Hermeneutica Contextual - Esdras Costa Bentho
Hermeneutica Contextual - Esdras Costa Bentho
Hermeneutica Contextual - Esdras Costa Bentho
l:IermenêuticaTeóricd................ T9
lntroduçáo. 21
lbrminologia "" 23
l)erivação do Termo...... ...."."' 23
r ) Termoe suasVertentesno NT.......'. " ' '" 25
a) diermeneusen. .......... """ 25
b)methermeneuo......... """"' 26
,í-
I'ropósitoda Hermenêutica
lierlaçáo entreHermenêutica,Exegesee Eisegese.. 27
l)cfiniçáoetimológicade Exegese 27
I rtnções da ExegeseBíblica........ 29
Iikrqueiosà Interpretaçáodas Escrituras... 30
n) BloqueiosHistórico-Culturais..'.. 29
a1
lr) BloqueiosLingüísticos................. J1
?6
r ) BloqueiosTextuais
Versões Bíblicas...... 40
I le'rmenêutícaContextual....... -...
r,rrlcxto dasEscrituras............... 55
qq
I tr.lrrricáo....
lrrrlrrrrtânciado Contexto.." 56
I' ri rl rt.rsque l evam a Eisegese. . 58
l'nnlexto Inícial 63
e Regras para Interpretar o Contexto Inicial
I rr'ltrriq:áo 65
i l ,.l rr,rístnos 80
,r,ul rrl o Li teral e Fi gur ado. . B8
Mctáfora.... 90
' r) a'l
Ir) l ìrrrri l e.......
10 H ermenêutica C ontextual
teve uma ocupação exúrae não pode fazer o almoço. Foi aí qurlnras e precisas, com simplicidad€, sem ser simplista.
decidi assumira tarcfa, mostÌandoque também era capazdisso Um tema que chama a atenção pela sua clareza e
Como queria fazer algo notável, resolvi preparar lambém, umi,lrlatividade ,,ContextoInicialdas Esoituras',.O escdtor
é sobrào
sobremesa.Prccwei uma receitaque achei fácil e "máos à obra"11r,,,o lei do conkrto é umo dss primeiros leis que regem a
A sobÌemesaescolhidafoium pudim de leitecondensado.Observetú.,rl,retogcio,,. Náo há dúüdas de que muitas heresiasou falsos
que tinha em casatodosos ingÌedientes necessários-Fizexatam"nh,,,rrl lis-os, surgem de uma interpr€taçáo equivocada das
como a receitaindicavae faltavasomenteassá-lo.Nessemomeltc,l0ro6u, Escïituras_ fora do seu contexto. Algumas pessoas
surgiuum problema,pois a receiiamandavacozinharem "banho,1o"n, 1ur4o,pesadosnas pessoas,por interpTetarerroneamente
maria". Eu náo sabia o que era "banho-maria". Pesquiseien,f 1u*1os das SagradasEscrih[as.
dicionáÍio, telefoneipara pessoasconhecidi,1!.1.ï1"1 dï:.bt
o que era "banho-maria" Arrumei Entendo que cada diÌigente de tgreja, professor de Escola
coloq.u"iá9|itrbltcnïo-inical,
|.ì fcfrente, €nfim, obÍ€iro do senhor, deva conhecerbem
€ cozinhei o pudim em "banho-maria". Dessa maneira p"di,";,il; ,,HeÌmenêutica,,.
ãpresentaro almoço com sucesso.
ar'rìordeste liwo tem também outro publicado sobre o
o que o professorEsdrasfez Íoi usar a ,.hermenêutica., _ o
para ler um bom des€mpenhoem ;;t""f.. lllelmo-assunto:"HermenêuticaFácil e Descomplicada"'
-"- --^
convicçáode que o Senhoro tem usadopara ajudar
l, escnroroesÌeuvÌo - HermeneuïlcàUoniextual_ o lexlL r Tenho
em seu contexto' tem apÌicado t:: obreiros que queiram €siar cada vez mais aptos para
;Ï;"]ái'ï*l
pesquisa, como obj"ti,roa" -fi;ïd; o corpode cdsto'
Jutì.ãJ" . o*'.
sagrado queÌia dizer. Nessas "nr"na".
pesquisasdescobriu que "*rti;"utt'câr
algunr
pr e g adores, por não usa re m b e m a " He rme n ê u t ic a " JoelMontanha
acrescentavamcoisasao texto, deixando de descobrir mensagenl I)iretor Administrativoda FaculdadeTeológicaRefidim
interessantese edificantes.
Por esta razâo, com naturalidade sempre acornpanhada di
sabedoriado alto,nasceua idéia de escreverum livro que ajudasst
as pessoasque têm desejo de entender cada vez melhor ar
SagradasEscrituras.Muito do que está escrito é fruto de longar
pesquisas.
Há definições que ficavam incertas na mente do escritor
por muitos meses,mas, enquanto orava, ou mesmo em momentr
de meditação,ficavam claras e contextuais.
Os itensabordadossão palpitantese deixam clarasas razoa
para usá-los numa boa interpretação.O escritor traz definiçõer
ïr1,trod.@,,ô-
oo Q fuióMllarr.an"Ua
da TeologiaExegética
Bíblica é a disciplina
, *{lk'r*enêutica e a maneira de
aìsregras para interp':tu'.1: Escrituras regras
', rln'|,llìrì objetivo primário é estabelecer
,lrrÉ LtEt orretame"il' S"u verdadeiro
#;**"qtto u iiÀ de entendero
rrìtre t'sÌrccíficas
as Escrituras'
,rlltlu rk) íìrttor ao redigir
de
compreensáo
Bíblica p",Ï:1:t-Ul,ïi^02'
I lcttrrt'rri:utica :' a Hermenêutica é:
,,,:'iiilil;l';"b;-;;iãn'iu isto é'
está fundada em fatos concretos'
t oltietitsa,pois
,réìrl*rrlr,lríttlica. .
. ,,
constituída de conceitos' 1t-tízose
{ Ilucionsl' pois é
e imagens'
iirrlfrlil',.(' lìiìo por sensaçôes
processo'
abordar um fato'
( Atttrlítica'pois em virtude'de o todo'e1 Partes
,1" irrteri;;;#" ;fa jlc3mnóe que a
erlunr.;1, si' lsto quer dizer
entre
,uprlltt'ltlt"' t ' em partes a fim de
'ututionátias
um texto' disseca-o
,ìo
',r.i,,.i,tltr,t itnalisar
,F n l r rrl l ' ,r' l ' r t t lr npr eendido'
Patrística;
é tanto descrtüua quanto prescrítiua. Como descritiua explica
que é o texto (seusignificado),enquanto prescritiua,determina qu 4 ) Medieval;
deve ser o nosso comportamento mediante a interpretaçã l, ) Reforma e ortodoxo;
fornecida - o que deve ser feito.
Í rì Moderno;
Deste modo, a Hermenêuticapropõe-se a postular métodr
válidos de interpretação.Um método é todo processo racion ' t) Contemporâneo.
usado para se chegar a determinadas conclusões válidas. Er
Hermenêutica se rcfere às regrasou técnicas usadas para chegi
ao conhecimentodo significadooriginal do texto. I t,aM,Not.oate
o primeiro
resisko
doteÌmo
enquanto
ríturo_de
umrivroroiililï;ll ï:ïï:ï:1ïj:"":ffïï::ïj[ïï:: ,.ïffüi:ï
obra de J.C. Danhauer, publicada em 1654 sob o titufirtr;plrtn,,,r( ) u- g".ui,,, e o vócábulo hor.oá,istó é, ,,interpretar,
Hermeneuticosocre sirDe methodus Exponendarum sacro116,1151111161 , (otúar',,. Um hermeneuta, segundo o étimo, é um
litterorum.Após a obra de Danhauer,o termo como metodologxlllryygliorr tradutorde qualquerporçáo literána,quer sacra ou
da interpretaçáo. foi usado frequenlementepara distinguir-seq{ãfÍhr
comentádorealdo textobíblico{exegese), principalment€entreI
teólogosalemães. No que concemeaos seusperíodoshistóric{..
podemos afirmar que ã HermenêuticaBíblica passou po, ,,,lllllulç'lt' no'rERMo
períodosdistintos: íl tr,rrír qrego ,,hermelos,', referia-se originalmente ao
1)_pré_Cristão: ,áilÍdntts rl,r oráculo de Delfos, que era responsávelpela
i|'llffl'Íhì"ir, rkrs desejosdos deusesaos seusconsulentes'
2)- CristãoPrimitivo;
rt lai.dll,rirÌ l' 1 lr). t)icionánoInternacÌonol
de Teologio
do AntigoTestomento,
'
LRichãÌdE'PAu!€ì,Hernaéulr?o,osabeÍdaFìosoÍia,1969'p'44.Palmertoiorìenh..i|t||:r.|l|||'ll'|||!,sgregosParahermenêuticaúo|
pelosaêsmaiorerteóricosh€mÌenêuticosde noslo te
íalnstitutJürHermerteutìk,naUniveÍsidad€deZurique,porHans-c€orgGad.Í€'taRFH|rlrn,l,.rr,.n,rl,isde1Co12.10iLc24.27e1Co7.77.
em Heidelberg, e Martin Heiclegger
24 H ermenêutica C o nt ext u al O texto em seu contexto 25
metherm eneu õ (pe0eppqveúor) A I fcrmenêutica precede a Exegese.Esta por sua vez, vale-se
troduzir, trodução, quer dizeì, signífica regrase métodos hermenêuticosem suas conclusões
,llf, pt'ltrt:ípios,
= invcsliÍlações.Exegese'é.tanto narração, explicaçõo, quanto
A traduçãoé uma forma especialdo processobási,rllfllfÌÍí(rçdo o sentidoliteraldo termo confunde-se com o
interpretativo
ìe tornu, .o11pr""nríulì.r".r"-ãr-"-"Ãr-..ãi.t 'lr1|U*' "h€menêutica",de sorteque, às vezes,usa-seos dois
o que é estrangeiro,
estranhoou ininteiiq;;i ï;;"fi;j""içmo. $irÌìultaneamente. Exegeseé a aplicaçáodos princípios
pala chegara um entendimento corretosobreo
ìraàutoré utn-rn"áiudo. ïì.aï.: nmlétrticos
torna-nosconscienres ".tr"
do fato de "- a f,r*". "ì*.'ï
que -rìáá ri.ìrã .*ìrïïïi ,*, estudodo s€ntidoliteral do texto. Refere-sea idéia de
F"
visáoenglobantedo a quáio tJá;i;; À"";;; "-' ,;;.,i",i p r tntcn,t"t" "stá derivandoo s€u€ntendimentodo textoemvez
mesmoquandotradu, -unao, "'" """''"" dl-lfuttt,Í) textoo seuentendimento. Enquantoa Herm€nêutica
i"di;ã;;*
"*pr"rrá". t t tut'n (liÌ a exegese
interpretação' é a prática
os Evangelistas por diversas;"r"; ,"."- tradutores0,,
expressõesestranhasaos seus destinatários.A transliteracit
aramaicaTalitho,K?y^ signifìca.(quer dizer.ou traduz-sr,l ãFãere é a aplícaçõo dos príncípios hermenêuticos para
Menininha,leuanta(Mc s.41).Emanuel,significaDeusconosrl $€at ü um entendímento correto sobre o texto. E o
(Mt 1.23), Gólgofa.significacaueir,e(Mt rs.2zL Messio"s, qrrq Ël*gdÍt do sentido líteral do texto.
dizer,cristo (Jo 1.41)ou Rabi,Mesfre(v.3g),e aisim por cÌianr{
O lermo e formado pela aposição do final "sis (or(l'rÍrtt'\1,ìmentáriosdevem ser o efeito de uma preocupação
expressivode açáo, ao tema verbal composto "ek+ h eqéom;i. 'dllttt'ltsÌicae pastoralmais do que técnicae documental.Tànto
(Éx + rjyl opcr), tiro, extroio,conduzo paro fora'. A Exelese ë ,. I lpttttt'nêuticaquanto a Exegese,deve ser um instrumentoque
extraçáodos pensamentosque assistiamao escrilor 6o ."6io1 'rtÏhlr,l o homem a Deus.
determinadodocumento.
Em João 1.18.encontramosum termo derivadode aege*l
t (ôls oa HenurxÉLmceE DA ExEcEsEBiBucA
queé kaduzidopor "revelou"- o vocábtloek^gesato (iqrìy,ioarol "
"eksesésato'
A expressão é termodecunhotecnico
0u,,,,,*,,.
f,,,'fi!f;,f';:tïiËïï:jj|ffllïï;tto**o*' "-
indicarum expositor
Na ARA é rraduzido por ,revelou,,, na. ARc por ," ,,,l,,çn
rÍ,.,"uï,ïí,ï1:Í;::;ïï1 :otextodentrodeseuambiente
conhecer".na Vulgata"ipseenorrauit. "aqueleque expõe err '''-''
pormenor". EsseteÌmo ao que parece,designanáo o indivídu( t Expt cot o verdadeirosentido do texto, em todas as
mas a funçáoexercida po| ele - orouto,proclomodor,reuelodor.{l ,limnlf)r.r lxnsíveis(autor,audiéncia,condiçóessociaise religiosas,
ebe-gescdoconfunde-se com o hermeneuta- arautoou proclamad(tll,,l,
oficial.Dessaforma.o Logosaparececomo o principal intéïDrcl
-."-'.,;":l í Tornot a mensagemdas Escrituras lntellgíoel ao
de Deuspai,pois,puruoigr"gà., os€; - --.'-eram os Ìnt"Qt""l
f'sege.'l
e expositoresoficiais. h;!m tt*lutno'
6
João descreveudois exegetasno versículodezesscte: Moist,i t Conduzír-nos a Cristo
expositorda Lei no Monte Sinai, e Jesus,exegeta da i.trraça e,l1
verdade.Assim é descritoa superioridadedo irúérprete"da graça e rl1
verdade"sobre o da "Lei". Pois através do interprete do 5inai, *frlgttos à lNrenpnnrlÇÃo DAs EscnrrulAs
"graça e a verdade" ficaram obscuras, mas através de Cristr,
A tareln rl.r Hermenêuticae da Exegesenão é nada fácil.
"graça e a verdade" se manifestaramaos homens, pois Ele, ",1 t*ãd*t erlrlur'rrì se propõe a interpretar as Escrituras,encontra
ver à a àeiraluz que vinàa ao mu n à o , í lu min a a L o à o o hornr,ttt' . * ltiurprcios a uma compreensãoespontâneado significado
( v.9 ) . _
iffltivn rl.r nÌ('Ììsagem.Pede a boa ordem do raciocínio que
O termo usado sugereque a finalidadeda Hermenêutic,rl Ê f r$ , ru í ì i) l() l ) i c o a n t e r i o r m o v e n d o - n o s n a s i m p l i c a ç õ e s
da Exegeseé muito mais do que interpretação.sua t'inalíclatr*'lfilãFipttalqrl,r lrcrnrenêuticae da exegese.Quando o intérprete
guiar-nosa uma compreensaoadequadade Deus atrauésde crì,,t,l ,!ilFiêã Éirf tlrtr',,rttle traduzir o texto bíblico,ele ínevitavelmente
a Pala ura E ncarnado. A inter p re t a ç ã o d o s t e x t o s v e t e r()l
,rl|
ilrti.;:le=
'' '['rrr'ltli ÌÌ't.,s
sobre a teOriahermenêUtiCae SUarelaçáOCOma teOlOgiae
Gramóhca Exegeticado GregoN eoj lësfnnrcrto, 19g9, p 2rr
cf . w.D. cruqvenmern. :tÉir,a=iril,lirrr, r,r'rrlomesmoautor,HermenêutícaFacíleDescomplicado,CPAD.
