Especialização - Roseli Demarco
Especialização - Roseli Demarco
Especialização - Roseli Demarco
ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO
ROSELI DEMARCO
Paulo Freire
AGRADECIMENTOS
Este tema objetiva refletir sobre a educação especial: inclusão de alunos com
necessidades especiais no ensino regular aborda seus conceitos e as práticas, levando
em consideração os dias atuais e a mudança que está ocorrendo dentro da educação.
Verificou-se através do estudo que a inclusão escolar deixa de ser restrita apenas a salas
de recursos, e possibilita a integração de todos os alunos. É perceptivo que alunos com
necessidades especiais desenvolvem melhor suas capacidades nas áreas: cognitivas, da
linguagem, na autonomia e na interação social quando estão em ambientes inclusivos,
ou seja, quando estão introduzidos dentro de escolas regulares, com alunos da mesma
idade. A interação que existe entre os educandos é de extrema importância para que
ocorra o conhecimento sobre as diferenças, e principalmente para que o preconceito
entre os alunos diminua. A inclusão significa uma mudança da escola em um espaço de
trocas para respostas criativas surgirem na ação de ensinar e aprender mais significativo
e de qualidade para todos em suas diferenças É um enfoque mais humano, democrático,
que percebe o sujeito e suas singularidades, tendo como objetivos o crescimento, a
satisfação pessoal e a inserção social de todos. Para que ocorra realmente a inclusão na
comunidade escolar é necessário mudanças, como por exemplo, a postura adequada dos
professores, a elaboração e adaptação dos currículos, orientação e de mediação
pedagógica, inovação educativa dos processos integradores e de materiais que
possibilitam um ensino de maior qualidade, apoio administrativo que qualificam as
áreas específicas para melhor se adaptarem as mudanças no cotidiano à convivência
com os educandos de necessidades educacionais especiais necessitam.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 9
4.1 Formulário......................................................................................................................29
6 CONCLUSÃO......................................................................................................................50
1 INTRODUÇÃO
Através desta pesquisa pretende-se mostrar que todos os indivíduos possuem direito de
participar da inclusão social, principalmente nas escolas, mudando o panorama de anos
passados, onde pessoas com necessidades especiais eram vistas como incapazes, sem
possibilidades de crescimento pessoal e profissional.
Nos dias atuais ainda existem diversos debates referentes à inclusão de alunos com
necessidades especiais nas escolas regulares, pois este processo necessita de maior
capacitação e disponibilidade dos educadores, e requer um entendimento avançado sobre
inclusão por parte de toda comunidade escolar.
A Educação Inclusiva hoje é pauta de muitos encontros de educadores, e durante essas
discussões fica claro que há um grande espaço separando a teoria e a prática, causando
divergências de opiniões quanto a esse tema. Alguns educadores acreditam que com a
inclusão pode haver dificuldades de aprendizagem dos demais alunos, outros prezam para que
ela ocorra, visando o respeito às diferenças e explorando as diversidades e multiculturalidades
(FELIX,et.al. 2010).
Este estudo tem como objetivo principal conhecer a realidade no atual momento,
quanto ao processo de inclusão de alunos no ensino regular, que possuem dificuldades
motoras, cognitivas ou mentais, e o processo de participação da comunidade escolar no que
diz respeito ao envolvimento e desenvolvimento desses alunos especiais.
São objetivos específicos deste trabalho: conhecer o caminho percorrido da educação
especial, pesquisar sobre leis, estatutos e convenções para a inclusão, verificar a inclusão dos
alunos com necessidades especiais nas classes do ensino regular, analisar a formação dos
educadores; elaborar e aplicar questionários como instrumento de coleta de dados e propor
recomendações e alternativas que propiciem o aprendizado dos alunos.
O estudo em questão visa proporcionar ao leitor uma visão ampliada a cerca da
educação inclusiva, para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, com a finalidade de
propor sugestões que venham ajudar a integrar as crianças com necessidades especiais em
nossa sociedade e na rede regular de ensino.
