Negociação - Sonia Lopes - Ingrid Stoeckicht - José Antonio Patrocínio - 2009
Negociação - Sonia Lopes - Ingrid Stoeckicht - José Antonio Patrocínio - 2009
Negociação - Sonia Lopes - Ingrid Stoeckicht - José Antonio Patrocínio - 2009
Capa
Folha de Rosto
Créditos
Dedicatória
Apresentação
Introdução
1 | Aspectos conceituais
O mercado globalizado e o negociador global
Consciência da diversidade cultural
A estrutura cultural
Fatores culturais intervenientes no processo decisório do
negociador
Ética
O significado do conflito
A dinâmica dos conflitos
Níveis de conflitos
Origem dos conflitos
Tipos de conflitos
Estilos de administração de conflitos
Orientações para administração de conflitos
2 | Planejamento
Objetivos e estratégias
Observando o mundo do xadrez
Interesses — tenha foco nos interesses e não nas posições
Negociações distributivas e integrativas
Abordagem distributiva
Abordagem integrativa
Benefícios dos acordos integrativos
Opções — invente opções antes de decidir o que fazer
Desenvolvendo alternativas
Criando e reivindicando valor
Tempo, informação e poder
Dicas
3 | Execução
Táticas
Comunicação, percepção e emoção
Erros mais freqüentes
Perfil do negociador
Dicas
Conclusão
Referências bibliográficas
Apêndices
Apêndice A: roteiro para negociações
Apêndice B: roteiro para sua avaliação como negociador
Os autores
Apresentação
Aspectos conceituais
língua;
estrutura familiar e o papel dos homens e das mulheres;
educação;
organização social — estrutura de classes, hierarquias etc.;
caráter organizacional — poder de difusão (centralização ou não),
processo decisório, níveis hierárquicos, valores etc.;
religião;
tabus;
nível de afluência — distribuição de riqueza;
valores — há uma série de valores, atitudes e comportamentos
importantes que merecem ser analisados antes de entrar em contato com
uma cultura diferente;
forma de se dirigir e de se apresentar a alguém;
abertura — o que revelar sobre você mesmo;
visitas sociais — o que falar e o que fazer em situações que não são de
negócios;
declarações;
promessas;
demonstrar emoções tais como alegria, raiva, estresse, ansiedade,
tristeza etc.;
afeição pública — mostrar estima por outras pessoas ou não;
toque — as partes do corpo que são públicas. A quantidade de toque que
é aceitável e a distância razoável entre dois corpos;
brincadeiras — humor;
aparência e vestuário — formal ou informal;
conversas — quando perguntar; qual a ordem da conversa; duração da
fala etc.;
finanças — quando é apropriado discutir sobre finanças e dinheiro;
estrutura e organização da reunião — quem coordena a reunião e
estabelece os procedimentos;
compartilhar notícias e informações — como comunicar notícias boas e
ruins;
contato visual — como olhar para as pessoas;
normas organizacionais — hierarquia, horas de trabalho etc.;
tempo — pontualidade.
Ética
A ética está ligada ao conjunto de valores de uma sociedade ou
associação, e é preciso conhecê-los para segui-los e entender o
comportamento de determinados setores.
A ética no mundo dos negócios já intrigava Max Weber há 100 anos. Em
seu livro A ética protestante e o espírito capitalista, ele inicia seu
questionamento a partir da observação de que a participação dos protestantes
“na propriedade do capital, na direção e nos postos de trabalho mais elevados
das grandes empresas modernas industriais e comerciais, é relativamente
mais forte, ou seja, superior à sua porcentagem na população total” (Weber,
2004:29). Já os católicos são educados dentro de uma “indiferença maior
pelos bens deste mundo”, assim apresentam comportamentos e resultados
completamente diferentes.
Weber conclui que “a razão desse comportamento distinto deve, pois, ser
procurada principalmente na peculiaridade intrínseca e duradoura de cada
confissão religiosa, e não somente na respectiva situação exterior histórico-
política” (Weber, 2004:34). O conjunto de valores e dogmas de cada religião
permite que o homem transite de modo diferente dentro da cultura do
“capitalismo vivenciado na condução metódica da vida de todo dia” (Pierucci
citado por Weber, 2004:7). Para os protestantes, o acúmulo de riquezas não é
pecado, em oposição aos católicos.
Ilustra-se, assim, a importância de se ter conhecimento dos valores
básicos das partes envolvidas e dos valores de uma empresa estarem bem
claros para que a orientação de todos os seus membros seja numa mesma
direção. É comum o comentário de executivos que consideram as ações de
seus superiores os principais fatores de influência sobre o comportamento
ético da organização.
