Análise de Dados de Satélite em QGIS
Análise de Dados de Satélite em QGIS
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All content following this page was uploaded by Cristina Ponte Lira on 14 November 2017.
DGRM
Autores
1 2 2
Avenida Brasília Alexandra Amorim , Cristina Lira , Rui Taborda
1449-030 Lisboa
Portugal
Tel.: +351 213 035 700 1
Fax: +351 213 035 702
Departamento de Geologia, Faculdade de Ciências
[email protected] da Universidade de Lisboa
www.dgrm.mam.gov.pt
2
IDL - Instituto Dom Luiz, Departamento de Geologia,
SOPHIA
[email protected] Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
www.sophia-mar.pt
Agradecimentos
Os autores agradecem a Ana Nobre Silva pelo apoio na elaboração do exercício 3.
ISBN
978-989-20-7565-5
EXERCÍCIO 2 19
Análise de Imagem em ambiente SIG
EXERCÍCIO 3 28
Correções geométricas em imagens óticas
EXERCÍCIO 4 36
Correção radiométrica
EXERCÍCIO 5 45
Plumas túrbidas
EXERCÍCIO 6 53
Mapeamento dos fundos marinhos
EXERCÍCIO 7 65
Mapeamento de manchas de óleo - imagens SAR
EXERCÍCIO 8 66
Dados multidimensionais
1. Descarregar e explorar uma imagem Landsat 8 OLI/TIR.
4
b. Clique no botão Data Sets, abra o separador Landsat Archive ► Collection 1 e
selecione a opção L8 OLI/TIRS (Figura1, à direita).
Figura 1- Página inicial do EarthExplorer onde se faz a seleção dos tipos de imagem e sensor disponíveis.
1 Para mais informações sobre os níveis de correção consulte o guia técnico do módulo de formação Sophia Sistemas de
Informação Geográfica: Análise de Dados Satélite (Lira et al., 2016).
5
A imagem terá aproximadamente 800 MB (dependendo da imagem escolhida), pelo que
deverá demorar um pouco a descarregar.
f. Descomprima a pasta que acabou de descarregar.
b. Navegue até à pasta onde guardou e descomprimiu a imagem e abra a pasta com
a imagem Landsat 8, cujo nome deverá ter o formato LC8XXXXXXXXLGN00
(Figura 3). Explore as diferentes bandas no Navegador (nos separadores
Metadados e Pré-visualização).
6
Figura 3 – Navegador QGIS em modo de pré-visualização de uma imagem Landsat 8.
c. Ative a banda 8 de uma das imagens Landsat e faça Zoom a uma qualquer zona
da imagem, de forma a distinguir os píxeis. Desligue a banda 8 e ligue, por exemplo,
a banda 7 da mesma imagem Landsat. O que verifica?
d. Usando a ferramenta Medir Linha , estime o comprimento da praia da ilha do
Porto Santo (pode dar vários cliques do rato para medir linhas curvas).
7
3. Descarregar e abrir uma imagem MODIS AQUA.
Este produto apresenta, em cada píxel, a melhor observação possível L2G durante um
período de 8 dias. Os produtos L2G apresentam valores de refletância à superfície, tal
como seria medida ao nível do solo na ausência de dispersão atmosférica ou absorção.
8
Neste ponto iremos descarregar uma imagem do sensor ASAR a bordo do satélite Envisat
(Environmental Satellite), um satélite de observação da Terra da Agência Espacial
Europeia (ESA) com 10 instrumentos a bordo, cuja missão teve início em 2002 e terminou
em 2012. O QGIS utiliza a biblioteca GDAL2 para ler e gravar vários formatos de dados,
permitindo-lhe ler imagens de alguns destes sensores.
c. Descomprima para uma pasta com o mesmo nome e adicione a imagem ASAR ao
projeto QGIS. Escolha um Sistema de Referência de Coordenadas (SRC)
adequado.
Para além das imagens de satélite disponíveis para descarregar na internet, existe também
muita informação derivada, com maior ou menor processamento. Um dos portais que
2
Geospatial Data Abstraction Library (Biblioteca de Abstração de Dados Geoespaciais), uma biblioteca de tradução para
dados geoespaciais (matriciais e vetoriais), distribuída pela Open Source Geospatial Foundation sob uma licença Open
Source do tipo X/MIT.
9
disponibiliza alguma desta informação na temática MAR é o portal COPERNICUS MARINE
ENVIRONMENT MONITORING SERVICE (antigo MyOcean project). Neste portal, a
informação raster vem, fundamentalmente, no formato NetCDF.