Para isso investigou-se como está sendo realizado o processo de inclusão desses
alunos nas escolas regulares de ensino, ou seja, saber como está se dando a recepção desses
10
alunos, se estão sendo aceitos, como se dá o processo de integração, quais dinâmicas estão
sendo adotadas pelas escolas e educadores, como os professores estão atuando em sala de
aula, e como está o preparo desses profissionais.
Este trabalho é voltado principalmente para os profissionais da educação, para que
estes percebam que todo e qualquer aluno tem o direito de participar da escola num todo,
sendo inclusos em atividades regulares. É fundamental ressaltar que, a educação é uma das
principais formas de participação popular, que permite ao aluno com necessidade especial, a
integração com o contexto ao qual faz parte.
11
2 REFERÊNCIAL TEÓRICO
Segundo Pessotti (1994), pouco se pode afirmar com base documental sobre as
atividades relativas à deficiência na antiguidade clássica, mesmo na idade média, a
documentação é escassa.
Segundo Mittler (2000), antigamente os deficientes eram separados, afastados de
qualquer convívio social, pois sua diferença era vista como maldição, destino, marca do
demônio e todo tipo de crendice. Afinal, o que era diferente era desconhecido e misterioso, e
o desconhecido era fonte de medo. Do medo ao preconceito é um pulo, daí a exclusão
completa das "pessoas portadoras de necessidades especiais".
Segundo Edler (2001, p.15):
12
O Brasil aparece pela primeira vez na LDB 4024, 1961. A lei aponta que a educação
dos excepcionais deve no que for possível, enquadrar-se no sistema geral de educação. (LDB,
1961).
A política de integração do portador de deficiência nas escolas regulares vem desde
1970 em classes especiais, onde tinham como prioridade Normalização do Indivíduo - isto é,
um processo de adaptação, que o indivíduo tenha as mesmas oportunidades dos demais
cidadãos, mas essa é uma política que deixa o indivíduo estagnado. Segundo o MEC
(Ministério da Educação e Cultura), as classes especiais não deverão ser extintas, devendo os
professores responsáveis, passar ao professor da classe regular seus conhecimentos em
relação aos portadores de necessidades Educacionais Especiais. (SANTANA, 2013).
Em junho de 1973, é criado o Centro Nacional de Educação Especial (CENESP), o
primeiro órgão oficial para definir a política de Educação Especial no país, ainda que
houvesse nos seus planos uma tendência em privilegiar a iniciativa privada, marcadamente
assistencialista, em detrimento dos serviços públicos de ensino especial (MINISTERIO DA
EDUCAÇÃO, 2008).
Em 1986, é criada a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de
Deficiência (CORDE) que tem como objetivo coordenar as ações em Educação Especial
(SECRETARIA NACIONAL DE PROMOÇÃO DOS DIREITOS DA PESSOA COM
DEFICIENCIA, 1986).
As Diretrizes da Educação Especial, da Secretaria da Educação do Estado de São
Paulo, de 1987, indicava que “[...] o aluno excepcional deve ser integrado no processo
educacional comum para que possa utilizar-se, da melhor maneira possível, das oportunidades
educacionais oferecidas aos alunos em geral”. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2008).
Conforme Da Silva (2014), a interação de toda criança com o ambiente educacional
deve ser conduzida com muita sensibilidade, habilidade e carinho para que ela possa adaptar-
se sem manifestar rejeição à instituição e, de modo favorável, se desenvolva social e
educacionalmente. O aprendizado do convívio interacional é muito importante, pois é através
dos contatos que se estabelecem que a criança vai poder deslanchar sua individualidade,
aprendendo a interagir espontânea e adequadamente para melhor agir com autonomia.
A educação especial deixa de ser o lugar para onde convergem as pessoas com
deficiência e passa a ser o meio através do qual o aluno com necessidades educacionais
especiais, com ou sem deficiência encontra apoio para obterem sucesso em seu percurso
escolar. (FEDERAÇÃO DAS APAES MG, 2005).
Portuguesa como segunda língua para alunos surdos e a organização da educação bilíngue no
ensino regular (BRASIL, 2005).
O Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos lançado pela Secretaria Especial
dos Direitos Humanos, pelo Ministério da Educação, pelo Ministério da Justiça e pela
UNESCO. Objetiva, dentre as suas ações, fomentar, no currículo da educação básica, as
temáticas relativas às pessoas com deficiência e desenvolver ações afirmativas que
possibilitem inclusão, acesso e permanência na educação superior (CADERNO DE
EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS, 2013).
O Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE traz como eixos a acessibilidade
arquitetônica dos prédios escolares, a implantação de salas de recursos multifuncionais e a
formação docente para o atendimento educacional especializado (MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO, 2008).
Decreto nº 6.094/07 estabelece dentre as diretrizes do Compromisso Todos pela
Educação a garantia do acesso e permanência no ensino regular e o atendimento às
necessidades educacionais especiais dos alunos, fortalecendo a inclusão educacional nas
escolas públicas (BRASIL, 2007).
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva
traz as diretrizes que fundamentam uma política pública voltada à inclusão escolar,
consolidando o movimento histórico brasileiro (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2008).
O Decreto nº 6.571 dá diretrizes para o estabelecimento do atendimento educacional
especializado no sistema regular de ensino (escolas públicas ou privadas) (MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO, 2008).
Decreto nº 6.949 promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas
com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de
2007. Esse decreto dá ao texto da Convenção caráter de norma constitucional brasileira
(BRASIL, 2009).
A Resolução No. 4 CNE/CEB institui diretrizes operacionais para o atendimento
educacional especializado na Educação Básica, que deve ser oferecido no turno inverso da
escolarização, prioritariamente nas salas de recursos multifuncionais da própria escola ou em
outra escola de ensino regular. O AEE pode ser realizado também em centros de atendimento
educacional especializado públicos e em instituições de caráter comunitário, confessional ou
20
Assim, variou da desconsideração da pessoa enquanto ser humano, para uma visão
metafísica; desta, para uma visão organicista; a essas, somaram-se a concepção educacional, a
concepção social e mais recentemente, a sócio histórica. Encontram-se atualmente no Brasil
manifestações dos diversos paradigmas formais: Institucionalização Total, Serviços e o
insipiente Paradigma de Suportes. O princípio da igualdade está posto. A opção política pela
construção de um sistema educacional inclusivo está feita (MINISTERIO DA EDUCAÇÃO,
2005).
Cabe a todos agora, dedicarem-se à efetivação desse desafio que, embora de difícil
realização, é de nossa competência e obrigação. Precisamos enfrentar nossos medos, garantir
as condições e construir nossos modelos de inclusão educacional (DAS CHAGAS JUNIOR,
2011).
22
Para Mills (1999), o principio que rege escola inclusiva educada todos os alunos na
rede regular de ensino proporcionam programas educacionais apropriados às necessidades dos
alunos e prevê apoio para que o seu aluno tenha sucesso na integração.
Carneiro (1997) retoma a discussão sobre a integração de alunos com necessidades
educativas especiais no ensino regular na década de 90, abordando o assunto a partir das leis
que foram instituídas e, portanto, cada vez é maior o numero de alunos considerados
especiais, que agora faze parte da escola regular, dita por todos. A inclusão de alunos com
necessidades especiais na escola regular, como caminho fundamental para se atingir a
inclusão social, constitui uma meta, neste novo século cada vez mais firme, nos diferentes
sistemas educativos.
“A inclusão é uma possibilidade que se abre para o aperfeiçoamento da Educação
Escolar e para o beneficio de todos os alunos, com e sem deficiência. Depende com tudo de
uma disponibilidade interna para enfrentar as inovações e essa condição não é comum aos
sistemas educacionais e professores em geral” (MILLS, 1999, p.25).
