Apostila Met Da Lingua Portuguesa Aula

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Conteúdo e Metodologia da Língua

Portuguesa e Português Português


Instrumental
Sumário

01. Língua e linguagem

02. Concepções da gramática

03. Revisão gramatical

04. Mudança e variação linguística


Seja bem-vindo a Disciplina de Metodologia de
Língua Portuguesa e Português Instrumental
A língua portuguesa é o nosso instrumento de comunicação em quase todas as nossas
interações sociais e você que vai iniciar este curso já tem amplo domínio desse idioma,
a sua língua materna, pois é através dela que pensamos, sentimos e manifestamos
nossos desejos.

Pensando nisso, montamos este curso não para ensinar a você o português, mas para
mostrar alguns mecanismos de funcionamento do idioma para que você melhore a sua
comunicação e alcance a necessária competência linguística para se expressar nessa
língua fantástica em suas diversas modalidades. Em outras palavras, saber usar a
língua com propriedade nas mais diversas situações da vida diária e nos mais diversos
níveis de formalidade ou informalidade.

Sucesso!
A língua pode transformar-se através do tempo por conta de fatores provenientes
da sociedade. Sendo assim, a língua não é controlada por normas imutáveis. Essas
mudanças são perceptíveis quando fazemos uma comparação entre textos antigos e
novos, tornando-se notório que estilos e expressões se modificam com o passar do
tempo.

Você já percebeu que dentro do nosso país a Língua Portuguesa é falada de várias
maneiras? Sim, é verdade, pois existem várias maneiras de se falar uma mesma lín-
gua. Dentre os fatores que influenciam para que as pessoas se comuniquem de forma
diferente, podemos considerar como principais fatores a época, a região geográfica,
a idade, o ambiente e o status sociocultural dos falantes. Nós costumamos adequar
o nosso modo de falar ao ambiente e ao nosso interlocutor e não falamos da mesma
forma que escrevemos.

Neste curso, buscaremos compreender Língua e linguagem; a língua como patrimônio


social; a linguagem como patrimônio individual. Revisão de regras gramaticais como
importante fator de adequação do texto, oral ou escrito. Língua formal e língua colo-
quial; registros linguísticos – como e quando usar tais variações.

Os objetivos desta disciplina são:

• Diferenciar língua e linguagem;


• Definir as concepções de gramática;
• Conhecer algumas regras da nossa Língua Portuguesa;
• Reconhecer a existência de mudança e variação linguísticas.
Língua e linguagem
• Conhecer a linguagem verbal e não-verbal
• Analisar a língua como patrimônio individual e social
• Distinguir as modalidades da língua

Guia de estudos

A primeira Unidade se divide em:

TÓPICO 1 – LÍNGUA E LINGUAGEM


1.1. LÍNGUA
1.2. LINGUAGEM
1.3. LINGUAGEM VERBAL E NÃO-VERBAL
LEITURA COMPLEMENTAR
AUTOATIVIDADE
TÓPICO 1 - LÍNGUA E LINGUAGEM

Embora se pareçam, língua e linguagem têm significados distintos. Usando uma lin-
guagem matemática, podemos dizer que a língua está contida na linguagem ou a lin-
guagem contém a língua.
Da prisão

Da mansão
Da nobreza
Da fraqueza
Da regência
Da descrença

Há uma língua Azul

Há muitas línguas
A língua de Raul
De queixas
De Seixas
De Camarões
De Camões

Há língua de “palmo”,
De “trapo”
De “badalo”
De Saramago!!!

Há línguas no museu
Há língua de Abreu
De formação
De Catalão
De Libra
De fibra
De Louis Braille!
Há línguas no baile

Há muitas línguas
A língua indiferente do indiferente
A língua oposta do oposto
A língua nacional do irracional

A língua do jornal

Do sinal
Do santo
Do Esperanto
Do Romeno
Do tormento
Do Chico Bento!

A língua de Castro
A língua do astro
Do roqueiro

Do grafiteiro
Do “jeitinho brasileiro”!

Há línguas no mundo inteiro!


A galega
A francesa

A espanhola…

Há língua portuguesa!

Filha do Latim
Falada por Jobim
Em Portugal,
Angola,

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Guiné-Bissau… Cresceu;

E a tribo Guarani também aprendeu!

Língua da Ilha da Madeira…


Do Brasil!
À brasileira!
Do nordestino
Do velho
Do jovem
Do menino

Do mineiro…
Português brasileiro
Também é Português verdadeiro!

Há línguas e línguas
Há muitas línguas
A língua Viperina

A Neolatina
A analfabética
A poética
A Materna
A “eterna”…

A língua da “guerra”,
A língua Viva,
E viva todas as línguas da Terra!
A verbal
A musical
A gestual
A obscena
A da cena…

A língua da Lei

Da Canção
Da Boa Razão
Do Destino
Dos Meios
De Afonso Arinos…!

Há língua nas leis do mundo inteiro!


Com a língua se acha o respeito
O direito
A dignidade
A amizade
A razão
A compreensão…
O caminho da inclusão!

Língua pra falar


Pra amar
Pra participar
Pra ler
Pra escrever…
Pra sonhar!
Com a língua se viaja
Pela imagem
Pela coragem…
Pelos mares!

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Com a língua se descobre novos lugares

Outras terras
Outras Serras
Outros saberes!

Assim a quis
Machado de Assis
Com a língua Machado criava

Os dias quentes de verão


Os jardins da primavera
E o beijo dos beija-flores!
E recriava o romance dos amores!

E no jardim da infância
Um pouco de lembrança

Das cores,
Das flores…
Há muitas línguas
A língua que forma
Que informa
Que inclui
Que exclui…
Línguas que se destroem
Línguas que se constroem

Línguas no trem…

Língua é poder
É força
E domina quem a tem!

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Há muitas línguas

Há homens sem língua


Há homens de língua
Há, porém, homens sem vozes
Porque lhes roubam a língua!

Mata-se o Homem, mata-se a língua

Mata-se a língua, mata-se o homem


E mata-se todo o mundo!
Muda-se o Homem, muda-se a língua;
Muda-se o tempo, mudam-se as línguas,
Muda-se a língua, muda-se todo o mundo!

Há muitas línguas

Há sempre novidades,
Diferentes em toda e qualquer cidade;
E do mau uso da língua
Ficam-se as marcas na sociedade
E do Casimiriano as saudades!

A língua define origem


Traça os destinos
Ilumina na escuridão
Quebra as correntes da escravidão
Expande a mente
Torna seres mais conscientes!

Porém, com a sobrevivência na mente


O aprendizado no chão
E a incerteza na frente

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Fonte: http://professoredmundo.com.br/?p=1097

Então vamos agora aos conceitos:

1.1. LÍNGUA

A língua, do ponto de vista teórico, segundo Antunes (2005), não está restrita às regras
gramaticais, nem é uma questão de certo e errado, mas é uma atividade social que
cria condições de interação e comunicação em geral. Ela não é um sistema de signos
isolado do resto do mundo. Tudo o que acontece, tudo o que é pensado, que é previsto,
que é concebido aparece refletido na língua.

Fonte: https://exerciciosweb.com.br/portugues/lingua-e-linguagem-exercicios-gabarito/ Acesso em


28.11.2019.

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1.2. LINGUAGEM

É a capacidade mental que diferencia os humanos das outras espécies animais, pos-
sibilitando a comunicação de ideias ou sentimentos. É composta de todo e qualquer
sistema de signos convencionais, sejam sonoros, gráficos, gestuais, dentre outros,
podendo ser percebida pelos órgãos dos sentidos, daí a sua distinção em várias espé-
cies ou tipos, quais sejam: linguagem visual, corporal, gestual, ou ainda, outras mais
complexas, constituídas de elementos diversos. Dito isso, podemos listar alguns ele-
mentos constitutivos da linguagem como os gestos, os sinais, os sons, os símbolos ou
as palavras (signo verbal oral ou escrito), usados para representar conceitos, ideias,
significados e pensamentos.

A figura acima, embora não possua palavra alguma é um signo não linguístico, porque
através dele podemos entender o seu significado.

O apito de um guarda de trânsito ou de um árbitro de futebol transmitem uma comu-


nicação, são portanto sinais sonoros.

Já essa segunda figura pode ser considerada um signo linguístico.

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Vídeo

Para maior aprofundamento sobre as questões de língua e linguagem, sugerimos a


você assistir ao vídeo IDIOMATERNO - Museu da Língua Portuguesa – Estação da
Luz. Acesse o vídeo através do Recurso Multimídia e saiba mais.

https://www.youtube.com/watch?v=2LNopxcBVms&t=213s

Sem data de publicação.

1.3. LINGUAGEM VERBAL E NÃO-VERBAL

O homem é um ser social por excelência e para se relacionar, conscientemente ou não,


utiliza a linguagem, tanto verbal como a linguagem não verbal.

Então, trocando em miúdos, podemos definir da seguinte forma:

É o uso da escrita ou da fala como


meio de comunicação.
Linguagem verbal

É o uso de imagens, figuras, dese-


nhos, símbolos, dança, tom de voz,
Linguagem não-verbal postura corporal, pintura, música,
escultura, mímica e gestos como
meio de comunicação.

É o uso simultâneo da linguagem


verbal e da linguagem não-verbal,
Linguagem mista usando palavras escritas e figuras
ao mesmo tempo.

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A linguagem não-verbal pode ser percebida também nos animais, como por exemplo,
quando um cachorro balança a cauda é sinal de que está feliz ou quando coloca a cau-
da entre as pernas demonstra medo, tristeza.

Dentro dum contexto social, temos a simbologia que é uma forma de comunicação
não-verbal, como por exemplo, sinalização de trânsito, semáforo, logotipos, bandeiras,
uso de cores para chamar a atenção ou exprimir uma mensagem.

Fonte:http://www.pensamentoverde.com.br/wpcontent/uploads/2014/08/img-300x199.jpg

É importante salientar que para manter uma comunicação não é preciso necessaria-
mente usar a fala, mas sim utilizar uma linguagem, seja, verbal ou não-verbal.

Dica de leitura

Se você quiser compreender e saber analisar com mais detalhes a linguagem cor-
poral, não deixe de ler o livro O Corpo Fala, autoria de Pierre Weil & Roland Tom-
pakow, que pode ser encontrado facilmente através da internet.

WEIL, Pierre; TOMPAKOW, Roland. O corpo fala: a linguagem silenciosa da comunicação


não-verbal. 56 ed. Petrópolis: Vozes, 2003.

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LEITURA COMPLEMENTAR

IDIOMATERNO

A linguagem humana surgiu há milênios, mas não resta nenhuma sombra ou


registro da primeira palavra, do primeiro canto, da primeira dança; tudo isso
ficou invisível no tempo. Com a linguagem nasceu o universo propriamente
humano. Razão e emoções, sonhos e projetos se organizaram e ganharam
lugar. Só nós, os humanos, podemos escapar do presente e planejar o futu-
ro. Só nós temos saudades do que passou e podemos inventar outros mun-

dos; nosso reino é o dos signos e nele se instaura o universo da palavra.

Não existe humanidade sem língua, é ela que dá sentido e significado ao que
somos, pensamos e fazemos. A língua é como a espinha dorsal que põe de pé
as sociedades, organizando crenças e costumes, valores e comportamen-
tos. Não se sabe ao certo como surgiram as milhares de línguas que existem,
o que se sabe é que elas foram se formando nos mais variados cantos da ter-
ra, línguas diferentes entre si, cada qual com a sua sonoridade, com seus
modos de organizar as palavras, com seus timbres.

Todos nós nascemos dentro do universo da nossa língua materna e as pala-

vras dessa língua nos abrigam e envolvem.

Nossa língua nasceu em Portugal e descende de povos ancestrais. Hoje ela é


falada por mais de 200 milhões de pessoas em todos os continentes do pla-
neta. Entre os séculos XV e XVI, os portugueses se lançaram numa grande
aventura marítima e ancoraram em diferentes terras, levando a sua cultura
e a sua língua. E os portugueses chegaram ao Brasil. No Brasil, o português

sofreu influências de línguas indígenas e africanas e também das línguas de


imigrantes.

