Resitência Genética de Plantas Contra Doenças
Resitência Genética de Plantas Contra Doenças
Resitência Genética de Plantas Contra Doenças
genética contra
doenças & pragas no tomateiro
Leonardo S. Boiteux
Embrapa Hortaliças
14 de outubro de 2020
Resistência genética a doenças & pragas:
Tecnologia de manejo com muitas vantagens
• Implementação fácil: não demanda mudanças no sistema de cultivo.
• Tecnologia “limpa” & embutida na semente. Extensão rural = fácil adoção.
• Pode contribuir para redução de custos de produção.
• Funciona como um “escudo da produtividade”.
• Qualidade & aparência dos produtos (“efeitos cosméticos”).
• Compatível com todos os métodos de controle integrado.
• Impacto ambiental (fora dos organismos alvos) mínimo.
• Patógenos de solo: viabiliza o cultivo na mesma área (preservação).
• Expansão sazonal ⇒ plantio em épocas anteriormente não recomendadas.
• Expansão geográfica ⇒ novas fronteiras agrícolas.
• Doenças sem métodos curativos eficientes: única alternativa!
• Limitações:
• Agrega custo a semente.
• Nem sempre disponível para todas as doenças.
• Patógenos podem “quebrar” a resistência.
Melhoramento para R a doenças vs.
melhoramento para outras características
• Os princípios fundamentais do melhoramento visando
resistência as doenças são essencialmente os mesmos que
se aplicam para outras características agronômicas (Hayes
et al., 1955).
• Melhoramento genético para características agronômicas
& horticulturais = Atributos exclusivos da planta + efeito
ambiental
Preemptive
breeding
Desafios do melhoramento genético do tomateiro para
resistência a doenças no Brasil
(1) Suscetibilidade a um grande número de (complexos) de
patógenos
(2) País continental: Condições macro/micro ambientais diversas
(3) Múltiplos sistemas de cultivo
(4) Múltiplos grupos varietais
(5) Variabilidade genética dos patógenos
(6) Cultivo ininterrupto: pressão de seleção constante sobre as
populações de patógenos & pragas
(7) Cultivares + adaptadas = Piramidização de fatores de resistência
(hierarquia) em materiais genéticos elite
Multiplicidade de sistemas de cultivo do
tomateiro para consumo in natura
Multiplicidade de sistemas de cultivo do
tomateiro para processamento industrial
Multiplicidade de tipos varietais de
tomate para mesa
Multiplicidade de tipos varietais
de tomate para processamento
industrial
Arsenal do melhoramento genético para defesa
contra patógenos & pragas:
(1) Melhoramento clássico: Identificação de
fontes de resistência em coleções de
germoplasma & introgressão / incorporação no
tomateiro via cruzamentos controlados
(2) Informações genômicas
(3) Marcadores moleculares (SAM)
(4) Sistemas de transformação / edição eficientes
Distribuição
geográfica de
espécies
silvestres de
Solanum
(Lycopersicon)
Peru, Chile & Equador
(Ilhas Galápagos)
Diversidade genética do tomateiro
Solanum lycopersicum
(section Lycopersicon)
Espécies silvestres de Solanum (Lycopersicon) empregadas como
fontes de resistência a patógenos & pragas do tomateiro
S. galapagense
S. pimpinellifolium
S. habrochaites
S. pennellii
Solanum peruvianum (lato sensu):
S. peruvianum (sensu stricto), S. corneliomuelleri, S. huaylasense & S. arcanum
Cruzamentos controlados / tomateiro
Coleta de pólen ♀
♀
Parental masculino
Flores emasculadas =
remoção dos estames
♂
≈ 35.000 genes // The predicted genome
size ≈ 900 megabases (Mb)
Engenharia genética do
Célula bacteriana seu genoma & seu(s)
tomateiro
plasmídeo(s)
Transformação via Agrobacterium: Rotina para o tomateiro
Sintoma de tumor
Megaplasmídeo
Cromossomo
Tomateiro: Primeira variedade comercial transgênica
R. syzygii (IV)
R. solanacearum (II)
Resistência ao complexo Ralstonia
Fontes de resistência
• S. lycopersicum var. cerasiforme
• Hawaii 7996 (melhor fonte / amplo espectro)
_____________________________________
(1) Caráter poligênico: difícil incorporação
(2) Ligação com características indesejáveis:
fruto pequeno, tendência a rachaduras
concêntricas, suscetibilidade a Meloidogyne &
begomovírus (gene Ty-1).
