Etica No Trabalho Psicopedagogico
Etica No Trabalho Psicopedagogico
Etica No Trabalho Psicopedagogico
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 3
6 A PSICOPEDAGOGIA .................................................................................... 18
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18 CAPÍTULO VII – DA PUBLICIDADE PROFISSIONAL: ................................... 33
23 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 40
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!
3
2 ÉTICA PROFISSIONAL
Fonte: www.sindjorce.org.br
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“ethos” como “mos” indicam um tipo de comportamento humano que não é natural,
mas que é adquirido ou cristalizado pelo hábito. Pode-se refletir que a ética e a moral
compõem a natureza de deveres nas relações humanas construída histórica e
socialmente.
Ética pode ser entendida, segundo uma perspectiva filosófica, como aquilo que
é bom para o indivíduo e sociedade entende-se como sendo o lema máximo da ética:
o bem comum.
Os termos, “ethos” e “mos” podem ser entendidos em três sentidos:
a) morada ou abrigo;
b) caráter ou índole; e
c) hábitos ou costumes.
Considerando a influência da ética e da moral nos critérios de escolha de um
determinado tipo de conduta existe uma distinção entre ética e moral. Por moral deve-
se compreender o conjunto de regras de condutas assumidas livre e conscientemente
pelos indivíduos, com a finalidade de organizar as relações interpessoais, segundo os
valores do bem e do mal. Entende-se por ética, a parte da filosofia que consiste da
reflexão sobre as noções e os princípios que fundamentam a vida moral, o estudo da
moralidade do agir humano e da retidão frente à ordem moral,
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A ética não pode ser encarada como um simples estudo psicológico. Os
códigos de ética profissionais orientam e disciplinam certas maneiras de agir. Em
qualquer profissão, principalmente quando se trata de atividade social, a ética deve
ser cumprida e que o respeito é indispensável.
Fonte: cerradoeditora.com.br
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É atribuído ao código de ética, a estruturação e sintetização das exigências
éticas no plano de orientação, disciplina e fiscalização. Os códigos profissionais visam
a garantir os interesses dos profissionais e dos clientes, amparando seus interesses
e protegendo seus relacionamentos.
Ao longo da vida, toda pessoa depara com situações inusitadas, situações que
desequilibram a rotina. Nestes, e em outros momentos decisivos, o Código de Ética
pode sugerir, fundamentar e amparar atitudes a serem tomadas. Contudo, ele não dá
garantias de acertos, como também, não visa a criar dependências. Mas a direcionar
o profissional para o interesse mútuo, ordenando as relações interpessoais com apoio
na autoridade de uma comunidade, formalizando o convívio de pessoas.
O Código de Ética não tolhe a liberdade do profissional, pois ele é livre para
segui-lo ou não, mas deverá ser responsável por sua escolha e arcar com as
consequências de seus atos.
Respeitar as normas contidas num código de ética implica a necessidade de
compreender e viver a razão básica das determinações nele contidas e,
evidentemente a consciência profissional por parte de cada um subordinados a esse
código. E a consciência profissional é algo que se vem plasmando aos poucos no
indivíduo, o fato da crise ética ser uma experiência universal presente em todas as
épocas e comum a todas as classes sociais e profissões, assim ninguém pode livrar-
se do ético, da constante necessidade de escolher, de decidir, do dever ser, do agir
ou do saber prudencial.
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Os códigos de ética fazem parte do sistema de valores que orientam o
comportamento das pessoas, grupos e das organizações e seus administradores.
Então, se os códigos de ética fazem parte dos sistemas de valores que organizam o
comportamento das pessoas, cabe a elas dar alma aos códigos, dar-lhes significado,
ou seja, acreditar na importância deles.
As diretrizes éticas têm estado presentes em inúmeras profissões, nas quais o
código de ética vem a ser um como instrumento norteador da postura dos
profissionais. É o caso de áreas como a Medicina, o Direito “Código de Ética e
Disciplinar do Advogado”, a Psicologia e a Psicopedagogia
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diagnóstico. Era feito uma investigação da vida do indivíduo: relação familiar,
conjugais, condições de vida, práticas educativas e teste de QI. E então era dado o
diagnóstico do tipo de tratamento adequado. A Argentina teria sido a maior
influenciadora da Psicopedagogia no Brasil, que se tornou notória a partir dos anos
60 e contava com objetivos Psicopedagógicos de cunho preventivo, em especial,
voltada para a relação professor-aluno.