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Os encontros e desencontros entre essas culturas e falares, criaram uma
língua única, original e que continua a se reinventar todos os dias, pelas ruas
e praças do país nos seus ritos e ritmos, nos poemas e nas canções.

Pensamos em Português, sentimos em Português, criamos em Português.


É essa língua que nos faz ser quem somos. É com ela que afirmamos e ex-
pressamos a nossa identidade. Nossa língua é o nosso melhor retrato, nossa
pátria mais profunda.

No Brasil, a língua portuguesa atingiu um alto grau de mistura e invenção.

Aqui vive a grande maioria dos seus falantes. Gente que ajuda a conduzir
pelo planeta o destino desse nosso antigo e belo IDIOMA TERNO.

Transcrição do Documentário intitulado “Idiomaterno”, narrado por Fer-

nanda Montenegro. Roteiro de Isa Grinspum Ferraz. Museu da Língua Portu-


guesa. São Paulo, 2010.
ASSISTA AO filtfe ―O ENIGTFA de KASPAR HAUSER‖,
que RETRATA de TFANEIRA ENFÁTICA A QUESTÃO SOCIAL,
TANTO DA LINGUAGETF QUANTO DA LÍNGUA.

ATIVIDADE:

1. Assistir AO filtfe ―O ENIGTFA de KASPAR HAUSER‖,


de Werner Herzog.

21
2. Ler os textos:

―IDIOTFATERNO – tfuseu DA LÍNGUA PORTUGUESA‖; e


POETFA ―LÍNGUA‖, de GEORGEANA Alves

3. FAZER utf resutfo escrito. No resutfo deve cons-


TAR:

I –INTRODUÇÃO – objetivos do TRABALHO

PALAVRAS –CHAVE etf RELAÇÃO AO ASSUNTO ABORDADO


no texto.

II - Desenvolvitfento

1 FICHA TÉCNICA do filtfe


2 Enredo
3 FAZER UTFA ANÁLISE sobre A INFLUÊNCIA DA LINGUAGETF
no PENSATFENTO e no COTFPORTATFENTO SOCIAL cotf BASE
no PERSONAGETF KASPAR HAUSER.

4. FRASES e/ou CENAS de relevo que FUNDATFENTATF os


ARGUTFENTOS.

5 ANÁLISE LINGUÍSTICA.

III – CONCLUSÃO -COTFENTÁRIO PESSOAL


IV –REFERÊNCIAS
NESTA UNIDADE, você estudou:

• A LÍNGUA e os tipos de LINGUAGETF.


Concepções e tipos de
gramática
• Conhecer as concepções de ―gramática‖
• Identificar os tipos de gramáticas

Guia de estudos

A segunda Unidade se divide em:

TÓPICO 1 – CONCEPÇÕES DE ―GRAMÁTICA‖


1.1 SIGNIFICADOS DE ―GRAMÁTICA‖
TÓPICO 2 – TIPOS DE GRAMÁTICA
2.1 GRAMÁTICA NORMATIVA
2.2. GRAMÁTICA DESCRITIVA
2.3. GRAMÁTICA GERATIVA
AUTOAVALIAÇÃO
TÓPICO 1 - CONCEPÇÕES DE GRAMÁTICA

1.1 SIGNIFICADOS DE “GRAMÁTICA”

Da nossa experiência de estudante da educação básica, somada com as experiências


de milhares de alunos desta mesma educação, principalmente na escola pública, per-
cebe-se, muitas vezes, uma aversão ou pavor que o aluno nutre quando se depara com
a disciplina de Língua Portuguesa, levando muitos deles a preferirem outras discipli-
nas a Português. A reclamação é quase geral de que não se sabe o Português, que
é difícil falar o Português; nas provas então, geralmente as notas são baixas, frus-
trando ainda mais o aluno. No entanto, excetuando-se as crianças especiais, todas as
crianças em idade escolar já utilizam profusamente a Língua Portuguesa - sua língua
materna – seja no ambiente familiar, entre os amigos ou no seu círculo social, então,
como podem alegar que não sabem a sua língua?

Fonte: https://www.todamateria.com.br/gramatica/ Acesso em 28.11.2019.

Esta alegação de desconhecimento é fruto de mal-entendidos da escola que, de certo


modo, reflete as perspectivas sociais com relação à concepção que se faz da Língua
Portuguesa, pois, no contexto escolar, costuma-se confundir Língua Portuguesa com
gramática e esta com ortografia, defendendo uma prática de ensino pautada naquilo
que é ―certo‖ e ―errado‖. É pertinente salientar que esta visão retrógrada e, muitas
vezes, dogmática da gramática e dos gramáticos, opõe-se tenazmente ao postulado
pela ciência linguística que, desde o início do século XX e, intensificando seus estudos
nas últimas décadas, tem trazido importantes contribuições na área dos estudos de
língua, cujos conceitos, se entendidos e discutidos eficazmente no ambiente escolar,
certamente trarão grandes benefícios ao desenvolvimento linguístico dos educandos,
bem como para toda a comunidade.
A. Gramsci, na Itália, na intenção de definir ―gramática‖, elabora dois conceitos: ―gra-
mática normativa não escrita‖ e ―gramática normativa escrita‖, onde a primeira ex-
pressa um ―consenso espontâneo‖ da sociedade civil, ao passo que a segunda é uma
escolha política e cultural da nação, portanto, um ato arbitrário. Nessa perspectiva, a
escola brasileira reproduz e transmite a ―gramática normativa escrita‖, que corres-
ponde à gramática normativa prescritiva, confundindo-a com ―a língua‖ e impondo-a
como ―a‖ Língua Portuguesa.

Biografia

Antonio Gramsci (Ales, 22 de janeiro de 1891 — Roma, 27 de abril de 1937) foi um filósofo
marxista, jornalista, crítico literário e político italiano. Escreveu sobre teoria política, so-
ciologia, antropologia e linguística. Foi membro-fundador e secretário-geral do Partido
Comunista da Itália, e deputado pelo distrito do Vêneto, sendo preso pelo regime fascista
de Benito Mussolini. Gramsci é reconhecido, principalmente, pela sua teoria da hegemo-
nia cultural que descreve como o Estado usa, nas sociedades ocidentais, as instituições
culturais para conservar o poder.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Antonio_Gramsci Acesso em 28.11.2019.

TÓPICO 2 - TIPOS DE GRAMÁTICA

Uma das importantes contribuições da Linguística tem sido no sentido de mostrar que
gramática pode ter mais de um significado. Kirst (1992), no Livro ―Linguística Aplicada
ao Ensino de Português‖ (p. 11-4) lista três definições de gramática: 1) Conjunto de
regras a serem seguidas para que se possa falar e escrever corretamente; 2) Conjunto
de regras que são seguidas; e 3) Conjunto de regras internalizadas.
2.1 GRAMÁTICA NORMATIVA

A primeira definição refere-se à Gramática Normativa e Prescritiva que se ocupa da


variedade padrão de uma língua, ou língua culta e, como seu nome já diz, prescreve
normas para serem seguidas, não admitindo desvios, ou seja, qualquer desvio não faz
parte da língua e é tratado como ―erro‖. Propõe que o aprendizado das regras permite
ao educando falar e escrever ―bem‖. Também chamada de gramática tradicional, é
a que tem precedência na escola e diria mais: que é quase exclusivamente utilizada
nessa instituição, isto de longa data. Já no seu célebre livro Curso de Linguística Geral,
Ferdinand de Saussure (1915) emitia seu parecer de linguista sobre esta gramática:

Esse estudo, inaugurado pelos gregos, e continuado principalmente pelos


franceses, é baseado na lógica e está desprovido de qualquer visão cientí-
fica e desinteressada da própria língua; visa unicamente a formular regras
para distinguir as formas corretas das incorretas; é uma disciplina norma-
tiva, muito afastada da pura observação e cujo ponto de vista é forçosamen-
te estreito. (SAUSSURE, 2006, pág. 7).

Linguista suíço, considerado o pai da Linguística


Fonte: https://www.google.de/search?q=saussure%3Ftrackid%3Dsp-006&source=lnms&tbm=isch&-
sa=X&ved=0ahUKEwjd8YeMpeDNAhUHIpAKHblZBzUQ_AUICCgB&biw=1280&bih=675#tbm=isch&q=-
ferdinand+de+saussure
O problema deste tipo de gramática reside no fato de se apoiar em textos escritos
que refletem uma língua em desuso, língua de escritores portugueses e brasileiros de
séculos passados e, portanto, não reflete a realidade linguística contemporânea. Daí
a dificuldade enfrentada pelos falantes que, realmente, não se comunicam através do
português tal qual utilizado pelo grande Camões, pois a história das línguas mostra
que elas mudam com o passar do tempo. Para Mário A. Perini em ―Gramática Descritiva
do Português‖ (2002, p. 22) os estudos da gramática normativa estão defasados, pois
lhe faltam coerência teórica, adequação à realidade da língua e apresentam um nor-
mativismo sem controle.

O fato é que a gramática normativa está estritamente relacionada à escrita, dando-lhe


total ênfase em detrimento da língua oral, como se aquela precedesse esta e não o
contrário, mas, na verdade, as gramáticas foram e são elaboradas a partir da obser-
vação e análise da língua falada, contudo, ao longo dos séculos houve um afastamento
desse objetivo, adotando-se uma postura normartiva-prescritiva baseada na tradição
das gramáticas greco-latinas, as quais se baseiam em uma língua estática, morta e
que propõem um ideal de língua ―correta‖.

Saiba mais

O que são erros?

Situações de avaliação — como provas do ENEM, vestibulares e concursos públicos —


e vários tipos de interação formal, como comunicação corporativa, contratos, redação
jornalística e ofícios governamentais, precisam de um padrão de linguagem. Por isso,
adotamos a gramática normativa como a regra oficial, e segui-la passou a ser sinônimo de
falar e escrever corretamente o português.

Fonte: https://comunidade.rockcontent.com/gramatica-normativa/ Acesso em 28.11.2019.


2.2. GRAMÁTICA DESCRITIVA

A segunda definição refere-se à Gramática Descritiva, largamente utilizada por lin-


guistas, que se ocupam em descrever as línguas como são faladas, sem atribuírem
julgamento de valor, pois ―nessa perspectiva, nenhum dado pode ser desqualificado
a priori, nenhum dado é ‗vício‘ ou ‗erro‘ e isso marca a diferença fundamental entre a
atitude normativa das gramáticas tradicionais e a atitude descritiva de generalização
da linguística‖. (KIRST, 1992, p. 13).

! Importante

Em se tratando da contribuição desta perspectiva gramatical no Brasil, há propos-


tas interessantes no sentido de descrever a estrutura do português falado no país,
baseados em rigorosos princípios teóricos e práticos da pesquisa linguística atual,
como por exemplo, o já citado livro de Perini, contrastando com os princípios uti-
lizados na elaboração das gramáticas normativas. Há também a contribuição dos
Parâmetros Curriculares Nacionais de 1998 que, seguindo uma linha descritivista,
propõe novas abordagens metodológicas para o ensino do português, apoiadas nas
teorias linguísticas atuais.

Renomados linguistas da atualidade advogam a necessidade de um estudo aprofun-


dado do ―português brasileiro‖1 , no sentido de organizarem uma gramática descritiva
com os usos e realizações de nossa língua que em muito difere do português falado em
Portugal. Sobre essa diferença e justificando o que se diz acima, Marcos Bagno afirma:

(...) existem evidências científicas mais do que suficientes para justificar


a afirmação de que a língua falada no Brasil é diferente da língua falada
em Portugal. Seja no nível do sistema linguístico – fonologia, morfologia,
sintaxe –, seja no nível semântico – da significação dos enunciados –, seja
no nível do uso da língua – nas intenções que presidem o modo como o
falante vai se relacionar com os recursos que a língua lhe oferece. É so-
bretudo nesse universo pragmático que as diferenças afloram com mais
intensidade.