(3) Espécie-específica & isolado-específica
(4) Avanço mais rápido via utilização de
porta-enxertos
Desenvolvimento de porta-
enxertos resistentes a Ralstonia
Vantagens para o melhoramento:
• Maior rapidez para incorporar fatores de resistência
para Ralstonia & patógenos de solo em geral
• Não existe a necessidade de selecionar para
características comerciais = apenas para níveis de
resistência
Problemas/Ameaças:
v Maior custo para o produtor (sementes: cavalo + cavaleiro)
v Terceirização: mão de obra treinada (viveiristas)
v Quebra de resistência: Exemplo
Isolado CNPH 488 coletado em Grandes Rios – PR
Isolados de R. solanacearum / Paraná
Quebra da resistência de porta enxertos derivados de ‘Hawaii 7996’
(100.000 plantas atacadas em nove produtores)
Isolados de R. solanacearum / Paraná
Quebra da resistência de porta enxertos derivados de ‘Hawaii 7996’
(100.000 plantas atacadas em nove produtores)
• Complexo de espécies:
• X. vesicatoria
• Fontes de resistência:
• Resistência monogênica (espécie-específica ou raça-específica)
• Correspondências Raça–Espécie:
R/T múltiplas raças
cromossomo 3
cromossomo 5
Efeito resistência parcial do QTL Rx3
(cromossomo 5)
Ataque de Xanthomonas
Mauá da Serra – PR
QTL Rx3
Exemplo de Cisgenia
Capsicum:
Vários genes
dominantes
controlando
resistência raça-
específica (Bs1,
Bs2 & Bs3)
Fla. 8314 Bs2
VF 36
Progressos obtidos na resistência
genética a doenças causadas por
oomicetos no tomateiro
Requeima (Phytophthora infestans – Chromista / Oomycetes)
Genes de R
Ph-1 (pouco efetivo)
Ph-2 (termo instável)
Ph-3 (mais efetivo)
BRS Zamir (gene Ph-3) = resistência P. infestans
BRS Zamir (gene Ph-3) = resistência P. infestans
Progressos obtidos na resistência
genética a doenças causadas por
fungos no tomateiro
Murcha de Fusarium
Raças de Fusarium oxysporum f. sp. lycopersici (FOL)
Variedades resistentes:
Detecção:
São Paulo
Ceará
Espírito Santo
Pernambuco
Minas Gerais
Distrito Federal
Fator de resistência = Frl
(S. peruvianum /cromossomo 9)
Resistência / Murcha-de-Verticílio (Verticillium dahliae)
Duas raças /Gene raça-1 específico: Ve (S. pimpenellifolium)
A maioria dos híbridos comerciais possui o gene Ve
Resistência / Murcha-de-Verticílio (Verticilium dahliae)
Duas raças /Gene raça-1 específico: Ve (S. pimpenellifolium)
Raça 2= Nenhum material comercial ainda disponível / porta-enxertos promissores
Sem Sm Com Sm
Oídios // Oidiopsis taurica =
Leveillula taurica (parte abaxial)
Oídios – Oidium neolycopersici (face adaxial)
S R
Genes de resistência aos oídios
(Oidium neolycopersici & L. taurica)
S R
Cladosporium / resistência genética / Cf-9
R S
Progressos obtidos na resistência
genética a doenças causadas por
vírus no tomateiro
Resistência contra ToMV (tobamovírus) no tomateiro
NBS-LRR = Patótipo-específica & amplo espectro
Gene Tm-1 = S. pimpinellifolium
Gene Tm-2 = S. peruvianum
Gene Tm22 = S. peruvianum (controla todos os patótipos)
Sintomas de infecção por begomovírus // Bandeirantes-PR
Vetor: Bemisia tabaci (mosca-branca)
Sintomas de begomovírus // cv. IPA-6 // Irecê-BA
Diversidade de sintomas de begomovirus em tomateiro = complexo viral?
