Zuin, A - A Teoria Crítica e A Sociedade Da Cultura Digital - Revista Eletrônica de Educação, Universidade Federal de São Carlos

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Artigo

A Teoria Crítica e a sociedade da cultura digital


Critical Theory and the society of the digital culture

Antônio Zuin1, Luiz Roberto Gomes2


Universidade Federal de São Carlos, UFSCar, São Carlos-SP, Brasil

Resumo
O objetivo desse artigo é abordar, no âmbito da sua trajetória de pesquisa, a inserção do
“Grupo de Pesquisa Teoria Crítica e Educação” na Linha de Pesquisa “Educação, Cultura
e Subjetividade” do PPGE/ UFSCar. Para tanto, apresenta algumas considerações sobre o
referencial teórico-metodológico da Teoria Crítica da Sociedade, um breve histórico dos 25 anos
do Grupo de Pesquisa e a ênfase atual, no contexto dos dilemas da Sociedade da Cultura
Digital, na revitalização dos conceitos de indústria cultural, formação e semiformação cada
vez mais presentes nos trabalhos de seus pesquisadores. Atualmente, vários pesquisadores
do Grupo, sob a orientação do professor Antônio A. S. Zuin, estão estudando o modo como
os conceitos de formação e semiformação são revigorados na sociedade da cultura digital por
meio de objetos, tais como: cyberbullying de alunos contra professores; trotes universitários e
cultura digital; educação e televisão, educação e redes sociais, educação a distância, educação
e tecnologias da informação e comunicação, esfera pública e sociedade digital, entre outros.
As análises específicas da sala de aula, por meio da reconstrução empírica do sentido pedagógico
da Educação, com o aporte teórico-epistemológico da Hermenêutica Objetiva, se destacam
nos projetos de pesquisa atuais liderados pelo professor Luiz Roberto Gomes e auxiliam o
processo de interpretação do impacto da Cultura Digital na Educação.
Palavras-chave: Teoria crítica da sociedade. Cultura digital. Cyberbullying.
Hermenêutica objetiva.

Abstract
The objective of this article is to address, within the scope of its research trajectory, the
insertion of the “Critical Theory and Education Research Group” in the PPGE/UFSCar
Research Line “Education, Culture and Subjectivity”. In order to do it, the article presents
some considerations about the theoretical-methodological framework of the Critical Theory
of Society, a brief history of the 25 years of the research group and the current emphasis,
in the context of the dilemmas of the digital culture society, about the revitalization of the
concepts of cultural industry, formation and semiformation, which are increasingly present
in the work of its researchers. Currently, several researchers of the Group, under the guidance
of Professor Antônio A. S. Zuin, are studying the way in which the concepts of formation and
semiformation are reinvigorated in the society of the digital culture by means of objects, such
as: cyberbullying of students against teachers, university and digital culture, education and

1
Professor-Titular do Departamento de Educação e do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de São
Carlos. E-mail: [email protected]
2
Professor Associado do Departamento de Educação e do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal de
São Carlos. E-mail: [email protected]

ISSN 1982-7199 | DOI: http://dx.doi.org/10.14244/198271992183 Revista Eletrônica de Educação, v.11, n.1, p.97-107, jan./maio, 2017
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television, education and social networks, distance education, education and information and
communication technologies, public sphere and digital society, among others. The specific
analyzes of the classroom, through the empirical reconstruction of the pedagogical sense
of education, according to the theoretical-epistemological contribution of the Objective
Hermeneutics, stand out in the current research projects led by professor Luiz Roberto
Gomes and help the process of interpretation of the impact of digital culture in education.
Keywords: Critical theory of society. Digital culture. Cyberbullying. Objective
hermeneutics.

Introdução

Esse artigo aborda, no âmbito da sua trajetória de pesquisa, a inserção do “Grupo


de Pesquisa Teoria Crítica e Educação” na Linha de Pesquisa “Educação, Cultura
e Subjetividade” do PPGE/ UFSCar. Para tanto, apresenta algumas considerações
sobre o referencial teórico-metodológico da Teoria Crítica da Sociedade; um breve
histórico dos 25 anos do Grupo de Pesquisa; e a ênfase atual, no contexto dos dilemas
da sociedade da cultura digital, na revitalização dos conceitos de indústria cultural,
formação e semiformação; cada vez mais presente nos trabalhos dos pesquisadores
participantes do nosso grupo.

