Case No. ATOrd 0001735-48.2016.5.11.0011

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Poder Judiciário

Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região

Ação Trabalhista - Rito Ordinário


0001735-48.2016.5.11.0011
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Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 20/08/2016


Valor da causa: R$ 723.244,27

Partes:
AUTOR: ADENILSON CASTRO DE COUTO
ADVOGADO: WELLYNGTON DA SILVA E SILVA
ADVOGADO: ERIKA PAIVA PONCE
RÉU: J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR EIRELI - EPP
ADVOGADO: HUMBERTO ROSSETTI PORTELA
ADVOGADO: JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
ADVOGADO: JONNY CLEUTER SIMOES MENDONCA
ADVOGADO: SERGIO ALBERTO CORREA DE ARAUJO
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
TERMO DE PETICIONAMENTO EM PDF

AUTUAÇÃO: [WELLYNGTON DA SILVA E SILVA, ERIKA PAIVA PONCE, ADENILSON CASTRO DE COUTO] x [J S
EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR LTDA - ME]

PETICIONANTE: WELLYNGTON DA SILVA E SILVA

Nos termos do artigo 1º do Ato número 423/CSJT/GP/SG, de 12 de novembro de 2013, procedo à juntada, em anexo, de petição
em arquivo eletrônico, tipo “Portable Document Format” (.pdf), de qualidade padrão “PDF-A”, nos termos do artigo 1º, § 2º,
inciso II, da Lei nº 11.419, de 19 de dezembro de 2006, e em conformidade com o parágrafo único do artigo 1º. do Ato acima
mencionado, sendo que eventuais documentos que a instruem também serão anexados.

20 de Agosto de 2016

WELLYNGTON DA SILVA E SILVA

Assinado eletronicamente por: WELLYNGTON DA SILVA E SILVA - 20/08/2016 20:21:14 - 690ce0b


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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16082018143384900000007637474
EXCELENTÍSSIMO(A) JUIZ(A) FEDERAL DE UMA DAS VARAS
DO TRABALHO DA COMARCA DE MANAUS-AM.

ADENILSON CASTRO DE COUTO, brasileiro, brasileiro,


casado, portador do documento de identidade nº 1145529-2
SSP/AM e CPF nº 590.268.982-15, residente e domiciliado à rua
Aluísio Brasil nº 682, bairro Petrópolis, CEP 69063-480, nesta
cidade de Manaus- AM, por seu procurador in fine assinado,
conforme mandato incluso, com escritório à Av. Max Teixeira, 3691,
1º andar, sala 14, Cidade Nova I, nesta cidade de Manaus-AM,
onde recebe as notificações de estilo, vem à presença de Vossa
Excelência ajuizar

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

Em face de J.S.EQUIPAMENTOS MÉDICOS HOSPITALARES,


pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.
10.770.079/0001-93, situada na Avenida Recife, n.º 315, 10º andar,
salas, 14, 15 e 16, Bairro Adrianópolis, nesta cidade, CEP 69.053-
167, nesta cidade de Manaus-AM, pelos fatos e fundamentos a
seguir expostos:

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16082020174180000000007637654
1. DOS FATOS

1.1 O Reclamante foi contratado para trabalhar na Reclamada,


inicialmente na função de Vendedor, no período de 08/09/2011 a
01/09/2014, sendo dispensado sem Justa causa, percebendo o
salário fixo no valor de R$ 2.000,00, mais comissões de 3% sobre
as vendas, tendo como última e maior remuneração mensal o valor
de R$ 29.696,94.

1.2 A jornada de trabalho contratada era das 8h às 18h, de


segunda –feira à sexta-feira e aos sábados 8h às 12h, com intervalo
de 40 minutos para descanso.

1.3 Cumpre ressaltar desde logo que o último salário


correspondente ao mês trabalhado de agosto, não foi liquidado pela
Reclamada, razão pela qual deverá ser liquidado com juros de mora
e correção monetária.

1.4 Após cinco meses de trabalho, a Reclamada descobriu


que o Reclamante tinha conhecimentos técnicos de instrumentação
cirúrgica, daí por diante, passou a exigir do mesmo a entrega dos
materiais hospitalares e ainda o ato instrumentar, o que durou até o
fim do pacto laboral, sem qualquer adicional ou gratificações pelo
trabalho desenvolvido.

1.5 Além de vender e entregar os equipamentos da


Reclamada, por força da nova função de instrumentação cirúrgica, o
Reclamante passou a ficar à disposição da Reclamada, para

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Número do documento: 16082020174180000000007637654
atender aos médicos, seus clientes, aguardando o chamado para
comparecer aos hospitais, e ao mesmo tempo, entregar os produtos
e instrumentar, o que nunca foi remunerado pelo empregador.

1.6 Visando afastar-se do vínculo empregatício, a Reclamada


depois da contratação, apresentou um contrato de representação
de representação comercial, mantendo o combinado de salário e
comissões, porém, sem assinar a CTPS, pagar 13º salários, férias +
1/3, FGTS 8%+40%, bem como os devidos encargos
previdenciários e fiscais por força da contratação.

1.7 Após dois anos de trabalho exclusivo, com o intuito ainda


maior de mascarar o vínculo de trabalho, determinou ao
Reclamante que abrisse uma empresa em seu nome para, em 1º de
janeiro de 2014, firmar novo contrato da “suposta representação
comercial”, reconhecendo, com data retroativa a 08/09/2011, o
início do pacto laboral conforme documento anexo.

1.8 Diante da premeditada ação com o fito de burlar a


legislação trabalhista e previdenciária, requer, desde logo, a
declaração de nulidade dos aludidos instrumentos e o consequente
reconhecimento do vínculo empregatício conforme doravante
demonstrados.

2. DA NULIDADE DOS CONTRATOS FIRMADOS COM


O ÚNICO INTUITO DE BURLAR A LEGISLAÇÃO
TRABALHISTA E PREVIDENCIÁRIA.

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Número do documento: 16082020174180000000007637654
2.1 O legislador atento às investidas de alguns empregadores,
em face de seus empregados, inseriu na norma consolidada a
possibilidade jurídica de declarar em juízo a nulidade de atos e
fórmulas com potencial lesividade àqueles direitos oriundos do
pacto laboral.

2.2 A disposição contida no artigo 9º, da CLT, é contundente e


rigorosa no que diz respeito à fraude e à simulação do e no contrato
de trabalho, prescrevendo:

“Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o


objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação
dos preceitos contidos na presente Consolidação.

2.3 É cediço que o contrato de trabalho é constituído de forma


tácita ou devidamente formalizado com as anotações em sua
CTPS. Todavia, na falta de formalização, o empregador pode torná-
lo formal expressamente para atender a legislação e regularizar os
direitos do empregado. Jamais pode promover alterações para
prejudicar o trabalhador, como ocorreu com o Reclamante, que
após dois anos de trabalho, recebeu de seu empregador um
contrato de representação comercial contendo a seguinte cláusula:

“CLÁUSULA DÉCIMA QUARTA.

O presente contrato iniciou-se de forma tácita em 08


de setembro de 2011, e passou de forma expressa em
01/01/2014, prazo de duração desse contrato é
indeterminado.”

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Número do documento: 16082020174180000000007637654
2.4 Desta forma, nos termos do art. 9º da CLT, o pedido de
nulidade daquela avença encontra guarida na legislação, bem como
na jurisprudência pacífica em nossos tribunais, senão vejamos:

RECURSO ORDINÁRIO. VÍNCULO DE EMPREGO.


CONSTITUIÇÃO DE PESSOA JURÍDICA.
CONTRATAÇÃO POR INTERMÉDIO DE CONTRATO
SIMULADO REPRESENTAÇÃO COMERCIAL. FRAUDE
À LEGISLAÇÃO TRABALHISTA. NULIDADE.
RECONHECIMENTO DO VÍNCULO POR TODO O
PERÍODO. O desvirtuamento quanto à forma e substância
do contrato, na malgrada contratação de empregado sob a
forma simulada de pessoa jurídica, constitui fraude à Lei,
impondo-se o reconhecimento da relação empregatícia.
Preenchidos os requisitos dos artigos 2º e 3º da CLT, é
legítimo o reconhecimento do vínculo de emprego direto
com a empresa representada. Recurso Ordinário do
reclamante conhecido e parcialmente provido. (TRT-1 -
RO: 762001820085010001 RJ, Relator: Marcia Leite Nery,
Data de Julgamento: 29/05/2012, Segunda Turma, Data de
Publicação: 2012-06-06).

Fonte: http://trt-1.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/24563695/recurso-
ordinario-ro-762001820085010001-rj-trt-1.

REPRESENTAÇÃO COMERCIAL.
DESCARACTERIZAÇÃO. RECONHECIMENTO DE
VÍNCULO DE EMPREGO. A inserção do trabalhador na

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16082020174180000000007637654
atividade-fim da reclamada e a presença dos demais
elementos caracterizadores da relação de emprego
acarretam a nulidade do contrato de representação
comercial firmado entre as partes e o reconhecimento de
relação empregatícia típica. (TRT-4 - RO:
00007076920105040522 RS 0000707-69.2010.5.04.0522,
Relator: BEATRIZ RENCK, Data de Julgamento:
07/11/2012, 2ª Vara do Trabalho de Erechim).

Fonte:http://trt-4.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/128370174/recurso-
ordinario-ro-7076920105040522-rs-0000707-6920105040522.

EMPRESA DE REPRESENTAÇÃO COMERCIAL.


VÍNCULO DE EMPREGO COM A VENDEDORA. Uma
vez provado que a reclamada exigia que seus vendedores
se inscrevessem no CORE para que pudessem
intermediar a venda de seus produtos, com a finalidade de
afastar a caracterização de relação de emprego, deve ser
mantida a declaração da nulidade do contrato de
representação comercial e o reconhecimento do vínculo de
emprego, por preenchidos os pressupostos do artigo 3º da
CLT. Relator : Des. Marcelo Antero de Carvalho
Recorrente : RM Distribuidora Ltda Recorrida : Anne Marry
Guzzo de Paula. (TRT-1 - RO: 00001543420135010511
RJ , Relator: Marcelo Antero de Carvalho, Data de
Julgamento: 22/01/2014, Décima Turma, Data de
Publicação: 29/01/2014).
Fonte: http://trt-.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/114983082/recurso-
ordinario-ro-1543420135010511-rj.

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16082020174180000000007637654
2.5 Com efeito, resta de igual forma, a demonstração dos
requisitos indispensáveis ao reconhecimento do vínculo
empregatício, o qual foi mascarado através de manobra jurídica já
noticiada.

3.DO RECONHECIMENTO DO VÍNCULO

3.1 Os elementos constitutivos do vínculo de emprego estão


presentes desde o início do pacto laboral, a saber: a) o trabalho
prestado por pessoa física; b) pessoalidade; c) subordinação; d)
onerosidade; e não eventualidade na prestação dos serviços.

3.2 O trabalho sempre foi realizado de forma exclusiva, na


pessoa do Reclamante diretamente à Reclamada. O resultado do
trabalho executado tinha por objetivo final atender aos interesses da
Reclamada responsável pela atividade econômica.

3.3 A pessoalidade, como já dito, sempre ocorreu de forma


exclusiva e intransferível, pois o Reclamante era quem executava
pessoalmente as funções que lhe eram designadas.

3.4 Quanto à subordinação, tal requisito é mais patente ainda,


pois o Reclamante recebia ordens diretamente da sócia e de seu
esposo, representante legal da pessoa jurídica, que por sua vez
funcionava na condição de preposta da mesma.

3.4.1 Exemplo de subordinação está consubstanciada no poder


diretivo de promover as alterações de função do Reclamante, como

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ocorreu no acúmulo das funções de vendedor, com a de entregador
e instrumentador.

3.4.2 A subordinação é tão cristalina que faz rechaçar a tese de


representante comercial, no momento em que as funções são
executadas na sede da própria reclamada, com a exigência de
horários, apresentação de relatórios das vendas, entregas, etc.

3.4.3 Ainda para afastar a dúvida quanto ao requisito da


subordinação, basta a simples análise: quem é representante
comercial não está sujeito a cumprimento de horário, apresentação
de relatórios das tarefas executadas, muito menos se obriga a
cumprir ordens de seu contratante que não estão previstas na
avença, como ocorreu com o Reclamante, que por sua vez teve que
se obrigar a realizar a instrumentação cirúrgica, atendendo às
ordens de seu empregador, a partir do momento em que este
descobriu suas aptidões técnicas para fazê-lo.

3.5 Já a onerosidade está representada pelo pagamento da


contraprestação no valor representado pelo pagamento mensal,
mais a incidência das comissões sobre o valor das vendas.
Indiscutível a presença de tal requisito.

3.6 Por fim, a não eventualidade é retratada pela execução do


trabalho contínuo e diário na sede da Reclamada e nos hospitais no
momento da entrega de materiais e instrumentação cirúrgica.
Registre-se que o Reclamante foi contratado para exercer a função
de vendedor, mais tarde sendo cumulada com a função de
entregador de materiais e instrumentador.

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Número do documento: 16082020174180000000007637654
3.7 Ante o exposto, considerando o trabalho prestado a
pessoa jurídica, de forma não eventual, pessoalmente, mediante
subordinação, tendo a contraprestação mensal, requer a
procedência da ação para declarar o vínculo empregatício entre as
partes, nos termos dos arts. 2º e 3º da CLT e o consequente
pagamento das verbas rescisórias ao final demonstradas.

4. DO ACÚMULO DE FUNÇÃO.

4.1 Como narrado no preâmbulo, o Reclamante foi contratado


para realizar a função de Vendedor e após, cinco meses de trabalho
contínuo a Reclamada passou a exigir do obreiro a entrega de
materiais nos hospitais e a instrumentação cirúrgica.

4.2 Uma vez contratado para atuar como vendedor, e mais


tarde, sendo exigido do Reclamante a realização de outras tarefas,
como a função de entregador de materiais e instrumentador, não
restam dúvidas que ocorreu onerosa alteração contratual, sem a
devida contraprestação, razão pela qual, deve a Reclamada
promover o equilíbrio contratual mediante a compensação
financeira a título de plus salarial, cujo montante, desde já é
requerido no percentual de 20% sobre o valor da remuneração paga
mensalmente.

4.3 Neste sentido é a jurisprudência:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE


REVISTA. RECONHECIMENTO DE ACÚMULO DE

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16082020174180000000007637654
FUNÇÕES E PAGAMENTO DO RESPECTIVO
ADICIONAL. Configurada a violação do artigo 515,
parágrafos 1.º e 2.º, do CPC, dá-se provimento ao
Agravo de Instrumento, para determinar o
processamento do Recurso de Revista. Agravo de
Instrumento provido. RECURSO DE REVISTA.
RECONHECIMENTO DE ACÚMULO DE FUNÇÕES E
PAGAMENTO DO RESPECTIVO ADICIONAL. Tendo em
vista que o acórdão prolatado pelo Tribunal Regional
deu parcial provimento ao Recurso Ordinário
interposto pelo autor, para reconhecer tão somente
que houve acúmulo de funções, e que foi constatado o
pedido de condenação pecuniária, dá-se provimento
ao Recurso de Revista, para acrescer à condenação o
pagamento do respectivo adicional pelo acúmulo de
funções. Recurso de Revista conhecido e provido. Art.
515 parágrafos 1.º2.ºCPC. (2487000342009509 2487000-
34.2009.5.09.0652, Relator: Maria de Assis Calsing, Data
de Julgamento: 14/09/2011, 4ª Turma, Data de Publicação:
DEJT 23/09/2011).

ACÚMULO DE FUNÇÕES. É devida diferença salarial


por acúmulo de função quando o empregador acresce
tarefas qualitativamente mais complexas daquelas
para as quais o empregado se obrigara.
(4562420105040531 RS 0000456- 24.2010.5.04.0531,
Relator: ANDRÉ REVERBEL FERNANDES, Data de
Julgamento: 10/08/2011, Vara do Trabalho de
Farroupilha). ATENTO. DIFERENÇAS SALARIAIS.

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16082020174180000000007637654
ACÚMULO DE FUNÇÃO. PROVA. Restando
comprovado que o empregador atribuía ao autor
encargo de maior responsabilidade sem a
correspondente contraprestação salarial, deve ser
deferido o pedido de pagamento de diferenças
salariais decorrentes do acúmulo de função. 2.
Recurso conhecido e não provido. (1034200800610000
DF 01034-2008-006-10-00-0, Relator: Desembargador
Ribamar Lima Junior, Data de Julgamento: 16/06/2009, 2ª
Turma, Data de Publicação: 03/07/2009).

4.4 Além de pacífica a jurisprudência no sentido de abrigar a


pretensão do Reclamante, uma vez deferidos tais valores, serão
devidos, de igual forma, o reflexos sobre as verbas rescisórias,
entre elas, aviso prévio, 13º salário, férias +1/3, FGTS 8% + 40% e
DSR, cujo valor deverá ser apurado em eventual liquidação de
sentença.

5. DO PEDIDO DE DANOS MORAIS EM RAZÃO DA NÃO


ASSINATURA DA CTPS DO AUTOR.

5.1 No que tange ao pedido de danos morais este decorre do


inegável prejuízo de ordem material ao Autor da ação.

5.2 Tal assertiva deve-se ao fato que a inexistência da


assinatura na Carteira de Trabalho do Reclamante, advém prejuízos
irreparáveis, entre eles:

a) Não comprovação do vínculo de imediato;

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Número do documento: 16082020174180000000007637654
b) Inexistência de cadastro na base de dados da CAIXA
ECONÔMICA FEDERAL;

c) Inexistência de recolhimento de PIS;

d) Inexistência de recolhimento de FGTS;

e) Inexistência de recolhimento das contribuições previdenciárias;

f) Inexistência da contagem do tempo de contribuição para fins de


aposentadoria;

g) Inexistência de comprovação do exercício da função profissional;

h) Impossibilidade de habilitar-se no programa do seguro


desemprego;

i) Impossibilidade de obter os benefícios dos programas de governo,


entre eles, aquisição de casa própria, mediante a utilização do
FGTS;

5.3 Além do dano material, este caracterizado pelas perdas e


danos, a conduta do empregador dá ensejo à reparação a título de
danos morais, em razão da omissão e da impossibilidade de
habilitar-se aos programas do governo federal disponível à todos
àqueles que encerram o vínculo de emprego, mediante a dispensa
sem justa causa.

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16082020174180000000007637654
5.4 O pedido de danos morais está consubstanciado nos
termos do art. 186 c/c do código civil em vigor, valendo ressaltar a
ocorrência do efetivo prejuízo (dano=perda de benefícios), a ação
(não assinatura da CTPS) e o nexo de causalidade, este decorrente
do vínculo estabelecido entre as partes.

5.5 Neste sentido, o colendo Tribunal Superior do Trabalho,


através da 3ª Turma decidiu que a ausência da assinatura na CTPS
do empregado ratifica a tese abordada pelo Autor, vez que o
impedimento aos benefícios sociais é evidente, senão vejamos
ementa:

“RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE.


INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. AUSÊNCIA DE
ANOTAÇÃO DO CONTRATO NA CTPS. O quadro
descrito no acórdão regional permite concluir pela
existência de dano moral, em face da inobservância, pelo
empregador, do direito primordial do trabalhador de ter o
seu contrato de emprego anotado em carteira de trabalho
e previdência social, que lhe possibilita o acesso aos
benefícios assegurados somente àqueles formalmente
registrados. Recurso de revista conhecido e provido. (TST
– RR-125300-74.2009.5.15.0046, 3ª Turma, Relator
Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Julgamento
29/10/2012).”

5.6 Com efeito, o Reclamante pretende a condenação da


Reclamada a título de danos morais, ante a inexistência de

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16082020174180000000007637654
formalização do registro do contrato de trabalho em sua CTPS, cujo
valor é sugerido em R$ 30.000,00 (Trinta mil reais).

6.DAS VERBAS RESCISÓRIAS.

6.1 Uma vez reconhecido o vínculo e não liquidadas as verbas


rescisórias, estas são devidas ao Reclamante na seguinte ordem:
Saldo de salário de 30 dias, Aviso Prévio (33 dias), 13º salário 4/12
avos de 2011, 2012, 2013 e 10/12 avos de 2014, mais férias em
dobro + 1/13 de 2011/2012, férias simples de 2012/2013, e de
2013/2014, todas acrescidas de 1/3, FGTS de todo o pacto laboral,
multa de 40% sobre os depósitos realizados, bem como as multas
dos arts. 467 e 477 ambos da CLT, conforme memória de cálculos
anexa, a qual passa a fazer parte desta petição, acrescidas de juros
e correção monetárias, além das deduções legais.

7. DO DEMONSRATIVO DAS VERBAS.

Saldo de salário - 30 dias 29.696,94


Aviso Prévio 33 dias 32.666,63
13º Salário 4/12 avos de 2011 9.898,98
13º salário 2012 29.696,94
13º salário 2013 29.696,94
13 salário prop. 10/12/2014 19.797,96
Férias + 1/3 2011/2012 em dobro 79.172,04
Férias + 1/3 2012/2013 39.496,93
Férias Prop. + 1/3 10/12 2014 26.331,29
FGTS (08/09/2011 à 01/09/2014) 61.167,78
Multa de 40% 24.467,11
Acúmulo de Função ( R$ 29.696,94 x 20%) = 5.939,38 195.999,98
x 33 meses
Reflexo em aviso prévio 16.333,31
Reflexo em 13º salário 16.333,31

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16082020174180000000007637654
Reflexo em Férias + 1/3 21.772,31
Reflexo em FGTS 8% 20.035,11
Reflexo em Multa de 40% 8.014,05
Reflexo em DSR 32.666,66
Danos morais 30.000,00
TOTAL DAS VERBAS 723.244,27

8.DO PEDIDO

8.1 Ex positis, requer a notificação da Reclamada a fim de


comparecer em audiência de conciliação, instrução e julgamento,
para querendo contestar a presente ação, sob pena de revelia e
confissão quanto à matéria fática.

8.2 Julgue a procedência da ação para declarar a nulidade do


contrato de representação comercial e a consequente declaração,
em sentença, do vínculo de emprego entre as partes, nos termos
dos arts. 2º e 3º ambos da CLT, condenando a Reclamada ao
pagamento de todos os pleitos previamente liquidados, bem como a
assinatura e baixa da CTPS, com data de 1/09/2014, emissão das
guias do seguro desemprego, do FGTS e chave de conectividade
social visando o saque na conta vinculada, sob pena de multa, tudo
acrescido de juros, correção monetária e honorários advocatícios,
até a data do efetivo pagamento.

8.3 Provar-se-á o alegado por todos os meios de provas em


direito admitidas, em especial, o depoimento da Reclamada, oitiva
de testemunhas, além dos documentos juntados a petição inicial.
8.4 Por fim requer o Reclamante seja concedido o benefício da
justiça gratuita, nos termos da Lei 1060/50, visto o mesmo estar

Assinado eletronicamente por: WELLYNGTON DA SILVA E SILVA - 20/08/2016 20:22:52 - 474c378


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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16082020174180000000007637654
desempregado até o presente momento e não ter condições de
arcar com o pagamento das custas processuais oriundas deste
feito.

8.5 Dá-se a presente causa o valor de R$ 723.244,27


(Setecentos e vinte e três mil, duzentos e quarenta e quatro reais,
vinte e sete centavos).

Nestes Termos,
Pede deferimento.

Manaus-AM, 3 de agosto de 2016.

WELLYNGTON DA SILVA E SILVA ERIKA PAIVA PONCE E SILVA


OAB/AM A – 422 OAB/AM 10.795

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16082020174180000000007637654
AO EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA 11ª VARA DO TRABALHO DE MANAUS/AM.

PROCESSO Nº 0001735-48.2016.5.11.0011

J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR LTDA - ME, já devidamente


qualificado nos autos da Reclamação Trabalhista de número em epígrafe, movida por ADENILSON
CASTRO DE COUTO, vem, respeitosamente, perante V. Excelência, requerer a habilitação de seu
procurador, Dr. HUMBERTO ROSSETTI PORTELA, brasileiro, advogado inscrito na OAB/MG sob
no nº 91.263, CPF 884.898.506-82, com escritório profissional na Avenida Raja Gabaglia, 1686, 3°
andar, Gutierrez, Belo Horizonte/MG, CEP nº 30441-194, sob pena de nulidade.

Na oportunidade, requer que sejam as futuras publicações na Imprensa Oficial efetuadas


em nome do advogado HUMBERTO ROSSETTI PORTELA, brasileiro, advogado inscrito na OAB/MG
sob no nº 91.263, CPF 884.898.506-82, sob pena de nulidade.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Belo Horizonte/MG, 4 de outubro de 2016.

Assinado eletronicamente por: HUMBERTO ROSSETTI PORTELA - 04/10/2016 07:59:33 - 8c9d781


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16100407553314100000008066158
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16100407553314100000008066158
P.p. _____________________________________

Humberto Rossetti Portela

OAB/MG nº 91.263

P.p. _____________________________________

Jackson Maropo De Alencar

OAB/MG 143.007

Assinado eletronicamente por: HUMBERTO ROSSETTI PORTELA - 04/10/2016 07:59:33 - 8c9d781


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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16100407553314100000008066158
AO EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA 11ª VARA DO TRABALHO DE MANAUS/AM.

PROCESSO Nº 0001735-48.2016.5.11.0011

J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR LTDA – ME, já devidamente


qualificado nos autos da Reclamação Trabalhista de número em epígrafe, movida por
ADENILSON CASTRO DE COUTO, vem, respeitosamente, perante V. Excelência, requerer
a habilitação de seu procurador, Dr. HUMBERTO ROSSETTI PORTELA, brasileiro, advogado
inscrito na OAB/MG sob no nº 91.263, CPF 884.898.506-82, com escritório profissional na
Avenida Raja Gabaglia, 1686, 3° andar, Gutierrez, Belo Horizonte/MG, CEP nº 30441-194,
sob pena de nulidade.

Na oportunidade, requer que sejam as futuras publicações na Imprensa Oficial


efetuadas em nome do advogado HUMBERTO ROSSETTI PORTELA, brasileiro, advogado
inscrito na OAB/MG sob no nº 91.263, CPF 884.898.506-82, sob pena de nulidade.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Belo Horizonte/MG, 4 de outubro de 2016.

P.p. _____________________________________
Humberto Rossetti Portela
OAB/MG nº 91.263

P.p. _____________________________________
Jackson Maropo De Alencar
OAB/MG 143.007

Belo Horizonte - MG 55 31 2513-7550 - São Paulo - SP 55 11 3853-2022


www.plcadvogados.com.br

Assinado eletronicamente por: HUMBERTO ROSSETTI PORTELA - 04/10/2016 07:59:34 - f400d56


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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16100407563252500000008066159
TERMO DE PETICIONAMENTO EM PDF

AUTUAÇÃO: [WELLYNGTON DA SILVA E SILVA, ERIKA PAIVA PONCE, ADENILSON CASTRO DE COUTO] x
[HUMBERTO ROSSETTI PORTELA, J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR LTDA - ME]

PETICIONANTE: HUMBERTO ROSSETTI PORTELA

Nos termos do artigo 1º do Ato número 423/CSJT/GP/SG, de 12 de novembro de 2013, procedo à juntada, em anexo, de petição
em arquivo eletrônico, tipo “Portable Document Format” (.pdf), de qualidade padrão “PDF-A”, nos termos do artigo 1º, § 2º,
inciso II, da Lei nº 11.419, de 19 de dezembro de 2006, e em conformidade com o parágrafo único do artigo 1º. do Ato acima
mencionado, sendo que eventuais documentos que a instruem também serão anexados.

4 de Outubro de 2016

HUMBERTO ROSSETTI PORTELA

Assinado eletronicamente por: HUMBERTO ROSSETTI PORTELA - 04/10/2016 08:18:04 - 7a37705


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16100408001837500000008066225
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16100408001837500000008066225
AO EXCELENTÍSSIMO JUIZ FEDERAL DA 11ª VARA DO TRABALHO DE MANAUS/AM.

PROCESSO Nº 0001735-48.2016.5.11.0011

J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR LTDA – ME, pessoa jurídica


de direito privado, regularmente inscrita no CNPJ sob o nº 10.770.079/0001-93, com sede na
Av. Mario Ypiranga, nº 315 B, Salas 1014 e 1015, 10º andar, Ed. The Office, Adrianópolis,
Manaus/AM, CEP: 69057-001, vem, respeitosamente, perante V. Excelência, por seus
procuradores infra-assinados, apresentar sua DEFESA na Reclamação Trabalhista de
número em epígrafe, movida por ADENILSON CASTRO DE COUTO, o que faz pelas razões
de fato e de direito a seguir expostas.

I) BREVE SÍNTESE DOS FATOS

Trata-se de Reclamação Trabalhista movida pelo Sr. Adenilson Castro de


Couto onde aduz que foi contratado em 08/09/2011 como vendedor e dispensado sem justa
causa em 01/09/2014, com salário fixo de R$2.000,00 (dois mil reais) + comissões de 3%
sobre as vendas realizadas, tendo como maior remuneração o valor de R$29.696,94 (vinte e
nove mil seiscentos e noventa e seis reais e noventa e quatro centavos). Não teve sua CTPS
anotada.

Afirma que de segunda a sexta-feira laborava das 08:00 às 18:00 horas e aos
sábados de 08:00 às 12:00 horas, com intervalo de 40 minutos para descanso.

De acordo com a petição inicial, o Reclamante aduz que após 5 (cinco) meses
de contrato começou a laborar em acúmulo de função, vez que passou a entregar os materiais
hospitalares e a realizar o “ato de instrumentar”, afirmando que sobre essas funções nada
recebeu, pelo que requer a condenação da empresa Reclamada ao pagamento de
indenização no percentual de 20% sobre a remuneração mensal.

Aduz que após dois anos de contrato foi obrigado pela empresa Reclamada a
constituir pessoa jurídica, vindo a celebrar em 01 de janeiro de 2014 novo contrato de
“representação comercial” com data retroativa a 08/09/2011.