O texto em seu contexto 31
30 H ermenêuti ca C o ntextual
A Língua Grega
-l
t oCtoËNr,qrb
-ónr I
ENTAIS
l-,.çlqr_4.õ.Atüúo*.U,ip_f
fiNtco
ïbstamento foi todo escrito na língua grega, com exceção
tkr Ëvangelhode Mateus,escritoem aramaico que. por
frri traduzido para o grego coinê. O alfabeto grego consta
E qrtiìlroletras:a primeiraé"alfa"(A) e a última"ômega"(O)
SETENTRIONAIS
: - -:Ï::':'"''
i ç4r4ryP!
l ffegn rl,rs Escriturasneotestamentáriasé denominado grego
II (tt colnê, isto é, comum. Não era uma língua sagrada
,ìr) contrário, uma línguafaladapor qualquerpessoa.
Ir-,1,
L
krt'trurrsc uma língua universalprincipalmentedepois das
\ N] I G O ( r \ NANt , t r I
[ *i]ãriotcó
I rlcrAlcxandreMagno (c. 330 a.C ).
r r. s l u r l , r n t ed e v e s e m p r e t e r e m m e n t e q u e o N o v o
tfl É r'qt'ritoem grego,mas com mentalidadesemíta ou
N, r r rl r , r s l aa p e n a sc o n h e c e ra l í n g u a d e H o m e r o p a r a
7 EstêvãoBerrExcouRr',
ParaEntendero Antígo'festamento.1990.
p.47
34
H ermen ê utic a C on t extu ol
O texto em seu contexto 3_5
='-
k r p , =, , i r r , r ,r ,r ,,,r ,s o q u e se d e ve r i a se r .e scr i toa Ì) e Ì.ìa su n ìa ve z.
I t ; i t 'l 'i r ', , 'r , ', 1 , 1 1 1 1 1 i 1 1 1 ;i l e tr - a d a p a l a vr a a n te r i o r co n r a p r i n r e i r a r l o te r n r 6 se q u i r r te .
36 H ermenêutíca Contextual O texto em seu contexto
afirma que "alguns manuscrifosonfigos omitem g-20 luhclarrrcrrtadono aspectofenomenológicoou naiural das coisas.
os uersícuros
outros manuscrítosapresentam
finais diferentes do euangerhodr ftlêt r.|r)que na consistênciacientíficaou lingüística,visto que
Marcos"12'Estes e muitos outros postos em
colchetes não sr ÈFa o lradutor, um "peixe grande ou enorme", enquadrava-se
encontram nos melhores manuscritos segundo
vários crític.r ffitlltur rurdescriçãode uma "baleia" do que em outro ser marinho
te xtuais, mas foram adotado s p o r A rme id a (1 6 8 1 ).
Na A R(' Slqtrt,r. ( ) próprio termo, no grego kétous,significa,, grandepeixe,.
encontramosdiversaspalavrasem itálico que 4r "f tt, ttrclromarinho" e não baleia.pelo que a tradução da ARA é
não se encontrarrì
no texto hebraico ou grego, ma s q u e f o ra m
a d o t a d o s n e rrx tffiF r oncta.
tradutorespara que o texto tivessesentido ii.
llebraico
Versões- abismotextual y''nt,lìr YHWH dâg gâdhôl " . . . e nI Õ n a se n t ê k o i l i a t o u
NT_AT
atuais das Escrituras ' 'ellr-Yônrah
waig"hibirn'ey kêtoustreishèrnerakai treis
rl r'lirshâhyârnimLrsh.lôshâh núnktas..."
1u t rjgt'o/ìt,s ot. i g i tto ì.s
pettl i dos (.ópi u.t Atì c
n I u n il,\'( l. I I u,t ; l c.\ I o
.\'Iu.s,sot'é t i t.o, lJ i :u tt t ì tt o. çorìro.lonasestevetrês '" Porqueassir.n cotlo esteveJonas
Oc'i tle n t a I c ..lI c-xuntlr i tt t t € tl'r1r'
rroitesno venÍretlrt três dias e três noitesno ventretlo
grundc peixe.."
um outro exemplopode ser encontradoem Mateus
12.4(
Na ARC diz que " como Jonasesteue três diase três
noites,
uentreda baleía...",enquantoa ARA traduz por "
no uentret tetrrrr)[Jregoagápe, que é traduzido pela ARC como
g r a n d e peixe". A s duas tra d u ç o e s
c o mp a ra d a s p a re c (, , cãrrÌr outro exemplode como a críticatextualpode ajudar
contradizerem-se. Jonas esteveno ventre de um mamífero oLl I lfrtr, ,r transporos abismoscomuns à exegese.Em 1Co
ventre de um grande peixe? o texto originar
hebr:aicoem Jorr, llì{r ,rl).ìrece nove vezes.sempretraduzidopela ARC como
I.,7 7 , é "dôg gâdolh", literalme n t e" p e ix e
e n o rme , , . e u a . , l l€ , rr, rr )r e p r e s e n t a n d oo s e n t i d o d o v o c á b u l o o r i g i n a l ,
Al m e id atra d u zi uo te rmo p or "bar eia",f ez pr ovaver mer r ,,
Itrr;rAlÌA, nestecaso,concilia-secom o sentido.oo,..,* do
ll' n rfrrz r r r r l o -poo r a m o r ,
Í t r l{r('o leitorcompreendatratar-sede trêsbreves
e fáceis
r. i't rlrris,rde ilustraçãode alguns aspectosdo labor da
Fl+lrrrrlN,r, desejamosser simplistasquanto as implicaçoes
ll*rrrErlrs lrroblemaselencados.mas a complexidadeclo
) Cf o Prefácio argüi-losacuradamentenessebreveesboço
f1flr'rr', lr('r'rÌ'ìite
da ARC [1995].p.5
38 H ermenê utic a C o nt ext ual O texto em seu contexto
Embora redundante,creio ser necessáriosublinhar que carlr tlrclciáveis, o sentidoprimário do texto sagradoé entreguena
tradução ou versão das Escrituras, quer sejam protestantes .q evangelísticae pastoral, tal qual pretendido pelo Espírito da
não, dão à estampa de que usam os manuscritosmais antigos ação escriturística.
I
mais corretos ("uetusfussimissimul et emendafissímís"),upn.,,;
de que diferem em muitos aspectostextuais um dos outros p(,| easosconflitantespelo uso de fontesmanuscritasdistintas
seguirem manuscritosdistintos.o exegeta,cônscio desta barreì,
quir lMar cos9 .24, náo dev e di m i nui r a c r edi bi l i dadena
fará uso das diversasversões,além de se exercitar por adqurr tir:idadedas Escrituras.os que seguemo TextoMajoritário
cadavez mais períciatanto nas línguasbíblicasquanto ãos câno, J), por exemplo,criticam os que usam o Texto Crítico.
que regem a crítica textual. nente porque estenão inclui o vocativo "Senhor,'no texto.
raAcrescentando
os manuscrito-sunciais,minúsculos.lecionários.paDirose o rrr,
temosapenaspara o Nl. maÌsde 5.000 manuscritos, u.r".ï"nt*àããr^du vut,,,,,.
outrasversões,perfazem maÌsde 24.000manuscritos. comparaáoa lla-ã, aL rì.,,,,,
as Fscriru.ias
são maisàoníiáveispeìoresrennr,l
1ï:,Ì',jï:'^1ry:.T9^4311,lscrftos.
textuaÌ do que qualquer.or-rtro
ntanuscritoantigo
4\
O texto em seu contexto
40 H ermenêutica C ontextual
44 H ermenêutíca C ontextual
necessanocomo
com tantasversõescirculandonâo ê.apenas
familiar\zecom as terminologias
correspondênciaformal; prosa em parógraÍos e a poesia em ïi""tf""l que o leitor se
Poucos notas tertuaís e explicatíuas.
"rsdo assuntoem apreçoe procureadquirir conhecimeTg,9-"
e das que foram omitidas'
urÌìa das versões aqui apresántadas
6- Santuórto.
Reproduçaoe adaptaçõoda traduçõo t'eíta pelos capuchínhos de
Portugala partír dos originais,possui correspondênciaformal e os textos :lc:toonTneouçeo, Rewseo E EsrtLísrlcA
em prosa estõoem parágrafose a poesia em üersos' (Ìrnfira cada um dos textos destacadosnas diferentes
versoes
deAlgumas
Frontispício Blblicas
Vers0es
SociedadeBíblicaTrinitarianado Brasil
EdiçãoCorrigidae Revisada
Fiel ao Texto
lmPrensaBíblicaBrasileira
VersãoRevisadada TraduçãodeJoãoFerreirade Almeida
DeacordocomosMelhoresTextosem Hebraicoe Grego
0diçõesPaulinase EdiçõesLoYola
A BíbliaTEB
como Antigoe o NovoTestame ntotraduzidosdostextosoriginaishebraicoe grolll
com introduções,notasessenciaisc glossários
novaediçâorevistae corrigida a exPressáo:"xôl xô"?
,'illrrifica
Jeremiss 48.71.a
ARC -
TRI
BLH -
mais clara?:
tracluçáo/versáo
TEB .
JER -
maisclara?:
Qual a traduçáo/versão
Zacarías 9. 15
ARC-.
TRT
49
O texto em seu contexto
48 H ermenêutica Contextual
maisclara?:
Qual a traduçáo/versáo
Exodo 72.4
ARC-
"requeolarurnhomem"?:
significaa expressáo'.
TRI -
VR mais clara
a traduçáo/versáo
BLH -
TEB - 7. 72b
Gorn a5
JER - t ...e caeíiqarei os homeno que 6e embruíecem
ào vinho".
NVI -
maisclara?:
Qual a traduçáo/versão
Jeremias 31.22
ARC-:
TRI
Ê.RÈÈ.ST
{ sg
N .d) õ "- s
50 H errnenêutí c a C o n t extu al
ËuÈ ì \R
sS
R ËÈ ''+È St
Ès s l
ËFRà ËÈ[ $*
v^ .? n
úÈ.È ";
"=
'ìY a rÈ
su È P*
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È È ES $x ü ,ÈË €l
O que significa a expressáo'."embru*tcer com as fezee ào vinho"
: È€" s * È+ E g F È
\,Ë 5 o- R € $*È -l
^È;i È'È s È N
È üÈ t"
sË'R iÊÈÈ ËèË ËÈ *'$ Ë F
ÈÈÈËË
ÈÃ Ë-'$ ÈÈ Ë ì^oÈ v%s
ScúPx
. Ë.ì õ
\.i ' $ È
- È. È. iR
:*, ;.i.:
mais clara?:
Qual a traduçáo/versáo ì
Ë,Ë ÈÌ
r.ËÈ,
'ËË: I i(.ì:
L
ÈÈÈlË
sÈëÈ
Ès X ËÈ È ì
,ã$ Ë ËË
x s*ì ã rì
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È rìs \J :f
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Ë €sF $
* ËÈF È
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Prouérbíos 28.25b A!P'F
Ès.3
'È rtt h rX H õ < È**
ARC - " ...ma6 o que confia no Senhor er17oràará" .<3 úo ìJ'ì aIvv
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reAbreviaçóes: 1,,
AFC- AlmeidaRevistae Conigida;ÁBA - AlmeidaRevistae Ah-raliz,r, \ èì€s ?
TRI - Trinitariana;VB - VersáoRevisada;BLH - Bíblia na Linguagemde Hoje: l'l ll 'gE€ s ï
Traduçáo EcumênicaBrasileira;JER - Bíblia de Jerusalém;NVI - Nova Ver"''"
Internacional.
52 H ermenêutícs C ontextual
ENêUTrcA
HERH EXTIIAL
CONT
t i:nrr,:A,FY Fr,'.i't
/DC/Es,rtt.,.Burco. tc,'
DASEÍ,CRITUP.AS
O CONTÊNO
o
o
que regem a
dú tni do contextoé uma das primeirasleis
Muitas interpretaçõeserrôneastêm sua origem na
terpretaÇáo.
rnsideraçáodessa norma tão óbvia.
A IMPORTÂNCIA
D O CONTEXTO
b ) Os pensamentos normalmente sõo expressos por
um dos reconhecidosproblemashermenêuticossão os chamackr, de palaurss ou de frases.
textos de "prova". Sáo textos isolados do contexto e usados p<,r
determinados intérpretespara aquilatar certasasseveraçõesteológiàa,, O sentido de uma palavra (unidade) pode ser captada de
dogmáücasou culturais.Textos de prova, segundo a hermenêutit,r o com a frase (conjunto), pois o termo e a frase estáo
os dando entendimentoum ao outro. da palavra à frase
contextual,é secundáriopara a validação de uma interpretaçã.
simplesmenteporque erra ao desconsideraro contexto. unidades formando um conjunto) e da frase à palawa (o
nto limitando, aí o sentido da palavra).
6) Quando está comprometído com um sistema tnl o método alegórico de interpretaçãoé um dos mais usados
ídeología: (Ìssesinterpretantes. Desprezam o significado comum
e
nário das palavras e especulam sobre o sentido místico ou
Náo são poucos os obstáculosque o exegetaencontraquan,l,r
trirlicode cada uma delas, além é, claro,de ignorar a intenção
a interpretaçãodas Escriturasafeta os cânones do sistema t, ,
cï',rl,inserindo no texto todo tipo de extravagânciaou fantasia.
tradições de sua denominaçáo. Por outro lado, até mesmo ,rl
ímpias religiõesencontram justificativasbíblicas para ratific.rr,re ( ) irrtérpreteque usa métodos tais como
o alegórico,tende a
suasheresias.Kardeccitavaa Bíblia para defendera reencâÍoâr,rrrl lirr os demais métodos válidos de interpretação, e a única
Muitos outros movimentossectarístas torcem as Escrituras.Utilr,.,rr Itrterpretativaque concebe são aquelesque procedem de sua
as Escrituraspara apologeticara favor de um sistemaou ideolo,lr;i. i,r imaginaçáofolclórica.
pode passarde uma eisegesepara uma heresiaaplicada. IÌ,l,rr
menos três razões podem ser apresentadaspara explicar (,,,',iì
atitude imprudente do intérprete:
62 H ermenêuti c a C o ntextu al
TEnocRftrco- MT1.19-2s
r iA' t' ^ ì.t^ g sr tI()N L r 6-2J
t't'}.*tt' christ
' i:ïs
L8^Toô ôè '1z7ooü ,Xptoroitb i1 yév<otss orjrus úv. LLvrÌ-
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dèÀutv oúrqv ò<tyltaríoat, èpouÀr1?al Àri?pa àn"ÀDoo" àúl
rr1v.. 2.O zaúra èìè aúroì èv0.upn?év.oe iõoò'ãyyeÀoe xupíov
xar' õvap ègáva aJr<ìt-Àé7,-í, ,Iaoì1g ;iá: À;"1;,'"i;
-Mopío,
trapc-Ào,pe,ïv
!"Êl!n1
o!T! .rì1, yurlt*u uou. To yap
',u. T € ,vvn a ,e y e x n ve ú p u r ó ç èorw áyíou. Zt réferar
o e ú L o v, Ka L Ka Ae o ÉL + r ò ,Inooõv.