A Teoria Crítica da Sociedade

A expressão Teoria Crítica é muito ampla em sua acepção: nomeia todas as teorias
que se pautam pela negação da ordem estabelecida, pelo anti-positivismo, pela busca de
uma sociedade mais justa e humana. Quando falamos em Teoria Crítica nos referimos
ao pensamento de um grupo de intelectuais marxistas não ortodoxos, que, a partir
dos anos 1920, desenvolveram pesquisas e intervenções teóricas sobre problemas
filosóficos, econômicos, sociais, culturais, estéticos gerados pelo capitalismo de sua
época e influenciaram, de certo modo, o pensamento ocidental particularmente dos anos
40 aos anos 70 do século passado. Esses pensadores constituíram a chamada “Escola
de Frankfurt”, pelo fato de se estabelecerem enquanto um grupo de pesquisadores
nesta cidade alemã (a mais judia da Alemanha), criando aí o Instituto de Pesquisa
Social e um órgão de divulgação de suas produções, a Revista de Pesquisa Social.
Destacam-se entre seus membros Max Horkheimer (1895-1973), diretor do instituto
de 1930 até 1967, Herbert Marcuse (1898-1979), mais conhecido no Brasil nos anos
1970, por seus livros aqui publicados, Theodor Adorno (1903-1969), que ingressou
no Instituto no final dos anos 1930 e dirigiu-o de 1967 a 1969, Walter Benjamin
(1892-1940), bolsista do Instituto nos anos 1933-1940 e Jürgen Habermas (1929),
filósofo e sociólogo, ainda vivo, mas aposentado. Desde 2001, o diretor do Instituto
de Pesquisa social é o filósofo e sociólogo Axel Honneth (1949).
A ênfase na pesquisa teórica, empírica, multidisciplinar, crítica, e orientada para a
emancipação, sempre foi uma marca do Instituto de Pesquisa Social em Frankfurt, desde
os anos de sua fundação e consolidação (1924-1950), até constituição epistemológica
daquilo que se denomina Escola de Frankfurt3, e que ficou conhecida como “Teoria
Crítica da Sociedade” (Wiggershaus, 2002). Trata-se de uma teoria social crítica

3
Sobre o conceito de Teoria Crítica e a especificidade da Escola de Frankfurt Cf. Horkheimer (1987) e Nobre (2004).

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sobre os processos de reprodução social, e que se manifesta em fenômenos culturais,