Essa visão acabou se instalando nas escolas sem nenhum critério, num
processo de rotulação de crianças e adolescentes. E então surgem as diversas
nomenclaturas de variadas possíveis doenças encontradas.
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5 AS DISCUSSÕES REFERENTES À PSICOPEDAGOGIA ENQUANTO CAMPO
DE ATUAÇÃO
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A atuação clínica na psicopedagogia age por meio de terapias, ou seja, introduz
a lógica de cura para as dificuldades de aprendizagem que já estão instaladas no
aprendente. Tem por objetivo eliminar ou minimizar os insucessos do aluno, porém há
também a possibilidade de prevenção por meio de sua prática. A atuação institucional
é objetivada, na prevenção de possíveis futuras dificuldades de aprendizagem ou de
outros problemas que possam influenciar na vida social do aluno.
O aluno que já estiver sido rotulado com dificuldades de aprendizagem, será,
deste modo, direcionado às clínicas psicopedagógicas para que haja o diagnóstico,
onde a causa e as intervenções serão estudadas, ou seja, para saber onde foi que
ele, o aluno, errou. E o aluno que ainda não foi percebido/rotulado com dificuldades
de aprendizagem, deverá ser acompanhado para que maiores problemas, em
questões educacionais, possam não o atingir, através do método preventivo.
O psicopedagogo sustenta na análise do fracasso escolar, basicamente, uma
perspectiva equivocada (individual), buscando preferencialmente no aluno as causas
desses problemas. Acusa a Psicopedagogia de utilizar-se quase que exclusivamente
dos conhecimentos psicológicos, inviabilizando sua autenticidade e especificidade,
argumentando que uma teoria nova não pode construir-se dessa maneira.
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visa analisar e tratar os casos já instalados na instituição; e a terceira atua de modo
individual, ou seja, clínico, já com os indivíduos que possuem dificuldades de
aprendizagem. E então entra a questão: se a psicopedagogia clínica e institucional
são indissociáveis, os processos de escolarização estariam sendo clinicados? E quais
consequências trazem para a vida dos alunos?
Nesse último caso, seu papel não seria o de eliminar os sintomas, agindo
como um “professor de reforço”, ensinando de forma particular o conteúdo
não aprendido. Ao contrário disso, sua atuação seria a de diagnosticar e
intervir no problema gerador do referido sintoma (BOSSA, 1994 apud
RAMOS, 2007, p. 18).
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[...] a avaliação é um processo que permite ao profissional investigar e
levantar hipóteses provisórias onde serão ou não confirmadas ao longo do
processo, recorrendo-se para isso a conhecimentos práticos e teóricos. Esta
investigação permanece durante todo o trabalho diagnóstico através de
intervenções e da “escuta psicopedagógica”, para que “se possam decifrar os
processos que dão sentido ao observado e norteiam a intervenção” (BOSSA,
2000, apud POTTKER, 2014, p. 223).
[...] um novo saber que reúne informações de ramos afins, formando um novo
campo teórico e prática, voltamos para o aprofundamento dos problemas de
aprendizagem. Sempre que surgirem questões relacionadas ao processo de
aprendizagem, faz-se necessária a interseção da psicopedagogia. Assim, o
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processo de aprendizagem é a essência do trabalho psicopedagógico.
BOSSA, 2007 apud ALBERNAZ, 2013, p.1).
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psicologia da educação, por outras subáreas da psicologia e por outras áreas de
conhecimento.
Atua realizando intervenções no espaço escolar, focalizando o processo
psicológico se baseando em saberes produzidos, principalmente, pela psicologia da
educação. Ao que se pode perceber, essas áreas estabelecem conexões ao se
depararem com os parâmetros que tratam o processo de escolarização; e se a
Educação é a base da psicologia, assim como a psicologia é o principal fundamento
da Educação, particularmente no âmbito pedagógico, como sustentação teórica da
Didática e da Metodologia de Ensino, bases para a formação de professores.
Alguns desafios na Psicopedagogia, encontra-se em sua definição por causar
embates com profissionais da mesma área e de outras áreas. Há algumas sugestões
para que se possa pensar sobre como encontrar essas respostas, através de análises
e trabalhos psicopedagógicos registrados sobre:
Fonte: centrodeneuroaprendizagem.com.br
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1) acreditar que todo ser humano tem direito ao pleno acesso ao saber
acumulado, representado pela cultura;
2) considerar a leitura e a escrita como ferramentas fundamentais de acesso
ao saber;
3) nortear sua prática dentro dos princípios da liberdade do ser;
4) Reconhecer e assumir a dupla polaridade de seu papel-transmisão de
conhecimento e compreensão dos fatores psicológicos que interferem no ato de
aprender;
5) reconhecer o papel da família como transmissora da cultura, devendo
analisar e compreender os mecanismos dentro da relação familiar que promovem
bloqueio da aprendizagem;
6) reconhecer a escola como espaço privilegiado para a transmissão da cultura,
também, o valor de outras organizações sociais ainda mantendo postura crítica frente
às dificuldades geradas pela própria instituição escolar.