Segundo Robbins (2002:62), os valores dominantes na força de trabalho
vêm sofrendo mudanças. Nos anos 1970, a maioria dos executivos nos EUA
era predominantemente formada por representantes da ética protestante, cujas
características eram trabalho árduo, conservadorismo e lealdade com o
empregador. Esse panorama foi se alterando e outros valores assumiram
destaque: existencialistas (qualidade de vida, inconformismo, busca de
autonomia, lealdade a si mesmo); pragmáticos (sucesso, realização, ambição,
trabalho árduo, lealdade à carreira); e geração X (flexibilidade, satisfação
com o trabalho, estilo da vida equilibrado, lealdade aos relacionamentos).
As negociações colaborativas são, em sua maioria, baseadas numa relação
de confiança, na qual é importante manter abordagens éticas, promover
abertura, honestidade e se mostrar sensível às necessidades do outro lado. A
ausência de um código de ética para negociadores faz com que suas atitudes
baseiem-se em sua formação familiar, religião, qualidades pessoais e
experiência.
Não devemos nos expor completamente “abrindo o jogo”. Assim, é
comum que as partes não revelem exatamente qual o seu limite de concessões
ou tudo o que sabem sobre um determinado ponto. Cada caso é um caso e
deve ser analisado por meio de uma atitude compatível com o que o
negociador deseja para sua imagem e para o alcance de seu objetivo. Manter
um relacionamento ou a credibilidade que possui no mercado são razões
suficientes para evitar situações antiéticas e embaraçosas.
O significado do conflito
Existe grande diversidade na forma como culturas diferentes lidam com
conflito, e em sociedades mais competitivas e cujo processo decisório é
sustentado no racionalismo e empirismo o conflito é bem-vindo e entendido
como forma de buscar acordos mais inovadores e melhores soluções para os
problemas organizacionais. Entretanto, em sociedades onde o relacionamento
interpessoal constitui forte base para a condução do processo de negociação e
onde o processo decisório é mais fortemente calcado em avaliações e
considerações de ordem subjetiva, o conflito e seus desdobramentos podem
ser escamoteados e a forma como os negociadores lidam com eles pode ser a
evitação ou os meios indiretos.
A dinâmica dos conflitos
A interação humana, em qualquer âmbito, seja pessoal ou profissional, é
caracterizada pela existência de conflitos e incertezas. A necessidade de
negociar somente se faz presente diante da existência de um conflito.
Portanto, é fundamental que o negociador compreenda a origem dos conflitos
que precisa administrar — que podem vir de diversas fontes e ser de
diferentes tipos. É fundamental que o negociador saiba escolher e
implementar as estratégias mais adequadas para lidar com cada tipo de
conflito, administrando-os adequadamente para que possam alcançar os
resultados desejados no trabalho realizado.
O gerente deve ter uma visão positiva do conflito para discutir
abertamente os mais diversos assuntos, incentivando, portanto, a livre
expressão e exploração de diferentes pontos de vista, interesses e valores, que
poderão facilitar o processo de negociação.
Níveis de conflitos
Existem quatro níveis de conflitos, que precisam ser identificados pelo
gestor para que ele possa adotar a melhor estratégia para administrá-
los. Existem conflitos latentes, nos quais as pessoas envolvidas não possuem
uma clara consciência de sua existência. Se identificados, eles podem ser
transformados em conflitos percebidos, nos quais as partes percebem
racionalmente a existência do conflito, porém ainda não há uma manifestação
explícita deste. Quando a desavença evolui, o conflito pode tornar-se um
conflito sentido, no qual os efeitos são percebidos e se fazem sentir
claramente em um nível consciente. Caso não haja nenhum tipo de
intervenção por parte do gestor em administrar esse tipo de conflito, a
situação pode desencadear um conflito manifesto, que atinge diretamente as
partes envolvidas, é percebido por terceiros não diretamente envolvidos na
situação conflitante, e pode interferir na dinâmica do desenvolvimento do
projeto, no departamento e na organização como um todo.
Conflitos sentidos e manifestos devem ser administrados pelo gestor, que
deverá considerar as melhores opções para resolvê-los. Os conflitos latentes
podem manter-se estáveis ou, até mesmo, desaparecer; mas, se reprimidos,
podem ressurgir posteriormente, tornando-se manifestos.
Origem dos conflitos
Os conflitos surgem por três principais motivos: a competição por
recursos disponíveis, porém escassos, a divergência de objetivos entre as
pessoas e a tentativa de autonomia ou libertação de um sujeito com relação a
outro.
