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Trabalho 3

Este relatório descreve um estudo laboratorial sobre sedimentação em coluna. Os objetivos foram operar uma unidade de sedimentação em modo batch, identificar o tipo de sedimentação que ocorre e dimensionar um sedimentador industrial com base nos resultados experimentais. Amostras foram coletadas em três alturas da coluna e analisadas para determinar a concentração de sólidos suspensos ao longo do tempo. Os resultados permitiram calcular as curvas de isorremoção e dimensionar um sedimentador para remover 65% dos sólidos a 0,5 m3/s.
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Trabalho 3

Este relatório descreve um estudo laboratorial sobre sedimentação em coluna. Os objetivos foram operar uma unidade de sedimentação em modo batch, identificar o tipo de sedimentação que ocorre e dimensionar um sedimentador industrial com base nos resultados experimentais. Amostras foram coletadas em três alturas da coluna e analisadas para determinar a concentração de sólidos suspensos ao longo do tempo. Os resultados permitiram calcular as curvas de isorremoção e dimensionar um sedimentador para remover 65% dos sólidos a 0,5 m3/s.
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Tecnologia e Sistemas de Tratamento de

Águas

2020/2021

Ensaio laboratorial de sedimentação em coluna


(Trabalho 3)

Autores:

Hugo Espírito Santo - up201508171


Iara Oliveira – up201808945

Docente:

Professora Cidália Botelho


Sumário

Esta atividade laboratorial tem como objetivos operar uma unidade de sedimentação em
coluna, em modo batch, assim como identificar o tipo de sedimentação que ocorre na coluna
para um dado sistema sólidos suspensos/efluentes a partir dos dados obtidos
experimentalmente. Outro dos objetivos é identificar a importância da coluna usada no
projeto dos equipamentos utilizados a nível industrial e executar o procedimento típico
adotado no dimensionamento, através do projeto de um sedimentador com uma percentagem
de remoção de 65 % e um caudal de 0,5 m3/s.

O trabalho foi realizado através da recolha de 3 amostras da coluna de sedimentação, a três


alturas diferentes, registando-se o valor da absorvância, de modo a obter a concentração de
sólidos suspensos totais, a diferentes tempos de operação.

Para realizar o dimensionamento pretendido, obtiveram-se os gráficos da da percentagem de


remoção em função do tempo, para as diferentes profundidades do líquido na coluna, o
gráfico das curvas de isorremoção, e ainda os gráficos da remoção total em função do tempo
de deposição e em função da velocidade superficial. Tendo em conta fatores de correção
empíricos de 1,5 a 2 para o tempo de sedimentação e 2/3 a 4/5 para a velocidade superficial, é
necessário entre 33,9 e 45,2 min de deposição, com velocidades superficiais das partículas
entre 2,40 e 2,88 m/h, para tratar um efluente semelhante ao utilizado nesta atividade
experimental. A coluna deve ter uma altura entre 1,36 e 2,17 m e um diâmetro entre 28,2 e
30,9 m.

1
Resultados e Discussão

A sedimentação tem como o objetivo a remoção de sólidos suspensos por meio da força
gravítica. No presente trabalho, o tipo de sedimentação é a sedimentação floculenta,
caracterizada pela formação de aglomerados por coalescência entre as partículas e os sólidos
suspensos no efluente, ao longo do processo de sedimentação, o que faz com as que as
características das partículas variem ao longo do processo. Como a velocidade de
sedimentação das partículas aumenta à medida que elas avançam para profundidades maiores
no tanque, é necessário obter resultados experimentais em modo batch, para o
dimensionamento de unidades que operam em contínuo.

Assim, é necessário recolher amostras a diferentes tempos e a várias profundidades numa


coluna de sedimentação, com posterior análise do teor de sólidos suspensos totais (SST) em
cada um dos pontos de amostragem. Na Tabela 1 encontram-se as posições dos três pontos de
amostragem, e as correspondentes alturas e profundidades. As profundidades (h) foram
calculadas tendo em conta que o nível da água inicial estava a 1,725 m (contrariamente ao
valor do protocolo, de 1,85 m).
Tabela 1 – Posição na coluna dos pontos de amostragem e respetivas alturas e profundidades.

