinada a análise de jornal
(Carvalho, 1979). A partir de fins de 1970, são publicados dois interessantes estudos
escritos por jornalistas, que aproveitam sua experiência vivida, da censura no pós-1968
(Machado, 1978; Marconi, 1980). A seguir, surgem trabalhos sobre a representação da
mulher na imprensa (Buitoni, 1981), e estudos de Lins da Silva que, sem serem
especificamente vinculados a linhas de pesquisa históricas, utilizam lastro deste tipo, seja
para comparar diacronicamente a influência norte-americana no jornalismo brasileiro (Lins
e Silva, 1991), seja para compor uma espécie de “história imediata” da reformulação no
jornal em que ele trabalhara, a Folha de S. Paulo (Lins da Silva, 1988). É a partir da
década de 1990, porém, que a dinâmica de publicação ganha mais fôlego, com, entre
outros, o estudo de Kucinski (1991), importante ao expor as grandes linhas de
desenvolvimento da “imprensa alternativa”, praticamente abrindo uma linha de pesquisa –
é outro trabalho no qual a anterior experiência jornalística do autor também contou a favor
–, estudos regionais, de enfoque diverso (Rüdiger, 1993; Castro, 1997; França, 1998);
histórias e análises de periódicos escritas por jornalistas (Andrade e Silveira, 1991;
Lachini, 2000) e acadêmicos (Braga, 1991; Faro, 1999); estudos sobre a imprensa na
década de 1950 (Laurenza, 1998), no contexto da ditadura de 1964 (Motter, 2001, Perosa,
2001) e do impeachment de Collor (José, 1996). E um estudo singular pela tentativa de
apreensão do público (Barbosa, 2000).
13
Esta produção também é diversificada, tanto nos enfoques teóricos, quanto nas análises
mais ou menos descritivas ou interpretativas. No entanto, no nosso entender, é um conjunto
de trabalhos de bastante qualidade, que tem logrado, por vezes, constituir um
empreendimento cumulativo. O “aporte comunicacional” – antes que da disciplina História
– dessas pesquisas talvez seja mais mensurado no nível das problemáticas, freqüentemente
interdisciplinares, do que na utilização de teorias específicas do Jornalismo ou da
Comunicação. Nesse sentido, alguns trabalhos utilizam técnicas outras além da descrição
historiográfica (análises de conteúdo, por exemplo).
14
V. Conclusão
A pesquisa do jornalismo tem muito a ganhar se inscrever sua prática de produção de
conhecimento na lógica da dupla ruptura [proposta por Boaventura de Souza Santos].
Ao pesquisador cabe, primeiro, romper com o senso comum da profissão para,
depois, qualificar a profissão [...]. Berger (2002, 157)
Houve também, sobretudo partir da década de 1990, um ponto positivo ligado às fontes de
dados que tem repercussões para a pesquisa da área do Jornalismo e da História: a
publicação de memórias e biografias de profissionais da imprensa (Morais, 1994; Castro,
1995; Netto, 1998), depoimentos (Abramo, 1989; Wainer, 1993), edições comemorativas
de jornais e trabalhos de investigação mais propriamente jornalísticos (Conti, 1999;
Carvalho, 2001; Campos Jr. et al., 2002).
15
relações entre poder e mídia não deve ser imitada nos estudos do campo científico do
Jornalismo. Ainda que os campos culturais tenham zonas de intersecção e a investigação
jornalística seja uma fonte útil também, os produtos do campo cientifico e do campo da
indústria cultural, a bem de ambos, devem possuir identidade própria. Os requisitos de
cada um dos campos são diferentes, e portanto exigem um investimento em formação do
pesquisador diferenciado, em muitos aspectos. É evidente que isso não é um impedimento
para que os pesquisadores jornalistas produzam conhecimento histórico mais afeito ao
campo científico – como o comprova o fato de vários jornalistas terem feito estudos
históricos rigorosos e de qualidade, já citados. Por sinal, o tradicional fôlego investigativo
dos jornalistas, sua capacidade de estabelecer boas interações pessoais com fontes de
informação, preocupação com a clareza na produção textual são algumas qualidades que
podem e devem ser “levadas” de um campo a outro, mas existe um investimento
necessário em formação em pesquisa científica, em termos do estudo de métodos e teorias
da Comunicação, História etc. (conforme cada investigação).
A lógica de que “tudo é História” – e portanto legitima-se qualquer abordagem, todo tipo
de “resgate”, todas as formas e abordagens narrativas: o biografismo, a ficção histórica etc.
– tem contrapartida na noção de que, se isso é verdade, nem tudo é conhecimento histórico
(ou comunicacional).
Referências Bibliográficas
ABRAMO, Cláudio. 1989. A regra do jogo – O jornalismo e a ética do marceneiro. São Paulo,
Companhia das Letras.