10
a. Qual é a zona de Portugal que apresenta
maior concentração de clorofila?
11
Tabela 1. Bandas e respetivos comprimentos de onda das imagens Landsat 8 (retirado de
http://landsat.usgs.gov/band_designations_landsat_satellites.php).
12
1. Descarregar a imagem ótica Sentinel 2.
c. Caso ainda não tenha efetuado o seu registo no Sentinels Scientific Data Hub,
registe-se; caso já esteja registado, faça Login.
14
d. Faça zoom à região do Algarve (Figura 1) e com o rato desenhe um polígono de
área de pesquisa.
e. Coloque a referência S2MSI1C como critério de procura, o que corresponde a
imagens Sentinel 2, nível de processamento L1C.
A imagem a descarregar tem cerca de 6.3 Gb pelo que pode demorar algum
tempo a descarregar, consoante a ligação da Internet.
15
Neste exercício vamos abrir o grânulo correspondente à zona T29SNB.
16
Figura 2 - Bandas e respetivos comprimentos de onda das imagens Sentinel 2 (retirado de
https://earth.esa.int/web/sentinel/user-guides/sentinel-2-msi/resolutions/spatial).
17
A janela do módulo SCP apresenta as ferramentas básicas para processar e analisar
imagens de satélite (Figura 1).
19
Figura 2 – Janela de pesquisa de módulos.
20
O menu para pesquisar e descarregar imagens apresenta 4 janelas independentes de
download de imagens Landsat, Sentinel-2, ASTER e MODIS. Para qualquer um deles é
necessária autenticação e/ou login nos respetivos servidores (respetivamente
https://ers.cr.usgs.gov/, https://scihub.copernicus.eu/userguide/1SelfRegistration e
https://urs.earthdata.nasa.gov.
O menu Ferramentas (Tools), para manipular áreas de interesse nas imagens (ROI –
Regions Of Interest - úteis para classificar rapidamente imagens multi-temporais, ou para
avaliação da precisão da classificação) e assinaturas espectrais.
O menu Band calc, para realizar cálculos entre os píxeis das bandas carregadas.
1 Mais informação no guia Sistemas de Informação Geográfica: Análise de Dados de Satélite (Módulo 5 da formação Sophia).
21
3. Funcionalidades de pesquisa e download.
a. Num novo projeto, abra a janela SCP e escolha o menu Download Images .
b. Introduza os seus dados de login no EarthExplorer e faça uma pesquisa para uma
imagem OLI Landsat 8, definindo as coordenadas para os pontos UL (upper left –
superior esquerdo) e LR (lower right – inferior direito), por exemplo -10(UL X), 40
(UL Y), -8 (LR X) e 38 (LR Y). Escolha um intervalo de datas recente e cobertura
nebulosa máxima 0%.
4. Funcionalidades de visualização.
c. Escolha uma banda, no Painel das Camadas, e com o BLDR sobre ela, escolha
Propriedades e o separador Estilo.
22
As operações de realce permitem melhorar a capacidade de interpretação visual de uma
imagem por um de dois métodos:
a) alteração do contraste da imagem;
b) conversão de tons de cinza para representação de cores.
As operações de realce permitem ajustar os dados contidos nas imagens, dados estes que
podem ser categorizados sob a forma de histogramas, com o objetivo de realçar
determinados atributos das imagens. Desta forma a visualização e manipulação do
histograma, característico de cada banda e/ou imagem, é a forma mais eficiente de
proceder a este destaque.
a. Volte a carregar a mesma imagem no QGIS e, com o BLDR sobre ela, escolha mais
uma vez o separador Propriedades para realçar a imagem, desta vez através do
separador Histograma.
A janela do Histograma do Raster permite visualizar e alterar o histograma, escolhendo-se
manualmente os valores mínimo e máximo para a representação da imagem (Figura 4).
Estas alterações podem também ser gravadas como um novo estilo, podendo ser a seguir
replicadas nas outras imagens.
23
6. Diferentes composições coloridas
O olho humano reconhece muitas mais cores do que diferentes tons de cinzento. Desta
forma a variabilidade de cores pode ser utilizada para realçar pequenas diferenças entre
níveis de cinzentos. O processo que transforma uma imagem originalmente em níveis de
cinzento numa imagem em diferentes níveis de cor denomina-se por representação em
pseudocor ou pseudocolor.
A visualização da informação em cor verdadeira (visualização aproximada à realidade
percepcionada pelos nossos olhos) é denominada de representação em cor verdadeira.