Diante disso, o Reclamante requer a nulidade dos contratos firmados com a

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16100408010629900000008066245
empresa Reclamada e, consequentemente, o reconhecimento do vínculo de emprego, haja
vista que alega ter trabalhado mediante pessoalidade, subordinação, onerosidade e não
eventualidade, pleiteando ao fim o pagamento de verbas rescisórias e trabalhistas.

Pela ausência de anotação de sua CTPS, requer o Reclamante a condenação


da empresa ao pagamento de indenização por danos morais no importe de R$30.000,00
(trinta mil reais).

II) PRELIMINARMENTE.

II.A) DA PRESCRIÇÃO BIENAL.

Conforme se pode observar do documento denominado “Relatório Mensal de


Cirurgias Realizadas” referente ao mês de Julho de 2014, juntado pelo Reclamante em sua
petição inicial, denota-se que o último dia de prestação de serviços deu-se em 30/07/2014.

De igual modo, verifica-se no documento anexado à essa defesa, denominado


“Pedido de Rescisão do Contrato de Representação”, que o Reclamante manifestou seu
interesse em não mais prosseguir no desempenho de suas atividades de representação no
dia 03/08/2014.

O Reclamante ajuizou a presente demanda na data de 20/08/2016, conforme


se pode observar na distribuição.

Entretanto, nos termos do art. 7º, XXIX, da CF/88, art. 11, I, da CLT, e Súmula
308, I, do TST, ocorre a prescrição bienal/total da reclamação trabalhista proposta após o
prazo de 2 anos contados da extinção do contrato de trabalho.

Portanto, resta prescrita a Reclamação Trabalhista.

Cumpre destacar que a última nota fiscal de nº 17, emitida e acostada pelo
Reclamante à sua petição inicial, refere-se à competência 09/2014, mas consta
expressamente que a mesma decorre de serviços prestados em julho de 2014. Outrossim, o
fato da nota fiscal de nº 17 ter sido emitida somente em setembro de 2014 justifica a
formalização do distrato no dia 26 desse mesmo mês.

Desta forma, requer a extinção do processo, com resolução do mérito, nos


termos do art. 487, II, do CPC.

II.B) INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL.


MULTAS DO ART. 467 E 477 DA CLT. AUSÊNCIA DE CAUSA DE PEDIR E PEDIDO.

Nos termos da petição, mas especificamente no tópico “6. DAS VERBAS


RESCISÓRIAS”, observa-se que o Reclamante afirma fazer jus ao pagamento das multas do
art. 467 e 477 da CLT “conforme memória de cálculos anexa”.

Todavia, o Reclamante não cuidou de incluir na “memória de cálculos” as

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Número do documento: 16100408010629900000008066245
multas do art. 477 e 467 da CLT, tampouco fez constar em sua petição a causa de pedir de
sua pretensão e essa no rol de pedidos.

Excelência, o Reclamante apenas alega que faz jus às referidas multas, não
indica a razão de procedência de sua pretensão, tampou pede a condenação da empresa
Reclamada ao pagamento;

Ausente pedido e causa de pedir, nos termos do art. 330, §1º, I, do Novo Código
de Processo Civil, a inicial encontra-se inepta, devendo a mesma ser indeferida e,
consequentemente, determinado o arquivamento da Reclamação Trabalhista.

Necessário destacar que a ausência de indicação da causa de pedir


impossibilita que a Reclamada exerça em sua plenitude a garantia constitucional à ampla
defesa e contraditório, nos termos do art. 5º, LV, da Constituição Federal de 1988.

Diante disso, a Reclamada requerem seja indeferida a petição inicial da


Reclamante, nos termos do art. 330, §1º, I, do Novo Código de Processo Civil, com o
arquivamentos dos autos. Lado outro, se assim não entender V. Excelência, que reconheça
a inépcia do pedido e o julgue sem o resolução do mérito.

III) DO MÉRITO

III.A) DO REGULARIDADE DE CONTRATAÇÃO. REPRESENTAÇÃO COMERCIAL.


ALEGAÇÃO DE NULIDADE. ÔNUS DA PROVA DO RECLAMANTE.

Nos termo da petição inicial, o Reclamante afirma que o contrato de


representação firmado com a empresa Reclamada é nulo, vez que supostamente teria sido
celebrado com intuito de fraudar a legislação trabalhista.

Ocorre que a alegação do Reclamante por si só não é capaz de infirmar a


higidez dos termos do contrato celebrado, sendo evidente que a ele cabe o ônus de provar o
fato constitutivo do pretenso direito, nos termos do art. 818 da CLT e art. 373, I, do Código de
Processo Civil.

De igual modo, a alegação do Reclamante de que a empresa Reclamada o


obrigou a constituir pessoa jurídica não merece prosperar.

Il. Magistrado, conforme se pode observar no Cartão CNPJ a empresa do


Reclamante fora constituída em 04/07/2013 e se encontra ativa até a presente data.

Ora, se o Reclamante fora obrigado a constituir pessoa jurídica para contratar


com a Reclamada, sendo que o negócio jurídico entre as partes encerrou-se a seu pedido em
03/08/2016, nos termos do “Pedido de Rescisão do Contrato de Representação” em anexo,
por que o Sr. Adenilson Castro mantém ativa uma empresa que sequer queria constituir?

Excelência, o Reclamante traz aos autos alegações falaciosas para tentar


desconstituir um negócio jurídico perfeitamente válido, vez que celebrado de entre pessoas

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capazes, objeto licito e na forma prescrita em lei.

O contrato de representação comercial jamais teve o condão de fraudar a


legislação trabalhista, mas sim de regularizar a representação comercial já exercida pelo
Reclamante, visando cumprir assim as determinações da Lei nº 4.886/65 com as alterações
realizadas pela Lei nº 8.420/92.

A verdade é que o Reclamante age de forma ardilosa para se beneficiar


indevidamente às custas da empresa Reclamada, sendo que o próprio Sr. Adenilson Castro
jamais teve sequer interesse de vincular-se de modo empregatício com a empresa J S
Equipamentos.

Desta feita, denota-se aplicável ao presente caso o princípio civilista nemo


auditur propriam turpitudinem allegans (ninguém pode se beneficiar da própria torpeza), vez
que o Reclamante quis celebrar contrato de representação comercial com a empresa J S
Equipamentos sob a égide das normas civilistas e agora, com base em alegações inverídicas,
visa valer-se da própria torpeza para auferir vantagem sobre a empresa Reclamada.

Ademais, verifica-se a existência de descontinuidade na emissão das notas


fiscais, o que indica a prestação de serviços para outras empresas, restando claro que o
Reclamante atuava efetivamente como representante comercial autônomo prestando serviços
a Reclamada e a outras empresas.

Logo, a Reclamada espera e confia que esse D. Juízo reconhecerá a validade


do negócio jurídico celebrado entre a empresa Reclamada e o Reclamante, concluindo que
as partes celebraram negócio jurídico regido pelas normas civilistas sem o preenchimento dos
requisitos ensejadores do vínculo de emprego, como se passa a demonstrar.

III.B) DO NÃO PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS ENSEJADORES


DO VÍNCULO DE EMPREGO.

Primeiramente, a Reclamada impugna veementemente a alegada existência


de jornada de trabalho nos moldes fixados pelo Reclamante em sua petição inicial.

Il. Magistrado, jamais foi estabelecida uma jornada de trabalho ao Reclamante.


Desde o começo da relação comercial existente entre as partes cabia a empresa representada
fornecer os contatos dos médicos do segmento em que o representante atua, cabendo a ele
estabelecer contato e agendar a respectiva visita de acordo com a disponibilidade e
necessidade do cliente.

Jamais houve um horário pré-determinado, jamais houve qualquer fiscalização


por parte da empresa, sendo que os serviços desempenhados pelo Sr. Adenilson Castro
sempre se deram com total autonomia, cabendo a ele escolher como, onde e quando entrar
em contato com os médicos clientes.

Necessário destacar que a mera indicação dos clientes ao representante, ora


Reclamante, não caracteriza ingerência da Reclamada na prestação de serviços, mas apenas

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um facilitador de resultados para esse e a empresa representada.

A autonomia no desempenho das atividades desempenhadas pelo Reclamante


denota-se inclusive da simples análise dos documentos que o mesmo acosta à sua petição
inicial.

Excelência, sequer o Reclamante trabalhava todos os dias, como se vê nos


“Relatórios de Visita Semanal”.

A título meramente exemplificativo, destacamos que no mês de março de 2014


o Sr. Adenilson desempenhou suas atividades no dia 11/03, depois no dia 15/03, nesse
mesmo mês denota-se atendimento em 19/03 e depois somente em 26/03, tornando-se
evidente a liberdade e autonomia que o mesmo tinha para a prestação dos serviços
contratados.

Extrai-se do art. 3º da Consolidação das Leis do Trabalho que “considera-se


empregado toda e qualquer pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a
empregador, sob a dependência deste e mediante salário”, sendo que desse conceito surgem
os requisitos que devem estar concomitantemente presentes para a caracterização do
contrato do vínculo de emprego, quais sejam: não eventualidade, subordinação jurídica,
onerosidade e pessoalidade.

Na hipótese o Reclamante não preenche – e nem poderia ser diferente – os


requisitos legais acima assinala dos, padecendo, deste modo, de qualquer direito na seara
trabalhista em face de pretenso vínculo laboral.

O Reclamante jamais atuou na forma dos artigos 2º e 3º da CLT, mas, em


verdade, somente desempenhou suas atividades como representante comercial autônomo,
ou seja, na qualidade de prestador de serviços.

Ao contrário do que afirmado na peça exordial, tem-se por certo que inexistiu
qualquer espécie de submissão do Reclamante ao poder diretivo da Reclamada. Ao revés,
existiu a plena autonomia na execução das suas atividades, assumindo, assim, os riscos da
própria prestação de serviços.

Incontestavelmente, a relação comercial estabelecida pelas partes jamais se


deu com ânimo de vincular o Sr. Adenilson de forma empregatícia à Reclamada, pois, para
que se descaracterize a figura do prestador de serviços autônomo, caracterizando-se a do
empregado, é necessária, especialmente, a configuração da pessoalidade na prestação dos
serviços pactuados e da subordinação à empresa tomadora dos serviços.

Como restou expressamente negociado no contrato de celebrado entre as


partes que os serviços contratados não exigiam pessoalidade do Reclamante, é que se
conclui de simples leitura das cláusulas oitava e décima sexta abaixo colacionadas:

CLÁUSULA OITAVA
O REPRESENTANTE poderá ser constituído (SIC) mandatário, com

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poderes especiais para a conclusão de negócios e, além dos deveres
gerais emergentes deste contrato, deverá agir na estrita conformidade
do mandato que lhe for outorgado, ficando sujeito às prescrições
legais relativas ao mandato mercantil.

CLÁUSULA DÉCIMA SEXTA

EMPREGADOS DA REPRESENTANTE

A REPRESENTANTE responsabiliza-se pelos atos de seus sócios,


administradores, empregados, subcontratados, consultores ou outros
trabalhadores ou prestadores de serviços que estejam ligados à
Representante”.

Dessa forma, resta evidente que desde o início da relação comercial havida
entre as partes prevaleceu a inexistência de pessoalidade no exercício da atividade de
representação, vez que restou convencionado a possibilidade do Sr. Adenilson, ora
Reclamante, fazer-se substituir por prepostos ou mandatário.

Quanto a pessoalidade, necessário trazer à colação o entendimento da


saudosa professora e Desembargadora do TRT da 3ª Região Alice Monteiro de Barros que
ensina:

“Empregado pode ser conceituado como a pessoa física que presta


serviço de natureza não eventual a empregador mediante salário e
subordinação jurídica. Esses serviços podem ser de natureza técnica,
intelectual ou manual, integrantes das mais diversas categorias
profissionais ou diferenciadas. (...)
1.1. O pressuposto da pessoalidade exige que o empregado execute
suas atividades pessoalmente, sem se fazer substituir, a não ser em
caráter esporádico, com a aquiescência do empregador. É exatamente
o fato de a atividade humana ser inseparável da pessoa do empregado
que provoca a intervenção do Estado na edição de normas imperativas
destinadas a proteger sua liberdade e personalidade. Resulta daí que
empregado é sempre pessoa física.”
(BARROS, Alice Monteiro de. Curso de Direito do Trabalho. 6ª Ed. São
Paulo: LTr, 2010. Pág. 264).

No caso em enfoque, sequer de longe há o registro do requisito da


pessoalidade na suposta prestação de serviços pelo Reclamante, pois, o que interessa à
Reclamada é a conclusão do serviço contratado por profissional capacitado, sendo
inquestionável que o Reclamante poderia fazer-se substituir livremente.

Além do elemento da pessoalidade, como visto anteriormente, o exercício das


atividades do Reclamante se dava com plena liberdade, sem controle de qualquer espécie
por parte da empresa, não sendo possível vislumbrar o preenchimento de subordinação na
relação havida entre Reclamante e Reclamada.

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O elemento primordial que distingue a relação de autônoma de trabalho da
relação de emprego está justamente na presença do elemento subordinação, conforme
dispõe o art. 3º, da CLT. De fato, como ressaltado pela doutrina e jurisprudência, a análise
deste tipo de relação costuma ser árdua, pois está inserida em uma zona nebulosa, pois há
um pequeno limite entre a relação de emprego e a prestação de serviços por profissionais
autônomos, já que a primeira possui como característica essencial a subordinação e a
segunda à autonomia.

Sobre o tema, a Il. Professa e Magistrada Vólia Bomfim Cassar ensina que:

“Entrementes, existem trabalhadores situados na zona grise, isto


porque se assemelham aos empregados, mas também ao não
empregado, já que há ponto em comum. Isto requer uma análise mais
cuidadosa dos elementos a seguir para aferição da existência ou não
de vínculo de emprego: a) a forma de ajuste da contraprestação; b) a
possibilidade de assumirem os danos causados ao tomado; c) o
investimento no serviço ou negócio.” (CASSAR, Vólia Bomfim. Direito
do Trabalho. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2010. Pág. 270)

No caso em estudo, a contratação do Reclamante foi para prestação de


serviços de representação comercial para execução de um atividades certas e determinadas,
muito comum nesta espécie de trato contratual. Não se deve confundir, portanto, com a
subordinação jurídica, como quer fazer parecer o Sr. Adenilson Castro de Couto. É o que a
doutrina denomina de parassubordinação.

Vólia Bonfim Cassar afirma que “a parassubordinação é sinônimo de


subordinação e designa o estado de sujeição do trabalhador que não é empregado, podendo
ser autônomo, eventual, ou de qualquer outra espécie” (...), e conclui: “a parassubordinação
é a subordinação dos não empregados que têm características de empregado,
normalmente apresentada de forma leve, tênue”. (Ob. e aut. cits., p. 255)

Dessa forma, temos que da contratação de serviços de representação


comercial, se pode verificar a presença de alguns elementos caracterizadores do vínculo de
emprego, como a onerosidade e, em alguns aspectos, a subordinação, pois, representante,
por óbvio, também se sujeita às condições contratuais firmadas com a contratante
representada, através das quais se orienta, já que indicam e limitam o objeto do contrato.

Todavia, há de ressaltar o Reclamante atuara, de fato, sob a órbita de


características exclusivas de profissional autônomo, como, por exemplo, com total autonomia
e liberdade no seu mister. Assim, tem-se que aquele desenvolvia suas atividades da melhor
forma que lhe convinha, diferente da figura do empregado, que é definido, principalmente, por
estar subordinado ao empregador.

Sobre tal aspecto, merece ser trazido à colação o magistério de Maurício


Godinho Delgado:

“a) Conceito e Caracterização – Subordinação deriva de sub (baixo) e

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ordinare (ordenar), traduzindo a noção etimológica de estado de
dependência ou obediência em relação a uma hierarquia de posição
ou de valores. Nessa mesma linha etimológica, transparece na
subordinação uma ideia básica de “submetimento, sujeição ao poder
de outros, às ordens de terceiros, uma posição de e dependência.
A subordinação corresponde ao polo antitético e combinado do poder
de direção existente no contexto da relação de emprego. Consiste,
assim, na situação jurídica derivada do contrato de trabalho, pela qual
o empregado compromete-se a acolher o poder de direção
empresarial no modo de realização de sua prestação de serviços.
Traduz-se, em suma, na ‘situação em que se encontra o trabalhador,
decorrente da limitação contratual da autonomia de sua vontade, para
o fim de transferir ao empregador o poder de direção sobre a atividade
que desempenhará. “(DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito
do Trabalho. 7ª Ed. São Paulo: LTr, 2008. Pág. 302)

Ademais, o fato do Reclamante ter que cumprir com as obrigações do contrato,


como manter informada a Reclamada dos negócios celebrados, visitar mensalmente a lista
de clientes indicados e dedicar-se à expansão dos negócios da representada não
caracterizam o elemento subordinação ensejador do vínculo de emprego.

REPRESENTAÇÃO COMERCIAL – FISCALIZAÇÃO – AUSÊNCIA


DE SUBORDINAÇÃO TRABALHISTA.
O que se infere do depoimento da 1a. testemunha da reclamante não
é o exercício de um poder de fiscalização do supervisor sobre o
trabalho da reclamante, mas o exercício de uma fiscalização sobre os
produtos comercializados, como é dever imposto aos comerciantes
pelo Código de Defesa do Consumidor, e outras práticas comerciais
estabelecidas (organização, publicidade, marketing, etc) que são
inerentes ao comércio, sendo, inclusive, fontes do direito comercial
(usos e costumes do comércio). Nessas práticas comerciais se
incluem as reuniões e os treinamentos para as estratégias de vendas,
sendo dever legal e contratual do representante comercial
“prestar informações detalhadas sobre o andamento dos
negócios a seu cargo” e “dedicar-se à representação, de modo a
expandir os negócios do representado”, assim como “promover
os seus produtos”, como dispõe expressamente o artigo 28 da
Lei nº 4.886, de 09/12/1965. Por isso a jurisprudência trabalhista
tem entendido que essa subordinação jurídica, que atende a
objetivos comuns dos contratantes, não caracteriza, por si só,
uma subordinação trabalhista". (Ac. Un. TRT 3ª Região. Processo:
00870-2008-111-03-00-0 RO. Relator: Convocado Milton Vasques
Thibau de Almeida. Julgamento: 24.02.2010. Publicação: 08.03.2010.
DEJT. Pag. 55)

O representante comercial quando recebe contraprestação para desempenho


das atividades de representação dos produtos da daquele que contrata os seus serviços, tal

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procedimento não deriva em subsunção fática ao artigo 3º, da CLT, no que respeita à
onerosidade e subordinação. Na realidade, tão somente revela cumprimento do ajustado,
permanecendo, outrossim, incólume a autonomia na prestação de serviço do trabalhador
autônomo.

Assim, caracteriza-se como representante comercial autônomo, o trabalhador


independente, sujeito passivo da prestação de serviços resultantes da representação
comercial não empregatícia, sendo sua disciplina legal dada pela Lei 4.886, de 09.12.1965,
alterada pela Lei 8.420/92.

O artigo 1º da referida lei traz o conceito de representante comercial autônomo,


como sendo a pessoa física ou jurídica, sem relação de emprego que desempenha em caráter
não eventual, por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para realização de negócios
mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para, transmiti-los aos representados,
praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios, o que se enquadra
perfeitamente ao caso em comento.

Assim, resta devidamente impugnada a pretensão de reconhecimento do


vínculo de emprego, haja vista a regular contratação de serviços de representação comercial,
pelo que requer a total improcedência da presente Reclamação Trabalhista pelo não
preenchimento dos requisitos ensejadores relação de emprego.

Por consequência, inexistente a relação de emprego, não há que se falar em


obrigação da Reclamada ao pagamento de “Saldo de salário de 30 dias, Aviso Prévio (33
dias), 13º salário 4/12 avos de 2011, 2012, 2013 e 10/12 avos de 2014, mais férias em dobro
+ 1/13 de 2011/2012, férias simples de 2012/2013, e de 2013/2014, todas acrescidas de 1/3,
FGTS de todo o pacto laboral, multa de 40% sobre os depósitos realizados, bem como as
multas dos arts. 467 e 477 ambos da CLT”.

III.C) DA INEXISTÊNCIA DE ACÚMULO DE FUNÇÃO.

Primeiramente, cumpre destacar que a pretensão de acúmulo de função é


equivocada, vez que a Reclamada contratou o Reclamante como prestador de serviços de
representação comercial, assim, se houvesse o cumprimento de obrigações que
extrapolassem o objeto do negócio jurídico celebrado entre as partes, caso era do contratado
denunciar o contrato e não exigir acúmulo de função.

Afirma o Reclamante que fora contratado como vendedor e que após 5 (cinco)
meses de contrato a reclamada passou a exigir que o mesmo efetuasse serviços de entrega
e instrumentação cirúrgica, o que a empresa nega veementemente.

Il. Magistrado, desde a contratação do Reclamante como prestador de serviços


de representante comercial os termos do pacto mantiveram-se inalterados, sendo que o
contrato de prestação de serviços somente formalizou a um negócio jurídico já existente a
anos.

Como previsto no contrato, a entrega de mercadorias era ônus da empresa. No

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entanto, restou consignado que na eventualidade da empresa não conseguir efetuar a entrega
das mercadorias comercializadas pelo Reclamante, o mesmo se responsabilizaria pela
entrega sem qualquer ônus a Reclamada.

É o que se denota da cláusulas do contrato abaixo colacionadas:

CLÁUSULA DÉCIMA
[...]
§1º A REPRESENTADA disponibilizará funcionário para efetuar a
entrega e busca dos produtos comercializados nos locais de
realização da cirurgia. Quando não for possível a entrega pela
REPRESENTADA, a atividade será executada pelo
REPRESENTANTE sem prejuízos à REPRESENTADA.

CLÁUSULA DÉCIMA PRIMEIRA

O REPRESENTANTE está obrigado a atender a demanda em todos


os casos.

Il. Magistrado, eram raras as vezes que a entrega se dava pelo Reclamante,
sendo que no final de 2013 foi contratado pela Reclamada pessoa especifica para cuidar de
seu estoque e realizar as entregas dos produtos comercializados por seus representantes.

As alegações do Reclamante não correspondem com a realidade dos fatos,


vez que jamais prestou serviços em acúmulo de função, e mais, jamais exerceu qualquer
tarefa que não fosse compatível com a sua condição pessoal e atinente as atribuições para
qual foi contratado pela Reclamada, como busca o Sr. Adenilson Castro fazer parecer.

Lado outro, da petição inicial se pode concluir que o Reclamante afirma ter
laborado sempre com acúmulo de função, ora, se isso ocorria, como quer fazer parecer o Sr.
Adenilson Castro, desde o início do contrato de trabalho, tais condições devem ser
consideradas como previamente ajustadas de forma tácita, não havendo que se falar em
acúmulo de função.

Ora, desde de sua contratação o Reclamante tinha conhecimento que


eventualmente outras tarefas podiam lhe ser exigidas, não podendo agora alegar
desconhecimento e apresentar qualquer irresignação.

Contudo, a empresa nega expressamente a alegação do Reclamante de que


realizada atividades de “instrumentador cirúrgico”, vez que esse serviço não era objeto do
contrato celebrado entre as partes, sendo que as cirurgias em que o Reclamante participou o
seu intuito era comercializar determinado produto que o cliente médico precisasse para o ato.

A título meramente exemplificativo, se o médico comprasse 3 unidades do


produto “x” e no decorrer da cirurgia verificasse que essa quantidade não seria suficiente, que
necessitaria de mais 2 unidades, a presença do Reclamante favorecia a comercialização do
bens.

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Imperioso destacar que a presença do Sr. Adenilson Castro nas cirurgias
jamais foi determinada ou solicitada pela empresa, sendo inquestionável que tal conduta era
utilizada pelo Reclamante como facilitador de suas vendas e, consequentemente, aumento
de sua remuneração.

Mostra-se aplicável ao presente caso o disposto no parágrafo único do art. 456,


da CLT, que aduz:

Art. 456. A prova do contrato individual do trabalho será feita pelas


anotações constantes da carteira profissional ou por instrumento
escrito e suprida por todos os meios permitidos em direito. (Vide
Decreto-Lei nº 926, de 1969)

Parágrafo único. A falta de prova ou inexistindo cláusula expressa


e tal respeito, entender-se-á que o empregado se obrigou a todo
e qualquer serviço compatível com a sua condição pessoal.

Acerca do tema, brilhante é a lição do Il. Ministro Mauricio Godinho Delgado,


que em sua obra Curso de Direito do Trabalho, 13ª ed. – São Paulo: LTr, 2014, p. 1075/1076,
nos ensina:

“Função é o conjunto sistemático de atividades, atribuições e


poderes laborativos, integrados entre si, formando um todo
unitário no contexto da divisão do trabalho estruturada no
estabelecimento ou na empresa.
É essencial distinguir-se, conceitualmente, entre função e tarefa.
A tarefa consiste em uma atividade laborativa, específica, estrita
e delimitada, existente na divisão do trabalho estruturada no
estabelecimento ou na empresa. É uma atribuição ou ato singular
no contexto da prestação laboral.
A reunião coordenada e integrada de um conjunto de tarefas dá
origem a uma função. Nesse quadro, função corresponde a um
conjunto coordenado e integrado de tarefas, formando um todo
unitário. É, pois, um conjunto sistemático e unitário de tarefas – um
feixe unitário de tarefas. Analiticamente, é a função um conjunto de
tarefas que se reúnem em um todo unitário, de modo a situar o
trabalhador em um posicionamento específico no universo da
divisão do trabalho na empresa.”

Excelência, o acúmulo de função somente se caracteriza por um desequilíbrio


qualitativo ou quantitativo entre as funções inicialmente combinadas no contrato, onde o
empregado passa a fazer, de forma concomitante, outros afazeres estranhos ao contrato, sem
que receba por isso.

Entretanto, não é o caso dos autos, vez que a Reclamante jamais


desempenhou qualquer tarefa que não correspondesse aos serviços para os quais foi
contratado, tampouco exerceu tarefas superiores às previstas no seu contrato de trabalho,

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não havendo qualquer afronta à sua condição, não havendo que se falar em acúmulo de
funções, restando evidente a intenção do Sr. Adenilson Castro de receber valores indevidos
da Reclamada.

Diante disso, manifestamente improcedente a pretensão do Reclamante de


receber indenização pelo alegado acúmulo de função.

Ademais, em que pese o esforço do Reclamante em demonstrar a prática de


um suposto ilícito contratual e, ainda, um suposto locupletamento decorrente desse, resta
evidente que são alegações sem qualquer fundamento, incapazes de consubstanciar o pleito
pretendido, o que deve ser rechaçado por esse D. Juízo, sob pena de acarretar,
indevidamente, o enriquecimento da empregada.

Igualmente, não sequer consta dos autos indício do alegado acúmulo de


função, considerando que cabe a Reclamante o ônus de comprovar o fato constitutivo de seu
direito, nos moldes do art. 818, da CLT e 373, I, do NCPC, ônus do qual não se desincumbiu,
torna-se manifestamente improcedente o pedido pleiteado no item 4, de condenação da
Reclamada ao pagamento de indenização no percentual de 20% em razão do alegado
acúmulo de função.

Improcedente o pedido principal, não há que se falar em condenação da


empresa Reclamada ao pagamento de “aviso prévio, 13º salário, férias +1/3, FGTS 8% + 40%
e DSR”.

Apenas por argumentar, se outro for o entendimento de V. Excelência, o que


somente se admite em observância ao princípio da eventualidade, a Reclamada que o
pleiteado adicional seja fixado no percentual de 10%, sob pena de ensejar o enriquecimento
sem causa do Reclamante.

III.D) DANO MORAL. INEXISTÊNCIA DO DEVER DE INDENIZAR.

Il. Magistrado, em que pese o esforço do Reclamante em demonstrar


acontecimentos que não condizem com a realidade, como demonstrado nos tópicos
anteriores não há qualquer fraude à legislação trabalhista, sendo evidente a legalidade do
negócio jurídico existente entre a empresa Reclamada e a empresa do Reclamante não
havendo que se falar em dever de anotar a CTPS do Sr. Adenilson, tampouco há dano que
justifique a pretensão de indenização por danos morais.

Ademais, se o vínculo de emprego por reconhecido, o que se admite em


observância ao princípio da eventualidade, o Reclamante terá reconhecido os direitos que
pleiteia e que aduz ter sido privado, os quais deverão ser pagos com juros e correção
monetária, sendo certo que isso já servirá como indenização.

Desta feita, resta evidente que a pretensão indenizatória do Reclamante


encontra-se desamparada de fundamento, por infringência ao art. 818, da CLT e art. 373, I,
do NCPC.

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Para que o empregador seja responsabilizado pela reparação civil do dano
sofrido por seu empregado, necessário se faz seja provado, adequadamente, que a lesão
sofrida adveio diretamente de falta praticada pelo empregador.

Nesse particular, como não poderia deixar de ser, o ônus da prova de todos os
requisitos da responsabilidade civil, ou seja, do dano, da culpa e do nexo causal, são
atribuídos por inteiro ao Reclamante, pois representam os fatos constitutivos de seu pretenso
direito.

A jurisprudência assim estabelece:

“Não basta alegar, tem de provar o titular do direito pretendido que a


empresa, e os seus prepostos, tenham agido de forma contrária à lei.
E para a caracterização da responsabilidade do empregador depende
de prova em torno de sua conduta dolosa ou culposa e a configuração
dessa responsabilidade civil para gerar o direito à indenização só se
faz possível se a ofensa ultrapassar os limites da subjetividade, isto é,
que a conduta do empregador afete a honra e a imagem do
empregado perante a sociedade, perante a sua família, seu mercado
de trabalho. Isto porque, nessas circunstâncias, há evidente prejuízo
da imagem que ultrapassa aquele "sentimento de pesar íntimo" da
pessoa do ofendido. Hoje, mais do que nunca, esse verdadeiro sentido
da indenização por dano moral deve estar presente nessa Justiça
Especial, "momento de extrema cautela e conscientização, para que
os pedidos de indenização por dano moral, que abarrotam o poder
judiciário, não se transformem numa verdadeira "indústria" ou em um
"negócio lucrativo" para partes e advogados, o que traduziria uma
completa deturpação do sistema (...)" (RO/19389/97 - DJMG
18/08/98).

