Roteiro - Materiais de Moldagem

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RESUMO DA AULA
DISCIPLINA Materiais Odontológicos
PROFESSOR Shizuma Shibata DATA 13/03/2019
ASSUNTO Materiais de Moldagem
OBJETIVOS

Aquisição de conhecimentos sobre os materiais de moldagem de uso odontológico.

TEMAS ABORDADOS

- Definição;
- Requisitos necessários de um material de moldagem;
- Classificação;
- Hidrocolóides reversíveis e irreversíveis;
- Elastômeros

PONTOS-CHAVES

- O objetivo principal dos materiais de moldagem na odontologia é conferir uma


cópia negativa precisa dos tecidos moles e duros da cavidade bucal.
- Moldagem é o ato de moldar.
- Molde ou impressão é a cópia negativa da região moldada.
- Modelo é a cópia positiva da região moldada e obtida por meio do molde,
normalmente é confeccionada em gesso odontológico.
- Os requisitos básicos para um material de moldagem são: fluidez, para que haja
escoamento necessário para a cópia dos tecidos; viscosidade, o material deve
possuir viscosidade ideal para permanecer na moldeira; tempo de trabalho e de
presa adequados, para não tomar tempo demasiado do dentista e do paciente;
elasticidade e resistência ao rasgamento, para permitir a remoção do molde da
boca e posteriormente do modelo de gesso do molde, sem dificuldades e
rompimento do material das áreas retentivas; precisão, para que a cópia seja fiel
a situação clínica; estabilidade dimensional; biocompatibilidade; odor e sabor
agradável; relação custo-benefício favorável.

- Os materiais de moldagem podem ser classificados em dois grandes grupos:


reversíveis (Godiva e Ágar), são materiais termoplásticos, isto é mudam de
estado por ação física do calor; e irreversíveis (Alginato, Elastômeros e Pasta
Zinco-Enólica) que mudam de estado por reação química.
- Os materiais de moldagem também podem ser classificados entre: Anelásticos
(Godiva e Pasta Zinco-Enólica), são materiais de moldagem mais rígidos; e
elásticos (hidrocolóides reversíveis e irreversíveis, elastômeros), que são
materiais de moldagem com características elásticas.
- Hidrocolóides – Os materiais colóides são sistemas heterogêneos, com partículas
entre 1nm a 100nm, essas partículas não podem ser vistas a olho nu e nem
filtradas por filtros convencionais. Os colóides ainda podem apresentar os
seguintes aspectos: Sol, Gel, emulsão, espuma e aerossol.
- Os hidrocolóides reversíveis a base de ágar-ágar, passam do estado Sol para o
estado Gel quando submetidas a temperaturas acima de 70oC e do estado Gel
para o Sol quando submetidas a temperaturas abaixo de 50 oC.
- Atualmente os hidrocolóides reversíveis são utilizados como duplicadores de
modelos em âmbito laboratorial.

- Os alginatos são hidrocolóides irreversíveis, que passam do estado Sol para o


estado Gel por um processo químico onde o alginato de sódio reage com o
sulfato de cálcio produzindo um alginato de cálcio insolúvel.
- Os alginatos são constituídos pelos seguintes materiais: Alginato de potássio
(alginato solúvel), Sulfato de cálcio (reagente), Terra diatomácea (carga), Óxido
de zinco (carga), Fluoreto de potássio (acelerador), Fosfato de sódio
(retardador), Glicerina (está presente nos alginatos “dust free”).
- Os alginatos são indicados para moldagem para a confecção de: modelos de
estudos, modelos de trabalhos ortodônticos, modelo antagonista, modelo de
transferência; modelo para placa de clareamento.
- Os alginatos ainda necessitam de alguns cuidados: no armazenamento, pois
deve-se evitar locais úmidos, visto que isto pode alterar as propriedades do
material; proporcionamento, a proproção da relação água/pó deve seguir as
recomendações do fabricante; manipulação e desinfecção.
- A manipulação do alginato deve seguir a seguinte ordem: descompactação do pó
de alginato, proporcionamento do pó e água, levar a água 1o no grau de borracha
e em 2o o pó sobre a água, espatular vigorosamente por cerca de 45 – 60
segundos.
- O tempo de geleificação do alginato dependerá do tipo do alginato utilizado,
segundo a certificação número 18 da ADA (associação dental americana), os
alginatos podem ser do Tipo I de presa rápida (1 a 2 minutos) e do Tipo II de
presa normal (2 a 4,5 minutos).
- Para modificar o tempo de geleificação do alginato pode-se utilizar água
resfriada ou cuba e espátula resfriada, a modificação da proporção de água/pó
para alteração do tempo de geleificação não é indicado pois pode alterar as
propriedades do material.
- Etapas da moldagem: selecionar a moldeira; proporcionar o alginato e a água;
espatular o alginato (45-60seg); levar o alginato espatulado na moldeira,
preencher os espaços interdentais e oclusais com o alginato com o auxilio dos
dedos; levar a moldeira à boca (cuidar com o centralização da moldeira), após
posicionado a moldeira deve-se evitar pressão constante, apenas manter a
moldeira em posição com uma das mãos e aguardar o tempo de geleificação;
sacar a molde em um movimento único, evitando-se movimentos de báscula,
pode-se utilizar o ar da seringa tríplice para quebrar o vácuo entre os tecidos
dentais e o molde para facilitar a remoção.
- A desinfecção do molde deve ser realizado após a lavagem em água corrente e
secagem, borrifando-se água sanitária (1%) ou glutaraldeído (2,5%), embrulhar
o molde com um papel toalha encharcado pela mesma solução desinfetante,
manter em um saco plástico e aguardar 10 minutos. Em seguida lava-se
novamente em água corrente e seco com jatos de ar, para então vazar o gesso
sobre o molde, deve-se vazar em até 30 minutos.
- Caso não seja possível o vazamento logo após a desinfecção é necessário
armazenar o molde em um recipiente plástico com 100% de umidade.
- Os erros que ocorrem com o molde e/ou modelo e suas causas:
erros causa

