Texto 03 - Pedagogia de Projetos
Texto 03 - Pedagogia de Projetos
Texto 03 - Pedagogia de Projetos
RESUMO.
Esse trabalho está fundamentado no tema “A pedagogia de Projetos como
estratégia metodológica no processo de ensino e aprendizagem”, cujo objetivo é
apontar os benefícios pedagógicos obtidos com o uso dessa metodologia. A
Pedagogia de Projetos está relacionada à organização das práticas pedagógicas e
incentiva uma aprendizagem mais dinâmica, interativa, em que o professor é o
mediador, tirando o aluno da passividade e assumindo a posição de construtor do
conhecimento. Essa estratégia se choca frontalmente com o ensino tradicional, que
dava autonomia apenas para o professor, que dava suas aulas fazendo uso
exclusivamente do livro didático, impossibilitando as crianças de explorarem seus
saberes e desenvolverem suas habilidades. Com isso, esta pesquisa buscou
analisar se os educadores estão inovando em suas práticas, inserindo a Pedagogia
de Projetos como meio para desenvolver uma aprendizagem mais ampla, mais
dinâmica, carregada de intencionalidade, em que docente e discente são
beneficiados.
INTRODUÇÃO
Pondera-se que uma das discussões mais atuais no âmbito das práticas
educacionais é a Pedagogia de Projetos, uma estratégia que denuncia os métodos
tradicionais de ensino e revela uma nova metodologia educativa capaz de
transformar aulas monótonas e antiquadas em verdadeiras fontes de
conhecimentos.
O tema é relevante pois pode acrescentar conhecimento a todos os
profissionais que atuam em sala de aula. A escolha deste tema se deu com o intuito
de analisar se os profissionais que atuam nas séries iniciais do ensino fundamental
estão repensando suas estratégias e inovando em suas aulas, pois o saber não é
um produto acabado, todos os dias algo novo vem surgindo e a pedagogia de
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Pedagoga formada pela FACP –Faculdade de Paulínia.
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Doutora em Educação pela UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas. Docente da FACP.
1. A PEDAGOGIA DE PROJETOS-
Muito já se ouviu falar sobre o termo “projeto” sempre acompanhado de
outros termos: projeto politico pedagógico; projeto de leitura; projeto ambiental;
projeto de trabalho, etc. Enfim, é comum no ambiente pedagógico ouvir falar de
projetos em suas mais variadas formas.
Mas o que é e qual a importância da estratégia metodológica denominada
Pedagogia de Projetos para a aprendizagem? Como de fato o projeto deve ser
criado? Quem faz parte da escolha dos temas? Que benefícios são trazidos para o
professor e para o aluno com a adoção de tal metodologia?
Para uma primeira reflexão, é importante lembrar que a educação brasileira
passou por grandes desafios até chegar a nossos dias. Documentos históricos
revelam como o ensino tradicional esteve presente durante várias décadas nas
salas de aula do Brasil, impossibilitando os alunos de produzirem seu próprio
conhecimento, sendo-lhes oferecidas apenas metodologias não-ativas, rasas, sem
incentivo para novos saberes, uma educação que valorizava somente os conteúdos
encontrados nos livros didáticos transmitidos pelo professor que, nesse modelo,
era o detentor de todo saber, cabendo ao aluno a passividade, absorvendo – ou
não – o que era depositado em sua mente, sem nenhuma intervenção. Era
necessário passar por uma mudança, em que essas metodologias tradicionais
fossem repensadas e articuladas, pois a antiga pouco ou nada acrescentava.
2. A ELABORAÇÃO DO PROJETO
Um fator importante ao se trabalhar com projetos é a escolha da temática.
Existem escolas que, no início do planejamento anual já definem todos os projetos
que serão trabalhados durante o ano letivo. Porém, se formos partir do pressuposto
que “o projeto é um sonho coletivo”, (NOGUEIRA, 2008), o professor deveria
aguardar o inicio das aulas, conhecer sua turma de alunos e, juntamente com eles,
descobrir seus desejos, interesses e necessidades.
