Michael W. Apple - Ideologia e Currículo
Michael W. Apple - Ideologia e Currículo
Michael W. Apple - Ideologia e Currículo
CURRÍCULO
MICHAEL APPLE
IDEOLOGIA E
RRÎCULO
MICHAEL APPLE
Michael W . Apple
Professor de Currículo e Ensino
Universidade de Wisconsin
IDEOLOGIA
E
CURRÍCULO
1982
c e n te n á rio d e m o n te iro lo b a to
< "Pyrighl (ç) Routledge & Kegan Paul, 1979.
I tlulo original em inglês: Ideology and curriculum.
Tradução:
( urlos Eduardo Ferreira de Carvalho
( 'u / > a :
Alfredo Aquino
Revisão:
Heitor F. Costa
José E. Andrade
A análise da hegemonia
i
Introdução
para mim passou a se constituir cada vez mais num a questão estru
tural. Progressivamente procurei baseá-lo num conjunto de questões
críticas que têm sua origem num a tradição de argumentação neo-
marxista, tradição essa que me parece oferecer o modelo mais irre
futável de organizar pensamento e ação quanto a educação.
Em linhas gerais, a abordagem que julgo mais fértil procura
“explicar os reflexos manifestos e latentes ou codificados dos modos
de produção material, dos valores ideológicos, das relações de classe
e das estruturas de poder social — raciais e sexuais, bem como
político-econômicas — sobre o estado de consciência das pessoas
num a situação histórica ou sócio-econômica determ inada” .2 Reco
nheço que há muito aí para um a única frase. Mas a problemática
subjacente é ainda mais complexa. A abordagem a que me refiro
procura representar as formas concretas em que os program as estru
turais predominantes (e eu acrescentaria alienantes) — as formas
básicas como são organizadas e dirigidas as instituições, as pessoas e
os modos de produção, distribuição e consumo — controlam a vida
cultural. Isto inclui práticas cotidianas como as escolas, e o ensino e
os currículos que nelas se encontram .3
Considero isto de importância excepcional para se examinar
as relações entre os conhecimentos manifesto e oculto transmitidos
pelas escolas, os princípios de seleção e organização desses conhe
cimentos e os critérios e modos de avaliação empregados para se
"aferir o êxito” no ensino. Como afirmaram Bemstein e Young,
entre outros, a estruturação do conhecimento e do símbolo em
nossas instituições educacionais está intimamente relacionada aos
princípios de controle social e cultural num a dada sociedade.4
Adiante, terei um pouco mais a dizer a respeito disso. Por ora deixe-
me afirm ar que um dos nossos problemas básicos como educa
dores e como seres políticos está em apreender formas de com
preensão do modo como os tipos de recursos e símbolos culturais,
selecionados e organizados pelas escolas, estão dialeticamente rela
cionados com os tipos de consciência normativa e conceituai “exi
gidos” por um a sociedade estratificada.
(2) Donald Lazere. “Mass Culture, Political Conscioüsness, and English Stu-
dies” . College English, XXXVIII(April 1979), p. 755.
(3) Ihid.
(4) Veja-se, por exemplo, Basil Bemstein, Class, Codes and Control. Vo
lume 3: Towards a Theory o f Educational Transmissions. London, Routledge &
Kegan Paul, 1975, p. 158.
IDEOLOGIA E CURRlCULO 11
(7) Roger Dale et at. (eds.). Schooling and Capitalism: A Sociological Reader.
London, Routledge & Kegan Paul, 1976, p. 3.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 13
mento e da vida diária pode ser, e é, mais sutil, pois compreende até
mesmo circunstâncias aparentem ente inconseqüentes. O controle é
investido nos princípios constitutivos, códigos e, especialmente, na
consciência e nas práticas do senso comum subjacentes a nossa vida,
assim como pela divisão e manipulação econômica diretas.
Raymond Williams, ao discutir a hegemonia, conceito mais
completamente desenvolvido na obra de Antonio Gramsci, fornece
um excelente resumo desses aspectos.10
(12) Veja-se, por exemplo, Michael F. D. Young (ed.). Knowledge and Con
trat. London, Collier-Macmillan, 1971.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 17
(13) Michael W. Apple. “ Power and School Knowledge". The Review o f E du
cation III (January-February 1977), 26-49, e capítulos 2 e 3 a seguir.
(14) Seymour Sarason. The Culture o f the School and the Problem o f Change.
Boston, Allyn & Bacon, 1971.
IN MICHAEL W. APPLE
Neutralidade e justiça
(15) O relato de Trent Schroyer desse processo é útil aqui. Veja-se The Cri
tique o f Domination. New York, George Braziller, 1973.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 19
Bourdieu cham aria de capital cultural) são “ definidos” não por suas
qualidades imediatamente evidentes. Em lugar dessa abordagem
mais positivista, atribuem-se racionalmente significados às coisas,
por meio de seus vínculos e ligações complexas com a forma como
um a sociedade é organizada e controlada. As próprias relações são
as características definidoras.18 Desse modo, para compreender,
digamos, as noções de ciência e de indivíduo, como são particular
mente empregadas em educação, precisamos vê-las como categorias
basicamente ideológicas e econômicas, essenciais tanto à produção
de agentes p ara ocupar os papéis econômicos existentes quanto à
produção de tendências e significados, nesses agentes, que “farão”
com que aceitem esses papéis alienantes sem muito questiona
m ento.19 Passam a ser assim aspectos da hegemonia.
Para compreender essas relações hegemônicas, cumpre lem
b rar algo sustentado por Gramsci — de que existem duas condições
necessárias para a hegemonia ideológica. Não se trata apenas de que
nosso sistema econômico “produz” categorias e estruturas de senti
mento que saturam nossa vida cotidiana. Ligado a isso, deve haver
um grupo de “ intelectuais” que empregam e conferem legitimidade
às categorias, que fazem com que as formas ideológicas pareçam
n eutras.20 Assim, um exame das categorias e dos procedimentos
empregados por “ intelectuais” como os educadores precisa ser um
dos primeiros enfoques de nossa investigação.
Por enquanto tenho visto de modo bastante geral o que julgo
pertencer muito mais à realidade que se acha por trás das escolas
enquaijto instituições, as formas de conhecimento que seletivamente
preservamos, reinterpretamos e distribuímos, algumas das catego
rias que utilizamos para refletir sobre isso e o papel do educador
como participante “neutro” nos resultados em grande escala da
escolarização. Ainda restam, no entanto, algumas poucas observa
ções finais a serem feitas quanto a este último aspecto do plano de
análise e abordagem que estou apresentando aqui — o próprio edu
cador como ser político. Esta é um a questão muito pessoal, que é de
longe a mais difícil. Estou bastante cônscio da dificuldade, em ver-
(21) Veja-se Paul Baran e Paul Sweezy. Monopoly Capital. New York, Mon
thly Review Press, 1968. Veja-se também a análise exemplar em Vicente Navarro.
Medicine Under Capitalism. New York, Neale Watson Academic Publications, 1976.
24 MICHAEL W. APPLE
eidos.2223 Isto é, suas relações estruturais devem ser tais, que equa
lizziti não apenas o acesso às instituições culturais, sociais e princi
palmente econômicas, mas tam bém o controle real dessas institui
ções.21 Agora, isto exigiria mais do que o mero reparo da máquina
social, pois implica um a reestruturação das instituições e um rea
juste fundamental do contrato social que supostamente nos une.