Espatulação inadequada ou prolongada


Material Granuloso Geleificação deficiente
Relação água/pó errada
Espessura inadequada
Rasgamento Remoção prematura
Espatulação prolongada
Incorporarção de bolhas durante a espatulação
Bolhas de ar
Geleificação deficiente

Poros de forma irregular Umidade ou sujeira nos tecidos bucais

Limpeza inadequada do molde


Excesso de água no molde
Modelo de gesso rugoso Remoção prematura do molde
Demora para sacar o modelo do molde
Manipulação inadequada do gesso
Molde não vazado imediatamente
Movimentação do molde durante a moldagem
Distorção
Remoção prematura da boca
Remoção inadequada da boca

- Os elastômeros não aquosos são polímeros borrachóides que apresentam


ligações cruzadas.
- Os elastômeros utilizados na odontologia são: Polissulfetos, Silicone de
condensação, Poliéter e Silicone de adição.

- O polissulfeto, possui em sua composição na pasta base dióxido de chumbo,


enxofre e óleo de rícino, enquanto a pasta base é composta por polímero de
polissufeto com terminações mercaptânicas e sulfato de cálcio.
- Durante o processo de mistura da pasta base e catalizadora do polissufeto ocorre
a reação entre os polímeros de polissulfeto e o dióxido de chumbo, resultando no
polissulfeto borrachóide e água como subproduto.
- A manipulação do polissulfeto deve ser realizada sobre uma placa de vidro,
dispondo comprimentos iguais da pasta base e catalizadora, em seguida as duas
pastas devem ser misturadas por 1minuto até a obtenção de uma mistura
homogêna.
- As vantagens do polissulfeto são: baixo custo; alta resistência ao rasgamento;
tempo de trabalho adequado (4min); boa reprodução de detalhes, levemente
hidrofílico.
- As desvantagens do polissulfeto são: odor desagradável, difícil remoção e
limpeza da espátula, baixa estabilidade dimensional (subproduto agua); tempo
de presa demasiadamente longo (12,5min); mancha a roupa com facilidade;
recuperação elástica baixa; necessita vazamento imediato (dentro de 30 min).

- Poliéter, foi o 1o mateiral desenvolvido com o objetivo para moldagem


odontológica, os outros materiais já eram utilizados em outras áreas da ciência.
-­‐ O Poliéter é composto por uma pasta base composta por macromonômero   de  
poliéter   ,   cargas,   agente   plastificador,   aromatizantes   e   triglicérides,  
enquanto  a  pasta  catalizadora  possui  o  iniciador,  carga,  agente  platificador  
e  pigmentos.  A  sua  reação  química  não  produz  subprodutos.  
-­‐ Com  exceção  dos  hidrocolóides,  o  poliéter  é  o  único  material  de  moldagem  
de   precisão   naturalmente   hidrofílico.   Isto   ocorre   devido   a   estrutura  
molecular  do  poliéter,  que  apresenta  átomos  de  oxigênio  e  grupos  alquílicos  
(O-­‐[CH2],   isso   faz   com   que   haja   uma   diferença   de   polaridade   entre   o  
oxigênio   e   o   carbono,   assim   a   água   (que   também   é   polar)   é   atraída   pelas  
cadeias   de   poliéter   polar.   Clinicamente,   esta   característica   faz   com   o  
material   seja   hidrofílico   e   possa   escoar   em   um   ambiente   constantemente  
úmido  como  a  boca,  mesmo  na  área  dos  sulcos.    
-­‐ As vantagens do poliéter são: hidrofílico, boa reprodução de detalhes,
estabilidade dimensional, boa recuperação elástica, vazamento em até 7 dias.  
-­‐ Enquanto as desvantagens do poliéter são: rigidez excessiva, tempo de trabalho
curto, custo elevado, dermatite de contato, necessita de um adesivo específico
para as moldeiras.  
 