As fontes de conflitos mais comuns são direitos não atendidos ou não
obtidos, mudanças externas, ansiedade e medo, disputa pelo poder,
necessidade de status, ambição e desejo de sucesso, necessidades individuais
e expectativas não atendidas, exploração, desinformação, escassez de tempo e
tecnologias, diferenças culturais, divergência de metas, emoções reprimidas,
obrigatoriedade de consenso, preconceitos e condições adversas no meio
ambiente, entre outros.
Tipos de conflitos
Outro elemento importante a ser analisado pelo gestor refere-se ao tipo de
conflito e seus impactos no processo de negociação. Existem conflitos que se
relacionam diretamente à tarefa que precisa ser executada, outros que
abordam os procedimentos de como a tarefa deverá ser realizada e, por fim,
os que se relacionam com as pessoas envolvidas na execução das tarefas,
sendo, portanto, de caráter interpessoal. Muitas vezes os conflitos se
confundem, e um conflito que surge com relação a qual tarefa deverá ser
realizada poderá rapidamente escalar e se tornar um conflito interpessoal,
caso o gestor não saiba identificá-lo e reconduzir a discussão para o foco em
questão.
Conflitos e discordâncias são naturais em qualquer situação na qual há
diferenças entre o que as pessoas querem umas das outras. Para Thompson
(1998), o conflito é gerado pela percepção da diferença entre os interesses das
partes. Por sua vez, a oposição é fomentada a partir da sensação de que as
necessidades do negociador não estão sendo atendidas. Assim, a negociação
trata de um processo decisório conjunto cujo objetivo é resolver as diferenças
e alcançar acordos que atendam aos diversos interesses em jogo.
Os conflitos podem ser categorizados de três formas:
Sugerir uma mudança de negociadores pode ser visto como uma ameaça
ou uma rejeição. Seja explícito sobre o que você pensa e propõe e não
imponha a mudança. Você pode dizer, “eu me dei conta de que não é sua
responsabilidade fazer essas mudanças/tomar essas decisões e, eu não
gostaria de colocá-lo em situações difíceis. Há alguém com quem eu possa
falar que tenha autoridade para lidar com essa questão”? Ou “parece que nós
estamos amarrados à questão de qual critério é mais apropriado. Eu sei que o
Jorge, da contabilidade, já fez vários desses acordos. Como você se sentiria
se o convidássemos a se juntar a nós e compartilhar conosco o que ele
aprendeu com esse trabalho que fez no passado”?
Em resumo, lidar com oposição consiste em:
Quando você fica de olho no que quer alcançar por meio da negociação e
quando encara a oposição calmamente e com dignidade, a outra pessoa irá,
inevitavelmente, respeitar sua integridade e confiabilidade.
A ocorrência de conflitos pode ser extremamente favorável, porque
permite a interação, a criatividade e a percepção de outros pontos de vista,
mas também pode ser danosa interferindo na busca de resultados. Vimos
diversas formas de conduzir as relações e as situações a fim de melhorar o
relacionamento. O negociador deve conduzir suas relações interpessoais
atento para as diferenças culturais e buscando informações que facilitem o
processo de tomada de decisão. Veremos, a seguir, como o planejamento das
negociações pode melhorar as possibilidades de sucesso.
Planejamento
Desenvolvendo alternativas
Nem todas as negociações chegam a um acordo. E, muitas vezes, o
resultado é melhor se um acordo não for efetivado. As alternativas são
formas de satisfazer seus interesses, e eles podem ser satisfeitos de duas
maneiras: por meio de uma solução negociada ou por meio da adoção de
alternativas que se encontram fora da mesa de negociação. Para que o
resultado de uma negociação tenha maior probabilidade de sucesso, você
deve apresentar uma alternativa que seja melhor para você do que o acordo
que você está negociando.
Desenvolver alternativas é essencial para ajudá-lo a decidir quando é o
momento de ficar ou de se retirar. É, também, uma ferramenta muito útil para
ganhar poder em uma negociação. Enquanto desenvolvemos alternativas
devemos ter em mente qual o piso mínimo, a zona de acordo possível e a
melhor alternativa em caso de não acordo.
O piso mínimo
Os negociadores geralmente tentam proteger-se, estabelecendo,
antecipadamente, o seu piso mínimo. Por definição, o piso mínimo é uma
posição que não pode ser alterada. Por exemplo, um vendedor que está
vendendo uma casa decide não vendê-la por menos de R$ 150 mil e o
comprador não a comprará por mais que R$ 160 mil. Assim, o piso mínimo
de venda é R$ 150 mil e o teto máximo de compra é de R$ 160 mil,
respectivamente. Nesse caso, há uma sobreposição de R$ 10 mil, que será a
zona de barganha da transação, também conhecida como zona de acordo
possível.