Essa teoria de justiça social que se encontra por trás de um pro
grama como esse não pode originar-se apenas num a ideologia pes
soal. Fundamenta-se também em um a série de exigências empíricas.
Por exemplo, a defasagem entre os ricos e os pobres em nações
industrialmente desenvolvidas. A distribuição e o controle de bens e
serviços de saúde, nutricionais e educacionais é basicamente desi
gual nessas mesmas nações industrializadas.24 O poder econômico
e cultural está se centralizando cada vez mais em grandes corpo
rações, que são menos sensíveis às necessidades sociais que aos
lucros. Após algumas conquistas sociais, o relativo progresso das
mulheres e de muitos grupos minoritários ou se estagna ou se atrofia
lentamente. Em virtude dessas e de outras razões, estou cada vez
mais convencido de que essas condições advêm “naturalm ente” de
um a determinada ordem social. Conforme demonstrarei nesta obra,
nossos dilemas educacionais, as realizações desiguais, os lucros desi
guais, a tradição e a incorporação seletiva, também são natural
mente “ advindos” desse program a social. Pode ser que essas institui
ções sejam organizadas e controladas de m aneira a exigir mudanças
em grande escala em suas relações, caso devamos atingir algum
progresso na eliminação de quaisquer dessas condições.
Percebo que isto é muito controverso, para se dizer o mínimo.
Tampouco espero que todos aceitem tudo que venho escrevendo
aqui. No entanto, não cheguei primeiro à proposição de que nossas
questões educacionais são em sua origem éticas, econômicas e polí
ticas, para então procurar comprovação disso. Pelo contrário, e isto
II
(25) Louis Wirth. “Preface" a Karl Mannheim. Ideology and Utopia. New
York, Harcourt, Brace & World, 1936, p. xxii-xxiii.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 27
(33) Ibid., p. 2.
34 MICHAEL W. APPLE
(4) Geoff Whitty. “ Sociology and the Problem of Radical Educational Chan
ge” . Educability, Schools and Ideology. Michael Flude e John Ahier (eds.). London,
Halstead Press, 1974, p. 125.
(5) Raymond Williams. The Long Revolution. London, Chatto & Windus,
1961, p. 119-20.
46 MICHAEL W. APPLE
(31) Veja-se, por exemplo, Albrecht Wellmer. Critical Theory o f Society. New
York, Herder and Herder, 1971, principalmente o Capítulo 1. Veja-se também a
discussão da posição tomada pelo filósofo marxista francês Louis Althusser, in:
Miriam Glucksmann. Structuralist Analysis in Contemporary Social Thought. Lon
don, Routledge & Kegan Paul, 1974. Embora possa ser difícil lidar com “ a demons
tração” das asserções sociais de orientação crítica usando-se a tradição positivista,
isto não quer dizer que seja inconseqüente a comprovação empírica de aspectos do
problema. Isto é excelentemente discutido em Connell, op. cit.
(32) Ian Hextall e Madan Samp. “ School Knowledge, Evaluation and Aliena
tion” . Society, State and Schooling. Michael F. D. Young e Geoff Whitty (eds.).
London, Falmer Press, 1977, p. 151-71.
IDEOLOGIA E CURRlCULO 57
(33) Ver os artigos de Mehan e McKay em Hans Peter Dreitzel (ed.). Child
hood and Socialization. New York, Macmillan, 1973; e Linda M. McNeil, “Economic
Dimensions of Social Studies Curricula: Curriculum as Institutionalized Know
ledge” . (Tese de doutoramento nSo publicada, Universidade de Winconsin, Madison,
1977.)
(34) Whitty, op. cit.
58 MICHAEL W. APPLE
(38) Andrew Hacker. “ Cutting Classes” . New York Review o f Books, XXIII
(May, 1976), 15. Hacker observa que, em seu emprego total, nossa economia pode
utilizar proveitosamente apenas cerca de 43% da população na faixa de trabalho.
Não é rentável empregar mais do que isso. “Alguns dos 57% desnecessários tornam-
se donas-de-casa, estudantes universitários, ou aposentam-se com pensões modestas.
Outro, no entanto, devem destinar-se a uma vida de pobreza, porque o sistema
econômico não lhes oferece alternativas."
60 MICHAEL W. APPLE
Hegemonia e reprodução
(49) Basil Bernstein fez algumas incursões intrigantes nesta área em seus
“Aspects of the Relations Between Education and Production” . In : Bernstein, op. cit.
Ver também Nicos Poulantzas. Classes in Contemporary Capitalism. London, New
Left Books, 1975; e Burton Bledstein. The Culture o f Professionalism. New York,
Norton, 1976.
(50) Veja-se o interessante ensaio de John W. Meyer, op. cit.. Também é de
alguma ajuda aqui a tentativa de Randall Collins de articular uma teoria dos
mercados culturais, em “ Some Comparative Principles of Educational Stratifica
tion” . É, porém, um tanto confusa do ponto de vista conceituai. Veja-se minha res
posta a ele em Harvard Educational Review, XLVII (November 1977), 601-2.
(51) William Pinar (ed.). Curriculum Theorizing: The Reconceptualists. Ber
keley, McCutchan, 1975.
hK MICHAEL W. APPLE
(1) Charles Silbermann. Crisis in thè Classroom. New York, Random House,
1970.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 71
(11) Barry Franklin. “The Curriculum Field and the Problem of Social Con
trol, 1918-1938: A Study in Critical Theory” . Dissertação de doutoramento não
publicada, University of Wisconsin, Madison, 1974, p. 2-3.
(12) Ibid., p. 4-5. Veja também Steven Selden. “Conservative Ideologies and
Curriculum” . Educational Theory, XXVII (Summer 1977), 205-22. Dever-se-ia ob
servar aqui que a própria Administração Cientifica não foi necessariamente uma
tecnologia neutra para criar instituições mais eficientes. Foi desenvolvida como um
mecanismo para a posterior divisão e controle do trabalho. Isto se acha em Harry
Braverman. Labor and Monopoly Capital: The Degradation o f Work in the Twen
tieth Century, New York, Monthly Review Press, 1974.
76 MICHAEL W. APPLE
(13) Ibid.
IDEOLOGIA E CURRlCULO 77
(18) Ibid.
(19) Ibid., p .18-19.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 79
(20) Gintis e Bowles, op. cit., p. 133. Esses significados normativos e atri
butos da personalidade são distribuídos desigualitariamente a diferentes “ tipos” de
estudantes, em geral por classe social ou expectativa profissional. Nem todos os
estudantes adquirem os mesmos elementos de tendências nem são os mesmos os
significados a eles atribuídos pelo distribuidor de capital cultural. Ver Gintis e
Bowles, op. cit. , p. 136.
80 MICHAEL W. APPLE
(21) Veja-se, por exemplo, Michael W. Apple. “Ivan Illich and Deschooling
Society: The Politics of Slogan Systems” . Social Forces and Schooling. Nobuo Shi-
mahara e Adam Scrupski (eds.). New York, David McKay, 1975, p. 337-60; e Mi
chael F. D. Young. “An Approach to the Study of Curricula as Socially Organized
Knowledge” . In ; Young. Knowledge and Control, op. cit., p. 19-46.
(22) Nell Keddie. "Classroom Knowledge” . In'. Michael F. D. Young. Know
ledge and Control, op. cit., p. 133-60.
(23) Ver John Eggleston. The Sociology o f the School Curriculum. London,
Routledge & Kegan Paul, 1977.