Grande número de begomovírus infectando
o tomateiro no Brasil
TGMV
ToYVSV
2009
ToRMV 2000
1999
ToCMoV 1999
TMoLCV 1998
2003
2001
ToCrV 2002 2001
TIYV 1998
2004
ToSRV 2000 1994
ToYSV 2001
1996
2003
2004
1998
ToCmMV 2000 1999
TClVV 2002
2005 2008
ToCrLYV 2006
SiMoV 2002
SimMV
Em caracterização
Fatores de Resistência / Begomovirus / Tomateiro
LOCUS/GENE ESPÉCIE ACESSOS CROMOSSOMO
RESISTENTES
T S
Tomato Chorosis Virus (ToCV) / Fontes de tolerância
A B (-) (+)
PI 127827
Probe Control
Plants
1 2 3 4 5
Sensible genotypes
LAM148 a
463
Matrero
TO-937 b
LT05 c
Tolerant genotypes PI 127827 d
463
PI 126445 e
CNPH782 f
Vira-cabeça = complexo de espécies de orthotospovírus
Sw-5b: Espectro de ação
Amplo espectro conferindo resistência a isolados
de quatro espécies de orthotospovirus:
tomato spotted wilt virus – TSWV
tomato chlorotic spot virus – TCSV
groundnut ringspot virus – GRSV
chrysanthemum stem necrosis virus – CSNV
Expressão fenotípica do gene Sw-5b
Marcador funcional codominante para o gene Sw-5b
Marcador funcional codominante para o gene Sw-5b
Limitações do gene Sw-5b
(1) Penetrância incompleta do gene
(2) Efeito de dosagem (duas cópias > uma cópia)
(3) Termo instabilidade (amplitudes térmicas)
(4) Isolados / Espécies que “quebram” a resistência
Efeito de dosagem & penetrância incompleta
Instabilidade térmica do gene Sw-5 /GRSV isolados
***Itália: Identificação de novos isolados de TSWV com
quebra de resistência Sw-5b com alta aptidão no campo
Resistência Potyvirus:
PVY & PepYMV
Resistência
Tymovirus /
tomato blistering
mosaic virus
(ToBMV)
Progressos obtidos na resistência genética
contra os nematoides-das-galhas do
tomateiro
Expressão fenotípica do gene de resistência Mi-1.2
R S
Gabriel (2020)
Levantamento da
diversidade de
Meloidogyne:
Sete espécies em
lavouras de
tomateiro no Brasil
Implicações para o
melhoramento
genético?
Pinheiro et al. (2014)
Espectro de ação do
gene Mi-1.2 contra
espécies de
Meloidogyne
ocorrendo no Brasil
Macrosiphum euphorbiae (potato aphid)
Gabriel (2020)
Meloidogyne enterolobii: Nova ameaça / Mi-1.2 não efetivo
101 acessos
Progressos obtidos na resistência genética contra
pragas do tomateiro
Principal estratégia: Tricomas glandulares
Defesas estruturais (pré-formadas)
Vantagem: amplo espectro de ação
contra artrópodes-pragas
Tricomas em S. pennellii (glandulares do Tipo IV com acil-açúcar)
Resistência à mosca-branca associada a tricomas do
tipo IV
TYLCD
B.tabaci
TYLCV