De acordo com o primeiro princípio, o psicopedagogo deverá trabalhar para
possibilitar a todas as crianças o direito de aprender.
No segundo princípio a leitura e a escrita são ferramentas fundamentais para o
acesso ao saber acumulado representado pela cultura, o psicopedagogo deverá
contribuir para que o educando supere o problema de aprendizagem e consiga ter
acesso a esse saber.
Com o terceiro princípio o psicopedagogo deve respeitar a individualidade do
ser humano e ajudá-lo na superação de suas dificuldades.
O quarto princípio levanta questões de fronteiras com outras áreas, assim, o
psicopedagogo deverá requerer a plena preparação e utilização de recursos
disponíveis no acervo científico para uma atuação competente e responsável.
O quinto princípio acentua a necessidade de o psicopedagogo reconhecer o
papel da família e atuar orientando-a para fazê-la analisar e compreender fatores de
sua dinâmica que interferem na aprendizagem do sujeito. Já o sexto princípio destaca
a necessidade de se reconhecer a escola como espaço para transmissão de cultural,
assim como sua responsabilidade, na maioria das vezes, pelos problemas de
aprendizagem.
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6.1 Campo de conhecimento da psicopedagogia
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6.2 Campo de atuação da psicopedagogia
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multidisciplinar tanto na Saúde como na Educação, como, por exemplo, no
atendimento em ambientes hospitalares.
No campo empresarial, o psicopedagogo pode contribuir para a compreensão
e o estabelecimento de vínculos positivos entre as pessoas, ou seja, com a melhoria
da qualidade das relações inter e intrapessoais dos indivíduos que trabalham na
empresa. O papel do psicopedagogo é intervir nos fatores que prejudicam o bom
andamento ou funcionamento na dinâmica grupal em uma empresa, adequando o
conteúdo do planejamento da ação pedagógica, bem como das relações humanas
que se estabelecem no âmbito empresarial. Faz-se a intervenção de acordo com a
finalidade e o objetivo da instituição, partindo da história da organização e suas
características próprias.
A contribuição da Psicopedagogia para o campo empresarial é a de levar a
vivência da organização ao grupo, tomando como base o desenvolvimento cognitivo
para um maior e melhor desempenho onde está inserida, dando importância às
atividades e ações, mostrando objetivos, metas e a missão, atuando de forma direta
e clara com seus funcionários. Caracteriza-se também como um enfoque preventivo,
dando sentido ao sujeito na busca do significado da aprendizagem e reflexão de ações
assumindo a maturação.
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não só profissional, mas, principalmente, uma satisfação pessoal, o que levará
consequentemente ao crescimento do indivíduo.
Portanto, a atuação profissional do sujeito é resultado da sua personalidade
integral, ou seja, a profissão é influenciada por valores pessoais, por atitudes frente à
vida, enfim, frente às condições de ser humano. O código de ética não só da
Psicopedagogia, mas de muitas outras profissões, comporta uma aprendizagem
especial na área de seu conhecimento sistemático e orgânico. Assinala também uma
real e autêntica necessidade de o profissional submeter-se a uma autoavaliação, ao
conhecimento de sua práxis e importância de seu bom desempenho, a uma boa
supervisão e aconselha um atuante trabalho de formação pessoal e profissional.
Submeter-se a supervisão é essencial na atuação de qualquer profissional, pois
ela que contribui para a eficiência e bons resultados do trabalho, assim como a
formação pessoal, entendida como também uma constante na atualização
profissional. Questões que envolvem a ética profissional, são bastante discutidos,
mas, em especial a ética do psicopedagogo, pois essa tem o poder de articulação
entre indivíduo e o social (afinal, o homem não sabe e nem pode viver fora da
sociedade, portanto, é imprescindível viver e conhecer bem suas regras e conviver
bem numa ética de ações).