institucionais e sócio-políticos. A investigação e análise das condições objetivas da
sociedade, como os frankfurtianos da primeira geração a denominavam, constituem,
ainda hoje, o programa por excelência do empreendimento científico da Teoria
Crítica da Sociedade.
Cabe salientar, que o projeto epistemológico da Teoria Crítica, desde os trabalhos
de seus pioneiros, consistia na consolidação de uma outra perspectiva de teoria social,
capaz de se contrapor à teoria social hegemônica, de natureza positivista, e que Max
Horkheimer (1987) denominou Teoria Tradicional. Isso implica outra postura em
relação à função social da própria ciência, da sociedade e também da educação.
Na perspectiva crítica, a teoria se vincula à prática social, enquanto a pesquisa social
deve ir além da dimensão da especialidade e transformar-se em ciência interdisciplinar
superando, por assim dizer, a limitação instrumental e normativa. A teoria deve
ultrapassar, ainda, o recorte meramente especulativo, ou seja, filosófico-social da
ideia de sociedade, pela crítica imanente da ordem social “danificada”.
É na práxis social (MARX, 2010), ou seja, na forma como os homens vivem em
sociedade, que é possível compreender e superar as contradições sociais. Isso influencia
tanto a escolha dos temas quanto a própria condução da pesquisa, por se tratar de uma
busca permanente e dialética da relação teoria e prática. Nesse referencial teórico-
epistemológico, as pesquisas desenvolvidas pela Teoria Crítica são potencializadas
por estudos teóricos e empíricos, que ampliam o escopo da compreensão crítica das
mediações que compõem os fenômenos culturais da vida social contemporânea.
Atualmente, várias são as abordagens do objeto social, com enfoques nas áreas
de Filosofia, Sociologia, Psicanálise, Direito, Economia, Ciência Política, Literatura
e Educação. No campo específico dos fenômenos educacinais, particularmente
na escola, as análises de Adorno (1995, 2010) são claras quanto à necessidade do
compromisso da escola com a construção de uma sociedade mais justa, digna e feliz.
Nesse caso, a crítica e a negação determinada sobre os processos de dominação social
consituem-se em uma exigência ética e também política.
Entre as diversas perspectivas de pesquisa da Teoria Crítica, a Hermenêutica
Objetiva é considerada hoje, na Alemanha, como uma das mais difundidas e
reconhecidas abordagens em pesquisa qualitativa para a investigação de situações
que abordam as relações sociais, sobretudo no âmbito da família, da escola e da mídia
(WERNET, 2006; KRAIMER, 2000; VILELA, 2010). Trata-se de uma variante da
pesquisa sociológica qualitativa, desenvolvida por Ulrich Oevermann e aplicada à
situação empírica da sala de aula por Andreas Gruschka, ambos pesquisadores da
Universidade de Frankfurt. Essa abordagem “[...] permite trazer à tona as questões
imanentes que devem ser buscadas nas situações corriqueiras cuja aparência deve
ser interpretada.” (VILELA, 2013, p. 220).
A aplicação do método de análise sociológica da hermenêutica objetiva pelo
Prof. Andreas Gruschka, nas situações específicas da sala de aula, permite formular
uma teoria pedagógica da aula com base empírica (GRUSCHKA, 2009, 2011, 2013,
2014). Trata-se de estudos que buscam interpretar o sentido educativo da pretensão
pedagógica. Por exemplo, no caso específico da situação pedagógica de uma aula,
três conceitos fundamentais definem o processo pedagógico: educação, instrução
e formação (GRUSCHKA, 2013). Almeja-se portanto, com esse tipo de abordagem,

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a formulação de uma explicação, com base empírica, dos motivos pelos quais as
aspirações da escola, de educar, ensinar e formar não se realizam. Nesse sentido, o
livro “Frieza Burguesa e Educação” de Andreas Gruschka, traduzido por pesquisadores
do nosso grupo e publicado pela Editora Autores Associados em 2014, é uma boa
ilustração dos trabalhos empíricos de pesquisa atuais realizados no interior da escola.
Esses estudos também são desenvolvidos no Brasil pelas professoras Rita Amélia
Vilela e Magali Reis (PUC-Minas) e pelo professor Luiz Roberto Gomes (UFSCar).
Atualmente, vários pesquisadores de nosso grupo, sob orientação do professor
Antônio A. S. Zuin, estão estudando o modo como os conceitos de formação e
semiformação são revigorados na sociedade da cultura digital por meio de vários
objetos, tais como: cyberbullying de alunos contra professores; trotes universitários
e cultura digital; educação e televisão, educação e redes sociais, educação a distância,
educação e tecnologias da informação e comunicação, esfera pública e sociedade
digital, entre outros.