Por fim, para se deferir a indenização por danos morais ao empregado,


é necessário que estejam presentes os requisitos para a
correspondente reparação pecuniária, quais sejam: a concorrência do
elemento culpa do empregador, o ato ensejador da ofensa e o
resultado que dele adveio, pressupostos que não restaram
demonstrados na hipótese dos autos.” (TRT 3ª Região – 6ª Turma.
Juiz Relator: Hegel de Brito Bóson. Processo n° 00729-2005-096-03-
00-6 RO. DJMG: 17/08/2006)”.

DANO MORAL. A indenização por danos morais pressupõe a prova


da existência do dano, do nexo de causalidade entre este e a ação ou
omissão do agente (empregador ou seus prepostos), bem como a sua
culpa. Sem a presença desta tríade elementar não há que se falar em
indenização. Por outro lado, não se pode concluir pela existência do
dano, subjetivamente, pela simples reação do ofendido, já que as
pessoas reagem ao mesmo fato de formas diferentes, mas,
objetivamente, pela gravidade do ato ou fato atribuído ao ofensor e as

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consequências inarredáveis em relação à vítima. (TRT 3ª Região – 6ª
Turma. Juiz Relator: Sebastião Geraldo de Oliveira. Processo n°
00564-2005-091-03-00-0 RO. DJMG 29/09/2005).

Excelência, a Reclamada em nenhum momento praticou qualquer ato ilícito


passível de indenização, inexistindo, por parte desta, qualquer ação ou omissão voluntária
que viole norma jurídica protetora de interesses alheios.

Conforme se depreende dos fatos narrados alhures, não houve por parte da
empresa afronta a nenhuma norma jurídica, ou seja, não praticou nenhuma conduta ilícita
decorrente de violação ou abuso aos direitos do Reclamante.

Frisa-se que em nosso sistema jurídico vigora a regra geral de que o dever de
ressarcimento pela prática de atos ilícitos decorre de culpa ou dolo, o que não se vislumbra
no caso em comento.

Nobre julgador, diante da ausência de provas, sequer indícios, da prática de


qualquer conduta faltosa por parte da empresa Reclamada, requer seja julgado inteiramente
improcedente a pretensão indenizatória do Sr. Adenilson Castro, que claramente visa
enriquecer indevidamente com a presente reclamação trabalhista.

Entretanto, caso não seja esse o entendimento de V. Excelência, o que


somente se admite em observância ao princípio da eventualidade, se reconhecido o vínculo
de emprego pretendido pelo Reclamante, ainda assim não há dano capaz de ensejar o dever
de indenizar por parte da Reclamada.

Outro não é o entendimento do Col. Tribunal Superior do Trabalho:

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. FALTA


DE ANOTAÇÃO NA CTPS. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL
(SÚMULA 126 DO TST). A reparação por danos morais decorrente
do contrato de trabalho se caracteriza por lesão a direito da
personalidade do empregado decorrente de ato ilícito praticado
pelo empregador. Consoante jurisprudência desta Corte, a falta de
anotação da CTPS do trabalhador, por si só, não configura dano
moral ensejador de reparação pecuniária. O dever de reparar só
surge quando evidenciada lesão que provoque abalo psicológico,
decorrente de efetiva afronta à honra, à imagem, constrangimento ou
prejuízo suportado pelo trabalhador, o que não restou comprovado no
caso em exame. Incidência do óbice da Súmula 126 do TST. Agravo
de instrumento não provido. (TST - AIRR - 1172-29.2011.5.15.0040,
Relatora Ministra: Delaíde Miranda Arantes, Data de Julgamento:
19/03/2014, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 28/03/2014)

RECURSO DE REVISTA. DANO MORAL. FALTA DE ANOTAÇÃO


DA CTPS. IMPOSSIBILIDADE. Cinge-se a controvérsia em se
analisar a possibilidade ou não de a falta de anotação na CTPS do

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Número do documento: 16100408010629900000008066245
empregado, render ensejo à condenação do empregador ao
pagamento de indenização por danos morais. Segundo o
entendimento pacificado nesta Corte, a falta de anotação da
CTPS, por si só, não enseja a reparação por dano moral, quando
não comprovada a efetiva afronta à honra ou à imagem do
trabalhador. Precedentes da Corte. Recurso de Revista conhecido
em parte e provido. (RR - 197-21.2010.5.01.0205, Rel. Min. Maria de
Assis Calsing, 4ª Turma, DEJT: 08/11/2013)

RECURSO DE REVISTA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.


AUSÊNCIA DE REGISTRO DO CONTRATO DE TRABALHO NA
CTPS. Para que se configure ato ilícito a justificar a reparação de
ordem moral, é necessário que a conduta do empregador acarrete
efetivo prejuízo imaterial ao trabalhador, direto ou indireto, o que não
ocorre na espécie. A recusa de anotação do contrato de emprego na
CTPS, quando se controvertem em Juízo as hipóteses de empregado
ou de trabalhador autônomo, não enseja o denominado - damnun in
re ipsa -. Precedentes. Recurso de revista parcialmente conhecido e
provido." (RR-171900-70.2004.5.02.0021, Rel. Min. Walmir Oliveira da
Costa, 1ª Turma, DEJT 08/03/2013)

Por fim, na absurda hipótese desse D. Juízo entender pela existência de dano
a moral do Reclamante, o que se admite apenas por argumentar, cumpre impugnar
expressamente o valor de indenização pretendido na petição inicial, vez que totalmente
afastado da realidade e com claro objetivo de enriquecimento indevido.

Acerca do valor da indenização, cumpre destacar o entendimento do renomado


jurista CAIO MÁRIO DA SILVA PEREIRA, que ensina:

"deve ser moderadamente fixado, pois, não pode ter o objetivo de


provocar o enriquecimento ou proporcionar ao ofendido um
avantajamento, por mais forte razão deve ser eqüitativa a reparação
da indenização para que se não converta o sofrimento em modo de
captação de lucro (de lucro capiendo)." (RESPONSABILIDADE CIVIL,
2a. edição, 1990, p. 325).

Portanto, em observância ao princípio da eventualidade, deverá ser


considerada, na fixação do valor da indenização ora pleiteada, caso esta seja considerada, a
demonstração de prejuízo real, não podendo o juiz mensurar tal parcela, que deve ser
cabalmente comprovada, o que, até o momento, não foi feito pelo Reclamante.

Não obstante, de qualquer maneira, em atenção ao princípio da eventualidade,


contesta a Reclamada o valor pretendido a título de indenização pelo Reclamante de
R$30.000,00 (trinta reais), aliás, genericamente pleiteada, sem qualquer base fática ou legal,
com atração do art. 5º, II da CF/88, restando impugnados os absurdos e vultosos valores e/ou
importâncias pretendidos pelo Reclamante de maneira meramente arbitrária.

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Número do documento: 16100408010629900000008066245
Todavia, por cautela, se condenação houver, o que somente se admite
hipoteticamente, ad argumentadum tantum, roga-se que o valor da indenização guarde
proporção com a ínfima repercussão e extensão do suposto e hipotético dano, que sequer
cuidou o Reclamante em comprovar.

III.E) EVENTUALMENTE. DA RESCISÃO CONTRATUAL A PEDIDO DO


REPRESENTANTE. IMPROCEDENCIA DE MULTA DE 40%, AVISO PRÉVIO E
REFLEXOS. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ

Excelência, de acordo com o documento denominado “Pedido de Rescisão do


Contrato de Representação” verifica-se que de próprio punho o Reclamante na data de
03/08/2014 manifestou sua vontade de não continuar a prestação de serviços em favor da
empresa Reclamada.

Dessa forma, apenas em observância ao princípio da eventualidade, se esse


D. Juízo entender pela existência de vínculo de emprego entre as partes, que seja
reconhecido o pedido de demissão do Reclamante.

Nada obstante, verifica-se que a conduta do Reclamante se amolda às


hipóteses de litigância de má-fé, de acordo com a legislação processual civil aplicável
subsidiariamente ao ramo laboral.

Dispõe o NCPC:

Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé
como autor, réu ou interveniente.

Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:

I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou


fato incontroverso;

II - alterar a verdade dos fatos;

III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;

IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;


V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do
processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de


má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior
a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a parte
contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários
advocatícios e com todas as despesas que efetuou.

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Conforme explanado, o Reclamante altera a verdade dos fatos, aduz pretensão
em face de fato incontroverso (pedido de rescisão do contrato de prestação de serviços) tudo
para conseguir obtivo ilegal, qual seja, locupletar-se indevidamente às custas da empresa
Reclamada.

Ora, Excelência conforme restou demonstrado nos itens anteriores, está claro
que a pretensão autoral é totalmente destituída de fundamento, desleal e embasada em
argumentos falsos, consistindo em uma insistente tentativa do Reclamante de receber verbas
trabalhistas e rescisórias que não faz jus por não ser e jamais ter sido empregado, bem como
por alterar a realidade dos fatos ao informar que fora “dispensado sem justa causa” em
01/09/2014.

Assim sendo, requer seja o Reclamante declarado litigante de má-fé, nos


termos do art. 80 e 81, do NCPC, devendo ser condenado a indenizar a 1ª Reclamada em
15% a título de honorários advocatícios, bem como multa de 10% pela litigância de má-fé,
calculadas sobre o valor corrigido dado à causa.

Assim, uma vez que o Reclamante manifestou sua vontade em não mais
prestar serviços em favor da empresa Reclamada, restam prejudicados os pedidos de “Multa
de 40%” sobre o FGTS, “Aviso Prévio 33 dias”, “Reflexo em aviso prévio” e Reflexo em Multa
de 40%”, devendo ser tais pretensões julgadas inteiramente improcedentes e o Sr. Adenilson
Castro de Couto condenado por litigância de má-fé.

III.F) DA IMPUGNAÇÃO EXPRESSA AOS VULTUOSOS VALORES


PLEITEADOS PELO RECLAMANTE.

Afirma o Reclamante que o maior salário recebido fora de R$29.696.94 (vinte


e nove mil seiscentos e noventa e seis reais e noventa e quatro centavos), o qual requer sirva
de base de cálculo de todas as verbas pleiteadas na presente Reclamação Trabalhista.

No entanto, se V. Excelência entender pela existência de vínculo de emprego,


o que se admite apenas por argumentar, verifica-se que a pretensão do Reclamante mostra-
se completamente desarrazoada.

A remuneração era composta de parte fixa no valor de R$2.000,00 (dois mil


reais) que visava remunerá-lo pela visitas aos clientes médicos e comissões no importe de
3% sobre as vendas realizadas.

Logo, se reconhecido o vínculo de emprego do Reclamante com a empresa


Reclamada, o que somente se admite por argumentar, não se deve utilizar como base de
cálculo de todas as verbas trabalhistas e rescisórias o valor da maior remuneração, mas sim
a média anual das remunerações pagas pela empresa.

Assim, para cálculo das gratificações natalinas e férias + 1/3 pretendidas pelo
Reclamante, deve ser calculado a medida das remunerações pagas nos 12 (doze) meses
anteriores para que se cheque a base de cálculo da respectiva verba.

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No intuito de demonstrar a discrepância entre a base de cálculo utilizado pelo
Reclamante (29.696,94) e a devida, a empresa reclamada apresenta a média das
remunerações pagas ao Sr. Adenilson no ano de 2014 que totaliza a importância de
R$11.387,12 (onze mil trezentos e oitenta e sete reais e doze centavos), devendo tal valor ser
considerado como base de cálculo das verbas rescisórias pretendidas.

MÊS DE
NF Nº COMPETÊNCIA VALOR
REFERÊNCIA
2 9/2013 Julho/2013 R$4.887,10
3 9/2013 Agosto/2013 R$4.038,50
5 10/2013 Setembro/2013 R$4.148,50
6 11/2013 Outubro/2013 R$5.838,14
9 12/2013 Novembro/2013 R$4.969,02
10 1/2014 Dezembro/2013 R$5.340,48
11 2/2014 Janeiro/2014 R$7.899,90
12 3/2014 Fevereiro/2014 R$5.663,05
13 4/2014 Março/2014 R$14.635,96
14 5/2014 Abril/2014 R$20.227,85
15 6/2014 Maio/2014 R$12.128,09
16 7/2014 Junho/2014 R$17.171,94
17 9/2014 Julho/2014 R$29.696,94
MÉDIA 12 MESES R$11.387,12

Por fim, no que toca a base de cálculo para recolhimento do FGTS, requer seja
considerado o valor mensal de cada remuneração paga ao Reclamante, sob pena de ensejar
o enriquecimento sem causa do Sr. Adenilson Castro de Couto.

III.G) DA INEXISTÊNCIA DE SALDO DE SALÁRIO.

Excelência, nos termos da petição inicial denota-se a pretensão do Reclamante


de receber saldo de salário no valor de R$29.696,94 (vinte e nove mil seiscentos e noventa e
seis reais e noventa e quatro centavos). Todavia, tal pedido está fadado a improcedência,
conforme se passa a demonstrar.

A Reclamada impugna de modo expresso e veemente a alegação de que o


Reclamante possui valores a receber da empresa, haja vista que toda quantia devida ao Sr.
Adenilson Castro de Couto fora devidamente quitada.

Como já dito anteriormente, o Reclamante manifestou seu interesse em não


mais prestar os serviços de representação comercial à Reclamada na data de 03/08/2014,
sendo que o último dia efetivamente trabalhado fora 30/07/2014, conforme se pode observar
no “Relatório Mensal de Julho de 2014” juntado pelo Sr. Adenilson Castro de Couto.

Nos termos da NFS-e nº 17, competência 9/2014, referente à prestação de


serviços no mês de julho de 2014, o valor total da nota fiscal é de R$29.696.94 (vinte e nove
mil seiscentos e noventa e seis reais e noventa e quatro centavos), valor esse pretendido pelo
Reclamante como saldo de salário.

Entretanto, como se pode observar nos documentos em anexo, a referida

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quantia foi devidamente quitada pela empresa em duas parcelas, a primeira no valor de
R$15.000,00 (quinze) mil reais em 07/08/2014 e a segunda no valor de R$14.696,94 em
25/08/2014, totalizando a importância de R$29.696.94 (vinte e nove mil seiscentos e noventa
e seis reais e noventa e quatro centavos).

Dessa forma, resta mais que evidente quão falaciosas são as alegações do
Reclamante, que em claro intuito de enriquecer indevidamente as custas da empresa
Reclamada busca receber quantia que comprovadamente já recebeu.

Portanto, a Reclamada requer seja reconhecido o pagamento de R$29.696.94


(vinte e nove mil seiscentos e noventa e seis reais e noventa e quatro centavos) realizado ao
Reclamante e que o pedido de saldo de salário seja reconhecido manifestamente
improcedente.

III.H) DAS MULTAS DO ART. 467 E 477 DA CLT.

O Reclamante aduz fazer jus ao pagamento das multas constantes nos arts.
467 e 477 da CLT, apesar de não apresentar em sua petição inicial a razão de procedência e
realizar o respectivo pedido.

Mas, se ultrapassada a preliminar arguida, o que somente de admite em


observância ao princípio da eventualidade, no mérito denota-se que a pretensão está fadada
à improcedência.

Excelência, no que toca a multa do art. 467 da CLT, é incontroverso que a


mesma somente é devida se existente verbas incontroversas, o que não há no presente caso.

As verbas pleiteadas pelo Reclamante decorrem necessariamente da


existência de vínculo empregatício, o que é enfaticamente impugnado pela empresa
Reclamada nessa defesa.

Dessa forma, se há controvérsia sobre o pedido principal, controversos são os


pedidos decorrentes, razão pela qual não há que se falar em pagamento da multa do art. 467,
da CLT, o que requer seja observado por esse D. Juízo.

Por fim, no que tange a multa do art. 477 da CLT, a mesma somente é devida
de houver atraso no pagamento das verbas rescisórias. Se à época da rescisão do contrato
de prestação de serviços não havia qualquer dúvida da inexistência de relação de emprego,
não havia que se falar em tal pagamento e, consequentemente, prazo para sua realização.

Logo, se reconhecido por esse D. Juízo a existência de vínculo de emprego,


não há que se falar em condenação da empresa Reclamada ao pagamento da multa do art.
447, §8º, da CLT, haja vista que não há que se falar em extemporaneidade no pagamento
das verbas rescisórias cuja obrigação de pagamento somente passa a ser exigível com o
transito em julgado.

Outro não é o entendimento dos nossos Egrégios Tribunais Regionais do

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Trabalho:

VÍNCULO DE EMPREGO RECONHECIDO EM JUÍZO. MULTA DO


ART. 477 DA CLT. INAPLICÁVEL. Quando o pagamento das verbas
rescisórias é devido por força do reconhecimento do vínculo de
emprego em Juízo, descabe falar-se em aplicação da multa do art.
477, pois o pagamento de tais verbas somente seria efetuado por força
da sentença, e não em decorrência de extemporâneo pagamento das
parcelas constantes de instrumento que nem sequer existiu. (TRT da
5ª Região, 1ª Turma, RO nº 0000382-32.2011.5.05.0005, Relator(a):
MARAMA CARNEIRO, Publicado em: DJ 31/05/2012).

VÍNCULO DE EMPREGO RECONHECIDO EM JUÍZO INCABÍVEL A


APLICAÇÃO DA MULTA DO ART. 477, § 8º, DA CLT.
Tendo a relação de emprego somente sido reconhecida em juízo, não
há que se falar em mora no pagamento de verbas rescisórias, não
sendo devida a multa prevista no art. 477, § 8º da CLT. (TRT da 7ª
Região, 1ª Turma, Processo: RO 23776620115070024 CE, Relator(a):
Jefferson Quesado Junior, Publicado em: 15/05/2012 DEJT).

Portanto, a Reclamada espera e confia que esse D. Juízo, se adentrar ao


julgamento de mérito das multas do art. 467 e 477 da CLT, reconhecerá sua total
improcedência.

III.I) DA RECONVENÇÃO. MULTA CONTRATUAL E RESSARCIMENTO POR DANO AO


PATRIMONIO DA EMPRESA RECLAMADA.

Quando da celebração do contrato de prestação de serviços celebrados entre


as partes, restou consignado na Clausula Décima Sétima que:

CLÁUSULA DÉCIMA SÉTIMA

18.1 As partes poderão denunciar o presente contrato a qualquer


tempo e sem causa justificada, mediante aviso prévio com
antecedência mínima de 30 (trinta) dias. Na falta de pré-aviso, que
deverá ser dado por escrito, este se converte em pagamento de
importância igual a 1/3 (um terço) das comissões auferidas pelo
REPRESENTANTE, nos três meses anteriores.

Da análise dos documentos “Pedido de Rescisão do Contrato de


Representação” e “Distrato de Contrato de Representação Comercial” resta claro que o
término do negócio jurídico se deu por manifesta vontade do Reclamante.

Em cumprimento às disposições contratuais, restou convencionado no Distrato


celebrado entre as partes que o Reclamante pagaria a empresa Reclamada a importância de
R$17.665,65 (dezessete mil seiscentos e sessenta e cinco reais e sessenta e cinco centavos)
a título de multa contratual, bem como pagaria o valor de R$7.704,00 (sete mil setecentos e

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quatro reais) como ressarcimento pelo dano causado “Ponteira de Piezo, Descrição: Peça de
Mão PIEZOSURGERY” que estava sob seus cuidados e fora danificada, totalizando um
crédito em favor da empresa no importe de R$25.369,65 (vinte e cinco mil trezentos e
sessenta e nove reais e sessenta e cinco centavos).

Nos termos do Distrato, documento em anexo, o pagamento em favor da


empresa reclamada se daria em 5 (cinco) dias úteis a contar da subscrição do referido
documento. Todavia, o Reclamante até a presente data não efetuou o pagamento dos valores
consignados no Distrato celebrado com a empresa Reclamada, sendo inquestionável sua
inadimplência.

Assim, com fulcro no art. 343, do Novo Código de Processo Civil, que permite
a apresentação de reconvenção na peça de contestação, aplicável subsidiariamente ao
Processo do Trabalho por força do art. 8º, parágrafo único e art. 769, ambos da CLT, a
Reclamada, ora Reconvinte, requer a intimação do Reclamante para apresentar defesa à
reconvenção, sob pena de confissão.

Por fim, requer seja julgado inteiramente procedente o pedido reconvencional


para condenar o Reclamante ao pagamento de R$17.665,65 (dezessete mil seiscentos e
sessenta e cinco reais e sessenta e cinco centavos) a título de multa contratual e R$7.704,00
(sete mil setecentos e quatro reais) pelo dano causado ao equipamento da empresa
Reclamada, tudo com juros e correção monetária nos termos do Distrato celebrado.

IV. DOS DOCUMENTOS

Impugnam-se, em forma e teor, todos os documentos acostados à inicial pelo


Reclamante, já que estes não são hábeis para provar as suas inverídicas alegações.

Além disso, devem ser rechaçados os documentos sem indicação, símbolo da


empresa 7ª Reclamada, como também, aqueles sem rubrica de um de seus representantes,
delegados para específica e determinada função.

De igual forma, comprometida a autenticidade dos documentos, dado o silêncio


do procurador quanto à essencial característica, a teor do art. 830 da CLT.

V. DOS DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS

Caso seja as Reclamadas condenadas em alguma das verbas pleiteadas pelo


Reclamante, o que apenas se admite em atenção ao princípio da eventualidade, deverá ser
concedido à mesma o direito de descontar e recolher as contribuições previdenciárias sobre
as verbas deferidas, atendendo ao disposto no artigo 43, da Lei n.º 8.620/90 e artigo 46, da
Lei n.º 8.541/92.

No tocante aos descontos fiscais, cabe ressaltar que decorrem de disposição


constante na Lei nº 8.541 de 23 de dezembro de 1992, artigo 46 e Instrução Normativa nº 2
de 01 de janeiro de 1993, não decorrendo de vontade das partes.

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O recebimento das verbas deferidas sem qualquer desconto fiscal ou
previdenciário propiciará a Reclamante seu enriquecimento ilícito que, certamente, o Poder
Judiciário não dará guarida.

VI. DA EXPEDIÇÃO DE OFÍCIO

Excelência, diante da controvérsia pendente sobre a existência ou não de


vínculo de emprego entre as partes, a Reclamada requer seja expedido ofício para a
Secretaria da Fazenda Municipal, Estadual e Receita Federal para que se verifique se a
empresa do Reclamante, ativa até a presente data, encontra-se regular com os seus tributos,
pois, caso esteja, torna-se inquestionável que se trata de pessoa jurídica regular e efetiva
prestadora de serviços.

VII. DA DEDUÇÃO

Apenas por argumentar, se a Reclamada for condenada em alguma das verbas


pleiteadas pelo Reclamante, que os valores pagos nos comprovantes de pagamento sejam
devidamente compensados, sob pena de bis in idem.

VIII. DA CORREÇÃO MONETÁRIA

Se alguma parcela for deferida, a incidência da correção monetária deverá ser


a partir do 5º dia útil do mês subsequente ao vencido, em conformidade do artigo 459, §1º, da
CLT.

A correção monetária deve ser apurada utilizando-se o índice do mês


subsequente ao da prestação do serviço, conforme tabela própria adotada nesta Região, já
que a mora somente se configura após o vencimento da obrigação, nos termos do Precedente
Jurisprudencial nº 124 da SDI/TST.

IX. DA CONCLUSÃO

A empresa Reclamada, com fulcro art. 7º, XXIX, da CF/88, art. 11, I, da CLT, e
Súmula 308, I, do TST, requer seja reconhecida a prescrição bienal da presente Reclamação
Trabalhista e, consequentemente, a extinção do processo com resolução do mérito, nos
termos do art. 487, II, do CPC.

De igual modo, requer seja acolhida a preliminar e reconhecida a inexistência


de causa de pedir e pedido quanto as multas do art. 467 e 477, §8º, da CLT.

No mérito, se a tanto chegar V. Excelência, a empresa requer seja reconhecida


a prestação de serviços com autonomia e impessoalidade, bem como a regularidade do
contrato de prestação de serviços celebrado entre Reclamante e Reclamada, sendo declarado
o não preenchimento dos requisitos ensejadores do vínculo de emprego e,
consequentemente, a total improcedência dos pedidos iniciais

Se V. Excelência adentrar ao julgamento de mérito quanto as multas do art.

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467 e 477, §8º, da CLT, que seja reconhecida a controvérsia sobre a existência do pleiteado
vínculo de emprego, bem como a total improcedência das referidas multas.

Em juízo de eventualidade, se esse D. Juízo entender pela existência de


vínculo de emprego entre as partes, que reconheça o pedido de demissão do Reclamante e
a improcedência da pretensão de recebimento de aviso prévio de 33 dias e multa de 40%
sobre FGTS, bem como os reflexos pretendidos sobre essas parcelas.

Igualmente, requer seja julgado improcedente o pedido de acúmulo de função,


haja vista que o Reclamante sempre teve total ciência das atividades para qual foi contratado,
sendo que essas não são capazes de ensejar um desiquilíbrio qualitativo ou quantitativo em
suas funções, tampouco exerceu tarefas superiores às suas formas.

Na hipótese de assim não entender V. Excelência, que o adicional por acúmulo


de função seja deferido no percentual de 10%.

Diante da controvérsia quanto a existência do vínculo de emprego, bem como


pela ausência de qualquer prova de dano a ato ilícito praticado pela empresa Reclamada,
essa requer seja julgada inteiramente improcedente a pretensão do Reclamante de receber
indenização por dano moral em decorrência da não anotação de sua CTPS.

Por fim, que V. Excelência julgue inteiramente procedente o pedido


reconvencional e condene o Sr. Adenilson Castro de Couto, ora Reclamante, ao pagamento
de R$17.665,65 (dezessete mil seiscentos e sessenta e cinco reais e sessenta e cinco
centavos) a título de multa contratual e R$7.704,00 (sete mil setecentos e quatro reais) pelo
dano causado ao equipamento da empresa Reclamada, tudo com juros e correção monetária
nos termos do Distrato celebrado.

Diante da controvérsia pendente sobre a existência ou não de vínculo de


emprego entre as partes, a Reclamada requer seja expedido ofício para a Secretaria da
Fazenda Municipal, Estadual e Receita Federal para que se verifique se a empresa do
Reclamante, ativa até a presente data, encontra-se regular com os seus tributos, pois, caso
esteja, torna-se inquestionável que se trata de pessoa jurídica regular e efetiva prestadora de
serviços.

Na hipótese de serem deferidos quaisquer valores ao Reclamante, o que se


admite apenas em respeito ao princípio processual da eventualidade, devem ser deduzidas
as parcelas relativas ao INSS nos termos das Leis 8.212 e 8.213/91, com as modificações
introduzidas pela Lei 8620/93.

E ainda, que seja determinada a retenção, quando do pagamento, dos valores


devidos a título de imposto de renda, observada, ainda, a regra do artigo 6º da Instrução
Normativa SRF 02/93. Da mesma forma, há que se ter em mente que, na eventual hipótese
de se deferir qualquer pleito da inicial, que os índices de atualização monetária só são
exigíveis a partir do mês subsequente ao do débito, e não a partir do mês da referência.

Com efeito, os débitos trabalhistas devem ser atualizados a partir da data do

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16100408010629900000008066245
vencimento da obrigação (vide art. 39 da Lei 3177/91), o que ocorre só no mês subsequente
ao crédito, chamado mês da exigibilidade, já que no mês de referência estes não existiam
ainda.

Por todo o exposto, uma vez demonstrada a total incompatibilidade entre a


demanda proposta e o direito vigente em nosso ordenamento jurídico pátrio, requer a ré a
total improcedência da presente Reclamação Trabalhista, com o posterior arquivamento e
baixa do processo nos registros de distribuição.

Os documentos juntados com a defesa, inclusive os atos constitutivos da


Reclamada, são declarados autênticos pelo signatário da presente nos termos do art. 1º da
lei nº 11.925 de 17 de abril de 2009 que deu nova redação do art. 830, da CLT.

Protestam as Reclamadas por todos os meios de prova em direito admitidos,


notadamente a documental suplementar, pericial, testemunhal e o depoimento pessoal do
autor sob pena de confissão.

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.

Belo Horizonte, 04 de outubro de 2016.