Definir um piso mínimo facilita resistir às pressões e tentações ou tomar
uma decisão da qual você possa se arrepender. No entanto, lidar com o seu
piso mínimo de forma inflexível pode diminuir a sua motivação de idealizar
soluções mais vantajosas e customizadas.
A maana
A primeira coisa que você deve se perguntar não é o que você ganhará,
mas o que você fará se não conseguir o que quer. Há aproximadamente 20
anos, Fischer, Ury e Patton (1994) introduziram o termo maana na linguagem
da negociação, uma sigla para “melhor alternativa à negociação de um
acordo”. Eles dizem que quando falamos em opções, nos referimos ao que
podemos fazer dentro do contexto da negociação. Quando falamos em
alternativas, nos referimos ao que podemos fazer que esteja fora do acordo
que está sendo negociado, isto é, nos referimos aos acordos que podem surgir
fora dessa mesa de negociação.4
A maana é um critério ou alternativa para o acordo que o ajudará a avaliar
a eficácia do mesmo. Tem a vantagem de ser flexível o suficiente para
permitir a exploração de várias soluções. Se o acordo negociado for melhor,
feche o acordo. Se a alternativa for melhor, retire-se. Resumindo, sua maana
é a sua alternativa de retirada.
Desenvolva sua maana antes da negociação, e ao longo da negociação
busque melhorá-la, fazendo novas pesquisas, considerando investimentos
alternativos ou procurando outros aliados potenciais, pois quanto melhor sua
maana, maior o seu poder. Considere a maana da outra parte e pense em
como torná-la mais difícil de ser implementada, ou como ela pode ter menos
valor ou força na negociação. Tente influenciar a percepção deles sobre o real
valor da alternativa de que dispõem.
Desenvolver e aprimorar a sua maana é talvez a ação mais eficaz e
fundamental para que você possa lidar eficientemente com um negociador
aparentemente mais poderoso. Desenvolver uma maana não apenas lhe
possibilita determinar o que é um acordo minimamente aceitável, mas
também, muito provavelmente, aumentará esse mínimo. Uma boa maana o
ajudará a negociar sobre os méritos da sua proposta.
A abordagem por meio da maana muda as regras do jogo da
negociação. Os negociadores não mais vêem suas funções apenas como a de
chegar a um acordo, mas sim como a de realizar boas escolhas. E caso eles
não cheguem a um acordo à mesa de negociação, não mais vêem isso como
uma falha. Se você rejeitar um acordo porque não é tão bom quanto a sua
maana, terá sido bem-sucedido.
as partes criam valores que são melhores do que os seus pisos mínimos
ou do que as suas alternativas, ou não acordo;
os acordos são melhores para todas as partes do que qualquer outro
possível acordo negociado. Ou seja, os negociadores criam valor com
relação a um resultado negociado, encontrando outro resultado que
todos preferem;
os negociadores criam valores potenciais descobrindo que, em conjunto,
podem obter melhores resultados do que fora previamente pensado.
Fontes de poder
Existem tipos de poder que advêm do poder pessoal e de fontes externas.
O poder pessoal advém de:
legitimidade;
alternativas;
precedentes;
relacionamentos e associações;
recursos materiais.
Identificar o balanço de poder entre as partes e saber usar, da melhor
maneira possível, o próprio poder faz a diferença. Assim, conhecer as fontes
do poder é o ponto de partida. Karrass (1994) identifica nove fontes de forças
que contribuem para o equilíbrio geral de poder entre as partes envolvidas em
uma negociação. Ei-los:
Dicas
Algumas dicas:
Execução
Você pode prevenir o susto repetindo a sua posição. Diga “sim, o preço
é X”.
Você pode repetir sua posição de forma ligeiramente distorcida usando
expressões tais como: “sim, é apenas
US$ 10,550 mil”, fingindo que você não entendeu a reação da outra
parte.
Você pode usar a seguinte tática, pode dizer: “João, eu entendo como
você se sente. Muitas pessoas provavelmente também se sentiram
assim”. “Eu teria me sentido da mesma forma.” Em seguida, você
fornece uma informação adicional sobre a qualidade, as vantagens e
benefícios do produto ou serviço e diz “considerando os
benefícios/vantagens… a maioria dos nossos clientes acha o preço
bastante razoável”; “com essa vantagem adicional, isso é o que a maioria
das pessoas acha”.
Utilize o silêncio. A mensagem subliminar é “se você quer X, você terá
que pagar Y”. Note que com essa tática ou qualquer outra, a primeira
pessoa que fala depois do susto é geralmente aquela que faz a
concessão.
