Neurociencia e Aprendizagem Pós
Neurociencia e Aprendizagem Pós
Neurociencia e Aprendizagem Pós
MATERIAL DIDÁTICO
NEUROCIÊNCIA E APRENDIZAGEM
Impressão
e
Editoração
SUMÁRIO
UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO ..................................................................................... 3
UNIDADE 2 – ENSAIO SOBRE A NEUROCIÊNCIA ................................................. 8
UNIDADE 3 - ABORDAGEM COGNITIVA DA APRENDIZAGEM ........................... 13
UNIDADE 4 – EDUCAÇÃO COGNITIVA ................................................................. 29
UNIDADE 5 – ESTUDO DAS FUNÇÕES MENTAIS SUPERIORES ........................ 35
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 49
ANEXOS ................................................................................................................... 53
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UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO
Por isso, concordamos com Rocha (2001), quando defende que a formação
do professor deve incorporar esse novo conhecimento. O professor precisa aprender
como funciona o cérebro. Ele vai ver que há etapas de modificação dos circuitos
neurais e poderá mudar o trabalho em sala de aula, privilegiando cada etapa de
desenvolvimento do cérebro da criança. Rocha acredita que é necessário
experimentar novos processos para ensinar já na pré-escola, tomando por base os
estudos do cérebro.
Em relação à matemática, por exemplo, Rocha (2001) acredita que o
conhecimento matemático atual depende de uma coevolução entre genética e
cultura. A cognição matemática surge de uma interação entre informações
transmitidas geneticamente e de um conhecimento transmitido pela cultura de uma
sociedade.
Outra consideração desse médico que é um divulgador da neurociência é de
que o professor precisa ser valorizado. Para ele, dentro do conceito construtivista, a
criança consegue aprender praticamente sozinha, de acordo com as fases de
desenvolvimento, e isso leva à desvalorização do professor como parceiro
importante da criança no processo de aprendizagem, sendo preciso restituir a
importância do professor, bem como da avaliação do desenvolvimento da criança
feita por um adulto.
O médico acredita que também precisam ser considerados, no método de
educação, vários fatores que influenciam o desenvolvimento do cérebro e que
implicam em diferentes capacidades de aprendizagem, citando como exemplos: a
mãe que não amamentou o filho, a mãe que bebeu e fumou durante a gravidez, a
alimentação que a criança recebeu durante a infância. Por tudo isso, ele afirma que
o construtivismo de Piaget não descreve adequadamente o desenvolvimento
cognitivo da criança em idade escolar. E que a ciência pode mostrar caminhos
alternativos para uma educação mais eficaz.
Mas críticas também não faltam às neurociências.
Segundo Silveira (2004), as Neurociências desenvolveram-se no Brasil,
acompanhando os avanços importantes que ocorreram nas diversas especialidades
médicas e biológicas ao longo do século XX. Apesar da enormidade da extensão
territorial brasileira (o Brasil é o quinto do mundo em área) e da enorme
concentração de riqueza tanto territorialmente como em segmentos populacionais
(somos, infelizmente, os líderes mundiais neste aspecto), esses avanços ocorreram
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1
Filósofo e psicólogo norte-americano, considerado um dos fundadores do pragmatismo.
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Definições
A neurociência é a parte da ciência que tem por objetivo compreender os
processos mentais pelos quais nós percebemos, aprendemos, agimos e nos
lembramos. Ela tenta ligar molécula à mente (as proteínas responsáveis pela
atividade de células nervosas individuais que estão relacionadas à complexidade
dos processos mentais) (FARINA et al, 2006).
As neurociências têm sido caracterizadas como um conjunto de saberes, de
matriz multi e interdisciplinar, que se dedicam ao estudo do sistema nervoso central
(SNC), em especial o cérebro, enfocando, especialmente, suas potencialidades para
o estabelecimento de relações, tanto com o interior, quanto com o exterior (LENT,
2005; MACHADO, 2006).
Sua tarefa é explicar o comportamento em termos das atividades neurais e
como toda ciência, defronta continuamente com algumas questões fundamentais,
tais como: a localização das funções mentais e a possibilidade de serem
compreendidos em termos das propriedades específicas das células nervosas e
suas interconexões (FARINA et al, 2006).