16
ABREU, Alzira Alves de et al. 2003. Mídia e política no Brasil. Rio de Janeiro, FGV.
________. 2003a. Eles mudaram a imprensa: depoimentos ao CPDOC. Rio de Janeiro, FGV.
ABREU, Alzira Alves de 2002. A modernização da imprensa (1970-2000). Rio de Janeiro, Jorge
Zahar Ed.
ABREU, Alzira Alves de et al. 1996. A imprensa em transição: o jornalismo brasileiro nos anos
50. Rio de Janeiro, FGV.
ABREU, Alzira Alves de. 1996a. Introdução. In: ___ et al. A imprensa em transição: o jornalismo
brasileiro nos anos 50. Rio de Janeiro, FGV.
AQUINO, Maria A. de. 1999. Censura, imprensa e estado autoritário (1968-1978), o exercício
cotidiano da dominação e da resistência: O Estado de S. Paulo e Movimento. Bauru:
EDUSC.
ANDRADE, Jefferson de e SILVEIRA, Joel. 1991. Um jornal assassinado: a última batalha do
Correio da Manhã. Rio de Janeiro, José Olympio.
BAHIA, Juarez. 1960. Três fases da imprensa brasileira. Santos, Presença.
________. 1967 (1ª. Ed.: 1964). Jornal: história e técnica. Santos, Martins, 2ª ed..
BARBOSA, Marialva. 2004. Como escrever uma história da imprensa? II Encontro Nacional da
Rede Alfredo de Carvalho, Florianópolis. Disponível em
www.jornalismo.ufsc.br/redealcar/cd/grupos%20de%20trabalho%20de%20historia%20da%2
0midia/historia%20dos%20jornalismo/trabalhos_selecionados/marialva_barbosa.doc. (acesso
em 02/06/2005)
________. 2000. Os donos do Rio: imprensa, poder e público. Rio de Janeiro, Vício de Leitura.
BARBOSA LIMA SOBRINHO, Alexandre José. 2003 (1ª. ed.: 1923). O problema da imprensa.
São Paulo, EDUSP, 4a ed..
BERNARDI, Célia de. 2000. O legendário Meneghetti: imprensa, memória e poder. São Paulo,
Annablume.
BELO, André. 2004. Notícias impressas e manuscritas em Portugal no século XVIII: horizontes de
leitura da Gazeta de Lisboa. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 10, no 22,
jul./dez. Disponível em www.scielo.br/pdf/ha/v10n22/22695.pdf. (acesso em 02/06/2005)
BERGER, Christa. 2002. Jornalismo na comunicação. In: WEBER, Maria H. et al. (orgs.). Tensões
e objetos da pesquisa em comunicação. Porto Alegre, Sulina, pp. 137-63.
BORGES, Vavy Pacheco. 1979. Getúlio Vargas e a oligarquia paulista. São Paulo, Brasiliense.
BRAGA, José Luiz. 1991. O Pasquim e os anos 70. Brasília, Ed. UnB.
BUITONI, Dulcília H. S. 1981. Mulher de papel: a representação da mulher pela imprensa
brasileira. São Paulo, Loyola.
BURKE, Peter. 2002. História e teoria social. São Paulo, Ed. UNESP.
CAMARGO, Ana Maria de A. 1971. A imprensa periódica como fonte para a história do Brasil. In:
Anais do V Simpósio dos Professores Universitários de História. São Paulo, pp. 225-39.
CAPELATO, Maria Helena R. 1989. Os arautos do liberalismo: imprensa paulista, 1920-1945.
São Paulo, Brasiliense.
________. 1988. Imprensa e história do Brasil. São Paulo, EDUSP/Contexto.
CAPELATO, Maria Helena R. e PRADO, Maria Lígia. 1980. O bravo matutino - imprensa e
ideologia: o jornal O Estado de S. Paulo. São Paulo, Global.
CARDOSO, Ciro Flamarion. 1997. História e paradigmas rivais. In: ___ e VAINFAS, R. (orgs.).
Domínios da história: ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro, Elsevier, 13ª. reimpr.,
pp. 1-23.
17
CARNEIRO, Maria Luiza Tucci e KOSSOY, Boris (orgs.). 2003. A imprensa confiscada pelo
DEOPS: 1924-1954. São Paulo, Ateliê Editorial, Imprensa Oficial do Estado, Arquivo do
Estado.
CARVALHO, Kátia de. 1979 O Diário da Bahia e o século XIX. Rio de Janeiro, Tempo
Brasileiro/INL.
CARVALHO, Luiz Maklouf. 2001. Cobras criadas: David Nasser e O Cruzeiro. São Paulo,
SENAC.
CASTRO, Maria Céres et al. 1997. Folhas do tempo: imprensa e cotidiano em Belo Horizonte:
1895-1926. Belo Horizonte, UFMG/Associação Mineira de Imprensa/Pref. Municipal de
Belo Horizonte.