Quando alguém fica perplexo com o preço do produto ou serviço, faça a
defesa com base em seus próprios méritos. Não faça concessões até que
você saiba a razão para tal espanto. Muitas pessoas ficam chocadas
simplesmente porque não conhecem o produto ou serviço.
Silêncio
O silêncio é uma ferramenta extremamente poderosa, pois impele a outra
parte a fazer uma oferta que não é a sua melhor opção. Negociar não é
convencer alguém a fazer o negócio, é fazer com que a pessoa se convença de
que é um bom negócio.
O mocinho e o vilão
Essa técnica surgiu com as negociações em equipe. O mocinho tenta
encorajar a outra parte a ceder na sua posição. Respostas:
Você pode desarmar a outra parte dizendo, “O que você está fazendo?
Fazendo o jogo do mocinho e do vilão?”
Você pode lidar diretamente com o mocinho e deixar o vilão de fora.
Diga: “OK, José, eu só quero negociar com você, com o Pedro não”
(Pedro é o vilão).
Você pode pedir uma interrupção, um intervalo.
Autoridade limitada
É muito importante saber desde o início do processo de negociação quem
é o tomador de decisão. Você pode estar negociando com uma pessoa que
não tem a última palavra. Respostas:
Se você não está negociando com o tomador de decisão, peça para ter
um encontro com ele.
Caso você não seja o tomador de decisão diga à outra parte que o seu
superior o escuta e aceita as suas sugestões. Como é uma pessoa difícil
de agendar, é do interesse de ambas as partes que vocês cheguem a um
acordo e, depois, você irá se reportar à pessoa responsável.
Se a pessoa com quem você está negociando tem uma autoridade
limitada, você pode perguntar se ela recomendará o acordo, solicitando
uma definição da pessoa que está negociando com você. Você pode
fazer com que a pessoa advogue a sua proposta e não seja apenas um
mensageiro.
Se a outra parte responder não à pergunta sobre recomendar o
acordo, você terá que perguntar por que não.
Se ela não responder a sua pergunta, pode ser porque não se sente
confortável com o que vocês acordaram até o momento. Então, você
precisa saber o que está interferindo e, para isso, faça uma pergunta
simples que requer apenas uma resposta, sim ou não, e tente descobrir
por que a outra parte não recomendará o acordo para seu superior ou
tomador de decisão.
O balão experimental
Essa tática ocorre quando alguém traz algo novo para dentro da
negociação, algo que não está sendo discutido no momento. Ela é usada para
checar e confirmar a posição da outra parte de forma não ameaçadora. Qual a
melhor forma de lidar com isso? Respostas:
A digressão
Essa técnica é usada para desviar a atenção do assunto principal da
negociação para assuntos menores. A contraparte é dura com relação ao
assunto menos importante com a intenção de enfraquecer você ou acalmá-lo
para que você se renda com relação ao assunto mais importante. Respostas:
Chame a atenção deles sobre isso. Mostre à outra parte o que ela está
fazendo.
Conceda ou seja flexível nos assuntos menores e focalize novamente a
questão principal.
Coloque o assunto de lado e retorne a ele mais tarde.
Comportamento absurdo
Essa tática é muito usada porque funciona. A experiência mostra que
quando alguém tem um comportamento absurdo, as pessoas tendem a
acalmá-la e buscam amenizar a situação novamente. Resposta: seu objetivo
principal é diluir a reação negativa da pessoa, então é importante responder
ao comportamento absurdo com um comportamento positivo.
Redação
Redigir gera credibilidade, mas você não tem que acreditar nas coisas
apenas porque elas estão escritas. Resposta:
Você pode perguntar à outra parte o que seria aceitável para ela. Use a
abordagem de fazer perguntas. Pergunte à outra parte quanto melhor
você terá que fazer ou o que ela quer dizer com um pouco melhor. Dessa
forma você não deixará nada na mesa de negociação.
Você pode romper a negociação.
Você pode fingir que não sabe das coisas ou que você não pode decidir
nada por conta própria. Isso pode fazer com que a sua contraparte sinta
que você precisa da ajuda dela. No entanto, não abuse dessa técnica
porque as pessoas perceberão e aumentarão o preço inicial, pois saberão
que você irá afunilar a zona de barganha.
Dinheiro singular
Essa tática se refere a falar do dinheiro relacionando-o à quantidade de
tempo para que o primeiro pareça ridículo. Ou seja, pequenos incrementos de
dinheiro estão relacionados a pequenos incrementos de tempo.
Conseqüentemente, a decisão que você tem a tomar é pequena. Resposta:
Mordiscar
Essa tática é útil depois que um acordo inicial tenha sido alcançado. Ao
chegar a um ponto no qual a outra parte acredita que seja um acordo, você
adiciona outra decisão, acrescenta uma condição para fechar a transação.