Esta representação corresponde à combinação colorida das bandas Vermelho-Verde-
Azul, também denominado RGB (do inglês Red-Green-Blue).
Qualquer alteração, quer na ordem das bandas quer na informação espectral que compõe
a imagem, produz uma imagem diferente, que será denominada de falsa cor.
Abra o menu Band set na janela SCP e selecione as bandas pela ordem correta,
seguidas de . Utilize as setas para ordenar as bandas. Em quick wavelength
settings escolha Landsat 8 OLI. Escolha Create virtual raster of band set e em seguida
faça Run .
c. Faça o melhoramento do contraste na nova imagem colorida (note que, agora, terá
3 histogramas diferentes para manipular, um por cada cor da imagem).
necessário faça Refresh list para atualizar a lista das bandas na janela do plugin
SCP.
b. Proceda à composição colorida em falsa cor 5-4-3, retirando as bandas que não
interessam na composição com o botão (Delete Row). A cor
predominantemente vermelha corresponde a quê?
24
c. Proceda às composições coloridas em falsa cor 6-5-4, 7-6-4, 7-5-3 em imagens
diferentes e observe as diferenças.
7. Representação em pseudocor
c. Mude para o separador Estilo e escolha Banda de cor falsa simples em Processar
tipo. Para os valores Min e Máx copie os valores mínimo e máximo que definiu no
histograma.
25
f. Amplie a região metropolitana de Lisboa e interprete as diferenças. Dica: use como
auxílio na interpretação a composição colorida 5-4-3.
g. Grave a informação da rampa de cores num ficheiro .qml (em Estilo ►Guardar
estilo) na pasta onde guardou os restantes ficheiros deste exercício e dê-lhe o nome
PseudocorL8B10).
26
EXERCÍCIO 3
28
3.1 Navegue até ao sítio www.igeo.pt, vá a dados abertos e pesquise “caop”.
Carregue na opção Serviços ► Caop Continente ► Continente WMS e
copie o endereço disponibilizado. Verifique, na ficha técnica, qual o
sistema de referência utilizado na carta.
3.2 Carregue o serviço WMS para o seu projeto QGIS. No menu Camada
escolha Adicionar camada ► Adicionar camada WMS WMTS (ou vá
diretamente ao botão ). Escolha Novo, dê o nome CAOP à ligação e
cole no URL o endereço copiado no ponto anterior (Figura 1), fazendo OK
a seguir.
Poderá, se assim o entender, alterar a cor dos contornos dos polígonos, bastando para
isso aceder às propriedades da camada e, no separador Estilo, escolher, em Tonalidade,
Colorir e, em seguida, escolher a cor desejada.
29
4. Identifique na CAOP a zona representada na carta de sedimentos que
gravou no ponto 1 (do Cabo Mondego ao Cabo Carvoeiro) e faça zoom
até essa zona (Figura 3).
30
6.3 Após selecionar o ponto na carta de sedimentos, escolha “A partir da janela
do mapa” para ir para a CAOP, onde irá escolher o ponto homólogo
(utilize a ferramenta zoom para maior rigor). Faça OK.
6.4 Repita o procedimento de 6.2 e 6.3 para adicionar os restantes pontos (no
mínimo 4). Caso se engane nalgum ponto poderá eleminá-lo,
selecionando-o na tabela da janela Georreferenciador e com o BDLR fazer
Remover.
a. Vá a Configurações da transformação e preencha de acordo com a Figura 4.
Faça OK. Clique em faça Iniciar Georreferenciamento .
Na janela do projeto será carregado automaticamente o novo mapa georreferenciado. Arraste a
CAOP para cima no Painel das Camadas de forma a visualizar os contornos dos distritos sobre a
carta dos sedimentos (Figura 5).
31
Figura 5 – Resultado da georreferenciação.
Para proceder à georreferenciação da imagem com pontos coordenados, poderá optar por
utilizar as coordenadas geográficas reconhecidas na gratícula, e neste caso deverá
redefinir o sistema de coordenadas do seu referencial para o sistema de coordenadas
respetivo, definindo ainda uma transformação de coordenadas apropriada.
Em alternativa, poderá utilizar as mesmas posições/pontos, introduzindo as coordenadas
transformadas para o sistema de coordenadas do seu georreferencial de trabalho (neste
caso Sistema ETRS89-TM06), esta opção permite ter uma estimativa de erro de
georreferenciação, em metros, que não acontece no caso anterior por se tratar de
coordenadas geográficas.