CASTRO, Ruy. 1995. O anjo pornográfico: a vida de Nelson Rodrigues. São Paulo, Companhia
das Letras.
CONTI, Mario Sergio. 1999. Notícias do Planalto: a imprensa e Fernando Collor. São Paulo,
Companhia das Letras.
CONTIER, Arnaldo D. 1979. Imprensa e ideologia em São Paulo: 1822-1842. Petrópolis, Vozes;
Campinas, UNICAMP.
COSTELLA, Antonio F. 1970. O controle da informação no Brasil. Petrópolis, Vozes.
CRUZ, Heloisa de Faria. 2000. São Paulo em papel e tinta: periodismo e vida urbana - 1890-1915.
São Paulo, EDUC/Fapesp/Arquivo do Estado de São Paulo/Imprensa Oficial do Estado.
DOURADO, Mecenas. 1957. Hipólito da Costa e o Correio Braziliense. Rio de Janeiro.
FARO, José S. 1999. Revista Realidade - 1966-1968: tempo de reportagem na imprensa brasileira.
Porto Alegre, Ed. ULBRA, AGE Editora.
FERRARA, Miriam N. 1986. A imprensa negra paulista (1915-1963). São Paulo, FFLCH/USP.
FERREIRA, Maria Nazareth. 1978. A imprensa operária no Brasil: 1880-1920. Petrópolis, Vozes.
FONSECA, Gondim da. 1941. Biografia do jornalismo carioca (1808-1908). Rio de Janeiro,
Quaresma.
FRANÇA, Vera R. 1998. V. Jornalismo e vida social: a história amena de um jornal mineiro. Belo
Horizonte, Ed. UFMG.
GÓES, Maria da Conceição Pinto et. al. 1983. A imprensa brasileira ante o fascismo: a tomada de
poder na Alemanha. Rio de Janeiro, Inst. Goethe.
IANNI, Octavio. 1996. Sociologia da globalização. In: Teorias da globalização. Rio de Janeiro,
Civilização Brasileira, 3ª. ed., pp. 189-207.
JOSÉ, Emiliano. 1996. Imprensa e poder: ligações perigosas. São Paulo, EDUFBA/Hucitec.
LACHINI, Cláudio. 2000. Anábase: história da Gazeta Mercantil. São Paulo, Gazeta
Mercantil/Lazuli.
LATTMAN-WELTMAN, Fernando. 1996. Imprensa carioca nos anos 50: os “anos dourados”. In:
ABREU, Alzira Alves de et al. A imprensa em transição: o jornalismo brasileiro nos anos
50. Rio de Janeiro, FGV, pp. 157-87.
LATTMAN-WELTMAN, Fernando et al. 1994. A imprensa faz e desfaz um presidente. Rio de
Janeiro, Nova Fronteira.
LAURENZA, Ana Maria de Abreu. 1998. Lacerda x Wainer - O Corvo e o Bessarabiano. São
Paulo, Senac.
LINS DA SILVA, Carlos. 1991. O adiantado da hora: a influência americana sobre o jornalismo
brasileiro. São Paulo, Summus.
________. 1988. Mil dias - os bastidores da revolução de um grande jornal. São Paulo, Trajetória
Cultural.
18
LUCA, Tânia R. 1999. A Revista do Brasil: um diagnóstico para a (N)ação. São Paulo, Ed.
UNESP.
LUSTOSA, Isabel. 2003. O nascimento da imprensa brasileira. Rio de Janeiro, Jorge Zahar.
________. 2000. Insultos impressos: a guerra dos jornalistas na Independência (1821-1823). São
Paulo, Companhia das Letras.
KUCINSKI, Bernardo. 1991. Jornalistas e revolucionários - Nos tempos da imprensa alternativa.
São Paulo, Scritta.
KUSHNIR, Beatriz. 2004. Cães de guarda – jornalistas e censores, do AI-5 à Constituição de
1988. São Paulo, Boitempo.
MACHADO, J. A. Pinheiro. 1978. Opinião x censura: momentos da luta de um jornal pela
liberdade. Porto Alegre, L&PM.
MARCONI, Paolo. 1980. A censura política na imprensa brasileira: 1968-1978. São Paulo,
Global.
MARQUES DE MELO, José. 1999. A pesquisa em jornalismo no Brasil: trajetória e perspectiva.
In: LOPES, Maria Immacolata V. (org.). Vinte anos de ciências da Comunicação no Brasil:
avaliação e perspectivas, São Paulo/Santos, Intercom/Ed. Unisanta, pp. 117-23.
________. 1973. Sociologia da imprensa brasileira. Petrópolis, Vozes.
________ (org.). 1970. A imprensa como objeto de estudo das ciências sociais. São Paulo, Depto.
de Jornalismo ECA/USP.