• (24) Este 6, naturalmente, um principio fundamental dos estudos etnometo-
doldgicos. Ver Peter McHugh. Defining the Situation. Indianapolis, Bobbs-Merrill,
1968; Roy Turner (ed.). Ethnomethodology. Baltimore, Penguins, 1974; e Aaron
Cicourel. Cognitive Sociology. New York, Free Press, 1974.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 81
(25) Para maiores explicações a respeito desse aspecto, ver Basil Bernstein.
“On the Classification and Framing of Educational Knowledge". In: Michael F. D.
Young (ed.). Knowledge and Control, op. cit., p. 47-69.
82 MICHAEL W. APPLE
que a criatividade. Mais uma vez, essa atmosfera era vista como
um a ponte im portante entre o lar e as futuras situações de trabalho.
A professora esperava que as crianças se adaptassem à sala de aula e
tolerassem qualquer nível de incômodo que essa adaptação acarre
tasse.
Portanto, como parte de sua iniciação na comunidade do
jardim de infância, as crianças também recebiam sua prim eira ini
ciação na dimensão social do m undo do trabalho. O conteúdo das
lições específicas é relativamente menos importante que a experiên
cia de ser um trabalhador. Os atributos pessoais de obediência,
entusiasmo, adaptabilidade e perseverança são mais valorizados que
a competência acadêmica. A aceitação inquestionada da autoridade
e da interação social nos contornos institucionais estão entre as pri
meiras lições de um jardim de infância. Essas lições fundam-se na
aceitação progressiva, como naturais, como o trabalho tout court,
dos significados de conhecimento importante e sem importância,
de trabalho e lazer, de normalidade e desvio.
(30) Rachel Sharp e Anthony Green. Education and Social Control: A Study
in Progressive Primary Education. Boston, Routledge & Kegan Paul, 1975, p. 8.
(31) Ibid., p. 13.
(32) Ibid., p. 110-12. Ver também a análise que se encontra em Basil Berns
tein. Class, Codes and Control. Volume 3: Towards a Theory o f Educational Trans
missions. 2. ed. London, Routledge & Kegan Paul, 1977.
92 MICHAEL W. APPLE
História do currículo
e o controle social
(em colaboração com Barry Franklin)
Agora deve estar ficando mais claro que um a das formas como
as escolas são usadas para finalidades hegemônicas está na sua
transmissão de valores e tendências culturais e econômicas que
supostamente são “compartilhados por todos” , enquanto “garante”
ao mesmo tempo que apenas um número especificado de estudantes
é selecionado para os níveis mais elevados de ensino, em virtude de
sua “competência” para contribuir para a maximização da pro
dução do conhecimento técnico também exigido pela economia.
Entretanto, não surgiu da noite para o dia este enfoque do consenso
avaliativo nas regularidades cotidianas da vida escolar e do conco
mitante encaminhamento de tendências vinculadas à vida econô
mica. Vem de um a longa tradição na educação norte-americana.
Tanto este capítulo como o seguinte irão enfocar esse problema. Em
primeiro lugar, examinaremos mais pormenorizadamente que no
capítulo anterior como ele surgiu historicamente através da resposta
das escolas a conflitos ideológicos e econômicos entre as classes
numa época de rápida passagem de um a economia baseada no capi
tal agrícola para um a economia fundam entada no capital industrial
nos princípios deste século. Como veremos, as escolas não foram
necessariamente construídas para aum entar ou preservar o capital
cultural de classes ou comunidades, mas sim dos segmentos mais
poderosos da população. É bastante claro neste desenvolvimento o
papel hegemônico do intelectual, do educador profissional.
96 MICHAEL W. APPLE
Poder e cultura
(3) Basil Bernstein. Class, Codes and Control. Volume 3: Towards a Theory
o f Educational Transmissions. 2. ed. London, Routledge & Kegan Paul, 1977. Ver
também Samuel Bowles e Herbert Gintis, Schooling in Capitalist America. New
York, Basic Books, 1976.
too MICHAEL W. APPLE
(4) Cf. Capitulo 7 neste volume e Michael W. Apple. "Power and School
Knowledge” . The Review o f Education, III (January/February 1977). Ver também
James E. Rosenbaum. Making Inequality: The Hidden Curriculum o f High School
Tracking. New York, John Wiley, 1976; e Herbert Gintis e Samuel Bowles. “The
Contradictions of Liberal Educational Reform” . Work, Technology and Education.
Walter Feinberg e Henry Rosemont Jr. (eds.). Urbana, University of Illinois Press,
1975, p.92-141.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 101
(11) Franklin Bobbitt. The Curriculum. New York, Arno Press, 1971, Cap. 9.
(12) Ibid., p.95.
(13) Ibid., p. 42. Franklin Bobbitt. How to Make a Curriculum. Boston,
Houghton Mifflin, 1924, p. 29, 97; W. W. Charters. Curriculum Construction, New
York, Arno Press, 1971, Caps. 4-5.
(14) Harold Rugg et al. “The Foundations of Curriculum-Making” . The
Foundations o f Curriculum-Making, The Twenty-Sixth Yearbook o f the National
Society for the Study o f Education, Part II. Guy Montrose Whipple (ed.). Blooming
ton, Public School Publishing, 1926, p. 16.
(15) Bobbitt, The Curriculum, op. cit.. Cap. 12.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 107
(18) Minha análise aqui não defende a tese de aspiração por status realizada
por Richard Hofstadter como uma explicação para o apoio da classe média às
reformas sociais do movimento progressista. Pelo contrário, estou apenas refletindo
as visões, que de fato documento ao longo deste capítulo, dos primeiros líderes da
sociologia, psicologia e educação. Para uma exposição da tese veja-se Richard Hofs
tadter. The Age o f Reform. New York, Vintage Books, 1956, Cap. 4. Para uma
análise e crítica interessantes da tese sobre a aspiração por status, ver Robert W.
Doherty. "Status Anxiety and American Reform: Some Altematives”. American
Quarterly, XIX(Summer, 1962), 329-36.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 109
(22) Robert H. Wiebe. The Search for Order. New York, Hill & Wang, 1967,
Cap. 5.
(23) Ibid. , p. 44.
(24) Edward A. Ross. Foundations o f Sociology. 5. ed. New York, Macmillan,
1919, p. 382-5.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 111
(25) Charles A. EUwood. Sociology and Modem Social Problems. New York,
American Book Co., 1913, p. 220.
(26) Ibid., p. 217-21; Edward A. Ross. Principles o f Sociology, New York,
Century, 1920, p. 36-7.
(27) Ross. Principles o f Sociology, ibid., p. 409.
112 MICHAEL W. APPLE
(28) Ross L. Finney. Causes and Cures for the Social Unrest: An Appeal to
the Middle Class. New York, Macmillan, 1922, p. 167-72.
(29) Ib id .,p . 43.
(30) Ross L. Finney. A Sociological Philosophy o f Education. New York,
Macmillan, 1924, p. 382-3.
(31) Ibid. , p. 428.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 113
(38) Bobbitt. How to Make a Curriculum, op. cit., p. 41-2, 61-2; Edward L.
Thorndike. Individuality. Boston, Houghton Mifflin, 1911, p. 51; Edward L. Thorn
dike. Education: A First Book. New York, Macmillan, 1912, p. 137-319; David
Snedden, Sociological Determination o f Objectives in Education, Philadelphia, Lip-
pincott, 1921, p. 251; Peters, Foundations o f Educational Sociology, op. cit., p. vii.