31
As mesmas palavras, arranjadas sintaticamente do mesmo modo, ganham,
em cada uma das duas gramáticas, a portuguesa e a brasileira, interpreta-
ções diferentes, provocando muitos mal-entendidos, contrassensos e con-
fusões. (Que País? Que Língua? Que Povo? - III Semana de Letras e Artes
– Universidade Estadual de Feira de Santana-BA - 14 a 18 de junho de 1999)

2.3. GRAMÁTICA GERATIVA

Por fim, a terceira definição refere-se à Gramática Gerativa proposta por Noam
Chomsky. Segundo esta concepção, o falante tem à sua disposição um conjunto de re-
gras internalizadas (uma gramática), dando-lhe condições de produzir um sem-núme-
ro de expressões linguísticas necessárias à sua comunicação, em outras palavras, esta
gramática é adquirida pelo falante no convívio com a sua comunidade, independente de
o mesmo ter frequentado uma sala de aula, fornecendo-lhe uma ―competência linguís-
tica‖ em todas as suas interações verbais no âmbito social.

1
Exemplo dessa linha de estudo do português brasileiro é o Projeto de Estudo da Norma Linguística Urbana
Culta do Brasil, denominado Projeto NURC, iniciado em 1970, coordenado pelo Prof. Ataliba T. Castilho, cujo
objetivo era documentar e descrever o português culto falado por brasileiros nascidos em Porto Alegre, São
Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Recife. Posteriormente, em 1998, surgiu o Projeto de Gramática do Portu-
guês Falado.
Fonte: https://www.google.de/search?q=saussure%3Ftrackid%3Dsp-006&source=lnms&tbm=isch&-
sa=X&ved=0ahUKEwjd8YeMpeDNAhUHIpAKHblZBzUQ_AUICCgB&biw=1280&bih=675#tbm=isch&q=no-
am+chomsky

Caro aluno, a partir das definições apresentadas acima, podemos eliminar a ilusão de
que a gramática tem apenas um único significado e o conhecimento e a compreensão
da abrangência do termo, além de munir os falantes de português com uma maior
flexibilidade e um senso crítico para lidar com os conteúdos programáticos sugeridos
pela escola, também permitirá que possamos fugir do equívoco de chamar a Gramáti-
ca Normativa de Língua Portuguesa.

Assim, é preciso despertar para que você aluno adote uma atitude crítica com relação
aos conteúdos programáticos baseados na Gramática Normativa. Concordamos com
Bagno (2006, p. 148) de que no ensino de Língua Portuguesa é necessário se fazer tam-
bém uma ―abordagem crítica dos saberes do passado‖, assim como se faz no ensino de
outras disciplinas, como por exemplo, Biologia, Química e Física.

Defendemos a conscientização sobre os diversos tipos de gramáticas e a não utiliza-


ção de apenas uma corrente gramaticista descrita acima, mas que o falante de língua
materna seja flexível o bastante e adquira a habilidade de, alternadamente, utilizar
os recursos propostos pelas três gramáticas e assim poder realizar, consciente e re-
flexivamente, uma atuação linguística tanto mais eficiente quanto mais eficaz, não se
atendo apenas a uma concepção unívoca da língua, como tradicionalmente ocorre.
Também que os conceitos ora apresentados sejam, de alguma forma, divulgados a todo
o universo de falantes do português, a fim de se evitar a reprodução do falso conceito
de gramática, perpetuando e priorizando um padrão de língua que não corresponde à
realidade linguística dos falantes do português e que esses conceitos também possam
contribuir com a formação linguística e cidadã dos estudantes.

Reforçando-se o que se disse, a reprodução e aplicação única e exclusivamente da


Gramática Normativa na escola é uma das causas primordiais que gera insegurança
linguística nos alunos, fazendo-os alegarem não saber ou acharem difícil o português
ensinado – artificial e que não corresponde à realidade linguística deles.

Acesse

Para entender e exemplificar um pouco mais sobre as divergências entre a Gramática


Normativa x Gramática Gerativa, acesse o link:

http://www2.uefs.br/dla/graduando/n1/n1.45-52.pdf Acesso em 01.12.2019.


Auto-Atividade

1. Conceitue GRATFÁTICA NORTFATIVA, GERATIVA e


DESCRITIVA.

2. QUAIS AS PRINCIPAIS DIFERENÇAS entre A GRATFÁTICA


NORTFATIVA e DESCRITIVA?
Resumo

NESTA UNIDADE, você estudou:

• A GRATFÁTICA e seu SIGNIFICADO;


• Tipos de GRATFÁTICA e SUAS definições.
Revisão gramatical
• Relembrar algumas regras gramaticais

Guia de estudos

A terceira Unidade se divide em:

TÓPICO 1 – ACENTUAÇÃO
1.1 ACENTUAÇÃO
1.1.1 Regras gerais
1.1.2 Hiatos e ditongos abertos
AUTOATIVIDADE
1.2 PONTUAÇÃO
AUTOATIVIDADE
1.3 O USO DOS PORQUÊS
1.3.1 Por que
1.3.2 Por quê
1.3.3 Porque
1.3.4 Porquê
AUTOATIVIDADE
1.4 COLOCAÇÃO PRONOMINAL
1.5 PRONOMES DEMONSTRATIVOS
1.6 USO DA CRASE
AUTOATIVIDADE
TÓPICO 1 - REVISÃO GRAMATICAL

Prezado acadêmico, os assuntos dessa unidade são muito importantes para deixá-lo
alerta para algumas regras da nossa Língua Portuguesa. Então, fique atento ao escre-
ver o seu texto para adequá-lo às regras da norma padrão aceita socialmente.

1.1 ACENTUAÇÃO

Nesse ponto, chamamos a sua atenção para as regras da acentuação, porque a nossa
Língua Portuguesa exige a colocação de determinados acentos, diferente de outras
línguas, como a inglesa.

Na fala, não nos preocupamos, porque a entonação fará o papel dos sinais gráficos da
acentuação, porém na escrita, eles são fundamentais para a correta compreensão do
texto.

Como exemplo, vamos tomar as frases:

Deus é bom; e
Deus e bom.

Ambas são idênticas, com exceção do sinal gráfico ―agudo‖ acima do ―é‖ que marca a
primeira frase. Esse sinal tem o papel de diferenciar as orações, isto é, o significado,
por causa dele, também é diferente. Então fique atento e não deixe de sinalizar as pa-
lavras quando necessário.

Por isso é importante estudar algumas regras gerais de acentuação. Vamos lá?

1.1.1 Regras gerais

Caro acadêmico, nesse tópico, primeiramente, é importante salientar que todas as


palavras acentuadas graficamente na Língua Portuguesa são acentuadas para marcar
a sua exceção, ou seja, são os casos específicos da língua, portanto, em número redu-
zido e são excludentes entre si.

Outro ponto a se observar é que as palavras são classificadas de duas maneiras: quanto
ao número de sílabas e quanto à sílaba tônica (a sílaba em que recai o som mais forte).
Fonte: https://www.gestaoeducacional.com.br/silaba-abertas-e-fechadas/ Acesso em 01.12.2019.

i) Número de sílabas

Monossílabas: pé, pá, dá (tônicas); de, me, se, lhe (átonas);


Dissílabas: mesa, amém, Jesus, está e bíblia;
Trissílabas: cadeira, lâmpada, Josué;
Polissílabas: Nabucodonosor, Deuteronômio, gramática e paralelepípedo.

ii) Tonicidade

Proparoxítonas - acento na antepenúltima sílaba: último, cântaro, lâmpadas;


Paroxítonas – penúltima sílaba tônica: segundo, reinado, lápis, saúde;
Oxítonas – última sílaba tônica: Senhor, café, Acaz.

Notem que todas as palavras proparoxítonas são acentuadas, mas tanto as paroxítonas
quanto às oxítonas, algumas são acentuadas e outras não, dessa forma, para identifi-
cá-las necessitamos recorrer a algumas regras de acentuação.

PAROXÍTONAS

Acentuam-se:

1. As terminadas em R, X, N, L: açúcar, tórax, hífen, éden, fácil;


2. As terminadas em ditongos:
a) Nasais (ão, ãos): órfão, órgão;
b) Crescentes: área, páreo, óbvio, cárie, história, mágoa, tábua, tênue, vácuo;
c) Decrescentes: jóquei, úteis.

3. As terminadas em ã, ãs, um, uns: órfã, ímãs, álbum, médiuns.


4. As terminadas em i(s) e us: táxi, lápis, tênis, vírus, bônus, júri;
5. As terminadas em ps: bíceps, tríceps, fórceps;
6. As terminadas em on(s): rádon, rádons, próton, prótons.

OXÍTONAS

Acentuam-se:

1. As terminadas em a(s), e(s), o(s): cajá, vatapá, carajás, você, café, pontapés, cipó, jiló,
avôs, carijós, após;

2. As terminadas em –em, -ens: também, ninguém, vinténs, armazéns, alguém.

OBSERVAÇÕES

41
1.1.2 Hiatos e ditongos abertos

Acentua-se o ―i‖ ou o ―u‖ quando for a segunda vogal do hiato, tônica, sozinha na sílaba
ou formando sílaba com s.

Já-ú A -ça-í
Sa-í-da Ba-la-ús-tre
Sa-ú-de Fa-ís-ca
Ca-ís-te Ba-ú
3) Permanecem acentuadas as suas ocorrências que formam vocábulos oxí-

tonos, exemplo: Tui-ui-ú, Pi-au-í.

OO, EE

De acordo com as novas regras ortográficas, não se acentuam mais o primei-


ro “o” ou “e” dos hiatos ee(s), oo(s) no final das palavras.

OO Enjoo, perdoo, voo, abençoo


EE Leem, deem, veem, leem

Regra dos Ditongos Abertos eu, ei, oi

Antes do Acordo Ortográfico

Antes do acordo ortográfico a regra era: acentuam-se todos os ditongos


abertos éu, éi, ói

Exemplos: chapéu, assembléia, herói, anéis, idéia, jóia

Depois do Acordo Ortográfico

Depois do Acordo Ortográfico, a regra ficou: Acentuam-se apenas os diton-


gos de pronúncia aberta (éi, ói, éu), quando oxítonos ou monossílabos, segui-
dos ou não de “S”.

Monossílabos céu, dói, réis, réu

Oxítonas anéis, herói, fogaréu, chapéu


1. ASSINALE o itetf etf que TODAS AS PALAVRAS SÃO
ACENTUADAS PELA TFESTFA REGRA de: TATFBÉTF, incrível e
CARÁTER.

a) ALGUÉTF, inverossítfil, TÓRAX


b) hífen, ninguétf, possível
c) têtf, ANÉIS, éter
d) HÁ, itfpossível, crítico
e) pólen, TFAGNÓLIAS, nós

2. ASSINALE A ALTERNATIVA etf que pelo tfenos utf


VOCÁBULO NÃO SEJA ACENTUADO:

a) voo, ORFÃO, TAXI, BALAUSTRE


b) itens, PARABENS, ALGUETF, TATFBETF
c) TACTIL, ATFAGO, cortex, roi
d) PAPEIS, onix, BAU, ATFBAR
e) hifen, cipos, leetf, pe
3. ASSINALE A OPÇÃO etf que AS PALAVRAS, QUANTO à
ACENTUAÇÃO GRÁFICA, ESTEJATF AGRUPADAS pelo tfestfo
tfotivo GRATFATICAL.
a) PROBLETFÁTICOS, FÁCIL, ÁLCOOL
b) JÁ, ATÉ, só
c) TATFBÉTF, últitfo, ANÁLISES
d) porétf, detêtf, EXPERIÊNCIA
e) PAÍS, ATRIBUÍRATF, COCAÍNA

4. (FAC. tfed. ITAJUBÁ) Os dois VOCÁBULOS de CADA itetf


devetf ser ACENTUADOS GRAFICATFENTE, exceto:
A – ( ) herbivoro – ridiculo
b – ( ) LOGARITTFO – BATFBU
c – ( ) tfiudo – SACRIFICIO
d – ( ) CARANAUBA – gertfen
e – ( ) BIBLIA – hieróglifo
5. TFARQUEo itetf etf que NECESSARIATFENTE o
VOCÁBULO deve receber ACENTO GRÁFICO:
a) HISTORIA
b) ciutfe
c) ATFETF
d) nutfero