Breve histórico do Grupo de Pesquisa Teoria Crítica e Educação4


O “Grupo de Pesquisa Teoria Crítica e Educação” iniciou suas atividades em
agosto de 1991, na UFSCar, sempre vinculado ao Departamento de Educação e ao
Programa de Pós-graduação em Educação desta mesma Universidade. O Grupo
desenvolve atualmente suas atividades de pesquisa em oito sedes: na UFSCar (1991),
na UNIMEP (1996), na UNESP-Araraquara (2000), na UFSC (2011), na UFES
(2011), na UFLA (2012), na UDESC (2013) e na PUC-Minas (2014)5. Ele congrega
vários outros doutores pesquisadores em diversas regiões do Brasil, além de manter
cooperação internacional com vários pesquisadores do exterior. O líder do Grupo
de Pesquisa, desde sua fundação era Bruno Pucci (UNIMEP). A partir de abril de
2015, Antônio Álvaro Soares Zuin (UFSCar) e Luiz Antonio Calmon Nabuco Lastória
(UNESP-Araraquara) foram escolhidos respectivamente como líder e vice-líder do
Grupo de Pesquisa. A coordenação atual da sede UFSCar é feita por Luiz Roberto
Gomes (UFSCar).
Com mais de 25 anos de atividades, o Grupo já realizou 10 Congressos, sendo 3
nacionais e 7 internacionais. O último, “X Congresso Internacional de Teoria Crítica:
tecnologia, violência e memória” ocorreu na UFSCar entre os dias de 10 a 14/10/2016,
e foi financiado pela FAPESP, CAPES e CNPq. Cinco conferências, sendo três de
professores estrangeiros; seis mesas redondas com dois expositores em cada sessão;
107 comunicações e 41 pôsteres apresentados marcaram a programação do evento6.
Em decorrência dos eventos científicos realizados e das pesquisas desenvolvidas,
o Grupo já publicou mais de 400 artigos, 100 livros e 300 capítulos de livros em
revistas e em editoras de seletiva política editorial. Somam-se ainda, à produção

4
As informações contidas nesse item foram baseadas no texto “Grupo de Pesquisa Teoria Crítica e Educação: Histórico” escrito
pelo Prof. Bruno Pucci em 2015 e no conteúdo do site do Grupo de Pesquisa Teoria Crítica e Educação. Todas estas informações
estão disponíveis em Universidade Federal de São Carlos (2017).
5
UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), UNIMEP (Universidade Metodista de Piracicaba), UNESP-Araraquara (Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”), UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), UFES (Universidade Federal do
Espírito Santo), UFLA (Universidade Federal de Lavras), UDESC (Universidade do Estado de Santa Catarina), PUC-Minas (Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais).
6
Conferir as informações completas do X Congresso Internacional (programação, relatório científico e caderno de anais) no site
do Grupo de Pesquisa Teoria Crítica e Educação (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, 2017).

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científica do Grupo, mais de 250 dissertações de mestrado e 100 teses de doutorado