Você sabe quando vai receber uma “mordida” ao ouvir as palavras, “Ah, por
falar nisso...”. Isso funciona porque quando você está fechando um acordo,
começa pensando sobre os benefícios que conseguirá. Quando você diz sim é
o momento mais vulnerável da negociação, pois já está comprometido com
os benefícios. Resposta:
Quando a outra parte levanta o último item, peça alguma coisa ou tire
algo bem ao final do fechamento do acordo, não faça concessões a
menos que você possa obter algo valioso em retorno. Use a tática da
troca. Ao requisitar uma troca com relação a uma demanda feita de
última hora, você reduzirá as solicitações feitas a você. Pergunte o que a
outra parte fará se você fizer determinada coisa para ela.
O princípio da rendição
É essencial saber aonde ir caso a negociação seja rompida. Em qualquer
negociação, quanto menos comprometido você estiver com a continuidade do
relacionamento, mais poderosa é a sua posição no processo de negociação.
Fingir que você abandonará a negociação será vantajoso. Contudo, você
precisa ter meios para contatar a outra parte de volta caso queira retomar a
negociação.
Competição
A competição pode ser devastadora se você não estiver preparado para
lidar com ela. A competição força o vendedor a fazer concessões para além
de seus limites. Resposta:
Nesse caso, defenda o seu preço com base na qualidade do serviço que
você oferece. Não se esqueça de que alguns clientes dirão que seu preço
é alto apenas para se verem livres de você.
Formalização
Quando você alcança um acordo com alguém deve ser a pessoa a
formalizar por escrito o que ficou acordado. Ao fazê-lo, poderá firmar todos
os aspectos que ainda estavam “soltos”. Resposta:
Caso você não seja a pessoa que redigiu o acordo final e não concorda
com algo que foi escrito, verifique com a outra parte imediatamente,
caso contrário poderá ser tarde demais.
O princípio do salame
Para comer salame é preciso fatiá-lo. Essa tática é aplicável a grandes
concessões; elas são encaradas com menos resistência se feitas aos poucos.
Resposta:
Questões “não-negociáveis”
As pessoas dizem que algo é não-negociável por diversos motivos.
Primeiro, afirme o que a outra parte está fazendo. Segundo, reduza as
expectativas da outra parte. Finalmente, force a outra parte a repensar a
posição dela. Resposta:
Concessão condicionada
Você deve sempre tentar obter um benefício em contrapartida a uma
concessão feita. Obtenha algo em retorno. Caso contrário, você terá um
acordo ganha-perde.
A falsa retirada
Pode ser utilizada caso você deseje dar a impressão de que não está
interessado no negócio. Na verdade, você está interessado em controlar a
situação. O que você pode fazer caso se encontre diante dessa tática?
Respostas:
Então, o que um negociador deve fazer para ter uma escuta eficaz?
Orientações que devem ser seguidas:
Gestos com mãos e dedos — devem ser variados e estar de acordo com
o significado da mensagem que você quer transmitir. Eles devem estar
em sintonia com as suas palavras e não negá-las:
apontar = mostrar uma direção, levantar uma questão;
palmas para cima = dar ou receber, pedir ajuda;
palmas para baixo = rejeitar;
palmas para frente = pare;
palmas batendo lateralmente = divisão;
palmas das mãos abertas e à mostra podem indicar que a contraparte não tem nada a
esconder e não se encontra em posição defensiva;
palmas das mãos fechadas podem indicar raiva ou necessidade de defesa;
gestos de toque em si mesmo podem denotar nervosismo ou falta de confiança;
movimentos involuntários, como mexer em papéis, escrever ou desenhar podem indicar
descaso, desinteresse, apatia ou nervosismo;
dedos tremendo/tamborilando = nervosismo, ameaça.
Um gestual descrito é comum em homens e mulheres, o negociador
habilidoso precisa ter um comportamento assertivo, conseqüentemente, ele
precisa ter uma linguagem corporal assertiva.