.õ vo p a - a ir oô o.i ròs yàp
otío<t, ròv À.oòv aIroô d"nò rôtv ó-praprrrìr, Ljrau.
ZZ Togro
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.yéyove, frlTèv r|nò rct,píou 6tà
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.- 26 ë- ç oõ ër <x ev v i .óv | .
xa i é xcíÀeoev rò õvopa ,Inooôv .
aJr oõ
Exemplo:
um outro exemprobastantecomum O sentído conotatíuo pode apresentar-se também como
entre os estudantesdir,, um símbolo,figura, tipo, ou até mesmo abrangendo termos
Escriturassão os diversossentidosdo
termo mundo. cgracterísÍícos da cultura semíta, e geralmente os termos
a) Em Jo 3.16 o termo (rcóopoç) não correspondem àqueles regústrados nos dícíonáríos.
representaa humqnidade:
b) Em 7 Jo 2.rs-7g somos admoestados
a não amar ao mund,
neste caso, o sistema reberadoe
organizadocontra Deus (Tg 4.4); A palawa adquire sentido figurado dentro do texto, na medida
c) Em Jo 1.9,10,é dito que Jesus que é relacionada a outras palavras.
criou o mundo,no sentici.
de terra, mundo habitado únir,,erso.
"
Fica claro que os termos são os
mesmos códigos ringüístìcrr Deoe-se cuídar príncípalmente quando o qutor uss
(palavras)mais com significados
distintos,este que é determinacr, uma figura de estílo, taís como o símile, a metófora,
pelo contexto. oqfemismo ou outra qualquer.
Exemplo:
Exemplo: Exemplo:
"Moabe é a minha bacia de lauarl sobreEdon lgnggt_as_mtnhg 7) Hebraísmo de posse e Poder:
sandólias"(Sl108.9); "Dizendo, pois, o remidor aBoaz: Compra,u
para ti, descalçouo sapato"(Rt 4.8 - grifo nosso). Sobre Edorn lançareía ntinhasartdólia.sobrea terra
o meu tritutt'o"(S/ 108.9:60 8 cf Gn 14.23).
/i/isferrscontareí
Textoscomo essesrequerem um conhecimento da cultura d;r Nessetexto "/onçaro sandalia"refere-seao ato de tomar posse
época. Isto quer dizer, que para que haja uma compreensão a lg u nr ac o i s o o u d o m í n a r s o b r e o / g o . A l u z c l e R u t e 4 . 7 . 8
adequada das Escrituras é imprescindível uma compenetração c endemosque o ato de descalçaros sapatosfaziaparte das
empatia com a cultura hebraica. Os hagiógrafos registraram nas ilarrsaçoescomerciaisda época. indicando o direito legal sobre
Escrituras os matizes culturais e formas próprias de expressão lguma coisa. Quando o ren.iidot'.t-tãodeselavaadquirir aquilo
semíta, que causa-nos, à primeira vista, estranheza.São frases qtte estivesse em permuta.dava o direitoaO pareÌìteque esttvesse
recheadasde figuras selváticase campestres,todas retiradas dir niì vez. apos ele. O ato era oficializadoquanclotl retnidor tirava
observação do ambiente que cercava os escritoressacros. O sapato e entregavaao paretrtemais proxitllçl Isto era símbolo
t 1 eq u e e l e e s t a v a p a s s a n d p a o u t r e m o d i r e i t s s g b r e a q u e l a
Se na cultura ocidentalhodierna,chamar a outros de "jumento'
p ro p rie d a d e( v e i aD t 2 5 . 5 - 1 1 s o b r ea l e i d o l e v i r a t o )
ou de "gazela" ofende ao gosto estético, e por vezes moral, não
era o mesmo na cultura hebréiadaquelesdias. Issacarfoichamado A le n r cl i S s Od.e v e r l o s a c r e s c e r r t aqr u e o Ì ) e Ì ) a ì a o s a n t t g o s
de "ju mento de fortes ossos " , Na f t a li u ma " g a z e la s o lt a " o e r i v a - s ed o
i h u b rn r' ,et r a s í n t b o l od e p o c l e r( S l 3 6 . 1 1 ) .O s í t t t b 1 l l d
ÏPoNnFÍcrACovrssÂoBÍeÌ-rcn, Â a t o d o v e nc e d o rc c l l o c a o r pé ria nucado vettcicìrr
A lnterpretaçaoda Bíblía no lgreja, 7994, p. 96 I
-.-
82 H ermenêutica C ontextual O texto em seu contexto 83
"Chegai,ponde o pé sobre o pescoçodestesreís.E chegarame trazendo alegria a seus donos, enquanto o rebanho magro, a
puseramos pés sobreos pescoços deles."(Js10.24;Sl 110.1). e infortúnio. Desde então, os judeus, nada afeitos a termos
Em Mateus 78.29 o súdito prostra-seaos pés de seu senhor, ativos, preferiam falar sobre a suficiência e prosperidade,
demonstrandoa sua dependênciae autoridadedo senhorsobre lizando-se de imagens como "gordura", "vacas gordas" e
ele (Mc 5.22). Desdeentão,para o judeu, "colocaralgumacoisa nos" (gordurado interiordos ossos).
aos pés de alguém"significa
submetê-laao seu poder: A bênção de Isaque sobre seu filho incluía a "gordura da
"Deste-lhedomínio ", conotativamente representandoas "riquezase prosperidades
as da produtividade agrícola":
sobreos obrosda tua mao
e sob seuspés tudo lhe puseste" (Sl 8.6). 'Assim, pois, Deuste dê do orualhodo céu,
É com essacompenetraçáoculturalque devemosentenderos da gordura da terra,
hebraísmos cristológicos de 7 Co 75.25-27,Ef I.22, Hb 2.8, e a e da abundônciade trigo e de mosto"(Gn 27 '28 ECA),
p r o m essa cri stã d e R m 7 6 .20. Além disso, o pé tam bém
representava a posse:'Todoo lugar que pisara planta do uossope Na traduçáo,a ARA omiteo hebraísmo"da gordurada terra",
ser<Íuosso"(Dl11.24). Daí, "lançara sandália",é uma extensãodo uzindo por "exuberânciada terra". Conquanto,a seu outro
hebraísmo"pé" queconotavao poder e domíniosobreargumacoisa. Isaque diz:
"Eis que tua habitaçao seró longe das gorduras da terra e sem
Exemplo: ho doscétts" (u.39 ARC).
2) Hebraísmo defelícidsde e suficiência: A ARA traduz por "longe dos lugaresférteis da terra seró a
"A mínhaalmasefarta,comode tutanoe de gordura; habítaçao".
e a minha bocate louuacom alegreslóbíos' (Sl 63.5). A prosperidade incluiaa prosperidade
sobreIsraelrestaurado
A escolhadessetexto,justifica-seporqueele descrevedois riquezados sacerdotes:"saciareide gordura a alma dos
aspectosdo mesmohebraísmo:suficiênciae sentimento.Já em "(Jr 31.14 ECA), o que quer dizer,que os sacerdotes
G ê n e se s4 1 a p re n d e mo sq u e as vacas gor das r epr esentam o uma vida prósperae afortunada.
prosperidade,suficiência, abundânciae, conseqüentemente. a No que diz respeito ao aspectosentimental é que a gordura
felicidade(vs.26,29),enquantoas magras,necessidade, escassez, considerada pelos iudeus, a sede dos sentimentos por estar
fome e tristeza(vs.27,30). relacionadacom aSentranhas,enquanto o sangue,
lntrinsecamente
Imagenscomo essaera freqüenteno crescentefértir. Nos COma sede da vida. Daí, usar-sequase sempre no cerimonialismo
períodosáureos,o gado sempregordo,refletiaa prosperidadeda levítico,a junção enlre sangue e gordura. Enquanto o sangue
84 H ermenêutíca C ontextusl O texto em seu contexto
representaa expiação,a gordura uma celebraçãopelas riquezas "Coroas o ano da tua bondade,
ministradasao ofertante. os fuos pegadas destilam fartura"
Em Gênesis 4.4 a gordura é separada para ser oferecida
para a Divindade.A gordura por certo,representavaos momentos
Nessestextos "gordura" significa "fartura" e as "alegrias"
indas da prosperidade.
festivose alegresvividos pelo ofertante (Ex 23.18).
poética hebraica, chama-separalelismo antitético, pois a primeira "Quem ama a sua uida,perdê-la-ó;e quem nestemundo odeía
Ìinha poética entra em franca oposiçãocom a segunda.O segundo guauida,guarda-la ó para a uida eterna" (Jo 72.25)'
verso faz agudo contrastecom o primeiro.
Bettencourt assinalaque essaantítese:" amar-odior" significa
"O filho sabio alegraró a seu paí, desregradamentee coíbir deuidamenfeas tendênciasda
a, podendo a coibiçáo ou renúncia levar até à morte do
mas o homem irsenúa dqtraa a sia mõe" (Pu 15.20). "a
ref.ercao jumento selvagem ('arôd) que era veroz e fogoso, Naftali goza de fauores
mas
sim, hamôr' que era o asno macho que por sua força e submissão
e, cheío da bênçao do Senhor,
era apreciados para o serviço agrícola 11.
possuird o lago do sul" (Dt 33.23).
Esta metáfora é dicotômica- comparar e profetízar.
Na
comparação a profecia é vinculada e o caráter do indivíduo
serve S eg u n d o J a c ó , N a f t a l i ( h b . l u t a ) c o n q u i s t a r i a g r a n d e s
como basepara ambos.Issacarentão,é comparado a um "jumento extensõesde terra em Canãa, mas a permanênciae liberdadenesses
forte agachado entre duas cargas" (fardoi na ARC e --entreos campos, por vezes, haveria de o expor a muitas escaramuças,o
rebanhos de ouelhas" na ARA). Jacó estava profetizando que que não seria estranho a alguém cujo nascimento foi palco de
os
de sce ndentesde Issacar se s u b me t e ria m a o ju g o c a n a n it a , u ma d is p u t a ( J z 4 . 1 0 ; 5 . 1 8 ) . A e x p r e s s â o " p r o f e r e p a l a u r a s
preferindo viver na quietude da escravidão e formosas" (Gn 49.21) é uma alusáo provável, a elegânciaretórica
u"igJnha, do que
nos conflitos da liberdade através da guerra. epoética de Naftali e a sua tribo epônima (Tiibo de Naftali).
No Antigo Testamentoa velocidade e liberdade das gazelas Esse texto condena a demência e a ignorância do povo em
eram usados como ditos proverbiais: trocar a Deus por falsos deuses (v.11). Nessa metáfora, Deus é a
fonte segurae viva deixado por Israel,que preferiu uma fonte turva
era ligeíro de pés, como gazelaseluagem" (2 Sm 2.18; e insegura.A ingratidão e apostasiade Israel está notavelmente
^ -'Asael
c t 3 . 5 : 9.1 q . caracleúzadapela primeira figura, enquanto sua suficiênciaprópria,
Essaprofecia,mais tarde foi confirmacrapor Moisés ao pela segunda.
descrever que Naftaligozavados favorese das bênçãosde Deus. Culturalmente,uma fonte de águasvivas,principalmentenum
e por isso,desfrutaria
da fertilidadee belezada sua herançana' paíscomo a Palestina,é,de um valor inestÍmável,muitíssimomaior
partessul de Genezaré: do que qualquer poço ou cisterna artificial feita para reter a água
"De Naftqli disse; da chuva, a qual estavaexpostaa romper-se e perder seu conteúdo.
" E aro para que, estando arraígadose Jundamentadosem
Ì r R. P S ue o o(e d .),
O N o u o D i c i o n ó ri o d aB íbl i a7962.p. 156 a mo r, . ."( E f 3 . L 7 ) .
94 H ermenêutíca C ontextual O texto em seu contexto 95
" E, quando se manifestaro sumo pastor,recebereísa peratura do Oriente. Pedro contrasta a coroa perecível dos
imarcescíuel
coroade glória" (1 Pe 5.4). vitoriosos, que representavam apenas uma vitória temporal
Essasduas metáforastem como palco o conhecimentorurar exígua, com o galardão eterno concedido ao crente pelo Pastor
e agrícolados judeus palestinos.paulo aos efésiosrefere_se ntífice.
ao
crentecomo enraizadospara designara firmezae segurança
do
crente- uma figura bem conhecidados judeus e usada várias
Exemplo:
vezespelosprofetas:
" serei para Israelcomo orualho,ere M etófor as r eaís- signifi catíuas
frorescerócomo o rírioe
lançaróossuosraízescomo o cedrodo Líbano,, (Os 14.6). Nos textos cujo estilo é a prosa, geralmente os termos
E m Gá l a ta s1 .4 p a u l o u sa a figur a no sentido oposto, m em seu sentido óbvio e original. Não somos escusados
desarraígar._ A ARC traduz desarraigar por ,,nosliwar,,, a NVI frisar,que isto não significaque o autor deixaráde usartermos
"resgatar". É a traduçãodo termo ËÇéÀaroì(ekselotai). sentido figurado seja captado através da aglutinação de raízes,
o prefixo
ex (eE)significa"tirar,extrairou redimir". o termo è\ayopáÇo os ou radicais,ou mesmo,que um vocábulo deixará de possuir
(eksagorázo) significa"comprarde vorta" (Gl 3.13) a-e' et.,yo E o caso do texto de L Coríntios
imagens reais-significativas.
(ekságo),"levarpara fora, tirar" (Lc 24.50;Jo 10.3).
A preferênciada ARA por desarraigarprovavermenteseja ,,,Nõo uosenganeis:nem impuros, nem idólatras,nem adúlteros,
para manter o sentido ácido e metafóricode arrancar, efeminados, nem sodomitas"
como se
extraísseuma plantajunto com suas raízesda terra, sentido este Os termos "efeminados" e "sodomitas" refletem muito bem
afirmadona TEB. A traduçãoda NVI por "resgatar,,'trazo sentido u s o p ro s a i c o d e v o c á b u l o s q u e s u b j a z e m u m s i g n i f i c a d o
de "compra",que se ref.ere ao costumede cãmprarum escravo otativo devido ao empréstimo destes a situaçõesespecíficas.
do ógoraque era o mercadode escravos(1 pe t.is,tg). Assim, ulo declaraque nenhum efeminado ou sodomita herdaráo reino
a
figura arraigar/desarraigar, é melhor compreendidaquando Deus. ARA e a ARC (v.10) traduz malakoi por efeminado e
c o m p a ra d au ma co m a o u tra - enr aizadosem am or mais okoites por sodomitas.
desarraigado do presenteséculoperverso.
O termo malakoi (proÀcxoì
) descreveroupase tecidosmacios,
A metáforade 1 Pedros.4 é,firmadapelo termo imarcescíuel, que sáo finos,moles e suaves(Mt 11.8;Lc 7.25).De
queé a traduçãodo gregodpropdvrrvov(amarantinon,
do adjetivo Paulonão usa o termo para referir-sea roupas,mas empresta
amarantos),que é traduzidopor irressecóuer, que nõo murcha. do iermo o significadoconotativo a fim de projetar sobre o termo
Literalmentepode ser traduzidopor feitode amaranto.o amaranro
"as pessoasque são macias, suaves ou efeminadas".O termo
era uma espéciede plantaconhecidacomo plantaimortal,pois
não mqlakoi apesar de referir-sea homossexualidade,náo descreve
murchava e não ressecavatão facilmente,apesarda altíssima amente se a posição deste é ativa ou passiva.