32
Figura 6 - Imagem com pontos cujas coordenadas foram reconhecidas da grelha de coordenadas da imagem.
33
d. Nas configurações da transformação assegure que o SRC de destino é o
EPSG:3763), dando um novo nome ao raster de saída. No final faça Iniciar
Georreferenciamento .
Tabela 1 - Coordenadas geográficas dos pontos reconhecidos na carta de sedimentos (representados na Figura 6).
LONGITUDE LATITUDE X Y
34
As correções radiométricas principais correspondem à transformação de níveis digitais
para valores de radiância e refletância e a operações de correção atmosférica.
Uma vez que os dados de satélite são obtidos através de um sinal que atravessa a
atmosfera, o valor registado num dado local (píxel) da imagem não é um registo exato do
valor no terreno, pois a magnitude do sinal é, normalmente, alterada ao interagir com a
atmosfera.
A correção atmosférica nem sempre é necessária mas, em determinados casos, é
aconselhada, como por exemplo:
• No cálculo de razões entre duas bandas, uma vez que comprimentos de onda mais
pequenos experimentam maior scattering (dispersão) e vice-versa, enviesando
assim os resultados;
• Quando se pretende relacionar os níveis de radiância da superfície com algum
fenómeno físico;
• Na comparação de medições realizadas em datas diferentes, onde condições
atmosféricas serão geralmente diferentes.
36
As imagens Landsat 8 são disponibilizadas em números digitais (DN – Digital Number)
pelos sensores OLI (Operational Land Imager) e TIRS (Thermal InfraRed Sensor), podendo
os valores ser recalculados de forma a obter:
1.1 Crie uma pasta de trabalho com o nome AE_Ex4, com uma subpasta
denominada Corr_Radiometrica.
37
a. Em escolha a diretoria onde está guardada a imagem Lansat 8 e em
escolha o ficheiro MTL que contém os metadados com a informação a incluir na
conversão.
b. Da lista de bandas que foi carregada em baixo, precisaremos apenas das bandas
10 e 11; para excluir as restantes, selecione-as e faça .
Figura 1 – Histograma da banda 11 da imagem Landsat 8 antes (esquerda) e após (direita) a conversão para
radiância espectral TOA.
38
Onde 𝜌𝜆′ é a refletância espectral planetária no topo da atmosfera, sem a correção do
ângulo solar; 𝑀𝜌 é o fator multiplicativo da refletância parametrizado para cada banda
(REFLECTANCE_MULT_BAND_X, onde X é o número da respetiva banda); 𝑄𝑐𝑎𝑙 é o
número digital do pixel e 𝐴𝜌 é o fator aditivo parametrizado
(REFLECTANCE_ADD_BAND_X) para cada banda.
A refletância espectral no topo da atmosfera corrigida do ângulo solar é dada por:
𝜌𝜆′ 𝜌𝜆′
𝜌𝜆 = =
cos(𝜃𝑆𝑍 ) sin(𝜃𝑆𝐸 )
Onde 𝜌𝜆 é a refletância espectral planetária, 𝜃𝑆𝐸 é o ângulo de elevação solar local (o
ângulo de elevação solar central da imagem, em graus, é fornecido no ficheiro de
metadados - SUN_ELEVATION) e 𝜃𝑆𝑍 é o ângulo zenital solar local, sendo calculado pela
expressão 𝜃𝑆𝑍 = 90° − 𝜃𝑆𝐸 .
Desta forma a expressão final de conversão dos níveis digitais para refletância espectral
no topo da atmosfera é:
𝑀𝜌 𝑄𝑐𝑎𝑙 + 𝐴𝜌
𝜌𝜆 =
sin(𝜃𝑆𝐸 )
a. Faça Run (por serem muitas imagens, o programa poderá levar algum tempo
a processá-las).
As imagens térmicas fornecidas pelo sensor TIRS (Thermal InraRed Sensor) podem ser
convertidas de radiância espectral TOA para temperatura de brilho expressa em graus
Kelvin ou em graus Celsius. A temperatura de brilho no sensor (também denominada de
temperatura radiante - 𝑇𝑟𝑎𝑑 ) assume que a Terra é um corpo negro1, i.e., com emissividade
igual a 1, e inclui os efeitos atmosféricos (e.g. como a absorção) e outras emissões ao
1
Corpo que absorve toda a radiação incidente.
