Etica No Trabalho Psicopedagogico

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 45

[Digite aqui]

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 3

3 PROFISSÃO E CÓDIGO DE ÉTICA ................................................................. 6

4 ORIGEM E OBJETIVOS DA PSICOPEDAGOGIA ............................................ 8

5 AS DISCUSSÕES REFERENTES À PSICOPEDAGOGIA ENQUANTO CAMPO


DE ATUAÇÃO ........................................................................................................... 11

5.1 Psicopedagogia: um campo de atuação entre a psicologia e a


pedagogia? .........................................................................................................14

6 A PSICOPEDAGOGIA .................................................................................... 18

6.1 Campo de conhecimento da psicopedagogia ................................. 20

6.2 Campo de atuação da psicopedagogia ........................................... 21

7 AS IMPLICAÇÕES DA ÉTICA PROFISSIONAL NA ATUAÇÃO DA


PSICOPEDAGOGIA .................................................................................................. 22

8 A FORMAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA ........................................................ 24

9 O CARÁTER INTERDISCIPLINAR DA FORMAÇÃO ...................................... 25

10 A VISÃO ATUAL DA PSICOPEDAGOGIA ...................................................... 26

11 A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA ................................ 27

11.1 O código de ética da associação brasileira de psicopedagogia (ABPP)


.........................................................................................................28

12 CAPÍTULO I – DOS PRINCÍPIOS: .................................................................. 28

13 CAPÍTULO II – DA FORMAÇÃO: .................................................................... 29

14 CAPÍTULO III – DO EXERCÍCIO DAS ATIVIDADES PSICOPEDAGÓGICAS:


..........................................................................................................................30

15 CAPÍTULO IV – DAS RESPONSABILIDADES: .............................................. 31

16 CAPÍTULO V – DOS INSTRUMENTOS .......................................................... 32

17 CAPÍTULO VI – DAS PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS ..................................... 32

1
18 CAPÍTULO VII – DA PUBLICIDADE PROFISSIONAL: ................................... 33

19 CAPÍTULO VIII- DOS HONORÁRIOS: ............................................................ 33

20 CAPÍTULO IX – DA OBSERVÂNCIA E CUMPRIMENTO DO CÓDIGO DE


ÉTICA DO PSICOPEDAGOGO: ............................................................................... 33

21 CAPÍTULO X – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS: ............................................... 34

22 REFLEXÕES SOBRE O CÓDIGO DE ÉTICA DA PSICOPEDAGOGIA ......... 35

23 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 40

24 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ..................................................................... 42

2
1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

3
2 ÉTICA PROFISSIONAL

Fonte: www.sindjorce.org.br

Segundo uma perspectiva geral, pode-se entender por ética, o conjunto de


normas de comportamento, baseado em princípios morais, que ditam a conduta nas
sociedades organizadas e, portanto, é imprescindível em todo e qualquer
relacionamento humano.

“Ética é um princípio, um potencial dentro do homem, aplicável, sem dúvida,


a todas as atividades humanas, ajudando os homens a encontrar um
relacionamento adequado entre si” (CIONE, 1988, apud SILVEIRA 2014, p.
3).

O campo ético é constituído pelos valores e pelas obrigações que formam o


conteúdo das condutas morais, isto é, as virtudes; bem como pela relação entre
vontade e paixão, vontade e razão; finalidades e valores da ação moral; ideias de
liberdade, responsabilidade, dever e obrigação. Os valores são o ponto de partida das
ações humanas influenciando suas decisões, sendo que a ordenação e a
hierarquização de princípios, valores e normas definem o conteúdo ou teor do caráter,
bem como as ações do ser humano.
A origem da palavra ética vem do grego “ethos”, que quer dizer usos, hábitos e
costumes, bem como o modo de ser e/ou o caráter. Os romanos traduziram o “ethos”
grego, para o latim “mos” ou, no plural, “mores”, originando a palavra moral. Tanto

4
“ethos” como “mos” indicam um tipo de comportamento humano que não é natural,
mas que é adquirido ou cristalizado pelo hábito. Pode-se refletir que a ética e a moral
compõem a natureza de deveres nas relações humanas construída histórica e
socialmente.
Ética pode ser entendida, segundo uma perspectiva filosófica, como aquilo que
é bom para o indivíduo e sociedade entende-se como sendo o lema máximo da ética:
o bem comum.
Os termos, “ethos” e “mos” podem ser entendidos em três sentidos:
a) morada ou abrigo;
b) caráter ou índole; e
c) hábitos ou costumes.
Considerando a influência da ética e da moral nos critérios de escolha de um
determinado tipo de conduta existe uma distinção entre ética e moral. Por moral deve-
se compreender o conjunto de regras de condutas assumidas livre e conscientemente
pelos indivíduos, com a finalidade de organizar as relações interpessoais, segundo os
valores do bem e do mal. Entende-se por ética, a parte da filosofia que consiste da
reflexão sobre as noções e os princípios que fundamentam a vida moral, o estudo da
moralidade do agir humano e da retidão frente à ordem moral,

A ética é a disciplina filosófica que investiga os diversos sistemas de morais


elaborados pelos homens, buscando compreender a fundamentação das
normas e proibições próprias a cada uma e explicar seus pressupostos, ou
seja, as concepções sobre o ser humano e a existência que os sustenta
(FIGUEIREDO, 2008, apud SILVEIRA 2014, p. 4).

Os códigos de ética profissionais apresentam um conjunto de normas de


comportamento que se enquadram como elementos para definição de condutas
virtuosas, neste caso, condutas profissionais que contribuem para um relacionamento
adequado entre pacientes e profissionais, bem como entre estes. Os valores e
obrigações contidos nos códigos de ética profissionais existem para orientar as
decisões humanas na trajetória da retidão em meio às atividades profissionais
estendendo o conceito da ética geral para a realidade laboral, organizando as relações
interpessoais e a harmonia para o indivíduo e sociedade.

5
A ética não pode ser encarada como um simples estudo psicológico. Os
códigos de ética profissionais orientam e disciplinam certas maneiras de agir. Em
qualquer profissão, principalmente quando se trata de atividade social, a ética deve
ser cumprida e que o respeito é indispensável.

3 PROFISSÃO E CÓDIGO DE ÉTICA

Fonte: cerradoeditora.com.br

A ética profissional é a aplicação da ética geral no campo das atividades


profissionais, é a tentativa de legitimar princípios morais de validade comum aceitos
por determinada comunidade. Assim sendo, existem os códigos de ética das diversas
profissões como Direto, Medicina, Psicologia e Psicopedagogia.

[...]“a ética profissional estuda códigos de ética específicos a cada área de


aplicação e que na realidade seriam códigos morais, pois se limitam a normas
que possibilitam um bom relacionamento interpessoal...”. (PAVIANI, 1988,
apud COSTA, 2007, p. 6).

É preciso reconhecer os limites das normas, já que elas dependem de


situações sociais e históricas, ainda que o fato de não existir um código de ética em
determinada profissão não impede os profissionais de refletir a respeito do
comportamento ético.

6
É atribuído ao código de ética, a estruturação e sintetização das exigências
éticas no plano de orientação, disciplina e fiscalização. Os códigos profissionais visam
a garantir os interesses dos profissionais e dos clientes, amparando seus interesses
e protegendo seus relacionamentos.

O Código de Ética visa a proporcionar ocasiões de articular interesses


individuais e coletivos, ainda que ele represente uma tentativa de elevar a
consciência moral dos indivíduos na busca de inseri-los numa relação social
abrangente. (FLORES, 1993, apud COSTA, 2007, p. 6).

Ao longo da vida, toda pessoa depara com situações inusitadas, situações que
desequilibram a rotina. Nestes, e em outros momentos decisivos, o Código de Ética
pode sugerir, fundamentar e amparar atitudes a serem tomadas. Contudo, ele não dá
garantias de acertos, como também, não visa a criar dependências. Mas a direcionar
o profissional para o interesse mútuo, ordenando as relações interpessoais com apoio
na autoridade de uma comunidade, formalizando o convívio de pessoas.

O Código de Ética deve estar sob o controle de seu órgão representativo, e


ser homologado pelo poder público e ser dado ao conhecimento de toda a
sociedade. Também, enfatiza que o órgão representativo deverá contar com
um Conselho de Ética, eleito pelos integrantes da profissão, para o
julgamento dos profissionais que forem denunciados por violar normas do
código e estabelecer as sanções necessárias. PADIM,1997, apud COSTA,
2007, p. 6).

O Código de Ética não tolhe a liberdade do profissional, pois ele é livre para
segui-lo ou não, mas deverá ser responsável por sua escolha e arcar com as
consequências de seus atos.
Respeitar as normas contidas num código de ética implica a necessidade de
compreender e viver a razão básica das determinações nele contidas e,
evidentemente a consciência profissional por parte de cada um subordinados a esse
código. E a consciência profissional é algo que se vem plasmando aos poucos no
indivíduo, o fato da crise ética ser uma experiência universal presente em todas as
épocas e comum a todas as classes sociais e profissões, assim ninguém pode livrar-
se do ético, da constante necessidade de escolher, de decidir, do dever ser, do agir
ou do saber prudencial.

7
Os códigos de ética fazem parte do sistema de valores que orientam o
comportamento das pessoas, grupos e das organizações e seus administradores.
Então, se os códigos de ética fazem parte dos sistemas de valores que organizam o
comportamento das pessoas, cabe a elas dar alma aos códigos, dar-lhes significado,
ou seja, acreditar na importância deles.
As diretrizes éticas têm estado presentes em inúmeras profissões, nas quais o
código de ética vem a ser um como instrumento norteador da postura dos
profissionais. É o caso de áreas como a Medicina, o Direito “Código de Ética e
Disciplinar do Advogado”, a Psicologia e a Psicopedagogia

4 ORIGEM E OBJETIVOS DA PSICOPEDAGOGIA

O surgimento da psicopedagogia, como área de estudo, é originado por uma


necessidade de orientar e atender crianças que apresentassem dificuldades de
aprendizagem, cognitivas ou comportamentais sociais. A psicopedagogia surgiu na
Europa do século XX. O primeiro centro de Psicopedagogia do mundo se instituiu em
1920, ligado ao pensamento psicanalítico, nomeado de Psicopedagogia clínica.
Porém, o surgimento da Psicopedagogia teria se dado em 1946, onde foram
criados os primeiros centros Psicopedagógicos na Europa, Paris, por Juliet te Favez-
Boutonier e George Mauco. A princípio, a psicopedagogia tinha como objetivo
diagnosticar as dificuldades de aprendizagem em crianças com uma abordagem
clínica, com práticas de reconhecimento e tratamento. Tratavam crianças que eram
rotuladas com problemas escolares e/ou de comportamento.
A ação do psicopedagogo era vinculada ao campo medicinal, ou seja, um
psicopedagogo era um médico pedagógico.