orientadas pelos pesquisadores doutores de diversas instituições do Brasil. Várias
traduções de textos originais em Alemão e Inglês também fazem parte do trabalho
dos pesquisadores do Grupo.
O Grupo já desenvolveu 10 projetos institucionais de pesquisa, com o envolvimento
de pesquisadores de várias partes do Brasil. Os cinco primeiros projetos intitulavam-
se “O potencial pedagógico da Teoria Crítica” (I, II, III, IV e V); foram desenvolvidos
de agosto de 1991 a fevereiro de 2002; e tinham como objetivo geral investigar as
contribuições teórico-metodológicas da Teoria Crítica da Sociedade e, a partir desses
elementos, explorar seu potencial formativo.
No primeiro semestre de 2001 foi realizado o I Seminário Interno do GEP “Teoria
Crítica e Educação”, para analisar a experiência do Grupo de Pesquisa, sua produção,
nos 10 anos de existência, centralizada na temática Potencialidade Pedagógica da
Teoria Crítica; Os participantes analisaram a história do GEP, o desenvolvimento dos
cinco projetos de pesquisas, a produção científica, a formação de novos pesquisadores
(iniciação científica, mestrandos, doutorandos), a participação em inúmeros eventos
científicos, em apresentação de palestras, de cursos, em organização de eventos
nacionais, em intercâmbios entre pesquisadores seniores e iniciantes. No transcorrer
desses dez anos, novos pesquisadores ingressaram no GEP, novas temáticas de
investigação e possibilidades de intervenção na área da educação e da cultura se
fizeram presentes, outras interlocuções científicas e intelectuais se estabeleceram e a
produção do GEP foi além do inicial caráter exploratório no entendimento da Teoria
Crítica. Diante de novas problemáticas impostas pelo capitalismo tardio, dentre elas,
as mediações tecnológicas e as mudanças significativas no campo da produção técnica,
do saber e da apropriação, que suscitam novas investigações e novas teorizações, o
GEP sentiu a necessidade de estabelecer como centro de estudos, de elaboração de
projetos de pesquisa e de intervenção educacional e cultural, a temática “Técnica,
cultura e formação”.
O sexto Projeto de Pesquisa intitulado “Tecnologia, Cultura e Formação” (2003 a
2006) surgiu no contexto das diretrizes do I Seminário Interno do Grupo. De março
2006 a fevereiro 2009, desenvolvemos o sétimo projeto de pesquisa “Novas Tecnologias,
Teoria Crítica e Educação Escolar”. A partir de 2009, iniciou-se o desenvolvimento
do oitavo Projeto Institucional de Pesquisa: “Novas Tecnologias e Teoria Crítica: a
Educação a Distância Virtual nos cursos de Pedagogia” (março/2009 - fevereiro/2012).
Em 2013, o GEP elaborou o seu nono Projeto Institucional de Pesquisa “Tecnologia,
Cultura Digital e Formação: Análises a partir da Teoria Crítica da Sociedade”, este
foi encaminhado à FAPESP no início do primeiro semestre como Projeto Temático
e, seis meses depois, não obteve o apoio da entidade; foi recomendado por dois
pareceristas e não aprovado por um terceiro. Atualmente, estamos desenvolvendo
o décimo Projeto Institucional do Grupo, que se centra no diagnóstico dos impactos
das tecnologias digitais na sociedade e na educação.
Cabe destacar, no contexto dos projetos de pesquisa já desenvolvidos, da produção
científica do Grupo e da Criação da Coleção Teoria Crítica na Editora Nankin de
São Paulo, já com 5 volumes, a publicação em 2015 do volume 3 “Escritos de Teoria
Crítica e Educação: contribuições do Brasil e da Alemanha”. Trata-se de um projeto
de cooperação internacional celebrado em parceria com Andreas Gruschka, da

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Universidade de Frankfurt, Luiz A. Nabuco Lastória e demais membros do Grupo de


Pesquisa Teoria Crítica e Educação. Esses pesquisadores publicaram, na Alemanha e
no Brasil, em 2015, uma coletânea contendo escritos de Teoria Crítica. São 7 capítulos
e cada capítulo é constituído por um texto elaborado por um autor alemão e por um
autor brasileiro; no capítulo 7, tivemos a participação de Mateu Cabot, da Espanha:
Eis os livros: GRUSCHKA, Andrea; LASTÓRIA, Luiz A. Nabuco. Zur Lage der Bildung:
kritische Diagnosen aus Deutschland und Brasilien. Opladen/Berlin: Verlag Barbara
Budrich, 2015; LASTÓRIA, Luiz A. Nabuco; ZUIN, Antônio A. S.; GOMES, Luiz R.;
GRUSCHKA, Andrea (Orgs.). Escritos de Teoria Crítica e Educação: contribuições
do Brasil e da Alemanha. Coleção Teoria Crítica 3. São Paulo: Nankin Editorial 2015.

A Teoria Crítica e a sociedade da cultura digital

Atualmente, conceitos-chave elaborados pelos pensadores frankfurtianos, tais


como indústria cultural, formação e semiformação estão sendo reavaliados em função
do modo como as mediações da cultura digital os reconfiguram.
Seguindo esta linha de raciocínio, a seguir serão apresentadas considerações sobre
tais revitalizações, as quais foram e são produtos das pesquisas dos participantes
de nosso grupo.