23
Em primeiro lugar é preciso insistir no fato de que as escolas tradicionais não dão
conta das condições necessárias às mudanças propostas por uma educação aberta as
diferenças. Elas não foram concebidas para atender à diversidade dos alunos e têm sua
estrutura rígida e seletiva, no que diz respeito à aceitação e à permanência de alunos que não
preenchem as expectativas acadêmicas clássicas, centradas na instrução e na produção de
conteúdos curriculares. A sustentação de um projeto escolar inclusivo implica
necessariamente mudanças em propostas educacionais da maioria das escolas e em
organização curricular idealizada e executada pelos seus professores, diretor, pais, alunos e
todos os interessados em Educação Inclusiva, na comunidade onde a escola se insere.
(MILLS, 1999)
A falta de sintonia entre o ensino regular e a educação especial tem sido muito
ressaltada. Talvez o melhor exemplo seja ausência de educadores da educação especial nas
discussões sobre as reformas do ensino regular e a ausência de educadores do ensino regular
nas discussões sobre as reformas da educação especial (SMITH, 2009).
A educação inclusiva, segundo Bueno (2002), exige que o professor do ensino regular
adquira algum tipo de especialização para fazer gente a uma população que possui
características peculiares, por outro lado exige que o professor de educação especial amplie
suas perspectivas tradicionalmente concentrada nessas características.
Nessa dimensão, Stainback e Stainback (1999), afirmam que a inclusão escolar
necessita de professores especializados em todos os alunos, que saibam que a inclusão só
pode ser compreendida no contexto de uma educação para todos. É preciso que o professor
entenda que essa inclusão deve ser pautada no principio da igualdade entre os homens, no
respeito à individualidade e nas possibilidades de cada um.
28
4 METODOLOGIA
O presente trabalho pretende abordar sobre Educação Especial: inclusão de alunos com
necessidades especiais no ensino regular. Este trabalho está embasado em uma abordagem
quantitativo/qualitativa e se propõe a realizar uma pesquisa, a qual, por meio de questionários,
busca levantar os objetivos propostos.
Para estabelecer relação entre teoria e prática, foi utilizada a pesquisa de campo.
Segundo Diez e Horn (2004, p. 26), A principal finalidade deste tipo de pesquisa é recolher,
registrar, ordenar e comparar dados coletados em campo (com uso de instrumentos
específicos) de acordo com os objetivos do assunto escolhido como objeto de estudo.
Sendo que a pesquisa de campo conclui a pesquisa bibliográfica, para um
aprofundamento mais atuante e com uma elaboração mais consistente, Ruiz (1982, apud
DIEZ; HORN, 2004, p. 26), “[...] Consiste na observação dos fatos tal como ocorreram
espontaneamente, na coleta de dados e no registro de variáveis presumivelmente relevantes
para ulteriores análises”.
Posteriormente os resultados do questionário serão comparados e analisados em forma
de relatório/gráficos. Análise dos dados teve como apoio o referencial teórico possibilitando
assim uma compreensão maior entre teoria e prática.
4.1 Formulário
Prezado Professor,
Este trabalho atende à proposta da disciplina: Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), que
visa verificar a eficácia do ensino fundamental regular no processo de aprendizagem de
alunos com necessidades educacionais especiais. Agradeço a sua contribuição em responder
às questões propostas abaixo.
2. Em sua opinião a escola inclusiva depende das diversas esferas do governo para poder
promover a inclusão aos alunos especiais? ( ) Sim ( ) Não
30
3. De acordo com sua opinião é necessário rever o Projeto Político Pedagógico (PPP) e o
currículo das escolas para promover a inclusão? ( ) Sim ( ) Não
5. Você concorda que o aluno com deficiência seja matriculado em escola de ensino regular?
( ) Sim ( ) Não ( ) Dependendo da deficiência
Justifique:______________________________________________________________
______________________________________________________________________
6. A equipe gestora da sua escola tem clareza que o aluno com deficiência é da escola, não somente
do professor regente e/ou 2º professor. Que todos dentro da escola têm que se comprometer com este
educando? ( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente
7. Em sua opinião a avaliação dos alunos de inclusão deve ser igual à avaliação dos alunos
sem necessidades especiais? ( ) Sim ( ) Não Justifique: _______________________
___________________________________________________________________________
8. Você acha necessário solicitar apoio de profissional especializado para os alunos de
inclusão? ( ) Sim ( ) Não
11. Você possui curso de capacitação profissional para trabalhar com alunos de necessidades
educacionais especiais? ( ) Sim ( ) Não
Qual?__________________________________________________________________
31
12. Em sua escola tem Atendimento Educacional Especializado aos alunos de inclusão?
( ) Sim ( ) Não
14. Quanto à inclusão dos alunos com deficiência na escola de ensino regular, qual é a
realidade de sua escola?