A prática da reeducação consistia em identificar e tratar dificuldades de


aprendizagem, a partir de ações de mediação, de classificação de desvios e
de elaboração de planos de trabalho. A base do conhecimento utilizado
provinha fundamentalmente da Psicologia, da Psicanálise e da Pedagogia e
o tipo de enfoque predominante era o médico-pedagógico. (RAMOS, 2007,
apud FARIA,2017, p. 14).

Havia profissionais da área da Psicanálise, Psicologia, Pedagogia e


Psicomotricidade que atuavam nesses centros, porém eram os médicos que davam o

8
diagnóstico. Era feito uma investigação da vida do indivíduo: relação familiar,
conjugais, condições de vida, práticas educativas e teste de QI. E então era dado o
diagnóstico do tipo de tratamento adequado. A Argentina teria sido a maior
influenciadora da Psicopedagogia no Brasil, que se tornou notória a partir dos anos
60 e contava com objetivos Psicopedagógicos de cunho preventivo, em especial,
voltada para a relação professor-aluno.

[...] a despeito dessa experiência, a literatura revela que a finalidade que


predominou na história antiga da Psicopedagogia brasileira foi a de atuar nos
problemas referentes às disfunções neurológicas ou, mais precisamente,
naquilo que foi denominado na época de “Disfunção Cerebral Mínima” (DCM)
(RAMOS, 2007, apud FARIA, 2017, p. 16).

Essa visão acabou se instalando nas escolas sem nenhum critério, num
processo de rotulação de crianças e adolescentes. E então surgem as diversas
nomenclaturas de variadas possíveis doenças encontradas.

O rótulo DCM foi apenas um dentre os vários diagnósticos empregados para


camuflar problemas psicopedagógicos traduzidos ideologicamente em
termos de psicologia individual. Termos como dislexia, disritmia e outros
também foram usados para esse fim. (SCOZ, 1994 apud RAMOS, 2007, p.
12).

E foi através dessa herança de médico-psicopedagógico que surgiram os


primeiros cursos de Psicopedagogia no país, porém, somente em 1979, após quase
vinte anos da efetiva prática psicopedagógica no Brasil, surgiu o primeiro curso de
especialização em Psicopedagogia do país, inicialmente chamado de Curso de
Reeducação Psicopedagógica.

Historicamente, a Psicopedagogia foi introduzida no território brasileiro com


base em modelos médicos, e foi assim que se iniciaram, nos anos de 1970,
cursos de especialização em Psicopedagogia, voltados principalmente para
uma atuação clínica. Atualmente os cursos de especialização em
psicopedagogia têm se dividido entre as perspectivas clínicas e as
institucionais, mas o que se verifica é a predominância da prática considerada
clínica, como se pode ver na categoria anterior, em que é citada a realização
das avaliações psicopedagógicas por parte dos participantes. (Bossa, 2000
apud POTTKER, 2014, p. 225)

O conceito de psicopedagogia, nasceu da necessidade de uma melhor


compreensão do processo de aprendizagem e se tornou uma área de estudo
específica que busca conhecimento em outros campos e cria seu próprio objeto de
9
estudo. Entre esses campos, destacam-se a Pedagogia e a Psicologia, duas amplas
áreas de suma importância para o ensinoaprendizagem.
Hoje, a psicopedagogia é vista como uma área de possibilidades que visa
propiciar um melhor desenvolvimento da aprendizagem, buscando encontrar
possíveis soluções para os problemas de ensino/aprendizagem institucionais ou
clínicos, procurando compreender relações emocionais, afetivas,
constitucionais/biológica, familiares, sociais, cognitivas, socioculturais e pedagógicas;
estabelecendo uma análise profunda dos decorrentes problemas encontrados.
Contudo, a psicopedagogia tem por objeto de estudo o ser humano enquanto
ser pensante e construtor de conhecimento e suas singularidades e influências
psicológicas e cognitivas que podem gerar falha na aprendizagem. Ou seja, sua
abordagem visa encontrar, no indivíduo, as possíveis causas que lhe inserem no
fracasso escolar. Com a crescente demanda das dificuldades de aprendizagem
encontradas nas salas de aula, a atuação do psicopedagogo parte de pressupostos
que visam encontrar melhores soluções que possam ajudar o educador e o educando
com abordagens preventivas e facilitadoras na relação ensinoaprendizagem.
O objetivo é encontrar o que é entendido como causas das faltas de atenção
e de vontade de aprender e o que vem a acarretar no insucesso do aluno, facilitando
a compreensão do educador e do educando, construindo uma prática preventiva entre
um conhecimento e outro.

Motivos como a falta de concentração, hiperatividade, dislexia, distúrbio de


atenção, processos psicoemocionais e diversas outras influências que podem
ser vistas como resultados para uma falha de compreensão na hora de
aprender, têm sido alvo de estudos da Psicopedagogia, pois seu campo de
estudo se responsabiliza a desvendar esses desafios e a criar possibilidades
adequadas a cada indivíduo, visando suas necessidades (GALLINA, 2014,
apud FARIA,2017, p. 17).

Mas, para que as dificuldades sejam encontradas e estudadas em prol de


ajudar ao educando, é necessário, também, um estudo que englobe seus campos de
habitação, como exemplo o campo familiar e social. Pois, se o estudo foca somente
no indivíduo, automaticamente ele se torna o culpado por seu insucesso, podendo,
dessa forma, agravar mais ainda a situação.

10
5 AS DISCUSSÕES REFERENTES À PSICOPEDAGOGIA ENQUANTO CAMPO
DE ATUAÇÃO

A formação da Psicopedagogia acaba se desorientando muito da sua origem


matriz Argentina; que continuou a ser feita por meio de graduação de,
aproximadamente, cinco anos, enquanto aqui no Brasil a formação passa a ser feita
por meio de uma especialização, por volta de um ano e meio, lato sensu ou em cursos
de aperfeiçoamento com modalidades presencial, semipresencial e a distância, a
partir de 2000, no Brasil, começaram a surgir outros tipos de cursos de formação para
a Psicopedagogia: curso superior de curta duração; curso de graduação em
Psicopedagogia; curso de mestrado em Psicopedagogia; curso de doutorado em
Psicopedagogia.
A (ABPp) é uma Associação Brasileira de Psicopedagogia fundada em São
Paulo, em 12 de novembro de 1980, que tem como alguns de seus objetivos:
promover o desenvolvimento e divulgação da psicopedagogia; estabelecer padrões
de éticas ao profissional; representar e prestar serviços a assuntos ligados a
psicopedagogia, esclarecer sobre a formação da mesma, etc.
Existe o código de ética do psicopedagogo, reformulado pelo conselho da ABPp
e aprovado em Assembleia Geral em 5/11/2011, que estabelece parâmetros,
diretrizes e orientações aos profissionais psicopedagogos brasileiros. A ABPp afirma
que a intervenção psicopedagógica na Educação e Saúde considera o elo institucional
e clínico indissociável. Ou seja, através desse conceito, pode-se compreender que a
atuação clínica está diretamente ligada à atuação institucional do profissional
psicopedagogo, dessa forma, é interessante pensar em como a lógica clínica pode
estar sendo levada para dentro das escolas, podendo haver aplicações e métodos
medicalizantes. Como pode ser percebida, a Psicopedagogia abrange duas áreas:
clínica (consultórios) e institucional (escolas, empresas e ONG's).

A prática psicopedagógica prevê além da atuação em clinicas, a atuação em


instituições. De modo geral, o atendimento clínico visa intervir em situações
de insucessos que já se apresentam instaladas. A atuação institucional
ocorre, geralmente, em instituições de ensino, empresas, organizações
assistenciais. Esta forma de atuação apresenta um caráter preventivo que
visa evitar ou minimizar possíveis situações de insucessos. (OLIVEIRA, 2007,
apud FARIA,2017, p. 19).

11
A atuação clínica na psicopedagogia age por meio de terapias, ou seja, introduz
a lógica de cura para as dificuldades de aprendizagem que já estão instaladas no
aprendente. Tem por objetivo eliminar ou minimizar os insucessos do aluno, porém há
também a possibilidade de prevenção por meio de sua prática. A atuação institucional
é objetivada, na prevenção de possíveis futuras dificuldades de aprendizagem ou de
outros problemas que possam influenciar na vida social do aluno.
O aluno que já estiver sido rotulado com dificuldades de aprendizagem, será,
deste modo, direcionado às clínicas psicopedagógicas para que haja o diagnóstico,
onde a causa e as intervenções serão estudadas, ou seja, para saber onde foi que
ele, o aluno, errou. E o aluno que ainda não foi percebido/rotulado com dificuldades
de aprendizagem, deverá ser acompanhado para que maiores problemas, em
questões educacionais, possam não o atingir, através do método preventivo.
O psicopedagogo sustenta na análise do fracasso escolar, basicamente, uma
perspectiva equivocada (individual), buscando preferencialmente no aluno as causas
desses problemas. Acusa a Psicopedagogia de utilizar-se quase que exclusivamente
dos conhecimentos psicológicos, inviabilizando sua autenticidade e especificidade,
argumentando que uma teoria nova não pode construir-se dessa maneira.

[...] a Psicopedagogia poderia ser Clínica e/ou Institucional. A atividade clínica


caracterizar-se-ia pelo atendimento em consultório, do tipo terapêutico, no
intuito de reconhecer e atender às alterações de aprendizagem de natureza
patológica. Sua principal técnica de trabalho seria o diagnóstico
psicopedagógico. Outra modalidade de atuação seria a Preventiva ou
Institucional, aquela na qual a prática seria a adoção de uma postura mais
“crítica” frente ao fracasso escolar, a partir de uma visão mais totalizante.
(BOSSA,1994, apud JUCÁ, 2000, p. 255).