Pela possibilidade de coligir diferentes abordagens disciplinares, em seus
processos de investigação do Sistema Nervoso Central (SNC) as Neurociências têm
importantes implicações na educação, especialmente no domínio da saúde
(ESPERIDIÃO-ANTONIO et al, 2006).
Ela também possibilita a compreensão da humanidade porque nossos
cérebros nos fazem exclusivamente humanos. Tem melhorado a sociedade porque
permite a compreensão de como as crianças aprendem e também como ajudar e
tratar bem aqueles que possuem distúrbios mentais. Tem melhorado a vida porque
promovem tratamentos para pessoas com cérebros doentes ou lesados, medulas
espinhais e nervos (FARINA et al, 2006).
Do ponto de vista biológico têm possibilitado a melhoria da qualidade de vida
humana na sociedade contemporânea por disponibilizar tratamentos terapêuticos
efetivos não somente em doenças degenerativas, mas também em quadros
psiquiátricos graves como depressão, psicose, etc. Um exemplo é a utilização de
pernas e braços mecânicos coordenados pelo Sistema Nervoso Central que afetará
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2
Célula fundamental do tecido nervoso, com as propriedades de excitabilidade e condutibilidade, e
que apresenta corpo celular e ramificações.
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Parte da filosofia que trata do ser enquanto ser, isto é, do ser concebido como tendo uma natureza
comum que é inerente a todos e a cada um dos seres.
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Que ocorre, ou que se pode observar, dentro de um tubo de ensaio; em meio artificial.
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O cérebro
não é só o
órgão da
cognição,
mas o órgão
da civilização. NEUROPSICOLOGIA
A educação
A cognição é uma envolve
fusão sistêmica de aprender
atividades cerebrais: mais
atenção, codificação e informações
planificação com as e resolver
quais aprendemos e problemas.
nos adaptamos.
EDUCAÇÃO
TEORIA COGNITIVA
Até o momento, embora muita teoria tenha sido lançada, esperamos que
percebam que a cognição não se resume a simples adição da atenção, da memória,
da codificação e da planificação da informação, mas antes à fusão
multicomponencial e multicontextual de funções cerebrais e percebam que a
aprendizagem se apresenta envolta por um imenso e complexo evento neurológico.
O ensino de competências cognitivas ou o seu enriquecimento não deve
continuar a ser ignorado pelo sistema de ensino, ora assumindo que tais
competências não podem ser ensinadas, ora assumindo que elas não precisam ser
ensinadas. Ambas as assunções estão profundamente erradas: primeiro, porque as
funções cognitivas de nível superior podem ser melhoradas e treinadas, e, segundo,
porque não se deve assumir que elas emergem automaticamente por maturação, ou
simplesmente por desenvolvimento neuropsicológico (FONSECA, 2009).
A capacidade de pensar ou de raciocinar não é inata, as funções cognitivas
não se desenvolvem se não forem objeto de treino sistemático e de mediatização
contínua desde a educação pré-escolar até à universidade. A educação não deve
apenas restringir-se ao fornecimento de grande quantidade de informação. A gênese
do insucesso escolar talvez tenha a sua razão nesta assunção (FONSECA, 2009).
Os que têm inteligência para assimilar, rememorizar e utilizar a informação
têm o sucesso garantido, com bons ou maus métodos, currículos ou professores; os
que a não desenvolveram ou não dispõem de funções cognitivas minimamente
trabalhadas têm estado irremediavelmente condenados pelo sistema de ensino.
Concordamos mais uma vez com Fonseca ao inferir que a exposição direta à
informação não é suficiente para desenvolver a capacidade de pensar e de aprender
a aprender, o objetivo da educação seria mais bem entendido se os estudantes
fossem expostos ao tipo de informação que efetivamente podem assimilar e utilizar,
tendo em atenção os seus atributos cognitivos peculiares e invulgares, respeitando o
seu potencial de aprendizagem e promovendo a propensibilidade da sua
modificabilidade, portanto, desenvolver o potencial de aprendizagem com programas
de enriquecimento cognitivo não é uma futilidade, na medida em que o potencial não
se desenvolve no vacuum, nem apenas por instrução convencional; para que ele se
desenvolva é preciso que seja estimulado e treinado intencionalmente.