39
longo do caminho percorrido entre superfície e sensor. A temperatura de brilho no sensor
em graus Kelvin pode ser estimada pela expressão:
𝐾2
𝑇𝑟𝑎𝑑 =
𝐾1
ln( + 1)
𝐿𝜆
Figura 2 – Histograma da banda 10 da imagem Landsat 8 após conversão para temperatura de brilho em graus
Celsius.
b. Faça para carregar todas as camadas que estão ativas e escolha a última que
criou, referente à temperatura em ºC, clicando duas vezes sobre esta.
d. Faça Run.
Poderá acontecer que a nova imagem não carregue conforme o esperado. Experimente
abrir o histograma e alterar os valores mínimo e máximo de forma a corresponderem aos
valores de temperatura do ficheiro equivalente em ºC, adicionados de 272.15.
4.2 Abra o módulo Profile Tool e selecione uma das bandas térmicas
corrigida para temperatura de brilho em graus Celsius, fazendo zoom para
a região do estuário do Tejo.
a. Faça Add Layer no canto inferior direito, para selecionar esta imagem como a fonte
dos dados para o perfil.
b. Trace uma linha que atravesse todo o estuário, semelhante à da Figura 3. Termine
a linha com duplo clique.
41
estuário
mar nuvem
4.3 Mantendo a mesma imagem (térmica) como fonte dos dados para o perfil,
faça zoom à zona do estuário do Sado e trace uma polyline desde a foz
até ao rio Sado (à semelhança da Figura 4), terminando com duplo clique.
Note que cada vértice da polyline fica registado no perfil com uma linha vertical.
42
a. Grave o perfil em formato PDF (com um nome diferente) na pasta
Corr_Radiometrica e analise-o, comparando com a imagem e com o perfil anterior.
A USGS tem uma série de ferramentas e serviços de apoio a quem trabalha com as
imagens por eles disponibilizadas. Destes serviços destaca-se o Spectral Viewer, uma
ferramenta que permite determinar as melhores bandas de uma imagem para interpretar
ou estudar determinada propriedade do terreno.
Esta ferramenta permite a visualização de como as bandas de diferentes satélites registam
a intensidade do comprimento de onda (cor) da luz, denominado de Resposta Espectral
Relativa. O Spectral Viewer dispõe de informação para vários satélites e para vários
materiais, como a água ou a vegetação.
Esta ferramenta é usada em modo online e está disponível em
http://landsat.usgs.gov/tools_spectralViewer.php.
c. Trace novo perfil sobre outra zona onde a água apresente sedimento em
suspensão. Indique as diferenças.
43
Os estuários e as zonas costeiras ligam os ecossistemas terrestres aos oceânicos,
proporcionando zonas de mistura entre águas fluviais, costeiras e abertas. Estas áreas de
interface são ricas em nutrientes, compostos orgânicos muito importantes para a produção
primária e heterotrófica nas zonas costeiras. Os processos que ocorrem junto à costa,
como a produção primária, a atividade microbiana e a produção secundária são afetados
por este aporte de nutrientes de origem continental.
Uma vez que a carga de sedimentos em suspensão pode desempenhar um papel
importante no ciclo de nutrientes, importa conhecer a dinâmica destas zonas de mistura,
designadas por plumas túrbidas (Figura 1). As plumas túrbidas podem estar associadas
à presença de sedimentos em suspensão, matéria orgânica, nutrientes ou contaminantes.
Por exemplo, as plumas túrbidas podem ser distinguidas usando diferentes assinaturas
espectrais. Os coeficientes de absorção total são mais afetados pela concentração de
sedimento em suspensão do que pela concentração de clorofila ou matéria orgânica
dissolvida.
45
1. Descarregar e corrigir os níveis radiométricos de uma imagem ótica da
Região Autónoma da Madeira.
Abra um novo projeto QGIS (verifique se tem o SRC WGS 84) e adicione o ficheiro vetorial
descarregado, após descompressão. Faça zoom à zona da ilha da Madeira.
Em vez do website Earth Explorer, será utilizado o módulo Semi-Automatic Classification
Plugin (SCP) para pesquisar e descarregar as imagens.
2.1 Utilize a função (Set area in the map) para determinar a área de
pesquisa como a Região Autónoma da Madeira.
2.2 Escolha L8 OLI/TIRS e a data 2014-01-10 e faça Find para ver a lista
de resultados. Utilize a função Preview para pré-visualizar e escolher
a imagem a descarregar (esta função carrega automaticamente no projeto
a camada com a pré-visualização da imagem Landsat).