Seguindo essa linha de pensamento, o papel do Psicopedagogo na escola


parece ser realizado de forma individualizante, onde a capacidade do aluno é posta
em questão e já reconhecida como difícil. Perante o contexto já abordado, a
culpabilidade em prol do fracasso escolar parece estar ligada diretamente ao aluno,
sem levar em conta a escola ou quaisquer outros meios que possam estar diretamente
o influenciando o tempo todo.
A atuação preventiva do psicopedagogo normalmente acontece em três etapas:
a primeira, com uma visão de análise, busca alterar os processos educativos para que
possa haver a diminuição do fracasso escolar na instituição; a segunda é aquela que

12
visa analisar e tratar os casos já instalados na instituição; e a terceira atua de modo
individual, ou seja, clínico, já com os indivíduos que possuem dificuldades de
aprendizagem. E então entra a questão: se a psicopedagogia clínica e institucional
são indissociáveis, os processos de escolarização estariam sendo clinicados? E quais
consequências trazem para a vida dos alunos?

Nesse último caso, seu papel não seria o de eliminar os sintomas, agindo
como um “professor de reforço”, ensinando de forma particular o conteúdo
não aprendido. Ao contrário disso, sua atuação seria a de diagnosticar e
intervir no problema gerador do referido sintoma (BOSSA, 1994 apud
RAMOS, 2007, p. 18).

Fica evidente a crítica à regulamentação da psicopedagogia como mais uma


profissão no ambiente educacional através de uma análise sobre a pretensiosa junção
entre a Psicologia e a Pedagogia:

[...] uma coisa é reconhecer a permanência e o agravamento dos velhos


problemas de ensino e aprendizagem bem como a emergência de novos
problemas, que bem podemos nomear de problemas psicopedagógicos,
outra coisa, bastante distinta, é a pretensão de que a resolução daqueles
problemas dependa da regulamentação de uma nova profissão para dar
legalidade a um novo profissional da educação, recorrendo ao velho
procedimento de isolar o problema (leia-se o aluno) das condições concretas
em que se manifesta (leia-se escola, relações sociais entre professor e aluno,
dificuldades e impedimentos decorrentes de métodos e conteúdos do ensino)
(SASS, 2003, apud FARIA, 2017, p. 21).

De acordo com este pensamento os problemas educacionais não serão


superados de modo pontual e por meio de soluções novas, pois a psicopedagogia
afirma existir novas soluções para os velhos problemas da educação no Brasil.
Embora, as intenções sinceras dos profissionais que possuem responsabilidade com
a educação não sejam julgadas, a regulamentação da psicopedagogia que exige
intervenções e investigações das auxiliares disciplinas do ramo educacional dos
problemas pedagógicos em prol de combater o corporativismo, acabará ocasionando
em mais corporativismo.
E que os problemas da psicopedagogia, que tem por objetivo uma realização
escolar, em salas de aulas, e não em clínicas e consultórios com objetivos clinicalistas
de analisar os problemas pedagógicos, podem acarretar problemas psíquicos nos
indivíduos e, especialmente, nas crianças, o que pode acarretar na evasão.

13
[...] a avaliação é um processo que permite ao profissional investigar e
levantar hipóteses provisórias onde serão ou não confirmadas ao longo do
processo, recorrendo-se para isso a conhecimentos práticos e teóricos. Esta
investigação permanece durante todo o trabalho diagnóstico através de
intervenções e da “escuta psicopedagógica”, para que “se possam decifrar os
processos que dão sentido ao observado e norteiam a intervenção” (BOSSA,
2000, apud POTTKER, 2014, p. 223).

Desta forma, os psicopedagogos são autorizados a fazerem avaliação, se


tornando mais uma atividade que eles também podem desempenhar. Estaria o
psicopedagogo de fato habilitado para fazer avaliações psicopedagógicas? Como
visto, a avaliação psicopedagógica é um processo complexo e exige conhecimento de
duas grandes áreas, Psicologia e Pedagogia.

5.1 Psicopedagogia: um campo de atuação entre a psicologia e a pedagogia?

A junção psico + pedagogia nos remete a supor um elo entre a Psicologia e a


Pedagogia nos levando a pensar que o estudo da Psicopedagogia é baseado nessas
grandes áreas. Ou seja, sendo assim, o psicopedagogo permeia por parâmetros
abordados na Pedagogia e Psicologia. E não é somente pelo nome psicopedagogia,
mas pelas abordagens que se pode observar no campo de atuação da mesma, que
utiliza questões também abordadas pela Pedagogia e Psicologia.
No entanto, seria a psicopedagogia um campo de atuação entre a Pedagogia
e a Psicologia? Poderia ser pensada como uma subárea de alguma dessas áreas?
Para tal, procura-se entender quais definições são contemplativas para a profissão do
psicopedagogo.

[...] um novo saber que reúne informações de ramos afins, formando um novo
campo teórico e prática, voltamos para o aprofundamento dos problemas de
aprendizagem. Sempre que surgirem questões relacionadas ao processo de
aprendizagem, faz-se necessária a interseção da psicopedagogia. Assim, o

14
processo de aprendizagem é a essência do trabalho psicopedagógico.
BOSSA, 2007 apud ALBERNAZ, 2013, p.1).

A ABPp aponta que a psicopedagogia é de natureza inter e transdisciplinar,


utiliza métodos, instrumentos e recursos próprios para compreensão do processo de
aprendizagem, cabíveis na intervenção. E em momento nenhum no código de ética
do psicopedagogo, são citados os estudos das áreas da Psicologia ou Pedagogia,
deixando evidências de que a psicopedagogia não utiliza outros princípios, apesar de
em seu próprio nome ser encarregado de citá-las.

Existem autores que afirmam que a psicopedagogia tem o seu caráter


interdisciplinar, ou seja, busca conhecimentos em outros campos criando seu
próprio objeto, consolidando a sua interdisciplinaridade e por isso recorre à
outras áreas como psicologia, medicina, pedagogia, psicanálise, linguística
psicologia, e a fonoaudiologia (ALBERNAZ, 2013, apud FARIA, 2017, p. 26).

Pode-se pensar também que, enquanto a Psicopedagogia surge com o intuito


de trabalhar as dificuldades de aprendizagem a Psicologia escolar é entendida como
referência de um campo determinado, o processo de escolarização, e mantém como
objeto de estudo a escola e suas diversas relações alcançadas o que também
relaciona as dificuldades de aprendizagem. Sendo assim, é notório de que há ligações
entre o estudo de um campo e outro.
Quando se fala em psicopedagogia trata-se do elo entre a educação e a
psicologia é uma articulação que desafia estudiosos e práticas dessas duas áreas,
embora quase sempre presente no relato de inúmeros trabalhos científicos que tratam
principalmente do problema ligado à aprendizagem.
Percebe-se que a questão de o campo de atuação ser voltado para o processo
de escolarização parece ser o mais próximo que se consegue chegar do que vem a
fazer um psicopedagogo. A psicopedagogia surgiu das crescentes dificuldades de
aprendizagem instaladas no ensinoaprendizagem e que a Psicologia e Pedagogia não
deram conta de apaziguar. Pode-se pensar, a partir daí, que a psicopedagogia é uma
especialização, oferecida a qualquer indivíduo com licenciatura em qualquer área e
que a Psicologia e a Pedagogia são duas grandes áreas de estudos sobre educação
e tudo que envolve o processo de aprendizagem e desenvolvimento.
É de se questionar, embora não se possa anular seus estudos, que haja a
compreensão de que uma especialização é a solução das causas das dificuldades de
15
aprendizagem e declarativa do fracasso das outras grandes áreas que já vêm
explorando o campo e preparando profissionais em um tempo longo. Afinal, como a
mesma contribui unicamente? A Psicopedagogia não se resume a uma parte da
Pedagogia ou da Psicologia, e sequer uma junção das duas áreas. A Psicopedagogia
é uma área de conhecimento e de atuação profissional voltada para a temática da
aprendizagem ou, mais precisamente, para a temática do sujeito que aprende.
Mas, para compreender o sujeito que aprende o que se estuda? A relação entre
psicologia e educação, sobretudo em suas mediações com as teorias de
conhecimento, é algo que acompanha a própria história do pensamento humano e
constitui-se como complexo e extenso campo de estudo.

Entendemos educação como prática social humanizadora, intencional, cuja


finalidade é transmitir a cultura construída historicamente pela humanidade.
O homem não nasce humanizado, mas torna-se humano por seu
pertencimento ao mundo histórico-social e pela incorporação desse mundo
em si mesmo, processo este para o qual concorre a educação. A historicidade
e a sociabilidade são constitutivas do ser humano; a educação é, nesse
processo, determinada e determinante (ANTUNES, 2008, apud FARIA, 2017,
p. 28).

A pedagogia, com o conhecimento científico sendo sua principal base de


sustentação, pode ser entendida como fundamentação, sistematização e organização
da prática educativa, tendo em vista as concepções filosóficas e baseando-se em
diversas teorias em prol de estabelecer proposições para a ação educativa. A
Psicologia Educacional, sendo considerada uma subárea da Psicologia, pode ser
compreendida como um campo de conhecimento, que tem como vocação a produção
de saberes relativos ao fenômeno psicológico constituinte do processo educativo, ou
seja, seu campo de estudo prevalece como um sistema organizado de saberes
produzidos de acordo com procedimentos definidos, referentes a determinados
fenômenos ou conjunto de fenômenos constituintes da realidade, fundamentado em
concepções ontológicas, epistemológicas, metodológicas e éticas determinadas.
Já a Psicologia Escolar, se difere, pois trata de um campo específico, a
escolarização, e tem como objeto de estudo a escola e as relações que ali se
estabelecem e fundamenta sua atuação nos conhecimentos produzidos pela

16
psicologia da educação, por outras subáreas da psicologia e por outras áreas de
conhecimento.
Atua realizando intervenções no espaço escolar, focalizando o processo
psicológico se baseando em saberes produzidos, principalmente, pela psicologia da
educação. Ao que se pode perceber, essas áreas estabelecem conexões ao se
depararem com os parâmetros que tratam o processo de escolarização; e se a
Educação é a base da psicologia, assim como a psicologia é o principal fundamento
da Educação, particularmente no âmbito pedagógico, como sustentação teórica da
Didática e da Metodologia de Ensino, bases para a formação de professores.
Alguns desafios na Psicopedagogia, encontra-se em sua definição por causar
embates com profissionais da mesma área e de outras áreas. Há algumas sugestões
para que se possa pensar sobre como encontrar essas respostas, através de análises
e trabalhos psicopedagógicos registrados sobre:

[...] a prática e a especificidade das atividades, diferenciando-as das de outras


áreas; 2) a adequação da fundamentação teórica à prática e/ou à metodologia
da pesquisa em psicopedagogia; 3) o subjacente aos itens 1 e 2 - as inter-
relações entre psicopedagogos e outros profissionais afins e os mal-
entendidos no que diz respeito à pertença dessa área de estudos (MASINI,
2006, apud FARIA, 2017, p. 29).