Orientações que devem ser seguidas:
monitore os seus sinais. Avalie o que você está transmitindo com sua
linguagem corporal;
evite maneirismos nervosos com as mãos como bater os dedos na mesa,
inquietar-se, pegar coisas, torcer a mão, mexer com a caneta
repetidamente etc.;
faça um uso estratégico das pausas. As pausas servem para diferentes
propósitos, como ganhar concordância sobre uma questão, acalmar,
recuperar a atenção e até mesmo impressionar seu interlocutor;
evite gestos expansivos e exagerados. Use-os com moderação e os faça
em consonância com a sua mensagem falada;
use uma linguagem fácil de ser entendida. Somente use jargões se a
pessoa conhecer os termos que você está utilizando. Quando você usa
uma linguagem inadequada, aumenta as possibilidades de mal-
entendidos e as chances de se chegar a um acordo diminuem. Então, use
palavras que são familiares à outra parte e nunca se favoreça por meio
da sua linguagem;
tenha uma boa escuta e observe. Durante a negociação, as
pressuposições são feitas com base na observação e na intuição. O
momento de verificar se suas pressuposições são corretas é enquanto
você escuta. Implica você focar a concentração e fazer perguntas de
forma ativa e atenta. Significa escutar além das palavras proferidas pela
outra pessoa, o que elas dizem e o que elas não dizem. A escuta eficaz
implica também a observação da linguagem corporal da outra pessoa;
observe o ambiente da negociação. Observe o comportamento das
pessoas, a vestimenta, a voz, as palavras etc. e procure identificar o
estilo e hábitos delas:
movimento — confiança, objetivo;
postura — ereta, relaxada, tensa;
olhar — penetrante, olhar de lado;
tom de voz — suave, calmo, raivoso, emotivo;
voz — hesitante, alta, baixa, fria, impessoal, firme;
ritmo — rápido, vagaroso;
procure sinais psicológicos — escuta ativa, resposta rápida, olhar firme;
procure sinais de ansiedade — transpiração, respiração curta e rápida,
mão esfregando o pescoço;
observe expressões de interesse — olhos alertas, corpo inclinando para
frente, sentar-se firme e cabeça levemente tombada;
observe expressões de desinteresse — indiferença, garatuja, corpo de
lado, olhar desatento;
procure sinais de impaciência — folhear papéis, tamborilar dedos, bater
os pés, observações desconexas, olhar freqüentemente o relógio;
observe a sua expressão facial. Ela pode ser uma importante ferramenta
de comunicação, uma vez que é capaz de reforçar suas palavras e revelar
suas emoções. Então, ela deve estar em consonância com as suas
palavras. Não utilize expressões que denotam manipulação se você
quiser estabelecer um relacionamento de confiança. Os sinais que você
passa e o momento que você escolhe para passá-los devem ser genuínos
e congruentes;
os influenciadores habilidosos falam vagarosamente, cuidadosamente,
com uma voz bem modulada e baixa. Varie o ritmo da sua fala. Lembre-
se, no entanto, que o propósito de falar é comunicar-se e você só saberá
se está conseguindo se comunicar escutando a outra pessoa.
Perfil do negociador
Quando você negocia, mesmo existindo um estilo pessoal e uma
tendência a agir de determinada forma, a sua abordagem pode ser ajustada em
função do valor que você atribui às relações em cada negociação. Partimos de
estilos extremos: o competitivo e o cooperativo, e apresentamos também os
intermediários:
Além dos pontos já apresentados, algumas dicas são úteis e devem ser
consideradas na fase de execução das negociações.
Dicas
São elas:
BAZERMAN, Max; NEALE, Margaret. Negociando racionalmente. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
______. Processo decisório: para cursos de administração e economia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
CANDELORO, Raul. Negócio fechado. Salvador: Casa da Qualidade, 1998.
CARVALHAL, Eugenio. Negociação: fortalecendo o processo. Rio de Janeiro: Vision, 2001.
COHEN, Herb. Você pode negociar tudo: como preparar e aperfeiçoar suas habilidades de negociação.
Rio de Janeiro: Elsevier; São Paulo: HSM Management, 2005.
DOURADO, Fernando. Ao redor do mundo. Convivência e negociação com culturas estrangeiras para
brasileiros. São Paulo: Mona Lisa, 2000.
ERTEL, Danny. Turning negotiation into a corporate capability. Harvard Business Review. May/June
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FISHER, Roger; ERTEL, Danny. Estratégias de negociação: um guia passo a passo para chegar ao
sucesso em qualquer situação. 2. ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999.
______; URY, William; PATTON, Bruce. Como chegar ao sim: a negociação de acordos sem
concessões. 2. ed. Rio de Janeiro: Imago, 1994.
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WANDERLEY, José Augusto. Negociação total. São Paulo: Gente, 1998.