A virtuosidade cognitiva, como a desportiva ou artística, tem de ser treinada
ao longo de muitos anos, pois não basta a sua predisposição inata como condição
humana intrínseca, a virtuosidade não pertence só aos gênios.
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O apressamento cognitivo
A criança tem o momento certo para iniciar sua aprendizagem formal, que
depende de fatores fisiológicos, ambientais, emocionais e intelectuais. No aspecto
intelectual, Piaget (1978) a situa na fase sensório-concreta, que é quando ela
apresenta certa maturidade em seu desenvolvimento motor e psíquico, conseguindo
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28) afirma que os pais promovem uma corrida “para a qual a criança não está
preparada — uma corrida contra ela própria, contra suas possibilidades
maturacionais”. De acordo com essa autora, as consequências podem ser várias,
entre as quais, o desestímulo para a aprendizagem.
A falta de afetividade, um problema também ligado à família, compromete
seriamente o desenvolvimento da criança, encontrando-se no aspecto psicológico da
aprendizagem.
De acordo com Piaget (1978), a afetividade é a energia da qual depende o
funcionamento da inteligência, mas não modifica as suas estruturas, quer dizer, a
afetividade é capaz de desencadear novas condutas, mas não modifica as
estruturas já existentes.
A escola é tão ou mais responsável pelo apressamento da aprendizagem
quanto os pais da criança. Compreende-se que a vida apressada e inquieta dos dias
atuais torna a escola uma necessidade. Esta, por seu turno, deve estar preparada
para receber todos os tipos de crianças, das mais desenvolvidas às menos
desenvolvidas, entretanto, é na escola, muitas vezes, que encontramos o próprio
obstáculo à aprendizagem, devido ineficácia das práticas, burocracia das práticas,
burocracia pedagógica e inadequação dos cursos de formação de professores.
Os problemas de ordem cognitiva, chamados de transtornos de
aprendizagem, apresentam-se relacionados principalmente com a aprendizagem da
leitura/escrita e da matemática.
De acordo com Teberosky (apud SISTO et al., 2001), o início do
conhecimento da criança, sobre a linguagem, não coincide com o início da
escolaridade obrigatória e não depende do manejo pessoal da escrita. Quando ela
chega à escola, já possui conhecimento da estrutura da linguagem oral.
De acordo com Capovilla e Capovilla (2003), a escrita tem representação de
conceitos abstratos para os quais a criança só está preparada na fase descrita por
Piaget (1978) como sensório-motora. Além disso, ela exige que a criança
compreenda, conforme Parolin (2003, p. 38) “que há várias formas de se grafar a
mesma letra: a de fôrma, a cursiva, a maiúscula, a minúscula e que, ainda existem
as diferenças individuais na forma da escrita”. Morais (1997, p. 54), complementa
dizendo que “cada palavra tem uma forma característica mediante a qual pode ser
recordada”. Tudo isso exige um amadurecimento real da criança.
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órgãos para o seu desenvolvimento integral; também de nada adiantará aos pais e
professores decidirem que a criança está pronta para enfrentar o cotidiano da sala
de aula se ela mesma, em sua globalidade, não estiver consciente disso. O seu
próprio corpo dará um jeito de não querer esse desenvolvimento.
Fechando esta unidade podemos inferir que interromper o seu processo
natural de desenvolvimento da criança, pode-se estar retardando a aquisição dos
seus conhecimentos escolares, ocasionando um processo contrário que é o
apressamento cognitivo.
A presença do psicopedagogo no acompanhamento de crianças que
apresentam algum problema de aprendizagem torna-se importante, na medida em
que ele pode fazer um diagnóstico precoce e reconduzi-las ao seu desenvolvimento
natural.
O psicopedagogo, além de ser um profissional diretamente envolvido nos
problemas de aprendizagem, tem condições de encaminhar crianças que
apresentam problemas na aprendizagem para outros profissionais, segundo a
necessidade que cada uma apresenta.
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é nome dado em psicologia ao efeito de nossas expectativas e percepção da realidade na maneira
como nos relacionamos com a mesma, como se realinhássemos a realidade de acordo com as
nossas expectativas em relação a ela.