Finney adotou uma visão da diferenciação um tanto diversa da dos outros
primeiros teóricos da área. Defendeu o que parecia ser um currículo comum domi
nado pelas áreas de conhecimento em ciências sociais. Mas fez uma distinção crítica
quanto ao modo como esses temas deveriam ser ensinados a indivíduos com diferente
capacidade. Àqueles com alto quociente de inteligência se deveria ensinar sua he
rança social através de um estudo de Ciências Sociais. Seria um estudo que lhes
ensinaria a entender não apenas sua herança mas as exigências sociais que ela lhes
faria. Àqueles com baixo quociente de inteligência, dever-se-iam ensinar apenas as
próprias Ciências Sociais, mas seriam condicionados a responder a slogans apro
priados que refletissem o conteúdo dessas áreas de conhecimento e as exigências
sociais que elas trariam em si. Ver Finney. A Sociological Philosophy o f Education,
op. cit., Cap. 15, p. 393-6, 406, 410. Quanto à importância da diferenciação do
currículo atualmente, ver Herbert M. Kliebard. “ Bureaucracy and Curriculum
Theory” . Freedom, Bureaucracy and Schooling. Vernon F. Haubrich (ed.). Wash
ington, Association for Supervision and Curriculum Development, 1971, p. 89-93.
(39) Finney. A Sociological Philosophy o f Education, op. cit., p. 388-9;
Thorndike, Human Nature and the Social Order, op. cit., p. 77-9, 800-2; Edward L.
Thorndike. “A Sociologist’s Theory of Education” . The Bookman, XXIV (November
1906), p. 290-1; Edward L. Thorndike. Selected Writings from a Connectionist’s
Psychology. New York, Appleton-Century-Crofts, 1949, p. 338-9.
116 MICHAEL W. APPLE
(51) John Higham. Strangers in the Land. New Brunswick, Rutgers Univer
sity Press, 1955, p. 51,187, 257, 303-10, Capítulo 9.
(52) Ross, em circunstâncias semelhantes, perdeu seu emprego na Stanford
University porque se irritou com a senhora Leland Stanford, esposa do fundador da
universidade e sua autoridade principal após a morte do marido. Atacou a comuni
dade comercial por seu apoio à imigração chinesa irrestrita. Ver Walter P. Metzger.
Academic Freedom in the Age o f the University. New York, Columbia University
Press, 1955, p. 164-71; e Bernard J. Stern (ed.). "The Ward-Ross Correspondence II
1897-1901” . American Sociological Review, VII (December 1946), 744-6.
(53) Higham sustenta que na década de 20, período em que o currículo surgiu
como um campo de estudo e em que os educadores aqui em consideração realizaram
seu trabalho mais importante, os sentimentos nativistas norte-americanos afastaram-
se das tentativas de assimilação através de programas de americanização e, pelo
120 MICHAEL W. APPLE
Conclusão
(57) Para maiores explicações dessa relação, ver Michael W. Apple e Philip
Wexler. “Cultural Capital and Educational Transmissions” . Educational Theory,
XXVIII (Winter 1978).
A c ^cc iS d c cuaaÍ ‘ôo^(Lo covyxç? <pcy>^
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5
O currículo oculto
e a natureza do conflito
(1) Ver em especial a análise de Basil Bernstein em seu novo capítulo “As
pects of the Relation between Education and Production” . Class, Codes and Control.
Volume 3: Towards a Theory o f Educational Transmissions. 2. ed. London, Rou
tledge & Kegan Paul, 1977.
126 MICHAEL W. APPLE
(2) Philip Jackson. Life in Classrooms. New York, Holt, Rinehart & Winston,
1968, p. 3-37.
(3) Cf. Peter K. Eisinger. “Protest Behavior and the Integration of Urban
Political Systems” . Madison, University of Wisconsin Institute for Research on
Poverty, 1970, mimeo.
(4) Roberta Sigel (ed.). Learning About Politics. New York, Random House,
1970, p. xiii.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 129
(7) Ver, por exemplo, Edith F. Gibson. “The Three D ’s: Distortion, Deletion,
Denial” . Social Education, XXXIII (April 1969), 405-9; e Sidney M. Willhelm. Who
Needs the Negro?, Cambridge, Mass., Schenkman, 1970.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 131
(8) Helen McClure e George Fischer. “Ideology and Opinion Making: Gene
ral Problems of Analysis” . New York, Columbia University Bureau of Applied Social
Research, July 1969, mimeo.
(9) A linguagem das “ regras de atividade” é menos problemática do ponto de
vista analítico do que a distinção que freqüentemente se faz entre pensamento e ação,
de vez que implica que a distinção é um tanto ingênua e permite que a ação — per
ceptual, conceituai e física — seja a categoria fundamental da resposta de um indi
víduo a sua situação. Embora usemos com freqüência as regras de atividade e supo-
132 MICHAEL W. APPLE
(13) Michael Polanyi. Personal Knowledge. New York, Harper & Row, 1964.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 135
(14) Warren Hagstrom. The Scientific Community. New York, Basic Books,
1965, p. 256.
(15) Ibid., p. 264.
(16) Alvin Gouldner. The Coming Crisis o f Western Sociology. New York,
Basic Books, 1970, p. 102-3. Ver também Polanyi, op. cit.. Quanto às relações entre
concepções positivistas de objetividade e formas econômicas e de transmissão, ver
Jürgen Habermas, Towards a Rational Society. Boston, Beacon Press, 1970.
136 MICHAEL W. APPLE
(19) Apple, op. cit. , e Michael Mulkay, “ Some Aspects oi Cultural Growth in
the Natural Sciences". Social Research, XXXVI (Spring 1969), 22-52.
(20) Hagstrom, op. cit., p. 81. E importante distinguir entre conflito e com
petição. Ao passo que o conflito parece provir de algumas das condições que exa
minamos ou examinaremos — novos paradigmas, divergência quanto a objetivos,
metodologia, etc. —, a competição parece ter suas bases no “sistema de troca” da
ciência. Ver, por exemplo, o exame de Storer do status do reconhecimento profis
sional e da troca de mercadoria na comunidade científica, em Norman W. Storer.
The Social System o f Science. New York, Holt, Rinehart & Winston, 1966, p. 78-9.
138 MICHAEL W. APPLE
O conflito na sociedade
(27) Ralf Dahrendorf. Essays in the Theory o f Society. London, Routledge &
Kegan Paul, 1968, p. 112.
(28) Gouldner, op. cit. , p. 193.
142 MICHAEL W. APPLE
(34) Center for the Study of Instruction. Principles and Practices in the
Teaching o f the Social Sciences: Teacher’s Edition. New York, Harcourt, Brace &
World, 1970, p. T-17. É questionável se muitos negros ou latinos nos guetos dos
Estados Unidos dariam apoio incondicional a essa “descrição”.
(35) Ibid., p. T-26.
146 MICHAEL W. APPLE
(36) Maxine Durkin el al. The Taba Social Studies Curriculum: Communities
Around Us. Reading, Mass., Addison-Wesley, 1969, p. v.
(37) Nathan Hare. ‘‘The Teaching of Black History and Culture in the Secon
dary Schools” . Social Education, XXXIII (April 1969), 385-8; e Preston Wilcox.