P.p. ___________________________________________
HUMBERTO ROSSETTI PORTELA
OAB/MG nº 91.263

P.p. ___________________________________________
JACKSON MAROPO DE ALENCAR
OAB/MG 143.007

P.p. ___________________________________________
TIAGO VALADARES ANDRADE
OAB/MG 121.490

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16100408064437300000008066351
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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16100408064756900000008066352
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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16100408065097700000008066353
11ª VARA DO TRABALHO DE MANAUS

TERMO DE AUDIÊNCIA RELATIVO AO PROCESSO 0001735-48.2016.5.11.0011

Em 05 de outubro de 2016, na sala de sessões da MM. 11ª VARA DO TRABALHO DE


MANAUS/AM, sob a direção da Exmo(a). Juíza MARIA DA GLORIA DE ANDRADE LOBO, realizou-se
audiência relativa a AÇÃO TRABALHISTA - RITO ORDINÁRIO número 0001735-48.2016.5.11.0011
ajuizada por ADENILSONCASTRO DE COUTO em face de J S EQUIPAMENTOS MEDICOS
HOSPITALAR LTDA- ME. Às 10h50min, aberta a audiência, foram, de ordem da Exmo(a). Juíza do
Trabalho, apregoadas as partes. Presente o autor, acompanhado do(a) advogado(a), Dr(a).
WELLYNGTON DA SILVA E SILVA, OAB nº A422/AM e Dra. ERIKAPAIVA PONCE E SILVA
OAB 10795/AM. Presente o preposto do réu, Sr(a). PABLO RENNER SOUSA DA SILVA,
acompanhado(a) do(a) advogado(a), Dr(a). TIAGO VALADARES ANDRADE, OAB nº 121490/MG.
REJEITADA A 1ª PROPOSTA DE CONCILIAÇÃO. A reclamada apresenta contestação ID 6e2b3f0,
com documentos anexos, que após vistas a parte contrária, não apresentou objeção. INICIADA A
INSTRUÇÃO PROCESSUAL. O RECLAMANTE ARROLA DUAS TESTEMUNHAS. A
RECLAMADA ARROLA DUASTESTEMUNHAS. Qualificada a primeira testemunha ARROLADA
PELO(A) RECLAMANTE, compareceu JOIANEBATISTA DE ALMEIDA, brasileira, solteira,
vendedora, portador do RG nº. 6484995, SSP/PA, residente e domiciliado no(a) Rua marizebarros, nº
3329, Belem/PA. Qualificada a segunda testemunha ARROLADA PELO(A) RECLAMANTE,
compareceu JOAOANTONIOBRANTISDE CARVALHO, brasileiro, solteiro, gerente, portador do RG
nº. 478610026, SSP/SP, residente e domiciliada no(a) Rua Raimundo Assunção Borges, nº 392, Aleixo,
Manaus/AM. Qualificada a primeira testemunha ARROLADA PELO(A) RECLAMADA, compareceu
ANTONIOJOSELOPES DE SOUZA, brasileiro, casado, vendedor, portador do RG nº. 09158685, SSP
/AM, residente e domiciliado no(a) Rua das Passagens, nº 295, jardim Petropolis, Manaus/AM.
Qualificada a segunda testemunha ARROLADA PELO(A) RECLAMADA, compareceu MARIA DE
FATIMANASCIMENTO DOS SANTOS, brasileira, casada, assistente administrativo, portador do RG
nº. 0984501-1, SSP/AM, residente e domiciliado no(a) Avjapura, nº 1596, Praça 14, Manaus/AM.
INTERROGADO, DECLAROU O(A) RECLAMANTE: que confirma os termos da inicial; que
assinou um contrato de prestação de serviços; que o teor do contrato era de representante comercial; que
tinha firma individual; que a empresa pagava R$ 2.000,00 fixos; que o contrato era de representação
comercial de material médico hospitalar; que tirava nota fiscal; que foi obrigado a abrir a firma durante o
periodo em que trabalhava; que começou dia 08/09/11 como pessoa fisica; que em abril de 2013 foi
chamado na empresa para abrir uma empresa para manter o contrato; que nunca foi prometido assinar
CTPS; que sempre recebeu 3% sobre as vendas; que não recebia mais nada; que nunca viu nenhum
empregado de CTPS assinada; que tinha planilha de vendas; que mesmo se não vendesse nada recebia os
R$ 2.000,00; que a empresa ajudava com R$ 300 para combustivel; que o carro era proprio do
reclamante; que eram mais 3 vendedores; que acha que tinham funcionarios com CTPS assinada na parte
administrativa; que deixou de prestar serviços na empresa 01/09/2014; que fez o acerto de contas na
empresa 1 mês depois em torno de outubro de 2014; que não recebeu nada nesse acerto; que a
informação dada pela empresa é que não recebeu nada por desconto de multa rescisoria; que foi chamado
em uma sala e a empresa disse que não queria mais os serviços do reclamante; que depois disso não foi
mais. NADA MAIS. ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A), DO(A) RECLAMANTE,
RESPONDEU: que não se lembra a data exata quando entrou na empresa como pessoa física; que alem
da venda também tinha que fazer visitas médicas, separar material, fazer contagem, levar o material,
instrumentava cirurgia, acompanhar a cirurgia, lavar o material depois da cirurgia, e voltar com o
material; que isso não era função dos representantes comerciais; que a empresa não tinha essa figura de
instrumentador. NADA MAIS. ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A), DO(A) RECLAMADO(A),
RESPONDEU: que não sabe a data exata que fez o pedido de rescisão; que tinha escala de trabalho; que
trabalhava de 08:00 as 18:00; que chegava na empresa 08:00 e tinha que voltar as 18:00; que nunca foi

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16100514105828900000008087601
punido por faltas; que a empresa continua ativa; que não emite mais nota para o mesmo setor; que
trabalha para outra empresa do mesmo ramo; que a empresa é MEDIC SISTER; que havia fiscalização e
cobrança pela dona da empresa dona Jaqueline; que os clientes eram indicados pelo reclamante; que os
R$ 2.000,00 que estavam no contrato eram clausula do contrato que condicionava um numero mínimo de
visitas; que tinha a dona Jaqueline que fazia a supervisão. NADA MAIS. INTERROGADO,
DECLAROU O PREPOSTO DA RECLAMADA: que confirma os termos da contestação; que não
havia ninguem na empresa com CTPS assinada para fazer esse acompanhamento nos hospitais; que cada
médico possui instrumentador cirurgico; que o reclamante não fazia esse papel de instrumentador
cirurgico. NADA MAIS. ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A), DO(A) RECLAMADO(A),
RESPONDEU: NÃO HOUVE. ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A), DO(A) RECLAMANTE,
RESPONDEU: NÃO HOUVE. Apregoada a primeiratestemunha arrolada pelo reclamante, qualificada
acima. O patrono da reclamada apresenta contradita em relação a testemunha tendo em vista que a
mesma tem interesse na causa, tendo em vista que tem processo contra a empresa ora reclamada, o que é
indeferido pelo Juízo, sob os protestos do patrono da reclamada. Aos costumes nada disse. Advertida e
compromissada. INQUIRIDA, RESPONDEU: que era aux administrativo; que trabalhava das 08:00 as
18:00; que o reclamante era vendedor; que o reclamante começou a trabalhar em 2011 mas não sabe o
dia; que o reclamante recebia 2 mil reais mais comissão de 3% nas vendas; que o reclamante não tinha
CTPS assinada; que só tinha o reclamante como vendedor; que o reclamante trabalhava a partir das 08:
00, quando ele chegava na empresa; que o trabalho do reclamante era externo; que o reclamante voltava
as 16:00 para a empresa; que o reclamante acompanhava cirurgias; que o reclamante tinha 40 min de
almoço; que o reclamante nunca almoçou na empresa. NADA MAIS. ÀS PERGUNTAS DO(A)
PATRONO(A) DO(A) RECLAMANTE, RESPONDEU: que o reclamante fazia outros serviços, como
separar material e entregar no hospital; que o reclamante instrumentava; que nunca acompanhou o
reclamante fazendo instrumentação; que instrumentar é auxiliar o cirurgiao no ato cirurgico; que o
reclamante é enfermeiro e tem formação para isso; que a empresa abriu uma pessoa jurídica em nome do
reclamante; que sabe disso pois cuida da parte administrativa; que a parte fiscal era feita pela dona
Jaqueline; que a parte fiscal da empresa do reclamante era feita pelo contador da reclamada sr Aluisio.
NADA MAIS. ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A) DO(A) RECLAMADA, RESPONDEU: que
depois que o reclamante parou de trabalhar para a reclamada não sabe se foi dado baixa na empresa do
mesmo; que no inicio o reclamante não tinha que apresentar notal fiscal; que o reclamante teve que emitir
notas fiscais; que a dona Jaqueline demitiu o reclamante; que a empresa não tinha ponto por isso o
reclamante não tinha que assinar; que a empresa não tem gerente de vendas, só a proprietária que faz
isso; que reside em Belém; que não foi o reclamante que pagou a viagem da depoente. NADA MAIS.
Pela ordem, o reclamante requer a desistência da oitiva de sua segunda testemunha, o que é deferido pelo
Juízo, sem objeções. Apregoada a primeiratestemunha arrolada pelo reclamado, qualificada acima. O
patrono do reclamante apresenta contradita em relação a testemunha tendo em vista que a mesma tem
interesse na causa pois é amigo íntimo do reclamante, o que é indeferido pelo Juízo, sob os protestos do
patrono do reclamante. Aos costumes nada disse. Advertida e compromissada. INQUIRIDA,
RESPONDEU: que foi contratado na empresa em setembro de 2012 por 3 meses a titulo de experiencia;
que foi indicado pelo reclamante; que foi contratado para vendedor; que foi contratado como
representante comercial; que assinou o contrato em janeiro de 2013; que recebia comissão; que recebeu
as verbas dos 3 meses de experiencia; que depois disso passou a receber por comissão; que abriu uma
empresa a pedido da reclamada; que tinha ajuda de custo de R$ 1000,00 e mais as comissões de 3%; que
não sabe quanto era a ajuda de custo do reclamante, mas ele recebia 3% de comissão; que não recebia
300,00 de combustível; que tinha que prestar contas das vendas senão não recebia; que prestava contas
no setor de contabilidade e o dinheiro era depositado em conta;que todos os vendedores eram assim; que
eram 3 vendedores ao todo; que todos eram contrato; que iam nas clinicas fazer visitas e levavam o
material; que os médicos solicitavam os materiais para a cirurgia; que dá suporte tecnico para a equipe
médica; que tinha que entrar na sala de cirurgia para ligar os equipamentos para dar suporte para o
médico; que quando acabava a cirurgia recolhia o material e ia embora. NADA MAIS. ÀS
PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A) DO(A) RECLAMADA, RESPONDEUque ninguem nunca foi
punido por falta; que o reclamante pediu para sair; que não há controle de jornada. NADA MAIS. ÀS
PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A) DO(A) RECLAMANTE, RESPONDEU: que outro vendedor
pode substituir o depoente desde que seja da mesma linha; que poderia vender outros produtos; que
poderia vender outros produtos para concorrentes desde que outro tipo de produtos; que alguns médicos
levam o instrumentador proprio; que as vezes o reclamante entrava para auxiliar o médico; que isso era

Assinado eletronicamente por: MARIA DA GLORIA DE ANDRADE LOBO - 05/10/2016 14:39:04 - dc428fb
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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16100514105828900000008087601
para melhorar e ampliar o contato com o medico; que na sala de cirurgia já tinha instrumentador; que isso
era relação médico-vendedor; que o reclamante é formado em enfermeiro. SEM MAIS. Pela ordem, a
reclamada requer a dispensa da oitiva da segunda testemunha arrolada, o que é deferido pelo Juízo, sem
objeções. Não havendo mais provas a serem produzidas, declaro encerrada a instrução processual.
ALEGAÇÕES FINAIS PELO RECLAMANTE: Da instrução processual foi possível identificar que
de fato a empresa reclamada tentou mascarar a relação empregatícia quando por sua vez depois de mais
de 1 ano de trabalho chamou seu contador para formalizar pessoa jurídica com o único objetivo de
fraudar o fisco bem como a legislação trabalhista e previdenciária. Ressalte-se que sequer houve a
formalização de contrato de trabalho entre as partes vindo tal vinculo somente ocorrer após as atividades
laborativas tal atitude tem sido estancada pela Jurisprudencia do nosso país no sentido de afastar a atitude
criminosa daqueles que visam burlar a legislação vigente. Foi possivel ainda esclarecer que a reclamada
aproveitou-se dos conhecimentos tecnicos do reclamante logo que tomou conhecimento que o mesmo
possuia formação de enfermeiro passando a partir daí exigir outras tarefas para as quais não foi
contratado, especialmente a atividade de instrumentador cirurgico confirmado pela testemunha do
reclamante, ratificado pela da reclamada que por sua vez ainda afirmou na presença deste juizo que tinha
pleno conhecimento da formação de enfermeiro do reclamante. Diante do conjunto probatório não restam
duvidas que o objetivo da empresa era sim afastar o vinculo de emprego por essas razões considerando a
prova documental juntada e os depoimentos das partes requer a total procedencia da ação para deferir o
vinculo empregaticio nos termos dos art. 2º e 3º da CLT. Nestes termos pede deferimento.
ALEGAÇÕES FINAIS PELA RECLAMADA: Primeiramente suscita-se a prescrição da presente
demanda tendo em vista que o proprio reclamante pediu a rescisão de seu contrato de prestação de
serviço 2 anos antes do ajuizamento da presente demanda alem disso quanto ao mérito o ônus da prova
do vinculo de emprego era do reclamante e isso não restou comprovado seja pela prova documental ou
testemunhal. não havia subordinação e tambem qualquer tipo de jornada de trabalho sendo que toda
remuneração era paga conforme contrato mediante expedição de nota fiscal. não se comprovou em
momento nenhum que a empresa do reclamante foi aberta pela reclamada sendo que tal fato só se
comprova mediante prova documental alem disso a empresa do reclamante continua aberta após a
rescisao do contrato de trabalho prova essa que não há relacao entre a empresa e a prestação de serviço
do reclamante. SEM MAIS.REJEITADA A 2ª PROPOSTA DE CONCILIAÇÃO. Fica suspensa a
presente audiência e designado o dia 14/10/2016 para leitura e publicação da sentença. Cientes as partes.
E, para constar, foi lavrado o presente termo.

MARIA DA GLORIA DE ANDRADE LOBO

Juíza do Trabalho

Ata redigida por PAULA OLIVEIRA COSTA ALVES, Secretário(a) de Audiência.

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16100514105828900000008087601
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 11ª REGIÃO
11ª Vara do Trabalho de Manaus
RTOrd 0001735-48.2016.5.11.0011
AUTOR: ADENILSON CASTRO DE COUTO
RÉU: J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR LTDA - ME

SENTENÇA

Em 14/10/2016

Processo n. 0001735-48.2016.5.11.0011

Reclamante: ADENILSON CASTRO DE COUTO

Reclamada: J S EQUIPAMENTOS MÉDICOS HOSPITALAR LTDA -ME

Data da autuação: 20/08/2016 Rito Ordinário

Objeto: Conforme consta da inicial.

Aberta a audiência, na presença da Excelentíssima Doutora MARIA DA GLÓRIA DE ANDRADE


LOBO, Juíza do Trabalho Titular da Décima Primeira Vara do Trabalho de Manaus, passou, após análise
dos autos, a proferir a seguinte decisão:

RELATÓRIO

ADENILSON CASTRO DE COUTO, devidamente qualificado, ajuizou reclamação trabalhista em 20/08


/2016, em face de J S EQUIPAMENTOS MÉDICOS HOSPITALAR LTDA -ME também devidamente
qualificada. Alega que foi contratada pela Reclamada em 08/09/2011 e dispensado em 01/09/2014, por
esses e outros fatos que declina na inicial pleiteia pagamento de diferenças salariais decorrentes de
acúmulo de função, dentre outros pedidos elencados na inicial. Instrui a inicial com documentos.

Atribuído à causa o valor de R$ 723.244,27.

A Reclamada apresenta defesa escrita id. 6e2b3f0, com prejudicial de prescrição, no mérito pugna pela
improcedência total do pleito do Reclamante.

Conciliação rejeitada.

Produção de prova oral, encerrando-se a instrução processual.

Razões finais orais remissivas.

Rejeitada a proposta final de conciliação.

É o relatório. Passo a decidir.

FUNDAMENTAÇÃO

DA INÉPCIA DA INICIAL

Indefiro.A inicial contempla os requisitos mínimos para que se afigure como peça apta à deflagração da
demanda trabalhista, quais sejam: partes, pedido e causa de pedir.

Assinado eletronicamente por: MARIA DA GLORIA DE ANDRADE LOBO - 14/10/2016 07:24:05 - e34a027
https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16100607334480800000008093589
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16100607334480800000008093589
DA PRESCRIÇÃO BIENAL

Indefiro.Consoante se depreende dos autos, o Reclamante ingressou com reclamatória trabalhista no


biênio subsequente à ruptura da relação contratual de trabalho havida entre as partes.

MÉRITO

DA NATUREZA DO CONTRATO FIRMADO ENTRE AS PARTES. DO ACÚMULO DE FUNÇÃO.

O Reclamante suscita tese de nulidade do pacto firmado entre as partes, com vistas a fraudar lei
imperativa. A Reclamada, a seu turno, aduz que desde o seu nascedouro a relação havida entre as partes
era comercial, portanto não afeta ao regramento celetista.

Analiso.

A definição do contrato individual de trabalho é dada pela CLT, no art. 442, e é um acordo que pode
ser feito de forma verbal ou tácito, escrito ou expresso* e que trata das relações de emprego, entre
empregado e empregador. Há, portanto, um vínculo empregatício, que é a relação entre ambas as partes,
definida por meio de um contrato de trabalho que mostra a prestação dos serviços que serão oferecidos à
empresa.

Além disso, para a realização das atividades, o indivíduo precisará da Carteira de Trabalho, um dos
principais documentos que constarão as atividades realizadas profissionalmente por um trabalhador.

*Tácito ou Verbal- É o tipo de acordo feito com base na confiança entre empregado e empregador e não
há um documento para comprová-lo;

Escrito ou Expresso- É o acordo representado pelo contrato de trabalho que deverá conter todas as
obrigações e deveres de empregado e empregador. As cláusulas do contrato não devem ser contrárias à
Constituição, a CLT ou às regras coletivas.

De outro giro, a representação comercial é disciplinada pela Lei n° 4.886, de 9 de dezembro de 1965,
alterada pela Lei n° 8.420, de 8 de maio de 1992. Trata-se de contrato típico, estando os direitos e
obrigações das partes disciplinados de forma específica na lei. A vulnerabilidade do representante,
decorrente da sua função de criador, consolidador ou ampliador de mercado, conforme visto, foi
reconhecida pelo legislador, que estabeleceu regras de proteção em decorrência da extinção contratual e
respectiva perda do mercado.

A definição legal está expressa no art. 1° da Lei n° 4.886/1965:

"Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de
emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a
realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para transmiti-los aos representados,
praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios."

A análise do art. 1° permite reunir os elementos necessários para a configuração do contrato de


representação comercial. O primeiro aspecto refere-se à pessoa do representante comercial. De acordo
com a lei, pode ser pessoa física ou pessoa jurídica. A pessoa física corresponde ao empresário
individual, que explora a atividade econômica sem sócios, na forma do art. 966 do Código Civil de 2002.
A pessoa jurídica é a sociedade empresária (art. 982, CC 2002), que normalmente adota a forma de
Sociedade Limitada.

A não eventualidade constitui traço marcante do contrato de representação. O art. 1° o define como uma
relação jurídica "não eventual", afastando da sua caracterização as contratações que tenham por objetivo
apenas um único negócio ou evento. Quando o ato de mediação de negócio mercantil for isolado, não se
pode falar em representação comercial.

Assinado eletronicamente por: MARIA DA GLORIA DE ANDRADE LOBO - 14/10/2016 07:24:05 - e34a027
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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16100607334480800000008093589
Ao definir o contrato de representação comercial, o legislador afasta a relação de emprego entre o
representante e o representado, confirmando a natureza empresarial do contrato. Na efetiva relação
contratual entre as partes não se encontra o traço característico do vínculo empregatício. Para Arnaldo
Süssekind e Délio Maranhão "fere, sem dúvida, o direito afirmar-se a relação de emprego quando o
contrato de representação atender aos requisitos da Lei n° 4.886"

Por outro lado, se o contrato de representação for utilizado de forma simulada, para encobrir uma relação
de emprego existente entre as partes, onde prevalece a subordinação pessoal e os demais requisitos da
relação de emprego, a Justiça do Trabalho aplica o princípio da primazia da realidade e reconhece o
vínculo trabalhista, existindo inúmeras decisões dos tribunais brasileiros nesse sentido.

O representante atua "por conta de uma ou mais pessoas", ou seja, desempenha suas funções sempre de
acordo com as orientações do representado, não age por conta própria. Verifica-se aqui a subordinação
típica do contrato de representação, mas, não se trata de subordinação de natureza pessoal, que implica
direção dos serviços a serem prestados. O representante está subordinado às instruções definidas pelo
representado, desenvolvendo suas funções de acordo com as orientações sobre as condições dos negócios
oferecidos, como preços, prazos de pagamento, prazo de entrega, entre outras. Vale lembrar que essa
subordinaçãoexistente entre os contratantes está presente em todo contrato de colaboração empresarial.

Impende nesta senda processual, valorar as provas produzidas na audiência una, a fim de se identificar
qual a natureza do contrato firmado entre as partes, se natureza trabalhista ou cível.

Declarou o Reclamante:

(...) que assinou um contrato de prestação de serviços; que o teor do contrato era de representante
comercial; que tinha firma individual; que a empresa pagava R$ 2.000,00 fixos; que o contrato era de
representação comercial de material médico hospitalar; que tirava nota fiscal; que foi obrigado a abrir
a firma durante o periodo em que trabalhava; que começou dia 08/09/11 como pessoa fisica; que em
abril de 2013 foi chamado na empresa para abrir uma empresa para manter o contrato; que nunca foi
prometido assinar CTPS; que sempre recebeu 3% sobre as vendas; que não recebia mais nada; que
nunca viu nenhum empregado de CTPS assinada; que tinha planilha de vendas; que mesmo se não
vendesse nada recebia os R$ 2.000,00; que a empresa ajudava com R$ 300 para combustivel; que o
carro era proprio do reclamante; que eram mais 3 vendedores; que acha que tinham funcionarios com
CTPS assinada na parte administrativa; que deixou de prestar serviços na empresa 01/09/2014; que fez
o acerto de contas na empresa 1 mês depois em torno de outubro de 2014; que não recebeu nada nesse
acerto; que a informação dada pela empresa é que não recebeu nada por desconto de multa rescisoria;
que foi chamado em uma sala e a empresa disse que não queria mais os serviços do reclamante; que
depois disso não foi mais.

(...) que não se lembra a data exata quando entrou na empresa como pessoa física; que alem da venda
também tinha que fazer visitas médicas, separar material, fazer contagem, levar o material,
instrumentava cirurgia, acompanhar a cirurgia, lavar o material depois da cirurgia, e voltar com o
material; que isso não era função dos representantes comerciais; que a empresa não tinha essa figura de
instrumentador.

(...) que não sabe a data exata que fez o pedido de rescisão; que tinha escala de trabalho; que
trabalhava de 08:00 as 18:00; que chegava na empresa 08:00 e tinha que voltar as 18:00; (...) que
nunca foi punido por faltas; que a empresa continua ativa; que não emite mais nota para o mesmo setor;
que trabalha para outra empresa do mesmo ramo; que a empresa é MEDIC SISTER; que havia
fiscalização e cobrança pela dona da empresa dona Jaqueline; que os clientes eram indicados pelo
reclamante; que os R$ 2.000,00 que estavam no contrato eram clausula do contrato que condicionava
um numero mínimo de visitas; que tinha a dona Jaqueline que fazia a supervisão

Para o reconhecimento do contrato de trabalho é indispensável a presença dos seguintes elementos:


habitualidade, onerosidade, subordinação jurídica e pessoalidade. O empregado deve ser pessoa física,
admite-se apenas o empregador na condição de pessoa jurídica.

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16100607334480800000008093589
Do depoimento prestado pelo Reclamante, em tese, é possível extrair alguns elementos relativos ao
contrato de trabalho, tais como: onerosidade ( pagamento de valores independente de vendas),
subordinação jurídica ( auferida por meio do controle de jornada) e habitualidade.

Quanto à pessoalidade, necessário identificar se efetivamente a constituição de pessoa jurídica se deu


com o fim de burlar a Consolidação Trabalhista, ou se efetivamente estamos diante de um contrato de
representação comercial.

O preposto da Reclamada afirmou que o Reclamante não desempenhava o papel de instrumentador,


porquanto cada médico indicava o da sua preferência.

Ao cotejar os depoimentos prestados tanto pela testemunha do Reclamante quanto da Reclamada,


concluo que a pretensão autoral quanto à existência de contrato de trabalho sagrou-se vitoriosa. Impende
reproduzir os mencionados depoimentos dispostos na ata de audiência:

A primeira testemunha arrolada pelo reclamante (...) que era aux administrativo; que trabalhava das 08:
00 as 18:00; que o reclamante era vendedor; que o reclamante começou a trabalhar em 2011 mas não
sabe o dia; que o reclamante recebia 2 mil reais mais comissão de 3% nas vendas; que o reclamante não
tinha CTPS assinada; que só tinha o reclamante como vendedor; que o reclamante trabalhava a partir
das 08:00, quando ele chegava na empresa; que o trabalho do reclamante era externo; que o reclamante
voltava as 16:00 para a empresa; que o reclamante acompanhava cirurgias; que o reclamante tinha 40
min de almoço; que o reclamante nunca almoçou na empresa. (...) que o reclamante fazia outros
serviços, como separar material e entregar no hospital; que o reclamante instrumentava; que nunca
acompanhou o reclamante fazendo instrumentação; que instrumentar é auxiliar o cirurgiao no ato
cirurgico; que o reclamante é enfermeiro e tem formação para isso; que a empresa abriu uma pessoa
jurídica em nome do reclamante; que sabe disso pois cuida da parte administrativa; que a parte fiscal
era feita pela dona Jaqueline; que a parte fiscal da empresa do reclamante era feita pelo contador da
reclamada sr Aluisio.

(...) que depois que o reclamante parou de trabalhar para a reclamada não sabe se foi dado baixa na
empresa do mesmo; que no inicio o reclamante não tinha que apresentar notal fiscal; que o reclamante
teve que emitir notas fiscais; que a dona Jaqueline demitiu o reclamante; que a empresa não tinha ponto
por isso o reclamante não tinha que assinar; que a empresa não tem gerente de vendas, só a proprietária
que faz isso; que reside em Belém; que não foi o reclamante que pagou a viagem da depoente.

A primeira testemunha arrolada pelo reclamado: (...) que foi contratado na empresa em setembro de
2012 por 3 meses a titulo de experiencia; que foi indicado pelo reclamante; que foi contratado para
vendedor; que foi contratado como representante comercial; que assinou o contrato em janeiro de 2013;
que recebia comissão; que recebeu as verbas dos 3 meses de experiencia; que depois disso passou a
receber por comissão; que abriu uma empresa a pedido da reclamada; que tinha ajuda de custo de R$
1000,00 e mais as comissões de 3%; que não sabe quanto era a ajuda de custo do reclamante, mas ele
recebia 3% de comissão; que não recebia 300,00 de combustível; que tinha que prestar contas das
vendas senão não recebia; que prestava contas no setor de contabilidade e o dinheiro era depositado em
conta;que todos os vendedores eram assim; que eram 3 vendedores ao todo; que todos eram contrato;
que iam nas clinicas fazer visitas e levavam o material; que os médicos solicitavam os materiais para a
cirurgia; que dá suporte tecnico para a equipe médica; que tinha que entrar na sala de cirurgia para
ligar os equipamentos para dar suporte para o médico; que quando acabava a cirurgia recolhia o
material e ia embora

(...) que ninguem nunca foi punido por falta; que o reclamante pediu para sair; que não há controle de
jornada.

(...) que outro vendedor pode substituir o depoente desde que seja da mesma linha; que poderia vender
outros produtos; que poderia vender outros produtos para concorrentes desde que outro tipo de
produtos; que alguns médicos levam o instrumentador proprio; que as vezes o reclamante entrava para

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
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auxiliar o médico; que isso era para melhorar e ampliar o contato com o medico; que na sala de
cirurgia já tinha instrumentador; que isso era relação médico-vendedor; que o reclamante é formado em
enfermeiro

Verifico que a constituição de pessoa jurídica tanto pelo Autor quanto pelas testemunhas se deu por
imposição da Reclamada, que com o claro intuito de diminuir sua carga tributária, bem como de não
pagar os direitos trabalhistas se utilizavam de contrato de representação comercial, quando na verdade
estas pessoas desempenhavam labor afeto à atividade fim da empresa, com habitualidade, onerosidade,
subordinação jurídica e pessoalidade. Presentes os requisitos dos arts. 2º e 3º da CLT.

O fato da pessoa jurídica continuar ativa não desnatura a existência de contrato de trabalho firmado,
ainda que forma tácita, pelas partes.

De outro giro, no que tange ao acúmulo de função o Autor não obteve êxito quanto à sua ocorrência,
posto que embora o Reclamante tenha graduação em enfermagem, ficou provado na instrução processual
que tal atividade era desempenhada por profissionais indicados pelos médicos.

Pelas razões expostas, julgo parcialmente o pleito para o fim de condenar a Reclamada ao pagamento
das verbas rescisórias, em face do reconhecimento do vínculo empregatício:

Saldo de salário - 30 dias 29.696,94

Aviso Prévio 33 dias 32.666,63

13º Salário 4/12 avos de 2011 9.898,98

13º salário 2012 29.696,94

13º salário 2013 29.696,94

13 salário prop. 10/12/2014 19.797,96

Férias + 1/3 2011/2012 em dobro 79.172,04

Férias + 1/3 2012/2013 39.496,93

Férias Prop. + 1/3 10/12 2014 26.331,29

FGTS (08/09/2011 à 01/09/2014) 61.167,78

Multa de 40% 24.467,11

DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

Com lastro na jurisprudência firme acerca do tema, indefiro o pedido de indenização por danos morais,
cujo fato gerador apontado diz respeito à ausência de anotação na CTPS.

Da leitura da inicial, não resta evidenciado qual prejuízo fora suportado pelo Obreiro em decorrência da
omissão patronal. Nesse diapasão, impõe-se asseverar que não há presunção de prejuízo.

"AUSÊNCIA DE ANOTAÇÃO DA CTPS. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.


INEXISTÊNCIA. A mera ausência de anotação da CTPS não gera indenização por danos morais."
Disponibilização no DEJT: 16/12/2015.

TRT - RO-0011379-06.2014.5.18.0006-Rel (a) Des (a) Kathia Maria Bomtempo de Albuquerque, 1ª


Turma,Disponibilização no DEJT: 02/04/2016.

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16100607334480800000008093589
TRT - PJE - RO - 0011793-83.2014.5.18.0012 - Rel. Desor. Eugênio José Cesário Rosa, 1ª Turma,
Disponibilização no DEJT: 18/03/2016.

TRT - RO - 0011274-92.2015.5.18.0006 - Rel. Juiz Celso Moredo Garcia, 1ª Turma, Disponibilização


no DEJT: 20/05/2016.