Algumas questões que implicam a ética no cotidiano da psicopedagogia, tais
como uso de recursos para diagnóstico e intervenção psicopedagógica; delimitação
de campo de atuação e relação com outros profissionais, opta-se por investigar o
código de ética enquanto instrumento norteador das práxis, pois essa viabiliza ao
desenvolvimento do indivíduo enquanto profissional responsável pelo psicossocial.
Dessa forma pretende-se refletir a respeito da psicopedagogia enquanto área
de atuação e profissão, pois sistematiza e assim visa contribuir para a reflexão integral
da ética, não como algo isolado, inautêntico, sem importância, ou mesmo distante da
realidade, mas algo que deve estar ciente e fazer parte desse cotidiano. Pois um bom
profissional parte de suas inquietações, portanto, não é diferente para o bom
psicopedagogo, principalmente na sociedade, onde é sua área de atuação.
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8 A FORMAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA
Fonte: congressodepsicopedagogia.com.br
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sustentada por referenciais teóricos, isto é, umas práxis psicopedagógica. As
produções, publicações e reuniões científicas organizadas pela ABPp e por outros
órgãos profissionais de áreas afins reconhecem academicamente a práxis
psicopedagógica e legitimam, também, a identidade do Psicopedagogo como
profissional.
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É consenso entre a maioria dos profissionais que exercem a atividade de
Psicopedagogo, a necessidade de uma formação profissional que contemple
conhecimentos de várias áreas, uma vez que o conhecimento e a compreensão do
ato de aprender e a possível necessidade de intervenção demanda conhecimentos
elaborados por várias disciplinas.
É preciso, então, conhecer as dinâmicas dos fatores inconscientes, dos fatores
sócio culturais, dos fatores históricos familiares, etc. para elaborar projetos, quer seja
de maneira clinica quer seja preventivamente, que visem à construção de uma relação
potencializadora e, portanto, saudável com as aprendizagens, possibilitando a autoria
na busca da construção do conhecimento.
Sua formação possibilitará ser o mediador nos processos de transmissão e
apropriação dos conhecimentos, integrando de modo coerente, conhecimentos e
princípios de diferentes ciências humanas, sociais e da saúde. O realce para o caráter
interdisciplinar da formação reside no fato de que os psicopedagogos vão buscando
conhecimentos de outras áreas e criando o seu próprio objeto de estudo, que é,
segundo o Código de Ética da ABPp, o ser em processo de construção de
conhecimento, o ser cognoscente, trabalhando para a construção da autonomia desse
ser e afastando os obstáculos a essa construção.
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A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou no dia 05 de fevereiro de 2014
projeto de lei da Câmara dos Deputados (PLC 31/2010) que regulamenta a atividade
de Psicopedagogia. Pelo texto, a profissão poderá ser exercida por graduados e
também por portadores de diploma superior em Psicologia, Pedagogia ou Licenciatura
que tenham concluído curso de especialização em Psicopedagogia, com duração
mínima de 600 horas e 80% da carga horária dedicada a essa área.
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na tentativa de entrelaçar o conteúdo de formação e a atuação profissional. Desse
documento originou, em 1992, o Código de Ética do Psicopedagogo.
A discussão em torno da questão do reconhecimento da profissão gerou grande
inquietação entre vários segmentos acadêmicos. Considera-se que o Código de Ética
era essencial e necessário, tendo em vista que a profissão não era reconhecida. Este
passou a ser o documento norteador dos princípios da Psicopedagogia, das
responsabilidades gerais dos psicopedagogos, das relações destes com outras
profissões, sobre a importância do sigilo.
Artigo 1º
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A Psicopedagogia é um campo de atuação em Educação e Saúde que se ocupa do
processo de aprendizagem considerando o sujeito, a família, a escola, a sociedade e
o contexto sócio-histórico, utilizando procedimentos próprios, fundamentados em
diferentes referenciais teóricos.
Parágrafo 1º
A intervenção psicopedagógica é sempre da ordem do conhecimento, relacionada
com a aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre os processos de
aprendizagem e as suas dificuldades.
Parágrafo 2º
A intervenção psicopedagógica na Educação e na Saúde se dá em diferentes âmbitos
da aprendizagem, considerando o caráter indissociável entre o institucional e o clínico.
Artigo 2º
A Psicopedagogia é de natureza inter e transdisciplinar, utilizando métodos,
instrumentos e recursos próprios para compreensão do processo de aprendizagem,
cabíveis na intervenção.