“Education for Black Liberation” . New Generation, LI (Winter 1969), 20-1.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 147
(38) Ralf Dahrendorf. Class and Class Conflict in Industrial Societies. Stan
ford, Stanford University Press, 1969, p. 57. Quanto a estudos concretos de conflito
tanto intra quanto interclasses em sociedades industrials, ver R. W. Connell. Ruling
Class, Ruling Culture. Cambridge University Press, 1977; e Nicos Poulantzas. Classes
in Contemporary Capitalism. London, New Left Books, 1975.
(39) Jack Walker. “ A Critique of the Elitist Theory of Democracy” . Apolitical
Politics. Charles A. McCoy e John Playford (orgs.). New York, Crowell, 1967,
p. 217-18.
148 MICHAEL W. APPLE
(45) Peter Berger. The Sacred Canopy. New York, Doubleday, 1967, p. 24-
e Clifford Geertz. “The Integrative Revolution: Primordial Sentiments and Civil
Politics in the New States” . Old Societies and New States. Clifford Geertz (org.). New
York, Free Press, 1963, p. 118.
A literatura sobre a história das lutas das mulheres para conseguir essa auto
nomia está, reconhecidamente, tornando-se muito mais ampla. Algumas das contri
buições recentes mais interessantes à história desse conflito podem-se ver em Gerda
Lerner, The Female Experience: An American Documentary. Indianápolis, Bobbs-
Merrill, 1977; Nancy F. Cott. The Bonds o f Womanhood. New Haven, Yale, 1977;
Linda Gordon, Woman's Body, Woman's Right. New York, Grossman, 1976; e Mary
P. Ryan. Womanhood in America. New York, New Viewpoints, 1975.
(46) Coser, op. cit., p. 33. Esta talvez seja uma das intuições mais frutífera
de Piaget.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 151
(48) Ver, por exemplo, Mary Roth Walsh. Doctor Wanted. No Women Need
Apply. New Haven, Yale, 1977; Edward T. James, Janet Wilson James e Paul S.
Boyer. Notable American Women 1607-1950. Cambridge, Mass., Belhnap Press,
1971; e H. J. Mozans. Woman in Science. Cambridge, Mass., Massachusetts Ins
titute of Technology, 1974.
(49) Ver, por exemplo, Ariel Dorfman e Armand Mattelart. How to Read
Donald Duck. New York, International General, 1975; e Martin Carnoy. Education
as Cultural Imperialism. New York, David McKay, 1974. Um dos mais interessantes
livros para crianças que trata de algumas dessas questões é Pal Rydlberg et al. The
History Book. Culver City, Califórnia, Peace Press, 1974.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 153
lutas das mulheres, dos negros e de outros grupos, para nos auxiliar
no combate à tradição seletiva.50
Além dessas sugestões para mudanças curriculares específi
cas, deveria ser observada um a outra área. Os “ paradigm as” socio
lógicos também procuram dar a razão da realidade do senso comum
em que estudantes e professores se baseiam. As escolas são inte
gralmente envolvidas nesta realidade e na sua interiorização. Po
deria ser sensato levar em consideração em penhar os estudantes na
articulação e no desenvolvimento dos paradigmas de atividade na
sua vida cotidiana nas escolas. Um tal envolvimento poderia possi
bilitar aos estudantes enfrentar e ampliar os discernimentos deci
sivos de seu próprio condicionamento e liberdade. Esses discerni
mentos poderiam virtualmente alterar o paradigma original e a
própria realidade do senso comum. Também se tornaria possível a
um grau maior um debate educacional concreto e significativo dos
estudantes com o processo de reprodução de valor e institucional.
Os currículos de ação social e as lutas pelos direitos estudantis,
embora limitados em sua própria aplicabilidade, em virtude do sério
risco de “ incorporação” , poderiam ser bastante proveitosos aqui por
dar aos estudantes um sentido de sua própria competência possível
de desafiar as condições hegemônicas em algumas áreas.51
Conclusões
Prossegue:
1966; e Hannah Arendt. The Human Condition. New York, Doubleday Anchor,
1958.
(7) Ver, por exemplo, a discussão das teorias da luz, ondular versus partí
culas, em Thomas Kuhn. The Structure o f Scientific Revolutions. University of
Chicago Press, 1970. Ver também Imre Lakatos e Alan Musgrave (orgs.). Criticism
and the Growth o f Knowledge. Cambridge University Press, 1970; e Michael Polanyi.
Personal Knowledge. New York, Harper Torchbooks, 1964.
(8) J. O. Urmson. Philosophical Analysis. London, Oxford University Press,
1956, p. 146.
166 MICHAEL W. APPLE
Seu impulso foi dar vazão à tendência (...) dos homens de controiar
riscos desconhecidos, eliminando a possibilidade de experimentar a
surpresa. Controlando o quadro do que é acessível à interação social,
está domado o passo seguinte da ação social. A história social é
substituída pelo produto “passivo” do planejamento social. Imerso
nessa ânsia de préplanejar ao longo de linhas de montagem, está o
(9) Trent Schroyer. “Toward a Criticai Theory for Advanced Industrial So
ciety” . Recent Sociologi, 2, Hans Peter Dreitzel (org.). New York, Macmillan, 1970,
p. 215; e Jürgen Habermas. “ Knowledge and Interest” . Sociological Theory and
Philosophical Analysis. Dorothy Emmet e Alasdair Macintyre (orgs.). New York,
Macmillan, 1970, p. 36-54.
(10) Peter L. Berger e Thomas Luckmann, op. cit., p. 129.
(11) Richard Sennett. The Uses ofDisorder. New York, Vintage Books, 1970,
p. 94.
(12) Ibid., p. 96.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 167
(30) Cf. Derek J. De Solla Price. Little Science, Big Science. New York,
Columbia University Press, 1963; e Warren O. Hagstrom. The Scientific Community.
New York, Basic Books, 1965.
174 MICHAEL W. APPLE
(31) Para um enfoque mais poético desse problema, ver Maxine Greene. “The
Matter of Mystification: Teacher Education in Unquiet Times” . Identity and Struc
ture: Issues in the Sociology o f Education. Denis Gleason (ed.). Driffield, Nafferton
Books, 1977, p. 28-43.
(32) Gouldner, op. cit., p. 445. Uma visão instigante do modo como essas
"determinações” funcionam no controle da ação educacional pode ser encontrada no
trabalho do filósofo marxista francês Louis Althusser. Ver Alex Callinicos. Althus
ser’s Marxism. London, Pluto Press, 1976. Ver também Michael Erben e Denis
Gleason. “ Education as Reproduction” . Society, State and Schooling. Michael
Young e Geoff Whitty (orgs.). Guilford, Inglaterra, Falmer Press, 1977, p. 73-92;
e Erik Wright. Classes, Crisis and the State. London, New Left Books, 1978.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 175
(33) Colin Greer. “Immigrants, Negroes, and the Public Schools”. The Urban
Review, III (January 1969), 9-12.
(34) Michael W. Apple. "Relevance — Slogans and Meanings” . The Educa
tional Forum, XXXV (May 1971), 503-7.
(35) Murray Edelman. Politics as Symbolic Action. Chicago, Markham,
1971.
176 MICHAEL W. APPLE
(44) Kuhn, op. cit. Para uma discussão mais aprofundada do lugar do con
flito na ciência, uma discussão que sugira antes um modelo darwiniano que um
modelo revolucionário, veja-se Stephen Toulmin. Human Understanding. Princeton
University Press, 1962.
(45) Norman W. Storer. The Social System o f Science. New York, Holt, Rine
hart & Winston, 1966, p. 78-9.