( ) Não temos alunos de inclusão.
( ) Os alunos da escola respeitam o aluno com deficiência.
( ) Os alunos possuem dificuldades de aceitar os alunos com deficiência.
15. De acordo com o seu conhecimento, quanto aos pais dos alunos de inclusão, os mesmos
aceitam a deficiência de seus filhos?
( ) Não tenho conhecimento ( ) Sim ( ) Não
O presente capítulo dedicou-se à análise dos dados coletados nas três escolas públicas
estaduais e municipais, respectivamente: EEB Druziana Sartori, EBM Dilso Cechin, EBM
Severiano Rolin de Moura, todas em Chapecó (SC). Em todas as escolas foram entregues 15
questionários. Este número foi definido em 15 porque as escolas têm, no máximo, 50
docentes. Isso representa um percentual de 30% de docentes que provavelmente responderiam
às questões. No entanto, na primeira escola dos 15 questionários entregues, 10 retornaram; na
segunda escola, retornaram 07 e, na terceira, 11. Os questionários foram depositados nas
escolas mediante consentimento da direção e diálogo com os gestores, permanecendo para
respostas dos docentes por cerca de 7 dias.
O questionário aplicado foi composto por 17 questões, sendo 14 fechadas e 03 abertas.
Para uma melhor interpretação dos resultados, os dados das questões fechadas foram
tabulados e transformados em gráficos setoriais para posterior análise, o que conferiu uma
perspectiva quantitativa à pesquisa. As informações constantes nas questões abertas foram
cotejadas com as informações dos gráficos setoriais nas análises, o que contribuiu para a
perspectiva da pesquisa qualitativa. Evidentemente, esta pesquisa assume o caráter quanti-
qualitativo, tendo em vista a importância dos dados numéricos e dos depoimentos dos
docentes. Trata-se, enfim, de um estudo de caso.
Na visão de Yin (2010, p. 32)
A análise dos dados contou com a elaboração de 15 gráficos setoriais. Em relação à primeira
pergunta, “qual o seu grau de escolaridade”, os dados resultaram no seguinte gráfico:
Os dados apresentados no gráfico número 1 expressam que 21% dos questionados têm
graduação e 79% têm pós-graduação. A pós-graduação indicada na pesquisa é lato sensu, em
nível de especialização. Não foram revelados nos questionários docentes com mestrado e/ou
doutorado. Observamos, no entanto, que nas escolas pesquisadas há pouquíssimos mestres,
entre um a três, até porque os diretores informaram que havia mestres. A maioria dos
docentes com especialização justifica-se porque há um plano de cargos e salários que
remunera por esse nível educacional. O número reduzido de mestres e doutores também se
justifica porque na região há apenas dois cursos de mestrado em educação, que são muito
recentes, com menos de dois anos de existência, isto é, ainda não formaram turmas.
34
4%
Sim
Não
96%
Gráfico 2 – Em sua opinião a escola inclusiva depende das diversas esferas do governo para poder
promover a inclusão aos alunos especiais?
Fonte: Elaborado pela pós-graduanda Roseli Demarco, em 2015, no curso de Pós-Graduação (lato sensu)
em Nível de Especialização em Educação da Faculdade Santa Rita Chapecó.
4%
Sim
Não
96%
Gráfico 3 – De acordo com sua opinião é necessário rever o Projeto Político Pedagógico (PPP) e o
currículo das escolas para promover a inclusão?
Fonte: Elaborado pela pós-graduanda Roseli Demarco, em 2015, no curso de Pós-Graduação (lato
sensu) em Nível de Especialização em Educação da Faculdade Santa Rita Chapecó.