Pode, no Painel das Camadas do projeto, arrastar a camada vetorial para cima, de modo
a sobrepor-se às pré-visualizações das imagens Landsat.
Por se tratar de várias imagens a descarregar e pré-processar, este passo irá demorar
algum tempo. Por ter deixado selecionada a opção Preprocess images, o módulo SCP
46
executa automaticamente a conversão para refletância espectral espectral espectral no
topo da atmosfera: o separador Preprocessing ►Landsat mostra o que é executado, por
defeito, quando aquela opção é selecionada (Landsat conversion to TOA reflectance
and brightness temperature).
O módulo irá guardar as imagens Landsat originais na pasta que designou e irá carregar
no projeto QGIS as imagens já pré-processadas com a conversão para refletância no topo
da atmosfera (TOA), guardando na pasta as originais descarregadas.
Note que, para as imagens térmicas (B10 e B11) o módulo não executou a conversão,
porque esta só é executada para imagens óticas (Figura 2).
Figura 2 – Valores máximos e mínimos das camadas (bandas óticas 1 e 2 e bandas térmicas 10 e 11).
A criação de máscaras irá fazer uso de dados vetoriais de apoio que podem ser
descarregados da Internet. Irá utilizar, uma vez mais, a camada CAOP da Madeira que
descarregou do site da DGT.
A região de análise das plumas túrbidas será a costa sul da ilha da Madeira, pelo que será
necessária uma máscara da ilha. Para efetuar este procedimento é aconselhável simplificar
a informação vetorial, utilizando nesta camada vetorial a instrução Polygon Dissolve
(Processamento ► Caixa de Ferramentas ► Pesquisar “dissolve”). A aplicação atribui
automaticamente o nome Dissolved Polygons à nova camada (se desejar pode atribuir-
lhe outro nome).
Uma vez dispondo de um polígono único para a região que queremos, é possível aplicá-lo
como máscara a ficheiros do tipo raster. Em primeiro lugar irá delimitar a zona de interesse
e de seguida, sobre esta, proceder à remoção dos valores de terra.
3.1 Crie uma Nova Camada Shapefile , do tipo polígono. Nomeie-a “Area”
e torne-a editável com o botão .
47
a. Com a ferramenta Adicionar elemento , faça um retângulo que inclua a ilha da
Madeira (termine o polígono com o BLDR). Esta é a nossa área de interesse.
Pode optar entre criar ficheiros temporários ou gravá-los na sua pasta de trabalho, com
nomes escolhidos por si. Este último ficheiro deverá ser gravado com o nome B4_mask.
onde 𝐴 = 289.29 𝑔𝑚−3 (ver Vanhellemont & Ruddick, 2014) e o índice 4 refere-se à banda
4.
48
Figura 3 – Cálculo da concentração de partículas em suspensão
(CPS).
Pode atribuir as cores a intervalos definidos automaticamente ou pode criar estes intervalos
manualmente. Note que as zonas com nebulosidade ficam falsamente classificadas como
zonas de maior CPS (Figura 4).
Figura 4 – Imagem corrigida para refletância TOA antes (esquerda) e após (direita) aplicação da fórmula para cálculo
da CPS.
49
b. Faça Adicionar novo mapa e selecione a área que este vai ocupar no
compositor desenhando um retângulo.
50
Figura 5 - Mapa temático da concentração de partículas em suspensão (CPS) na costa sudoeste (à esquerda) e na
costa nordeste (à direita) da ilha da Madeira.
Vanhellemont, Q. and Ruddick, K., 2014, Turbid wakes associated with offshore wind
turbines observed with Landsat8, Remote Sensing of Environment, 145:105-155. DOI:
10.1016/j.rse.2014.01.009.
51
Existe um conjunto de técnicas geofísicas, sedimentológicas e biológicas que podem ser
utilizadas para obter informação sobre os fundos oceânicos.
De entre os equipamentos de geofísica, os sondadores acústicos, como o sonar de
varrimento lateral e os sondadores multifeixe, destacam-se pelo potencial que
apresentam na identificação de diferentes tipos de sedimentos superficiais e na
construção de modelos digitais de terreno que reproduzem o relevo submarino. Esta
informação, aliada à colheita de amostras no fundo, permite cartografar as suas
caraterísticas.
Os sondadores acústicos funcionam através da medição da intensidade do retorno do
sinal acústico (backscatter) a partir do fundo do mar, sendo esta intensidade função das
propriedades dos sedimentos e da rugosidade do fundo (material refletor). De uma forma
geral, um retorno forte – tons claros - está associado à presença de rocha e/ou
sedimentos grosseiros; um retorno fraco – tons cinza escuros - está associado a
sedimentos mais finos.