- As siliconas de condensação apresentam é um dos materiais de moldagem mais
utilizadas devido ao custo (em relação ao silicone de adição e poliéter) e
facilidade de manipulação.
- A reação química que causa a formação do elastômero se dá entre o polímero de
silicone e um silicato alquílico formando uma rede tridimensional. Essa reação
gera o álcool etílico como um subproduto, a evaporação desse álcool é
responsável pela contração desse material após a presa causando uma alteração
dimensional.
- As siliconas de condensação são comercializadas na consistencia leve e regular
(pasta-pasta) e na consistência pesada (massa-pasta).
- As vantagens do silicone de condensação são: bom tempo de trabalho, sabor
agradável, fácil remoção, boa reprodução de detalhes (contração de 0,6%),
biocompatível.
- As desvantagens do silicone de condesação são: hidrófobo, formação de
subproduto (álcool), alteração dimensional, baixa resistência ao rasgamento,
necessita de vazamento imediato (até 30 minutos).

- Os silicones de adição apresentam excelente estabilidade dimensional pois não


há a formação de subproduto durante a reação química.
- A reação química que ocorre no silicone de adição os grupos vinil cuja ligação
cruzada é feita pelos grupos hidretos ativados por um catalisador de sais de
platina.
- O silicone de adição por natureza é hidrófobo, deste modo adiciona-se
surfactantes (detergentes) com o intuito de diminuir essa hidrofobicidade.
- As vantagens do silicone de adição são: excelente estabilidade dimensional
(vazamento do modelo em até 7 dias), excelente recuperação elástica (permite
vazar mais de um modelo), boa resistência ao rasgamento, precisão (contração
de 0,05%).
- As desvantagens do silicone de adição são: custo elevado; o enxofre, presente
nas luvas de procedimento, o sulfato férrico ou de aluminio, presente nas
soluções hemostáticas, interferem na reação de polimerização do silicone.
- Nos silicones de adição há a formação de hidrogênio (não é um subproduto, por
isso não causa alteração dimensional), porém podem causar bolhas nos modelos
de gesso, assim deve-se aguardar pelo menos 1 hora antes de vazar o 1o modelo
de gesso.
- As siliconas de adição são comercializadas na consistência flúida (pasta) e na
consistência densa (massa).

Tabela com as principais propriedades dos materiais de moldagem:


Propriedades S.Adição S.Condensação Poliéter Polissulfeto

Estabilidade sim não sim não


dimensional

Tempo de vazamento 2h – 7dias Até 30min 30min – imediato


7dias

Quantidade de +1 1 +1 1
modelos

Subprodutos não álcool não água


Contração volumérica 1 4 2 3

Rigidez 3 2 4 1
Preferência de uso 1 4 2 3

CONCLUSÃO
- Os materiais de moldagem são essenciais na prática odontológica, pois permite a
confecção de cópias fieis das estruturas moles e duras da cavidade bucal, essas
cópias (modelos de gesso obtidas a partir do molde) são essenciais para o estudo
dos casos e confecções de trabalhos em âmbito laboratorial.
- Dentre os materiais disponíveis, cada um possui suas vantagens e desvantagens,
sendo que a escolha do material irá depender do nível de precisão necessário,
tempo de trabalho, recuperação elástica, estabilidade e precisão necessária, em
resumo, segundo a finalidade do trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ANUSAVICE,  K.  PHILLIPS  Materiais  Dentários.  Ed:  11.  Rio  de  Janeiro,  Elsevier,  Brasil,  2005.  

2. KRIGER,   LÉO     ;   MOYSES,   SAMUEL   JORGE   ;   MOYSES,   SIMONE   TETU,   CHAIN,   MARCELO   CARVALHO.  

MATERIAIS  DENTÁRIOS.  SÃO  PAULO:  ARTES  MÉDICAS  ,  2013  

3. CRAIG,  R.  G.    Materiais  Dentários  Restauradores.  São  Paulo:  Santos,  2006.  

4. REIS,  A.,  LOGUERCIO,  A.D.  Materiais  dentários  diretos:  dos  fundamentos  à  aplicação  clínica.  São  Paulo:  

Santos,  2013.    
 
 
 

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