6. SÃO ACENTUADAS GRAFICATFENTE PELA TFESTFA


RAZÃO AS PALAVRAS DA OPÇÃO:
a) HÁ - ATÉ - ATRÁS
b) HISTÓRIA - ÁGEIS - você
c) ESTÁ - ATÉ - você
c) ORDINÁRIO - APÓLOGO - INSUPORTÁVEL
c) TFÁGOA - ícone – nútfero
7. DAS ALTERNATIVAS ABAIXO, AQUELA etf que AS
DETFAIS NÃO se ACENTUATF cotf BASE NA TFESTFA REGRA
DA PALAVRA entre ASPAS é:

a) ―HOLANDÊS‖ - ANUNCIÁ-LO / PALETÓS


b) ―DESEJÁVEL‖ - AÇÚCAR / hífen
c) ―público‖ - súbito / ÁLCOOL
d) ―TFATÉRIA‖ - GLÓRIA / IDEIA
e) ―DAÍ‖ - VIÚVA / SANDUÍCHE

8. TODAS AS PALAVRAS devetf ser ACENTUADAS NA


ALTERNATIVA:

a) pudico, PEGADA, RUBRICA


b) GRATUITO, AVARO, policrotfo
c) ABDOTFEN, itens, HARETF
d) TFAGOO, perdoe, ECOA
e) CONTRIBUIA, ATRIBUITFOS, CAISTE
11. ANALISE os VOCÁBULOS ABAIXO AGRUPANDO-OS de
ACORDO cotf AS REGRAS de ACENTUAÇÃO:
ÁFRICA – fóssil – tfétodo – possível – pé – CORA-
ÇÃO – ÁLBUTF – TÓRAX – CAJÁ - ARTFAZÉTF - LÂTFPADA

12. ENCONTRATF-SE, A seguir, ALGUNS PÁREOS de


PALAVRAS. SUA TAREFA CONSISTIRÁ etf ANALISÁ-LOS,
tendo etf VISTA A POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA. Feito
isso, explique A DIFERENÇA de sentido existente en-
tre os tfestfos.
CATFELO – CATFELÔ
ANÚNCIO – ANUNCIO
PRÁTICA – PRATICA
DISTÂNCIA – DISTANCIA
SECRETÁRIA – SECRETARIA
SUTFIRA – SUTFIRÁ
CARA – CARÁ
1.2 PONTUAÇÃO

A pontuação é uma exclusividade da escrita, portanto devemos observar com cuidado


o seu uso para que o nosso texto esteja coeso e coerente com a mensagem que dese-
jamos transmitir.

Para defini-los, dizemos que os sinais de pontuação são recursos gráficos próprios da
linguagem escrita e contribuem para a coerência e a coesão de textos. Embora não
consigam reproduzir toda a riqueza melódica da linguagem oral, eles estruturam os
textos e procuram estabelecer as pausas e as entonações da fala. Sua finalidade prin-
cipal é:

1) Assinalar as pausas e as inflexões de voz (entoação) na leitura;


2) Separar palavras, expressões e orações que devem ser destacadas;
3) Esclarecer o sentido da frase, afastando qualquer ambiguidade.

São eles: o ponto (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), os dois pontos (:), o ponto de
exclamação (!), o ponto de interrogação (?), as reticências (...), as aspas (―‖), os parên-
teses ( ( ) ) e o travessão (—).

Embora todos os sinais sejam importantes, nos deteremos mais naquele que costuma
causar mais dúvidas no momento de escrever: a vírgula.

i) Vírgula ( , )

A vírgula indica uma pausa pequena e geralmente é usada:


- Nas datas, para separar o nome da localidade.

Por Exemplo:

São Paulo, 25 de agosto de 2005.

- Após os advérbios “sim” ou “não”, usados como resposta, no início da frase.

Por Exemplo:

– Você gostou do vestido?


– Sim, eu adorei!
– Pretende usá-lo hoje?

– Não, no final de semana.

•―Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; (...)‖ Mateus 5:37

- Após a saudação em correspondência (social e comercial).

Exemplos:

Com amor,

Atenciosamente,

- Para separar termos de uma mesma função sintática, isto é, nas enumerações.

Por Exemplo:

A casa tem três quartos, dois banheiros, três salas e um quintal.


Obs.: a conjunção “e” substitui a vírgula entre o último e o penúltimo termo.

- Para destacar elementos intercalados, como:

a) uma conjunção

Por Exemplo:

Estudamos bastante, logo, merecemos férias!

b) um adjunto adverbial

Por Exemplo:

Estas crianças, com certeza, serão aprovadas.

Obs.: a rigor, não é necessário separar por vírgula o advérbio e a locução adverbial,
principalmente quando de pequeno corpo, a não ser que a ênfase o exija.

51
c) um vocativo

Por Exemplo:

Apressemo-nos, Lucas, pois não quero chegar atrasado.


Zaqueu, desce depressa.

d) um aposto

Por Exemplo:

Juliana, a aluna destaque, passou no vestibular.

e) Uma expressão explicativa (isto é, a saber, por exemplo, ou melhor, ou antes, ou


seja, etc.)

Por Exemplo:

O amor, isto é, o mais forte e sublime dos sentimentos humanos, tem seu princípio em
Deus.

- Para separar termos deslocados de sua posição normal na frase.

Por Exemplo:

O documento de identidade, você trouxe?

- Para separar elementos paralelos de um provérbio.

Por Exemplo:

Tal pai, tal filho.

- Para destacar os pleonasmos antecipados ao verbo.

Por Exemplo:

As flores, eu as recebi hoje.


- Para indicar a elipse de um termo.

Por Exemplo:

Daniel ficou alegre; eu, triste.

- Para isolar elementos repetidos.

Exemplos:

A casa, a casa está destruída.

Estão todos cansados, cansados de dar dó!

- Para separar orações intercaladas.

Por Exemplo:

O importante, insistiam os pais, era a segurança da escola.

- Para separar orações coordenadas assindéticas.

Por Exemplo:

O tempo não para no porto, não apita na curva, não espera ninguém.

- Para separar orações coordenadas adversativas, conclusivas, explicativas e algu-


mas orações alternativas.

Exemplos:

Esforçou-se muito, porém não conseguiu o prêmio.

Vá devagar, que o caminho é perigoso.

Estuda muito, pois será recompensado.

As pessoas ora dançavam, ora ouviam música.


! Importante

Embora a conjunção ―e‖ seja aditiva, há três casos em que se usa a vírgula antes de sua
ocorrência:

1) Quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes.


Por Exemplo:

O homem vendeu o carro, e a mulher protestou.

Neste caso, ―O homem‖ é sujeito de ―vendeu‖, e ―A mulher‖ é sujeito de ―protestou‖.

2) Quando a conjunção ―e‖ vier repetida com a finalidade de dar ênfase (polissíndeto).
Por Exemplo:

E chora, e ri, e grita, e pula de alegria.

3) Quando a conjunção ―e‖ assumir valores distintos que não seja da adição (adversidade,
consequência, por exemplo)

Por Exemplo:

Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada.

- Para separar orações subordinadas substantivas e adverbiais (quando estiverem


antes da oração principal).

Por Exemplo:

Quem inventou a fofoca, todos queriam descobrir.

Quando voltei, lembrei que precisava estudar para a prova.

- Para isolar as orações subordinadas adjetivas explicativas.


Por Exemplo:

A incrível professora, que ainda estava na faculdade, dominava todo o conteúdo.

ii) Ponto-final (.)

É usado ao final de frases para indicar uma pausa total:

a) Não quero dizer nada.

b) Eu amo minha família.

E em abreviaturas: Sr., a. C., Ltda., V.Sa. vv., num., adj., obs.

iii) Ponto de Interrogação (?)

O ponto de interrogação é usado para:

a) Formular perguntas diretas:

Você quer ir conosco ao cinema?

Desejam participar da festa de confraternização?

b) Para indicar surpresa, expressar indignação ou atitude de expectativa diante de uma


determinada situação:

O quê? não acredito que você tenha feito isso! (atitude de indignação)

Não esperava que fosse receber tantos elogios! Será que mereço tudo isso? (surpresa)

Qual será a minha colocação no resultado do concurso? Será a mesma que imagino?
(expectativa)
iv) Ponto de Exclamação (!)

Esse sinal de pontuação é utilizado nas seguintes circunstâncias:

a) Depois de frases que expressem sentimentos distintos, tais como: entusiasmo, sur-
presa, súplica, ordem, horror, espanto:

Iremos viajar! (entusiasmo)

Foi ele o vencedor! (surpresa)

Por favor, não me deixe aqui! (súplica)

Que horror! Não esperava tal atitude. (espanto)

Seja rápido! (ordem)

b) Depois de vocativos e algumas interjeições:

Ui! que susto você me deu. (interjeição)

Foi você mesmo, garoto! (vocativo)

c) Nas frases que exprimem desejo:

Oh, Deus, ajude-me!

OBSERVAÇÕES
v) Ponto e vírgula (;)

É usado para:

a) separar itens enumerados:

A Matemática se divide em:

- geometria;

- álgebra;

- trigonometria;

- financeira.

b) separar um período que já se encontra dividido por vírgulas: Ele não disse nada,
apenas olhou ao longe, sentou por cima da grama; queria ficar sozinho com seu cão.

vi ) Dois-pontos (:)

É usado quando:

a) se vai fazer uma citação ou introduzir uma fala:

Ele respondeu: não, muito obrigado!


b) se quer indicar uma enumeração:

Quero lhe dizer algumas coisas: não converse com pessoas estranhas, não brigue com
seus colegas e não responda à professora.

vi ) Dois-pontos (:)

É usado quando:

a) se vai fazer uma citação ou introduzir uma fala:

Ele respondeu: não, muito obrigado!

b) se quer indicar uma enumeração:

Quero lhe dizer algumas coisas: não converse com pessoas estranhas, não brigue com
seus colegas e não responda à professora.

vii ) Aspas (“”)

São usadas para indicar:

a) citação de alguém: ―A ordem para fechar a prisão de Guantánamo mostra um início


firme. Ainda na edição, os 25 anos do MST e o bloqueio de 2 bilhões de dólares do Opor-
tunity no exterior‖ (Carta Capital on-line, 30/01/09)

b) expressões estrangeiras, neologismos, gírias: Nada pode com a propaganda de ―ou-


tdoor‖.

viii ) Reticências (...)

São usadas para indicar supressão de um trecho, interrupção ou dar ideia de continui-
dade ao que se estava falando:

a) (...) Onde está ela, Amor, a nossa casa,

O bem que neste mundo mais invejo?

O brando ninho aonde o nosso beijo


Será mais puro e doce que uma asa? (...)

b) E então, veio um sentimento de alegria, paz, felicidade...

c) Eu gostei da nova casa, mas do quintal...

ix) Parênteses ( )

São usados quando se quer explicar melhor algo que foi dito ou para fazer simples
indicações.

Ele comeu, e almoçou, e dormiu, e depois saiu. (o e aparece repetido e, por isso, há o
predomínio de vírgulas).

x) Travessão (–)

O travessão é indicado para:

a) Indicar a mudança de interlocutor em um diálogo:

- Quais ideias você tem para revelar?

- Não sei se serão bem-vindas.

- Não importa, o fato é que assim você estará contribuindo para a elaboração deste
projeto.

b) Separar orações intercaladas, desempenhando as funções da vírgula e dos parên-


teses:

Precisamos acreditar sempre – disse o aluno confiante – que tudo irá dar certo.

Não aja dessa forma – falou a mãe irritada – pois pode ser arriscado.

c) Colocar em evidência uma frase, expressão ou palavra:

O prêmio foi destinado ao melhor aluno da classe – uma pessoa bastante esforçada.

Gostaria de parabenizar a pessoa que está discursando – meu melhor amigo.