0%
Sim
Não
100%
Gráfico 4 – Em sua opinião a criança com deficiência tem capacidade de aprendizado? Fonte:
Elaborado pela pós-graduanda Roseli Demarco, em 2015, no curso de Pós-Graduação (lato sensu) em
Nível de Especialização em Educação da Faculdade Santa Rita Chapecó.
0%
43% Sim
Dependendo da
deficiência
Não
57%
Gráfico 5 – Você concorda que o aluno com deficiência seja matriculado em escola de ensino
regular?
Fonte: Elaborado pela pós-graduanda Roseli Demarco, em 2015, no curso de Pós-Graduação (lato
sensu) em Nível de Especialização em Educação da Faculdade Santa Rita Chapecó.
0%
29%
Sim
Parcialmente
Não
71%
Gráfico 6 – A equipe gestora de sua escola tem clareza que o aluno com deficiência é da escola e
não somente do professor regente e/ou 2º professor? Que todos dentro da escola têm que se
comprometer com este educando?
Fonte: Elaborado pela pós-graduanda Roseli Demarco, em 2015, no curso de Pós-Graduação (lato
sensu) em Nível de Especialização em Educação da Faculdade Santa Rita Chapecó.
Os dados apresentados no gráfico número 6 expressam que 71% dos entrevistados têm
clareza quanto às responsabilidades para com os alunos deficientes serem da escola como um
todo, enquanto que 29% dos entrevistados possuem uma clareza parcial referente ao assunto,
não tendo clareza total que o aluno deficiente é de toda a escola e não apenas de alguns
funcionários ou setores. Não houve ninguém que não tivesse clareza referente à questão
abordada. Assim sendo, para que uma prática pedagógica seja efetiva é importante que a
equipe gestora tenha visão e compreende o que, de fato, está ocorrendo na escola e que
significado trabalhar com alunos com necessidades educacionais especiais.
39
18%
Sim
Não
82%
Gráfico 7 – Em sua opinião a avaliação dos alunos de inclusão deve ser igual à avaliação dos
alunos sem necessidades especiais?
Fonte: Elaborado pela pós-graduanda Roseli Demarco, em 2015, no curso de Pós-Graduação (lato
sensu) em Nível de Especialização em Educação da Faculdade Santa Rita Chapecó.
0%
Sim
Não
100%
Gráfico 8 – Você acha necessário solicitar apoio de profissional especializado para os alunos de
inclusão?
Fonte: Elaborado pela pós-graduanda Roseli Demarco, em 2015, no curso de Pós-Graduação (lato
sensu) em Nível de Especialização em Educação da Faculdade Santa Rita Chapecó.
0%
36%
Pouco Preparados
Bem Preparados
Despreparados
64%
39%
Sim
Não
61%
32%
Sim
Não
68%
Gráfico 11 – Você possui curso de capacitação profissional para trabalhar com alunos de
necessidades especiais educacionais especiais?
Fonte: Elaborado pela pós-graduanda Roseli Demarco, em 2015, no curso de Pós-Graduação (lato
sensu) em Nível de Especialização em Educação da Faculdade Santa Rita Chapecó.
0%
Sim
Não
100%
Gráfico 12 – Em sua escola tem Atendimento Educacional Especializado aos alunos de inclusão?
Fonte: Elaborado pela pós-graduanda Roseli Demarco, em 2015, no curso de Pós-Graduação (lato
sensu) em Nível de Especialização em Educação da Faculdade Santa Rita Chapecó.
0%
14%
No contra turno
Durante o horário da
aula
Não tem atendimento
86%
0%
12%
os alunos da escola
respeitam o aluno de
inclusao
os alunos possuem
dificuldade em aceitar o
aluno de inclusao
não temos alunos de
inclusao
88%
Gráfico 14 – Quanto à inclusão dos dados com deficiência na escola de ensino regular, qual é a
realidade de sua escola?
Fonte: Elaborado pela pós-graduanda Roseli Demarco, em 2015, no curso de Pós-Graduação (lato
sensu) em Nível de Especialização em Educação da Faculdade Santa Rita Chapecó.