________ (org.). 1970. A imprensa como fonte histórica. São Paulo, Depto. de Jornalismo
ECA/USP.
MARSON, Izabel A. 1980. Movimento praieiro: imprensa, ideologia e poder político. São Paulo,
Moderna.
MARTINS, Ana Luiza. 2001 Revistas em revista: imprensa e práticas culturais em tempo de
República (1890-1922). São Paulo, EDUSP/FAPESP/Imprensa Oficial do Estado.
MICELI, Sergio. 2001. Biografia e cooptação (o estado atual das fontes para a história social e
política das elites no Brasil). In: ___. Intelectuais à brasileira. São Paulo, Companhia das
Letras, pp. 345-56.
MORAIS, Fernando. 1994. Chatô, o rei do Brasil. São Paulo, Companhia das Letras, 1994.
MOREL, Marco e BARBOSA, Marivalva. 2001. História da imprensa no Brasil: metodologia.
Site da Rede Alfredo de Carvalho. Disponível em
www2.metodista.br/unesco/redealcar_inventario.htm. (acesso em 02/06/2005)
MOREL, Marco e BARROS, Mariana M. de 2003. Palavra, imagem e poder: o surgimento da
imprensa no Brasil do século XIX. Rio de Janeiro, DP&A.
MOTA, Carlos Guilherme e CAPELATO, Maria Helena. 1981. História da Folha de S. Paulo
(1921-1981), São Paulo, IMPRES.
MOTTER, Maria Lourdes. 2001. Ficção e história: imprensa e construção da realidade. São
Paulo, Arte & Ciência/Villipres.
MOURA, Clóvis. 1984. Imprensa Negra. São Paulo, Imprensa Oficial do Estado.
NETTO, Accioly. 1998. O império de papel – os bastidores de O Cruzeiro. Porto Alegre, Sulina.
NORA, Pierre. 1988. O retorno do fato. In: LE GOFF Jacques (ed.). História: novos problemas.
Rio de Janeiro, Francisco Alves, pp. 179-93.
PAULA, Jeziel de. 1999. 1932: Imagens construindo a história. Campinas/Piracicaba, Ed.
UNICAMP/Ed. UNIMEP.
PEROSA, Lilian M. F. de L. 2001 Cidadania Proibida: o caso Herzog através da Imprensa. São
Paulo, Imprensa Oficial do Estado, Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de SP.
19
RIZZINI, Carlos. 1988 (1ª ed.: 1945). O livro, o jornal e a tipografia no Brasil 1500-1822. São
Paulo, Imprensa Oficial do Estado/Imesp, edição fac-similar.
________. 1957. Hipólito da Costa e o Correio Braziliense. São Paulo, Companhia Editora
Nacional.
ROMANCINI, Richard. 2004. Inventando tradições: os historiadores e a pesquisa inicial sobre o
jornalismo. Revista PJ:Br – Jornalismo Brasileiro. São Paulo, ECA/USP, v. 3, n. 3.
Disponível em www.eca.usp.br/prof/josemarques/arquivos/ensaio3_a.htm. (acesso em
02/06/2005)
________. 2004a A Querela da Imprensa: conflitos regionais e institucionais na construção da
história. Seminário Brasileiro sobre Livro e História Editorial, Rio de Janeiro. Disponível
em www.livroehistoriaeditorial.pro.br/ pdf/richardromancini.pdf. (acesso em 02/06/2005)
RÜDIGER, Francisco. 1993 Tendências do jornalismo. Porto Alegre, Ed. UFRGS.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. 1987. Retrato em branco e preto: jornais, escravos e cidadãos em São
Paulo no final do século XIX. São Paulo, Companhia das Letras.
SILVA, Maria Beatriz Nizza da. 1978. A primeira gazeta da Bahia: Idade D’Ouro do Brasil. São
Paulo, Cultrix; Brasília, INL.
SODRÉ, Nelson Werneck. 1966. História da imprensa no Brasil. Rio de Janeiro, Civilização
Brasileira.
TASCHNER, Gisela. 1992. Folhas ao vento: análise de um conglomerado jornalístico no Brasil.
Rio de Janeiro, Paz e Terra.
TASCHNER GOLDENSTEIN, Gisela. 1987. Do jornalismo político à indústria cultural. São
Paulo, Summus.
VAINFAS, Ronaldo. 1997. Caminhos e descaminhos da história. In: ____ e CARDOSO, Ciro F.
(orgs.). Domínios da história: ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro, Elsevier, 13ª.
reimpr., pp. 441-9.
VIANA, Hélio. 1945. Contribuição à história da imprensa brasileira (1812-1869). Rio de Janeiro,
Ministério da Educação/INL.
WAINER, Samuel. 1993. Minha razão de viver - Memórias de um repórter. Rio de Janeiro,
Record, 15a ed.
20