96 H ermenêutica C ontextual O texto em seu contexto 9?
os símiles ocorrem com freqüência nas Escrituras,tendo por ;rfirma a união do Verbo com a naturezahumana. enclttantgclue
objetivo ilustrar a idéia do autor, geralmentesão acompanhados lmp lic í t a m e n t e , a f i r m a q u e n o V e r b o e n c a r n a d o h á a l m a r .
de um conectivode comparação.Vejamos: irrteligência,vontade, corpo, real, etc '2.
L
i "Nõo é a minha palaura como fogo, diz o Senhor,
É o qun se segue ou mesmo se deduz do texto sagrado' O
sentido conseqüentese inferemediantea dedução lógicado texto.
Ballarini cita cotno exemploAtos 12.1: " Por aquele tempa,
ll e como martelo que esmiúçaa penha?,,(Jr 25.29):
mandou o rei Herodes prender alguns da lgreia para os
't,il
ll
e tu não quiseste!"(Mt 2S.ST);
narrativa do iexto citado, é. Herodes Agripa I, entendemos
conseqüentemente qge "HerodesAgripaI, matouTiago irmáo de João'.
ill
il
"Sou semelhanteò coruja do deserto,
como uma coruja entre cs ruínos. e) Precísíuo
Velo,e sou como o pardal solitóriono telhado.',(St 702.6-7). Ballarini afirma que o sentido precisivo:
l ,,É
o procedimento literário em que o hagiografo se exprime de
,i l
i "Logo que saiu da ógua uiu os céus abertos,
e o Espíritoquel como pomba, desciasobre ele.,, (Mc 1.10.
Mt 3.16; Lc 3.22; Jo. 1.32)
moclo conciso, resumido. E a expressão de uma só parte de um
conjunto, prescindindo do restante, por exemplo, quando Jesus diz
qLte o Espírito Santo procede do Pai, prescinde do fato de que o
i EspíritoSanto procede também do Filho (Jo 15.26; 16.7). O sentido
precisivo ajuda a resolver algumas questÓesde orden-raparentemente
i Retornando as diversasformas de sentido devemos analisar
contraditória: Mateus 20.29-34 cita dois cegos, enquanto Marcos
ainda o implícito,conseqüentee o precisivo. r'j'
70 46 e Lucas 18.35-43 nlenciotla apeÌ-ìasunl"
a I
O texto em seu contexto 101
100 H ermen êutica C o nt extual
Por exemplo: sacrifícios, holocousfos, ofertas, luas nouas, Cada texto, de acordo com seu contexto, sugere LllÌl tlso
estenderos mõos,purificar (Is 1 .1 I-\7 ), tradiçõesde homens, Corba clistintoe ao mesmo tempo participativodo significadocortlunl do
(Mc 7.8,11),jurar pelo santuórioe pelo altar (Mi 23.16-18). t e rmo g r a ç a . O s t e x t o s a s e g u i r d e v e r i a m s e r e s t u c l a t d o s
carinhosamentepor cada aluno para melhor cgmpreendero termo
Para retomar, de outro modo, a generalidade do problema,
em sua diversidadecontextual.
somos desafiadospela urdidura do texto a entender-lhea trama.
a tessitura,que semaforizam tanto o seu conteúdo quanto a sua
forma. Deste modo é imperativoque se entenda os termos. cuja l "a vósgrsçs e paz"7.2
ênfase dão azo ao entendimento geral do livro ou epístola. E
assim que na epístolade Paulo aos efésios,exibem-se termos o "para louvor e glória da sua graça" \.6
cuja repetição proposital sinaliza um propósito específico,além l "segundo as riquezas de sua graça" 7-7
é claro, de estar intrínsecoa temática do livro. Comprometendo
a argúcia de minha assertivae pondo em risco a clareza de | "com Cristo, (pela graça sois salvos)" 2.5
meustermos,aventuro-mea expor algunsdessesexemplos,senão
f "abundantes riquezas da sua graça" 2-7
vejamos:
l "pela graçq sois salvos" 2.8
A epístolade Paulo aos crentesde Efeso distÍngui-sepelo i "pelo dom da gro,çs de Deus" 3.7
uso peculiar de certostermos que tanto se repetem nas epístolas
r "foi dada esta groço" 3.8
da prisão. quanto são peculiaressomente a esta epístola.
t "Mas a grsça foi dada a cada um de nos" 4.7
^,1Graça (x,íprc) f "para que clê grsçs aos que a ouvem" 4.29
Paulo usa o termo doze vezes na epístola.A base para o |"a graça seja com todos os qve amam" 6.22.
entendimentodo uso significativodo termo "kharis" ou graçapode
ser encontrado no discursode Paulo aos anciãos da igreja de
Éfnsoem Atos 1,7-38.Ele chama a sua nlensagernde o "evangelho Andar (ncpLnatéro)
"l
da graça de Deus" (v.24). O termo designa 'b favor imerecido de Paulo usa o termo por oito vezesna epístola.O sentido do
Deus". A saudaçãocomum aos gregosera "kharein" (At 15.23.
t e rmo é t a n t o e t i c o q u a n t o d o u t r i n a l . P a u l o r e f e r e - s ea o u s o
23.26,Tg 1.1) que designava"alegria",mas Paulo usa o correlato
figurado, que expressaa naturezageral da vida espiritual.O uso
"kharis" para referir-seao plano da salvaçáoprojetado por Deus
metafórico iá foi usado por Paulo em outras epístolas:Romanos
e levado a cabo por Cristo, como também, o desejo de que seus
4 . I 2 ; 6 . 4 ; G á l a t a s5 . 1 6 . 2 5 ;6 . 7 6 , e n f i m , é u m t e r m o c o m u m n a s
leitoressejam abençoadose tenham paz advinda desta graÇa.
O texto em seu contexto 103
102 H ermenêutíca C ontextual
i
I epístolaspaulinas. Assim o indivíduo "anda em Espírito", "em destemistérioentre os gentios,que é Cristo em uós,esperançado
amor" ou como "filhos da luz". Os termos sempre aludem ao glór ia". Em 2.2, es te m i s tér i o é o pr ópr i o C r i s to" " por a
I
comportamento ou modus uiuendi do indivíduo. Vejamos o uso do conhecimentodo mistériode Deus- Cristo"'
termo pelo apóstolo: semânticasse encontram
Esseconjuntode características
também nos textosde Efésios. Em três casoso mysúerion e
l "quais Deus preparou para que andássemos nelas"2.10 determinado por um genitivoque o põe em relaçáocom a iniciativa
gratuitae eÍi'caz de Deus, a sua "vontade" (1.9), com o cristo
f "que noutro tempo andastes, segundoo cursodestemundd' 2.2 usado
ig.+) ou com o evangelho(6.19).Em dois casoso termo é
0 "antes,andóusmos nos desejosda nossa carne" 2.3 de forma absoluta,'b mistérid' (3.3,9),mas o contexto permite
referi-lo,sem dúvida, a Deus ou ao cristo. Exclui-sedessa
i "que andeis como é digno da vocaçáo' 4. 1
perspectivao caso de 5.32, onde designauma interpretaçáo
:'proiéti.u" d" um texto bíblico,precisamente,de Gê'nesis2'24,
)"ondoí em amc>r.."
5.2
i Vejamos
rãlidoà luz da ligaçãosalvíficaentreCristoe a Igreja14.
0 "vede prudentementecomo andaís" 5.75 t os textosrelativosao termo na epistola:
|
f "sois luz no Senhor; andoicomo filhos da luz" 5.8
,) "descobrindo-noso mistério da sua vontade" 1'9
f "para que não andeis mais como andam os outrosgentios"4.17
o " este mistério manifestadopela revelaçáo"3'3
Paulo emprega o termo por seis vezes na epístola. Para l "dispensaçáodo misÍérío que" esteveoculto em Deus" 3'9
compreensão adequada des te termo é necessário uma
f " Grande é este minstérío" 5'32
comparação formal com a epístola aos Colossenses que usa
tambémo termováriasvezes(I.26,27;2.2;4.3).O termotambém )"lazer notório o mistérío do evangelho"619
podeserencontrado em Romanos(duas),1Coríntios(seisvezes),
1 Timóteo (duas), 2 Timóteo (duas).O uso do termo grego Não somos escusados de frisar que Paulo dá-nos a chave
mgsterion nestasepístolas, possuemparticularafinidadecom o Sobre o seu entendimento do "mistério": "como me foieste mistério
contextojá encontrado em Efésiose Colossenses.Especificamente manifestado pela revelaçáo, como acima, em pouco, vos escrevi"
em Colossenses, pelo
mistérioé especificado genitivo"mistériode (3 3) Mistériopara Paulo nâo é nada oculto ou enigmático,mas
Deus" (2.2) e "mistériode Cristo"(4.3).Nos outrosdois casos anteSalgg "revelado".Ele chamaos seguintes temasdos decretos
(7.26,27),o contextodefineo mistérioem relaçãoa Deus e a divinoscomo um mistériorevelado:
Cristo: "Deus quisfazer conhecerquaissõo os riquezasda glóría
l As Cortosde Pqulo,ul lll,1992, p 114-8
LaCf.RinaldoFneRts,
O texto etn seu contexto t 05
104 H ermenêutícs C ontextual
I as bênçáosespirituaisem Cristo nas regiõescelestes(1.3); Nesta altura podemos tirar uma ilaçáo do uso sin()tttttitcoe
viÌriant€de um vocábulo qualquer.Mesmo um vocábulo possltitlclcr
r a eleiçãoem Cristo (1.4); outros termos sinônimos ou variantesdo mesmo senticlo.tl ;tttlor
por vezes. insiste no uSOrepetitivo de uma mesma palavra. ttãcl
t a predestinação(1.5);
slbemos se por pobreza vocabular.por gênio peculiar do literartg,
r a adoção(1.5); ou ainda para levar o leiior a raciocinarsobre o sentido pretenclidcr
pelo autor.
I a redençãopelo sangue (L7);
O t e rm o k o s m o s ( r d o i r o ç : m u n d o ; o r d e m ; s i s t e m a ) , p o r
r Congregarem Cristotodas as coisas(1.10),
çxemplo,em cada uma das ocasiÕesem que apareceno Evangelho
t o selo do Espírito(1.13); c nas Epístolasde Joào é usado com sentido distinto e somente o
contexto imediato é que esclareceo sentido, às vezes, mesmo
r o poder de Deus no crente(1.19); recorrendoao contexto permanece um dúbio sentido. Vejamos:
r Cristo acima de todo principado (1.27);
! Em João 3.16 o termo kosmosrepresentaa humanidade
I Cristoo cabeçada igreja(L22). como objeto do arnor de Deus. O versículo17 descreveo mesmo
I A igreja, corpo de Cristo (L23). sentido(mundo-humanidade)mas com ênfasena missáode Cristo
(c f . 1 0 . 3 6) . E n q u a n t o e s s e st r ê s t e x t o s p r o j e t a m l u z s o b r e o
relacionamentoentre Deus, a humanidade e a missão de Cristo.
Uma análise minuciosa revelaria muitos outros temas dos outrostextos,como por exemplo,1.10, é dito que Jesus"estauano
quais Paulo consideraser um mistério que foi revelado, cremos mLtndo" (mundo - a terra habitada?mundo- a humanidade?).Tànto
que estes servem à guisa de exemplo. Consideramos não ser um sentido quanto o outro encaixam-Seperfeitamenteno contexto.
necessárioperlustrarsobre os termos: Corpo (nove vezes: L23,
2.76 ;3.6; 4.4;4.12; 4.16; 4.16; 5. 2 3 ; 5 . 3 0 ); E s p í rit o S a n t o Em senfido explícíto, "estava no mundo" (en tÔ kosmo ên)
( do zer e fer ências:
2.18; 2.22; 3.5; 3.1 6 ; 4 . 3 ; 4 . 4 ; 4 . 3 0 ; 5 . 9 , 5 . 1 8 ; designa"a terra habitadapelo homem", mas em sentidoimplícíto,
6 .17 6 .18 ) e RegiÕes Celestíois (cin c ov e z e s ' . 1 . 31; . 2 0 ; 2 . 6 ; 3 . 1 0 ; "todos os homens que habitam na terra". Ele pão apenas estava
6.12), que implicariamnum estafantee redundante exemplo. no mundo. mas também entre a humanidade. sendo ele próprio,
h o me m.
ConsiderandoJoão 1.10 como poesia e trão prosa teremos
Deue-se leuar em conta a usriedade de sígnificados
como estrutura, um trístico (estrofecom três versos)e. quanto ao
(polissemía) que uma palaura pode ter em uma mesma p a ra le lis m o . i r a t a - s e d o c l i m a t i c o . p o i s r e t o m a d o m e m b r o
época e ínclusos nos escrítos de um mesmo autar. precedenteumtermo (kosrnos)acrescentando-lhe um complemento
até levá-lo ao clímax.
O texto em seu contexto 10?
706 Hermenêutica C ontextusl
Cada uma dasversÕes (ARA,ECA,NVI,VR,TEB) concordaque Em cada um dos casos,porém, o sentido de kosmos é claro -
o Verbo "estavavindo ao mundo' para iluminartodos os homens. trata-seda terra habitada pelo homem.
I 108 H ermenê.utic o C o nt extu al O texto em seu contexto 109
l
1r Apesar de todos os textos em que o termo kosmos
em sentido positivo no evangelhojoanino, prevalece
"mundo hostil a Deus", ou "sistema
é usado
o sentido de
de idéiáse ideaisque se opÕe
úriÍ.iehMuaeum.afexl,c apreeenÏ.a-ee àiepoef,o em quaLracolunaepor ?áqina,com
correçõeaqueàaLamào '"éculolWl e Vll
Nenhurnrnonqeeor.avaàta?oaLae caa?e(ârcaftl
1 - i e ch e n à o rpf,o r é m u m à e l e efa l o u e o b r eu m a có p taà a
i,Jf l-XXoyuepoeeuía,e opc goet.artaàe noaLrar-1heTara
lotal aàmiraçàaào Vrofeeear,e6.e mât1u.criÍaerâ
exaíarnenLeo ffieamoào qual ele Voeeuía,ae 43
? a q tn â Õ
112 H ermen êutí c a C on t extual
VULqATA
LATINA
EI''.4NGET.IT]M SECUNDUM MARCI,ÌM
SUMI{ARIU}'I PARS. pRIÀ4,\: Iesu Cunrsrr pRÁEDrcÁrro rN (jÂLr-
tiumpr,redic,ttì,r.rì,
r.", ;, á,?i,,Í"i 'il,; o1;1*iyo;i2|,,J, ì:t . ì"';
Pharìsaeo.rttm o,,a*c"i;o""ì-'"ìr,r3-i,6). t:!::: l::,-
Apostotorum eÍectio ïrrlï:iíï.^rÍí;i;i.i;
leru opirione.s(s,zo,t;). p"rab"íai,dr- rtgno-Deì
10,,r-j'ii-'n* itt re|ìmem Gera_
x:;ïi'i,!,:'Jï;i;xíl^;'i';i.,,",;ï,:i,:J!,i,,'ìi:
l;-;,;:ii",n,i::;ii;niy;í;;ï:
ï!)',"';:1:i;i"!,ï'ií:"i,i':','ï:1,::J,::::r;,,:.:i:;:i!;i:::;::ï:i:ií,,ii:;:ï!;*ï;
tìplicalio (8,r-26). Petr,ì corrfessu) et prtnt d pa-rsionis pr,redictto (g,t7,j9), Iestt
ïíï'!!;,1^;:";'r;::::,:,'::i,:::,i'i:i:";:i:?,!l;:;:1,:,,Ìí;,,Í1,,:;;:::iii,ii:"li:'i
3;ïl-ll',1;:::xiï!:"i::,,:"í!,;,nl,ïÌÌïiï?*j;i:;,1;::ii:i:ï,1;í;iii;
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MË,DIATO
CONTENO
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l
rtrt D,rl: \li r 'ì r 7 i 1., i.,r..:: l. r,
,\l I 19 9(t
Assimsendo: Deve-se:
1) Verificar a situação his-
I o contextoimedíatode um uersículo tórica do texto;
2) Saber quem foi o au-
é o parógrafopelo qual é formado; tor;
t o contexto de um Parógrafo,é o 3; A quem o aut or dest i-
nou o escrito;
capítuloque o forma; 4) E qual foi o propósito
t o contexto do capítuloé todo o liuro. do autor.
i
lr 11?