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educação regular e nas salas de aula comuns é relativamente recente, e, entre nós,
ainda não consta nos currículos de ensino.
A educação cognitiva, visando de forma harmoniosa o desenvolvimento
cognitivo e emocional dos indivíduos, tem como finalidade principal proporcionar e
fornecer ferramentas psicológicas que permitam maximizar a capacidade de
aprender a aprender, de aprender a pensar e a refletir, de aprender a transferir e a
generalizar conhecimentos e de aprender a estudar e a comunicar, muito mais do
que a memorizar e reproduzir informação.
Conforme Fonseca (2009), não se trata apenas de mais um método
alternativo e de apoio pedagógico acrescido dirigido a estudantes ou formandos de
baixo rendimento escolar, mas sim de um instrumento educacional inovador para
todo o ensino e para todo o tipo de formação de recursos humanos.
Como perspectiva de mudança, a educação cognitiva leva em consideração
os conhecimentos prévios do educando ou formando e tem como pressuposto
fundamental o respeito pelo seu perfil cognitivo, na ótica de Ausubel, ao mesmo
tempo que procura induzir nele novos poderes elaborativos e executivos.
Ao defender uma perspectiva dinâmica, prospectiva e prescritiva do
diagnóstico do potencial de aprendizagem, a educação cognitiva visa em primeiro
lugar aproximar-se da zona de desenvolvimento proximal (ZDP conceito introduzido
por Vygotsky) do indivíduo, ou seja, do seu nível de modificabilidade cognitiva.
A educação cognitiva transforma o professor num mediatizador, num
investigador em ação, algo que pretende mudar o seu estatuto socioprofissional, a
sua própria formação (inicial ou em exercício) e mesmo a sua higiene mental. Por
essência, ela deveria constituir-se como o núcleo preferencial de formação para os
professores de apoio pedagógico acrescido, vocacionalmente orientados para o
acompanhamento dos estudantes com problemas de aprendizagem e de
comportamento e com baixo rendimento (FONSECA, 2009).
A verdade é que a educação cognitiva vai muito além das discussões entre
teoria e prática, pois ela tem como objetivo, solucionar na prática os problemas do
insucesso escolar, uma vez que é um modelo de educação cooperativa e não
competitiva e reforça a aprendizagem como um processo de constrição e aquisição
de conhecimento baseado na interação dos seus vários intervenientes, conjugando
dinamicamente vários níveis de competência cognitiva.
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riscos, que nenhum dos conhecimentos disponíveis sobre o Homem teria sido
possível sem a precedente experimentação em animais.
2. O segundo problema que se coloca é de ordem ética – Durante muito
tempo, o Homem considerou o animal como uma espécie de objeto à sua
disposição cujo sofrimento era ignorado e até mesmo negado. Felizmente,
hoje os animais são protegidos e a experimentação animal está enquadrada
pela legislação (ao menos nos grandes países ocidentais), ela só é praticada
quando necessária ao avanço da ciência e que nenhum outro método é
possível; os animais não devem sofrer (nem antes, nem durante a
experiência).
Com relação aos métodos, eles vão dos ensaios in vitro6 praticados em
neurobiologia celular ou molecular até os de imageria cerebral 7 praticado em
neurociências cognitivas. Como se observa são dois extremos e entre eles ainda
encontramos os neurofisiologistas, que trabalham com a estimulação ou a listagem
da atividade elétrica de alguns neurônios de uma estrutura cerebral através de
microeletrodos implantados no cérebro do animal. Em certas patologias, esse
método é aplicado no Homem para fins terapêuticos. Há ainda a autópsia post
mortem dos neuroanatomistas. Logo, os métodos são diversos e em relação com o
objeto de estudo: do mais simples ao mais integrado.
O conhecimento do funcionamento cerebral subjacente à cognição, objeto das
neurociências cognitivas, apoia-se assim sobre os dados emprestados de diversos
métodos.
Os dados obtidos através da experimentação animal servem frequentemente
de base: procura-se então verificar se podem ser transpostos para o Homem. Mas
não são os únicos. Baseamo-nos também nos dados da neuropsicologia e nos da
psicologia.