1. (CESGRANRIO – 2011 – TRANSPETRO – Adtfinis-
TRADOR Júnior) No DIÁLOGO ABAIXO, CADA FALA corres-
ponde A utf nútfero.

I — Por que ele ADQUIRIU sotfente utf ingresso!

II — Cotfprou dois: utf PARA você outro PARA tfitf.

III — TFAS ele SAIU DAQUI dizendo: ―Só COTFPRAREI o


tfeu!‖

IV — Pelo visto você ACREDITA etf tudo, o que ele diz.


Etf RELAÇÃO AO DIÁLOGO, A PONTUAÇÃO ESTÁ CORRETA
APENAS etf

a) I

b) III

c) I e II

d) II e IV

e) III e IV
2. (CESGRANRIO – 2011 – FINEP – Técnico – Apoio
Adtf e SECRETARIADO) A VÍRGULA pode ser RETIRADA
setf prejuízo PARA o SIGNIFICADO e TFANTENDO A nor-
TFA-PADRÃO NA seguinte SENTENÇA:

a) TFÁRIO, vetf FALAR cotfigo depois do expediente.

b) ATFANHÃ, APRESENTARETFOS A PROPOSTA de TRABALHO.

c) Telefonei PARA o TAVARES, tfeu ANTIGO chefe.

d) Encotfendei CANETAS, blocos e CRACHÁS PARA A reu-


NIÃO.

e) Entrou NA SALA, cutfpritfentou A todos e iniciou o


discurso.
3. A PONTUAÇÃO ESTÁ INTEIRATFENTE ADEQUADA NA FRASE:

a) Recebi, VIA Internet, de utf ATFIGO que HÁ tfuito NÃO vejo,


UTFA série de FOTOGRAFIAS DA TERRA, TIRADAS de utf SATÉLITE.

b) TANTO os ASTRÔNOTFOS ANTIGOS cotfo os teólogos, NÃO


ERRAVATF, NA OPINIÃO do AUTOR, QUANDO CONSIDERAVATF que,
TERRA, ESSA POEIRA ÍNFITFA, ERA
A o centro do universo.

c) NADA TFAIS CENTRAL NA CASA PARA os PAIS, que o LUGAR


onde ESTÁ o berço do filhinho, NADA tendo A ver esse cen-
tro AFETIVO, cotf o geotfétrico DA CASA EDIFICADA.

d) SERÁ que Niezstche INTERROTFPIA A CADA belo crepúsculo,


SUAS LEITURAS e seus escritos, sobretudo estes que, TANTO
peso TIVERATF NAS IDEIAS de seu tetfpo?
4. Os períodos ABAIXO APRESENTATF DIFERENÇAS de pontu-
AÇÃO. ASSINALE A LETRA que corresponde AO período de
PONTUAÇÃO CORRETA:

a) A VIDA cotfo, A ANTIGA TEBAS, tetf cetf PORTAS.

b) A VIDA cotfo A ANTIGA TEBAS tetf, cetf PORTAS.

c) A VIDA, cotfo A ANTIGA TEBAS, tetf cetf PORTAS.

d) A VIDA cotfo A ANTIGA TEBAS, tetf cetf PORTAS.


5. (CTSP) ASSINALE A ALTERNATIVA etf que A PONTUAÇÃO ESTÁ
INCORRETA:

a) CANSADO, o TFOTORISTA levou o TÁXI de VOLTA.

b) PAI e filho, DESCERATF do ônibus RAPIDATFENTE.

c) NAQUELE DIA, tfuitos PAIS NÃO FORATF TRABALHAR.

d) Ao CHEGAR AO colégio, o tfenino ficou ETFOCIONADO.


6. (Fund. CARLOS CHAGAS) Os períodos ABAIXO APRESENTATF
DIFERENÇAS de PONTUAÇÃO. ASSINALE A LETRA correspon-
dente AO período de PONTUAÇÃO CORRETA:

A – ( ) Hoje, eu DARIA o tfestfo conselho, tfenos DOUTRINA


e, TFAIS ANÁLISE.

b – ( ) Hoje eu DARIA o tfestfo conselho: tfenos DOUTRINA


e TFAIS ANÁLISE.

c – ( ) Hoje, eu, DARIA o tfestfo conselho, tfenos DOUTRINA


e TFAIS ANÁLISE.
d – ( ) Hoje eu DARIA o tfestfo conselho tfenos DOUTRINA e
TFAIS ANÁLISE.

e – ( ) Hoje eu, DARIA o tfestfo conselho: tfenos DOUTRINA,


e, TFAIS ANÁLISE.
1.3 O USO DOS PORQUÊS
POR QUE, PORQUE, POR QUÊ, PORQUÊ

Na hora de escrever o ―por que‖, às vezes, nos causam dúvidas. Vamos ver neste tópico
quando usar cada uma das suas modalidades.

1.3.1 Por que

Em frases interrogativas subtendidas as palavras MOTIVO, RAZÃO, CAUSA, ou quando


puder ser substituída pelos PRONOMES RELATIVOS: PELO QUAL, PELA QUAL e seus
plurais:

• Então disse o SENHOR a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel
que marchem. Êxodo 14:15
• E por que farias os homens como os peixes do mar, como os répteis, que não têm
quem os governe? Habacuque 1:14-15
• Por que você não veio à aula terça?
• Este é o ideal por que (pelo qual) luto.
• Por que razão vivem os ímpios, envelhecem, e ainda se robustecem em poder? Jó
21:7

1.3.2 Por quê

No final de frases (ele assume a função de monossílabo tônico)

• Por quê? Por que não vos amo? Deus o sabe. 2 Coríntios 11:11
• Ele foi detido por quê?
• O pregador faltou ao culto, não sabemos por quê.
1.3.3 Porque

Em respostas. Assume a função de CONJUNÇÃO (explicativa, causal, final), equivalen-


te às expressões UMA VEZ QUE, VISTO QUE, POIS, A FIM DE QUE, JÁ QUE, PARA QUE:

• Porque eis que suscito os caldeus, nação amarga e impetuosa, que marcha sobre a
largura da terra, para apoderar-se de moradas que não são suas. Habacuque 1:6-7
• Porque dirão os gentios: Onde está o seu Deus? Salmos 115:2

1.3.4 Porquê

Quando ele se torna SUBSTANTIVO, pela presença de um artigo ou outro determi-


nante.

• Desconheço o porquê de tantas mentiras.


• Este porquê está bem explicado.
• Não consigo entender o porquê da questão.

Sugestão de site para consulta:

http://rived.mec.gov.br/atividades/concurso2006/porquedometro/por1_ativ1.swf
1. Cotfplete AS LACUNAS UTILIZANDO por que, por quê,
porque, porquê.

A – NÃO sei o ----------- de TANTA EUFORIA.

b – Você NÃO COTFPARECEU à REUNIÃO ------------------ ?

c – Os CATFINHOS ---------- percorretfos SÃO tortuosos.

d – --------------- NÃO desiste DESSA AVENTURA TFALUCA?

e – VOLTATFOS ---------------- ESTÁVATFOS cotf TFUITA SAU-


DADE.
2. (tftf) A ALTERNATIVA ERRADA QUANTO AO etfprego do
porquê é:

A – NÃO revelou o tfotivo por que NÃO foi AO TRABALHO.

b – ESTAVATF ANSIOSOS porque o DIA JÁ HAVIA ATFANHECIDO.

c – Eis o porquê DA TFINHA VIAGETF.

d – Ele NÃO veio por que ESTAVA doente.

e – Porque houve utf ENGARRAFATFENTO, chegou ATRASADO AO


colégio.
3. ASSINALE A ALTERNATIVA que COTFPLETA

CORRETATFENTE AS LACUNAS DAS FRASES APRESENTADAS:

tfe TRATAS TÃO TFAL?

NÃO gosto de você?

E NÃO GOSTAS de tfitf, ?

Netf eu sei o ?

a) Por que – Porque – por que - por quê

b) Por que – Porque – por quê – porquê

c) Porque – Por que – porque – por quê


4. INDAGUEI o ALUNO NÃO trouxe A APOSTILA.

Ele disse que NÃO trouxe, A perdeu.

A ALTERNATIVA que preenche CORRETATFENTE AS LACUNAS é:

A – Por que – porque

b – porque – porque

c – por que - por que


5. ASSINALE o itetf correto QUANTO AO uso do
porquê:

A – Ele GANHOU o prêtfio porquê foi o tfelhor.

b – VATFOS AGORA resolver o por quê DESTA ques-


TÃO.

c – Você NÃO COTFPARECEU à AULA ontetf por quê?

6. ASSINALE A FRASE GRATFATICALTFENTE CORRETA.

A – NÃO sei por que BRIGATFOS.

b – Ele NÃO o procurou por que ESTAVA doente.

c – Porque NÃO PROCURA SUA ATFIGA?


7. ASSINALE A ALTERNATIVA que preenche CORRETATFEN-
te AS LACUNAS DAS FRASES APRESENTADAS:

I. Ele NÃO escreveuPARA você, ?

II. Ninguétf tfe explicou o de SUA indi-


FERENÇA.

III. Quero SABER NÃO ESTUDA TFAIS.

IV. é SONHADOR, o jovetf CULTIVA IDEAIS.


por quê - porquê - por que - porque

por que - porque - porque - por que

por quê - porquê - porque - por que


1.4 COLOCAÇÃO PRONOMINAL

Sobre os pronomes:

PRONOMES PESSOAIS

RETOS OBLÍQUOS ÁTONOS OBLÍQUOS TÔNICOS

1ª pessoa Eu Mim, comigo

2ª pessoa Tu Te Ti, contigo

3ª pessoa Ele, ela Se, lhe, o, a Si, consigo

2ª pessoa conosco

1ª pessoa Vós Vos convosco

2ª pessoa Eles, elas Se, lhes, os, as Si, consigo

Os pronomes pessoais oblíquos átonos não são precedidos de preposição, diferente-


mente dos tônicos que são sempre precedidos de preposição.

Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que eu estava fazendo.

Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que eu estava fazendo.

Regras básicas da COLOCAÇÃO PRONOMINAL:

Pronomes oblíquos átonos atuam como complemento verbal

A posição adequada é aquela que apresentar um RITMO AGRADÁVEL, característico


do Português.

Maior incidência de ÊNCLISE – colocação básica – sequência VERBO-COMPLEMENTO.

Casos específicos de PRÓCLISE


Duas ocorrências de MESÓCLISE:

verbo no futuro do presente (terminação em ―rei‖); e

verbo no futuro do pretérito (terminação em ―ria‖).

ÊNCLISE

• Quando o VERBO iniciar a frase ou após vírgula, ponto e vírgula.

Ex.: DEVE-SE SEMPRE USAR A ÊNCLISE NO INÍCIO DE FRASES OU ORAÇÕES

Livre-se como a gazela se livra do caçador... Provérbios 6:5

Amarre-os sempre junto ao coração; ate-os ao redor do pescoço. Provérbios 6:21-22

Amarre-os aos dedos; escreva-os na tábua do seu coração. Provérbios 7:3-4

(...), guia-me mansamente a águas tranquilas. Salmos 23:2-3

• Verbos no INFINITIVO IMPESSOAL, IMPERATIVO AFIRMATIVO e GERÚNDIO.

Venha, vamos embriagar-nos de carícias até o amanhecer; ... Provérbios 7:18a

Deitar-me faz em verdes pastos ... Salmos 23:2-3

Aqui vos trago provisões, tomai-as. Gonçalves Dias

E, tomando o cálice, e havendo dado graças, disse: Tomai-o, e reparti-o entre vós; Lu-
cas 22:17

Porém ele sabe o meu caminho; provando-me ele, sairei como o ouro. Jó 23:10

Despediu-se, beijando-me a face.


PRÓCLISE

• Gerúndio precedido da preposição ―EM‖


―Em se plantando, tudo dá‖ Carta de Pero Vaz de Caminha
• Palavras ou expressões negativas, ou seja, nas negações:

não, nunca, ninguém, nem, nenhum, em hipótese alguma, de modo algum, etc.
Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. João 14:1
Jamais te exponhas ao perigo

• Pronomes relativos: quem, qual, que, cujo, onde, quanto


A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje.
Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram.