TRT - RO-0010032-04.2014.5.18.0081 - Rel. Des. Daniel Viana Júnior, 2ª Turma, Disponibilização no


DEJT: 16/03/2016.

TRT - RO - 0011689-21.2014.5.18.0003 - Rel. Des. Elvecio Moura dos Santos, 3ª Turma,


Disponibilização no DEJT: 13/04/2016.

TRT - AIRO - 0010779-07.2015.5.18.0052 - Rel. Des. Gentil Pio de Oliveira, 4ª Turma,


Disponibilização no DEJT: 08/06/2016.

TRT - RO-0010215-88.2014.5.18.0011 - Rel (a) Des (a) Iara Teixeira Rios, 4ª Turma, Disponibilização
no DEJT: 18/10/2014.

TRT-RO-0010541-97.2013.5.18.0006 - Rel. Des. Gentil Pio de Oliveira, 1ª Turma, Disponibilização no


DEJT: 12/04/2014.

TRT-RO-0010879-93.2014.5.18.0052 - Rel. Juíza Marilda Jungmann Gonçalves Daher, 2ª Turma,


Disponibilização no DEJT: 14/02/2015.

TRT-RO-0010642-73.2014.5.18.0015- Rel. Juiz Luciano Santana Crispim, 2ª Turma, Disponibilização


no DEJT: 23/04/2014.

TRT-RO-0011058-87.2013.5.18.0011 - Rel. Des. Daniel Viana Júnior, 2ª Turma, Disponibilização no


DEJT: 18/10/2014.

Dessarte, dada a inexistência de violação dos arts. 186 do CCB e 5º da CR, improcedente pleito de
indenização por danos morais.

DAS COMUNICAÇÕES JUDICIAIS

Observe a Secretaria que todas as comunicações judiciais (citações, intimações e notificações) devem ser
efetivadas em nome do(s) advogado(s) eventualmente indicado(s) na inicial, contestação ou em petição
específica e, se postais, no endereço porventura declinado, de modo a evitar futuras arguições de nulidade
processual, conforme Súmula 427 do C. TST.

DA IMPUGNAÇÃO AOS DOCUMENTOS

A impugnação meramente formal não deve prevalecer, tendo em vista os princípios da informalidade e
instrumentalidade do processo do trabalho. O valor probante dos documentos será avaliado pelo Juízo no
momento oportuno, em cotejo com as demais provas produzidas. Ademais, a atual redação do Artigo 830
CLT autoriza que o documento em cópia seja declarado autentico pelo advogado, sob pena de sua
responsabilidade pessoal. Por essas razões, rejeito eventuais impugnações nesse sentido.

JUSTIÇA GRATUITA

Preenchidos os requisitos do Artigo 790, § 3º CLT, mostra-se imperativa a concessão dos benefícios da
justiça gratuita. De acordo com referido dispositivo, basta que a parte afirme não ter condições de arcar
com as despesas processuais sem prejuízo do sustento de sua família ou se encontre desempregado ou
perceba até dois salários-mínimos, sendo que esta duas últimas já configuram a presunção do estado de
necessidade. Defiro.

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16100607334480800000008093589
JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA

Juros de Mora de 1% ao mês, desde o ajuizamento da ação, nos termos do artigo 883 da CLT e súmula
200 do TST. Correção Monetária desde o vencimento da obrigação, nos termos do artigo 459 da CLT c/c
o artigo 39, §1º, da Lei 8.177/91 e Súmula 381 do C. TST, exceto para os incidentes na eventual
condenação em indenização por danos morais, que deve observar a Súmula 439 do C. TST.

Indefiro eventual requerimento da ré no sentido de que a correção só incida a partir do 5º dia útil do mês
subseqüente, haja vista que o termo inicial é a partir do 1º dia, sendo que a previsão do §1º, do artigo 459
da CLT trata-se da tolerância legal máxima permitida para pagamento do salário quando da execução do
contrato de emprego.

DOS RECOLHIMENTOS DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS E DO IMPOSTO DE


RENDA

Contribuição Previdenciária calculada mês a mês, sobre as parcelas de natureza salarial, nos termos dos
artigos 20 e 28 da Lei 8.212/91. Imposto de Renda também calculado mês a mês, nos termos do artigo 12-
A da Lei 7.713/88 e IN 1127/2011 da SRFB, observada, ainda, a OJ 400 da SBDI-1 do TST.

No caso de indenização por dano moral, observar as diretrizes estabelecidas nas Súmulas 3 e 6 do E.
TRT da 11ª Região.

A responsabilidade pelos recolhimentos das contribuições fiscais é da reclamada, facultada a retenção


/dedução da parte devida pelo reclamante - OJ 363 da SBDI-1, e observados os termos da Súmula 368 do
C. TST.

III - DISPOSITIVO

Isto posto, e considerando tudo mais que dos autos consta, resolvo: rejeitar as preliminares, deferir à
reclamante os benefícios da justiça gratuita; para, no mérito propriamente dito, JULGAR
PROCEDENTE, EM PARTE,os pedidos para condenar a reclamada J S EQUIPAMENTOS
MÉDICOS HOSPITALAR LTDA -ME a pagar a ADENILSON CASTRO DE COUTO, no prazo de oito
dias a contar do trânsito em julgado, acrescidos de juros de mora e correção monetária, observados os
limites traçados na fundamentação supra, parte aqui integrante, os seguintes títulos:

Saldo de salário - 30 dias 29.696,94

Aviso Prévio 33 dias 32.666,63

13º Salário 4/12 avos de 2011 9.898,98

13º salário 2012 29.696,94

13º salário 2013 29.696,94

13 salário prop. 10/12/2014 19.797,96

Férias + 1/3 2011/2012 em dobro 79.172,04

Férias + 1/3 2012/2013 39.496,93

Férias Prop. + 1/3 10/12 2014 26.331,29

FGTS (08/09/2011 à 01/09/2014) 61.167,78

Multa de 40% 24.467,11

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16100607334480800000008093589
Defiro a imposição de obrigação de fazer à Reclamada relativa à assinatura e baixa da CTPS, conforme
fundamentação supra.

Improcedentes os demais pleitos. Tudo nos termos da fundamentação. Custas pela reclamada, no valor de
R$ 2.000,00 , calculadas sobre o valor da condenação de R$ 100.000,00, na forma do Artigo 789 da
CLT. Partes cientes. Nada mais.

MARIA DA GLÓRIA DE ANDRADE LOBO

Juíza do Trabalho

MANAUS, 14 de Outubro de 2016

MARIA DA GLORIA DE ANDRADE LOBO


Juiz(a) do Trabalho Titular

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16100607334480800000008093589
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 11ª VARA DO TRABALHO DA
COMARCA DE MANAUS/AM.

PROCESSO Nº. 0001735-48.2016.5.11.0011

J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR LTDA - ME, já


qualificada nos autos da reclamatória trabalhista em epígrafe, retorna
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por seu advogado infra-
assinado, com fulcro no artigo 897-A da CLT, para opor tempestivamente os
presentes

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:

DA NOTIFICAÇÃO/CITAÇÃO/INTIMAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS


Inicialmente requer a Reclamada, na forma da Súmula nº. 427 do C. TST,
que as intimações dos atos processuais sejam feitas em nome do
procurador HUMBERTO ROSSETTI PORTELA, brasileiro, advogado inscrito na
OAB/MG sob no nº 91.263, com escritório profissional na Avenida Raja Gabaglia,
1686, 3° andar, Gutierrez, Belo Horizonte-MG, CEP; 30.441-194, sob pena de
nulidade.
SÍNTESE DA DEMANDA

O Embargado propôs reclamação trabalhista em face da Embargante


requerendo, em síntese, o reconhecimento de vínculo empregatício, de acúmulo
de função e pagamento de dano moral. A ação foi julgada parcialmente
procedente no sentido de reconhecer o vínculo empregatício e negar o
deferimento do acúmulo de função e dano moral pleiteados, contudo, referida
decisão não merece prosperar, pois OMISSA em alguns pontos. Senão vejamos:
1

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16102013134440100000008229893
OMISSÕES DA DECISÃO

 INICIATIVA DA RESCISÃO CONTRATUAL

A Embargante, em sede de Contestação, juntou documento


denominado “Pedido de Rescisão do Contrato de Representação” (ID f849680)
onde o Embargado, no dia 03/08/2014, manifestou seu interesse em não mais
prosseguir no desempenho de suas atividades de representação. Tanto isso é
verdade que na audiência realizada o Embargado afirmou:

“ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A), DO(A)


RECLAMADO(A), RESPONDEU: que não sabe a data exata
que fez o pedido de rescisão;” (Destaques nossos).

Não obstante, afirmou a testemunha apresentada pela empresa:

“ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A) DO(A)


RECLAMADA, RESPONDEU que ninguém nunca foi punido
por falta; que o reclamante pediu para sair;” (Destaques
nossos).

Aliado a isso foi requerido taxativamente em defesa que na


eventualidade de se reconhecer o vínculo empregatício, fosse reconhecido o
pedido de demissão do Reclamante e que o mesmo fosse considerado litigante
de má-fé por omitir essa informação do Juízo, alterando a verdade dos fatos.
Ocorre que este juízo não se manifestou a respeito dessa situação e
condenou a Embargada a pagar verbas rescisória na modalidade de demissão
por iniciativa do Empregador.

 VALOR SALARIAL

A Embargante, ainda em sede de defesa, deixou claro que a


remuneração do Embargado era composta de parte fixa no valor de R$2.000,00
(dois mil reais) mais comissões no importe de 3% sobre as vendas realizadas.
Logo, pleiteou que se caso o vínculo de emprego do Reclamante com a empresa
Reclamada fosse reconhecido, que não se utilizasse como base de cálculo de

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Número do documento: 16102013134440100000008229893
todas as verbas trabalhistas e rescisórias o valor da maior remuneração, mas sim
a média anual das remunerações pagas pela empresa, afinal, repita-se, a
remuneração, em sua maior parte era variável.
Ocorre que este juízo novamente não se manifestou a respeito.

 SALDO DE SALÁRIO

A Embargante comprovou em sua defesa não existir saldo de salário a


ser pago, pois nos termos da NFS-e nº 17, competência 9/2014, referente à
prestação de serviços no mês de julho de 2014, o valor total da nota fiscal é de
R$29.696.94 (vinte e nove mil seiscentos e noventa e seis reais e noventa e
quatro centavos), valor esse pretendido pelo Reclamante como saldo de salário.
Entretanto, como se pode observar nos documentos de ID c0af43c -
Pág. 4 e c0af43c - Pág. 2, juntados pela Embargante, a referida quantia foi
devidamente quitada pela empresa em duas parcelas, a primeira no valor de
R$15.000,00 (quinze) mil reais em 07/08/2014 e a segunda no valor de
R$14.696,94 em 25/08/2014, totalizando a importância de R$29.696.94 (vinte e
nove mil seiscentos e noventa e seis reais e noventa e quatro centavos).
Mais uma vez este Juízo deixou de se manifestar a respeito e
condenou Embargante a pagar o saldo de salário pretendido.

 PEDIDO RECONVENCIONAL

A Embargante, com fulcro no art. 343 do Novo Código de Processo Civil,


que permite a apresentação de reconvenção na peça de contestação, aplicável
subsidiariamente ao Processo do Trabalho por força do art. 8º, parágrafo único e
art. 769, ambos da CLT, apresentou pedido reconvencional com a consequente
intimação do Embargado para apresentar defesa à reconvenção.
Isso porque em cumprimento às disposições contratuais, restou
convencionado no Distrato celebrado entre as partes que o Reclamante pagaria a
empresa Reclamada a importância de R$17.665,65 (dezessete mil seiscentos e
sessenta e cinco reais e sessenta e cinco centavos) a título de multa contratual,
bem como pagaria o valor de R$7.704,00 (sete mil setecentos e quatro reais)
como ressarcimento pelo dano causado “Ponteira de Piezo, Descrição: Peça de

Assinado eletronicamente por: HUMBERTO ROSSETTI PORTELA - 20/10/2016 13:14:17 - 37d0a9e


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16102013134440100000008229893
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16102013134440100000008229893
Mão PIEZOSURGERY” que estava sob seus cuidados e fora danificada,
totalizando um crédito em favor da empresa no importe de R$25.369,65 (vinte e
cinco mil trezentos e sessenta e nove reais e sessenta e cinco centavos).
Nos termos do Distrato, documento em anexo, o pagamento em favor da
empresa reclamada se daria em 5 (cinco) dias úteis a contar da subscrição do
referido documento. Todavia, o Reclamante até a presente data não efetuou o
pagamento dos valores consignados no Distrato celebrado com a empresa
Reclamada, sendo inquestionável sua inadimplência.
Mais uma vez este juízo não se manifestou a repito das alegações e do
pedido.

CONCLUSÃO

Pelo exposto, requer seja recebido o presente recurso e, em seguida,


provido, corrigindo assim as OMISSÕES apontada (s), tudo nos termos expostos.

N. Termos,
P. Deferimento.
Manaus, na data do protocolo.

HUMBERTO ROSSETTI PORTELA


OAB/MG: 91.263

Assinado eletronicamente por: HUMBERTO ROSSETTI PORTELA - 20/10/2016 13:14:17 - 37d0a9e


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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16102013134440100000008229893
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 11ª REGIÃO
11ª Vara do Trabalho de Manaus
RTOrd 0001735-48.2016.5.11.0011
AUTOR: ADENILSON CASTRO DE COUTO
RÉU: J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR LTDA - ME

SENTENÇA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

PROCESSO n.º: 0001735-48.2016.5.11.0011

RECLAMANTE : ADENILSON CASTRO DE COUTO

RECLAMADA : J S EQUIPAMENTOS MÉDICOS HOSPITALAR LTDA -ME

DATA : 25.10.2016

I - R E L A T Ó R I O.

J S EQUIPAMENTOS MÉDICOS HOSPITALAR LTDA -ME,Reclamada, já qualificada nos autos


do processo eletrônico em comento, interpôs Embargos de Declaração ID 37d0a9e, no qual aduz a
existência de erro material e contradições na sentença prolatada em 1º.

É o relatório.

II - F U N D A M E N T A Ç Ã O.

Atendidos os requisitos legais, conheço dos presentes Embargos.

No mérito,

Pretende o Embargante que seja a decisão de piso modificada, porquanto teria deixado de apreciar os
seguintes pontos suscitados pela defesa:

a) iniciativa da rescisão contratual

b) valor salarial

c) saldo de salário

d) pedido reconvencional.

Analiso.

Conforme destacado na sentença de id.e34a027, com escopo no princípio da primazia da realidade e


lastro no acervo fático-probatório disposto nos autos, foi reconhecido o vínculo empregatício entre as
partes.

Assinado eletronicamente por: MARIA DA GLORIA DE ANDRADE LOBO - 25/10/2016 10:48:02 - 56a7a02
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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16102013465234800000008230489
Reproduzo:

"Para o reconhecimento do contrato de trabalho é indispensável a presença dos seguintes elementos:


habitualidade, onerosidade, subordinação jurídica e pessoalidade. O empregado deve ser pessoa física,
admite-se apenas o empregador na condição de pessoa jurídica. Do depoimento prestado pelo
Reclamante, em tese, é possível extrair alguns elementos relativos ao contrato de trabalho, tais como:
onerosidade ( pagamento de valores independente de vendas), subordinação jurídica ( auferida por meio
do controle de jornada) e habitualidade. Quanto à pessoalidade, necessário identificar se efetivamente a
constituição de pessoa jurídica se deu com o fim de burlar a Consolidação Trabalhista, ou se
efetivamente estamos diante de um contrato de representação comercial. O preposto da Reclamada
afirmou que o Reclamante não desempenhava o papel de instrumentador, porquanto cada médico
indicava o da sua preferência".

Sendo assim, considerando a premissa maior que embasou a decisão, ora atacada, qual seja a declaração
de existência de contrato de trabalho, repelidas de plano as demais alegações dispostas na contestação,
pois se fundamentam em contrato de natureza civil.

III - C O N C L U S Ã O.

Ante o exposto, conheço dos Embargos de Declaração opostos por J S EQUIPAMENTOS MÉDICOS
HOSPITALAR LTDA -ME nos autos do processo movido por ADENILSON CASTRO DE COUTO
visto que atendidos os requisitos legais, para, no mérito, JULGÁ-LOS IMPROCEDENTES. Tudo nos
termos da fundamentação. Intimem-se as partes. Nada mais.

MARIA DA GLÓRIA DE ANDRADE LOBO

Juíza Titular da 11ª Vara do Trabalho de Manaus

MANAUS, 25 de Outubro de 2016

MARIA DA GLORIA DE ANDRADE LOBO


Juiz(a) do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: MARIA DA GLORIA DE ANDRADE LOBO - 25/10/2016 10:48:02 - 56a7a02
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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16102013465234800000008230489
TERMO DE PETICIONAMENTO EM PDF

AUTUAÇÃO: [WELLYNGTON DA SILVA E SILVA, ERIKA PAIVA PONCE, ADENILSON CASTRO DE COUTO] x
[HUMBERTO ROSSETTI PORTELA, J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR LTDA - ME]

PETICIONANTE: HUMBERTO ROSSETTI PORTELA

Nos termos do artigo 1º do Ato número 423/CSJT/GP/SG, de 12 de novembro de 2013, procedo à juntada, em anexo, de petição
em arquivo eletrônico, tipo “Portable Document Format” (.pdf), de qualidade padrão “PDF-A”, nos termos do artigo 1º, § 2º,
inciso II, da Lei nº 11.419, de 19 de dezembro de 2006, e em conformidade com o parágrafo único do artigo 1º. do Ato acima
mencionado, sendo que eventuais documentos que a instruem também serão anexados.

8 de Novembro de 2016

HUMBERTO ROSSETTI PORTELA

Assinado eletronicamente por: HUMBERTO ROSSETTI PORTELA - 08/11/2016 15:25:37 - 1010bdc


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16110815213167600000008377320
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16110815213167600000008377320
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 11ª VARA DO TRABALHO DA
COMARCA DE MANAUS/AM.

PROCESSO Nº: 0001735-48.2016.5.11.0011

J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR LTDA – ME, já


devidamente qualificada nos autos da reclamatória trabalhista movida por
ADENILSON CASTRO DE COUTO, retorna respeitosamente à presença de
Vossa Excelência, por seu Advogado infra-assinado, para interpor, no prazo legal
(Art. 258 do Regimento Interno c/c Resolução Administrativa 059/2016,
ambos do TRT11), e com fulcro no artigo 895, I, da CLT,

RECURSO ORDINÁRIO

requerendo a remessa das anexas razões ao Egrégio Tribunal Regional do


Trabalho da 11ª Região, pelo que junta à presente o comprovante de pagamento
das custas processuais e depósito recursal para os devidos fins de direito.

N. Termos,
P. Deferimento.
Manaus/AM, na data do protocolo.

HUMBERTO ROSSETTI PORTELA


OAB/MG: 91.263

Assinado eletronicamente por: HUMBERTO ROSSETTI PORTELA - 08/11/2016 15:25:37 - ddc6ea6


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16110815243391400000008377363
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16110815243391400000008377363
RAZÕES DE RECURSO ORDINÁRIO

RECORRENTE: J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR LTDA – ME.


RECORRIDO: ADENILSON CASTRO DE COUTO.
PROCESSO Nº.: 0001735-48.2016.5.11.0011.
ORIGEM: 11ª Vara do Trabalho de Manaus/AM.

Egrégio Tribunal,
Doutos Julgadores.

DA NOTIFICAÇÃO/CITAÇÃO/INTIMAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS

Inicialmente requer a Recorrente, na forma da Súmula nº. 427 do C. TST,


que as intimações dos atos processuais sejam feitas em nome do
procurador HUMBERTO ROSSETTI PORTELA, brasileiro, advogado inscrito na
OAB/MG sob no nº 91.263, com escritório profissional na Avenida Raja Gabaglia,
1686, 3° andar, Gutierrez, Belo Horizonte-MG, CEP; 30.441-194, sob pena de
nulidade.

HISTÓRICO PROCESSUAL

O Recorrido propôs reclamação trabalhista em face da Recorrente


requerendo, em síntese, o reconhecimento de vínculo empregatício, acúmulo de
função e pagamento de dano moral. A ação foi julgada parcialmente procedente
no sentido de reconhecer o vínculo empregatício e negar o deferimento do
acúmulo de função e dano moral pleiteados, contudo, referida decisão não
merece prosperar, senão vejamos:

Assinado eletronicamente por: HUMBERTO ROSSETTI PORTELA - 08/11/2016 15:25:37 - ddc6ea6


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16110815243391400000008377363
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16110815243391400000008377363
DO MÉRITO

1. INEXISTÊNCIA DOS REQUISITOS CARACTERIZADORES DA


RELAÇÃO DE EMPREGO. FUNDAMENTOS UTILIZADOS NA
SENTENÇA PELO JULGADOR. NECESSIDADE DE REVISÃO.

1.1 ONEROSIDADE, HABITUALIDADE E SUBORDINAÇÃO.


Afirmou a sentença:

“Do depoimento prestado pelo Recorrido, em tese, é


possível extrair alguns elementos relativos ao contrato de
trabalho, tais como: onerosidade (pagamento de valores
independente de vendas), subordinação jurídica (auferida por
meio do controle de jornada) e habitualidade”. (Destaques
nossos).

Vale destacar que para chegar a essa conclusão a sentença tomou como
base as seguintes premissas, tudo conforme transcrito na mesma:

“Declarou o Recorrido:
(...) que assinou um contrato de prestação de serviços; que o teor
do contrato era de representante comercial; que tinha firma
individual; que a empresa pagava R$ 2.000,00 fixos; que o
contrato era de representação comercial de material médico
hospitalar; que tirava nota fiscal; que foi obrigado a abrir a firma
durante o periodo em que trabalhava; que começou dia 08/09/11
como pessoa fisica; que em abril de 2013 foi chamado na
empresa para abrir uma empresa para manter o contrato; que
nunca foi prometido assinar CTPS; que sempre recebeu 3% sobre
as vendas; que não recebia mais nada; que nunca viu nenhum
empregado de CTPS assinada; que tinha planilha de vendas; que
mesmo se não vendesse nada recebia os R$ 2.000,00; que a
empresa ajudava com R$ 300 para combustivel; que o carro era
proprio do Recorrido; que eram mais 3 vendedores; que acha que
tinham funcionarios com CTPS assinada na parte administrativa;
que deixou de prestar serviços na empresa 01/09/2014; que fez o
acerto de contas na empresa 1 mês depois em torno de outubro
de 2014; que não recebeu nada nesse acerto; que a informação
dada pela empresa é que não recebeu nada por desconto de
multa rescisoria; que foi chamado em uma sala e a empresa disse
que não queria mais os serviços do Recorrido; que depois disso
não foi mais.
(...) que não se lembra a data exata quando entrou na empresa
como pessoa física; que além da venda também tinha que fazer
visitas médicas, separar material, fazer contagem, levar o
material, instrumentava cirurgia, acompanhar a cirurgia, lavar o

Assinado eletronicamente por: HUMBERTO ROSSETTI PORTELA - 08/11/2016 15:25:37 - ddc6ea6


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16110815243391400000008377363
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16110815243391400000008377363
material depois da cirurgia, e voltar com o material; que isso não
era função dos representantes comerciais; que a empresa não
tinha essa figura de instrumentador.
(...) que não sabe a data exata que fez o pedido de rescisão; que
tinha escala de trabalho; que trabalhava de 08:00 as 18:00; que
chegava na empresa 08:00 e tinha que voltar as 18:00; (...) que
nunca foi punido por faltas; que a empresa continua ativa; que não
emite mais nota para o mesmo setor; que trabalha para outra
empresa do mesmo ramo; que a empresa é MEDIC SISTER; que
havia fiscalização e cobrança pela dona da empresa dona
Jaqueline; que os clientes eram indicados pelo Recorrido; que os
R$ 2.000,00 que estavam no contrato eram clausula do contrato
que condicionava um numero mínimo de visitas; que tinha a dona
Jaqueline que fazia a supervisão”.

Sem razão a sentença.


Não há nesse depoimento nada de onde se possa extrair a existência dos
elementos de onerosidade, subordinação e habitualidade reconhecidos pela decisão.
Isso porque o depoimento utilizado pela juízo de 1ª instancia se trata do
DEPOIMENTO DO RECORRIDO, ou seja, NÃO POSSUI O CONDÃO DE
FAZER PROVA, tudo nos termos do Art. 818 da CLT c/c Art. 373, I do NCPC.
Quanto aos requisitos de onerosidade e habitualidade, a empresa em
nenhum momento negou a existência dos mesmos, contudo necessário tecer alguns
comentários em relação a forma como o requisito onerosidade foi abordado pela
sentença para se evitar que parem dúvidas quanto à forma como o mesmo funcionava e,
assim, nos fazer crer, como quis a sentença, que o Recorrido recebia valores
independentemente de prestar seus serviços.
Não obstante o Recorrido receber o valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais)
independentemente das vendas realizadas, importante esclarecer que tal valor estava
condicionado a um número mínimo de visitas a serem realizadas, tanto que isso está
previsto no contrato de representação juntado (ID. 3b7568c) e foi confirmado pelo
Recorrido em seu depoimento.
Ora, tratando-se de um contrato de representação comercial, ilicitude
nenhuma cometeram as partes ao pactuarem essa condição.
Já quanto ao valor de R$ 300,00 (trezentos reais) de gasolina, além de não
ter sido informado esse fato na exordial, também não houve a apresentação de qualquer
meio de prova que constate tal informação.
Já no que se refere ao requisito subordinação, entendeu a sentença que
existia o controle de jornada. Ocorre que o depoimento utilizado para essa conclusão foi

Assinado eletronicamente por: HUMBERTO ROSSETTI PORTELA - 08/11/2016 15:25:37 - ddc6ea6


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16110815243391400000008377363
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16110815243391400000008377363
o do Recorrido (repita-se, não faz prova). Ademais nesse depoimento tal situação nem
sequer fica clara, sendo certo que o Autor apenas informou que a “dona Jaqueline” fazia
fiscalização, cobrança e supervisão, mas não esclareceu do que.
O fato é que o contrato de representação comercial não impede o
Contratante de fiscalizar/supervisionar e cobrar a efetivação do pactuado.

1.2 PESSOALIDADE
Já quanto ao requisito da pessoalidade, a Sentença afirmou ser “necessário
identificar se efetivamente a constituição de pessoa jurídica se deu com o fim de burlar a
Consolidação Trabalhista, ou se efetivamente estamos diante de um contrato de
representação comercial”.
Mais confusa a sentença não poderia estar, o que demonstra sua
completa incorretude no julgamento do caso.
Isso porque um fato é ver se o Recorrido foi obrigado a constituir Pessoa
Jurídica, outro fato é ver se era somente ele quem podia prestar os serviços contratados
à empresa (pessoalidade).
De qualquer maneira, nesse aspecto a sentença reconheceu que os
depoimentos destacados abaixo (testemunha do Recorrido e Recorrente) deixaram claro
a imposição pela Recorrente da abertura de Pessoa Jurídica pelo Recorrido, ratificando,
assim, a pretensão autoral quanto a existência de contrato de trabalho.

A primeira testemunha arrolada pelo Recorrido (...) que era aux


administrativo; que trabalhava das 08:00 as 18:00; que o
Recorrido era vendedor; que o Recorrido começou a trabalhar em
2011 mas não sabe o dia; que o Recorrido recebia 2 mil reais
mais comissão de 3% nas vendas; que o Recorrido não tinha
CTPS assinada; que só tinha o Recorrido como vendedor; que o
Recorrido trabalhava a partir das 08:00, quando ele chegava na
empresa; que o trabalho do Recorrido era externo; que o
Recorrido voltava as 16:00 para a empresa; que o Recorrido
acompanhava cirurgias; que o Recorrido tinha 40 min de almoço;
que o Recorrido nunca almoçou na empresa. (...) que o Recorrido
fazia outros serviços, como separar material e entregar no
hospital; que o Recorrido instrumentava; que nunca acompanhou
o Recorrido fazendo instrumentação; que instrumentar é auxiliar o
cirurgiao no ato cirurgico; que o Recorrido é enfermeiro e tem
formação para isso; que a empresa abriu uma pessoa jurídica em
nome do Recorrido; que sabe disso pois cuida da parte
administrativa; que a parte fiscal era feita pela dona Jaqueline;
que a parte fiscal da empresa do Recorrido era feita pelo contador
da Recorrente sr Aluisio.

Assinado eletronicamente por: HUMBERTO ROSSETTI PORTELA - 08/11/2016 15:25:37 - ddc6ea6


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16110815243391400000008377363
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16110815243391400000008377363
(...) que depois que o Recorrido parou de trabalhar para a
Recorrente não sabe se foi dado baixa na empresa do mesmo;
que no inicio o Recorrido não tinha que apresentar notal fiscal;
que o Recorrido teve que emitir notas fiscais; que a dona
Jaqueline demitiu o Recorrido; que a empresa não tinha ponto por
isso o Recorrido não tinha que assinar; que a empresa não tem
gerente de vendas, só a proprietária que faz isso; que reside em
Belém; que não foi o Recorrido que pagou a viagem da depoente.

A primeira testemunha arrolada pelo reclamado: (...) que foi


contratado na empresa em setembro de 2012 por 3 meses a titulo
de experiencia; que foi indicado pelo Recorrido; que foi contratado
para vendedor; que foi contratado como representante comercial;
que assinou o contrato em janeiro de 2013; que recebia comissão;
que recebeu as verbas dos 3 meses de experiencia; que depois
disso passou a receber por comissão; que abriu uma empresa a
pedido da Recorrente; que tinha ajuda de custo de R$ 1000,00 e
mais as comissões de 3%; que não sabe quanto era a ajuda de
custo do Recorrido, mas ele recebia 3% de comissão; que não
recebia 300,00 de combustível; que tinha que prestar contas das
vendas senão não recebia; que prestava contas no setor de
contabilidade e o dinheiro era depositado em conta;que todos os
vendedores eram assim; que eram 3 vendedores ao todo; que
todos eram contrato; que iam nas clinicas fazer visitas e levavam
o material; que os médicos solicitavam os materiais para a
cirurgia; que dá suporte tecnico para a equipe médica; que tinha
que entrar na sala de cirurgia para ligar os equipamentos para dar
suporte para o médico; que quando acabava a cirurgia recolhia o
material e ia embora

(...) que ninguem nunca foi punido por falta; que o Recorrido pediu
para sair; que não há controle de jornada.