A psicologia elabora, com os métodos experimentais que lhe são próprios, os
modelos de funcionamento cognitivo que geralmente são a base das pesquisas em
neurociências cognitivas.
6
A experiência in vitro consiste em realizar experimentos sobre um elemento retirado do animal. Um
exemplo clássico seria o professor de Biologia que retira junto com seus alunos, o nervo e o músculo
da pata de uma rã e estimula esse nervo com um choque elétrico, para que os alunos observem o
que acontece no músculo.
7
Métodos que visam medir – direta ou indiretamente – a atividade da população de neurônios que um
cérebro ativo possui.
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8
Teoria que estuda o caráter e as funções intelectuais humanas, baseando-se na conformação do
crânio; frenologismo.
39
9
Conexão entre dois neurônios vizinhos, da qual há mais de um tipo, segundo as formações que
fazem o contato entre essas células para que se propague o impulso nervoso de uma para outra.
10
Anatomista, cirurgião e antropólogo francês.
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11
Neurologista, cirurgião de cérebro, e Evolucionista.
12
Cientista do Reino Unido, premiado com o nobel de Medicina em 1932.
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REFERÊNCIAS
REFERÊNCIAS BÁSICAS
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES
COLL, C. e SOLÉ, I. Ensinar e aprender no contexto da sala de aula. In: COLL, C.;
MARCHESI, A. e PALACIOS, J., et al. Desenvolvimento psicológico e educação:
Psicologia da educação escolar. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2004.
LEITE, M. Estudos sobre a teoria de Piaget. Cadernos CEDES. Nº 14, São Paulo:
Cortez, 1991.
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TELES, Antonio Xavier. Psicologia moderna. 23 ed. São Paulo: Ática, 1983.
WEISS, Maria Lucia Lemme. Psicopedagogia clínica: uma visão diagnóstica. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1992.
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ANEXOS
ele. Em seu conceito, Titchener também levava em conta a consciência, mas com
ênfase em seus aspectos estruturais. Considerava a consciência e seus estados
elementares como estruturas do Sistema Nervoso Central. Resumindo, pode-se
dizer que, para Wundt, a mente humana tem o poder de sintetizar de forma
espontânea os elementos e, para Titchener, a ênfase está nos elementos que
compõem a estrutura da consciência, não importando a sua associação.
O Associacionismo, criado por Edward Lee Thorndike (1874-1949), frisa que o
indivíduo aprende por meio de um processo de associação de ideias, desde a mais
simples até a mais complexa. Dando ênfase às sensações agradáveis e
desagradáveis como elementos de armazenagem de respostas, e sendo muito
criticado por isso, acabou servindo de base, por meio de sua lei dos efeitos, para o
Behaviorismo de Burrhus Frederic Skinner (1904-1990, um dos maiores defensores
e seguidores do Behaviorismo).
No início do século XX, mais outras correntes importantes surgiram, e as
principais são:
Behaviorismo que se iniciou nos Estados Unidos com John Watson (1878-
1958) e propunha que, para cada resposta comportamental, existe um estímulo.
Esta linha de raciocínio acabou também influenciando, de outra forma, a Pedagogia.
Em 1913, Watson publicou um artigo expondo suas ideias e estabelecendo as bases
da nova corrente da Psicologia, contrária à Psicanálise de Freud que ele
considerava fantasiosa.
O Gestaltismo surgiu na Alemanha, por pesquisas de Max Wertheimer, W.
Kóhler e K. Kafka, por volta de 1910. Baseados em estudos psicofísicos,
desenvolveram um estudo relacional entre a forma e sua percepção, construíram a
base de uma teoria negando a separação das ações e os processos humanos,
buscando compreender o indivíduo como uma totalidade, caso contrário o que se
teria seria apenas uma ilusão de controle, exatamente como se propunham,
anteriormente, as relações da Psicologia com a Filosofia. O termo Gestalt significa
forma ou configuração.
A Psicanálise, teoria elaborada por Sigmund Freud (1856-1939), colocou em
evidência o estudo do inconsciente e a Psicologia Analítica, criada por Carl Gustav
Jung.
Estas e outras correntes de pensamento possibilitaram muitas linhas que hoje
são defendidas dentro da Psicologia, sendo a mais divulgada as seguintes:
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