Artigo 3º
A atividade psicopedagógica tem como objetivos:
1) Promover a aprendizagem, contribuindo para os processos de inclusão
escolar e social;
2) Compreender e propor ações frente às dificuldades de aprendizagem;
3) Realizar pesquisas científicas no campo da Psicopedagogia;
4) Mediar conflitos relacionados aos processos de aprendizagem.
Artigo 4º
O psicopedagogo deve, com autoridades competentes, refletir e elaborar a
organização, a implantação e a execução de projetos de Educação e Saúde no que
concerne às questões psicopedagógicas.
13 CAPÍTULO II – DA FORMAÇÃO:
Artigo 5º
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A formação do psicopedagogo se dá em curso de graduação e/ou em curso de
pós-graduação – especialização “lato sensu” em Psicopedagogia -, ministrados em
estabelecimentos de ensino devidamente reconhecidos e autorizados por órgãos
competentes, de acordo com a legislação em vigor.
Artigo 6º
Estão em condições do exercício da Psicopedagogia os profissionais
graduados e/ou pós-graduados em Psicopedagogia – especialização “lato sensu” – e
os profissionais com direitos adquiridos anteriormente à exigência de titulação
acadêmica e reconhecidos pela ABPp. É indispensável ao psicopedagogo submeter-
se à supervisão psicopedagógica e recomendável processo terapêutico pessoal.
Parágrafo 1º
O psicopedagogo, ao promover publicamente a divulgação de seus serviços,
deve fazê-lo de acordo com as normas do Estatuto da ABPp e os princípios deste
Código de Ética.
Parágrafo 2º
Os honorários devem ser tratados previamente entre o cliente ou seus
responsáveis legais e o profissional, a fim de que:
1) Representem justa contribuição pelos serviços prestados, considerando
condições socioeconômicas da região, natureza da assistência prestada
e tempo despendido;
2) Assegurem a qualidade dos serviços prestados.
Artigo 7º
O psicopedagogo está obrigado a respeitar o sigilo profissional, protegendo a
confidencialidade dos dados obtidos em decorrência do exercício de sua atividade e
não revelando fatos que possam comprometer a intimidade das pessoas, grupos e
instituições sob seu atendimento.
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Parágrafo 1º
Não se entende como quebra de sigilo dar informações sobre o cliente a
especialistas e/ou instituições, comprometidos com o atendido e/ou com o
atendimento.
Parágrafo 2º
O psicopedagogo não deve revelar como testemunha, fatos de que tenha
conhecimento no exercício de seu trabalho, a menos que seja intimado a depor
perante autoridade judicial.
Artigo 8º
Os resultados de avaliações só devem ser fornecidos a terceiros interessados,
mediante concordância do próprio avaliado ou de seu representante legal.
Artigo 9º
Artigo 10
O psicopedagogo deve procurar manter boas relações com os de
profissionais diferentes categorias, observando para esse fim, o seguinte:
1) Trabalhar nos estritos limites das atividades que lhe são reservadas;
2) Reconhecer os casos pertencentes aos demais campos de
especialização, encaminhando-os a profissionais habilitados e
qualificados para o atendimento.
Artigo 11
São deveres do psicopedagogo:
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a) manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos que
tratem da aprendizagem humana;
b) desenvolver e manter relações profissionais pautadas pelo respeito, pela
atitude crítica e pela cooperação com outros profissionais;
c) assumir as responsabilidades para as quais esteja preparado e nos
parâmetros da competência psicopedagógica;
d) colaborar com o progresso da Psicopedagogia;
e) responsabilizar-se pelas intervenções feitas, fornecer definição clara do seu
parecer ao cliente e/ou aos seus responsáveis por meio de documento pertinente;
f) preservar a identidade do cliente nos relatos e discussões feitos a título de
exemplos e estudos de casos;
g) manter o respeito e a dignidade na relação profissional para a harmonia da
classe e a manutenção do conceito público.
Artigo 12
São instrumentos da Psicopedagogia aqueles que servem ao seu objeto de
estudo – a aprendizagem. Sua escolha deve decorrer de formação profissional e
competência técnica, sendo vetado o uso de procedimentos, técnicas e recursos não
reconhecidos como psicopedagógicos.
Artigo 13
Na publicação de trabalhos científicos devem ser observadas as seguintes
normas:
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1) As discordâncias ou críticas devem ser dirigidas à matéria em discussão
e não ao seu autor;
2) Em pesquisa ou trabalho em colaboração, deve ser dada igual ênfase
aos autores e seguir normas científicas vigentes de publicação. Em
nenhum caso o psicopedagogo deve se valer da posição hierárquica
para fazer publicar, em seu nome exclusivo, trabalhos executados sob
sua orientação;
3) Em todo trabalho científico devem ser indicadas as referências
bibliográficas utilizadas, bem como esclarecidas as ideias, descobertas
e as ilustrações extraídas de cada autor, de acordo com normas e
técnicas científicas vigentes.