O texto em seu contexto
116 H ermenêutica C ontextual
I
comona ARC o capítuloé formadopor seteparágrafos(1'1;2- 3;
i
Exemplo:
o determinar essas integridades lógicas subjazem uma
no decursoclos
compreensáodos movimentossucessivosdo texto,
às outrars
DrseosrçÁooos PenÁanaFos
DEIseÍesl quais produz, abandona e ultrapassoteses ligadas umas
5;
numa ordem racional
(1.1): Título e dmúfu do Wríúo do minístério pofétia de Isníre.
ra de l i m i t a ç á o d o s t e x t o s a u x i l i a n a d e t e r m i n a ç ã o d o
(2-3): A queka do Senhor contra Isrsel que não O Conhece. se as unidades
conteúdo, de formã que o analistaé capazde saber
verifica eiisáo de
(4-9): A fudçA fu Ma qtuiihtsl delswt da)ido rc fomdt:ma são congruentes u pã.fnitutnente unidas, ou se
do texto, o
(10-17): A condenação do culto hípócríta. idéias e conceitos cula estrutura dificulta a claridade
chamado contexto irregular.
(18-20): Um conuite ao srrependimento.
Dev e - s e p o r f i m r e g i s t r a r , q u e u m a d a s f o r m a s c a l i g r á f i c a s
(2I-26): Jerusalém é julgada e purificada de suas mazelss.
c o mu ns a o s a u t ó g r a f o s q u e p e r d u r o u a t é ' o s é c u l o X d . C . , f o i a
(daí uncial), náo
(27-3I): Os transgressores são condenados juntamente com escrita uncialque além de ser em letra maiúscula
as óruores sagradas. possuía qualqúer divisão entre as palavras, isto é, eram redigidos
subdivisões
ãm escritacontínua,sem espaçoenue as palavras'sem
além de não possuírem
de versículos,parágrafos ou capítulos,
sinaíticoo,
Deve-se observar que nem sempre os parógrafos ou b/ocos, acentuações. Importantes manuscritos como o códice
uncial. Vejamos
tal como se encontram nas atuais edições das Escrituras,estão Alexandiino,,Vaticano'foram redigidosem escrita
versículos das
coerentementedivididos - às vezesbipartem as idéias centraisdo alguns pormenores das divisóes de capítulos e
texto como se fossem unidades distintas. Em minha própria Escrituras:
observaçãodos blocos que compõem o capítulo 1, o versículo27
deveria fazer parte do sexto parágrafo, enquanto o sétimo, deveria
/AVulgataLatinafoiaprimeiraversãodivididaem
iniciar no versículo 28, (visto que os versículos 25-27 tratam do pela primeira
reavivamentoda cidade rebelde). capítulos,obra de EstêváoLangton, que os introduziu
da Bíblia
Versículos,introduzindo essa divisão numa edição latina
vez na ediçáo parisienseda Vulgata no século XIII. As divisÕesde
cm 1555. A divisáo feita por Stevensfoi para substituir a introduzida
capítulosfeita por Langton, eram extensaspor toda obra, possuindo por Santes Pagnini, O.P, que introduziu em sua versão latina dos
textos relativamente curtos em cada capítulo. contudo, foi vindo a
ãriginais,os vãrsículos,porém, esteseram longos demais
necessáriosubdivir ainda os capítulos, e foi o que fez o abade pelas quais
eeÃubstituída pelo labor de Stevens.Uma das razÕes
dominicano Hugo de saint cher em rzs}, ao compilar a sua pode ser
a divisáo do texto bíblico apresenta certa subjetividade
concordância, subdividindo cada capítulo em outros setepequenos tarefa'
atribuída a ocasiáo em que Stevenslançou-se a essatitânica
trechos designadospelas primeìras sete letras do alfabeto (a-g)n, foifeita quando
SegundoWilson Paroschi a divisãodo texto bíblico
totalizando 929 capítulos para o Antigo e 260 para o Novo pelo
StÃn's viajava de Paris a Lião e, que este foi confundido
Testamento.Mais tarde, o rabino Mardoqueo Nathan (1445), de da
b a la n ç o d o a n i m a l a o f . a z e rt a l d i v i s á o . A p a d r o n i z a ç ã o
modo análogo, divide o Antigo Testamentoem versículos,cerca pontuãçáo e a divisão em parágrafos do texto foi feita por Johann
de 23.274, ficando a responsabilidadeda divisão em versículosdo
A. Bengel(1687-1752)*.
Novo Testamentoa Robert stevens (ou Roberto Estéfano), que
em 1551 na cidade de Genebra, dividiu o Novo Testamentoem À guisa de epílogo,o leitor deve atentar para as constantes
7 .959 versículos.stevenstambém dividiu o Antigo Testamenroem das principaisversõesbíblicas.Poiscomo diz, os revisores
revisÕes
da ARA, na apresentaçãode maio de 7975:
Os panricneros ou Blocos .rÁrrucorutRem-snDrsposros NAs ATUAIS
norçÕrsoe BÍrln O QUE FACILITA AO ESTUDANÏT. " É certo que toda traduçáo, ou revisáo,da Bíblia Sagrada' ainda
que levada a termo por íntegrosperitosbíblicos,é sempretrabalho
1) Na ARA / RA, aparececom uma palawa cuja primeira letra estáem negrito
humano, e como tal, sujeito a falhas; por outro lado' no entanto'
(Gn 1.1 ) ; suscetívelde melhoria"lt.
2) Na ARC, a panir da edição de 1995, exibe a indicação de parágrafosde
conteúdo, seguindoo modelo da ARA (Gn 1.1) ;
É assimque na ARA (1956):
3) Na ECA (EdiçãoConremporâneade Aimeida) e, a NW não apareceem
negrito, ao contrário, os iníciosde parágrafosaparecemedentados,e;quanto os { O Salmo 2 apresenta cinco estrofes(7-4; 4-7;7-IO;
versículosque correspondemao mesmo,seguem nas linhas contínuas (Gn i.9-
1 3).
10-12b; 12b\, porém na2a ediçáoda mesma (1993) apresenta
apenasquatro (1-4;4-10; 10-12b;12b);
4) A Bíblia Viva, diüde os parágrafosem blocosdistintos. Cada parágrafo
é antecedidopelos números dos versículosque o correspondem.
RRR (7956 e 1993) o versículo31 de 1 coríntios
5) A Trínitariana, não diúde em parágrafbs.Separaos capítulos apenas ^/ Na
em epígrafès. L2 é píbartído(27- 31a; 31b)' formando um novo parágrafo'
NOVOT6STAI4ENTO
DE ERASTIO
( 1s16)
r ir ÌÁ SEC v N D Vn{
^ OÌxÁÁÍ, Lv C ÃÁ1 I+I
&Gípulí cius,dícércs.r] cÍIòch.uc perer
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r ' ÍÌ .r ur r nr i r r r r r r e c l r t r r l . S{ i l .í,. .r íi c r r c l i r
irr n.lurcuhrn,E(
difcipulieiirs, s :rit.r.l "Puríssimu é u Íuu pulilvril;
illos.
por ìss?,0 teu sefvq u asÍintu".
.\l I l() ll0
Exemplo:
Já sabemosqual é o título do capítulo1 de Isaías,agoraé
sabero que o restantedo liwo têm a dizersobreo assunto.
necessário
No capítulo29.73 o Senhorcondenao cultohipócrita
de Isaías,
e a cegueiraespiritualdoPovo:
ma, o 6eu corâção ê5tá /on7e de mim, e o seu temor que servemcomo exemplos:
Têmosváriospersonagens
parâ 6offii4o conerate àe ffianàârnentoa àe homena, que
maqu inalmente aprenàeu" . a) os filhosde Eli (1 Sm 2.12-36);
b) o estadode lsrael e dos seus socerdotesem Malaquías
É interessanteverificar que o livro de Isaías possui duas
( Mq 1;2;3;4) .Ao l er M al aqui as\'6- 74, par ec eq u e e s t a m o s
principais divisões:
ouvindoIs aíasem 1.11.
I A primeira, formada pelos 39 capítulosiniciais,cuja
temáticaé a "Denúncía dos pecados de Judó ";
Ao que parece' o contexto remoto de um texto nss
I A segunda,formada pelos capítulos 40-66, cujo tema
póginãs do Nooo Testamento' se encontrü aduzido no,s
-pràprías
é a "Consolaçõo de Judá " . cítações que prendem uma sítuação histórica
,l Todo o capítulo 1 está inserido na primeira seção (1-39), que presente (síncrônica) a um fato ou profecía pretérita'
é uma denúncíadospecadosde Judó. Assim,o capítuloé o primeiro
de um composto de 39.
Por diversasvezesos escritoresdo Novo Testamenio utilizaram
que
as profecias do Antigo Pacto - quanto a isso nada novo! O
No contexto amplo, o importante é ueríficar o tema muitos ignoram, todavia, ,é que essascitações tanto acentuavam
fato a
exposto pelo uersículo, parógrafo e capítulo e como ele o .,r-prìrnento da profecia na história quanto ligavam o
se relaciona com o esboço geral do líuro, e com temas um contexto remoto.
semelhantes em outros liuros.
Exemplo:
co m o uma nascente límpid a e f re s c a . o mo d o c o mo c ris r, , ttpor meio" " por intermédid' (ôtà/dia). E o que se verifica, por
,
i nterpreta as E scrituras dis t in g u e -s e d o u s o ra b í n ic o c lt , plo, em Mateus 2:
interpretação da Torá, seja dos textos estritamente legalístic.,,
(halakah) ou todas as seçõesnão jurídicas (haggadah).
crisl,
interpreta o Antigo Testamentoa partir de si mesmó. No contexr. | "Ora, tudo isto aconteceupara que se cumprlsseo que
de seu sofrimentovicário explicae reinterpretao Antigo Têstament,, fora dito pelo Senhor por íntermédiodo profeta" (Mt
colocando-ono contextode sua situaçãovivencial (sitz im Lebem) 7.22,23cf. ls 7.74);
Essenovo método hermenêutico foiposteriormente adotad. ) " para que se cumprisseo que fora dito por intermédio
pelos apóstolos. Estespor sua vez, tanto atestavam a autoridadt do profetaIsaías..."(Mt 4.1'4,15cf..ls 9.1,2; Mt 72'77;
e infalibilidade das Escrituras quanto a reinterpretava a partir d; r 13.35,etc).
tradição cristológica inaugurada e exemplifiãada pelo própri,
M e stre. E m seus discursos , a o a f irma re m a a lt o rid a d e r, | " para que se cumprisseo que fora dito por intermédio
procedência divina das Escrituras, estavam de conluio do profetaIsaías.."(Mt 8.17)
com ;l
tradiçáo existente entre os judeus, mas quanto ao métod. | "Então,se cumpriu o que foi dito por intermédiodo
interpretativo, diferenciavam-se do uso prosaico dos rabinos; (Mt 27.9):
profetaJeremias..."
"...porque está escrito por intermédio do profeta" (Mt
2.s cf . J<t
10.35); "..irmãos,convinha que se cumprissea Escrituraque ()
Espíritosanto proferiu anteriormentepor boca de Davi" (At i.16). Procedimentosemelhanteocorreem Marcos:
A pregação kerigmática dos apóstolos era rustrada pela convicçã.
| "Conformeestáescritona profeciade Isaías"'"(1'2\'
de que as Escriturasda Antiga Aliança eram a expressãoautoritativa
da vontade de Deus para a história das nações, de Israel e da | " O próprio Davi falou pelo EspíritoSanto..."(12'36)'
Igreja (At 3.18).
Deste começo interpretativoé que o Antigo Testamentofoi t Id. Ibidem.Cf . também C.H.Dooo, Segundoos Escriúuros ' Estruturafundamental
redescobertoe reinterpretadona historiologia àa salvação cristã do úoro Testamento,Biblioieca de EstudosBíblico -7, 1979. Para
um estudo das
(1 co 15.3-4). Para tanto, seguiu-seum padrão normativo quase preposiçóes hypo e dio, consulteo DITN, VL. III' p'657 '
sacramentalno escopo do Novo Testamento,isto é, o uso de uma
3Otextona verdadeé uma combinaçãoda profeciadeZacarias(11.12,13)e Jeremias
frase-programa para referir-se as citações e reinterpretaçoes
(18.2,3;32.6-9).Náo devemossupor que Mateusse equivocouao citar livremente
veterotestamentárias. Este novo padrão introdutório é usado peio uma passagemcio Antigo Testamento, pois' pelo que o evangelistaprova em suas
narrador como discurso que semaforizauma redescoberta cio narrativas,este era familiarizadocom as EscriturasveterotestamentáriasÉ provável
quetenhacombinadoos textosacimacitadosreinterpretandoe parat'taseando segundo
sentido do texto. A fraseologiapadrão é " paraque se cumprisse"
a liberdadeque o Espíritoda inspiraçáolhe concedia,segundo à maneira cristológica
e o uso combinado de duas preposiçõesgregas"pelo" (únò/hypó) que
de interpretaro AT.Se apenasissonão resolvero problema é necessárioobservar
CONTENO E LOqrcO
o
^RAI4ANCAL
o c o n t e x t ol ó g i c o e s t á u n i d o a o g r a m a t i c a l ' p r i n c i p a l m e n t e
entre dois
através do uso de palavras que estabelecem ligações
140 H ermenêutíca C ont extu al O texto em seu contexto 141
Em 1 João2.8-L6,encontramos
nove vezesa conjunçãocausal
"porque".QuandoJoão afirmaque aqueleque odeia a seu irmão ',1 Conclusíuos
"estlr nas 6revae, anda nao írevas, e nào oabe para onàe vai: "
a couso disto é "Vorolueâs ï,revae lhe ceqaram oç olhos" . sáo conjunçõescoordenativasque ligam oraçõescoordenadas
conclusivas.
no mundo, e ?elo ?ecaào a moríe, ao6im também a moríe oenào o eo7íriío ào homem oyuenele esr,á? aseim tambént ao
c o i6 a 6 à e D e u o , n i n q u é m â 6 c o m ? r e e n à e u ,e e n à o o E r ' v í r i L o
?ao6ou a toào6 oo homene, ?orquanÍ,o íodo6 ?ecaram." (Rm
5.12). àe Deus" (1 Co 2.1I).