(...) que outro vendedor pode substituir o depoente desde que seja
da mesma linha; que poderia vender outros produtos; que poderia
vender outros produtos para concorrentes desde que outro tipo de
produtos; que alguns médicos levam o instrumentador proprio;
que as vezes o Recorrido entrava para auxiliar o médico; que isso
era para melhorar e ampliar o contato com o medico; que na sala
de cirurgia já tinha instrumentador; que isso era relação médico-
vendedor; que o Recorrido é formado em enfermeiro

Ocorre ser necessário pontuarmos os depoimentos utilizados pela Sentença e


destacados acima para verificarmos a incorretude das conclusões sentenciais:

 DEPOIMENTO DA TESTEMUNHA DO RECORRIDO (Sra. JOIANE BATISTA DE


ALMEIDA, RG nº. 6484995):

Assinado eletronicamente por: HUMBERTO ROSSETTI PORTELA - 08/11/2016 15:25:37 - ddc6ea6


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16110815243391400000008377363
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16110815243391400000008377363
A primeira testemunha apresentada pelo Recorrido em nenhum momento
afirmou que a jornada de trabalho do mesmo era fiscalizada, ao contrário, afirmou:

“que a empresa NÃO TINHA PONTO” (destaques


nossos.

Referida testemunha também não deixou claro se a jornada que a mesma


descreveu em relação ao Recorrido era ou não uma imposição da recorrente ou mesmo
se o recorrido poderia ou não ser substituído por outra pessoa (pessoalidade).
O fato que é tal testemunha em nenhum momento teve o condão de
comprovar as alegações autorais.
Para ratificar ainda mais a impossibilidade de referida testemunha comprovar
algo em relação ao Autor da causa, requer a Recorrente, com base na Súmula 8 do C.
TST, a juntada da Exordial e da Ata de audiência do processo 0000668-
17.2016.5.08.0016 (partes Joiane Batista de Almeida X J S Equipamentos Médicos
Hospitalar LTDA) onde tal testemunha afirmou:
a) Que confirma os termos os termos da petição inicial;
b) Que em 02 de maio de 2012 foi admitida nos serviços da Recorrente na
função de auxiliar administrativa, tendo sido demitida no dia 13 de
maio de 2013.
c) Que após sua demissão passou a exercer a função de vendedora,
tendo sido transferida para a Cidade de Belém, em 01/09/2013.

Ora, através desses documentos verificamos que a Sra. Joiane não tem o
condão de falar a respeito do contrato de trabalho do recorrido, pois foi admitida após o
ingresso do Autor deste processo e demitida antes da saída desse mesmo Autor na
Recorrente.
Vale destacar que a Recorrente só soube que a Sra. Joiane iria ser
testemunha do Autor do presente processo no momento de sua qualificação. Assim, não
teve como juntar aos autos no momento na audiência os documentos em anexo, ficando
clara a hipótese abarcada pela Súmula 8 do TST de provar o justo impedimento para sua
oportuna apresentação.

Assinado eletronicamente por: HUMBERTO ROSSETTI PORTELA - 08/11/2016 15:25:37 - ddc6ea6


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16110815243391400000008377363
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16110815243391400000008377363
 DEPOIMENTO DA TESTEMUNHA DA RECORRENTE (Sr. ANTONIO JOSE
LOPES DE SOUZA, RG nº. 09158685)

Do depoimento desta testemunha ficou claro que:

 Que tinha que prestar constas das vendas, senão não recebia e
que no caso dos demais vendedores a realidade era a mesma.

Ora, nada mais comum em um contrato de representação comercial.


 Que ninguém nunca foi punido por falta; (ausência subordinação)
 Que não havia controle de jornada; (ausência subordinação)
 Que os vendedores poderiam ser substituídos por outros
vendedores; (ausência pessoalidade)
 Que os vendedores poderiam vender produtos de outras empresas.
(Ausência de exclusividade)

Por tudo isso, ficou claro que ao contrário do reconhecido pela sentença, não
ficou provado nos autos a existência de todos os requisitos de uma relação de emprego,
em especial a Subordinação e a Pessoalidade.
Nem mesmo ficou provado que a empresa não deu outra alternativa ao
Recorrido que não abrir uma Pessoa Jurídica para continuar prestando serviços em prol
da Recorrente.
De qualquer maneira, ainda que se admita que a empresa obrigou o recorrido
a abrir uma pessoa jurídica, o que fazemos apenas para argumentar, não é esse fato que
vai determinar a existência de vínculo de emprego, e sim a existência dos requisitos do
Art. 2º e 3º da CLT.

2. EVENTUALIDADE

Na eventualidade desta Corte entender que os vínculo empregatício


realmente ficou comprovado, o que não se acredita:

2.1 DA RESCISÃO CONTRATUAL A PEDIDO DO REPRESENTANTE.


IMPROCEDENCIA DE MULTA DE 40%, AVISO PRÉVIO E REFLEXOS.
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ.

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16110815243391400000008377363
A Recorrente, em sede de Contestação, juntou documento denominado
“Pedido de Rescisão do Contrato de Representação” (ID f849680) onde o
Recorrido, no dia 03/08/2014, manifestou seu interesse em não mais prosseguir
no desempenho de suas atividades de representação comercial. Tanto isso é
verdade que na audiência realizada o Recorrido afirmou:

“ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A), DO(A) RECLAMADO(A),


RESPONDEU: que não sabe a data exata que fez o pedido de
rescisão;” (Destaques nossos).

Não obstante, afirmou a testemunha apresentada pela empresa:

“ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A) DO(A) RECORRENTE,


RESPONDEU que ninguém nunca foi punido por falta; que o
Recorrido pediu para sair;” (Destaques nossos).

Ocorre que apesar de ter sido taxativamente requerido em defesa e


ratificado em Embargos de Declaração, o juízo de 1ª instancia desconsiderou tal
documento e deferiu verbas na modalidade de demissão sem justa causa pela
Recorrente.
Sem razão.
De acordo com o documento destacado acima, verifica-se que de
próprio punho o Recorrido, na data de 03/08/2014, manifestou sua vontade de
não continuar a prestação de serviços em favor da empresa Recorrente.
Dessa forma, quem manifestou o interesse em encerrar o pacto
existente foi o Recorrido, não a Recorrente, motivo pelo qual o pedido de
demissão deve ser reconhecido por esta Corte.
Nada obstante, verifica-se que a conduta do Recorrido ao omitir tal
informação se amolda às hipóteses de litigância de má-fé, de acordo com a
legislação processual civil aplicável subsidiariamente ao ramo laboral.

Dispõe o NCPC:

Art. 79. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé
como autor, réu ou interveniente.

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16110815243391400000008377363
Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei
ou fato incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do
processo;
VI - provocar incidente manifestamente infundado;
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante


de má-fé a pagar multa, que deverá ser superior a um por cento e
inferior a dez por cento do valor corrigido da causa, a indenizar a
parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os
honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.

Conforme explanado, o Recorrido alterou a verdade dos fatos, aduziu


pretensão em face de fato incontroverso (pedido de rescisão do contrato de
prestação de serviços) tudo para conseguir obtivo ilegal, qual seja, locupletar-se
indevidamente às custas da empresa Recorrente.
Está claro que a pretensão autoral é totalmente destituída de
fundamento, desleal e embasada em argumentos falsos, consistindo em uma
insistente tentativa do Recorrido de receber verbas trabalhistas e rescisórias que
não faz jus por não ser e jamais ter sido empregado, bem como por alterar a
realidade dos fatos ao informar que fora “dispensado sem justa causa” em
01/09/2014.
Assim sendo, requer seja o Recorrido declarado litigante de má-fé, nos
termos do art. 80 e 81, do NCPC, devendo ser condenado a indenizar a 1ª
Recorrente em 15% a título de honorários advocatícios, bem como multa de 10%
pela litigância de má-fé, calculadas sobre o valor corrigido dado à causa.
Logo, uma vez que o Recorrido manifestou sua vontade em não mais
prestar serviços em favor da empresa Recorrente, restam prejudicados os
pedidos deferidos de “Multa de 40%” sobre o FGTS, “Aviso Prévio 33 dias”,
“Reflexo em aviso prévio” e Reflexo em Multa de 40%”, devendo ser tais
pretensões julgadas inteiramente improcedentes e o Sr. Adenilson Castro de
Couto condenado por litigância de má-fé.

10

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16110815243391400000008377363
2.2 DO SALÁRIO RECONHECIDO PELA SENTENÇA. IMPOSSIBILIDADE

O Recorrido pleiteou e teve deferida suas verbas tomando como base


suposto salário no valor de R$ R$29.696.94 (vinte e nove mil seiscentos e
noventa e seis reais e noventa e quatro centavos).
Sem razão.
Conforme comprovado pelos documentos juntados pela Recorrente e
pelo esclarecido em sede de instrução processual, a remuneração do recorrido
era composta de parte fixa no valor de R$2.000,00 (dois mil reais) que visava
remunerá-lo pela visitas aos clientes médicos e comissões no importe de 3%
sobre as vendas realizadas. Assim, não se deve utilizar como base de cálculo
de todas as verbas trabalhistas e rescisórias o valor da maior remuneração,
mas sim a média anual das remunerações pagas pela empresa, tudo
conforme Art 487, parágrafo 3º da CLT:

§ 3º - Em se tratando de salário pago na base de tarefa, o cálculo,


para os efeitos dos parágrafos anteriores, será feito de acordo
com a média dos últimos 12 (doze) meses de serviço.

Destarte, para cálculo das gratificações natalinas e férias + 1/3


deferidas ao Recorrido, devia ter o juízo de 1ª instância calculado a medida das
remunerações pagas nos 12 (doze) meses anteriores para que se chegasse a
base de cálculo da respectiva verba.
No intuito de demonstrar a discrepância entre a base de cálculo
utilizado pela Sentença (R$ 29.696,94) e a devida, a empresa Recorrente
apresenta a média das remunerações pagas ao Sr. Adenilson no ano de 2014
(documentos juntados a defesa) que totaliza a importância de R$11.387,12 (onze
mil trezentos e oitenta e sete reais e doze centavos), devendo tal valor ser
considerado como base de cálculo das verbas rescisórias deferidas.

NF Nº COMPETÊNCIA MÊS DE REFERÊNCIA VALOR

2 set/13 jul/13 R$ 4.887,10


3 set/13 ago/13 R$ 4.038,50

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16110815243391400000008377363
5 out/13 set/13 R$ 4.148,50
6 nov/13 out/13 R$ 5.838,14
9 dez/13 nov/13 R$ 4.969,02
10 jan/14 dez/13 R$ 5.340,48
11 fev/14 jan/14 R$ 7.899,90
12 mar/14 fev/14 R$ 5.663,05
13 abr/14 mar/14 R$ 14.635,96
14 mai/14 abr/14 R$ 20.227,85
15 jun/14 mai/14 R$ 12.128,09
16 jul/14 jun/14 R$ 17.171,94
17 set/14 jul/14 29,696,94

MÉDIA 12 MESES R$ 11.387,12

Por fim, no que toca a base de cálculo para recolhimento do FGTS,


requer seja considerado o valor mensal de cada remuneração paga ao Recorrido,
sob pena de ensejar o enriquecimento sem causa do Sr. Adenilson Castro de
Couto.

2.3 INEXISTÊNCIA DE SALDO DE SALÁRIO

O recorrido pleiteou e teve deferido pela sentença o pagamento de


saldo de salário no valor de R$ R$29.696,94 (vinte e nove mil seiscentos e
noventa e seis reais e noventa e quatro centavos). Segundo o mesmo, ao sair da
empresa, não recebeu a parcela que lhe era devida.
Novamente equivocada a sentença.
Como já dito anteriormente, o Recorrido manifestou seu interesse em
não mais prestar os serviços de representação comercial à Recorrente na data de
03/08/2014, sendo que o último dia efetivamente trabalhado fora 30/07/2014,
conforme se pode observar no “Relatório Mensal de Julho de 2014” juntado pelo
Sr. Adenilson Castro de Couto.
Nos termos da NFS-e nº 17, competência 9/2014, referente à prestação
de serviços no mês de julho de 2014, o valor total da nota fiscal é de R$29.696.94
(vinte e nove mil seiscentos e noventa e seis reais e noventa e quatro centavos),
valor esse pretendido pelo Recorrido como saldo de salário.

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16110815243391400000008377363
Entretanto, como se pode observar nos documentos anexados a
defesa, a referida quantia foi devidamente quitada pela empresa em duas
parcelas, a primeira no valor de R$15.000,00 (quinze) mil reais em 07/08/2014 e a
segunda no valor de R$14.696,94 em 25/08/2014, totalizando a importância de
R$29.696.94 (vinte e nove mil seiscentos e noventa e seis reais e noventa e
quatro centavos).
Dessa forma, resta mais que evidente quão falaciosas são as
alegações do Recorrido que em claro intuito de enriquecer indevidamente as
custas da empresa Recorrente busca receber quantia que comprovadamente já
recebeu.
Portanto, a Recorrente requer seja reconhecido o pagamento de
R$29.696.94 (vinte e nove mil seiscentos e noventa e seis reais e noventa e
quatro centavos) realizado ao Recorrido e que o pedido de saldo de salário seja
reconhecido manifestamente improcedente.

2.4 PEDIDO RECONVENCIONAL

A recorrente, com fulcro no art. 343 do Novo Código de Processo Civil, que
permite a apresentação de reconvenção na peça de contestação, aplicável
subsidiariamente ao Processo do Trabalho por força do art. 8º, parágrafo único e
art. 769, ambos da CLT, apresentou pedido reconvencional com a consequente
intimação do Embargado para apresentar defesa à reconvenção.
Ocorre que a sentença nem sequer chegou a analisar esse pedido,
apesar de reiterado em sede de embargos de declaração.
Tal pedido deveu-se em cumprimento às disposições contratuais, onde
restou convencionado no Distrato celebrado entre as partes que o Recorrido
pagaria a empresa Recorrente a importância de R$17.665,65 (dezessete mil
seiscentos e sessenta e cinco reais e sessenta e cinco centavos) a título de multa
contratual, bem como pagaria o valor de R$7.704,00 (sete mil setecentos e quatro
reais) como ressarcimento pelo dano causado “Ponteira de Piezo, Descrição:
Peça de Mão PIEZOSURGERY” que estava sob seus cuidados e fora danificada,
totalizando um crédito em favor da empresa no importe de R$25.369,65 (vinte e
cinco mil trezentos e sessenta e nove reais e sessenta e cinco centavos).

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Assinado eletronicamente por: HUMBERTO ROSSETTI PORTELA - 08/11/2016 15:25:37 - ddc6ea6


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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16110815243391400000008377363
Nos termos do Distrato, documento juntado aos autos, o pagamento em
favor da empresa Recorrente se daria em 5 (cinco) dias úteis a contar da
subscrição do referido documento. Todavia, o Recorrido até a presente data não
efetuou o pagamento dos valores consignados no Distrato celebrado com a
empresa Recorrente, sendo inquestionável sua inadimplência.
Assim, com fulcro no art. 343, do Novo Código de Processo Civil, que
permite a apresentação de reconvenção na peça de contestação, aplicável
subsidiariamente ao Processo do Trabalho por força do art. 8º, parágrafo único e
art. 769, ambos da CLT, a Recorrente, ora Reconvinte, requer a intimação do
Recorrido para apresentar defesa à reconvenção, sob pena de confissão.
Por fim, requer seja julgado inteiramente procedente o pedido
reconvencional para condenar o Recorrido ao pagamento de R$17.665,65
(dezessete mil seiscentos e sessenta e cinco reais e sessenta e cinco centavos) a
título de multa contratual e R$7.704,00 (sete mil setecentos e quatro reais) pelo
dano causado ao equipamento da empresa Reclamada, tudo com juros e
correção monetária nos termos do Distrato celebrado.

3. DA AUTENTICIDADE DOS DOCUMENTOS JUNTADOS PELA


RECORRENTE

O patrono da recorrente declara para todos os fins, e sob as penas da


lei, que as cópias dos documentos juntados com a presente medida, entre eles
o comprovante de depósito recursal e pagamento de custas, são documentos
autênticos e legítimos aos originais (art. 544, § 1º, da Lei 10.352/01c/c art. 830
da CLT).

CONCLUSÃO

Isto posto, requer o conhecimento e consequente provimento do


presente recurso, para, no mérito, reverter o julgado nos termos expostos, tudo
por ser medida da mais pura e lídima justiça.

N. Termos,
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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16110815243391400000008377363
P. Deferimento.
Manaus/AM, na data do protocolo.

HUMBERTO ROSSETTI PORTELA


OAB/MG: 91.263

RONALDO SANTOS MONTEIRO


OAB/AM 7.502

15

Assinado eletronicamente por: HUMBERTO ROSSETTI PORTELA - 08/11/2016 15:25:37 - ddc6ea6


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16110815243391400000008377363
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16110815243391400000008377363
TERMO DE PETICIONAMENTO EM PDF

AUTUAÇÃO: [WELLYNGTON DA SILVA E SILVA, ERIKA PAIVA PONCE, ADENILSON CASTRO DE COUTO] x
[HUMBERTO ROSSETTI PORTELA, J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR LTDA - ME]

PETICIONANTE: WELLYNGTON DA SILVA E SILVA

Nos termos do artigo 1º do Ato número 423/CSJT/GP/SG, de 12 de novembro de 2013, procedo à juntada, em anexo, de petição
em arquivo eletrônico, tipo “Portable Document Format” (.pdf), de qualidade padrão “PDF-A”, nos termos do artigo 1º, § 2º,
inciso II, da Lei nº 11.419, de 19 de dezembro de 2006, e em conformidade com o parágrafo único do artigo 1º. do Ato acima
mencionado, sendo que eventuais documentos que a instruem também serão anexados.

17 de Novembro de 2016

WELLYNGTON DA SILVA E SILVA

Assinado eletronicamente por: WELLYNGTON DA SILVA E SILVA - 17/11/2016 00:04:17 - da3c087


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16111700012168800000008451370
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16111700012168800000008451370
TERMO DE PETICIONAMENTO EM PDF

AUTUAÇÃO: [WELLYNGTON DA SILVA E SILVA, ERIKA PAIVA PONCE, ADENILSON CASTRO DE COUTO] x
[HUMBERTO ROSSETTI PORTELA, J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR LTDA - ME]

PETICIONANTE: WELLYNGTON DA SILVA E SILVA

Nos termos do artigo 1º do Ato número 423/CSJT/GP/SG, de 12 de novembro de 2013, procedo à juntada, em anexo, de petição
em arquivo eletrônico, tipo “Portable Document Format” (.pdf), de qualidade padrão “PDF-A”, nos termos do artigo 1º, § 2º,
inciso II, da Lei nº 11.419, de 19 de dezembro de 2006, e em conformidade com o parágrafo único do artigo 1º. do Ato acima
mencionado, sendo que eventuais documentos que a instruem também serão anexados.

17 de Novembro de 2016

WELLYNGTON DA SILVA E SILVA

Assinado eletronicamente por: WELLYNGTON DA SILVA E SILVA - 17/11/2016 01:08:17 - 51c23b8


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16111701070647000000008451511
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16111701070647000000008451511
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 11ª REGIÃO
11ª Vara do Trabalho de Manaus
RTOrd 0001735-48.2016.5.11.0011
AUTOR: ADENILSON CASTRO DE COUTO
RÉU: J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR LTDA - ME

DECISÃO PJe-JT

Vistos etc.
Recebo o recurso ordinário e o recurso adesivo interposto pelo(a) reclamado(a) e pelo reclamante, respectivamente ,
porque tempestivos, garantido pelo depósito recursal e pagamento das custas (reclamado), contando com regular representação
processual, bem como as contrarrazões pelas partes são tempestivas e subscritas por advogado habilitado, e por estarem presentes
os pressupostos intrínsecos de admissibilidade da medida.
Ao Eg. TRT.

MANAUS, 1 de Dezembro de 2016

MARIA DA GLORIA DE ANDRADE LOBO


Juiz(a) do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: MARIA DA GLORIA DE ANDRADE LOBO - 01/12/2016 10:00:41 - faee240
https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=16120109541695600000008600577
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 16120109541695600000008600577
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 11ª REGIÃO

PROCESSO nº 0001735-48.2016.5.11.0011 (RO)


RECORRENTE: ADENILSON CASTRO DE COUTO, J S EQUIPAMENTOS MEDICOS
HOSPITALAR LTDA - ME
RECORRIDO: J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR LTDA - ME, ADENILSON
CASTRO DE COUTO
RELATOR: ADILSON MACIEL DANTAS

RECURSO DA RECLAMADA. VÍNCULO EMPREGATÍCIO.


PRESENTES OS REQUISITOS DO ART. 3° DA CLT. CONTRATO
DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. INVÁLIDADE. Resultando
evidenciada a caracterização do trabalho pessoal, subordinado, habitual e
oneroso, em atividade normal da recorrente, imperioso é o
reconhecimento do vínculo empregatício entre as partes. Artigos 2º e 3º,
da Consolidação das Leis do Trabalho. BASE DE CÁLCULO PARA
AS VERBAS RESCISÓRIAS E FGTS. SALÁRIO FIXO E
VARIÁVEL. Em se tratando de salário fixo e variável, o cálculo das
verbas rescisórias será feito de acordo com a média dos últimos 12 (doze)
meses de serviço. Inteligência do art. 487, parágrafo 3º da CLT. No que
toca a base de cálculo para recolhimento do FGTS, deve ser considerado o
valor mensal de cada remuneração paga ao reclamante. PEDIDO
RECONVENCIONAL. Considerando-se o reconhecimento da existência
de vínculo empregatício, restaram prejudicadas as alegações dispostas na
contestação, em pedido reconvencional, pois se fundamentam em contrato
de natureza civil. Recurso conhecido e parcialmente provido.

RECURSO DO RECLAMANTE. ACÚMULO DE FUNÇÕES. A teor


dos arts. 373, I, do CPC e 818 da CLT, entendo que o autor não se
desincumbiu de seu encargo probatório no sentido de demonstrar ao
Juízo, que desempenhava tarefas alheias ao cargo ocupado. Deste modo,
não há se falar em acúmulo de funções. DANOS MORAIS. AUSÊNCIA
DE ANOTAÇÃO DA CTPS. A ausência de anotação da CTPS não
enseja indenização por dano moral, se não demonstrado os efeitos
prejudiciais de ordem moral ao empregado. Na hipótese dos autos, tal
falta acarretou apenas danos de ordem patrimonial ao reclamante, cuja
reparação ocorre com o pagamento das verbas constantes da r. sentença,
não constituindo elemento suficiente a gerar situação vexatória de
trabalho e, por consequência, direito a indenização por dano moral.
Recurso conhecido e não provido.

RELATÓRIO

Assinado eletronicamente por: ADILSON MACIEL DANTAS - 22/11/2017 08:47:56 - a95a869


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=17053015025442800000019692942
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 17053015025442800000019692942
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso ordinário,
oriundos da 11ª MM. Vara do Trabalho de Manaus, em que são partes, como recorrentes e recorridos,
ADENILSON CASTRO DE COUTO e J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR LTDA - ME.

O reclamante ajuizou reclamatória trabalhista relatando que foi contratado


para trabalhar na Reclamada, inicialmente na função de Vendedor, no período de 08/09/2011 a 01/09
/2014, sendo dispensado sem Justa causa, percebendo o salário fixo no valor de R$ 2.000,00, mais
comissões de 3% sobre as vendas, tendo como última e maior remuneração mensal o valor de R$
29.696,94.

Asseverou que, visando afastar-se do vínculo empregatício, depois da


contratação, a Reclamada apresentou um contrato de representação de representação comercial,
mantendo o combinado de salário e comissões, porém, sem assinar a CTPS, pagar 13º salários, férias + 1
/3, FGTS 8% + 40%, bem como os devidos encargos previdenciários e fiscais por força da contratação.

Após dois anos de trabalho exclusivo, com o intuito ainda maior de


mascarar o vínculo de trabalho, determinou ao Reclamante que abrisse uma empresa em seu nome para,
em 1º de janeiro de 2014, firmar novo contrato da "suposta representação comercial", reconhecendo, com
data retroativa a 08/09/2011, o início do pacto laboral conforme documento anexo.

Declarou, ainda, que após cinco meses de trabalho, a Reclamada


descobriu que o Reclamante tinha conhecimentos técnicos de instrumentação cirúrgica, passando a
exigir, além da entrega dos produtos, a instrumentar no decorrer das cirurgias, sem receber
contraprestação pelo acúmulo das funções.

Diante do exposto, postulou: a nulidade do contrato de representação


mantido entre as partes e o reconhecimento do vínculo empregatício, com as respectivas anotações na
CTPS; pagamento de diferenças salariais decorrentes de acúmulo de função e danos morais ante a
ausência de anotação de sua CTPS. Atribuído à causa o valor de R$ 723.244,27.

A reclamada apresentou contestação, alegando prejudicial de prescrição e,


no mérito, pugnou pela total improcedência dos pedidos formulados.

Após instruir o feito com a oitiva das partes e das testemunhas arroladas,
o Juízo a quo proferiu sentença, na qual julgou parcialmente procedentes as pretensões do reclamante
para, reconhecendo o vínculo empregatício, condenar a reclamada a pagar ao reclamante a quantia
referente aos seguintes títulos: Saldo de salário - 30 dias 29.696,94; Aviso Prévio 33 dias 32.666,63; 13º
Salário 4/12 avos de 2011 9.898,98; 13º salário 2012 29.696,94; 13º salário 2013 29.696,94; 13 salário

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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 17053015025442800000019692942
prop. 10/12/2014 19.797,96; Férias + 1/3 2011/2012 em dobro 79.172,04; Férias + 1/3 2012/2013
39.496,93; Férias Prop. + 1/3 10/12 2014 26.331,29; FGTS (08/09/2011 à 01/09/2014) 61.167,78; Multa
de 40% 24.467,11. Defiriu, ainda, a imposição de obrigação de fazer à Reclamada relativa à assinatura e
baixa da CTPS.

A reclamada opôs Embargos de Declaração, que foram julgados


improcedentes pelo Juízo de origem.

Irresignada, a reclamada interpôs Recurso Ordinário, reiterando o


argumento de inexistência de relação de emprego, haja vista que o autor prestava serviços como
representante comercial, mediante contrato de representação comercial autônoma, nos termos das Leis
4.886/65 e 8.420/92.

O reclamante, por sua vez, apresentou Recurso Ordinário Adesivo


postulando a reforma da sentença de origem com relação aos pedidos de pagamento de adicional por
acúmulo de função e de indenização por danos morais.

Ambas as partes apresentaram contrarrazões recursais.

É O RELATÓRIO.

VOTO

Presentes os pressupostos processuais de admissibilidade, conheço dos


recursos ordinários interpostos.

MÉRITO

RECURSO DA RECLAMADA

VÍNCULO DE EMPREGO.

A reclamada insurge-se contra a sentença que reconheceu o vínculo


empregatício havido entre as partes e o consequente deferimento das parcelas rescisórias. Para tanto
argumentou que o autor prestava serviços como representante comercial, mediante contrato de
representação comercial, nos termos das Leis 4.886/65 e 8.420/92, destacando não estarem presentes os
requisitos caracterizadores da relação de emprego.

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Número do documento: 17053015025442800000019692942
Insubsistente seu inconformismo.

No caso em questão operou-se a inversão do ônus da prova, uma vez que


a empresa admitiu a prestação de serviços pelo autor, alegando, entretanto, a prestação de serviços
autonomamente, na condição de representante comercial. Ocorre que a empresa-ré não se desincumbiu
deste ônus a contento.

O contrato de representação mercantil é uma avença na qual uma pessoa


física ou jurídica obriga-se a desempenhar, com onerosidade, não eventual e autônomo, em nome de uma
ou mais pessoas, a mediação para realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos
para os transmitir aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios,
consoante se extrai da Lei 4.886/1965 e os acréscimos trazidos pela Lei 8.420/1992.

Interessa o resultado útil do trabalho e não o serviço como um valor em si,


a autonomia em contraponto à subordinação é essencial ao contrato de representação, bem como a
fungibilidade da figura pessoal do representante no cotidiano da representação comercial.

São inúmeros os aspectos a serem enfrentados pelo operador jurídico,


para que possa compor a relação sociojurídica efetiva e concluir se há relação civil ou comercial, ou,
ainda, meramente empregatícia. Trata-se, com efeito, do exame de matéria fática a ser produzida em
juízo por quem incumba carreá-la.

Por outro lado, os requisitos caracterizadores da relação de emprego estão


previstos do art. 3º da CLT, devendo estar presentes, concomitantemente, os seguintes elementos: a)
pessoalidade, consiste na prestação de labor personalíssimo, por pessoa física; b) subordinação, significa
que o trabalho não é autônomo e se desenvolve sob as ordens e supervisão do empregador; c)
habitualidade, decorre da periodicidade preestabelecida da prestação do labor, bem como da inserção da
atividade nas necessidades regulares da empresa e d) onerosidade, consiste em trabalho não gratuito,
sendo avençada uma contraprestação pelo labor, a qual, pelo menos em parte, deve se dar de forma
pecuniária.