• Pronomes indefinidos:

alguém, quem, algum, diversos, qualquer, cada qual, algum outro e quem quer que,
todos, etc.
Quem me disse isso?
Todos se comoveram durante o discurso de despedida.

• Pronomes Demonstrativos: Isso, aquilo, etc.


Isso me deixa muito feliz!
Aquilo me incentivou a mudar de atitude!

• Conjunções:

quando, se, como, porque, que, enquanto, embora, logo que, conforme, etc.
Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram.

• Advérbios:

talvez, ontem, aqui, ali, agora, pouco a pouco, de vez em quando, etc.
Nesta casa se fala alemão.
Naquele dia me falaram que a professora não veio.
MESÓCLISE

Somente quando o verbo estiver no Futuro do presente e no futuro do pretérito

soltai, e soltar-vos-ão. Lucas 6:37

E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á;


Lucas 11:9

CASOS ESPECIAIS
Colocação Pronominal - Locução Verbal

Comportamento dos pronomes oblíquos em casos de locução verbal.

Vejamos:

• Quando o verbo principal for constituído de particípio:

a) O pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar, se não houver possibilidade de pró-
clise:

Havia-lhe falado a verdade.

Dica 1: se houver próclise, o pronome fica antes do verbo:

Não lhe havia falado a verdade.

• Quando o verbo principal for constituído por um infinitivo ou um gerúndio:

a) Se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá após o auxiliar ou após o
principal.

Devo esclarecer-lhe o exercício.


Devo-lhe esclarecer o exercício.

Estavam chamando-me aos berros.


Estavam-me chamando aos berros.

b) Se houver palavra atrativa, o pronome poderá ser colocado antes do auxiliar ou após
o verbo principal.

Não posso esclarecer-lhe o exercício.


Não lhe posso esclarecer o exercício.
Não estavam chamando-me.
Não me estavam chamando.
1)

2)

3)

81
1.5 PRONOMES DEMONSTRATIVOS
ESTE, ESTA, ISTO

1ª Pessoa (sing./plural).

Usados para se referir a algo que está próximo de quem fala. Relaciona-se com o ad-
vérbio AQUI e possessivos MEU(S), MINHA(S), NOSSO(S), NOSSA(S).

Este meu blusão veio de Atlanta; Vou fazer isto desaparecer.

Quando se vai dizer alguma coisa, usa-se ESTE, ESTA, ISTO

Ainda me soam aos ouvidos ESTAS palavras do Divino Mestre: ―Amai ao próximo com
a vós mesmos‖.

Em início de cartas também escreve-se: ―Espero que ESTAS linhas o encontrem go-
zando de paz e saúde...‖

ESSE, ESSA, ISSO

2ª Pessoa (sing./plural).

Usados para se referir a algo que está próximo a quem você fala. Relaciona-se com o
advérbio AÍ e possessivos TEU(S), TUA(S), VOSSO(S), VOSSA(S), SEU(S), SUA(S)

Isso aí é perigoso! Essa papelada aí sobre sua escrivaninha, para que serve?

Para se referir a algo já dito, usa-se: ESSE, ESSA, ISSO

E Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Explica-nos essa parábola. (Mateus 15:15)

Também em finais de cartas, escreve-se:

―Despeço-me, desejando que ESSAS palavras encontrem acolhida por parte de V. Sa.‖

AQUELE, AQUELA, AQUILO


3ª Pessoa (sing./plural).

Usados para se referir a algo que está próximo de quem você fala (dele). Relaciona-se
com o advérbio LÁ e possessivos SEU(S) (=DELE), SUA(S)(=DELA)

Aqueles prédios, lá ao longe, pertencem ao BNH?

Numa enumeração, quando você faz referência a duas coisas ou pessoas, usa ESTE
para o mais próximo e AQUELE para o mais distante:

Escrevi um romance e uma gramática: esta, há pouco tempo; aquele, em minha ju-
ventude.
1. PREENCHA AS LACUNAS e depois APONTE A ALTERNATIVA etf
que NÃO se etfpregou A ênclise:

a) RAPAZES, AFASTAI DAQUI, pois correis


sério perigo. (vos)

b) Foi NECESSÁRIO AVISA (te)


R

c) ELA disse que ERA preciso PAGAR

ADIANTADATFENTE. (lhe)

d) Aqui ESTÃO vossos pertences, TOTFAI


(os)

e) Os GUIAS NÃO DISSERATF que FIRTFA


TRABALHAVA no segundo PAVITFENTO. (nos)
2. Cotfplete AS LACUNAS cotf o pronotfe INDICADO APÓS CADA
FRASE:

1. ―NUNCA TFOSTRARETFOS o que sotfos, SENÃO QUANDO en-


tendertfos que ninguétf vê .‖ (nos)
(TFATIAS Aires)

2. ―TFARIA é TFEIGA e FAZ-TFE FESTAS etf vendo


triste‖. (tfe ) (LAUDELINO Freire)

3. ―As noites que PASSEI etf CLARO, REVIRANDO

NA CATFA, setf poder CONCILIAR o sono!‖ (tfe) (Ciro


dos Anjos, APUD A. DA GATFA Kury)
4. ―A CASA dele , letfbro betf, ERA UTFA
CASINHOLA BAIXA, PINTADA de AZUL, cotf UTFA PORTA e DUAS JA-
NELAS, TFODESTÍSSITFA.‖ (tfe) PAULO SETÚBAL)

5. ―UTFA PAUSA LIGEIRA, e outro getfido TFAIS ALTO RASGA o


peito DA noite, ESPALHANDO PELA TERRA
e pelo TFAR.‖ (se) (Hutfberto de CATFPOS)
6. ―REPARE que NÃO ouve utf pio.‖ (se)
(GASTÃO Cruls)

7. ―TFAL o sol esconde no poente, A


VÍTITFA NADA TFAIS vê.‖ (se) (E. DA CUNHA)

8. ―O tfédico EXATFINOU-LHE o interior DAS PÁLPEBRAS,


BATEU NA BARRIGA enortfe e LANÇOU os olhos DA
VARANDA, PERGUNTANDO...‖ (lhe) (VIRIATO CORREIA)

DAÍ
9. ―Senhor, disse o pritfeiro ESTATUÁRIO,
ouro.‖ (tfe) (Coelho Neto)
3. ASSINALE A FRASE cotf erro de COLOCAÇÃO PRONOTFINAL:

a) Tudo se ACABA cotf A tforte, tfenos A SAUDADE.

b) Cotf tfuito PRAZER, se soubesse, EXPLICARIA-LHE


tudo.

c) JOÃO tetf-se INTERESSADO por SUAS NOVAS ATIVIDADES.

d) Ele ESTAVA PREPARANDO-SE PARA o VESTIBULAR de


Direito.
4. ASSINALE A FRASE cotf erro de COLOCAÇÃO PRONOTFINAL:

a) Tudo tfe ERA COTFPLETATFENTE indiferente.

b) ELA NÃO tfe deixou concluir A FRASE.

c) Este CASATFENTO NÃO deve REALIZAR-SE.

d) Ninguétf HAVIA LETFBRADO-TFE de FAZER AS RESERVAS.


5. O pronotfe ESTÁ TFAL COLOCADO etf APENAS utf dos
períodos. Identifique-o:

a) FINALTFENTE entendetfos que AQUELA NÃO ERA A


ESTANTE onde DEVERIATF-SE COLOCAR CRISTAIS.

b) Ninguétf nos FALOU, OUTRORA, cotf TANTA SINCERIDADE.

c) NÃO se VÁ, CUSTA-LHE FICAR utf pouco TFAIS?

d) A TFÃO que te estendetfos é ATFIGA.


6. RESPONDA A QUESTÃO ABAIXO:

I. Netf filhos, netf netos, ninguétf lhe DAVA ouvidos.

II. QUANDO A viu NA SALA, dirigiu-lhe A PALAVRA.

III. tfe AVISARATF do ACIDENTE por telefone.


NAS FRASES ANTERIORES, A COLOCAÇÃO PRONOTFINAL ESTÁ
CORRETA etf:

a) I, APENAS.

b) II, APENAS.

c) III, APENAS.

d) I e II, APENAS.

e) I, II e III.
7. Cotfplete ESTAS cotf os pronotfes
FRASES
DETFONSTRATIVOS ADEQUADOS; se NECESSÁRIO, use-os
COTFBINADOS cotf preposições.

a) * pincel que tenho etf TFINHAS TFÃOS pertenceu Autf


FATFOSO pintor BRASILEIRO.

b) Por que você ANDA setfpre cotf * TFÃOS ENFIADAS


nos bolsos?

c) VEJA * que tenho * SACOLA: SÃO LARANJAS que


colhi * POTFAR ALI ADIANTE.

d) Você ESTÁ vendo * grupo de RAPAZES LÁ do outro


LADO DA PRAÇA?
e) Por FAVOR, TRAGA-TFE * PACOTE que ESTÁ AÍ do
seu LADO.

f) Por FAVOR, AJUDE-TFE A CARREGAR * PACOTES AQUI..

g) Por FAVOR, AJUDE-TFE A TRAZER ATÉ AQUI * PACOTES


que ESTÃO NA OUTRA SALA.
8. NESTAS FRASES, os pronotfes DETFONSTRATIVOS e
SUAS COTFBINAÇÕES RETOTFATF ou ANTECIPATF tertfos.
COTFPLETE-AS.

a) A ÚNICA VERDADE é : ele foi o


RESPONSÁVEL pelo ACIDENTE.

b) APESAR de ter sido o RESPONSÁVEL pelo ACIDENTE, ele


NUNCA reconheceu FATO.
c) COTFPRATFOS utf PROGRATFA CAPAZ de GERENCIAR os
DADOS ARTFAZENADOS etf nosso tficro. Utf PROGRATFA
é INDISPENSÁVEL AO botf
desetfpenho do EQUIPATFENTO.

d) TFANUEL BANDEIRA e CARLOS Drutftfond de ANDRADE


FALATF de perto AO tfeu CORAÇÃO: ,
PELA inquietude de SUA lucidez; ,
PELA feliz SITFPLICIDADE de SUA EXPRESSÃO.
9. DA ORAÇÃO que segue, propõe-se que SEJA FEITA
UTFA ANÁLISE e, posteriortfente, RESPONDA às questões
que A ELA se refere:

TFARCOS, o André SAIU cotf SUA IRTFÃ!


A – O uso do pronotfe possessivo ITFPLICA etf UTFA
DUPLICIDADE de sentido? RELATE.

b – REESCREVA-A ELITFINANDO ESTA OCORRÊNCIA de tfodo A


TORNÁ-LA CLARA e OBJETIVA.
10. Etfpregue nos exercícios A seguir o pronotfe
DETFONSTRATIVO ADEQUADO:

1 – TENHA setfpre LETFBRANÇA o : eu setfpre


ATFAREI. (disto, disso) .

2 – Por que você ESTÁ USANDO CATFISA


VELHA? (ESTA, ESSA).

3 – Cotfo SÃO COTFPLICADOS DIAS que


ESTATFOS vivendo ATUALTFENTE! (estes, esses).

4 – O PERDÃO e A VINGANÇA se opõetf DIRETATFENTE:


DEGRADA os hotfens; os ELEVA.

(AQUELE, ESTA).
5 – tfês etf que ESTATFOS ESTÁ PASSANDO
RÁPIDO. (este, esse).

6 – SERÁ que ninguétf CASA tfe entende?


(DESTA, DESSA).

7 – TFÁ ESCOVAÇÃO CAUSA INFLATFAÇÃO NA GENGIVA e todos


DEVIATF SABER. (isto, isso).
1.6 USO DA CRASE

A palavra crase tem origem grega e significa fusão. É resultado da contração da prepo-
sição a com o artigo definido feminino a. Pinçamos sete exemplos de uso incorreto da
crase — ou da ausência dela — com as respectivas explicações.

1) Passeio à cavalo.

Não existe crase antes de palavras masculinas.

2) Salário à combinar.

Não existe crase antes de verbos.

3) Daqui à dez dias.