No que diz respeito ao campo de estudo da formação em Psicopedagogia, só


um conhecimento amplo em Educação e Psicologia com base em uma visão
crítica da sociedade e pesquisas científicas propiciaria ao psicopedagogo
segurança para decidir sobre sua ação, bem como posicionar-se e justificar
suas diretrizes de trabalho diante de outros profissionais que lidam com o
aprendiz (MASINI, 2006, apud FARIA, 2017, p. 29).

Encontramos subsídios que se estabelece na Psicopedagogia referente às


áreas da Pedagogia e Psicologia, prevalecendo os problemas de escolarização,
psicológicos e educacionais, sendo estudados, em cada área com seu objeto de
estudo em vigor, porém permeiam por um mesmo caminho. Há de questionar que,
considerando as diversas áreas que estudam os processos de escolarização,
incluindo a Psicologia, a Pedagogia, a Psicopedagogia entre outras, assim como
também diversas pesquisas acerca do fracasso escolar, estaria a educação sendo
“psicologizada”? O que, de fato, está contribuindo para o fracasso escolar?
17
6 A PSICOPEDAGOGIA

Fonte: centrodeneuroaprendizagem.com.br

O progresso traz muitas alterações à sociedade, uma delas é o


desaparecimento de algumas profissões e o surgimento de outras. O que caracteriza
o aparecimento de qualquer profissão é a existência de pessoas exercendo essa
função antes de sua formalização. Alguns motivos para o aparecimento de toda
profissão, sendo eles a demanda social, os recursos para atender à demanda e
pessoas que organizam e recriam os recursos disponíveis para a demanda.
No caso da psicopedagogia, a demanda é a existência de crianças
normalmente desenvolvidas que não conseguem sucesso na escola, fato que justifica
a prática psicopedagógica, ou seja, pessoas que atuam para sanar os problemas, os
psicopedagogos,

Acredita-se que o psicopedagogo sabe que sua profissão consiste na


transmissão de conhecimentos, não sendo uma atividade neutra para ambas
as partes (o sujeito que necessita de ajuda e o psicopedagogo), pois a relação
de afeto que se estabelece entre o psicopedagogo e o aprendente é
necessária ao desenvolvimento da relação educativa.( NERY,1986, apud
BOSSA, 2000, p.25)

Assim, considera-se que o papel do psicopedagogo é levar a criança a integrar-


se novamente à vida normal, respeitando sua individualidade. O trabalho
psicopedagógico deve estar ancorado em alguns princípios gerais, tais como:

18
1) acreditar que todo ser humano tem direito ao pleno acesso ao saber
acumulado, representado pela cultura;
2) considerar a leitura e a escrita como ferramentas fundamentais de acesso
ao saber;
3) nortear sua prática dentro dos princípios da liberdade do ser;
4) Reconhecer e assumir a dupla polaridade de seu papel-transmisão de
conhecimento e compreensão dos fatores psicológicos que interferem no ato de
aprender;
5) reconhecer o papel da família como transmissora da cultura, devendo
analisar e compreender os mecanismos dentro da relação familiar que promovem
bloqueio da aprendizagem;
6) reconhecer a escola como espaço privilegiado para a transmissão da cultura,
também, o valor de outras organizações sociais ainda mantendo postura crítica frente
às dificuldades geradas pela própria instituição escolar.
De acordo com o primeiro princípio, o psicopedagogo deverá trabalhar para
possibilitar a todas as crianças o direito de aprender.
No segundo princípio a leitura e a escrita são ferramentas fundamentais para o
acesso ao saber acumulado representado pela cultura, o psicopedagogo deverá
contribuir para que o educando supere o problema de aprendizagem e consiga ter
acesso a esse saber.
Com o terceiro princípio o psicopedagogo deve respeitar a individualidade do
ser humano e ajudá-lo na superação de suas dificuldades.
O quarto princípio levanta questões de fronteiras com outras áreas, assim, o
psicopedagogo deverá requerer a plena preparação e utilização de recursos
disponíveis no acervo científico para uma atuação competente e responsável.
O quinto princípio acentua a necessidade de o psicopedagogo reconhecer o
papel da família e atuar orientando-a para fazê-la analisar e compreender fatores de
sua dinâmica que interferem na aprendizagem do sujeito. Já o sexto princípio destaca
a necessidade de se reconhecer a escola como espaço para transmissão de cultural,
assim como sua responsabilidade, na maioria das vezes, pelos problemas de
aprendizagem.

19
6.1 Campo de conhecimento da psicopedagogia

A Psicopedagogia nasceu da necessidade de uma melhor compreensão do


processo de aprendizagem humana e se tornou uma área de estudo específica que
busca conhecimento em outros campos e cria seu próprio objeto de estudo: o
processo de aprendizagem humana, seus níveis de desenvolvimento e a influência do
meio nesse processo.
É uma área de conhecimento que se dirige para o estudo da aprendizagem
enquanto processo inerente ao ser humano, configurando-se no âmbito das ciências
humanas. Nesse sentido, o objeto de estudo da Psicopedagogia é a aprendizagem
humana e o ser que aprende é o sujeito para o qual a Psicopedagogia se dirige.
Considerando que a Psicopedagogia é um campo de conhecimento
contemporâneo, ela se difere de outros campos como área de atuação e de reflexão,
pois leva em consideração a objetividade e subjetividade humanas e o conhecimento
das diversas formas de aprender. Ocupa-se dos problemas relacionados com a
aprendizagem humana, atuando em áreas próximas à Psicologia e à Pedagogia.
Evoluiu para atender às demandas sociais relacionadas aos problemas de
aprendizagem e ao fracasso escolar, constituindo-se, assim, numa prática.

[...] como se preocupa com o problema de aprendizagem, deve ocupar-se


inicialmente do processo de aprendizagem. Portanto vemos que a
Psicopedagogia estuda as características da aprendizagem humana: como
se aprende, como esta aprendizagem varia evolutivamente e está
condicionada por vários fatores, como se produzem as alterações na
aprendizagem, como reconhecê-las, tratá-las e preveni-las. Este objeto de
estudo, que é um sujeito a ser estudado por outro sujeito, adquire
características específicas a depender do trabalho clínico ou preventivo.
(BOSSA, 2007, AMORIM, 2011, p. 12).

O psicopedagogo deve agregar conhecimentos multidisciplinares na sua


atuação profissional, tendo em vista que, nas avaliações diagnósticas, é necessária a
interpretação de diferentes dados. Esses conhecimentos auxiliarão o profissional da
Psicopedagogia na compreensão do quadro diagnóstico e a escola na melhor
metodologia de trabalho.

20
6.2 Campo de atuação da psicopedagogia

O campo de atuação da Psicopedagogia é focado na intervenção do processo


de aprendizagem, na avaliação das potencialidades, no diagnóstico e tratamento dos
seus obstáculos, sendo o psicopedagogo o profissional responsável por detectar e
tratar possíveis obstáculos relacionados à aprendizagem escolar.
Pode atuar em diversas áreas, de forma preventiva e terapêutica, para
compreender e intervir nos processos de desenvolvimento da aprendizagem humana,
recorrendo a várias estratégias na tentativa de solucionar os problemas que podem
surgir. Numa linha preventiva, o psicopedagogo é o profissional indicado para
assessorar e esclarecer a escola a respeito de diversos aspectos do processo de
ensino aprendizagem.
No espaço escolar o psicopedagogo pode contribuir para o esclarecimento das
dificuldades de aprendizagem que não têm como causa apenas deficiências do aluno,
mas que são consequências de problemas escolares, sejam eles ligados a fatores
organizacionais ou metodológicos.
Ele poderá atuar ainda preventivamente junto aos docentes explicando sobre
habilidades, conceitos e princípios para que ocorra a aprendizagem; pode também
trabalhar na formação continuada, na reflexão sobre currículos e projetos e atuar junto
às famílias dos alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem.

[...] a intervenção psicopedagógica na instituição escola se dirige ao sujeito


aprendente que sustenta o aluno, sua relação com os seus pares e com o
professor; ao sujeito ensinante que sustenta o professor, sua relação com o
grupo de alunos, com os pais e com o psicopedagogo, assim como ao sujeito
aprendente que também se encontra no professor; e ao sujeito aprendente
que se encontra no próprio psicopedagogo. (BARBOSA, 2001, AMORIM,
2011, p. 13).

Em uma linha terapêutica, o psicopedagogo trata das dificuldades de


aprendizagem, diagnosticando, desenvolvendo técnicas remediativas, orientando pais
e professores, estabelecendo contato com outros profissionais das áreas da saúde -
psicólogos, psicomotricistas, fonoaudiólogos, psiquiatras e psicanalistas, pois tais
dificuldades são multifatoriais em sua origem e muitas vezes exigem uma abordagem

21
multidisciplinar tanto na Saúde como na Educação, como, por exemplo, no
atendimento em ambientes hospitalares.
No campo empresarial, o psicopedagogo pode contribuir para a compreensão
e o estabelecimento de vínculos positivos entre as pessoas, ou seja, com a melhoria
da qualidade das relações inter e intrapessoais dos indivíduos que trabalham na
empresa. O papel do psicopedagogo é intervir nos fatores que prejudicam o bom
andamento ou funcionamento na dinâmica grupal em uma empresa, adequando o
conteúdo do planejamento da ação pedagógica, bem como das relações humanas
que se estabelecem no âmbito empresarial. Faz-se a intervenção de acordo com a
finalidade e o objetivo da instituição, partindo da história da organização e suas
características próprias.
A contribuição da Psicopedagogia para o campo empresarial é a de levar a
vivência da organização ao grupo, tomando como base o desenvolvimento cognitivo
para um maior e melhor desempenho onde está inserida, dando importância às
atividades e ações, mostrando objetivos, metas e a missão, atuando de forma direta
e clara com seus funcionários. Caracteriza-se também como um enfoque preventivo,
dando sentido ao sujeito na busca do significado da aprendizagem e reflexão de ações
assumindo a maturação.