7%
21%
Não tenho
conhecimento
Sim
Não
72%
Gráfico 15 – De acordo com o seu conhecimento, quantos aos pais dos alunos de inclusão, os
mesmos aceitam a deficiência de seu filho?
Fonte: Elaborado pela pós-graduanda Roseli Demarco, em 2015, no curso de Pós-Graduação (lato
sensu) em Nível de Especialização em Educação da Faculdade Santa Rita Chapecó.
34%
Deficiencia Intelectual
52% Superdotação
Deficiencias Multiplas
TDAH
6%
8%
Gráfico 16 – Quais são as deficiências e/ou transtornos mais frequentes no ambiente escolar?
Fonte: Elaborado pela pós-graduanda Roseli Demarco, em 2015, no curso de Pós-Graduação (lato
sensu) em Nível de Especialização em Educação da Faculdade Santa Rita Chapecó.
Os dados apresentados no gráfico número 16 expressam que 52% das deficiências são
TDAH, 34% são deficiências Intelectuais, 8% são deficiências múltiplas e apenas 6% são
casos de Superdotação. É interessante que todos os envolvidos no processo educativo estejam
vigilantes a essas deficiências e/ou transtornos observando se são breves ou se persistem há
algum tempo.
49
Tecnologia Assistiva
Comunicação Alternativa
13%
Atividades de
Coordenação Fina e
18% Motora Global
Interação Social
19%
Os dados apresentados no gráfico número expressam que 27% das atividades que mais
favorecem a inclusão são Interações Sociais, 23% são as Integrações Sociais, 19% acham que
a Comunicação Alternativa favorece a inclusão, 18% Atividades de Coordenação Fina e
Motora Global e apenas 13% optaram por Tecnologia Assistiva.
50
6 CONCLUSÃO
A educação inclusiva está num processo educativo importante na inserção dos alunos
com NEE (Necessidades Educativas Especiais) no ensino regular, ressaltando assim a
qualidade do ensino apresentado e, portanto, significa educar todas as crianças em um mesmo
contexto escolar. A escolha por este tipo de educação não significa rejeitar as dificuldades dos
estudantes. Com a inclusão, as diferenças não são vistas como problemas, mas como
diversidade. É essa diversidade, a partir da realidade social, que pode ampliar a visão de
mundo e desenvolver oportunidades de convivência a todas as crianças.
Os alunos com NEE que são incluídos na rede regular de ensino constroem sua
aprendizagem de maneira significativa, desenvolvendo sua autonomia e formando sua
identidade enquanto cidadão eficaz e participativo, exercendo sua autonomia.
É necessárias criar situações para que as escolas tenham ambientes educativos
favoráveis ao processo de ensino/aprendizagem e facilitadores do sucesso educativo.
Estabelecer espaços escolares inclusivos, apropriar os espaços físicos para acolher a
demandas de ingresso é criar perspectivas de acolhimento aos alunos com necessidades
especiais, formação permanente do professor para que este possa perceber que a educação de
pessoas com necessidades especiais não seja atrelada ao assistencialismo, mas busca a
aprendizagem de sucesso com planos e metas, projetos políticos pedagógicos elaborados para
o aluno obter desenvolvimento.
Fica evidente que o grande desafio da educação inclusiva nas escolas de ensino regular
implica em: melhoras nas condições de trabalho, plano de valorização ao profissional,
incentivo à formação continuada, e o mais importante à execução de uma nova postura de
aceitação as diversidades sociais, como um todo. Sendo assim, é necessário que todas as esferas
do governo e das políticas públicas, desenvolvam projetos e programas de conscientização da
sociedade diante das diversidades, que são inúmeras nesta sociedade, oportunizando ao cidadão o
conhecimento de seus direitos, para que consequentemente, seus deveres sejam exercidos.
A Educação Inclusiva é um desafio permanente para todos os profissionais da
educação e para a sociedade em geral, pois a inclusão é um dos princípios fundamentais para
a modificação humanizada desta sociedade.
51
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