Também a rugosidade irá afetar a refletividade do solo, micro topografias, tais como
ripples ou bioturbação, podem também ser cartografadas, pois apresentam um sinal de
retorno intensificado.
53
1. Imagens backscatter de sonar de varrimento lateral
54
Nas zonas costeiras pouco profundas e com águas límpidas a radiação solar consegue
penetrar na coluna de água e atingir o fundo. Se a natureza do substrato for uniforme é
possível estimar a profundidade da coluna de água, uma vez que, a diferentes
profundidades, corresponderão diferentes intensidades do sinal. Se, por outro lado, o fundo
for diferenciado é possível mapear essas diferenças.
A segunda parte deste exercício consiste em classificar a profundidade relativa da coluna
de água, na região do banco do Cambalhão (junto à península de Tróia), assumindo que a
água nesta zona é límpida e o fundo é uniforme (de natureza arenosa). A profundidade da
coluna de água pode ser classificada em 4 domínios principais: supratidal, intertidal,
subtidal pouco profundo e subtidal profundo. A imagem a classificar é uma imagem
ótica Landsat 8, recortada para a área de interesse (Figura 1). O nível da maré no momento
de aquisição desta imagem era -0.8 m em relação ao nível médio do mar (NMM).
Figura 1 - Imagem Landsat 8 recortada para a área de interesse - o banco do Cambalhão em Tróia.
55
1. Imagens óticas do sensor Landsat 8
Como queremos excluir a área de terra e não de mar, temos de criar uma nova máscara a
partir da camada Terra_Mask:
Como vamos editar a camada, crie uma cópia de segurança da
camada Terra_Mask: faça BDLR no Painel das Camadas sobre a
camada Terra_Mask ► Guardar como…, guardando na pasta dos
dados do exercício com o nome
Terra_Mask2.
56
Apague os vértices que não utilizou,
selecionando-os com o rato e usando a
tecla Delete.
Neste ponto será realizada a classificação assistida da camada de água e zonas húmidas
pelo método da máxima verosimilhança, disponível no módulo Semi-automatic
Classification Plugin - SCP.
A classificação assistida necessita de um ficheiro com as assinaturas das áreas de treino,
definidas pelo utilizador. O primeiro passo de qualquer classificação assistida será,
necessariamente, definir as classes onde treinar o classificador. As classes a utilizar neste
exercício representam os diferentes domínios:
Supratidal – correspondente a zonas de praia emersa – areia seca;
Intertidal – correspondente a zonas sob influência da maré;
Subtidal pouco profundo – correspondente a zonas pouco profundas;
Subtidal profundo – correspondente a zonas profundas;
Raso – zona interna do estuário sujeita à ação da maré;
Sapal – zona interna do estuário sujeita à ação da maré mas com vegetação.
57
c. Verifique (BDLR na barra superior da aplicação) se tem ativa a barra de
ferramentas SCP Working Toolbar: Ative-a se necessário e escolha (Create
a ROI3 polygon).
d. Trace um polígono para caracterizar uma das classes, definindo os seus vértices e
terminando com BDLR (pode utilizar o scroll do rato para ampliar ou afastar a
imagem e o botão central para arrastar – função pan). Tome como exemplo os
polígonos da Figura 2.
3
As iniciais ROI significam Region Of Interest, ou área de interesse.
58
Para melhores resultados, podem desenhar-se vários polígonos para representar a mesma
classe. A designação Class identifica cada polígono (assim como o código C ID) e a
designação Macroclass identifica o conjunto de polígonos que representa a mesma classe
(assim como o código MC ID).
É possível alterar nomes e cores na lista de assinaturas ROI, clicando duas vezes no
elemento a alterar.
i. Passe para o separador Classification algorithm e escolha usar MC ID e o
algoritmo Maximum Likelihood.
59
O algoritmo processa cada uma das classes individualmente, mas escolhendo a opção MC
ID a aplicação atribui a mesma cor às diferentes classes que pertençam à mesma
macroclasse.
Figura 3 – Aspeto final das camadas classificadas (á esquerda a camada matricial, à direita a camada vetorial).
60
Poderá alterar as cores da
camada vetorial de forma a
corresponderem às cores da
camada matricial. Se preferir,
poderá também retirar os
contornos na camada poligonal
(em BDLR ► Propriedades ►
Estilo ► Símbolo ► Alterar ►
Preenchimento simples ►
Limite transparente).