7 AS IMPLICAÇÕES DA ÉTICA PROFISSIONAL NA ATUAÇÃO DA


PSICOPEDAGOGIA

Uma das preocupações com a formação do futuro profissional da área da


Psicopedagogia tem sido o adequado desenvolvimento, atuação e habilidades na boa
atuação da Psicopedagogia, ou seja, numa prática ideal do profissional. Assim o
código de ética da psicopedagogia deve ser o instrumento capaz de nortear, direcionar
e posicionar a práxis do psicopedagogo.
Não há dúvidas de que a profissão de uma pessoa marca sua existência e
consequentemente a sua continuação, principalmente, quando ela integra inteligência
e afetividade, pois não há como separar a vida pessoal da profissional, por mais que
se tente, porque a boa funcionalidade de uma profissão depende de sua realização

22
não só profissional, mas, principalmente, uma satisfação pessoal, o que levará
consequentemente ao crescimento do indivíduo.
Portanto, a atuação profissional do sujeito é resultado da sua personalidade
integral, ou seja, a profissão é influenciada por valores pessoais, por atitudes frente à
vida, enfim, frente às condições de ser humano. O código de ética não só da
Psicopedagogia, mas de muitas outras profissões, comporta uma aprendizagem
especial na área de seu conhecimento sistemático e orgânico. Assinala também uma
real e autêntica necessidade de o profissional submeter-se a uma autoavaliação, ao
conhecimento de sua práxis e importância de seu bom desempenho, a uma boa
supervisão e aconselha um atuante trabalho de formação pessoal e profissional.
Submeter-se a supervisão é essencial na atuação de qualquer profissional, pois
ela que contribui para a eficiência e bons resultados do trabalho, assim como a
formação pessoal, entendida como também uma constante na atualização
profissional. Questões que envolvem a ética profissional, são bastante discutidos,
mas, em especial a ética do psicopedagogo, pois essa tem o poder de articulação
entre indivíduo e o social (afinal, o homem não sabe e nem pode viver fora da
sociedade, portanto, é imprescindível viver e conhecer bem suas regras e conviver
bem numa ética de ações).
Algumas questões que implicam a ética no cotidiano da psicopedagogia, tais
como uso de recursos para diagnóstico e intervenção psicopedagógica; delimitação
de campo de atuação e relação com outros profissionais, opta-se por investigar o
código de ética enquanto instrumento norteador das práxis, pois essa viabiliza ao
desenvolvimento do indivíduo enquanto profissional responsável pelo psicossocial.
Dessa forma pretende-se refletir a respeito da psicopedagogia enquanto área
de atuação e profissão, pois sistematiza e assim visa contribuir para a reflexão integral
da ética, não como algo isolado, inautêntico, sem importância, ou mesmo distante da
realidade, mas algo que deve estar ciente e fazer parte desse cotidiano. Pois um bom
profissional parte de suas inquietações, portanto, não é diferente para o bom
psicopedagogo, principalmente na sociedade, onde é sua área de atuação.

23
8 A FORMAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA

Fonte: congressodepsicopedagogia.com.br

A Formação em Psicopedagogia tem sido procurada por profissionais que


buscam especializar-se no estudo do processo de ensino aprendizagem e as
dificuldades dele decorrentes, para atuar desenvolvendo instrumentos e se utilizando
de técnicas específicas de abordagem do objeto, nos seguintes campos: clínico,
institucional (escolar, hospitalar, empresarial) e na pesquisa.
De acordo com a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) a formação
deve ser feita em curso de pós-graduação lato-senso, ou seja, em nível de
especialização. Isto quer dizer que o curso deverá ter no mínimo 360 horas, para ter
validade como profissão, quando a mesma passar a ser reconhecida. Contudo a
mesma associação recomenda um número maior de horas. Para que os cursos de
formação em Psicopedagogia possam funcionar, quer seja em instituições públicas
quer seja em instituições privadas, deverão ter autorização do Ministério de Educação
e Cultura (MEC), que os aprova com base em resoluções do Conselho Nacional de
Educação (CNE).
Há mais de três décadas a formação do psicopedagogo no Brasil está
acontecendo em caráter regular e oficial em instituições autorizadas. A
Psicopedagogia é considerada umas práxis, ou seja, uma prática fundamentada em
referenciais teóricos. A Psicopedagogia no Brasil enquanto área de atuação é

24
sustentada por referenciais teóricos, isto é, umas práxis psicopedagógica. As
produções, publicações e reuniões científicas organizadas pela ABPp e por outros
órgãos profissionais de áreas afins reconhecem academicamente a práxis
psicopedagógica e legitimam, também, a identidade do Psicopedagogo como
profissional.

“O psicopedagogo deve ser capaz de investir em sua formação pessoal, de


maneira contínua e significativa, de modo a estar apto a também desenvolver
um papel inovador, no qual quem ensina deve, inicialmente, ter aprendido e
vivenciado o que efetivamente vai ensinar”. (BOSSA, 2007, apud
SCOZ,2010, p. 3).

Esse mesmo profissional deverá ser um novo profissional em aprendizagem,


com formação psicopedagógica obrigatória, num curso de especialização, e com uma
sólida fundamentação centralizada no conhecimento científico, em vários aspectos:
pedagógico, psicológico, técnico, histórico, político e social.

9 O CARÁTER INTERDISCIPLINAR DA FORMAÇÃO

É impossível engessar a Psicopedagogia enquanto prática, num modelo pré-


concebido, pois os profissionais trazem traços marcantes de sua formação inicial e de
seu percurso acadêmico que é bastante variado; alguns são oriundos da área da
educação, outros da psicologia, outros ainda da fonoaudiologia, da terapia
ocupacional, entre outras.
Simultaneamente, a Psicopedagogia é uma práxis formalizada e que lida com
a compreensão e o tratamento dos problemas de aprendizagem com um foco
ampliado, mediante a contribuição de outras áreas do conhecimento humano, como a
Didática, a Psicologia, a Psicanálise, a Linguística, a Filosofia, Sociologia, as
Neurociências e outras.
O que legitima uma ocupação profissional é a formação em serviço, a formação
contínua nos fundamentos e técnicas que possibilitam a realização de um trabalho.
Neste sentido, interessa menos a ênfase em uma formação inicial e legal, como se
tem caracterizado a discussão sobre as questões acima, mas a ética de um saber
construído e aperfeiçoado continuamente de diferentes estilos.

25
É consenso entre a maioria dos profissionais que exercem a atividade de
Psicopedagogo, a necessidade de uma formação profissional que contemple
conhecimentos de várias áreas, uma vez que o conhecimento e a compreensão do
ato de aprender e a possível necessidade de intervenção demanda conhecimentos
elaborados por várias disciplinas.
É preciso, então, conhecer as dinâmicas dos fatores inconscientes, dos fatores
sócio culturais, dos fatores históricos familiares, etc. para elaborar projetos, quer seja
de maneira clinica quer seja preventivamente, que visem à construção de uma relação
potencializadora e, portanto, saudável com as aprendizagens, possibilitando a autoria
na busca da construção do conhecimento.
Sua formação possibilitará ser o mediador nos processos de transmissão e
apropriação dos conhecimentos, integrando de modo coerente, conhecimentos e
princípios de diferentes ciências humanas, sociais e da saúde. O realce para o caráter
interdisciplinar da formação reside no fato de que os psicopedagogos vão buscando
conhecimentos de outras áreas e criando o seu próprio objeto de estudo, que é,
segundo o Código de Ética da ABPp, o ser em processo de construção de
conhecimento, o ser cognoscente, trabalhando para a construção da autonomia desse
ser e afastando os obstáculos a essa construção.

10 A VISÃO ATUAL DA PSICOPEDAGOGIA

Atualmente, a Psicopedagogia integra e constrói sua própria síntese a partir


das contribuições de várias áreas do conhecimento humano. Não se limita a tratar as
dificuldades no processo de ensino aprendizagem, mas também busca a prevenção
das dificuldades para os indivíduos, de modo geral. Mas, a Psicopedagogia ainda não
adquiriu o status de ser considerada uma profissão.
A lei que busca o reconhecimento da profissão de Psicopedagogo foi aprovada
pela Comissão de Trabalho e Administração do Serviço Público em 1997, e pela
Comissão da Educação, Cultura e Desporto em 2001. Desde 2003, a atividade
ganhou amparo legal e consta do Código Brasileiro de Ocupações. A ocupação de
psicopedagogo passou então a ser reconhecida oficialmente.

26
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou no dia 05 de fevereiro de 2014
projeto de lei da Câmara dos Deputados (PLC 31/2010) que regulamenta a atividade
de Psicopedagogia. Pelo texto, a profissão poderá ser exercida por graduados e
também por portadores de diploma superior em Psicologia, Pedagogia ou Licenciatura
que tenham concluído curso de especialização em Psicopedagogia, com duração
mínima de 600 horas e 80% da carga horária dedicada a essa área.

11 A ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PSICOPEDAGOGIA

Desde 1980, data da criação da ABPp, os psicopedagogos brasileiros contam


com o apoio desta associação, que se preocupa com os interesses e os anseios da
classe e luta pelos seus direitos. Além disso, a Associação Brasileira de
Psicopedagogia contribuiu e contribui para que os profissionais da Psicopedagogia
construam espaços de discussões, estudos e pesquisas sobre a teoria e a prática
psicopedagógicas.

[...] ao longo de sua existência a associação tem promovido vários encontros


e congressos visando dentre outras coisas refletir sobre: a formação do
psicopedagogo, a atuação psicopedagógica objetivando melhorias da
qualidade de ensino nas escolas, a identidade profissional do psicopedagogo,
o campo de estudo e atuação do psicopedagogo, o enfoque psicopedagógico
multidisciplinar. (PERES, 1998, AMORIM, 2011, p. 10).

