Apostila 3 Modelos Didáticos

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Metodologias Inovadoras para a Educação

Modelos didáticos de professores de Ciências


Valéria de Souza Marcelino
Cassiana Barreto Hygino Machado
Sumário
1 - Por que estudar os modelos didáticos dos professores .......................................................... 3
2- O que entendemos por modelos didáticos? ............................................................................. 3
3- Estudos sobre modelos didáticos no ensino de ciências .......................................................... 3
3.1- Modelo didático tradicional ............................................................................................... 4
3.2- Modelo didático tecnológico ou tecnicista ........................................................................ 4
3.3 - Modelo didático espontaneísta-ativista ........................................................................... 5
3.4 – Modelo didático Investigativo .......................................................................................... 6
Referências ................................................................................................................................ 7

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1 - Por que estudar os modelos didáticos dos professores

Devemos ter como meta a melhoria da formação inicial, para isso precisamos conhecer
os professores, sua prática docente e suas concepções sobre o processo de ensino e
aprendizagem.

Devemos, ainda, reconhecê-los como sujeitos responsáveis e fundamentais pelas tão


necessárias mudanças em nosso sistema educacional.

De acordo com Guimarães, Echeverría e Moraes (2006):

Pensar em melhorar a formação dos professores e dos


jovens, considerando que uma leva à outra, implica, em
primeiro lugar, conhecer os professores atuais e
reconhecê-los como sujeitos responsáveis por qualquer
mudança significativa que possa ocorrer na educação
escolar. Nessa perspectiva, é necessário voltar nossos
olhares para o professor, não enquanto apêndice das
reformas educacionais, mas enquanto sujeito
fundamental do processo de mudança (Guimarães,
Echeverría e Moraes, 2006, p. 304).

2- O que entendemos por modelos didáticos?

Considerando a escola como um espaço de confluência de diversas culturas,valores e


crenças que se fazem presentes no currículo, explícito ou oculto, e nas relações que se
estabelecem na sala de aula entre professor e alunos, podemos afirmar que a
configuração do fazer pedagógico em cada sala de aula é permeada por um processo
de tomada de decisões, nem sempre consciente. De acordo com Guimarães,
Echeverría e Moraes (2006, p. 37) “Esse fazer impregnado de concepções e saberes
tácitos, muitas vezes não explicitados por estarem configurados por um forte
componente ambiental é o que se denomina modelo didático.

3- Estudos sobre modelos didáticos no ensino de ciências

Garcia e Porlán (2000) estudaram como os professores descrevem, explicam e intervêm


nos processos de ensino e aprendizagem na área de ciências e a partir destes estudos
caracterizaram quatro tipos gerais de modelos didáticos e de perfis profissionais:
tradicional, tecnológico, espontaneísta-ativista e investigativo.

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Estes autores afirmam que ao proporem um modelo didático desejável para o ensino
de ciências não pretendem substituir o conhecimento dos professores, mas sim melhorar
progressivamente as ideias preexistentes desses professores, a forma como eles pensam
sobre seu jeito de ensinar

3.1- Modelo didático tradicional

O modelo tradicional focaliza o conteúdo, e se caracteriza pela ênfase na transmissão


destes do professor para o aluno. Neste modelo, o contexto social e os interesses dos
estudantes são desconsiderados. A metodologia para a condução das atividades se
deve estritamente a uma postura ativa do professor que retém os conhecimentos e
deve transmiti-los. Os alunos possuem uma postura passiva e devem absorver todo o
conteúdo estudado. As atividades priorizam a memorização de informações, nomes,
fórmulas. Os conhecimentos são fragmentados e não apresentam qualquer relação
com a realidade dos alunos. A avaliação valoriza a memorização dos conceitos
transmitidos e ocorre através de exames e provas pontuais (GARCÍA e PORLÁN, 2000).
A Figura 1 representa o modelo didático tradicional.

Figura 1: modelo didático tradicional

3.2- Modelo didático tecnológico ou tecnicista

O modelo tecnológico procura inovar o modelo tradicional, incorporando ao currículo


da escola atividades práticas, materiais didáticos atualizados e um rigoroso
detalhamento dos planejamentos de ensino. A metodologia procura obter maior
eficiência do processo de ensino. A avaliação tem como objetivo quantificar a
aprendizagem e verificar a eficiência desta sistemática de ensino. Neste modelo o
aluno também tem uma participação passiva, devendo participar das atividades

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programadas (GARCÍA e PORLÁN, 2000). A figura 2 representa o modelo didático
tecnológico.

Figura 2: modelo didático tecnológico

3.3 - Modelo didático espontaneísta-ativista

No modelo espontâneo, a ênfase está nas ideias e interesses dos alunos. A realidade
dos alunos é levada em consideração em todas as atividades, que por sua vez são
flexíveis e valorizam o desenvolvimento de atitudes e autonomia dos estudantes. Os
conteúdos trabalhados consideram os interesses dos alunos e a avaliação focaliza o
desenvolvimento dos estudantes. O professor tem o papel de líder social e afetivo, seu
trabalho ocorre essencialmente no campo da prática, levando em consideração sua
experiência (GARCÍA e PORLÁN, 2000). A figura 3 representa o modelo didático
espontaneísta.

Figura 3: modelo didático espontaneísta

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3.4 – Modelo didático Investigativo

O modelo investigativo propõe um ensino no qual tanto alunos quanto professores


exercem um papel ativo. Enfatiza-se as situações problemas que exigem dos alunos
posturas investigativas, nas quais, devem elaborar hipóteses e propor soluções. As
atividades são contextualizadas, com temas socialmente relevantes e com incentivo da
atuação dos alunos. A avaliação tem como objetivo identificar as dificuldades dos
alunos e promover reflexões sobre a evolução dos estudantes (GARCÍA e PORLÁN,
2000). A figura 4 apresenta o modelo didático investigativo.

Figura 4: modelo didático investigativo

O trabalho na formação inicial ou continuada de professores permitem verificar uma


evolução nos modelos didáticos dos docentes, como pode ser visto na figura 5.

Figura 5: estágio de evolução dos modelos didáticos

Fonte: elaboração própria

Podemos perceber a partir da figura 5 que os professores evoluem de modelos didático


mais tradicionais e o objetivo é atingir um modelo mais desejável o investigativo.

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Neste modelo investigativo, como foi visto, as aulas tem como foco o aluno e para isso
devem partir de um problema, conforme mostra a figura 6.

Figura 6: aulas pautadas no problema

Fonte: elaboração própria

Desse modo, podemos perceber a necessidade de mudanças em nossas aulas, a fim


de que nosso ensino se direcione para o desejável, o modelo investigativo, com aulas
que partam de problemas, ou seja, aulas que utilizem metodologias
ativas/problematizadoras.

Referências

GARCÍA, J.E. e PORLÁN, R. Ensino de ciências e prática docente: uma teoria do


conhecimento profissional. In: HARRES, J.B.S. (org.). Ensino de ciências: Teoria e prática
docente. Lajeado (RS): UNIVATES Editora, p.7-42. 2000.

GUIMARÃES, G. M. A.; ECHEVERRÍA, A. R.; MORAES, I. J. Modelos didáticos no discurso de


professores de ciências. Investigações em Ensino de Ciências, Porto Alegre, v. 11, n. 3, p.
303-322, 2006.

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