(46) Polanyi, op. cit. , p. 171.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 181
A procura de alternativas
Press, 1973; e David Tyack. The One Best System. Cambridge, Mass., Harvard
University Press, 1974.
(48) Michael W. Apple. “ Behaviorism and Conservantism” . Perspectives for
Reform in Teacher Education. Bruce R. Joyce e Marsha Weil (eds.). Englewood
Cliffs, N. J., Prentice-Hall, 1972.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 183
(49) A análise feita por Arendt (op. cit.) das formas de discussão e de ação
política e pessoal da polis é útil aqui.
(50) John Rawls. A Theory o f Justice. Cambridge, Mass., Harvard University
Press, 1971.
(51) Veja-se o interessante debate em Interchange, II (n. 1, 1971) sobre alter
nativas para os modos existentes de escolarização. Quase toda a questão é dedicada
ao tema. Quanto à necessidade de visão imaginativa em educação, veja-se William
Walsh, The Use o f Imagination. New York, Barnes & Noble, 1959; e Fred Inglis.
Ideology and the Imagination. New York, Cambridge University Press, 1975.
(52) Habermas, op. cit., p. 45.
184 MICHAEL W. APPLE
(53) Dois artigos de Huebner são muito importantes a esse respeito. Ver
Dwayne Huebner. "Curriculum as the Accessibility of Knowledge” . Artigo apresen
tado no Grupo de Estudo de Teoria do Currículo, em Minneápolis, em 2 de março de
1970; e “The Tasks of the Curricular Theorist” . Curriculum Theorizing: The Recon-
ceptualists. William Pinar (ed.). Berkeley, McCutchan, 1975, p. 250-70.
7
(2) Cf. JQrgen Habermas. Knowledge and Human Interests. Boston, Beacon
Press, 1971; e Peter Berger e Thomas Luckmann. The Social Construction o f Reality.
New York, Doubleday, 1966.
(3) Ver, por exemplo, Hannah Arendt. The Human Condition. New York,
Doubleday, 1958; e Albrecht Wellmer. Critical Theory o f Society. New York, Herder
& Herder, 1971.
(4) Jack D. Douglas. American Social Order. New York, Free Press, 1971,
p. 9-10.
188 MICHAEL W. APPLE
(5) William Ryan. Blaming the Victim. New York, Random House, 1971,
p. 1-2.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 189
(6) Anthony Platt. The Child Savers: The Invention o f Delinquency. Univer
sity of Chicago Press, 1969. Ver também Steven L. Schlossman. Love and the
American Delinquent. University of Chicago Press, 1977.
(7) Edwin M. Schur. Labeling Deviant Behavior. New York, Harper & Row,
1971,p. 33.
(8) Quanto à dominância de uma ética de controle social nas escolas, ver Cla
rence Karier, Paul Violas e Joel Spring. Roots o f Crisis. Chicago, Rand McNally,
1973; e Barry Franklin. “The Curriculum Field and Social Control” . Tese de douto
ramento não publicada, University of Wisconsin, 1974.
190 MICHAEL W. APPLE
(9) Douglas, op. cit., p. 181. Ver também a discussão de regras de interpre
tação e normativas em Aaron Cicourel. "Basic and Normative Rules in the Nego
tiation of Status and Role” . Recent Sociology, n. 2. Hans Peter Dreitzel (org.). New
York, Macmillan, 1971, p. 4-45.
(10) Herbert M. Kliebard. “Persistent Curriculum Issues in Historical Pers
pective” . Curriculum Theorizing: The Reconceptuaiists. William Pinar (org.). Ber
keley, McCutchan, 1975, p. 39-50.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 191
(13) Stephen Toulmin. Human Understanding: The Collective Use and Evo
lution o f Concepts. Princeton University Press, 1972, p. 84.
(14) Ibid., p. 96.
(15) Alice Miel. Changing the Curriculum: a Social Process. New York,
D. Appleton-Century, 1946.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 193
técnico) e, por isso, neutro de sua atividade para lhe dar legiti
midade, estão ignorando o fato de que boa parte da pesquisa atual
mente realizada em Ciências Sociais está sendo vigorosamente criti
cada por seu apoio a suposições e instituições burocratizadas que
negam dignidade e opção significativa ao indivíduo e a grupos de
pessoas. Esta crítica não pode ser facilmente afastada pelos educa
dores, pois, ao contrário da atividade de muitas pessoas, a sua
exerce influência direta sobre o presente e o futuro de milhares de
crianças. Por serem a prim eira instituição por que passam os indi
víduos para se tornarem adultos “competentes” , as escolas dão às
crianças pouca opção quanto aos meios pelos quais elas vivem seu
destino social. Como vimos e veremos, a terminologia “ científica
neutra” atua como um a tradição para ocultar este fato e, assim,
torna-se mais ideológica que ú til.16
Talvez um a das razões fundamentais da estagnação social e
intelectual da área implica nossa falta de interesse por um a tradição
menos positivista, um a falta de interesse que reflete o ideal posi
tivista ensinado aos alunos. Temos estado pouco abertos a formas de
análise que efetivamente contrabalançariam nosso uso de marcas de
pensamento que incorporam os interesses de controle e confiabi
lidade técnica e social. Essa falta de abertura nos levou a sermos
descuidados com as funções dos próprios sistemas de linguagem que
utilizamos e a menosprezar áreas cuja força está em seu interesse
por um a perspectiva crítica. Isto irá exigir um exame mais atento.
(17) Podem-se encontrar enfoques perspicazes dessa tese em Roger Dale et al.
Schooling and Capitalism. London, Routledge & Kegan Paul, 1976; Dennis Gleeson
(ed.). Identity and Structure. Driffield, Nafferton Books, 1977; e Trent Schroyer.
“Toward a Critical Theory for Advanced Industrial Society” . Recent Sociology,
n. 2. Hans Peter Dreitzel(org.). New York, Macmillan, 1970, p. 210-34.
(18) Ian Hextall. “Marking Work” . Exploration in the Politics o f School
Knowledge. Geoff Whitty e Michael Young(orgs-). Driffield, Nafferton Books, 1976,
p. 67.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 195
(28) Martin Jay. The Dialectical Imagination. Boston, Little, Brown, 1973,
p. 83. Quanto a uma história da posição ideológica adotada por muitos dos pragmá
ticos em educação, ver Walter Feinberg. Reason and Rhetoric. New York, John
Wiley, 1975.
(29) Ibid., p. 268.
(30) Trent Schroyer. The Critique o f Domination. New York, George Bra-
ziller, 1973, p.30-1.
200 MICHAEL W. APPLE
(31) Shlomo Avineri. The Social and Politicai Thought o f Karl Marx. Cam
bridge University Press, 1968, p. 117. Avineri coloca dessa forma: “ Em última
instância, uma mercadoria é uma expressão objetivada de uma relação intersubje-
tiva” .
(32) Michael F. D. Young. “ Knowledge and Control". Knowledge and Con
trol. Michael F. D. Young(org.). London, Macmillan, 1971, p. 2.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 201
nados, não absolutos. Isto não quer dizer que sejam sempre neces
sariamente erradas; pelo contrário, sugere a necessidade de com
preendê-las pelo que são — categorias que se desenvolveram a partir
de situações sociais e históricas específicas que se conformam a um
modelo específico de suposições e instituições, cujo uso das cate
gorias traz tam bém consigo a lógica das suposições institucionais.