Não existe crase antes de numeral cardinal (exceto em horas).

4) Entregar à elas.

Não existe crase antes de palavras no plural se o a estiver no singular.

5) Virar a esquerda.

Sempre há antes de locuções prepositivas, adverbiais e conjuntivas. O correto é à es-


querda, à toa, às vezes etc.

6) O encontro será as 8 horas.

Sempre há crase antes de numeral cardinal indicando hora. O correto é às 8 horas.

7) O corpo à corpo do dia à dia.

Não existe crase entre palavras repetidas.


Resumo

NESTA UNIDADE, você estudou:

• ACENTUAÇÃO;
• PONTUAÇÃO;
• Uso dos Porquês;
• COLOCAÇÃO PRONOTFINAL;
• Pronotfes DETFONSTRATIVOS;
• Uso DA CRASE.
Mudança e variação
linguística
• Diferenciar mudança e variação linguística
• Conhecer plano diacrônico e plano sincrônico
• Enumerar os tipos de variação linguística
• Descobrir como se estabelece uma variedade padrão

Guia de estudos

A quarta Unidade se divide em:

TÓPICO 1 – MUNDANÇA E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA


1.1. SOCIOLINGUÍSTICA
1.1.1 Plano diacrônico
1.1.2 Plano sincrônico
1.2 TIPOS DE VARIAÇÕES
1.2.1 Variação geográfica ou diatópica
1.2.2 Variação social ou diastrática
1.2.3 Variação diafásica
1.3 HOMOGENEIDADE E HETEROGENEIDADE
1.4 VARIEDADE PADRÃO
1.4.1 Formação de algumas variedades padrão
AUTOAVALIAÇÃO
TÓPICO 1 - MUDANÇA E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Agora que já compreendemos um pouco sobre os tipos de gramáticas, vamos nos de-
bruçar então sobre a mudança e a variação da língua, assunto que causa bastante
confusão entre os falantes, podendo, muitas vezes, gerar preconceitos linguísticos.

Ao longo do nosso curso, defendemos uma mudança na forma de se perceber a Lín-


gua Portuguesa – nossa língua materna – ou mesmo ―português brasileiro‖ (como é
comum chamar no meio linguístico) por considerarmos que as línguas apresentam va-
riação e mudam com o passar do tempo, conforme comprovado cientificamente pelas
ciências linguísticas e filológicas.

Tal fato é perceptível ao falante quando comparada a linguagem de diferentes faixas


etárias, ou mesmo através de textos escritos ou falados de épocas diferentes. Também
por acreditarmos que o ensino do português que se pretende materno, em muito di-
fere do português atualmente ensinado nas escolas, rigorosamente preso às peias da
tradição normalista-prescritivista das gramáticas utilizadas como material didático;
português artificial e arcaico, elevado ao ideal de perfeição e que não corresponde à
realidade linguística brasileira. Daí decorre um dos motivos de muitos afirmarem não
saber o português, ou achá-lo difícil.

Pretendemos, nessa unidade, expor algumas teorias a respeito da variação linguística,


seguindo os princípios da Sociolinguística – ramo da Linguística Externa que se ocupa
da relação entre língua e sociedade, introduzindo algumas teorias mais recentes dessa
ciência.

1.1. SOCIOLINGUÍSTICA

A Sociolinguística, nascida na década de sessenta nos Estados Unidos, tendo como


iniciador e principal expoente o linguista americano William Labov (especificamente,
Sociolinguística Variacionista), tem como objeto de estudo a língua falada nos atos
de interação social, diferentemente do estruturalismo saussureano e do gerativismo
chomskyano, que pretenderam analisar a língua isolando-a de tudo que fosse exterior
a ela, ou seja, ocupando-se de uma linguística interna.
Dissemos acima que as línguas mudam, porque a mudança é um processo normal e
gradual pelo qual passam todas as línguas. Por ser gradual, antes de ocorrer a mu-
dança, há sempre um período de transição onde há variação. Essa mudança pode ser
entendida de duas maneiras: a mudança que origina uma outra língua ao longo do
tempo (plano diacrônico) e uma mudança ou variação simultânea de uma mesma lín-
gua (plano sincrônico). Tanto no plano diacrônico quanto no sincrônico, as mudanças,
dentre outras, podem ser percebidas nos campos fonético, morfológico, sintático e
semântico ou mesmo na forma de usar a língua. Julgamos importante salientar que
―para Labov, toda língua apresenta variação, que é sempre potencialmente um desen-
cadeador de mudança‖. (CHAGAS, 2002, p.149).

Biografia

William Labov (Rutherford, 4 de dezembro de 1927) é um linguista estadunidense, ampla-


mente considerado o fundador da sociolinguística variacionista. Labov foi descrito como
―uma figura fortemente original e influente que criou grande parte da metodologia‖ de
sociolinguística. Uma de suas principais ideias é de que a variação é inerente à linguística,
sendo não só natural, mas também necessária para o funcionamento de uma língua. Este
pensamento contrasta com a visão de diversos linguistas, como Saussure e Chomsky.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/William_Labov Acesso em 01.12.2019.

1.1.1 Plano diacrônico

No plano diacrônico, as mudanças fazem parte da história das línguas e, em se tratan-


do do português, sabemos que ele originou-se do Latim, mais precisamente, da junção
deste com elementos pré-romanos e estrangeiros2 (lígures, celtas, iberos, fenícios,
cartagineses, gregos, germânicos, árabes e outros) que existiram na Península Ibérica
(na região onde atualmente se localiza Portugal) quando da chegada do latim e que,
portanto, serviram de substrato3 para o mesmo.

Programa de História da Língua Portuguesa compilado pelo professor João Costa – Universi-
2

dade Federal de Sergipe, Julho de 1997, p. 13.


Para ilustrar a mudança do português através dos séculos, transcrevemos a seguir
um verso de uma poesia trovadoresca contida no Cancioneiro da Ajuda em Portugal,
do século XII (1189), intitulada A Ribeirinha ou Cantiga de Guarvaia (Cantiga de Amor),
de Paio Soares de Taveirós e considerado o texto escrito mais antigo em língua portu-
guesa:

No mundo non me sei parelha,


mentre me for como me vay,
ca ja moiro por vós - e ay!
mia senhor branca e vermelha,
queredes que vos retraya
quando vos eu vi en saya,
Mao dia me levantey,
que vos enton non vi fea!

E ainda, trecho da carta de Pero Vaz de Caminha (2003), datado de 1º de maio de 1500:

Snõr
Posto queo capitam moor desta vossa frota e asy os outros capitaães scre-
puam avossa alteza anoua do achamento desta vossa terra noua que se ora
neesta naue gaçam achou. Nom leixarey tam bem de dar disso minha com-
ta avossa alteza asy como eu milhor poder ajmda que perao bem contar e
falar o saiba pior que todos fazer. (...)

Da análise dos dois textos, percebe-se que, quanto mais antigo for o texto, maior é a
dificuldade de entendimento encontrada pelos falantes do século XXI.

3
Entende-se por substrato uma língua preexistente em uma determinada região onde vem se
instalar outra língua que acaba por se sobrepor àquela. Como exemplo, podemos citar o caso
do Brasil onde quando da chegada do português se falavam diversas línguas indígenas. Tais
línguas serviram de substrato para a variedade do português brasileiro.
Ainda quanto à mudança da língua, vale ressaltar que no Brasil, embora também se
fale o português, há uma distância enorme entre este e o português de Portugal, tanto
geográfica quanto de formação, pois o português trazido para a colônia a partir do sé-
culo XVI encontrou nessas terras línguas indígenas e, posteriormente, diversas línguas
ou dialetos africanos, com os quais se juntou para formar este português hoje falado
pela comunidade linguística brasileira.

4.1.2 Plano sincrônico

Por outro lado, no plano sincrônico, além dos fatores linguísticos estruturais como
diferenças gramaticais, há também diversos outros fatores extralinguísticos desen-
cadeadores de variação linguística, quais sejam: origem geográfica, idade, sexo, posição
social, grau de formalidade, escolarização, mercado de trabalho e rede social. Exemplifi-
cando, podemos perceber diferenças linguísticas estruturais no português de Portugal
e no português brasileiro, como por exemplo:

Diferenças fonéticas (no modo de pronunciar os sons da língua): o brasileiro diz eu sei,
o português diz eu sâi;

• Diferenças sintáticas (no modo de organizar as frases, as orações e as par-


tes que as compõem): nós no Brasil dizemos estou falando com você; em
Portugal eles dizem estou a falar consigo;
• Diferenças lexicais (palavras que existem lá e não existem cá, e vice-versa):
o português chama de saloio aquele habitante da zona rural, que no Brasil
a gente chama de caipira, capiau, matuto;
• Diferenças semânticas (no significado das palavras): cuecas em Portugal
são as calcinhas das brasileiras. (...). (BAGNO, 2006b, p.19)

Os exemplos acima evidenciam a existência de variação linguística no plano sincrônico,


pois tanto a variação portuguesa quanto a variação brasileira subsistem num mesmo
período de tempo.
4.2 TIPOS DE VARIAÇÕES

De uma outra perspectiva, a variação linguística pode ser assim classificada:

4.2.1 Variação geográfica ou diatópica

Referente às diferenças linguísticas entre falantes de origem geográfica distinta; po-


dem também ser chamadas de diferenças dialetais. Tais diferenças podem ser obser-
vadas, dentre outras em:

4.2.1.1 Diferenças lexicais: a palavra designada ―bala‖ (guloseima) em São Paulo é cha-
mada de ―confeito‖ em Pernambuco e ―bombom‖ no Amazonas. Neste mesmo estado
o que os falantes costumam chamar de ―taperebá‖, os falantes nordestinos chamam
de ―cajá‖.

4.2.1.2 Diferenças semânticas: quando se fala de café ―aguado‖ em Sergipe é porque ele
está fraco, isto é, com muita água; em Pernambuco, café ―aguado‖ significa que ele
está sem ou com pouco açúcar;

4.2.1.3 Diferenças fonológicas: um traço marcante dos falares nordestinos é a pronúncia


aberta das vogais /e/ e /o/, como em [ó]rigem, c[ó]ragem, R[é]cife e r[é]lógio, enquanto
no sudeste do país essas mesmas palavras são pronunciadas [ô]rigem, c[ô]ragem, R[ê]
cife e r[ê]lógio.

4.2.1.4 Oposição entre linguagem rural e linguagem urbana: é um tipo de variação facil-
mente identificável e muito presente em todas as regiões do Brasil, inclusive, há na li-
teratura infantil (gibis) um personagem muito representativo da linguagem rural que é
o Chico Bento, criado por Maurício de Sousa. Falando dessa oposição entre linguagem
rural e urbana, Bortoni-Ricardo (2004) introduz um conceito que julgamos apropriado
destacar por ser pertinente na identificação da variação linguística. Ela fala de ―traços
graduais‖ e ―traços descontínuos‖, onde descontínuos são itens típicos de falares ru-
rais ou de comunidades de fala isolada que não se encontram em outras comunidades;
já os traços graduais são aquelas variações presentes na fala de todos os brasileiros,
independente de origem geográfica. Assim, palavras como ―inté‖ (arcaísmo de até) e
―paiaço‖ e ―veio‖ (onde ocorre a vocalização do /lh/) são traços descontínuos por es-
tarem presentes em apenas algumas comunidades de fala, inclusive estigmatizadas.
Já em palavras como ―mulher‖, ―colher‖, ―cantar‖, onde ocorre a perda do /r/ final
(geralmente alguns substantivos e infinitivos), sendo pronunciadas como ―mulhé‖, ―co-
lhé‖, ―cantá‖, ou ainda palavras como ―caixa‖, ―ouro‖, ―couro‖, ―limoeiro‖ e ―beijo‖,
onde os ditongos‖ ai‖, ―ou‖ e ―ei‖ tendem a desaparecer, tornando-se vogais simples
(caxa, ôro, côro, limoero, bejo, etc.) são traços graduais, por estarem presentes na fala
de praticamente todos os brasileiros, inclusive escolarizados4 .