Por sua vez, o princípio da Primazia da Realidade caracteriza-se pela


preferência dos fatos em detrimento das formas, quer isso dizer que quando ocorrer discordância do
contido no "contrato de trabalho" e o que ocorre no "mundo fenomênico", este último deve prevalecer
(vale mais o conteúdo do que a forma). Maurício Godinho Delgado refere-se ao princípio como "contrato
realidade", nos informando ainda da ampliação da norma civilista "de que o operador jurídico, no exame
das declarações volitivas, deve atender mais à intenção dos agentes do que ao envoltório formal através
do qual transpareceu a vontade" - art. 112 do CC/02. Ou seja, em matéria de trabalho importa o que

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ocorre na prática, mais que aquilo que as partes hajam pactuado de forma mais ou menos solene, ou
expressa, ou aquilo que conste em documentos, formulários e instrumentos de controle.

No caso, depreende-se da prova dos autos que o trabalho sempre foi


realizado de forma exclusiva, na pessoa do reclamante diretamente à reclamada; que o reclamante
percebia pagamento de valores mensais independente de vendas (onerosidade); que tinha subordinação
jurídica, auferida por meio do controle de jornada, apresentação de relatório de vendas, do poder diretivo
de promover de promover as alterações nas atividades do reclamante (que por vezes auxiliava na
instrumentalização cirúrgica) e do recebimento de ordens diretas da sócia e de seu esposo; e
habitualidade na prestação dos serviços, de forma contínua e diária.

Vejamos o depoimento do reclamante, que, embora não possua o condão


de fazer prova por si só, esclarece os fatos, que, posteriormente, foram confirmados pelas testemunhas.

"que assinou um contrato de prestação de serviços; que o teor do contrato era de


representante comercial; que tinha firma individual; que a empresa pagava R$ 2.000,00
fixos; que o contrato era de representação comercial de material médico hospitalar; que
tirava nota fiscal; que foi obrigado a abrir a firma durante o periodo em que
trabalhava; que começou dia 08/09/11 como pessoa fisica; que em abril de 2013 foi
chamado na empresa para abrir uma empresa para manter o contrato; que nunca foi
prometido assinar CTPS; que sempre recebeu 3% sobre as vendas; que não recebia
mais nada; que nunca viu nenhum empregado de CTPS assinada; que tinha planilha de
vendas; que mesmo se não vendesse nada recebia os R$ 2.000,00; que a empresa
ajudava com R$ 300 para combustivel; que o carro era proprio do reclamante; que
eram mais 3 vendedores; que acha que tinham funcionarios com CTPS assinada na
parte administrativa; que deixou de prestar serviços na empresa 01/09/2014; que fez o
acerto de contas na empresa 1 mês depois em torno de outubro de 2014; que não
recebeu nada nesse acerto; que a informação dada pela empresa é que não recebeu
nada por desconto de multa rescisoria; que foi chamado em uma sala e a empresa disse
que não queria mais os serviços do reclamante; que depois disso não foi mais. (...) que
não se lembra a data exata quando entrou na empresa como pessoa física; que alem da
venda também tinha que fazer visitas médicas, separar material, fazer contagem, levar o
material, instrumentava cirurgia, acompanhar a cirurgia, lavar o material depois da
cirurgia, e voltar com o material; que isso não era função dos representantes
comerciais; que a empresa não tinha essa figura de instrumentador. (...) que não sabe a
data exata que fez o pedido de rescisão; que tinha escala de trabalho; que trabalhava de
08:00 as 18:00; que chegava na empresa 08:00 e tinha que voltar as 18:00; (...) que
nunca foi punido por faltas; que a empresa continua ativa; que não emite mais nota
para o mesmo setor; que trabalha para outra empresa do mesmo ramo; que a empresa é
MEDIC SISTER; que havia fiscalização e cobrança pela dona da empresa dona
Jaqueline; que os clientes eram indicados pelo reclamante; que os R$ 2.000,00 que
estavam no contrato eram clausula do contrato que condicionava um numero mínimo de
visitas; que tinha a dona Jaqueline que fazia a supervisão"

A primeira testemunha arrolada pelo reclamante afirmou "que o


reclamante recebia 2 mil reais mais comissão de 3% nas vendas; que o reclamante não tinha CTPS
assinada; que só tinha o reclamante como vendedor; que o reclamante trabalhava a partir das 08:00,
quando ele chegava na empresa; que o trabalho do reclamante era externo; que o reclamante voltava as
16:00 para a empresa; que o reclamante acompanhava cirurgias; que o reclamante tinha 40 min de
almoço; (...)que no inicio o reclamante não tinha que apresentar notal fiscal; que o reclamante teve que
emitir notas fiscais; que a dona Jaqueline demitiu o reclamante; que a empresa não tinha ponto por isso

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o reclamante não tinha que assinar; (...) que a empresa abriu uma pessoa jurídica em nome do
reclamante; que sabe disso pois cuida da parte administrativa;que a parte fiscal era feita pela dona
Jaqueline; que a parte fiscal da empresa do reclamante era feita pelo contador da reclamada sr Aluisio."

A própria testemunha arrolada pela reclamada confirmou trabalhar da


mesma forma que o reclamante, sendo obrigada a abrir uma empresa para burlar a relação de trabalho: "
que foi contratado na empresa em setembro de 2012 por 3 meses a titulo de experiencia; que foi
indicado pelo reclamante; que foi contratado para vendedor; que foi contratado como representante
comercial; que assinou o contrato em janeiro de 2013; que recebia comissão; que recebeu as verbas dos
3 meses de experiencia; que depois disso passou a receber por comissão; que abriu uma empresa a
pedido da reclamada; que tinha ajuda de custo de R$ 1000,00 e mais as comissões de 3%; que não sabe
quanto era a ajuda de custo do reclamante, mas ele recebia 3% de comissão; que não recebia 300,00 de
combustível; que tinha que prestar contas das vendas senão não recebia; que prestava contas no setor de
contabilidade e o dinheiro era depositado em conta;que todos os vendedores eram assim; que eram 3
vendedores ao todo; que todos eram contrato".

Por fim, verifica-se a existência de pessoalidade, eis que a constituição de


pessoa jurídica se deu por imposição da Reclamada, com intuito de burlar as leis trabalhistas e tributárias,
por meio da realização de contrato de representação comercial, quando, na verdade, estas pessoas
desempenhavam labor afeto à atividade fim da empresa, com habitualidade, onerosidade, subordinação
jurídica e pessoalidade.

De par com isso e fulminando a controvérsia, verifica-se que as atividades


exercidas pelo autor atendiam à finalidade essencial da recorrente, sendo certo que a função de vendedor
está atavicamente ligada a estrutura e dinâmica do desenvolvimento da atividade empresarial.

Esse quadro fático não deixa dúvidas quanto à existência de relação


empregatícia.

Logo, são devidas todas as verbas decorrentes da relação de emprego que


foram objeto da sentença de primeiro grau.

Por tais motivos, nego provimento ao apelo, mantendo a sentença.

BASE DE CÁLCULO PARA VERBAS RESCISÓRIAS.

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Número do documento: 17053015025442800000019692942
Irresigna-se a reclamada em face do salário deferido na origem como base
de cálculo para as verbas rescisórias, no valor de R$ R$29.696.94.

Restou incontroverso nos autos que a remuneração do reclamante era


composta de parte fixa no valor de R$2.000,00 (dois mil reais) e comissões no importe de 3% sobre as
vendas realizadas.

O art. 487, parágrafo 3º da CLT estabelece que, em se tratando de salário


pago na base de tarefa, o cálculo, para os efeitos dos parágrafos anteriores, será feito de acordo com a
média dos últimos 12 (doze) meses de serviço.

Assim, não se deve utilizar como base de cálculo de todas as verbas


trabalhistas e rescisórias o valor da maior remuneração, mas sim a média das remunerações pagas pela
empresa nos últimos 12 meses.

Por fim, no que toca a base de cálculo para recolhimento do FGTS, deve
ser considerado o valor mensal de cada remuneração paga ao reclamante.

Portanto, dou provimento ao recurso da reclamada, neste particular, para


determinar que o cálculo das verbas rescisórias deferidas seja realizado com base na média das
remunerações percebidas nos últimos 12 meses de trabalho, bem como que o cálculo do FGTS seja feito
com base no valor mensal de cada remuneração.

SALDO DE SALÁRIO

O reclamante pleiteou e teve deferido pela sentença de origem o


pagamento de saldo de salário no valor de R$ R$29.696,94, referente ao mês de agosto de 2014.

Aduz a reclamada que o reclamante manifestou seu interesse e não mais


prestar os serviços de representação comercial à reclamada no dia 03/08/2014, sendo que o último dia
efetivamente trabalhado fora 30/07/2014. Afirma que a NFS-e nº 17, competência 9/2014, no valor de
R$29.696.94, refere-se à prestação de serviços no mês de julho de 2014, sendo referida quantia quitada
pela empresa em duas parcelas, a primeira no valor de R$15.000,00, em 07/08/2014, e a segunda, no
valor de R$14.696,94, em 25/08/2014.

O reclamante alega "que deixou de prestar serviços na empresa 01/09


/2014; que fez o acerto de contas na empresa 1 mês depois em torno de outubro de 2014; que não
recebeu nada nesse acerto; que deixou de prestar serviços na empresa 01/09/2014; que fez o acerto de

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Número do documento: 17053015025442800000019692942
contas na empresa 1 mês depois em torno de outubro de 2014; que não recebeu nada nesse acerto; que a
informação dada pela empresa é que não recebeu nada por desconto de multa rescisória; que foi
chamado em uma sala e a empresa disse que não queria mais os serviços do reclamante;".

Compulsando a prova dos autos, verifica-se que a testemunha da


reclamada afirmou "que o reclamante pediu para sair" da empresa, ao passo que a testemunha do
reclamante limitou-se a fazer referência "que o reclamante parou de trabalhar para a reclamada",não
sendo específico quanto à alegada dispensa sem justa causa.

Contudo, em face do reconhecimento do vínculo empregatício e da


projeção do aviso prévio, considerando-se que o último dia efetivamente trabalhado fora 30/07/2014,
devido o pagamento de saldo de salário referente ao mês de agosto, motivo pelo qual nego provimento ao
recurso, neste particular.

PEDIDO RECONVENCIONAL

Por fim, requer a reclamada seja julgado inteiramente procedente o pedido


reconvencional, que alega não ter sido apreciado em primeira instância, para condenar o reclamante ao
pagamento de R$17.665,65 (dezessete mil seiscentos e sessenta e cinco reais e sessenta e cinco centavos)
a título de multa contratual e R$7.704,00 (sete mil setecentos e quatro reais) pelo dano causado ao
equipamento da empresa, tudo com juros e correção monetária nos termos do distrato celebrado.

Primeiramente, cumpre esclarecer que, ao contrário do alegado pela


reclamada, em sentença de embargos de declaração, o Juízo de origem julgou prejudicado o pedido
reconvencional.

De fato, considerando o reconhecimento da existência de vínculo


empregatício, restaram prejudicadas as alegações dispostas na contestação, em pedido reconvencional,
pois se fundamentam em contrato de natureza civil.

Nada a reformar.

RECURSO ADESIVO DO RECLAMANTE

ACÚMULO DE FUNÇÃO

O recorrente narrou que foi contratado para exercer a função de vendedor,


porém, além de vender e entregar os equipamentos da reclamada, passou a ficar à disposição da

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reclamada também por força da nova função de instrumentação cirúrgica, para atender aos médicos, seus
clientes, aguardando o chamado para comparecer aos hospitais.

Analiso.

A análise da ocorrência, in casu, de acúmulo de funções importa na


apreciação da base contratual do pacto laboral; ou seja, imprescindível sejam avaliados os requisitos
fáticos e jurídicos sobre os quais se fundamenta o negócio jurídico. Em outras palavras, o instituo está
ancorado no princípio da inalterabilidade contratual lesiva de que trata o art. 468 da CLT.

No contrato de emprego, constitui pressuposto fático a estipulação das


tarefas iniciais do empregado. No entanto, como é um pacto de trato sucessivo, suas prestações se
renovam a cada momento, sendo natural que os pressupostos fáticos - no caso, o rol de atribuições de um
empregado - possa ter variações no seu desenrolar.

Dito isto, é certo que tais variações somente podem ocorrer em aspectos
acessórios à obrigação principal, ou seja, não pode haver modificações na natureza essencial do
pactuado, sob pena de descaracterização do sinalagma inicial.

Se o empregador procede estritamente nestes termos, por mais que esteja


cometendo ao empregado atribuições inicialmente não acordadas, está no exercício legítimo de seu jus
variandi- prerrogativa que a ordem jurídica lhe atribui em razão do poder diretivo mencionado no art. 2º
da CLT.

Por outro lado, se houve ruptura no equilíbrio entre as condições


inicialmente pactuadas - trabalho versus remuneração -, gerando uma desarmonia na estimativa paritária
de reciprocidade proporcional inerente ao contrato de emprego, é certo que os pressupostos iniciais do
pacto devem ser revisados. Ou seja, se o contrato de emprego é firmado em razão de um rol específico de
tarefas a serem executados pelo empregado, e tais condições são alteradas desproporcionalmente pelo
empregador - extrapolação do jus variandi-, é natural que a outra face da obrigação - a remuneração paga
- também deva ser alterada, a fim de preservar a comutatividade e o equilíbrio contratual.

Dito isto, registre-se que não se adota, no ordenamento jurídico pátrio, o


sistema legal do "salário por serviço específico". Independentemente da função exercida, o valor da
remuneração da obreira pode ser livremente pactuada pelos contratantes, devendo ser respeitado apenas o
valor do salário-mínimo nacional ou do piso salarial da categoria, se existente.

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Número do documento: 17053015025442800000019692942
O art. 456 da CLT, em seu parágrafo único estabelece que, inexistindo
cláusula expressa a respeito do elenco de atribuições funcionais do empregado, entender-se-á que este se
obrigou a todo e qualquer serviço compatível com sua "condição pessoal".

Segundo a doutrina, entende-se por "condição pessoal", basicamente, a


qualificação profissional do trabalhador. Neste sentido, invoca-se a doutrina de Maurício Godinho
Delgado, em sua obra "Curso de Direito do Trabalho" (4ª Edição, Editora LTr):

Na interpretação desta última regra, a doutrina e a jurisprudência têm compreendido


que a lei pretende valorar a qualificação profissional da obreira quando menciona sua
"condição pessoal".

Traduz o dispositivo que, inexistindo evidência clara sobre a função contratual


pactuada, admitir-se-á como prevalecente função compatível com a qualificação
profissional da obreira (obviamente desde que ajustada às circunstâncias e cláusulas
que se considerem inerentes ao contrato). Está-se diante, aliás, de um dos raros
exemplos de norma estatal dispositiva no Direito do Trabalho pátrio.

(...)

Existem situações bastante comuns no cotidiano de uma empresa, que envolvem


alterações funcionais de distintos empregados. Tais situações, embora se submetam
também aos princípios e regras acima enunciados, merecem, por sua recorrência
cotidiana (considerado o universo das empresas, é claro), análise específica a seu
respeito. É o que se faz a seguir.

Registre-se, de todo modo, a ampla validade do seguinte critério geral de avaliação de


qualquer alteração de funções obreiras, em princípio: respeitada a qualificação
profissional do empregado (se esta tiver sido o parâmetro funcional contratado) - e
ausentes efetivos prejuízos qualitativos, quantitativos e circunstanciais -, lícita será a
alteração funcional perpetrada."

Por conseguinte, cabe aos contratantes estipular, com ampla autonomia, as


bases fáticas do contrato de trabalho (rol de tarefas do empregado e a remuneração correspondente),
havendo uma única exigência legal: o contrato de trabalho, sob pena de nulidade, não pode incluir
atividades ilícitas (art. 166, II, do CC/2002).

Fixadas estas premissas, passemos à avaliação do caso concreto.

Analisando as provas dos autos, verifica-se que o reclamante não


desempenhava a função de instrumentador, eis que cada médico levava sua própria equipe para
realização da cirurgia.

O preposto da reclamada afirmou que "cada médico possui


instrumentador cirúrgico; que o reclamante não fazia esse papel de instrumentador cirúrgico".

Embora a testemunha do reclamante tenha afirmado que "o reclamante


acompanhava cirurgias; (...) que o reclamante instrumentava; que nunca acompanhou o reclamante

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fazendo instrumentação",a testemunha arrolada pela reclamada, que também era representante comercial,
esclareceu que a necessidade de acompanhamento do ato cirúrgico se dava em função do suporte técnico
dado aos equipamentos da reclamada e que na sala de cirurgia já tinha instrumentador mas as vezes
auxiliava o médico para melhorar o contato com ele, utilizados no decorrer da cirurgia. Vejamos:

"que os médicos solicitavam os materiais para a cirurgia; que dá suporte técnicopara a


equipe médica; que tinha que entrar na sala de cirurgia para ligar os equipamentos
para dar suporte para o médico; que quando acabava a cirurgia recolhia o material e ia
embora. (...)que alguns médicos levam o instrumentador proprio; que as vezes o
reclamante entrava para auxiliar o médico; que isso era para melhorar e ampliar o
contato com o medico; que na sala de cirurgia já tinha instrumentador; que isso era
relação médico-vendedor;".(g.n.)

Portanto, entendo que as atividades desenvolvidas pelo autor eram


conexas à sua atividade principal, não se demonstrando o exercício de atividades estranhas ao objeto
principal de seu contrato.

Em razão deste cenário fático, a teor dos arts. 373, I, do NCPC e 818 da
CLT, entendo que o autor não se desincumbiu de seu encargo probatório no sentido de demonstrar ao
Juízo que as tarefas desempenhadas geravam direito ao pagamento de adicional por acúmulo de função,
motivo pelo qual nego provimento ao recurso ordinário do reclamante, mantendo inalterados os
fundamentos da decisão vergastada.

DANO MORAL.

Postula o reclamante a reforma da sentença quanto ao indeferimento do


pedido de pagamento de indenização por danos morais decorrentes da inexistência da assinatura na
Carteira de Trabalho. Argumenta que a não assinatura da CTPS acarretou prejuízos irreparáveis, como a
não comprovação do vínculo de imediato, inexistência de cadastro na base de dados da CAIXA
ECONÔMICA FEDERAL, ausência de recolhimento de PIS, FGTS, contribuições previdenciárias, etc.

Analiso.

Para a configuração do dano moral, é necessária a ocorrência de violação


à honra pessoal do trabalhador, proveniente de situações vexatórias, em que se sinta humilhado ou
desrespeitado, em consequência de fatos ocorridos em razão da relação de trabalho.

Ausência de anotação da CTPS não enseja indenização por dano moral, se


não demonstrado que tal ato causou efeitos prejudiciais de ordem moral ao empregado. Isso porque, o ato
causador do dano, caracterizado pelo constrangimento ou reprovação social, deve ficar demonstrado para
que seja assegurada ao trabalhador a devida reparação.

Assinado eletronicamente por: ADILSON MACIEL DANTAS - 22/11/2017 08:47:56 - a95a869


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=17053015025442800000019692942
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 17053015025442800000019692942
Neste sentido:

"(...) RECURSO DE REVISTA. AUSÊNCIA DE ANOTAÇÃO DA CTPS. DANO


MORAL. NÃO CONFIGURAÇÃO. Para que reste configurado o dano moral é
necessário que a conduta do empregador acarrete prejuízo direto ou indireto ao
empregado. Ausente a prova de que tenha ocorrido qualquer prejuízo de ordem moral ao
autor, não há como deferir a pretensão relativa à reparação civil. Recurso de revista não
conhecido (...)" (RR - 66000-09.2013.5.21.0004, 2.ª Turma, Rel. Min. Gilmar Cavalieri,
DEJT 12/9/2014)

Na hipótese dos autos, referida falta acarretou apenas danos de ordem


patrimonial ao reclamante, cuja reparação ocorre com o pagamento das verbas constantes da r. sentença,
não constituindo elemento suficiente a gerar situação vexatória de trabalho e, por consequência, direito a
indenização por dano moral.

O fato de o reclamado não ter procedimento ao recolhimento do FGTS, na


conta vinculada do obreiro, contribuições previdenciárias, etc. na época própria também não caracterizam
abalo moral. Ainda que estes inadimplementos possam causar aborrecimento ao trabalhador, não é
suficiente para afetar a intimidade, a vida, a honra ou a imagem do reclamante.

Não há, portanto, afronta ao art. 5º, incisos V e X, da Constituição, e aos


demais dispositivos de lei indicados, nos termos da Súmula nº 333 do TST.

Dessa forma, nego provimento ao recurso do reclamante.

CONCLUSÃO

Diante do exposto, conheço dos recursos ordinários e, no mérito, nego


provimento ao recurso do Reclamante e dou parcial provimento ao recurso da Reclamada, para
determinar que o cálculo das verbas rescisórias deferidas seja realizado com base na média das
remunerações percebidas nos últimos 12 meses de trabalho, bem como que o cálculo do FGTS seja feito
com base no valor mensal de cada remuneração; bem como, mantendo incólume a sentença de origem
nos demais termos, conforme fundamentação./psd

Assinado eletronicamente por: ADILSON MACIEL DANTAS - 22/11/2017 08:47:56 - a95a869


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=17053015025442800000019692942
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 17053015025442800000019692942
Participaram do julgamento os Excelentíssimos Desembargadores do
Trabalho e o Juiz Convocado: Presidente: LAIRTO JOSÉ VELOSO; Relator: ADILSON MACIEL
DANTAS; JOICILENE JERÔNIMO PORTELA FREIRE.

Representante do MPT: Excelentíssimo Senhor CARLOS EDUARDO


GOUVEIA NASSAR, Procurador do Trabalho da PRT da 11ª Região.

Sustentação Oral: Dr. Ronaldo Santos Monteiro.

ISTO POSTO

ACORDAM os Desembargadores do Trabalho e o Juiz Convocado da


SEGUNDA TURMA do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região, por unanimidade de votos,
conhecer dos Recursos Ordinários e, no mérito, negar provimento ao Recurso do Reclamante e dar
parcial provimento ao Recurso da Reclamada, para determinar que o cálculo das verbas rescisórias
deferidas seja realizado com base na média das remunerações percebidas nos últimos 12 meses de
trabalho, bem como que o cálculo do FGTS seja feito com base no valor mensal de cada remuneração;
bem como, manter incólume a sentença de origem nos demais termos, conforme fundamentação.

Sessão realizada em 6 de novembro de 2017.

ADILSON MACIEL DANTAS


Relator

VOTOS

Assinado eletronicamente por: ADILSON MACIEL DANTAS - 22/11/2017 08:47:56 - a95a869


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=17053015025442800000019692942
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 17053015025442800000019692942
TERMO DE PETICIONAMENTO EM PDF

AUTUAÇÃO: [HUMBERTO ROSSETTI PORTELA, WELLYNGTON DA SILVA E SILVA, ERIKA PAIVA PONCE,
ADENILSON CASTRO DE COUTO, J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR LTDA - ME] x [HUMBERTO
ROSSETTI PORTELA, WELLYNGTON DA SILVA E SILVA, ERIKA PAIVA PONCE, ADENILSON CASTRO DE
COUTO, J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR LTDA - ME]

PETICIONANTE: HUMBERTO ROSSETTI PORTELA

Nos termos do artigo 1º do Ato número 423/CSJT/GP/SG, de 12 de novembro de 2013, procedo à juntada, em anexo, de petição
em arquivo eletrônico, tipo “Portable Document Format” (.pdf), de qualidade padrão “PDF-A”, nos termos do artigo 1º, § 2º,
inciso II, da Lei nº 11.419, de 19 de dezembro de 2006, e em conformidade com o parágrafo único do artigo 1º. do Ato acima
mencionado, sendo que eventuais documentos que a instruem também serão anexados.

29 de Novembro de 2017

HUMBERTO ROSSETTI PORTELA

Assinado eletronicamente por: HUMBERTO ROSSETTI PORTELA - 29/11/2017 17:16:08 - 3d03615


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=17112917141123800000019692946
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 17112917141123800000019692946
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 11ª REGIÃO

PROCESSO nº 0001735-48.2016.5.11.0011 (RO)


RECORRENTE: J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR LTDA - ME
RECORRIDO: ADENILSON CASTRO DE COUTO
RELATOR: ADILSON MACIEL DANTAS

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DA RECLAMADA.


IMPOSSIBILIDADE DE REAPRECIAÇÃO DO MÉRITO EM
SEDE DE EMBARGOS. A interposição dos embargos de declaração
exige e existência de omissão, contradição ou obscuridade no julgado, em
atendimento aos pressupostos elencados no artigo 897-A da CLT, sendo
impossível a reapreciação do mérito da demanda.

RELATÓRIO

A reclamada apresenta embargos de declaração sustentando a existência


de omissões no julgado, especialmente no que diz respeito ao conjunto probatório formado nos autos,
pedindo seja sanada a omissão e imprimido efeito modificativo à decisão, tendo-se por improcedentes os
pedidos da inicial.

Conclusos à decisão.

FUNDAMENTAÇÃO

Embargos de declaração tempestivos.

MÉRITO

PRETENSÃO DA EMBARGANTE EM REDISCUTIR O MÉRITO DA CAUSA

A embargante opõe o presente recurso, nos termos do art. 897-A, da CLT,


alegando omissões do acórdão quanto ao conjunto probatório formado nos autos. Faz longas perorações
sobre o que ali se produziu, traz excertos de depoimentos, faz menção a documentos, etc.

Sem razão.

Assinado eletronicamente por: ADILSON MACIEL DANTAS - 16/05/2018 14:27:37 - e8c4b28


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18030210522664100000019692935
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 18030210522664100000019692935
No caso dos autos, os motivos que formaram o convencimento da Turma
foram exaustivamente delineados no acórdão embargado com esteio em toda a matéria devolvida ao
Regional para apreciação.

Neste sentido, verifica-se que a insurgência não procede, uma vez que a
decisão embargada foi suficientemente clara ao se pronunciar a respeito das tese ora levantadas para o
deslinde da questão e a respeito das provas produzidas no feito, apontando não só jurisprudências, como
o entendimento atual da Corte Trabalhista Maior quanto ao caso em comento.

Vê-se que não há qualquer contradição ou obscuridade no acórdão


hostilizado.

Objetiva o embargante, a toda evidência, a reapreciação do mérito e


reforma da decisão, o que é absolutamente incabível pela via estreita dos embargos de declaração. A
modificação do acórdão deve ser perseguida mediante recurso próprio cabível no prazo e da forma legais.

No que diz respeito à suposta omissão quanto ao pedido de litigância de


má-fé, se a empresa teve seu recurso provido apenas no que diz respeito ao parâmetro de cálculo das
verbas deferidas na sentença, torna-se mais que evidente que o reclamante não litigou de má fé. Cuida-se
de um silêncio que grita, de tão óbvio.

DISPOSITIVO

Conheço dos embargos de declaração, mas nego-lhes provimento.

Participaram do julgamento os Excelentíssimos Desembargadores do


Trabalho e o Juiz Convocado: Presidente: LAIRTO JOSÉ VELOSO; Relator: ADILSON MACIEL
DANTAS; RUTH BARBOSA SAMPAIO.

Representante do MPT: Excelentíssima Senhora FABÍOLA BESSA


SALMITO LIMA, Procuradora do Trabalho da PRT da 11ª Região.

Assinado eletronicamente por: ADILSON MACIEL DANTAS - 16/05/2018 14:27:37 - e8c4b28


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18030210522664100000019692935
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 18030210522664100000019692935
ISTO POSTO

ACORDAM os Desembargadores do Trabalho e o Juiz Convocado da


SEGUNDA TURMA do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região, por unanimidade de votos,
conhecer dos embargos de declaração, mas negar-lhes provimento, na forma da fundamentação.

Sessão realizada em 14 de maio de 2018.

ADILSON MACIEL DANTAS


Relator

VOTOS

Voto do(a) Des(a). LAIRTO JOSE VELOSO / Gabinete do Desembargador Lairto


Jose Veloso

Acompanho o voto do Relator.

Assinado eletronicamente por: ADILSON MACIEL DANTAS - 16/05/2018 14:27:37 - e8c4b28


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18030210522664100000019692935
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 18030210522664100000019692935
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 11ª REGIÃO
Gabinete da Presidência
RO 0001735-48.2016.5.11.0011
RECORRENTE: J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR LTDA - ME
RECORRIDO: ADENILSON CASTRO DE COUTO

RECURSO DE REVISTA

Lei 13.015/2014

Recorrente(s): J S EQUIPAMENTOS MÉDICOS HOSPITALAR LTDA - ME

Advogado(a)(s): SÉRGIO ALBERTO CORRÊA ARAÚJO (exclusividade - id. 2906d79) e OUTROS


(AM - 3749)

Recorrido(a)(s): ADENILSON CASTRO DE COUTO

Advogado(a)(s): WELLYNGTON DA SILVA E SILVA e OUTRO (AM - 422-A)

PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS

Tempestivo o recurso, por força do artigo 775 da CLT (decisão publicada em 18/05/2018 - id. 42A0151;
recurso apresentado em 30/05/2018 - id. ac2a611).

Regular a representação processual (id. 89e358e, b4d41df).

Satisfeito o preparo (ids. e34a027, 086ce82, 086ce82 e 36533f2, 9966a68).

PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS

CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO / RECONHECIMENTO DE RELAÇÃO DE


EMPREGO

Alegações:

- violação do(s) artigo 2º, inciso II; artigo 5º, inciso II, da Constituição Federal.

- violação à legislação infraconstitucional: Consolidação das Leis do Trabalho, artigo 3º; Lei nº 4886
/1965, artigo 1º; Lei nº 8420/1992.

- divergência jurisprudencial: folha 12 (1 aresto); folha 13 (1 aresto).

Alega a recorrente que a decisão da Turma afrontou de forma direta e literal o disposto no artigo 3º da
CLT, posto que o fato do Recorrido ser pessoa jurídica constitui-se óbice para deferimento do vínculo de
emprego, já que a norma impõe tal condição apenas as pessoas físicas. Outrossim, permitir-se a
concessão de vínculo de emprego as pessoas jurídicas se estará violando o disposto no artigo 2º, inciso II
da Constituição Federal.