A indústria cultural e a sociedade do ser é ser percebido

Certamente, indústria cultural é um dos principais conceitos imediatamente


lembrados quando os nomes de Adorno e Horkheimer são mencionados. Engendrado
em meados da década de 1940, o conceito de indústria cultural, ao que tudo indica,
tornou-se mundialmente conhecido a partir da publicação do livro: “Dialética do
Esclarecimento: fragmentos filosóficos” em 1944, sendo que um de seus capítulos foi
intitulado da seguinte maneira: “A indústria cultural: o esclarecimento como engodo
das massas” (ADORNO; HORKHEIMER, 1986). Exatamente neste capítulo, Adorno
e Horkheimer dissertam historicamente sobre a forma como as chamadas produções
culturais vão gradativamente se subsumindo à lógica do fetiche da mercadoria, de
tal maneira que esta lógica se torna hegemônica desde o processo de elaboração do
produto denominado cultural.
Ao analisar o exemplo do filme hollywoodiano, particularmente o caso do western,
Adorno asseverou o seguinte:
Enquanto o processo de produção no setor central da indústria cultural – o
filme – se aproxima dos procedimentos técnicos através da avançada divisão do
trabalho, da introdução de máquinas, e da separação dos trabalhadores dos meios
de produção (essa separação manifesta-se no eterno conflito entre os artistas
ocupados na indústria cultural e os potentados desta), conservam-se também
formas de produção individual. Cada produto apresenta-se como individual; a
individualidade mesma contribui para o fortalecimento da ideologia, na medida
em que desperta a ilusão de que o que é coisificado e mediatizado é um refúgio
do imediatismo e da vida. (ADORNO, 1986, p. 94).

Deste modo, tal como qualquer outra mercadoria, o filme de western, por
exemplo, também é produzido de acordo com a lógica do processo de produção de

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mercadorias industrializadas, uma vez que se nota a presença de um nítido processo


de divisão de trabalho, da racionalização das técnicas de distribuição, entre outras
características. Porém, esta lógica de padronização e de massificação dos produtos
ditos culturais é dissimulada pela ideologia da personalização, de que tais produtos
possuem o “jeito de ser” de determinados consumidores, de modo que, embora sejam
coisificados e mediatizados pela lógica do fetiche da mercadoria desde o momento
de suas concepções, são apresentados a tais consumidores como “[...] um refúgio do
imediatismo e da vida.” (ADORNO, 1986, p. 94).
Mesmo no auge do chamado capitalismo monopolista, sendo este justamente o
período em que Adorno e Horkheimer apresentaram ao mundo o conceito de indústria
cultural, a luta titânica estabelecida entre as mercadorias, para que se destacassem
diante das demais, fora percebida por estes pensadores frankfurtianos e exposta por
meio da conhecida sentença de que a publicidade é o “elixir da indústria cultural”
(ADORNO; HORKHEIMER, 1986, p. 151). Ou seja, as mercadorias, inclusive as ditas
culturais, que mais conseguissem propagandear a ideologia da personalização, seriam
as mais consumidas, daí a conclusão de que já em meados de 1940, a publicidade
seria como que o cerne da indústria cultural.
É interessante observar o modo como esta afirmação de Adorno e Horkheimer se
revitaliza na sociedade da cultura digital. Pois é na atual sociedade do capitalismo
transnacional que se afirma uma nova ontologia e, portanto, novas formas de
subjetividade: a de que ser significa ser midiática e eletronicamente percebido.
De acordo com Christoph Türcke:
E da mesma forma como a força integradora do mercado nunca foi somente
econômica, nunca decidindo apenas a respeito do trabalho ou desemprego, mas
sempre também sobre aceitação ou rejeição, em certo sentido, então, sobre o ser ou
não ser, assim também essa pressão ontológica sob condições de uma compulsão
generalizada para a emissão adquiriu uma forma estética. Dito inversamente: a
estética ganhou um peso ontológico como nunca tivera. Isso também faz parte
do esse est percipi (ser é ser percebido – Nota dos Autores). Essa frase expressa
não apenas a ontologia paradoxal da era microeletrônica, que uma existência
sem presença eletrônica é um aqui e agora sem um “aí”, um não ser em um corpo
vivo; também aponta para o que isso significa para a fisiologia da percepção.
(TÜRCKE, 2010, p. 65).