Essa característica da Associação Brasileira de Psicopedagogia, de ser um


órgão que representa a classe, luta pelos seus direitos e pela formação na área, é
peculiar se pensarmos na forma de sua organização institucional, composta por um
Conselho Nacional que reúne membros de diversos segmentos e de diversas regiões
do país e se compõe da seguinte maneira: Conselho Nato, constituído pelos ex-
presidentes da ABPp, que passam a integrá-lo ao final de cada gestão; Conselheiros
eleitos, que representam os associados de todo o Brasil e os representantes das
Seções e Núcleos.
Com o intuito de propor uma identidade própria à Psicopedagogia no Brasil e
difundir os conhecimentos na área, a Associação Brasileira de Psicopedagogia - ABPp
organizou um documento acerca da identidade profissional do psicopedagogo e dos
objetivos dessa área do conhecimento. O documento passou por várias reformulações

27
na tentativa de entrelaçar o conteúdo de formação e a atuação profissional. Desse
documento originou, em 1992, o Código de Ética do Psicopedagogo.
A discussão em torno da questão do reconhecimento da profissão gerou grande
inquietação entre vários segmentos acadêmicos. Considera-se que o Código de Ética
era essencial e necessário, tendo em vista que a profissão não era reconhecida. Este
passou a ser o documento norteador dos princípios da Psicopedagogia, das
responsabilidades gerais dos psicopedagogos, das relações destes com outras
profissões, sobre a importância do sigilo.

11.1 O código de ética da associação brasileira de psicopedagogia (ABPP)

O Código de Ética da categoria foi elaborado no biênio 91/92 da ABPp e


reformulado pelo Conselho Nacional e Nato do biênio 95/96, ele se encontra
disponível no site da ABPp e deve ser seguido por todos os psicopedagogos, pois
representa a disponibilidade e a seriedade no desempenho da atividade. Ele
regulamenta as seguintes situações:
- O capitulo I é dedicado aos princípios da Psicopedagogia;
- O capitulo II diz da formação do psicopedagogo;
- O capítulo III trata das atividades psicopedagógicas;
- O capitulo IV diz das responsabilidades dos psicopedagogos, dos seus
deveres fundamentais;
- O capítulo V trata dos instrumentos e técnicas;
- O capítulo VI retrata as normas para as publicações científicas;
- O capítulo VII fala sobre a publicidade profissional;
- O capítulo VIII trata dos honorários;
- O capítulo IX diz da observância e do cumprimento do Código de Ética;
e
- O capítulo X traz as disposições gerais

12 CAPÍTULO I – DOS PRINCÍPIOS:

Artigo 1º
28
A Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde que se ocupa do
processo de aprendizagem considerando o sujeito, a família, a escola, a sociedade e
o contexto sócio-histórico, utilizando procedimentos próprios, fundamentados em
diferentes referenciais teóricos.
Parágrafo 1º
A intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do conhecimento, relacionada
com a aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre os processos de
aprendizagem e as suas dificuldades.
Parágrafo 2º
A intervenção psicopedagógica na Educação e na Saúde se dá em diferentes âmbitos
da aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre o institucional e o clínico.
Artigo 2º
A Psicopedagogia é de natureza inter e transdisciplinar, utilizando métodos,
instrumentos e recursos próprios para compreensão do processo de aprendizagem,
cabíveis na intervenção.
Artigo 3º
A atividade psicopedagógica tem como objetivos:
1) Promover a aprendizagem, contribuindo para os processos de inclusão
escolar e social;
2) Compreender e propor ações frente às dificuldades de aprendizagem;
3) Realizar pesquisas científicas no campo da Psicopedagogia;
4) Mediar conflitos relacionados aos processos de aprendizagem.
Artigo 4º
O psicopedagogo deve, com autoridades competentes, refletir e elaborar a
organização, a implantação e a execução de projetos de Educação e Saúde no que
concerne às questões psicopedagógicas.

13 CAPÍTULO II – DA FORMAÇÃO:

Artigo 5º

29
A formação do psicopedagogo se dá em curso de graduação e/ou em curso de
pós-graduação – especialização “lato sensu” em Psicopedagogia -, ministrados em
estabelecimentos de ensino devidamente reconhecidos e autorizados por órgãos
competentes, de acordo com a legislação em vigor.

14 CAPÍTULO III – DO EXERCÍCIO DAS ATIVIDADES PSICOPEDAGÓGICAS:

Artigo 6º
Estão em condições do exercício da Psicopedagogia os profissionais
graduados e/ou pós-graduados em Psicopedagogia – especialização “lato sensu” – e
os profissionais com direitos adquiridos anteriormente à exigência de titulação
acadêmica e reconhecidos pela ABPp. É indispensável ao psicopedagogo submeter-
se à supervisão psicopedagógica e recomendável processo terapêutico pessoal.

Parágrafo 1º
O psicopedagogo, ao promover publicamente a divulgação de seus serviços,
deve fazê-lo de acordo com as normas do Estatuto da ABPp e os princípios deste
Código de Ética.

Parágrafo 2º
Os honorários devem ser tratados previamente entre o cliente ou seus
responsáveis legais e o profissional, a fim de que:
1) Representem justa contribuição pelos serviços prestados, considerando
condições socioeconômicas da região, natureza da assistência prestada
e tempo despendido;
2) Assegurem a qualidade dos serviços prestados.

Artigo 7º
O psicopedagogo está obrigado a respeitar o sigilo profissional, protegendo a
confidencialidade dos dados obtidos em decorrência do exercício de sua atividade e
não revelando fatos que possam comprometer a intimidade das pessoas, grupos e
instituições sob seu atendimento.
30
Parágrafo 1º
Não se entende como quebra de sigilo dar informações sobre o cliente a
especialistas e/ou instituições, comprometidos com o atendido e/ou com o
atendimento.

Parágrafo 2º
O psicopedagogo não deve revelar como testemunha, fatos de que tenha
conhecimento no exercício de seu trabalho, a menos que seja intimado a depor
perante autoridade judicial.

Artigo 8º
Os resultados de avaliações só devem ser fornecidos a terceiros interessados,
mediante concordância do próprio avaliado ou de seu representante legal.
Artigo 9º

Os prontuários psicopedagógicos são documentos sigilosos cujo acesso não


deve ser franqueado a pessoas estranhas ao caso.

Artigo 10
O psicopedagogo deve procurar manter boas relações com os de
profissionais diferentes categorias, observando para esse fim, o seguinte:
1) Trabalhar nos estritos limites das atividades que lhe são reservadas;
2) Reconhecer os casos pertencentes aos demais campos de
especialização, encaminhando-os a profissionais habilitados e
qualificados para o atendimento.

15 CAPÍTULO IV – DAS RESPONSABILIDADES:

Artigo 11
São deveres do psicopedagogo:

31
a) manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos que
tratem da aprendizagem humana;
b) desenvolver e manter relações profissionais pautadas pelo respeito, pela
atitude crítica e pela cooperação com outros profissionais;
c) assumir as responsabilidades para as quais esteja preparado e nos
parâmetros da competência psicopedagógica;
d) colaborar com o progresso da Psicopedagogia;
e) responsabilizar-se pelas intervenções feitas, fornecer definição clara do seu
parecer ao cliente e/ou aos seus responsáveis por meio de documento pertinente;
f) preservar a identidade do cliente nos relatos e discussões feitos a título de
exemplos e estudos de casos;
g) manter o respeito e a dignidade na relação profissional para a harmonia da
classe e a manutenção do conceito público.

16 CAPÍTULO V – DOS INSTRUMENTOS

Artigo 12
São instrumentos da Psicopedagogia aqueles que servem ao seu objeto de
estudo – a aprendizagem. Sua escolha deve decorrer de formação profissional e
competência técnica, sendo vetado o uso de procedimentos, técnicas e recursos não
reconhecidos como psicopedagógicos.

17 CAPÍTULO VI – DAS PUBLICAÇÕES CIENTÍFICAS

Artigo 13
Na publicação de trabalhos científicos devem ser observadas as seguintes
normas:

32
1) As discordâncias ou críticas devem ser dirigidas à matéria em discussão
e não ao seu autor;
2) Em pesquisa ou trabalho em colaboração, deve ser dada igual ênfase
aos autores e seguir normas científicas vigentes de publicação. Em
nenhum caso o psicopedagogo deve se valer da posição hierárquica
para fazer publicar, em seu nome exclusivo, trabalhos executados sob
sua orientação;
3) Em todo trabalho científico devem ser indicadas as referências
bibliográficas utilizadas, bem como esclarecidas as ideias, descobertas
e as ilustrações extraídas de cada autor, de acordo com normas e
técnicas científicas vigentes.

18 CAPÍTULO VII – DA PUBLICIDADE PROFISSIONAL:

Artigo 14
Ao promover publicamente a divulgação de seus serviços, deve fazê-lo com
exatidão e honestidade.

19 CAPÍTULO VIII- DOS HONORÁRIOS:

Artigo 15
O psicopedagogo, ao fixar seus honorários, deve considerar como parâmetros
básicos as condições socioeconômicas da região, a natureza da assistência prestada
e o tempo despendido.

20 CAPÍTULO IX – DA OBSERVÂNCIA E CUMPRIMENTO DO CÓDIGO DE ÉTICA


DO PSICOPEDAGOGO:

Artigo 16
Cabe ao psicopedagogo cumprir este Código de Ética.

33
Parágrafo único
Constitui infração ética:
1) Utilizar títulos acadêmicos e/ou de especialista que não possua;
2) Permitir que pessoas não habilitadas realizem práticas
psicopedagógicas;
3) Fazer falsas declarações sobre quaisquer situações da prática
psicopedagógica;
4) Desviar para atendimento particular ou para outra instituição, por
qualquer meio, visando benefício próprio;
5) Receber ou exigir remuneração, comissão ou vantagem por serviços
psicopedagógicos que não tenha efetivamente realizado;
6) Assinar qualquer procedimento psicopedagógico realizado por terceiros,
ou solicitar que outros profissionais assinem seus procedimentos.

Artigo 17
Cabe ao Conselho Nacional da ABPp zelar, orientar pela fiel observância dos
princípios éticos da classe e advertir quando houver infrações.

Artigo 18
O presente Código de Ética pode ser alterado por proposta do Conselho
Nacional da ABPp e deve ser aprovado em Assembleia Geral.

21 CAPÍTULO X – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS:

Artigo 19

O Código de Ética tem seu cumprimento recomendado pelos Conselhos


Nacional e Estaduais da ABPp.