Artigo 14
Ao promover publicamente a divulgação de seus serviços, deve fazê-lo com
exatidão e honestidade.
Artigo 15
O psicopedagogo, ao fixar seus honorários, deve considerar como parâmetros
básicos as condições socioeconômicas da região, a natureza da assistência prestada
e o tempo despendido.
Artigo 16
Cabe ao psicopedagogo cumprir este Código de Ética.
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Parágrafo único
Constitui infração ética:
1) Utilizar títulos acadêmicos e/ou de especialista que não possua;
2) Permitir que pessoas não habilitadas realizem práticas
psicopedagógicas;
3) Fazer falsas declarações sobre quaisquer situações da prática
psicopedagógica;
4) Desviar para atendimento particular ou para outra instituição, por
qualquer meio, visando benefício próprio;
5) Receber ou exigir remuneração, comissão ou vantagem por serviços
psicopedagógicos que não tenha efetivamente realizado;
6) Assinar qualquer procedimento psicopedagógico realizado por terceiros,
ou solicitar que outros profissionais assinem seus procedimentos.
Artigo 17
Cabe ao Conselho Nacional da ABPp zelar, orientar pela fiel observância dos
princípios éticos da classe e advertir quando houver infrações.
Artigo 18
O presente Código de Ética pode ser alterado por proposta do Conselho
Nacional da ABPp e deve ser aprovado em Assembleia Geral.
Artigo 19
Artigo 20
34
O Código de Ética do Psicopedagogo foi criado pelo Conselho Nacional da ABPp do
biênio 1991/1992 e reformulado pelo Conselho Nacional do biênio 1995/1996. A
presente reformulação foi proposta ao Conselho Nacional dos triênios 2008/2010
e 2011/2013 novamente atualizado pela Comissão de Ética e com anuência do
Conselho Nacional da ABPp triênio 2017/2019, aprovado em Assembleia Geral
realizada em 26/outubro 2019.
Fonte: jornadapsicopedagogiars.com.br
35
Do Sigilo (Capítulo III, art. 7º) esclarece a necessidade da manutenção do sigilo
e da permissão do cliente para informar a outros especialistas dados de seu
desenvolvimento, assim como resultados da avaliação e acesso a prontuários.
Das Relações Com Outros Profissionais (Capítulo III, art.10) aborda a
necessidade de se reconhecer os limites da Psicopedagogia, aconselha o
encaminhamento quando necessário, delimitar o campo de atuação como sendo o
problema de aprendizagem.
Das Responsabilidades do Psicopedagogo (Capítulo IV) enfatiza a
necessidade de atualização profissional, aborda o relacionamento com outros
profissionais (especialistas em outras áreas), aponta para o respeito aos limites da
profissão; trata do sigilo profissional visando resguarda o cliente; considera importante
a colaboração do profissional para com a promoção do crescimento de suas áreas de
atuação através do desenvolvimento de pesquisas.
Das Publicações Científicas (Capítulo VI), este item orienta a publicação de
trabalhos, a necessidade de se limitar às críticas à matéria e não ao autor; recomenda
ainda o uso da ordem de prioridade ou ordem alfabética para destacar colaborados
de trabalhos de pesquisa, enfatiza a necessidade de não se beneficiar da posição
hierárquica que ocupa para obter privilégios; aconselha que seja indicada na
bibliografia, as obras usadas no desenvolvimento de pesquisas, esclarecendo as
idéias descobertas.
Da Publicidade do Profissional (Capítulo VII) fornece critérios para publicidade
do profissional salientando a necessidade da honestidade ao divulgar o trabalho
profissional.
Dos Honorários (Capítulo VIII) aponta para a necessidade de combinar, com
antecedência, horários e preço justo para diagnósticos e intervenção.
Da Observância e Cumprimento (Capítulo IX) trata da liberdade como princípio
de ética, enfatiza a apuração de irregularidades no exercício da Psicopedagogia,
aponta a necessidade da advertência; esclarece que as alterações do Código é de
competência da ABPp.
Das Disposições Gerais (Capítulo X) esclarece a data em que o Código de Ética
foi formulado, assinala que esta é a primeira alteração (1996).