4.2.2 Variação social ou diastrática

De acordo com o nível socioeconômico do falante, incluindo aqui idade, gênero, ocupa-
ção e escolarização.

4.2.2.1 Idade: a utilização de gírias como ―valeu cara‖, ―sacou?‖, ―tá ligado‖ ―e aí‖, de-
notam idade jovem;

4.2.2.2 Gênero: geralmente a linguagem de homens e mulheres são diferentes. Mulhe-


res frequentemente usam o diminutivo para designar as coisas, como por exemplo,
―que coisinha linda‖, já homens, na mesma situação seriam propensos a expressa-
rem-se assim ―é bonito‖ ou ―é muito bonito‖.

4.2.2.3 Escolarização: o apagamento do ―s‖, marcador de plural nos sintagmas nomi-


nais, por exemplo, a casa‖, ―as pessoa‖, costumam ser mais frequentes em falantes
menos escolarizados (de variedades não-padrão), embora existam falantes com alta
escolaridade que em momentos de menor monitoração também utilizam o fenômeno
linguístico. Outro fenômeno também observável é redução das seis formas dos verbos
em apenas duas: assim – eu FALO, tu FALAS, ele FALA, nós FALAMOS, vós FALAIS,
eles FALAM – transformam-se em – eu FALO, tu/você FALA, ele FALA, nós FALA, vocês
FALA, eles FALA.

Fenômenos circunscritos à fala e não à escrita que é tanto mais conservadora que a fala.
4
O fator escolarização está estritamente relacionado com classe social, pois os fenô-
menos de apagamento dos plurais e a redução das formas verbais são características
mais marcantes de falantes das classes menos privilegiadas, é claro, não se excluindo
a possibilidade de falantes das classes privilegiadas também se expressarem desta
forma.

4.2.2.4 Ocupação: insere-se neste fator as linguagens e jargões profissionais, ou lingua-


gens técnicas. São linguagens específicas utilizadas por determinados grupos, como
por exemplo, comunidade médica, militar, jurídica, etc.

Fonte: http://letrasliteraturaarte.blogspot.com/2013/05/variantes-linguisticas.html Acesso em


01.12.2019.

4.2.3 Variação diafásica

De acordo com a situação de fala (formalidade/informalidade) ou contexto social.


A variação diafásica também pode ser reconhecida como variações estilísticas ou
de registros, ou ainda, como a denomina Bortoni-Ricardo (2004) ―monitoração lin-
guística‖, ou seja, dependendo da situação, o falante usa um estilo monitorado ou
não-monitorado, equivalentes aos termos formal e informal. Por exemplo, um estu-
dante ao apresentar um seminário usará um estilo de linguagem mais monitorado,
mais formal, de outro modo, esse mesmo estudante quando está conversando com
os amigos num bar utilizará um estilo não-monitorado, informal, sinônimos de colo-
quial, pois, será considerado pedante e até mesmo ridicularizado se utilizar o mesmo

110
estilo quando da apresentação do referido seminário. No ambiente social ou escolar,
o indivíduo utilizará o estilo de linguagem de acordo com o papel social representado;
por exemplo, na família temos os papéis de pai, mãe, filho, cada qual utiliza uma forma
de linguagem; na escola temos diretor, supervisor, professor que exercem funções
de autoridade e, portanto, refletem na utilização da linguagem para o desempenho de
suas funções.

Fonte: https://www.todamateria.com.br/linguagem-formal-e-informal/ Acesso em 01.12.2019.

4.3 HOMOGENEIDADE E HETEROGENEIDADE

Os exemplos dos itens acima evocam e expõem dois conceitos em relação à língua de-
fendidos pela Linguística: Homogeneidade e Heterogeneidade, isto é, o conceito de que
uma língua é homogênea ou apresenta uma unidade perfeita, em contraposição a uma
concepção de língua heterogênea que apresenta um sem-número de variações entre
seus falantes.

Convém salientar que a perspectiva de homogeneidade é largamente defendida pelas


correntes da linguística estruturalista e gerativista e, principalmente pela tradição nor-
mativista, no entanto, para a Sociolinguística, toda língua apresenta variações, enten-
didas aqui como diferentes formas de falar a mesma coisa. Daí Alkmim (2001) afirmar:

5
Papéis sociais são um conjunto de direitos e deveres definidos por regras socioculturais.
Qualquer língua, falada por qualquer comunidade, exibe sempre variações.
Isso significa dizer que qualquer língua é representada por um conjunto de
variedades. Concretamente: o que chamamos de “língua portuguesa” en-
globa os diferentes modos de falar utilizado pelo conjunto de seus falantes
do Brasil, em Portugal, em Angola, Moçambique, Cabo Verde, Timor, etc.
(in BENTES e MUSSALIM [org], 2001, p. 33)

Esses diferentes modos de falar não estão circunscritos apenas a línguas diferentes,
mas também a uma mesma língua. No Brasil, por exemplo, podemos afirmar existir
variedades baiana, sergipana, carioca, paulistana, pernambucana, cearense, etc. Des-
se modo, afirmar a existência de uma homogeneidade linguística é, na verdade, um
mito.

4.4 VARIEDADE PADRÃO

Ao longo destas reflexões sobre a língua materna, muitas vezes utilizamos alternada-
mente termos como norma padrão, norma culta, português-padrão, português ―cor-
reto‖, língua-padrão, ou dialeto de prestígio, aos quais pretendemos agrupar sob o
rótulo de variedade padrão. Diga-se de passagem, que essa é a variedade ensinada
nas escolas.

Diferentemente do que muitos pensam, a variedade padrão não foi alçada a este status
pelo fato de ser ―superior‖, ―melhor‖, ―mais bonita‖, ―mais correta‖ ou ―mais rica‖ que
as outras variedades, pois ―toda língua é adequada à comunidade que a utiliza, é um
sistema completo que permite a um povo exprimir o mundo físico e simbólico em que
vive‖ (ALKMIM, 2001, p. 41).

Então como se explica o status de ―padrão‖ a uma variedade?

O estabelecimento de uma variedade como padrão é, sem dúvida, definido historica-


mente, mas não só historicamente, como também socialmente, pois, a variedade tida
como padrão, na verdade, é aquela falada pelas classes privilegiadas da sociedade, isto
é, pelas classes dominantes política, econômica e culturalmente, aquelas que detêm
o poder, e isso não se limita apenas ao português falado no Brasil, mas a todas as lín-
guas atualmente existentes.
Sobre essa relação entre linguagem e poder, Maurizio Gnerre foi categórico ao afir-
mar: ―Uma variedade linguística ‗vale‘ o que ‗valem‘ na sociedade os seus falantes, isto
é, vale como reflexo do poder e da autoridade que eles têm nas relações econômicas e
sociais‖ ([s.d.], p. 6). Segundo Gnerre, além de fatores socioeconômicos, a associação
de uma variedade com a escrita e com a tradição gramatical greco-latina é determi-
nante para a afirmação e estabelecimento dessa variedade como padrão.

4.4.1 Formação de algumas variedades padrão

Na formação dos Estados-Nações europeias sobressaíram e ascenderam ao status de


padrão as variedades originárias de regiões que gozavam de prestígio político, econô-
mico e cultural.

Assim, no século XIV, o florentino torna-se o italiano, em decorrência, dentre outros


motivos, da influência de escritores como Dante, Petrarca e Bocaccio, sobrepondo-se
ao latim escolar, ao siciliano, ao toscano e ao dialeto de Bolonha. No século XIII, o
frâncico (francien) falado na região de Paris, conhecida como Île de France, tornou-se
o francês a despeito do normando ou picardo. Na Inglaterra, o dialeto londrino foi ele-
vado à categoria de inglês. No século XII, o dialeto de Castela (castelhano) tornou-se
o espanhol. E, por volta do século XV, o dialeto falado nas regiões entre as cidades de
Coimbra e Lisboa tornaram-se o português, consolidado e estabilizado através das
obras de Luís de Camões, embora nos três primeiros séculos da formação de Portugal
tenha se sobressaído o galaico-português como expressão da poesia lírica-trovado-
resca.

No caso do Brasil colonial, até metade do século XVIII o português era uma língua
minoritária, sendo as línguas mais faladas o tupi, na capital de São Vicente (atual São
Paulo) e o tupinambá, em toda a costa brasileira. Somente a partir de 1757 é que a
língua portuguesa começa a se tornar majoritária, porque o então primeiro-ministro
português, Marquês de Pombal, dando cabo a uma política linguística, estabeleceu a
língua portuguesa como oficial, proibindo o ensino de qualquer outra língua em todo o
território brasileiro.

Uma vez que a colonização iniciou pelo nordeste, as regiões compreendidas entre Re-
cife, Olinda e Salvador foram durante algum tempo centro político, econômico e cul-
tural do Brasil, no entanto, em virtude da descoberta de ouro em Minas Gerais, que
posteriormente seria uma importante cidade, a capital da colônia foi transferida para o
Rio de Janeiro, em 1763, tendo essa cidade, a partir de então, assumido a primazia eco-
nômica, política e cultural. Entretanto, a partir do século XX, essa importância passou
a ser compartilhada por São Paulo, devido o seu desenvolvimento industrial. Assim,
em decorrência desse processo histórico, as variedades utilizadas pelo triângulo São
Paulo, Rio de Janeiro e Belo horizonte, são, atualmente, consideradas como a varieda-
de padrão, inclusive, tendo os meios de comunicação de massa como seus principais
representantes.

Sendo a escola uma instituição social, e como tal, reproduz os valores da sociedade
onde está inserida, de certa forma, ela acaba por legitimar essa variedade padrão im-
posta pelas classes dominantes. Nesse contexto, de acordo com a Sociolinguística,
cumpre ao professor de língua materna ensinar sim a variedade padrão, por ser um
elemento de unificação política e social do país e também por ser um instrumento
de inserção social, cujo ensino integrado à realidade linguística brasileira, municiará
o aluno com competências comunicativas necessárias às diversas situações de fala,
dando-lhes vez e voz, mas jamais esse professor deverá reproduzir a atitude precon-
ceituosa existente na sociedade referente às diferenças linguísticas. Em se tratando
da atitude a ser adotada pelo professor frente à variação linguística, Bortoni-Ricardo
(2004, p. 42) propõe que, baseado numa ―pedagogia culturalmente sensível aos sabe-
res do educando‖, o professor identifique e conscientize o aluno da diferença. Assim,
conscientes das diferenças, o falante terá a liberdade de escolher que variedade usar,
quando e como usar.

Portanto, segundo a Sociolinguística, todas as variedades estão num mesmo nível hie-
rárquico, pois apresentam um sistema de regras organizado e coerente, sendo a dis-
tinção ou estigmatização consequências de fatores socioeconômicos e não linguísticos.
1. Cotfplete AS LACUNAS ABAIXO cotf AS PALAVRAS
A seguir.

PLANO sincrônico – PLANO DIACRÔNICO - VARIAÇÕES


ESTILÍSTICAS - registros

a) No , ALÉTF dos FATORES


linguísticos ESTRUTURAIS cotfo DIFERENÇAS
GRATFATICAIS,HÁ TATFBÉTF diversos outros FATORES
EXTRALINGUÍSTICOS DESENCADEADORES de VARIAÇÃO
LINGUÍSTICA, QUAIS SEJATF: origetf GEOGRÁFICA,
IDADE, sexo, POSIÇÃO SOCIAL, GRAU de FORTFALIDADE,
ESCOLARIZAÇÃO, TFERCADO de TRABALHO e rede SOCIAL.
b) No AS TFUDANÇAS
FAZETF PARTE DA HISTÓRIA DAS LÍNGUAS.

c) A VARIAÇÃO DIAFÁSICA TATFBÉTF pode ser


RECONHECIDA cotfo ou
de .
NESTA UNIDADE, você estudou:

• LÍNGUA FALADA nos ATOS de INTERAÇÃO so-


CIAL;
• Tipos e VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS.
ALMEIDA, Antonio Fernando de; ALMEIDA, Valéria Silva Rosa de. Português básico:
gramática, redação, texto. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Nova
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