Artigo 20

34
O Código de Ética do Psicopedagogo foi criado pelo Conselho Nacional da ABPp do
biênio 1991/1992 e reformulado pelo Conselho Nacional do biênio 1995/1996. A
presente reformulação foi proposta ao Conselho Nacional dos triênios 2008/2010
e 2011/2013 novamente atualizado pela Comissão de Ética e com anuência do
Conselho Nacional da ABPp triênio 2017/2019, aprovado em Assembleia Geral
realizada em 26/outubro 2019.

22 REFLEXÕES SOBRE O CÓDIGO DE ÉTICA DA PSICOPEDAGOGIA

Fonte: jornadapsicopedagogiars.com.br

Dos Princípios (Capítulo I), neste item é realizada a definição do campo de


atuação do psicopedagogo como sendo área que integra saúde e educação, e que
cuida dos problemas de aprendizagem. Considera que a Psicopedagogia possui
recursos próprios para o diagnóstico e intervenção psicopedagógica. Além disso,
aponta a natureza deste trabalho como sendo clínica ou institucional, preventiva e
curativa.
Sobre a formação do psicopedagogo (Capítulo II), Considera ainda curso de
formação em pós-graduação, para o exercício da Psicopedagogia, também aponta a
necessidade da supervisão, e aconselha a supervisão do trabalho.

35
Do Sigilo (Capítulo III, art. 7º) esclarece a necessidade da manutenção do sigilo
e da permissão do cliente para informar a outros especialistas dados de seu
desenvolvimento, assim como resultados da avaliação e acesso a prontuários.
Das Relações Com Outros Profissionais (Capítulo III, art.10) aborda a
necessidade de se reconhecer os limites da Psicopedagogia, aconselha o
encaminhamento quando necessário, delimitar o campo de atuação como sendo o
problema de aprendizagem.
Das Responsabilidades do Psicopedagogo (Capítulo IV) enfatiza a
necessidade de atualização profissional, aborda o relacionamento com outros
profissionais (especialistas em outras áreas), aponta para o respeito aos limites da
profissão; trata do sigilo profissional visando resguarda o cliente; considera importante
a colaboração do profissional para com a promoção do crescimento de suas áreas de
atuação através do desenvolvimento de pesquisas.
Das Publicações Científicas (Capítulo VI), este item orienta a publicação de
trabalhos, a necessidade de se limitar às críticas à matéria e não ao autor; recomenda
ainda o uso da ordem de prioridade ou ordem alfabética para destacar colaborados
de trabalhos de pesquisa, enfatiza a necessidade de não se beneficiar da posição
hierárquica que ocupa para obter privilégios; aconselha que seja indicada na
bibliografia, as obras usadas no desenvolvimento de pesquisas, esclarecendo as
idéias descobertas.
Da Publicidade do Profissional (Capítulo VII) fornece critérios para publicidade
do profissional salientando a necessidade da honestidade ao divulgar o trabalho
profissional.
Dos Honorários (Capítulo VIII) aponta para a necessidade de combinar, com
antecedência, horários e preço justo para diagnósticos e intervenção.
Da Observância e Cumprimento (Capítulo IX) trata da liberdade como princípio
de ética, enfatiza a apuração de irregularidades no exercício da Psicopedagogia,
aponta a necessidade da advertência; esclarece que as alterações do Código é de
competência da ABPp.
Das Disposições Gerais (Capítulo X) esclarece a data em que o Código de Ética
foi formulado, assinala que esta é a primeira alteração (1996).

36
Considerando que este Código foi reformulado, o publicado em 1996 traz o
seguinte as seguintes considerações:
O Artigo 1º: define a Psicopedagogia como um campo de atuação em Educação
e Saúde que lida com o processo de aprendizagem humana em seus padrões normais
e patológicos, considerando a influência do meio – família, escola e sociedade – no
seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da Psicopedagogia. Este
artigo teve sua redação alterada e desdobra nos seguintes:
Artigo 2: considera que a Psicopedagogia é de natureza interdisciplinar e utiliza
recursos das várias áreas do conhecimento humano para a compreensão do ato de
aprender, no sentido ontológico e filogenético, valendo-se de métodos e técnicas
próprias.
Parágrafo Único: esclarece que a intervenção psicopedagógica é sempre da
ordem do conhecimento relacionado com o processo de aprendizagem.
Faz-se necessário ressaltar que o artigo 3º, que rege o trabalho psicopedagógico foi
alterado e recebeu a seguinte redação: “O trabalho psicopedagógico é de natureza
clínica e institucional, de caráter preventivo e/ou remediativo”. (Código de Ética da
Psicopedagogia).
O Artigo 4º: dá providência ao exercício da profissão:
estarão em condições do exercício da Psicopedagogia os Profissionais graduados em
3º grau, portadores de certificados de cursos de Pós-Graduação de Psicopedagogia,
ministrado em estabelecimento de ensino oficial e/ou reconhecido, ou mediante
direitos adquiridos, sendo indispensável submeter-se à supervisão e aconselhável
trabalho de formação pessoal. (Código de Ética da Psicopedagogia).
Artigo 5º: traz esclarecimentos a respeito dos fins do trabalho psicopedagógico
considerando que tem como objetivo:
a) promover a aprendizagem, garantindo o bem estar das pessoas em
atendimento profissional, devendo valer-se dos recursos disponíveis, incluindo
a relação interprofissional;
b) realizar pesquisas científicas no campo da psicopedagogia (Código de Ética da
Psicopedagogia).
No Capítulo II, o que trata das “Responsabilidades dos Psicopedagogos”, o
código estipula, no Artigo 6º, que são deveres fundamentais dos Psicopedagogos:

37
a) Manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos
que tratem do fenômeno da aprendizagem humana;
b) Zelar pelo bom relacionamento com especialistas de outra área,
mantendo uma atitude crítica, de abertura e respeito em relação às
diferentes visões de mundo;
c) Assumir somente as responsabilidades para as quais esteja preparado
dentro dos limites da competência Psicopedagógica;
d) Colaborar com o progresso da Psicopedagogia;
e) Difundir seus conhecimentos e prestar serviços nas agremiações de
classe sempre que possível;
f) Responsabilizar-se pelas avaliações feitas fornecendo ao cliente uma
definição clara do seu diagnóstico;
g) Preservar a identidade, parecer e/ou diagnóstico do cliente nos relatos e
discussões feitos a título de exemplos e estudos de casos;
h) Responsabilizar-se por crítica feita a colegas destes;
i) Manter atitude de colaboração e solidariedade com colegas sem ser
conivente ou acumpliciar-se, de qualquer forma, com ato ilícito ou
calúnia. O respeito e a dignidade na relação profissional são deveres
fundamentais do psicopedagogo para a harmonia da classe e
manutenção do conceito público (Código de Ética da Psicopedagogia
Reza o Artigo 7º, Capítulo III, que para o psicopedagogo deve manter e
desenvolver boas relações com os componentes das diferentes categorias
profissionais, deverá observar o seguinte:
Trabalhar nos restritos limites das atividades que lhes são reservadas;
Reconhecer os casos pertencentes aos demais campos de especialização,
encaminhando-os a profissionais habilitados e qualificados para o
atendimento. (Código de Ética da Psicopedagogia).
Sofreu alterações o Capítulo IV, o que trata Do sigilo (Artigo 8º, 9º, 10º e 11º).
Neste, é enfatizada a importância do sigilo. No Artigo 9º está previsto que o
psicopedagogo não deverá revelar como testemunha, fatos de que tenha
conhecimento no exercício de seu trabalho, a menos que seja intimado a depor
perante autoridade competente.

38
O Capítulo V, que rata das Publicações Científicas também sofreu alterações
na sua redação, em especial nas letras b e c, mas seu conteúdo permaneceu o
mesmo, ficando redigido da seguinte maneira:
Na publicação de trabalhos científicos deverão ser observadas as seguintes
normas:
a) As discordâncias ou críticas deverão ser dirigidas à matéria em discussão e
não ao autor;
b) Em pesquisa ou trabalho em colaboração, deverá ser dada ênfase aos autores,
sendo de boa norma dar prioridade na enumeração dos colaboradores, àqueles
que mais contribuíram para a realização do trabalho;
c) Em nenhum caso, o psicopedagogo se prevalecerá da posição hierárquica para
fazer publicar trabalhos sob sua orientação;
d) Em todo trabalho científico, deve ser indicada a fonte bibliográfica utilizada,
bem como esclarecidas as idéias descobertas e ilustrações de cada autor.
(Código de Ética da Psicopedagogia).
O Capítulo VI, referente a Publicidade Profissional, sofreu modificação no Artigo
13º, onde a palavra dignidade foi substituída pelo termo honestidade, também. O
artigo 14º também foi alterado em sua redação, sem ter, contudo modificado seu
sentido.
O Artigo 14º, considera que “O psicopedagogo poderá atuar como consultor
científico em organizações que visem lucro com venda, de produtos, desde que
busque sempre a qualidade dos mesmos”. (Código de Ética da Psicopedagogia,
1996).
O Artigo 15º, afirma que “os honorários deverão ser fixados com cuidado a fim
de que representem justa retribuição aos serviços prestados e devem ser contratados
previamente”. (Código de Ética da Psicopedagogia,1996).
O Capítulo IX, que trata da Observância e Cumprimento do Código de Ética e
o Artigo 18º, apresentam modificações na redação, pois, no anterior (1992) dizia que
cabe ao Conselho Nacional da Abpp, a apuração de faltas cometidas, contra este
código, a avaliação e advertência quando necessária.
A redação de 1996 é a seguinte: Artigo 18º “Cabe ao Conselho Nacional da
ABPp orientar e zelar pela fiel; observância dos princípios éticos da Classe”. (Capítulo

39
X, Código de Ética da Psicopedagogia.).Neste mesmo capítulo houve alterações na
redação do artigo 19º ressaltando que: “Código poderá ser alterado por proposta do
Conselho da ABPp e aprovado em Assembléia Geral.” (Capítulo X, Código de Ética
da Psicopedagogia.).
O Capítulo X, “Disposições Gerais”, em seu Artigo 20º na redação anterior
(1992) dizia respeito à entrada em vigor do código de ética após sua aprovação em
assembléia geral. Pela redação de 1996 do Artigo 20, o Código de Ética entrou em
vigor após sua aprovação em Assembléia Geral, realizada no 5º Encontro e 2º
Congresso de Psicopedagogia da ABPp em 12/07/1992 e que sofreu a primeira
alteração proposta pelo Congresso Nacional e Nato no biênio 95/96 sendo aprovado
em 19/07/96, na Assembléia Geral de III Congresso Brasileiro de Psicopedagogia da
ABPp.
No tocante às alterações, a mais significativa está no Artigo 4º, cuja redação
original diz que: estão em condições de exercer a Psicopedagogia os portadores de
certificados de curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia, ministrados em
estabelecimento de ensino reconhecido ou credenciado pela ABPp, sendo
indispensável a supervisão, o estágio prático e formação pessoal.. (Código de Ética
da Psicopedagogia).
Na atual versão, não há referências à exigência ao estágio prático. Contudo, é
necessário ressaltar que o curso de Especialização em Psicopedagogia não pode ser
concluído sem o estágio, visto que os estudantes do mesmo advêm de áreas diversas
do conhecimento, tendo como ponto comum o interesse pela área educacional. Deste
modo, proporcionar estágio prático, tanto na área clínica quanto na institucional, é
zelar pela qualidade dos profissionais que estão sendo formados, e pela qualidade
dos trabalhos por eles oferecidos.