No parágrafoanterior (6-11), Paulo refere-seao homem em No versículo 10, Paulo já havia atestado que o Espírito santo
sua condição de pecador: ímpios (v.6), ninguém morreria por um é, aquele que " eoquaàrinha íoàas as coieas, meomo ab
pecador (v.7), Cristo morreu pelos pecadores (v.8), pecadores profunàezasde Deus". A demonstraçáode que ele ainda não
justificadospelo sangue (v.9),os pecadoressão inimigos de Deus interrompeu o seu argumento é o uso do conectivo conclusivcr
,,ooi6,,.Esse conectivo não está apenas relacionado ao aspecto
(v.10),os pecadoressão reconciliados(11).
dìscursivoda linguagem, ele cria naquele que lê ou ouve, uma
Paulo conclui seu argumento anteriot, "portanío", e inicia expectativa para o que sucede imediatamente'
uma segundaoraçãousandoum conectivode subordinaçâo" aooim
como", ao mesmo tempo que conclui o período explicandoa razáo Assim como o espíritodo homem entende as coisasdo homem
porque todos os homens morrem, "porquanío". por causa da relaÇãoíntima existenteentre ambos, Paulo conclui,
àfirmando que somente o Espíritode Deus compreende as coisas
O encadeamentológico das proposiçõesque compõem este de Deus devido a relação íntima entre Eles.
versículo,leva ao seguintesilogismo:
Nesseexemplo,Paulo parte de uma dedução primária. física
e inferior, para uma outra, superior e metafísica. Mas a surpresa
Telopecaàoenírou a moríe no mundo que esperao leitor está no argumento que sucede:
Toàoeos homene?e c a m " O r â , n ó o n à o í e m o s r e c e b i à oo e o V í r i t od o m u n d o ,e e i m
Loqo,íoàos os homen; morrem, o E o p ír i í o q u e v e r n à e D e u e ,? â r a q u e c o n h e ç a m o eo q u e ? o r
De u o n o e f o i à a à o y r a í u i í a m e n í e " ( v . I Z ) '
Confiraos outros "poríânío" de Paulo aos Romanos:2.1: A conjunçáo explicativa " ora", prossegue ao argumento
5 . 1 8 ;8 .1 ,1 2 ;7 4 .7 3 :1 5 .2 ,.7
. antecedentedesignandoa relaçãológica entre ambos.Se o Espírito
de Deus, que nEle está,conhece os mistériosde Deus, estemesmo
Espírito,procedentede Deus, que também habita em nós . revela-
b) ossim:
nos gratuitamenteo conhecimentode Deus (v.10)'
Uma outraconjunçãomuito freqüentenas oraçõesseguidas
por conjunçõescoordenativas é o conectivo"assim".
conclusivas Outros conectivos correspondentes:
Vejamos:
"7ois, qual àoo homene enlenàe ae c o í e a e d o h o me m,
144 H errnenê utíca C ont extu aI
O texto em seu contexto 145
" o o u e o c r a v o d a l e i d e D e u 6 ,m â e , e e g u n à o a c a r n e
"5e, poio, qu e e n e in a e a o u lre m,
nào íe
enoinaoa íi me6mo?"(Rm 2.26; 3.28) "Mâ6" é o tipo de conjunçáo adversativaque nitidamentc
in d ic a a d v e r s i d a d e d e p e n s a m e n t o s o u i d é i a s . D e n t r e o s
adversativos é o mais ácido.
",1 Aduersatiuas
Paulo alista dez inimigos contra o soldado cristão: opositores "?orque, àe faro, foi crucificaào em fraquezat contuào,
(v.31), acusadores(v.33),condenadores(v.
34), tribulação,angústia, v iv e V el o V o à e r à e D e u s . ? o r q u e n ó s Ï ' a m b é m 6 o m o 5 f r a c o e
perseguição,fome, nudez, perigo, espada (v.3b),
poié., através n e le , m a e v i v e r e m o e ,c o m e l e , p a r a v ó s o u í r o o V e l o V o à e r à e
da adversarìva"mas", acrescentaque "em toàaà
e^íao coioae UEU6
6o m o 6 maie que venceàoreo, a q u e le o L u e
n o e
?o r a mo u , , .
A primeira sentença"crucificaàoem fraqueza" é contrastado
Nos textosde Romanos 7.19-25,paulo usapor quaffo vezes (contudo)com a sentençade oposição"viveVeloVoàeràe Deue",
o conectivo"ma6" semprecontrastando uma sentenÇacom a .enquantopOr meiO da adversativa"mas", O contrasteocorre entre
outra: 6 o mo 6 f r a c o s l m a s v i v e r e m o o ,c o m e l e '
"nào fâço o bem... ma6 o mal
que não quero, ee6e fâço,, Outros conectivos:
O texto em seu contexto l4'l
146 H ermenêutíca C ont ext ual
" Quem
5enâo V oàep e rà o a r V e c a à o e o
, enàoum que " lAo o i m f C o m o e u o p i r a â c o r ç a T e l a o c o r r e n r , e s ò a s
é Deus?"(lvlc 2.7)
Áquao,
"..?âra eeràee vísboo por eleo: aliáe a 6 o i m ,p o r í i , ó D e u s , s u s V i raa m i n h aa l m a " ' ( 9 14 2 . 1 )
[ARA-
âtâ 6 "àouíro moào"], nào tereis qalaràão junto àe
vo6eo 7aí, que eeï,á noa céus" (MT 6.i - ARC)
Nesse dístico a segundalinha poética desenvolvea primeira
ndo-a a um nívelsuperior atravésdo uso de um conectivode
omparação " â6ôim". Como figura literáriaé claro estarse tratando
D e ve -sed i sti n g u i r e ntr e o "6enào" de M ar cos 2.7 um símile,ou seja, uma comparaçãoentre dois objetosou
do "oe nào"de 1 Coríntios13.1.Enquantoo primeiropode ser ações,normalmenteprecedidopor uma conjunçõode comparaçao'
traduzÍdopor "mdssim",o segundocontudo,o " nõo" é advérbio a fim de impressionaro ouvinte com algo semelhante.Tomamos a
de negaçãoe o "se" conjunção,que pode ser substituídopor iberdade de decompor essedístico como se segue:
"e", tal qual encontramosna ARC. "lAooim) ComooueViraa corça
pelao correníesàae áquae,
{ Comparatíuas aoeim,
Em Eclesiastes7.6 pode-se ouvir o riso tolo: " Qual o lírio eníre oo eoVinhoo,
Nal é a minha amiga eníre ao tilhae.
"TorqLtequal o creV iíar à o o e o V in h o sà e b a ix o à e u ma (Tal) Qual a macieira enI're ao árvoree ào boeque,
Vanela, t,al é o meu amaào enlre os filhoe"(Cr 2.1,2)'
lal é o rieo do íolo;
íambém içso é vaíàade." Nesse epitalâmio o esposoe a amada exaltam mutuamente
qualidadesum do outro.
Voltando à imagem da corça, a figura típica do cenári.
Em 2.1, ela se expressaafirmando ser "o rosd de Sarom".
palestino nos períodos de seca e praga, foi usada como pal<r,
arom, era a planície costeira do Mediterrâneo entre Jopa e
profético por Joel (1,.77-20),especificamentetro verso 20:
aréia. Era uma planície fértil com muita água e vegetação
"Íambém ïoàoe oo anim a ie à o c a mp o b ra ma m a ï , i; . Ao afirmar que era a " rosa de Sarom", provavelmenteesteia
ndo de algum tipo de rosa que se destacavapela sua singeleza
?oroLuaoo rios oe 6ecaram, belezadas demais.
e o foqo consumiuoo Vaof'oodo àeserío,"
O esposo,respondeà amada, afirmando que assim como o
Tal qual uma solitáriacorça suspíroaudiuelmenfepor ágrr,r se destacaentre os espinhos,tal é a amaclaeutre as demais
não escondendosua sede e necessidade,assim o sâlmistan,r,, !ns. Ela respondedeclarandoque assimconlo utna macieit'a
conseguedisfarçarsua paixão e sede pela "fonte de águas VlVrì" destaca entre as árvores da floresta, assim o amado entre os
(Jr 2.I3\: ìals Jovens.
"A minha alma íem seàe à e De u s ,à o De u e v iv o ,
O texto em seu contexto 151
150 H ermenêutics Contextual
Cada uma dessascomparaçõesevoca uma imagem de fOdose tudo à Cristo condiciona essedomínio nestesterrnlos:
contraste,a fim de dignificare exaltaras qualidadesdo cônjuge.A " ? o rq ue í o à a s a s c o i o a e o u i e i Ï , o uà e b a i x oà e e e u c y t í " " '
amada ao escolherfloresta emvez de pomar, o faz para que o
Ma o , q u a n à o à i z o y u eí o à a o a s c o i e a s l h e e s í ã o o u j e i L a : " ,
contrastemais se acentue.O valor de uma macieira numa floresta
é muito superior aquela encontradano pomar. c la ro e e í á q u e o e e x c e T , u aa q u e l e q u e e u j e i í o u L o à a e a 5
c o io a s. "
3- (conàicional)
" .. e xoàoo foram àiopereo eV e la eí e rra o à a J u à é ia e d t
claro eeï'á que 6e ExcEÍuA
7a m a r ia, exceío oe apóoïolos" (A t 0 . 1 c ).
aquele que lhe ouieiíou íoàao ae coioae
" .rcxceroCalebe,filho àe J e f o n é , o q u e n e z e u ,e J o a u i ,
filh o àe Nunr, V orquanío não ? e re e v e ra râ m e m o e g u ir t t , ,
Se n h o r " (Nm 32..12),
b) contanto que'.
"Exceto". em cada um dessestextos,pode ser substituítl,,
por "salvo".O versículode Nm 32.12,na verdadebiparteo versíctrl,' " A mulher caeaàa eotá liqaàa pela lei íoào o íem?o ern
11, e não deve ser consideradodistintodeste,ao contrário,segrr,' que o oeu marido vivei mâe, ee falecer o 6eu mariào, fica livre
a linha lógica da narrativa. quioer, contanto que eeja no Senhor"(.1
?ârâ ca6ar com quem
(,o '/,39),
Em 1 Coríntios 75.27. Paulo tratando da subordlnsç3eri,
A fuxb enl seu contexto 153
152 H ermenêutica C o ntextu sl
No c o n t e x t o g r a m a t i c a l n ã o é a p e n a s n e c e s s i r t ' i r()r ) n ì ( )
Pelo que se depreende do que strás foí dito, o também plausível,que o intérpretefaça um esquema clatsclivisocs
contexto gramatical e lógico unem-se naturalmente no dasoraçÕesdo texto,a fim de que a seqüêncialógicado pens;rnrcrrt<r
discurso literório, cadq um emprestsndo ao outro suas do autor fique mais patente, além é claro, do períoclo (' sua
normas. estrutura.
No contexto gramatical, o hagiógrafo respeita as regra\ UtiI ao estudante é o emprego do método língüístíco-
gramaticais, no lógico, as regras do raciocínio correto. gramatical tsmbém chsmado de léxico-síntótico. Esse
método combina o estudo etímológico do uocábulo e a
Como a pouco perlustramos,o sentido de um texto segundo re la ç ã o d e s s e t e r m o c o m a s p a r t e s f r a s a í s q u e o
a gramática,não é o resultadode cada uma de suas partes, miì., acompanha.
é um todo relacionadode forma específicacom suas partes. Dzrr,
o cuidado que o hermeneutadeve ter para náo dar devida ênfas,'
a expressõesmenos importante. Enquanto na análise léxica ou lingüísticaa ênfase está no
O intérprete deue estar atento entre a relaçao da estrutur,t e n t id o e t i m o l ó g i c o , s u a o r i g e m ( é t i m o ) , d e s e n v o l v i m e n t o
(morfologia)e da funçao (partesdo discurso)com a interpretaçiro d ia c rô n i a ) , € o s e n t i d o d e s s e t e r m o e m p r e g a d o p e l o a u t o r
das Escrituras. incronia),a gramaticalou sintáticaverifica as relaçõesfuncionais
cada uma das partes inteqrantesda frase.
Exemplo:
r Análíse Etimológíca
Os substantivossáo as palavrascom que se nomeia algo. N,r
Bíblia temos vários exemplosdeles.como por exemplo:
O termo etimologiaprocede da língua de Homero. E formado
a) de pessoo(Pedro,Paulo);
dois termos "et1/mos"que,étraduzido por uerdadee, "logos",
b) de /ugor (Betânea,Egito)r tado, palaura, discurso ou relato. Etimologia é o ramo da
c) de coiso (pedra, porta); ngüísticaque estuda a origem, derivação e desenvolvimentodos
d) de conceitoou idéía (justificação.pecado, graça): ábulos. O alvo do estudo etimológico é proporcionar um
e) de oçoo (ascensão,crucificação), elc.. 2 ndimento claro do vocábulo em análise.a fim de que o leitor
ierno compreenda os matizes léxicos, culturais e semânticos
ue circundamo lexemaem apreço.
' Consulte.por exerlplo,Roy B. Zrrcx.A Interpretaçao
Bíblica.p.129-41V e r t a r r l , , ',
Augr-rstoGoraRoer,o. Portuguêsparo PregadoresEuangélicos,São P a u l o : \ / r , l '
Nov a. 1 9 7 9 .
O texto em seu contexto 15?