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Considerando que este Código foi reformulado, o publicado em 1996 traz o
seguinte as seguintes considerações:
O Artigo 1º: define a Psicopedagogia como um campo de atuação em Educação
e Saúde que lida com o processo de aprendizagem humana em seus padrões normais
e patológicos, considerando a influência do meio – família, escola e sociedade – no
seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios da Psicopedagogia. Este
artigo teve sua redação alterada e desdobra nos seguintes:
Artigo 2: considera que a Psicopedagogia é de natureza interdisciplinar e utiliza
recursos das várias áreas do conhecimento humano para a compreensão do ato de
aprender, no sentido ontológico e filogenético, valendo-se de métodos e técnicas
próprias.
Parágrafo Único: esclarece que a intervenção psicopedagógica é sempre da
ordem do conhecimento relacionado com o processo de aprendizagem.
Faz-se necessário ressaltar que o artigo 3º, que rege o trabalho psicopedagógico foi
alterado e recebeu a seguinte redação: “O trabalho psicopedagógico é de natureza
clínica e institucional, de caráter preventivo e/ou remediativo”. (Código de Ética da
Psicopedagogia).
O Artigo 4º: dá providência ao exercício da profissão:
estarão em condições do exercício da Psicopedagogia os Profissionais graduados em
3º grau, portadores de certificados de cursos de Pós-Graduação de Psicopedagogia,
ministrado em estabelecimento de ensino oficial e/ou reconhecido, ou mediante
direitos adquiridos, sendo indispensável submeter-se à supervisão e aconselhável
trabalho de formação pessoal. (Código de Ética da Psicopedagogia).
Artigo 5º: traz esclarecimentos a respeito dos fins do trabalho psicopedagógico
considerando que tem como objetivo:
a) promover a aprendizagem, garantindo o bem estar das pessoas em
atendimento profissional, devendo valer-se dos recursos disponíveis, incluindo
a relação interprofissional;
b) realizar pesquisas científicas no campo da psicopedagogia (Código de Ética da
Psicopedagogia).
No Capítulo II, o que trata das “Responsabilidades dos Psicopedagogos”, o
código estipula, no Artigo 6º, que são deveres fundamentais dos Psicopedagogos:
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a) Manter-se atualizado quanto aos conhecimentos científicos e técnicos
que tratem do fenômeno da aprendizagem humana;
b) Zelar pelo bom relacionamento com especialistas de outra área,
mantendo uma atitude crítica, de abertura e respeito em relação às
diferentes visões de mundo;
c) Assumir somente as responsabilidades para as quais esteja preparado
dentro dos limites da competência Psicopedagógica;
d) Colaborar com o progresso da Psicopedagogia;
e) Difundir seus conhecimentos e prestar serviços nas agremiações de
classe sempre que possível;
f) Responsabilizar-se pelas avaliações feitas fornecendo ao cliente uma
definição clara do seu diagnóstico;
g) Preservar a identidade, parecer e/ou diagnóstico do cliente nos relatos e
discussões feitos a título de exemplos e estudos de casos;
h) Responsabilizar-se por crítica feita a colegas destes;
i) Manter atitude de colaboração e solidariedade com colegas sem ser
conivente ou acumpliciar-se, de qualquer forma, com ato ilícito ou
calúnia. O respeito e a dignidade na relação profissional são deveres
fundamentais do psicopedagogo para a harmonia da classe e
manutenção do conceito público (Código de Ética da Psicopedagogia
Reza o Artigo 7º, Capítulo III, que para o psicopedagogo deve manter e
desenvolver boas relações com os componentes das diferentes categorias
profissionais, deverá observar o seguinte:
Trabalhar nos restritos limites das atividades que lhes são reservadas;
Reconhecer os casos pertencentes aos demais campos de especialização,
encaminhando-os a profissionais habilitados e qualificados para o
atendimento. (Código de Ética da Psicopedagogia).
Sofreu alterações o Capítulo IV, o que trata Do sigilo (Artigo 8º, 9º, 10º e 11º).
Neste, é enfatizada a importância do sigilo. No Artigo 9º está previsto que o
psicopedagogo não deverá revelar como testemunha, fatos de que tenha
conhecimento no exercício de seu trabalho, a menos que seja intimado a depor
perante autoridade competente.