Como mencionei, a própria área apresenta um a tendência
para “ disfarçar” as relações entre as pessoas como relações entre
“coisas” ou abstrações.33 Assim, questões éticas, como o problem a
profundam ente difícil relativo às formas pelas quais um a pessoa
pode procurar influenciar um a outra, não são geralmente enfocadas
como considerações importantes. É aqui que se tornam muito sérias
as categorias abstratas surgidas na vida institucional. Se um edu
cador pode definir outro indivíduo como um “ aluno atrasado” , um
“problem a disciplinar” ou outra categoria geral, pode prescrever
“tratam entos” gerais que são aparentem ente neutros e úteis. No
entanto, pelo próprio fato de que as categorias se baseiam em abs
trações institucionalmente definidas (o equivalente do senso comum
das médias estatísticas), o educador se liberta da tarefa mais difícil
de examinar o contexto institucional e econômico que fez com que
esses rótulos abstratos fossem atribuídos a um indivíduo concreto.
Portanto, a tentativa compreensível de reduzir a complexidade leva
ao uso de “tratam entos médios” aplicados para os que desempe
nham papéis abstratos. Isto preserva o anonimato da relação inter-
subjetiva entre “educador” e “ aluno” , tão essencial caso devam
prevalecer as definições institucionais de situações. Protege, assim,
tanto a instituição quanto o educador de duvidarem de si mesmos e
da inocência e da realidade da criança.
Isto apresenta implicações im portantes, para a tradição crítica
do processo educacional. Usando categorias e construções acadê
micas como as definidas pelas práticas institucionais existentes e
delas provenientes — cujos exemplos poderiam ser os estudos do
“ aluno atrasado” , “problemas disciplinares” e “ recuperação” — ,
os pesquisadores do currículo podem estar cedendo o prestígio retó
rico de ciência ao que podem ser práticas inquestionáveis de um a
burocracia educacional34 e de um sistema econômico estratificado.
(37) Scott, op. cit., p. 14. Ver também a discussão de desvio como uma
ameaça às pré-noções em Berger e Luckmann, op. cit.
(38) Cf. Aaron Cicourel e John Kitsuse. The Educational Decision-Makers.
Indianápolis, Bobbs-Merril, 1963. O fato de que esse processo de rotulação inicia-se
logo na entrada dos estudantes para a escola, com a progressiva cristalização dos
rótulos iniciais, acha-se documentado em Ray C. Rist. “ Student Social Class and
Teacher Expectation: The Self-Fulfilling Prophecy in Ghetto Education” . Harvard
Educational Review, XL(August, 1970), xx411-51.
204 MICHAEL W. APPLE
(39) Thomas S. Szasz. Ideology and Insanity. New York, Doubleday, 1970,
p. 149. O fato de que, uma vez assim rotulados os estudantes, fecham-se comple
tamente outras oportunidades educacionais e econômicas é documentado com clareza
em James Rosenbaum. Making Inequality. New York, John Wiley, 1976.
(40) Erving Goff man. Asylums. New York, Doubleday, 1961.
(41) Szasz, op. cit., p. 58.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 205
pobres e étnicas, muito mais que aos filhos dos que são economi
camente privilegiados e politicamente poderosos.
Além da documentação histórica apresentada no Capítulo 4,
existe um a recente e forte prova empírica para defender parte das
idéias aqui expostas. Por exemplo, vem confirmar esse quadro a
análise de M ercer do processo pelo qual instituições como as escolas
rotulam indivíduos como, digamos, m entalmente retardados.4243 São
desproporcionalmente rotuladas crianças com formações sócio-cul
turais “ desviantes” e oriundas de grupos minoritários. Isto se deve
basicamente aos procedimentos de pesquisa nas escolas originados
quase que totalmente do que a autora chamou de dominância de
“ anglocentrismo” nas escolas, um a forma de etnocentrismo que faz
com que os burocratas das escolas atuem como se o estilo de vida,
a linguagem, a história e a estrutura de valor e normativa de seu
próprio grupo fossem as orientações “ basicas” com relação às quais
se deveria medir a atividade de todas as outras pessoas. Não apenas
os estudantes de formações sócio-econômicas inferiores e não bran
cas eram desproporcionalmente rotulados, mas, o que é ainda mais
im portante, os estudantes méxico-americanos e negros, por exem
plo, que recebiam o rótulo de retardados mentais eram na verdade,
menos “ desviados” que os brancos. Isto é, tinham QI mais alto que
os “ anglos” que eram assim rotulados. Em vista dos argumentos de
Bourdieu citados no Capítulo 2, isto não nos deveria surpreender.
Ainda um outro fato deveria ser observado. A escola foi em
geral a única instituição a rotular esses estudantes “ desviantes”
como retardados, principalmente em virtude das pre-noções predo
minantes de normalidade m antidas pelos burocratas das escolas.
Esses estudantes se saíram muito bem, um a vez fora das fronteiras
dessas instituições.
M ercer está correta ao menos em parte quando atribui essa
superdistribüição de designação de retardado mental à “ m aquina
ria” diagnóstica, avaliativa e de teste da escola.4' Baseada como é
em formulações estatísticas que se conformam às suposições insti
tucionais problem áticas relativas a normalidade e desvio extraídas
das estruturas econômicas e políticas existentes e freqüentemente
parciais, desempenha um im portante papel no processo de canalizar
Poder e rotulação
(48) Alguns dos melhores trabalhos deste tipo em educação podem ser encon
trados em David Hargreaves et al. Deviance in Classrooms. London, Routledge &
Kegan Paul, 1975.
(49) Uma série de dificuldades políticas da teoria de rotulação são expostas
por Ian Taylor e Laurie Taylor (orgs.). Politics and Deviance. London, Pelican, 1973;
e Ian Taylor, Paul Walton e Jock Young. Critical Criminology. London, Routledge &
Kegan Paul, 1974.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 209
(50) Rachel Sharp e Anthony Green. Education and Social Control. London,
Routledge & Kegan Paul, 1975, p. 25. Minha discussão aqui faz uso da excelente
análise teórica que se encontra nos dois primeiros capítulos de sua obra.
210 MICHAEL W. APPLE
(51) Ibid., p. 6.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 211
que são parte do sistema escolar público (com seu interesse histórico
pela estratificação social e “intelectual” e pelo consenso ideológico),
aum enta o que se constrói como conhecimento especificamente es
colar. Há mais interesse pela “criança total” , se assim se quiser
cham ar. Por conseguinte, acrescentam-se atributos como emocio-
nalidade, tendências, atributos físicos e outros mais gerais aos currí
culos acadêmicos comuns como áreas generalistas com as quais se
deve preocupar. O resultado latente parece ser o aumento da série
de atributos com os quais se podem estratificar os estudantes. Isto é,
m udando a definição do conhecimento escolar de modo que inclua
mais elementos pessoais e de tendências, está-se tam bém latente
mente perm itindo a continuidade de um a maior possibilidade de
rotulação em equipamentos mais abrangentes. As identidades dos
estudantes podem ser ainda mais fixas que antes. Isto se dá prova
velmente em virtude de que não são realmente mudados os objetivos
básicos da instituição — por exemplo, diferenciar os estudantes de
acordo com o “ talento natural” , maximizar a produção de conhe
cimento técnico, etc. Ao mesmo tempo, é claro, as salas de aula
generalistas em áreas de classe média são idealmente adequadas
para ensinar o processo decisório, a flexibilidade, e assim por diante,
a estudantes que se tornarão adm inistradores e profissionais. Esta
descoberta não é comum, pois, se as salas de aula generalistas em
instituições tradicionais criam realmente um sistema mais poderoso
de estratificação, então seu funcionamento concreto tem de ser
interpretado em termos de reprodução e não apenas de reformas
graduais.