756 H ennenêuti ca C o ntextuol
Os verbos:
A análise etimológica pre c e d e a g ra ma t ic a l. Ná o e m
importância, pois as duas são igualmenÏe necessárias,mas por I agorazo (dyopcí(to: comprÕr,adquirir,l Co 6.20):
razóes metodológicas. I exagorazo (t\cyopoiÇu : redimir, comprar cJeu<>llu,
Gr3.13);
Nos variegados exemplos apresentadosnesta obra provamos
o quanto é útil esse recurso hermenêutico.Acreditamos porém, : Iibertarao pagarum resgate.redittir,
I lytrôo (Àurpóco
ser mais fácil apresentaros perigos e faláciasdo método quando 1 Pe 1.18).
resgatar,
usado inabilmente pelo intérprete, do que as regras seguras de
análise, composiçáo e interpretaçáo.As vezes, o interpretante é
encantado pela semelhançaepidérmica do seu achado e não E os substantivos:
acura, contrasta ou testa sua conclusão acumulando prejuízos
estratosféricosa intenção autoral. Na verdade esse método de r lytron (Àír.pov: preçode libertaçõo, Mt
resgate,
análisetextualse movimenta em busca do enlacee do divórcio, do 20.28):
falso e do verdadeiro,do reale do imaginário; as aparênciasfugidias
e ambíguas devem ser rejeitadas.A guisa de remate deste tópico, |l antilgtron (dvríÀurpov : resgate, preço pago para
vejamos como opera o método: Iibertar um escrauo, 7 Tm 2.6), e muitos outros, sõo termos que
merecem atençao do exegetaquando encontrados no texto'
./ Ler o parógrat'o uóriasuezesaté compreender-lhe
O estudo etimológico de um vocábulo conduzirá o exegeta
atecitura, o sentido,a mensagemque o litersto desejacomunicar.
ao estudo e a compreenção da estrutura e formação da palavra
Ler, não é pouco, se entendermosbem o que significao termo.
em apreço. Para tanto, o expositot terâ que imiscuir-se ao
fascinante estudo dos sufixos formadores de substantivos,de
./ Selecionaro termo-chaueou central do texto. adjetivos, de verbos, além é claro, de imergir na análise das
Os uocóbulosque se repetempropositalmente,os termos palavras compostas 3.
teológicos,litúrgicosou cerímoniaisque estaocarcegadosde
sentidopneumótíco(graça,expiaçõo,purificaçõo,redençao,
e t c ..),
./ Com ajuda de uma concordôncia bíblica uerificar
o Usodo termo em contextosanteriorese posterioresao escrito
este último, a terminologiausada para o e ao autor em anólise,a t'ím de compreender o uso díacrôníco
Exclusivamente
e sincrônicodo uocóbulo.
vocábulo "redenção"abrangediversosverbose substantivosque
participamdo mesmocamposemântico. Isto deve ser feito para que o hermeneuta evite a atribuição
de um sentido recenle de uma palavra ao vernáculo fossilizado
Exemplos: 3 Cí C.O. CarclosoPtNro& BruceM.Mnt'zcç-r<,7996.
op.cit,p'107-136
O texto em seu contexto I t1Ë
158 H ermenêutícs C on t extu al
parte da tltt'tì,''|1tltrlrr
fidelidade dinâmica, e provavelmente alguma
das Escrituras,o chamado anacronismo semântico 1, ou sentido de Lc 12:\ "r't'rtr
original não será entendida" ' Jâ o texto
anacrônico. Para evitar esta e muitas outras falácias o exegeta (" dos telhados",na BLH), um sttlr"ltlttl.,
dos eirado.s"
deve conhecer as significaçõesque o termo adquiriu no decorrer lìisl()ìlr 'r
do tempo, e o sentido corrente ou específico usado pelo autor LemânticopoÍ demaisanacrônicoque diminui a fidelidade
naquele contexto específico.Beekman e Callow, na opus rnagnum é u n*prnrsâo "seró anunciadopelo ródio"u. Recomendattttt)5 'r(|"
e callow, pât?ì rì{lll'k"'
A Arte de lnterpretar e Comunicar a Palaura Escrita - Técnicas de interessadosa leitura de carson, Beekman
que desejam conhecer todas as nuanças desta ciência'
Tiaduçao da Bíblía, tratando sobre a equíualência léxica entre as
línguas - quando coisos ou euento.ssdo desconhecidos na língua
receptora, assinalam que no caso da tradução:
./Consultar a palaura ossino/odona língua orígítrul
dicionarkt
Tiaduzi-la. Procurar o significadoda mesma em um
"... náo existeuma distinçáoclara entre o que é anacrônicoe o o termo crrt
hebraico ou grego' Obseruar se o autor empregou
que náo é. Contudo,há uma gradaçáoque vai do mcis anacrônico sentidopróPrio ou conotatiuo.
até.o menosanacrônico...Provavelmente, náo há hoje nenhuma
versão do Novo Testamentoque náo inclua certo grau de consultar o termo nos dicionórios teológictts
"/
anacronismo.No entanto,cosossériosde anacronísmopodem e especíalizadospara apreender o sentido original, desenuoluimetúrt
hagiógrat'r>s
devem ser evitados" 5(grifo nosso). histórico, campo semônticoe sentido usadopor diuersos
{Sercuidadosocomostermoschamadosdehclpur
uma ue7'tt(I
Entre os vários exemplos apresentados na obra, citam quatro Iegomenon (isto é, termos que aparecem apenas
substitutosculturaisque representama gradaçáode anacronismos Escritura).
aceitáveise inaceitáveis na traduçãodinâmicada Bíblia,destes por I -ttttir
É importante reconheceras diferençasapresentadas
citamosapenasdois: "Nin guém costuraremendode pano nouo e relatírtrts
Berkhof que divide estesem duas espécies:obso/utos
em uesteuelha"(Mc2.27).Ao traduziro textopara algumastribos
o p rim e i r o ' q u a n d o u m t e r m o a p a 1 e c e u m a ú n i c a V e Z e n l | r l r l r r
aborígenes da Austráliaque não conhecemo pano, e daí não apetr'tsttttt
u.ãruo de literaturaconhecida.O segundo,quando há
compreendemo sentidotextual,Beekmane Callow,consideram qtr(' Ìì'r
e x e m p l o n a s E s c r i t u r a s .J o s é M . M a r t í n e z a s s e v e r a
aceitávelna traduçãodinâmicaa substituição da imagem"pano" so p t ltl('
ocorrãncia de um hapax legomenon, o termo "('l
por "pele de gambá", visto ser essapele o artefatousado para ot t I rt'l'r
"determinado ou simplesmenteconjecturadopelo contexto
remendarum tapete nessastribos. De certa forma estesubstituto
comparaçáo de palavras análogasde outras línguas"''
c u l t u ra l p o ssu i u m ce rto gr au de anacr onismosem ântico.
entretanto,"deixarde usarum substitutoculturalpode diminuira
6 Id.lbidem .
a Cf.D.A.Cansoru,
A Exegesee Suas Falócias- Perigosna Interpretoçaoda Bíblio, São 7 Príncípíosde lnterpretaçaoBíblíca,1981, p 75
Paulo:VidaNova.. 8HermenéutìcaBíblica, 1984,P'I42
' Bnnxr,nN& Cnlr-ow,op.cit..1992,p.180-98
160
H ermenêutica C ontextual
CONTENO
H tsToÜeo
,oo.btra)tpl;an;a;nn oolrc
/.'l ut uh/q ãpt+*,t,
Exemplo:
Muitos leitoresse surpreendemcom a ironia, explosiio
de ir a , eufem i s m oe des abr i do,us adopor Paul o em Gál atas
5.72: " íom âr as e m ul i l aoaem aa que v oo i nc i íamà r ebel ài Lt"
(rriì tllìì
No co n t e x t o v e t e r o t e s t a m e n t á r i o ,a c a s t r a ç ã < >
é polimorfo em seu contexto.Se valermo-nos do contexto hístóríco, (Dt 2:ì.1) A
impedimento à participaçáo nas assembléiassantas
pode ser que sejs ums referêncía oos ritos de castraçõo dos veernt:ttlt''
invectiva de Paulo à luz dessescontextos torna-se mais
sacerdotes, própríos do culto a deusa Cibele, na Galácia.
Exemplo:
O culto à Cibele foi introduzido em Roma na época da
segunda gueÌra púnica. A deusa era representadacom os traços e TextoscomoDt22-5;1Co11'13ou2Co13'12sãtr
a aparência de uma mulher robusta que trazia uma coroa de do mundo
interpretadosliteralmenteignorando as finuras da cultura
de Dt 21.18-
carvalho, torres sobre a cabeça e uma chave que levava nas mãos de então. Porém, quando trata-sede textos como os
interpretam
indicandoos tesourosque a terra guarda no inverno e concedeno verão. 27; 22.8;5,72;1Tm 2.11,].2,dificilmentealguém os
1. Deuteronômio
literalmente Mas, vejamos qual é o sentido de
Segundo a mitologia greco-romana, Cibele enamorou-se
22.5:
perdidamente pelo formoso jovem frígio Atis, a quem confiou o
cuidado de seu culto, com a condiçáo de que náo violaria seu ' Não hauerá tralo àe homem na mulher
voto de castidade. Átis violou o juramento, casando-se com a
e não veetírá o homem veote àe mulher;
ninfa Sangárida,sendo esta morta por Cibele. Atis em um acesso genhor teu Deus"'
de frenesi,tortorado pela morte de sua amada, se mutilou. cibele, porque qualquer que faz íeto abominação é ao
para evitar o suicídiode Atis, o transformou em pinheiro.
elarefa
Ao que parece a exegesede Deuteronômio 225 nào
Nos cultos a deusa, ao som de oboés e símbolos,todo tipo fácil, entretanto, admitir que o texto prova que a mulher
náo deve
de licenciosidadeera cometido - o som da música contrastava-se u s a rc a lç a s c o m p r i d a s ( o q u e é u m a n a c r o n i s m o s e m â n t i c o v i s t o
com os uivos dos sacrificadores. náo exisiiressaedumentáriánaquelesdias) carecede autenticidade
Uma porca, uma cabra ou um toro, era oferecido em exegética,senáo vejamos.
sacrifícioa Cibele para lembrar a fertilidade da deusa. Eram-lhe O te x t o e s t á e n v o l t o e m v á r i o s a s p e c t o s c u l t u r a i s
consagradoo buxo e o pinheiro em memória do desafortunado espíritolegal
eqüidistantesde nossacontemporaneidade,porém, o
Átis. Seus sacerdoteseram os Cabiros, os Coribantes,os Curetes, dá proibiçáo, atravessaqualquer temporalidade cultural'
os Dáctilos do monte lda, os Semíviros e os Telquinos, quase
22'5: a
todos eunucos,trazendo à memória a sorte de Atis. Dois termos sáo inclusivos para a exegesede Dt
o". mas
palavra hebraica kelí que se traduz por "qL)eé pertinenfe
Essessacerdotes,chamados também de Gálos, se castravam q u e re f e r e - s e c o n t e x t u a l m e n t e a q u a l q u e r t i p o d e
produios
ou emasculavam-se,retirando os testículos com um pedaço de manufaturados,embora também possa relacionar-se
a adornos e
cerâmica. Neste caso, seria como se o apóstolo afirmasse "se ióiasr e o vocábulo sinlah,traduzidopor roupa' veste
ou manta''
para ser saluoe consagrar-sea díuindade é necessóriocircuncidar'
se,porque naofazem eles como os sacerdotesde Cibele?"' I cí. P e<l ro cr t.rrr rs . (' ottrtt l nl c t' 1i l ' c l ttI tt l ìíhl i tr - l nl Itttl trç ti tt t) l l c t ntettc ttl i c tt l c) 8 0 .
p. l8
r cl eason A nt.rrnn, l ,,rrt' ìc l opédìu tl e l )i /ìc ttl tl ttrl c .t B íbl ìc ' tr,v .1997. p. l 6l
'1 66 t $?
H ermenêutícs C ontextual O texto em seu contexto
r ld. Ibidem
r hlicos.l988.p.115-l-13
N{e rrilC. fr, r r r , r ' ( et alì i) , I ' ì dr t ( - ot ì t lì unur t o sl . c n t l t t t l, }í c ('tttttcttltit'io'1982'p'224
5 .f.A. Ttt0irtps
()tj,!)eillet'()tl(ttttitt;!ntrttcltrç'[io
O texto em seu contexto 169
168 H ermenêutíca C ontextual
tl'-, tL'
afirma Matthew Henry: "a adoçõo das uestimentas de um sexo Paulo, na funçáo de mestree pedagogo, exacerbatìo
Alrt'l,r
por outro, é um ultrajea decência,mancha as disfinçóesda natureza, rs visuais para interiorizaro seu ensino nos discípulos.
tlo"
produzindo efeminaçõo no homem, indecoro e falsa modéstia na estímulos án tnut ouvintes, projetando uma imagettt
mulher, como também leuiandade e hipocrisiapara ombos"o. Fica uistadoresromanos sobre um ensino particular das Escrilttt,r"
claro que a condenação divina é contra o travestismo,ao indecoro O texto, sem dúvida, teÍete-seà exposição dos venci(los 'trr
(ltl('
e a hipocrisia característicade quem assim procede. Embora esta io, por parte da soldadescaromana e do populach<)
f'tltr
lei em seu contexto original náo tenha implicações diretas para riam para essascerimônias. Socorramo-nos com üm
c1r
com a nossa vida moderna, há algumas implicações indiretas: o qrrá provavelmente lançarâluz ao contexto históric'
"porque qualquer que faz úoÍscousosé abominóuelao Senhor teu
DeLts". Portanto, é bastante questionável se essa provisão especial
da lei mosaica deve s e r re le g a d a a o n í v e l d e me ro rit o N oanoSl d.C .,quandoos r om anos der r otar am C ar ata
inconseqüente, que se p o d e o u d e v e e limin a r me d ia n t e a bem quepoder i am tê- l om atadoi m edi atam enteec onta
ct
emancipaçáo dos crentesneotestamentários,os quais devem estar ória do massacre depois. Porém, não o fizetam' Levaram
umet
livres do jugo legalísticodo Antigo Testamento. r subjugado e o arrastaram pelas ruas de Roma' fazendo
içáo riacionalde que os romanos mais uma vez havianr
O Novo kstamento enfatua o vestuário adequado, modesto, sobre seusinimigos.
como elemento importante do testemunho cristáo (l Tm 2.9), pelo
que o crente dedicado deve vestir-sede maneira a honrar ao Senhor. Am ar c hatr i unfal ex i bi apubl i c am enteC ar atac us tr
Em Gálatas3.28 a afirmação de Paulo de que náo há macho e :dinadosao escárnio,quanto mais humilhado era o cativo,
fêmea, não se aplica a coisas como roupas ou costumes,mas aumentavaa glóriadostonquistadores.Os cativos,arrastacl.s
coIÌì rì
à nossaposiçáo espiritualperante Deus. O reconhecimentodas os calcanhares atrás das carruagens, contrastavam
diferençasrelativasentre os sexos,dentro de sua unidade comum aça adocicada do incenso que se seguia adiante deles'
à humanidade, é um princípio digno de ser preservado, mas Os templos com suas portas escancaradas,adornados
tlt'
facilmente mal interpretado '. madas fiores; sobre os altares incenso à divindade
trr,t
o. A fragrânciados conquistadoresenebriavaos pulrrlot's
vencidos.
Exemplo:
Náo havia necessidade de posicionar-seem praça públit'r
" Graçao, V orém, a De u o , q u e , e m Crio t o , 6 e m? re n o 6
à vistade todos,proclamarcomo foi a vitóriasobreos venciclos
c onàuzem briunfoe, ?or me io à e n ó s , manifesï,aem ï,oào lugar
atacus,como um troféu, estavalá para que todos o visse
a fragrânciado seu conh e c ime n í o(2
" Co 2,14-ARA),
Nossastraduçõesassinalamque Deus é'o agenleda vit<lri'
tt.ttr
1982,p.172.
" ('ontentarir.tl;regético Devocioru.tltle todu lu llihlitt,vl. I - Perrtateuco.
crente, "EIe noi faz triunfaratrauésde Cristo". O texto
T G leas onARc r r , n.1S97.op, c it . , p.16 2
O texto em seu contexto l0Í )
770 H ermenêutica C ontextual
tltr
ref.ere-seobjetivamente apenas a vitória do crente, mas antes iì Paulo, na função de mestre e pedagogo, exacerba no uso
vitória de Deus sobre o crente - onde uma aporia é demonstrada: ÌS visuais para interio1rzaro seu ensino nos discípulos" Allel,r
cìcls
vencendo Deus ao crente, estetorna-se vitorioso por sua submisão estímulos de seus ouvintes, projetando uma imagetn
a Deus, Jacó é um exemplo dessaverdade. Assim, o crente cativo, uistadoresromanossobreum ensinoparticulardas Escrituras.