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O Capítulo V, que rata das Publicações Científicas também sofreu alterações
na sua redação, em especial nas letras b e c, mas seu conteúdo permaneceu o
mesmo, ficando redigido da seguinte maneira:
Na publicação de trabalhos científicos deverão ser observadas as seguintes
normas:
a) As discordâncias ou críticas deverão ser dirigidas à matéria em discussão e
não ao autor;
b) Em pesquisa ou trabalho em colaboração, deverá ser dada ênfase aos autores,
sendo de boa norma dar prioridade na enumeração dos colaboradores, àqueles
que mais contribuíram para a realização do trabalho;
c) Em nenhum caso, o psicopedagogo se prevalecerá da posição hierárquica para
fazer publicar trabalhos sob sua orientação;
d) Em todo trabalho científico, deve ser indicada a fonte bibliográfica utilizada,
bem como esclarecidas as idéias descobertas e ilustrações de cada autor.
(Código de Ética da Psicopedagogia).
O Capítulo VI, referente a Publicidade Profissional, sofreu modificação no Artigo
13º, onde a palavra dignidade foi substituída pelo termo honestidade, também. O
artigo 14º também foi alterado em sua redação, sem ter, contudo modificado seu
sentido.
O Artigo 14º, considera que “O psicopedagogo poderá atuar como consultor
científico em organizações que visem lucro com venda, de produtos, desde que
busque sempre a qualidade dos mesmos”. (Código de Ética da Psicopedagogia,
1996).
O Artigo 15º, afirma que “os honorários deverão ser fixados com cuidado a fim
de que representem justa retribuição aos serviços prestados e devem ser contratados
previamente”. (Código de Ética da Psicopedagogia,1996).
O Capítulo IX, que trata da Observância e Cumprimento do Código de Ética e
o Artigo 18º, apresentam modificações na redação, pois, no anterior (1992) dizia que
cabe ao Conselho Nacional da Abpp, a apuração de faltas cometidas, contra este
código, a avaliação e advertência quando necessária.
A redação de 1996 é a seguinte: Artigo 18º “Cabe ao Conselho Nacional da
ABPp orientar e zelar pela fiel; observância dos princípios éticos da Classe”. (Capítulo
39
X, Código de Ética da Psicopedagogia.).Neste mesmo capítulo houve alterações na
redação do artigo 19º ressaltando que: “Código poderá ser alterado por proposta do
Conselho da ABPp e aprovado em Assembléia Geral.” (Capítulo X, Código de Ética
da Psicopedagogia.).
O Capítulo X, “Disposições Gerais”, em seu Artigo 20º na redação anterior
(1992) dizia respeito à entrada em vigor do código de ética após sua aprovação em
assembléia geral. Pela redação de 1996 do Artigo 20, o Código de Ética entrou em
vigor após sua aprovação em Assembléia Geral, realizada no 5º Encontro e 2º
Congresso de Psicopedagogia da ABPp em 12/07/1992 e que sofreu a primeira
alteração proposta pelo Congresso Nacional e Nato no biênio 95/96 sendo aprovado
em 19/07/96, na Assembléia Geral de III Congresso Brasileiro de Psicopedagogia da
ABPp.
No tocante às alterações, a mais significativa está no Artigo 4º, cuja redação
original diz que: estão em condições de exercer a Psicopedagogia os portadores de
certificados de curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia, ministrados em
estabelecimento de ensino reconhecido ou credenciado pela ABPp, sendo
indispensável a supervisão, o estágio prático e formação pessoal.. (Código de Ética
da Psicopedagogia).
Na atual versão, não há referências à exigência ao estágio prático. Contudo, é
necessário ressaltar que o curso de Especialização em Psicopedagogia não pode ser
concluído sem o estágio, visto que os estudantes do mesmo advêm de áreas diversas
do conhecimento, tendo como ponto comum o interesse pela área educacional. Deste
modo, proporcionar estágio prático, tanto na área clínica quanto na institucional, é
zelar pela qualidade dos profissionais que estão sendo formados, e pela qualidade
dos trabalhos por eles oferecidos.
23 CONSIDERAÇÕES FINAIS
41
24 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
43
NETO, B. Projeto de lei nº 3.124, de 1997. Dispõe sobre a regulamentação da
profissão de Psicopedagogo, cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de
Psicopedagogia e determina outras providências. Brasil, 2017.
NOFFS, N. de A. A formação e regulamentação das atividades em
psicopedagogia. Revista Psicopedagogia, v. 33, n. 100, 2016.
PADIN, D. C. Ética na Política. In: Maria Luiza Marcílio Ernesto Lopes Ramos
(coordenadores). Ética na virada do século: busca do sentido da vida. São Paulo:
1997.
44