De fato, se atualmente um indivíduo não se manifesta eletronicamente é como


se fosse uma não existência viva, sendo que a mesma lógica pode ser empregada em
relação às denominadas mercadorias culturais, de tal modo que a publicidade dos
produtos da indústria cultural é digitalmente produzida e reproduzida pela mídia
ubíqua. Sendo assim, as telas tornam-se elemento vital tanto para a esfera das
relações de trabalho, quando as do chamado tempo livre as quais, não por acaso, se
assemelham cada vez mais.
A hegemonia desta nova ontologia se faz presente nas novas maneiras de se refletir
sobre a relação entre educação, cultura e subjetividade, fato este que impulsiona os
pesquisadores de nosso eixo a investigar as transformações estéticas decorrentes
nos mais variados objetos, tais como filosofia e indústria cultural na cultura digital;
formação política na cultura digital; educação e cinema na era digital; produtivismo
acadêmico na era do “publique, apareça ou pereça”; a indústria cultural e as novas

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relações espaço-temporais da cultura digital; indústria cultural e música na cultura


digital, entre outros. Justamente as transformações na esfera educacional, decorrentes
desta nova forma de objetivação histórica da indústria cultural, fomentam a reflexão
sobre a atualidade dos conceitos de formação e semiformação.

A formação e a semiformação no contexto da cultura digital

De acordo com Adorno, o conceito de formação (Bildung) se consubstancia com


a consolidação político-econômica da burguesia enquanto classe hegemônica sendo
que, de certa forma, se transforma no substrato subjetivo do indivíduo-cidadão, de
tal maneira que:
A formação devia ser aquela que dissesse respeito – de uma maneira pura como
seu próprio espírito – ao indivíduo livre e radicado em sua própria consciência,
ainda que não tivesse deixado de atuar na sociedade e sublimasse seus impulsos.
A formação era tida como condição implícita a uma sociedade autônoma: quanto
mais lúcido o singular, mais lúcido o todo. Contraditoriamente, no entanto, sua
relação com uma práxis ulterior apresentou-se como uma degradação a algo
heterônomo, como percepção de vantagens de uma irresolvida bellumomnium
contra omnes. (ADORNO, 2010, p. 13).

Esta guerra de todos contra todos certamente alude a sociedade na qual as promessas
de universalização da igualdade, da liberdade e da fraternidade se esfacelavam, na
mesma medida em que as relações de produção capitalistas consolidavam cada
vez mais a exploração e a desigualdade como elementos constituintes crucias de
seu tecido sociocultural. Evidentemente, também a formação se danifica de forma
sensível, na medida em que a indústria cultural se espraia enquanto uma espécie de
espírito objetivo de um tempo. Não por acaso, Adorno define os danos na experiência
formativa como semiformação (Halbbildung), ou seja, como um estado aparentemente
formativo, mas que, na verdade, trata-se de seu inimigo mortal. Para Adorno,
A experiência – a continuidade da consciência em que perdura o ainda não
existente e em que o exercício e a associação fundamentam uma tradição no
indivíduo – fica substituída por um estado informativo pontual, desconectado,
intercambiável e efêmero, e que se sabe que ficará borrado no próximo instante
por outras informações [...]. A semiformação é uma fraqueza em relação
ao tempo, à memória, única mediação capaz de fazer na consciência aquela
síntese da experiência que caracterizou a formação cultural em outros tempos.
(ADORNO, 2010, p. 33).

Com efeito, a permanência na consciência da associação entre os elementos do


passado e do futuro que são presencialmente relacionados pelo indivíduo, a ponto de
ser possível conceituar novas alternativas de identidade e de realidade, são substituídos
por estado “[...] informativo pontual, desconectado, intercambiável e efêmero, e que
se sabe que ficará borrado no próximo instante por outras informações.” (ADORNO,
2010, p. 33).
O prejuízo decisivo em relação à memória, que é caracterizado por Adorno como
a própria semiformação, revela-se quando os conteúdos culturais são friamente
absorvidos e coisificados, de tal modo que não mais são utilizados para sensibilizar