Isto se vincula muito estreitamente à discussão sobre currículo
oculto nos capítulos anteriores. À medida que as crianças aprendem
a aceitar como naturais as distinções sociais que as escolas reforçam
e ensinam, entre conhecimento de im portância e conhecimento sem
im portância, entre normalidade e desvio, entre trabalho e lazer, e as
sutis regras e normas ideológicas inerentes a essas distinções, elas
também interiorizam visões tanto da forma como as instituições
deveriam ser organizadas quanto de seu lugar adequado nessas ins
tituições. Essas coisas são aprendidas um tanto diversamente por
diferentes alunos, é claro, e é neste ponto que o processo de rotu
lação se torna tão importante para a diferenciação de classe social e
econômica. A rotulação dos estudantes e a ideologia de reforma
gradual das escolas que cerca sua decisão de utilizar determinados
rótulos sociais exercem um forte impacto sobre quais são os estu
dantes que aceitam determinadas distinções como naturais.
IDEOLOGIA E CURRtCULO 213
(54) Ibid., p. 4.
(55) Ibid., p. 7-8.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 215
(58) Deve-se insistir numa questão interessante aqui. As pessoas que empre
gam perspectivas clínicas para lidar com saúde ou desvio são propensas a rotular as
pessoas como “ doentes” mais do que como “sãs” na maioria dos casos, para evitar o
risco do que poderia acontecer ao “paciente” caso estivessem erradas. Aqui, pode-se
revelar mais uma motivação para “ encontrar” indivíduos que se ajustem a categorias
institucionais. Thomas Scheff. Being Mentally III: A Sociological Theory. Chicago,
Aldine, 1966, p. 105-6.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 217
(66) Douglas. American Social Order, op. cit., p. 49. Ver também a discussão
de como o conhecimento especializado em manipulação foi utilizado para manter
uma ideologia de administração para controlar a força de trabalho, em David Noble.
America by Design: Science, Technology, and the Rise o f Corporate Capitalism. New
York, Knopf, 1977.
(67) Isto não significa que se ignorem dados oficiais. Como Marx mostrou no
Capital, os dados oficiais podem ser excepcionalmente importantes para esclarecer o
funcionamento real de um sistema econômico e as suposições que se encontram por
trás dele.
222 MICHAEL W. APPLE
(68) Ian Taylor, Paul Walton e Jock Young. “ Advances Toward a Critical
Criminology” . Theory and Society, I (Winter, 1974), 441-76.
(69) O termo "ciência de rigor” refere-se aqui a áreas cujos interesses funda
mentais refletem e estão dialeticamente relacionados aos interesses dominantes de
sistemas econômicos industriais avançados e, portanto, baseiam-se numa lógica de
processo-produto ou utilitário-racional. Estes interesses são por regras técnicas,
controle e confiabilidade. Entre as áreas que se poderiam apontar estão a sociologia e
a psicologia "comportamental” . Ver Jürgen Habermas. “Knowledge and Interest” .
Sociological Theory and Philosophical Analysis. Dorothy Emmet e Alasdair Mac
Intyre (orgs.). New York, Macmilian, 1970, p. 36-54; e Michael W. Apple. "Scien
tific Interests and the Nature of Educational Institutions” . Curriculum Theorizing:
The Reconceptualists. William Pinar (org.). Berkeley, McCutchan, 1975, p. 120-30.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 223
Alguns contra-exemplos
(72) Lewis A. Dexter. “On the Politics and Sociology of Stupidity in Our
Society” . The Other Side. Howard S. Becker (org.). New York, Free Press, 1964,
p. 37-49.
(73) Jules Henry. Culture Against Man. New York, Random House, 1963; e
Philip Jackson. Life in Classrooms. New York, Holt, Rinehart & Winston, 1968. O
conceito de Coffman de “ajustamentos secundários” é muito útil para interpretar
partes do currículo oculto. Goffman, op. cit., p. 189. Algumas alternativas a essas
práticas pedagógicas podem ser encontradas em William Kessen (org.). Childhood in
China. New Haven, Yale University Press, 1975; e Geoff Whitty e Michael Young
(orgs.). Explorations in the Politics o f School Knowledge. Driffield, Nafferton Books,
1976.
226 MICHAEL W. APPLE
(1) Stanley Aronowitz. False Promises. New York, McGraw-Hül, 1973, p. 95.
Grifo de Aronowitz.
230 MICHAEL W. APPLE
(2) Rob Bums. “ West German Intellectuals and Ideology” . New German
Critique, VIII (Spring, 1976), 9-10.
(3) Isto não implica que a melhoria seja necessariamente neutra. Como de
monstrei nesta obra, as possíveis conseqQências políticas, econômicas e éticas de prá-
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 231
u. ,i« gradualistas não deveriam nos deixar otimistas com relação a muitas dessas
4< Imimas.
232 MICHAEL W. APPLE
(7) Ver, por exemplo, Fredric Jameson. Marxism and Form. Princeton Uni
versity Press, 1971; Raymond Williams. Marxism and Literature. New York, Oxford
University Press, 1977; Raymond Williams. The Long Revolution. London, Chatto&
Windus, 1961; e Lucien Goldmann. Towards a Sociology o f the Novel. London,
Tavistock, 1975. Examinei isto mais profundamente em Michael W. Apple. “ Ideo
logy and Form in Curriculum Evaluation” . Qualitative Evaluation. George Willis
(ed.). Berkeley, McCutchan, 1978.
(8) Ver, por exemplo, Michael W. Apple e Jeffrey Lukowsky. "Television and
Cultural Reproduction” . Journal o f Aesthetic Education, noprelo.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 235
(13) Vicente Navarro. Medicine ünder Capitalism. New York, Neale Watson
Academic Publications, 1976, p. 91.
238 MICHAEL W. APPLE
Além da reprodução
(18) Cf. Norman Storer. The Social System o f Science. New York, Holt, Rine
hart & Winston, 1966.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 241
(21) Schroyer, op. cit., p. 248. Ver tambim Hinton, op. cit., e Joshua S.
Horn. Away With All Pests. New York, Monthly Review Press, 1969.
(22) Michael W. Apple. "Justice as a Curriculum Concern”. Multicultural
Education. Carl Grant (ed.). Washington, Association for Supervision and Curri
culum Development, 1977, p. 14-28.
IDEOLOGIA E CURRÍCULO 24.1
(26) Harry Braverman. Labor and Monopoly Capital. New York, Monthly
Review Press, 1975.
(27) Car! Boggs. Gramsci’s Marxism. London, Pluto Press, 1976, em especial
o Capítulo V. Isto nào é apenas um ideal teórico. Podem-se encontrar em Cuba
modelòs desse papel sobre os quais desejamos refletir.
246 MICHAEL W. APPLE
Assembléia Constituinte
a legitimidade recuperada
Raymundo Faoro
★
Alienação e Capitalismo
Laymert Garcia dos Santos
★
Conservadorismo Romântico
origem do totalitarismo
CONSERVADORISMO
ROMANTICO
Roberto Romano
origem do *.**?< l
totalitarismo —K
roberto romano
Desregulagens -
Educação, Planejamento e Tecnologia
como Ferramenta Social
Laymert Garcia
dos Santos