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1. Aplicação de filtros para eliminação de ruído.
62
Figura 4 – Pormenor da zona central do estuário, antes (esquerda) e após (direita) aplicação do filtro Sieve.
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As imagens SAR são ideais na deteção de manchas de petróleo, uma vez que estas
manchas (oil slick) aparecem como zonas escuras nas imagens. Do ponto de vista
operacional, a deteção destas manchas é realizada em dois passos distintos: 1) deteção
de slicks e 2) classificação para determinar a natureza do slick – natural (biológico) ou
artificial (manchas de óleo).
As imagens SAR também são muito utilizadas na deteção de embarcações, uma vez que
estas apresentam um retorno muito grande do sinal na zona onde as embarcações estão
presentes.
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Figura 1 – Notícia no site da BBC do acidente do Prestige na Galiza.
(http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/europe/2487739.stm)
66
e. Nas Propriedades do Projeto e separador SRC, active a opção Enable ‘on the
fly’ CRS transformation (OTF) e escolha como sistema de coordenadas o sistema
de coordenadas geográficas WGS84.
O mapeamento de manchas de óleo na água, numa imagem SAR, é facilitado pelo facto
destas manchas se apresentarem em tons mais escuros relativamente aos restantes
elementos da imagem. Isto acontece porque a superfície coberta de óleo apresenta menor
rugosidade, o que por sua vez influencia o retorno do sinal para o sensor SAR (o retorno
de sinal nesta circunstância é muito fraco, originando valores escuros na imagem). O
mapeamento da área de derrame de petróleo no dia 17 de novembro de 2002 será baseado
nesta característica das imagens SAR.
67
e. Quando estiver satisfeito com o processo de filtragem, guarde a imagem raster final
com o nome Mancha.
Uma vez que a nossa camada vetorial se encontra com o sistema de coordenadas
geográficas, para efetuar o cálculo das áreas terá que proceder à sua projeção para um
sistema de coordenadas retangulares.
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e. Altere o sistema de coordenadas da camada para ETRS89 – PTM06
(BDLR►Propriedades►Geral►Sistemas de referência de coordenadas).
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b. Exportar o mapa em formato PDF usando o botão
70
O NetCDF (Network Common Data Form) é um formato de arquivo projetado para suportar
a criação, acesso e partilha de dados científicos, muito utilizado pelos geocientistas,
especialmente nas comunidades que gerem dados atmosféricos e oceanográficos para
armazenar variáveis (temperatura, pressão, velocidade do vento, altura de onda, etc.).
72
b. Na seleção por área escolha IBERIA-BISCAY-IRELAND REGIONAL SEAS.
Os dados representam o produto IBF MFC: previsão de ondas de alta resolução de curto
prazo (5 dias) para a área IBI (Ibérica Biscay Irish). O sistema de modelo de onda MFC IBI
é executado diariamente pela Puertos del Estado e é baseado no modelo MFWAM, é
executado numa grelha de 10 km de resolução horizontal e forçado com os dados do vento
ECMWMF. Além de gerar o produto de previsão de 5 dias entregue aos usuários do
CMEMS, o sistema de ondas IBC MFC está configurando para fornecer internamente
alguns parâmetros de acoplamento adequados para serem usados como forçando numa
corrida acoplada de previsão de modelo de oceano IBI NEMO.
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e. Escolha o produto IBI_ANALYSIS_FORECAST_WAV_005_005-HOURLY; como
data de inicio 2017-09-10 23:00:00 e de fim 2017-09-11 23:00:00 (Figura 1); e
escolha as variáveis VMDR e VHM0 (Figura 2).
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2. Abra o ficheiro descarregado de extensão .nc com a ferramenta .
b. Selecione um esquema de cores que lhe pareça apropriado para cada uma das
variáveis e explore as diferenças. O que representam as variáveis VHM0 e VMDR?
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b. Clicando em abra o módulo instalado.
d. Escolha uma das variáveis para fazer a visualização e clique em Select para
escolher as datas a extrair. O QGIS abre uma janela com todas as datas disponíveis
e selecione 5 datas espaçadas de algumas horas.
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e. Adicione as datas selecionadas ao QGIS fazendo Add Selection.
f. Edite cada uma das camadas raster com uma simbologia apropriada. Verifique que
a camada que está a editar corresponde à Banda (do menu propriedades) que
selecionou anteriormente, pois o ficheiro raster continua a conter toda a informação
temporal do ficheiro original.
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