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quem deles se apropria. Em tempos de fraqueza da capacidade mnemônica, tornou-se


memorável a lembrança de Adorno de que os nazistas matavam judeus, homossexuais,
intelectuais, entre outros, nos campos de concentração, ao mesmo tempo em que
ouviam música clássica. Esta fratura entre a promessa de felicidade da música clássica
e o assassinato de vítimas não pode ser adjudicada exclusivamente às características
idiossincráticas de seus algozes, mas sim se refere às condições objetivas do nazismo,
as quais foram alicerçadas também pela indústria cultural deste período, embora o
raciocínio estereotipado teime em se esquecer deste fato, ao mesmo tempo em que
imputa exclusivamente a existência do nazismo à figura de Hitler.
Mas, se a semiformação é identificada como uma fraqueza em relação à memória,
isso significa que, na sociedade da cultura digital, na qual se pode lembrar de tudo
por meio do uso das redes sociais, não existiria mais a própria semiformação? (ZUIN,
2017). Na verdade, na sociedade na qual se torna impossível olvidar-se de algo, novas
formas de esquecimento são produzidas. Pois caso sejam desconsideradas, ou mesmo
esquecidas, as mediações históricas que foram determinantes para que certas imagens
e comentários postados no YouTube e no Facebook fossem veiculados, então estas
mesmas imagens e comentários podem ser caracterizados como presentes que se
perpetuam eternamente, os quais contribuem efetivamente para a propagação do
pensamento estereotipado e de atitudes preconceituosas.

Conclusão
Repensar a relação entre educação, cultura e subjetividade à luz dos conceitos
elaborados pelos pensadores frankfurtianos, particularmente Theodor W. Adorno,
Max Horkheimer, Herbert Marcuse e Walter Benjamin, implica refletir sobre os
atuais desdobramentos desta relação na chamada sociedade da cultura digital.
No que concerne ao grupo de pesquisa: “Teoria Crítica e Educação”, a revitalização
dos conceitos de tais pensadores no contexto da cultura digital tornou-se objeto
de análise de pesquisadores desde a realização do “VIII Congresso internacional
de Teoria Crítica: Desafios na Era Digital”, que ocorreu na UNESP-Araraquara, no
período de 10 a 14 de setembro de 2012.
Desde a realização deste evento, várias das pesquisas desenvolvidas por estudantes
de iniciação científica, mestrado, doutorado, pós-doutorado e professores de várias
instituições vinculadas ao nosso grupo tiveram como objetivo principal investigar
as transformações, sobretudo na esfera educacional, derivadas do modo como o
processo de digitalização da própria vida se torna ubíquo. São vários os desafios
engendrados diante da relevância de se repensar a forma como conceitos dos pensadores
frankfurtianos podem ser atualizados na sociedade da chamada cultura digital. Se o
conceito de indústria cultural, por exemplo, deve ser pesquisado de acordo com
as características dos elementos objetivos e subjetivos de determinados tempos e
espaços, isso significa que devem ser consideradas as mediações históricas específicas
da cultura digital na análise da atualidade da própria indústria cultural. Ou seja, é
preciso realizar a crítica imanente da cultura digital para que se possa compreender
os atuais desdobramentos da indústria cultural e os danos no processo formativo.
Esta preocupação de realizar tal crítica sempre esteve presente nas pesquisas
realizadas pelos participantes de nosso grupo desde o seu início no ano de 1991.
De lá para cá, foram produzidos centenas de livros, capítulos de livros e artigos em

ISSN 1982-7199 | DOI: http://dx.doi.org/10.14244/198271992183 Revista Eletrônica de Educação, v.11, n.1, p.97-107, jan./maio, 2017
106 Antônio Zuin, Luiz Roberto Gomes

periódicos de seletiva política editorial, além da formação de centenas de pesquisadores


desde a Iniciação científica até o nível de Pós-doutorado. Justamente esta intenção
de contribuir para o processo formativo de nossos alunos se materializou também
na maneira como suas ponderações foram decisivas para o nosso desenvolvimento
formativo, cujo compartilhar de conhecimentos e de afetividade redimensiona
cotidianamente nossas identidades, engendrando-se, assim, novas formas de relação
entre a educação, a cultura e a subjetividade.

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