23 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O cenário da educação brasileira configura, conforme resultados do último


Censo, em crescimento no número de matriculas em todos os níveis e modalidades
de ensino. Isso faz com que se reflita sobre a qualidade do processo educacional e a
função social que as instituições de ensino agregam.
40
As questões que permeiam a excelência educacional e o desenvolvimento
holístico do ser aprendente tornam-se cada vez mais presentes no direcionamento
das políticas públicas em educação. É nesse panorama que cresce a necessidade do
profissional da psicopedagogia, visto que sua prática incide essencialmente sobre o
fenômeno da aprendizagem.
Aprendizagem em seu processo macro, num processo educativo na vida, na
sociedade e nas relações. Os espaços educacionais, no cumprimento de sua função
social, devem desenvolver, nas crianças e jovens, competências e habilidades
condizentes com as exigências da contemporaneidade.
Nesse sentido, faz-se necessária a reflexão das ações pedagógicas por todos
os atores envolvidos no processo educacional, no que diz respeito a conhecer e
reconhecer a importância do sujeito da aprendizagem, a entender o que pode facilitar
ou impedir que se aprenda. Auxiliando professores e todos aqueles envolvidos com o
processo de ensino e aprendizagem surge a Psicopedagogia, campo de
conhecimento que se ocupa com os problemas de aprendizagem, numa visão
transdisciplinar, podendo orientar comunidade escolar e acadêmica na perspectiva de
transformar as relações com o aprender e o ensinar.
As questões em torno da formação do psicopedagogo e da regulamentação
profissional aliadas ao contexto global da atuação desse novo agente social explicam
a importância crescente da Psicopedagogia que, na sua concepção atual, já nasce
com uma perspectiva globalizadora condizente com os rumos da aprendizagem na
atualidade, ocupando um lugar privilegiado, sistêmico, consoante os novos
paradigmas científicos de natureza complexa e transdisciplinar, porque justamente
não está em um único lugar.
Sua força está localizada no poder de transitar entre a objetividade e a
subjetividade, entre o ensinante e o aprendente. Nesse sentido, a Psicopedagogia tem
um papel social relevante, uma vez que sua atuação contribui para a superação do
fracasso escolar e acadêmico, tão presente em nossos espaços educacionais.

41
24 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ABPp - Associação Brasileira de Psicopedagogia.


AMORIM, E. S. PSICOPEDAGOGIA: Regulamentação e Identidade Profissional,
Minas Gerais, 2011.
ANTONINO, E; VIGAS, M. C; PEIXOTO, M. de F. (orgs.). Ação psicopedagógica: uma
contribuição para a construção do conhecimento. Salvador: Editora da
Assembleia Legislativa da Bahia, 2012.
BARBOSA, L. M. S. A Psicopedagogia no Âmbito da Instituição Escolar. Curitiba:
Expoente, 2001.
BARBOSA, L. M. S. (org.). Intervenção psicopedagógica no espaço da
clínica. Curitiba: Ibpex, 2010.
BARBOSA, L. M.S. A psicopedagogia no âmbito da instituição escolar. Curitiba,
Expoente, 2001.
BARONE, L. M. C.; MARTINS, L. C. B.; CASTANHO, M. I. Psicopedagogia: teorias
da aprendizagem. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011.
BOSSA, N. A. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 3.
ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.
BOSSA, N. A. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 3.
ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.
BOSSA, N A. A psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. Porto
Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
BOURDIEU, P. O poder simbólico. 2. Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.
BUBINSTEIN, Edith (org.) Psicopedagogia: uma prática, diferentes estilos. São
Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.
BUSIN, A. F. Avaliação psicopedagógica: história de um percurso. Rio de Janeiro:
Wak, 2013.
CAMPOS, M. C. M. Atuação em psicopedagogia institucional: brincar, criar e
aprender em diferentes idades. Rio de Janeiro: Wak, 2013.
CASTANHO, M. I. S; SILVA, G. M. de F. (orgs.) Estudos de caso: da escuta à
escrita. Rio de Janeiro: Wak, 2015.
COSTA, T. de J.de P. Código de ética da psicopedagogia. São Paulo,2007.
FAGALI, E. Q. Os sentidos da história e a “Busca das Raízes” no processo de
aprender. In: BOMBONATTO, Q.; MALLUF, M. I. (orgs.). História da
Psicopedagogia e da ABPp no Brasil: fatos, protagonistas e conquistas. Rio de
Janeiro: Wak Ed., 2007.
42
FAGALI, E. Q. Encontros entre arteterapia e psicopedagogia: a relação dialógica
terapeuta cliente, educador e aprendiz. In: CIORNAI (org). Percursos da
Arteterapia. São Paulo: Summus Editorial, 2005.
FELDMANN, J. A Importância do Psicopedagogo. SC. 2009.
FERNANDES, A. M. B.: Diagnóstico psicopedagógico: uma experiência vivida no
espaço de formação do curso de Psicopedagogia. Revista Psicopedagogia, 2012.
FERNÁNDEZ, A. A atenção aprisionada: psicopedagogia da capacidade
atencional. Porto Alegre: Editora Penso, 2012.
FERREIRA, M. E. M. P. (Org.). Psicopedagogia em tempo de expansão.
Guararema (SP): Anadarco Edit. & Comunicação, 2011.
FLORES, H. G. Ética e Conhecimento. Revista de Psicopedagogia. São Paulo, v.
12, 1993.
GONÇALVES, J. E. A Pesquisa em Psicopedagogia: Implicações e Aplicações na
Prática Profissional. In: Revista Científica da FAI, Santa Rita do Sapucaí-MG, v. 6,
nº 1, 2006.
GRAÇA, J. S. D; SILVA, A. B; NASCIMENTO M. R. S. A institucionalização da
psicopedagogia no Brasil. Aracaju, SE, 2014.
ILLERIS, K. (org.). Teorias Contemporâneas da Aprendizagem. Porto Alegre:
Penso, 2013
INEP. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Censo
Escolar. Brasília, 2010.
LINDER-SILVA, J. Sentimento de injustiça de docentes como miopia
educacional: o (des) investimento pedagógico em adolescentes de periferia.
Dissertação (Mestrado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em Educação,
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, 2015.
MARTINEZ, A. M; SCOZ, B; CASTANHO, M. I. Ensino e aprendizagem: a
subjetividade em foco. Brasília: Liber Livros, 2012.
MASINI, E F. S. Formação profissional em Psicopedagogia: embates e desafios.
Revista Psicopedagogia, v. 23, n. 72, 2006.
MENDES, M. H. Psicopedagogia: uma identidade em construção. Dissertação de
Mestrado. Universidade São Marcos, São Paulo, 1998.
MONEREO. C. e SOLÉ, I. O assessoramento psicopedagógico. Porto Alegre:
Artes Médicas, 2000.
MOOJEN, S. A escrita ortográfica na escola e na clínica: teoria, avaliação e
tratamento. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2009.

43
NETO, B. Projeto de lei nº 3.124, de 1997. Dispõe sobre a regulamentação da
profissão de Psicopedagogo, cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de
Psicopedagogia e determina outras providências. Brasil, 2017.
NOFFS, N. de A. A formação e regulamentação das atividades em
psicopedagogia. Revista Psicopedagogia, v. 33, n. 100, 2016.
PADIN, D. C. Ética na Política. In: Maria Luiza Marcílio Ernesto Lopes Ramos
(coordenadores). Ética na virada do século: busca do sentido da vida. São Paulo:
1997.

PAVIANI, J. Problemas de Filosofia da Educação. Rio de Janeiro: Vozes, 1988.


PERES, M. R. Psicopedagogia: Aspectos históricos e desafios atuais. In: Revista
de Educação. PUC-Campinas, v. 3, nº 5, p. 41-45, novembro 1998.
PORTILHO, E. M. L. et al Diretrizes Básicas da Formação de Psicopedagogos no
Brasil. Associação Brasileira de Psicopedagogia. São Paulo, 2008.
RUBINSTEIN, E. In: SCOZ et al. Psicopedagogia: contextualização, formação e
atuação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.
RUBINSTEIN, E; CASTANHO, M. I; NOFFS, N. de A. Rumos da psicopedagogia
brasileira. Revista Psicopedagogia, São Paulo, v. 21, n. 66, 2004.
SANTOS, J; et al. Estudo comparativo sobre a formação em psicopedagogia em
três países: Argentina, Brasil e Espanha. Revista Psicopedagogia, v. 29, n. 90, p.
313-319, 2012.
SCICCHITANO, R.M.J.; CASTANHO, M. I. S. (orgs.) Avaliação psicopedagógica:
recursos para a prática. Rio de Janeiro: Wak, 2013.
SCOZ, B. Psicopedagogia e Realidade escolar: o Problema Escolar e de
Aprendizagem. 4ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes. 2000.
SCOZ, B. J. L., RUBINSTEIN, E.; ROSSA, E. M. M.; BARONE, L. M. C.
Psicopedagogia caráter interdisciplinar na formação e atuação profissional.
Porto Alegre: Artmed, 1987.
TEIXEIRA, R. Projeto de lei da Câmara nº 31, de 2010. Dispõe sobre a
regulamentação do exercício da atividade de psicopedagogia. Brasil. 2010

44

Você também pode gostar