AULA 02 - Utopia e Agonia No Governo de João Goulart

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA

DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA


COORDENAÇÃO DO CURSO DE LICENCIATURA EM HISTÓRIA
MUNICÍPIO: SANTA INÊS – MA PERÍODO: 2020.2

Utopia e agonia no governo de João Goulart

Prof. MSc. Marcus Pierre de Carvalho Baptista


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Santa Inês (MA), dezembro de 2020.
Utopia e Agonia do Governo Jango

Mudanças?

Reformismo? Revolução?

2
A esquerda nos anos 1970 e 1980 sobre o governo Jango

Esquerda Nova
Nacionalista Esquerda

3
Governo Ilusão
Reformista? Utópica?

4
Irresponsabilidade
das Esquerdas

Fragilidade
Política

Crise Econômica

Golpe das Direitas

5
Qual o caminho percorrido
pela crise política que
culminou no Golpe?
Qual a relevância do
governo de Jango para o
Brasil?
Como analisar o período do
regime militar brasileiro?

6
• Revisão da agenda
Principais política brasileira
• Busca por uma
Virtudes do democratização da
governo Jango cidadania e da
propriedade

Transformação • Ação das Direitas


da Agenda contrárias ao governo de
Jango e à inserção das
Política em massas na política
projeto de
governo

7
Quais aspectos marcaram o
cenário político do momento
que antecede o golpe?

Voto dos analfabetos,


reforma agrária, nacionalismo
econômico, legalização do
Partido Comunista Brasileiro

Como conciliar essas


questões entre a Direita e a
Esquerda?

8
Afirmação de
Agenda Golpe Civil- outro modelo
Reformista Militar político-
ideológico

9
Modernização
socioeconômica
do país

Modelo
político-
ideológico
esboçado
pelo golpe
Edificação de
Civil-Militar
uma Democracia
tutelada pelos
militares em nome
da ordem

10
Golpistas Golpistas
Civis Militares

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• Retomada do status quo

Golpistas • Democracia para uma


minoria, liberdade

Civis
legitimada pela lei e
estabilidade das
hierarquias sociais

• Desconfiança dos políticos


civis para realização destes
Golpistas elementos

Militares
• Fim da ideia de um “golpe
cirúrgico”: rompimento da
coalizão golpista de 1964

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O que interessa ao historiador
o estudo desse momento?
Compreender
Entendimento
que o fracasso
que as
Romper com de um projeto
reflexões
uma reflexão político revela
produzidas
fragilizada do tanto seus
acerca deste
“E se” problemas
não são
como suas
absolutas
virtudes.

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Goulart pretendia uma nova Assembleia Constituinte. Buscava
fazer a reforma agrária, bancária, eleitoral e tributária.

Tancredo Neves – Primeiro Ministro – Apoiava uma agenda


reformista e gradual. As lideranças camponesas queriam uma
transformação radical da estrutura agrária, rechaçando essa
agenda reformista e gradual - “A reforma agrária será feita na lei
ou na marra, com flores ou com sangue”.

Renúncia de Tancredo em julho de 1962.

Segundo Semestre de 1962 – Acirramento da disputa política pelo


Brasil. Com o retorno do presidencialismo as esquerdas reafirmam
seu projeto político de reformas, sendo visto por alguns como o
início da “Revolução Brasileira”. As Direitas frustradas com o golpe
fracassado em Jango buscam se rearticular, considerando novas
táticas e novos parceiros em sua conspiração.
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Nos fins de 1962 o PTB e agenda reformista tem uma boa atuação
nas eleições estaduais e legislativas.

No início de janeiro o plebiscito para o retorno do presidencialismo


vence. As esquerdas interpretam isso como um apoio as reformas
de base.

Pressão da esquerda não parlamentar pela aprovação das reformas


de base – Frente de Mobilização Popular. A FMP via o governo de
Jango como conciliatório por tentar realizar as reformas no âmbito
do Congresso Nacional, tido como conservador e contra o
reformismo. A esquerda dividia-se, principalmente, entre brizolistas,
comunistas e “ligueiros”, estes últimos acreditavam na luta armada.

1963 – Governo Jango trava duas batalhas decisivas: Aprovação da


reforma agrária no Congresso e tentativa de controlar a inflação e
retornar o crescimento.
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Elaboração do Plano Trienal: Controle de inflação e retomada
do controle das finanças públicas – Restrição salarial, restrição
ao crédito e corte de despesas do governo. Seguia as
indicações do FMI. No segundo momento previa a retomada
do desenvolvimento a partir das reformas estruturais:
administrativa, fiscal, bancária e agrária.

Boa parte dos sindicatos, base do governo de Jango, foram


contrários ao Plano. O empresariado comercial e industrial
também se posicionou de maneira contrária.

Em maio de 1963 Jango cede as pressões, liberando o crédito


e aumentando o salário dos funcionários públicos. Findava-se
o Plano Trienal, a economia estava sem controle e surgia o
pior cenário possível: Recessão e Inflação.

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O Congresso não aceitaria a desapropriação sem o pagamento
aos latifundiários. A UDN posicionou-se contrária a reforma, o
PSD queria o pagamento de 50% do valor da terra, além de que
o proprietário permanecesse com 50% da terra desapropriada.

Em outubro o último projeto de reforma agrária foi rejeitado no


Plenário.

Além disso, instaurou-se outra crise no final de 1963 com o STF


recusando-se a dar posse aos militares eleitos em 1962 ao
Legislativo. Os militares se rebelaram e muitos foram presos.

A atitude do governo frente a insubordinação das Forças


Armadas alimentou a suspeita de um golpe de estado apoiado
pelas camadas subalternas das Forças Armadas.

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Lacerda acusa o governo de golpista, infiltrado por comunistas
e sugere a intervenção americana para manter a democracia
no continente.

A ineficácia de Jango em lidar com essa situação levou a


críticas tanto da Direita como da Esquerda.

A derrota na economia e na aprovação das reformas de base


exacerbou uma crise política que já se delineava nos
anteriores. O palco estava formado, os atores começavam a se
posicionar e em breve as cortinas cairiam, revelando o golpe
de 64.

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REFERÊNCIA

NAPOLITANO, Marcos. Utopia e agonia do governo


Jango. In: ______. 1964: História do Regime Militar
Brasileiro. São Paulo: Contexto, 2014. p. 16-41.

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