é exibido por Cristo. Por empréstimo, Champlin comenta: o texto,sem dúvida, Íefere-seà exposiçáodos vencidosao
que
"Portanto,o sentidodessaspalavrasé que osprópriosapóstolos rnio, por parte da soldadescaromana e do populacho
um fato
sejamvistosaquicomoos cativosde Deus,aquelessobrequemo )orriam para essascerimônias' Socorramo-nos com
do
Senhorobtiveratotalvitória,e a quemexibiacomokoféusde sua rico quá provavelmente lançarâluz ao contexto histórico
missáoremidora,em CristoJesus.Essaexibição,pois,seriafeita
para benefíciodo restodo mundo,perantequem os apóstolos No ano 51 d.C., quando os romanosdenotaramCaratacus'
passariamem marcha,a fim de que outrospudessemunir-se à e contar a
?s bem que poderiam tê-lo matado imediatamente
paradatriunfal,deixando-sesujeitarao mesmopoder divino. Levaram o
stória do massacre depois. Porém, não o fizeram'
Porém,cederao poderdivinoé umavitóriahumana.Dessaforma uma
er subjugado e o arrastaram pelas ruas de Roma, fazendo
é que os homensverdadeiramente kiunfam"s. uma vez haviam
ibiçáo Ãcional de que os romanos mais
nfado sobre seus inimigos.
A m arc ha tr i unfal ex i bi a publ i c am entec ar atac us e
o cativo'
ordinados ao escárnio, quanto mais humilhado era
is aumentava a glória dos conquistadores.os cativos,arrastados
com a
os calcanhares atrás das carruagens, contrastavam
adocicada do incenso que se seguia adiante deles'
de
Os templos com suas portas escancaradas'adornados
era
madas flo.nr; sobre os altares incenso à divindade
os pulmões
o. A fragrância dos conquistadoresenebriava
vencidos.
pública
Não havia necessidadede posicionar-seem praça
vencidos,
à vista de todos, proclamar como foi a vitória sobre os
cus, como um troféu, estava lá para que todos o visse'
8R.N.cHevpr-rN,
o NovoT-esronenr.
r/ersícuro
por l/er,çíc,ttro,vr.
rv I995.p.308
:l
CONTENOLNEP^/,RIO
o
SegundoTenney:
I
"No ferirpç de At6:ttsto.Rortt<tocotrtodottt-ttttgrartde ouiuotrtettlr
literari}. do qtrctl<tpoetTVirgílì<>ercì UrÌì dos princípctis.Sttctolrt15
rrrcrisccrtthecicia,Lineidct.glorit'icact Rottto de Augtstct A epocu <lt'
Augtrsto foi o períodcs ritrect da p<tesía e literotrtr<t ictittttr i Or
OClclrnOdO cltte eS<'reUiO
pCtr tfu"trttCì<;. p6e.siqsrì()sritg/de-sqrr'1Ì{'\
.SL1CS
e por ()tttjclic't hi.sÍóricrs
<'ttlcts greg7 e r()fÌÌorìcÌrertt'lttt"
clcrrrritg/<-rgio
trtCrrOi.s
ctfiÍttC/eS
O.S dO pOt)OrOllìOtì() ntpnt/tt/rr'/''
r'<lrttetrtpCtrâtìeOS
estctcupaz cle es!>antarqtnlqrrcr habitarúede socftrrrio/Moi.sltrr,i,
o estoic't>.
ò^érrer.cr, e ttrtctrrie Nenr. prodtnítt erì.)^cÌl().ç ,
filo.solir'o.',
trageclicts Petr<jrtir>
drotltriÍit:cls. c:otrtpósttttictttOtreir-r. cTtleoÍtttltr/trrt'
s i'it 1n( '( ì r Ì r r ir ÌI r/ í '
de <'onhet 'it t ì ellt ( t)ja
é r r r r r r rClgSnt elh1r e. s/ pr t t <zs
174 H ermenêutica C ontextual O texto em seu contexto 1?5
seus tempos. 1Võomuito depois desúes,surgir,m plínio, o Velho, lgr am m a( l etr a) por s ei s v ez es ( engegr am m ene[2ttez '<:s
com sua História Natural, os historisdores Tócito e suetônio e, grammatos,grammae grammasin,vs'2,3,6 (2 vezes);
depois destes,o satiristaJuuenal t .,'
I diakonetheisa (ministrada),diakonous,diokonio (3,6-9),
Ao contextoliterárioalia-seo estudo das formas líterórias. e doksapor oito vezes(7,8,9,L0,11)'
Essemétodo combina a crítíca dos gênerosliterórioscom a (abençoou),
investigaçãode sua história.A crítica dos gênerosliterários r Em Efésios1.3,eulogefos(bendito),eulogesos
investiga-os
com baseem determinadoscritérios.A históriados eulogia(bênçãos)'
gênerosé a históriade seu uso no quadro da históriado oriente
Médio,do OrientePróximoe da Europa,. o Novo Testamentomostraque esteera um recursousado
cada um dos hagiógrafosapresentaem suasliteraturas, por outros escritores.
váriasfontesde pensamentosque encontram-serelacionados
c o m a co mp o si çã oe co e rção liter ár ia de vár ios textos Exemplo:
neotestamentários.
o apóstoloPaulofoi o escritorsacroque maisse utilizoudo r Tiago no capítulo1.22-26tepetepoietai(fazer\por quatro
contextoliterárioe culturalde sua época, provavelmentedevido vezes,e nos versículos26,27 repele thrêskeía(religião)por três
sua cidadaniatambém romana e a sua vasta intelectualidade, vezes.
u s a n d o a q u i e a co l á vá ri o s recur sosor atór ios,tais como o o propósitodo traductioera reforçaro sentidoimediatodo
"traductio"e a "diatribe". texto atravésda rePetição.
O principal propósitoda diatribegregaé' fazet com que o
Exemplo: escritor entrelogo em contato com os seus leitores,como um
orador com seusouvintes.
o traductioera uma técnicaretóricausadopelos escritores
latinosem que o escritorrepetia insistentemente
um uocóbulo. Exemplo:
r Em 2 Coríntios3, por exemplo,paulo repeteo termo Paulo usandoo recursoda diatribeaos seusleitores:
kanoí(capazes)
por trêsvezes(ikanoi, ikanotese ikanosem,vs.5,6);
r faz perguntas
apostrôfa-os, (Rm 3'13; Gl 3'19);
I cf. Merrilc. TervNc'v,
o Not,.7ësramento,
stroorigeme.'lnáli,se,l995,
p.gl I introduzum aduersóriofictício(Rm 9'19; 11'19):
r Para uma compreensão
adequada das formãs literáriasáo Noïo Testamento
recomendamosa obra de Klaus BERGER, As Formqs Literáríasdo Nouo Tèstamento, I ' fazobj eç oes
( R m2.L,3;9.20;14'4,20,22) :
Sáo Paulo,EdiçóesLoyola:1998.
176 H ermenêutica C on textu al O texto em seu contcxltt 1ï?
Em Atos dos Apóstolos(17.28), paulo f.az citaçáode um o sentido literal é que o corpo, por meio da alnta
texto poéticofamiliaraos atenienses:"... como também alguns pecaminosa, é controlado pelo princípio do pecado-morte. Mas o
dos uossospoetasdisseram:Poísdele também sornosgeração". s e n t id o h i s t ó r i c o p o d e t a m b é m f a c i l i t a r o e n t e n d i m e n t o d a
mensagem.
o usodo pronomena segundapessoado pluralindicaque No mundo antigo costumava-se castigar um assassinopor
mais de um poeta havia se expressadonessestermos.No texto, seu crime amarrando-o membro a membro com a sua vítima. Na
Paulocita a poesia"Fenômenoslphaínómena,, deArato (3lS-240 medida em que o cadáver se decompunha, o criminoso sentia
a.c.), poeta,astrônomoe filósofoestóico,originárioda cilícia, todo o horror sufocante desse estado.
onde o apóstolonascera,e também,a poesia*Híno a Zeus,,de
cleantos (331'-232a.c.), filósofo,discípuloe sucessord,e zenáo. É provável que o versículo 24 seja o próprio grito do
o fundadorda escolaestóica. condenado: "talaiporosego anthrôpos.ftisme husetaiektou thanatos
toutou""
O contexto literário também pode auxiliar a interpretaçár-r
" E ncheele (Zeue)também o mâ r, t o à o
o rib e í roe b a í a : desseversículo.Virgílio (Eneida)esctevesobreessapráticatarnbéni
E todos, em tuào, precíoamooàa ajuàa àe Zeue,
como uma forma bárbara de tratar prisioneirosde guerra:
Toietambém oomoooua geração,,
/- ^ - -\ o "Que línqua Voàe àeecrever f'aie barbariàaàes'
\renomeno7,'t-51
Ou enumerar oo maooa;reo àa eopaàa implacável àele'
Não foi basíaníe que oo bone, oo inoceníeo sanqra66em:
r Diatribe (õLatplBï),
é unr colóquio - uma forrna literária cor.nelenrentosde diálogo. Cf. A
Van DervBoxr, Dicionát.Ìo Enciclopédic.oda Bíttlia,l9g5,p.397. Ainàa pior, ele âmarrou oo moríoÕ aos vivos',
rR.N.cuer,rplrN.oÀbr:oT'e.vÍantentotr'et,sículopot.
l,ersículct,1995,v;.III,AtosaRonranos
p.3 77
O texto em seu contexto I? Q
778 H errnenêutica Cotàtextual
mã o V a r a n o o a i u à a r e m n o 6 6 a a o c e n ç ã o ' A à m i r a : ' L e :
Esíeo, membro a membro, 106í0 a rooIo, ele fixou; que um homem?066â oheqarjunío àos àeusee?E Derr'
'?at'
Ó crime mon6íruo6olcrime 6 e m ? re c e à e n t ' e . que vem eníre os homeno, Além àisso' ele se
7em Deus, nào exietre almtt
Os vivos, sufocaàoe com feàor, míeeráveisàeitaào lá; V ró x i m o , à e s c e n e l e s '
, o o ? o u c o 6 ,mo rc e ra m! "'
E, neoíe abraço repuqnaníe â s á bi a . " r
" ... o Diabo náo queria permitir que Miguel sepultassea Moisés
porque o corpo de Moiséspertenciaà ordem material, acusando-
os escrítores sagrados usaram uez por outÍa, não somente
o de homicida e, por isso, náo merecia um sepultamentodigno.
a poesía e tilosofia do seu tempo, mas também protsérbíos,
e Miguel retruca,afirmando que o Senhor é o criador e governador
textos apócrífos.
do mundo material,pelo que Satanásnáo possuíaqualquerdireiio
de se declararsobre o assunto..."11.
Exemplo:
Sem mencionar as diversasfiguras apocalípticasusadas no
Em 2 Pedro 2.22, o apóstolocita provérbios 26.rla e das Revelaçõesque eram comuns a livros congêneres.Muitas
complementa" e â ?orcâravaàavolta a revorver-oe
no ramaçar',. declarações literárias e outras semelhantes eram ouvidas
A segundapartedesseprovérbiocombinado é d,efonte não m freqüência entre os filósofos estóicos, poetas latinos e do
bíblicadesconhecida. Entretanto,
os dois animais(cãoe porco)já nhecimento da plebe.
haviamsido usadospor cristo em Mateus7.6, e devidoaosseus
No Anti go T es tam entoa c om bi naç ãoentr e c ul tur a e
hábitos imundos,servirampara os filósofose poetas ilustrarem
teratura não deixa de ser menos interessante.Existia forte
os víciosmorais- um indivíduoera chamado,decão por causado
uência egípciana terra de Canaá antesda chegadados hebreus.
desregramento morãlvividopor essapessoa.É o casopor exemplo, quer dizer que os hebreusforam atingidosnáo somentepela
do pai da filosofiacínica(cinismo),Diógenesde sinope, que Íoi
Itura cananita, mas também pela influência que a cultura do
chamadode kúnikos,istoé, "parecidocom um cao' (dàrcinismo).
ito mantinha em Canaã. Semelhantementeocorre no domÍnto
por satisfazer
seusdesejospublicamente.Certaocasiãomasturbou_ terário, basta observar a influência do hino de Akhenáton
se em público a fim de mostrarcomo é fâcil a pessoasatisfazer
me n ó f i s I V ) c o m o S a l m o 1 0 4 , o u a i n d a o p a r e n t e s c od e
seusdesejos10, de
árbios22.17-23com algumaspassagens
do Ensinamento
n-em-opet.O mesmo ocorre quando comparamoso "Cântico
e CHavrlrN,1995,
op.cit.,vl. VI, p.336. Cânticos" e alguns cânticosde amor egípicio 1'
0Parauma visáo social
das filosofias e religióesno tempo do Novo Tesramenrover
Eduardo ARENS, ÁsiaMenor nos kmpos de paulo, Lucase Joao 1995, op.cit.,vl. VI, p.336.
CHnvplrN,
Aro.;;;; ;r;;;
econômicospora a compreensaodo Nouo kstamento,sáo paulo,Faulus:1997. Cf.A.BARUCQ (et alii), Escriúosdo Oriente Antígo e FontesBíblicas,São Paulo,
o. 1g5_
197.
óesPaulinas:1992.Ver nota no. 1do capítulo3
O texto em seu contexto I [:l
18 2 H ermen êutíca C ontextu al
DENASH
PáPÍRO
NCIASBIEUOqRA
FERÊ
P.E FICAS
1968'
,lntroduçaoà Bíblia,Riode Janeiro:Vozes'
BALI^ARINI.Teodorico( ed,.\
BAUEB,'i,Walter.AGreek.EnglishLexíconoftheNewTestamentantothcr
Chicago Press'1958'
Warly Chtistian Líterature, UniversiÇ of de Chigago:
BAXTER,J.Sidlow,ExaminaiosEscriÍuros,vl'3,SáoFaulo:VidaNova'1985'
e comunícar a fulaurd
BEEKMAN,John & )ALLOW,John. A Arte de Interpretar
de 'traduçnodaâhira'Sáo Paulo:Vda Nova' 192'
Esrita:Técrticos
BETTEN}}UET'Estêváo.ParaEntenderoAntigoTestamento,4"ed.,SãoPauìtl:
Editora Santuário:1990.
Stuttgart:1984.
)HAI4IBERLÁIN,W.Douglas'GramaticoExegéticadoGregoNeo'TestamL,tt|Lttt,'
Sáo Paulo:CasaEditoraPresbiteriana,l9S9'
6, Sáo Pauio:[-ovol'r' l( )')l'
FABRIS, Rinaldo.As corüosde Pouloí/il), BÍblicaLoyola
FRIBERG,Barbara;FRIBEBG,Timothy,(ed.),oNouoTèstamentoGrelltlAtt,tltlt','
São Paulo:tlicjaNova, 1987.
0 V a g i roh e b ra i c oà e l \a e l r fo i à e ocobertoem 1902, no E gi Lo,por W .L.N ae h, l '
à Hermenêutir:ol/ ' r'' 1 r"
àee c o b e rL an o F a y u me e e c .ri t,a entta o I e o l l oéc.(a.C .).C onLl :t G\LHUIS.Pedro. corno lnterpretarq Bíbtìa:Introduçao "'
? r ovâvel mente
' êq ' l e fl ta ' ò o o e c á to q o(íx . l Ò.2-1/ Ot.b.6-21) e ct ' nl ci o ào S herrá l çtae. Paulo:l-ivrariaCistáUnida,1980'
784 O texto em seu contexto I Eã
H ermenêutica C ontextual
Accordingto the MajoriÇ Text,second edition, 19g5, ashville- camben - New york.
ThomasNelsonPublishers.
Vocêpodeadquirirestasobraspelotelefone (047)
sozÍgggg
(Tele-fax)433-o22r, e-mair:[email protected] então
escreva
para: caixa Postal 86 - cBp gg2oz-oor
- Jornuíile - sc.