Prossegue sustentando que, o fato de ter solicitado a abertura de empresa não constitui crime ou burla a
norma trabalhista, mas, tão somente, obediência à disposição do Código Civil ao caso em comento.

Assinado eletronicamente por: ELEONORA DE SOUZA SAUNIER - 25/06/2018 15:19:37 - b20b665


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18060509453545100000019692929
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 18060509453545100000019692929
Consta no v. acórdão (id. a95a869):

"(...)

MÉRITO

RECURSO DA RECLAMADA

VÍNCULO DE EMPREGO.

A reclamada insurge-se contra a sentença que reconheceu o vínculo empregatício havido entre
as partes e o consequente deferimento das parcelas rescisórias. Para tanto argumentou que o
autor prestava serviços como representante comercial, mediante contrato de representação
comercial, nos termos das Leis 4.886/65 e 8.420/92, destacando não estarem presentes os
requisitos caracterizadores da relação de emprego.

Insubsistente seu inconformismo.

No caso em questão operou-se a inversão do ônus da prova, uma vez que a empresa admitiu a
prestação de serviços pelo autor, alegando, entretanto, a prestação de serviços autonomamente,
na condição de representante comercial. Ocorre que a empresa-ré não se desincumbiu deste
ônus a contento.

O contrato de representação mercantil é uma avença na qual uma pessoa física ou jurídica
obriga-se a desempenhar, com onerosidade, não eventual e autônomo, em nome de uma ou mais
pessoas, a mediação para realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos
para os transmitir aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos
negócios, consoante se extrai da Lei 4.886/1965 e os acréscimos trazidos pela Lei 8.420/1992.

Interessa o resultado útil do trabalho e não o serviço como um valor em si, a autonomia em
contraponto à subordinação é essencial ao contrato de representação, bem como a fungibilidade
da figura pessoal do representante no cotidiano da representação comercial.

São inúmeros os aspectos a serem enfrentados pelo operador jurídico, para que possa compor a
relação sociojurídica efetiva e concluir se há relação civil ou comercial, ou, ainda, meramente
empregatícia. Trata-se, com efeito, do exame de matéria fática a ser produzida em juízo por
quem incumba carreá-la.

Por outro lado, os requisitos caracterizadores da relação de emprego estão previstos do art. 3º da
CLT, devendo estar presentes, concomitantemente, os seguintes elementos: a) pessoalidade,
consiste na prestação de labor personalíssimo, por pessoa física; b) subordinação, significa que
o trabalho não é autônomo e se desenvolve sob as ordens e supervisão do empregador; c)
habitualidade, decorre da periodicidade preestabelecida da prestação do labor, bem como da
inserção da atividade nas necessidades regulares da empresa e d) onerosidade, consiste em
trabalho não gratuito, sendo avençada uma contraprestação pelo labor, a qual, pelo menos em
parte, deve se dar de forma pecuniária.

Por sua vez, o princípio da Primazia da Realidade caracteriza-se pela preferência dos fatos em
detrimento das formas, quer isso dizer que quando ocorrer discordância do contido no "contrato
de trabalho" e o que ocorre no "mundo fenomênico", este último deve prevalecer (vale mais o
conteúdo do que a forma). Maurício Godinho Delgado refere-se ao princípio como "contrato
realidade", nos informando ainda da ampliação da norma civilista "de que o operador jurídico,
no exame das declarações volitivas, deve atender mais à intenção dos agentes do que ao
envoltório formal através do qual transpareceu a vontade" - art. 112 do CC/02. Ou seja, em

Assinado eletronicamente por: ELEONORA DE SOUZA SAUNIER - 25/06/2018 15:19:37 - b20b665


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18060509453545100000019692929
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 18060509453545100000019692929
matéria de trabalho importa o que ocorre na prática, mais que aquilo que as partes hajam
pactuado de forma mais ou menos solene, ou expressa, ou aquilo que conste em documentos,
formulários e instrumentos de controle.

No caso, depreende-se da prova dos autos que o trabalho sempre foi realizado de forma
exclusiva, na pessoa do reclamante diretamente à reclamada; que o reclamante percebia
pagamento de valores mensais independente de vendas (onerosidade); que tinha subordinação
jurídica, auferida por meio do controle de jornada, apresentação de relatório de vendas, do
poder diretivo de promover de promover as alterações nas atividades do reclamante (que por
vezes auxiliava na instrumentalização cirúrgica) e do recebimento de ordens diretas da sócia e
de seu esposo; e habitualidade na prestação dos serviços, de forma contínua e diária.

Vejamos o depoimento do reclamante, que, embora não possua o condão de fazer prova por si
só, esclarece os fatos, que, posteriormente, foram confirmados pelas testemunhas.

"que assinou um contrato de prestação de serviços; que o teor do contrato era de representante
comercial; que tinha firma individual; que a empresa pagava R$ 2.000,00 fixos; que o contrato
era de representação comercial de material médico hospitalar; que tirava nota fiscal; que foi
obrigado a abrir a firma durante o periodo em que trabalhava; que começou dia 08/09/11 como
pessoa fisica; que em abril de 2013 foi chamado na empresa para abrir uma empresa para
manter o contrato; que nunca foi prometido assinar CTPS; que sempre recebeu 3% sobre as
vendas; que não recebia mais nada; que nunca viu nenhum empregado de CTPS assinada; que
tinha planilha de vendas; que mesmo se não vendesse nada recebia os R$ 2.000,00; que a
empresa ajudava com R$ 300 para combustivel; que o carro era proprio do reclamante; que
eram mais 3 vendedores; que acha que tinham funcionarios com CTPS assinada na parte
administrativa; que deixou de prestar serviços na empresa 01/09/2014; que fez o acerto de
contas na empresa 1 mês depois em torno de outubro de 2014; que não recebeu nada nesse
acerto; que a informação dada pela empresa é que não recebeu nada por desconto de multa
rescisoria; que foi chamado em uma sala e a empresa disse que não queria mais os serviços do
reclamante; que depois disso não foi mais. (...) que não se lembra a data exata quando entrou na
empresa como pessoa física; que alem da venda também tinha que fazer visitas médicas, separar
material, fazer contagem, levar o material, instrumentava cirurgia, acompanhar a cirurgia, lavar
o material depois da cirurgia, e voltar com o material; que isso não era função dos
representantes comerciais; que a empresa não tinha essa figura de instrumentador. (...) que não
sabe a data exata que fez o pedido de rescisão; que tinha escala de trabalho; que trabalhava de
08:00 as 18:00; que chegava na empresa 08:00 e tinha que voltar as 18:00; (...) que nunca foi
punido por faltas; que a empresa continua ativa; que não emite mais nota para o mesmo setor;
que trabalha para outra empresa do mesmo ramo; que a empresa é MEDIC SISTER; que havia
fiscalização e cobrança pela dona da empresa dona Jaqueline; que os clientes eram indicados
pelo reclamante; que os R$ 2.000,00 que estavam no contrato eram clausula do contrato que
condicionava um numero mínimo de visitas; que tinha a dona Jaqueline que fazia a supervisão"

A primeira testemunha arrolada pelo reclamante afirmou "que o reclamante recebia 2 mil reais
mais comissão de 3% nas vendas; que o reclamante não tinha CTPS assinada; que só tinha o
reclamante como vendedor; que o reclamante trabalhava a partir das 08:00, quando ele chegava
na empresa; que o trabalho do reclamante era externo; que o reclamante voltava as 16:00 para a
empresa; que o reclamante acompanhava cirurgias; que o reclamante tinha 40 min de almoço;
(...) que no inicio o reclamante não tinha que apresentar notal fiscal; que o reclamante teve que
emitir notas fiscais; que a dona Jaqueline demitiu o reclamante; que a empresa não tinha ponto
por isso o reclamante não tinha que assinar; (...) que a empresa abriu uma pessoa jurídica em
nome do reclamante; que sabe disso pois cuida da parte administrativa;que a parte fiscal
era feita pela dona Jaqueline; que a parte fiscal da empresa do reclamante era feita pelo
contador da reclamada sr Aluisio."

A própria testemunha arrolada pela reclamada confirmou trabalhar da mesma forma que o
reclamante, sendo obrigada a abrir uma empresa para burlar a relação de trabalho: " que foi
contratado na empresa em setembro de 2012 por 3 meses a titulo de experiencia; que foi

Assinado eletronicamente por: ELEONORA DE SOUZA SAUNIER - 25/06/2018 15:19:37 - b20b665


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18060509453545100000019692929
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 18060509453545100000019692929
indicado pelo reclamante; que foi contratado para vendedor; que foi contratado como
representante comercial; que assinou o contrato em janeiro de 2013; que recebia comissão; que
recebeu as verbas dos 3 meses de experiencia; que depois disso passou a receber por comissão; q
ue abriu uma empresa a pedido da reclamada; que tinha ajuda de custo de R$ 1000,00 e
mais as comissões de 3%; que não sabe quanto era a ajuda de custo do reclamante, mas ele
recebia 3% de comissão; que não recebia 300,00 de combustível; que tinha que prestar contas
das vendas senão não recebia; que prestava contas no setor de contabilidade e o dinheiro era
depositado em conta;que todos os vendedores eram assim; que eram 3 vendedores ao todo; que
todos eram contrato".

Por fim, verifica-se a existência de pessoalidade, eis que a constituição de pessoa jurídica se deu
por imposição da Reclamada, com intuito de burlar as leis trabalhistas e tributárias, por meio da
realização de contrato de representação comercial, quando, na verdade, estas pessoas
desempenhavam labor afeto à atividade fim da empresa, com habitualidade, onerosidade,
subordinação jurídica e pessoalidade.

De par com isso e fulminando a controvérsia, verifica-se que as atividades exercidas pelo autor
atendiam à finalidade essencial da recorrente, sendo certo que a função de vendedor está
atavicamente ligada a estrutura e dinâmica do desenvolvimento da atividade empresarial.

Esse quadro fático não deixa dúvidas quanto à existência de relação empregatícia.

Logo, são devidas todas as verbas decorrentes da relação de emprego que foram objeto da
sentença de primeiro grau.

Por tais motivos, nego provimento ao apelo, mantendo a sentença.

(...)

ISTO POSTO

ACORDAM os Desembargadores do Trabalho e o Juiz Convocado da SEGUNDA TURMA


do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região, por unanimidade de votos, conhecer dos
Recursos Ordinários e, no mérito, negar provimento ao Recurso do Reclamante e dar parcial
provimento ao Recurso da Reclamada, para determinar que o cálculo das verbas rescisórias
deferidas seja realizado com base na média das remunerações percebidas nos últimos 12 meses
de trabalho, bem como que o cálculo do FGTS seja feito com base no valor mensal de cada
remuneração; bem como, manter incólume a sentença de origem nos demais termos, conforme
fundamentação.

Sessão realizada em 6 de novembro de 2017.

ADILSON MACIEL DANTAS

Relator

(...)"

A Lei 13.015/2014 impõe a observância de requisitos específicos para o conhecimento do recurso de


revista.

No presente caso, a parte recorrente não cumpriu com a nova regra contida na legislação consolidada e,
desta forma, inviável a análise do presente recurso, uma vez que, ao expor as razões do pedido de
reforma, não impugnou todos os fundamentos jurídicos da decisão recorrida (Art. 112 do CC/02), nos
termos do art. 896,§ 1º-A, III da CLT.

CONCLUSÃO

Assinado eletronicamente por: ELEONORA DE SOUZA SAUNIER - 25/06/2018 15:19:37 - b20b665


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18060509453545100000019692929
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 18060509453545100000019692929
DENEGO seguimento ao recurso de revista.

Publique-se e intime-se.

cdss

Manaus, 25 de Junho de 2018

ELEONORA DE SOUZA SAUNIER


Desembargador(a) do Trabalho - Presidente do TRT11

Assinado eletronicamente por: ELEONORA DE SOUZA SAUNIER - 25/06/2018 15:19:37 - b20b665


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18060509453545100000019692929
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 18060509453545100000019692929
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 11ª REGIÃO
Gabinete da Presidência
RO 0001735-48.2016.5.11.0011
RECORRENTE: J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR LTDA - ME
RECORRIDO: ADENILSON CASTRO DE COUTO

DESPACHO

I - Mantenho o despacho agravado (id. b20b665) e determino o processamento do(s) Agravo(s) de


Instrumento (id. 9ef9b4e);

II - Notifique(m)-se a(s) parte(s) agravada(s) para responder(em), conforme dispõe o art. 897, § 6º, da
CLT;

III - Após, encaminhem-se ao Tribunal Superior do Trabalho, na forma do ATO SEGJUD.GP nº 032
/2017.

Manaus, 17 de Julho de 2018

ELEONORA DE SOUZA SAUNIER


Desembargador(a) do Trabalho - Presidente do TRT11

Assinado eletronicamente por: ELEONORA DE SOUZA SAUNIER - 17/07/2018 16:40:25 - 46cb480


https://pje.trt11.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=18071711134474700000019692922
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 18071711134474700000019692922
Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-ED-AIRR-1735-48.2016.5.11.0011

Recorrente : J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR EIRELI


Advogado : Dr. Sérgio Alberto Corrêa de Araújo
Recorrido : ADENILSON CASTRO DE COUTO
Advogado : Dr. Wellyngton da Silva e Silva

VMF/amf

D E C I S Ã O

I – EXAME DE PETIÇÃO
Quanto à petição 358305/2018-09, protocolizada pelo
reclamante Adenilson Castro de Couto, nada a deferir, tendo em vista que
a reclamada interpôs recurso extraordinário em 7/12/2018, não se havendo
falar no trânsito em julgado da decisão recorrida.
No tocante à petição 65554/2020-04, protocolizada pelo
reclamante Adenilson Castro de Couto, nada a deferir, uma vez que a
apreciação do recurso extraordinário interposto pela reclamada está
sendo realizada por meio da presente decisão.

II – RECURSO EXTRAORDINÁRIO DA RECLAMDA J S EQUIPAMENTOS


MEDICOS HOSPITALAR EIRELI

Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão


deste Tribunal por meio do qual foi negado provimento ao agravo de
instrumento da reclamada em todos os seus temas e desdobramentos.
A parte recorrente suscita repercussão geral, apontando
violação dos dispositivos constitucionais que especifica nas razões de
recurso.
É o relatório.
Decido.

Consta do acórdão recorrido:

(...)
Firmado por assinatura digital em 30/06/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP
2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

Assinado eletronicamente por: TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO - 26/08/2020 22:54:33 - 8c76d9d


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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 20063022501800000000019692801
Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho fls.2

PROCESSO Nº TST-ED-AIRR-1735-48.2016.5.11.0011

O Regional concluiu pela presença dos elementos característicos do


vínculo de emprego, na medida em que a prova dos autos demonstra que o
trabalho do reclamante sempre foi realizado de forma exclusiva à
reclamada, que o remunerava de forma mensal e independente das vendas
realizadas (onerosidade); que havia subordinação jurídica, auferida por
meio de controle de jornada, da apresentação de relatório de vendas, do
poder diretivo de promover e realizar alterações nas atividades do
reclamante (que por vezes auxiliava na instrumentalização cirúrgica) e do
recebimento de ordens diretas da sócia da reclamada e de seu esposo.
Ademais, asseverou que a habitualidade se caracterizava na prestação
dos serviços de forma contínua e diária e que havia também pessoalidade,
sendo que o depoimento das testemunhas confirma que a constituição de
pessoa jurídica pelo reclamante se deu por imposição da reclamada no
intuito de burlar as leis trabalhistas e tributárias por meio da realização de
contrato de representação comercial.
Ressaltou ainda que a reclamada não apresentou provas da validade
do contrato de representação comercial, e que as atividades exercidas pelo
reclamante atendiam à finalidade essencial da recorrente, “sendo certo que
a função de vendedor está atavicamente ligada a estrutura e dinâmica do
desenvolvimento da atividade empresarial”.
Diante do quadro fático delineado, cujo teor é insuscetível de
reexame nesta instância superior, nos termos da Súmula 126 do TST,
descabe cogitar de violação dos arts. 3º da CLT e 1º da Lei nº 4.886/65.
Ademais, os arestos de fls. 342/343 não citam fonte oficial nem
repositório autorizado em que foram publicados, nos termos da Súmula
337, I, “a”, e IV, do TST.
Nego provimento.

Constata-se no acórdão objeto do recurso extraordinário que


a Turma do TST negou provimento ao agravo de instrumento no tocante ao
tema alusivo ao reconhecimento do vínculo de emprego em razão da ausência
do requisito de admissibilidade recursal atinente à impossibilidade, no
Tribunal Superior do Trabalho, do revolvimento de fatos e provas (Súmula

Firmado por assinatura digital em 30/06/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP
2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

Assinado eletronicamente por: TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO - 26/08/2020 22:54:33 - 8c76d9d


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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 20063022501800000000019692801
Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho fls.3

PROCESSO Nº TST-ED-AIRR-1735-48.2016.5.11.0011

126 do TST), bem como da inexistência de divergência jurisprudencial,


nos termos da Súmula 337, I, “a”, e IV, do TST.
O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento de que o exame
de questão alusiva a pressupostos de admissibilidade de recursos de
competência de outro Tribunal se restringe ao âmbito
infraconstitucional, inexistindo questão constitucional com repercussão
geral (Tema 181 do ementário de Repercussão Geral do STF).
Tal entendimento foi consagrado no julgamento do RE 598.365,
de relatoria do Ministro Ayres Britto. Consta da ementa do referido
julgado:

PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE DE RECURSOS DA


COMPETÊNCIA DE OUTROS TRIBUNAIS. MATÉRIA
INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.
A questão alusiva ao cabimento de recursos da competência de outros
Tribunais se restringe ao âmbito infraconstitucional. Precedentes. Não
havendo, em rigor, questão constitucional a ser apreciada por esta nossa
Corte, falta ao caso “elemento de configuração da própria repercussão
geral”, conforme salientou a ministra Ellen Gracie, no julgamento da
Repercussão Geral no RE 584.608. (RE 598.365 RG, Rel. Min. Ayres
Britto, DJe-055 de 26/3/2010)

Os arts. 1.030, I, “a”, e 1.035, § 8º, do CPC/2015 estabelecem


que a decisão do Supremo Tribunal Federal, não reconhecendo a repercussão
geral, estende-se a todos os recursos envolvendo a mesma questão
jurídica. Evidenciada, pois, a similitude entre o presente caso e o
espelhado no aludido precedente, impõe-se o juízo negativo de
admissibilidade, não sendo pertinente a tese de violação dos dispositivos
constitucionais indicados pela parte recorrente.
A propósito, cumpre registrar que, não tendo havido no acórdão
recorrido exame de mérito da controvérsia debatida no recurso
extraordinário, dada a imposição de óbice de natureza exclusivamente
processual, a única questão passível de discussão seria a relativa aos
pressupostos de admissibilidade do recurso de competência do TST, cuja
possibilidade de reexame já foi afastada pelo Supremo Tribunal Federal,

Firmado por assinatura digital em 30/06/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP
2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

Assinado eletronicamente por: TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO - 26/08/2020 22:54:33 - 8c76d9d


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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 20063022501800000000019692801
Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho fls.4

PROCESSO Nº TST-ED-AIRR-1735-48.2016.5.11.0011

por ausência de repercussão geral da matéria.


Ante o exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário e
determino a baixa dos autos à origem após o transcurso in albis do prazo
para interposição de recurso.
Publique-se.
Brasília, 30 de junho de 2020.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)


VIEIRA DE MELLO FILHO
Ministro Vice-Presidente do TST

Firmado por assinatura digital em 30/06/2020 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP
2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.

Assinado eletronicamente por: TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO - 26/08/2020 22:54:33 - 8c76d9d


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Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 20063022501800000000019692801
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 11ª REGIÃO
11ª Vara do Trabalho de Manaus
ATOrd 0001735-48.2016.5.11.0011
AUTOR: ADENILSON CASTRO DE COUTO
RÉU: J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR EIRELI - EPP

DESPACHO

Aos cálculos, após, retornem os autos conclusos para análise da liberação do valor referente aos
depósitos recursais./Lpc

MANAUS/AM, 02 de setembro de 2020.

ALEXANDRO SILVA ALVES


Juiz(a) do Trabalho Substituto

Assinado eletronicamente por: ALEXANDRO SILVA ALVES - Juntado em: 02/09/2020 10:08:43 - 6d8d80d
https://pje.trt11.jus.br/pjekz/validacao/20090210001745100000019726301?instancia=1
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 20090210001745100000019726301
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 11ª REGIÃO
11ª Vara do Trabalho de Manaus
ATOrd 0001735-48.2016.5.11.0011
AUTOR: ADENILSON CASTRO DE COUTO
RÉU: J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR EIRELI - EPP

DESPACHO

Considerando o teor da informação da contadoria de Id. ba31632, notifique-se a reclamada


para que no prazo improrrogável de 10 dias, apresente os comprovantes de pagamentos
salariais do período de 09/2011 a 08/2013 para apuração do FGTS devido, sob pena de
aplicação da multa diária de R$.100,00 até o limite de R$.3.000,00 e a fixação dos valores
remuneratórios pela média dos últimos 12 meses como base de cálculos.//spn

MANAUS/AM, 03 de setembro de 2020.

ALEXANDRO SILVA ALVES


Juiz(a) do Trabalho Substituto

Assinado eletronicamente por: ALEXANDRO SILVA ALVES - Juntado em: 03/09/2020 12:42:43 - d5657c4
https://pje.trt11.jus.br/pjekz/validacao/20090312100358400000019736544?instancia=1
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 20090312100358400000019736544
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 11ª REGIÃO
11ª Vara do Trabalho de Manaus
ATOrd 0001735-48.2016.5.11.0011
AUTOR: ADENILSON CASTRO DE COUTO
RÉU: J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR EIRELI - EPP

DESPACHO PJe-JT

Sobre os cálculos de liquidação de sentença, Id. 6d53d8e, manifestem-se as partes no prazo de


08 (oito) dias, nos termos do § 2º do artigo 879 da CLT.

Ressalte-se que a execução só prosseguirá pela TRD, critério menos gravoso ao devedor e
isento de controvérsia no STF.

O cálculo pelo IPCA-E ficará suspenso nos autos, nos termos do decidido pelo STF, aguardando
ulterior deliberação em futuro julgamento da ADC 58, ressalvando, entretanto, o direito do
exequente às diferenças em relação ao IPCA-E, caso o Excelso STF venha, ao final, entender
pela inconstitucionalidade do artigo 879 da CLT.

Expeça-se alvará em favor do reclamante para levantamento dos depósitos recursais de Id´s.
086ce82, 9966a68 e a971252 nos valores nominais de R$. 8.959,63, R$. 18.378,00 e R$.
9.189,00, devendo comprovar em 10 (dez) dias os valores efetivamente sacados para
compensação e apuração do saldo remanescente, sob pena de suspensão da continuidade da
execução por 6 meses e posteriormente sua extinção, nos termos do inciso III do artigo 485 do
CPC.//spn

MANAUS/AM, 23 de setembro de 2020.

ALEXANDRO SILVA ALVES


Juiz(a) do Trabalho Substituto

Assinado eletronicamente por: ALEXANDRO SILVA ALVES - Juntado em: 23/09/2020 19:00:43 - dca3da3
https://pje.trt11.jus.br/pjekz/validacao/20092310300127700000019849718?instancia=1
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 20092310300127700000019849718
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 11ª REGIÃO
11ª Vara do Trabalho de Manaus
ATOrd 0001735-48.2016.5.11.0011
AUTOR: ADENILSON CASTRO DE COUTO
RÉU: J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR EIRELI - EPP

DESPACHO PJe-JT

Aos cálculos de atualização, observando-se os valores recebidos (ids. 2a944b2 e bc4616a).

MANAUS/AM, 03 de dezembro de 2020.

ADILSON MACIEL DANTAS


Juiz(a) do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: ADILSON MACIEL DANTAS - Juntado em: 03/12/2020 13:25:27 - 274aa49
https://pje.trt11.jus.br/pjekz/validacao/20120311485075700000020289148?instancia=1
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 20120311485075700000020289148
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 11ª REGIÃO
11ª Vara do Trabalho de Manaus
ATOrd 0001735-48.2016.5.11.0011
AUTOR: ADENILSON CASTRO DE COUTO
RÉU: J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR EIRELI - EPP

DECISÃO PJe-JT

Vistos etc.

Homologo os cálculos de atualização com a compensação de valores sacados de Id. 97280e2,


para que surtam os seus legais e jurídicos efeitos.

Cite-se a reclamada para que pague em 48h00 o saldo remanescente apurado e, considerando
que está assistida por advogado, determino que a diligência seja cumprida, através de intimação
do seu patrono, via DEJT.//spn

MANAUS/AM, 07 de dezembro de 2020.

ADILSON MACIEL DANTAS


Juiz(a) do Trabalho Titular

Assinado eletronicamente por: ADILSON MACIEL DANTAS - Juntado em: 07/12/2020 14:04:40 - 1d4a968
https://pje.trt11.jus.br/pjekz/validacao/20120713512854200000020307432?instancia=1
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 20120713512854200000020307432
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 11ª REGIÃO
11ª Vara do Trabalho de Manaus
ATOrd 0001735-48.2016.5.11.0011
AUTOR: ADENILSON CASTRO DE COUTO
RÉU: J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR EIRELI - EPP

DECISÃO-PJe

Proceda-se à penhora on line, utilizando-se as ferramentas SISBAJUD, RENAJUD e CNIB.

MANAUS/AM, 27 de janeiro de 2021.

ALEXANDRO SILVA ALVES


Juiz(a) do Trabalho Substituto

Assinado eletronicamente por: ALEXANDRO SILVA ALVES - Juntado em: 27/01/2021 20:59:13 - b07199a
https://pje.trt11.jus.br/pjekz/validacao/21012618224547000000020476052?instancia=1
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 21012618224547000000020476052
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 11ª REGIÃO
11ª VARA DO TRABALHO DE MANAUS
ATOrd 0001735-48.2016.5.11.0011
RECLAMANTE: ADENILSON CASTRO DE COUTO
RECLAMADO: J S EQUIPAMENTOS MEDICOS HOSPITALAR EIRELI -
EPP

DECISÃO

Considerando a certidão de ID 3aa4ff3, chamo o processo à ordem


para tornar nulos todos os atos a partir de 03/09/2020.

Determino:

1. A exclusão, do polo passivo deste processo, do advogado Dr. Dr.


Humberto Rosseti Portela e o cadastro do patrono Sérgio Alberto
Correa Araújo, OAB/AM 3.749;

2. O desbloqueio de valores, no sistema Sisbajud, que tenham


ocorrido em nome da reclamada;

3. A intimação da reclamada acerca do despacho de ID d5657c4 (prazo


improrrogável de 10 dias, apresente os comprovantes de pagamentos
salariais do período de 09/2011 a 08/2013 para apuração do FGTS
devido, sob pena de aplicação da multa diária de R$.100,00 até o
limite de R$.3.000,00 e a fixação dos valores remuneratórios pela
média dos últimos 12 meses como base de cálculos).

4. Após, movimente-se este processo para o setor de cálculos.

MANAUS/AM, 22 de fevereiro de 2021.

ALEXANDRO SILVA ALVES


Assinado eletronicamente por: ALEXANDRO SILVA ALVES - Juntado em: 22/02/2021 11:44:41 - d599df7
Juiz(a) do Trabalho Substituto
https://pje.trt11.jus.br/pjekz/validacao/21022211111811900000020604432?instancia=1
Número do processo: 0001735-48.2016.5.11.0011
Número do documento: 21022211111811900000020604432
SUMÁRIO
Documentos

Data da
Id. Documento Tipo
Assinatura

690ce0b 20/08/2016 20:22 Petição em PDF Petição em PDF

474c378 20/08/2016 20:22 Reclamação Petição Inicial Adenilson Petição Inicial

8c9d781 04/10/2016 07:59 Habilitação em processo Petição (outras)

f400d56 04/10/2016 07:59 Petição Habilitação Adv Reclamada Petição em PDF

7a37705 04/10/2016 08:18 Petição em PDF Petição em PDF

6e2b3f0 04/10/2016 08:18 Defesa J S Equipamentos x Adenilson Castro de Couto Petição em PDF

Comprovante de
e07a74d 04/10/2016 08:18 Comprovante de Pagamento Junho 2014 Depósito

Comprovante de
30b2f2c 04/10/2016 08:18 Comprovante de Pagamento Maio-2014 Depósito

Comprovante de
71e1013 04/10/2016 08:18 Comprovante de Pagamento Março-2013 Depósito

dc428fb 05/10/2016 14:39 Ata da Audiência Ata da Audiência

e34a027 14/10/2016 07:24 Sentença Sentença

37d0a9e 20/10/2016 13:14 ED - Adenilson Castro de Couto Petição em PDF

56a7a02 25/10/2016 10:48 Decisão Decisão

1010bdc 08/11/2016 15:25 Petição em PDF Petição em PDF

ddc6ea6 08/11/2016 15:25 RO - Adenilson Castro de Couto Petição em PDF

da3c087 17/11/2016 00:04 Petição em PDF Petição em PDF

51c23b8 17/11/2016 01:08 Petição em PDF Petição em PDF

faee240 01/12/2016 10:00 Decisão Decisão

a95a869 22/11/2017 08:47 Acórdão Acórdão

3d03615 29/11/2017 17:16 Petição em PDF Petição em PDF

e8c4b28 16/05/2018 14:27 Acórdão Acórdão

b20b665 25/06/2018 15:19 Decisão Decisão

46cb480 17/07/2018 16:40 Despacho Despacho

8c76d9d 30/06/2020 22:50 TST - Despacho Despacho

6d8d80d 02/09/2020 10:08 Despacho Despacho

d5657c4 03/09/2020 12:42 Despacho Despacho

dca3da3 23/09/2020 19:00 Despacho Despacho

274aa49 03/12/2020 13:25 Despacho Despacho

1d4a968 07/12/2020 14:04 Decisão Decisão

b07199a 27/01/2021 20:59 Decisão Decisão

d599df7 22/02/2021 11:44 Decisão Decisão

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