A temática deve nascer de uma parceria entre professor e alunos, em uma
ação coletiva e não ocorrer de modo vertical, partindo da coordenação, direção ou
professores para aplicação com os alunos. Muitas escolas dispõem de temas pré-
definidos na semana de planejamento, obrigando os alunos a executarem as ações,
ou seja, mais uma tarefa direcionada, sem nenhuma participação efetiva. Sobre
essa prática, Nogueira (2008), enfatiza:
3.1-Planejamento
Ratificando a necessidade de se ter um Planejamento inicial para que a
Pedagogia de Projetos realmente atinja seus objetivos, outros autores também
convalidam e reafirmam essa etapa inicial.
Para Libâneo (1991), o planejamento é fator primordial nas ações do
professor. É nesse momento que ele organiza suas práticas, e assim faz uma
ligação entre os conteúdos e o contexto social no qual está inserido.
A ação de planejar faz parte da vida humana sendo que, a cada momento,
as pessoas são levadas a planejar, fugindo do improviso, buscando decisões
pensadas e organizadas (KENSKI,1995).
Assim, a primeira etapa de um projeto é o planejamento, uma vez que não
há como executar uma tarefa eficiente sem planejar, se mostrando essa uma fase
fundamental. Cabe ao professor a tarefa de construir esse planejamento, pois sua
formação lhe permite fazê-lo. É o educador que irá provocar o desencadeamento
das ações, perguntando: O que fazer? Como fazer? Quem vai ajudar? Incentivados
pelo professor, os alunos planejam e se sentirão motivados à ação:
3.2-Execução
Para Nogueira (2008), essa é a etapa em que o aluno irá pôr em prática tudo
que foi planejado, saindo da passividade; é na prática que as relações com os
colegas acontecem, trocando informações e saberes. É nesse contexto que tudo o
que foi sonhado começa a ganhar vida.
Esta é uma fase de vital importância para o aluno, pois sua
interação nos atos de criar, pintar, construir, cantar,
entrevistar, representar, escrever, dançar, moldar, desenhar
etc.(note que são verbos de AÇÂO), demonstra a
possibilidade de que seus sonhos, vontades e necessidades
sejam realizados a partir de suas ações planejadas
(NOGUEIRA, 2008, p. 83).
3.4-Apresentação
Segundo Nogueira (2008), a quarta é a mais importante de todas as etapas,
que é a apresentação. Nessa fase, o aluno já pesquisou, já colheu dados, resolveu
problemas e já possui uma bagagem de informações que lhe acrescentou inúmeros
conhecimentos. Contudo, alguém precisa apreciar essa aprendizagem: os pais, os
outros alunos, convidados, etc. Não vale a pena guardar todas as aprendizagens
dentro do armário da sala, já que o saber pode ser compartilhado com os demais
sujeitos que fazem parte da comunidade escolar, levantando o ego dos alunos que
se esforçaram e se dedicaram para produzir o projeto.
Assim como o professor aprendeu dando aula, o aluno também irá consolidar
seus conhecimentos compartilhando o que aprendeu com outras pessoas que irão
apreciar seu trabalho. Nessa fase, o professor tem a incumbência de planejar a
apresentação, escolhendo o público que irá participar: professores, pais, alunos,
comunidade.
3.5-Avaliação
Etapa final do projeto, é essencial, porém tem sido muitas vezes
negligenciada por parte dos professores que atuam com esta estratégia
metodológica. “Avaliar um projeto é ter em mente que tínhamos objetivos traçados
inicialmente e agora devemos verificar se eles foram atingidos.” (NOGUEIRA, 2008,
p.70). A avalição é o momento de discursão, em que o educador fará primeiramente
a sua alta análise, expondo o que gostou, o que poderia ser melhor e pedindo,
posteriormente aos alunos que também avaliem o projeto e se auto avaliarem,
Pode ser que no primeiro momento haja uma restrição de respostas com
medo de diminuir o trabalho ou a participação dos colegas, mas com a mediação
do professor e a confiança dos alunos de que essa etapa não é punitiva, mas visa
a instrumentalizá-los ainda mais para novos projetos, a conversa pode ganhar
direção e todos poderão declarar sua opinião. Afinal de contas, um dos objetivos
do Projeto Político Pedagógico da escola é que ela deve formar cidadãos críticos,
que questionem e criticidade se ensina com atitudes. (NOGUEIRA, 2008)
Após a avaliação, o professor retoma o planejamento e observa se todos os
objetivos listados no início do projeto foram alcançados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GADOTTI, Moacir. História das Ideias Pedagógicas. São Paulo: Ática, 1993.