Apêndices
Apêndice A
Momento zero
É a constatação da necessidade de uma negociação, a avaliação e a
decisão de participar dela. Deverá ser feita uma análise rápida
(provavelmente não haverá muito tempo para esse tipo de avaliação) dos
dados e fatos disponíveis até o momento. Nessa avaliação devem ser
considerados, mesmo que preliminarmente:
quais as partes envolvidas e quais os seus reais interesses e
necessidades;
qual o nível de relacionamento entre as partes e o quão importante é esse
relacionamento para as partes;
o que está em jogo e qual o objeto da negociação;
qual a relação entre o que está em jogo, o tempo disponível, o retorno
esperado e as possibilidades de um acordo;
experiências anteriores em situações semelhantes, com esse ou outro
interlocutor.
Coleta de dados
Nessa fase deverão ser realizadas a organização dos dados disponíveis e a
pesquisa de elementos desconhecidos que terão importância fundamental
para a negociação. A coleta e a análise dos dados auxiliam na preparação de
um mapa geral da situação e na percepção da melhor forma de conduzir uma
negociação.
No processo de coleta de dados, uma informação leva a outra busca ou à
revisão de alguma informação pré-levantada. Nessa fase, não se pode ter
preconceitos. Devemos estar com a mente aberta, avançando em pequenos
passos. A análise completa, como diagnóstico, deve ser realizada de posse de
todos os dados.
Deve-se coletar dados sobre o ambiente e o cenário político internos e
externos, além de realizar:
Análise
Uma vez os dados coletados, é preciso analisá-los. Nessa fase, a equipe
deverá trabalhar em conjunto para que a análise seja enriquecida com o
resultado de múltiplas visões. Deve-se analisar os dados coletados sobre o
ambiente e o cenário político:
a matriz Swot
avaliar forças, fraquezas, oportunidades e ameaças de cada participante da negociação;
o relacionamento das partes envolvidas
na atual negociação como deverá ser considerado o relacionamento?
manter ou melhorar o relacionamento deverá ser um dos objetivos?
os valores envolvidos
os valores envolvidos são tangíveis ou intangíveis?
quais as possíveis trocas?
que outras possibilidades de moedas de troca existem além das detectadas inicialmente?
como poderão ser conduzidas as trocas?
Preparação
Após a análise dos dados coletados, passamos para a fase de preparação,
que engloba:
Exploração
O trabalho do estágio de exploração é identificar as necessidades
subjacentes e encontrar e testar o peso dos valores alternativos que possam
ser introduzidos para preencher a lacuna entre as partes.
Nesse estágio, deve-se:
Fechamento
O ritual de finalização e implementação de uma negociação é muito
importante. Nessa fase os entendimentos são testados, acordos registrados por
escrito e planejada toda e qualquer ação que seja necessária para garantir que
o acordo seja finalizado e executado.
No momento de fechamento de uma negociação é importante:
Controle
O desenvolvimento da negociação deve ser monitorado e medido
regularmente para identificar as variações em relação ao planejamento inicial.
Esses desvios são analisados e, caso necessário, novas decisões devem ser
tomadas. Esse controle deve ser exercido em momentos definidos pelo
negociador.
O negociador no controle deverá:
Apêndice B
Sonia Lopes
Mestre em preservação do patrimônio histórico pela Universidade Federal
do Rio de Janeiro; especialista em gerência de projetos pela Fundação
Getulio Vargas e graduada em arquitetura e urbanismo pela Universidade
Federal do Rio de Janeiro. Consultora, pesquisadora e palestrante, atuando há
mais de 15 anos em empresas nacionais e multinacionais nas áreas de
Gerência de Projetos, Negociação e Liderança. Professora convidada do FGV
Management e da Universidade Federal Fluminense, leciona disciplinas de
negociação, vendas, administração de conflitos, gestão de projetos, cultura
organizacional, gestão de pessoas e PMBOK CE.
Ingrid Stoeckicht
Mestre em sistemas integrados de gestão pela Universidade Federal
Fluminense. Graduada em psicologia e pós-graduada em gestão de recursos
humanos pela FGV, em inteligência empresarial e gestão do conhecimento
pelo Crie (Coppe/UFRJ), psicanálise (Círculo Brasileiro de Psicanálise),
psicossomática (Instituto de Medicina Psicossomática) e atualização de
formação de negociadores, pela FGV. Consultora, pesquisadora e palestrante,
atua há mais de 20 anos em empresas nacionais e multinacionais nas áreas de
recursos humanos, gestão do conhecimento e da inovação. Professora
convidada do FGV Management e FGV Projetos, Instituto de Pesquisas
Energéticas Nucleares da Universidade de São Paulo (Ipen/USP), Centro
Paula Souza (Cetesp), lecionando as disciplinas: gestão do capital intelectual
e do conhecimento corporativo, gestão da inovação nas organizações, gestão
da mudança e do conhecimento nas organizações, negociação, negociação
estratégica, liderança estratégica, gestão do conhecimento e inteligência
competitiva.