Posição na coluna Altura (m) Profundidade, h (m)


1 1,495 0,181
2 0,895 0,781
3’ 0,295 1,381

A concentração de sólidos suspensos totais (SST), em g/cm3, foi calculada a partir dos
valores de absorvância (Abs), obtidos através da Equação 1:

𝑆𝑆𝑇 = 7.104 × 10−2 × 𝐴𝑏𝑠 − 2.497 × 10−3 × 𝐴𝑏𝑠 + 4.338 × 10−6 (1)

Na Tabela 2 econtram-se os dados experimentais obtidos e os respetivos teores de SST


calculados. É possível verificar que alguns valores de SST são negativos, o que pode indicar que
a deve ser feita uma recaclibração, para substituição da Equação 1.

A partir dos valores da Tabela 2, calculou-se a percentagem de remoção de sólidos


para as diferentes profundidades da coluna. Estes valores encontram-se na Tabela 2. A
percentagem de remoção é dada pela Equação 2.
𝑆𝑆𝑇𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 −𝑆𝑆𝑇
%𝑅𝑒𝑚𝑜çã𝑜 = 𝑆𝑆𝑇𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙
× 100 (2)

2
Tabela 2 – Dados experimentais e concentração de SST.

Tempo Posição Carga Hidráulica SST


Amostra Abs
(min) na coluna (cm) (g/cm3)

1 1 0,146 1,15X10-3

2 0 2 172,5 0,142 1,08X10-3

3 3' 0,163 1,48X10-3

4 1 0,100 4,65X10-4

5 5 2 171,0 0,131 8,96X10-4

6 3' 0,150 1,23X10-3

7 1 0,066 1,49X10-4

8 18 2 169,8 0,080 2,59X10-4

9 3' 0,110 5,89X10-4

10 1 0,039 1,50X10-5

11 40 2 166,0 0,067 1,56X10-4

12 3' 0,107 5,50X10-4

16 1 0,031 -4,80X10-6

17 60 2 165,0 0,050 5,71X10-5

18 3' 0,060 1,10X10-4

22 1 0,022 -1,62X10-5

23 80 2 161,0 0,048 4,82X10-5

24 3' 0,061 1,16X10-4

Tabela 3 - Percentagem de remoção em função do tempo e da profundidade.

% Remoção
Tempo (min) h = 0,181 m h = 0,781 m h = 1,381 m
0 0 0 0
5 60 17 17
18 87 76 60
40 99 86 63
60 100 95 93
80 101 96 92

3
Verifica-se, por análise da Tabela 3, que a percentagem de remoção diminui com o aumento
da profundidade da coluna e que, para o mesmo valor de profundidade, a percentagem de
remoção aumenta com a diminuição da concentração de sólidos ao longo do tempo.

Com estes resultados, foi possível obter os gráficos da percentagem de remoção em função do
tempo (t), assim como as equações dos ajustes polinomiais aos dados, que se encontram
representados na Figura 1.

Figura 1 – Percentagem de remoção em função do tempo, para cada profundidade.

Idealmente, o gráfico deveria apresentar no início um aumento na percentagem de remoção


de sólidos, devido ao aumento da velocidade de sedimentação por parte dos aglomerados
formados, que se deve ao facto de serem de tamanho superior, o que corresponde a uma
maior força gravítica. De seguida, seria de prever uma estabilização na percentagem de
remoção dos sólidos suspensos, o que corresponderia ao momento em que as partículas
atingiam a sua velocidade terminal.

Analisando a Figura 1, verifica-se um aumento da percentagem de remoção nos momentos


iniciais, nos três casos. É ainda possível constatar que à medida que a profundidade aumenta,
a percentagem de remoção de sólidos diminui, pois, fazendo a analise para qualquer tempo, a
posição 3’ é sempre menor relativamente ao mesmo tempo. Isto deve-se ao facto de a
deposição de sólidos ocorrer nas zonas de menor altura, havendo uma menor percentagem de
remoção de sólidos associada.

É possível ainda afirmar que a valores de altura maiores correspondem percentagens de


remoção de sólidos superiores. Pode ainda verificar-se que a tendência dos gráficos é a
estabilizar, como se pode verificar de forma bastante clara através dos dois últimos pontos dos
dados das 3 posições.

A partir dos ajustes polinomiais que se encontram na Figura 1 foi possível obter as curvas de
isorremoção, representadas na Figura 2. Os dados que serviram de apoio à construção das
curvas de isorremoção, que relacionam a profundidade com o tempo, encontram-se na Tabela
A.1 do Anexo A.

4
Figura 2 - Curvas de isorremoção.

Através da análise da Figura 2, é possível verificar que com o aumento da percentagem de


remoção, o tempo de sedimentação também aumenta. É possível também observar, que o
declive das cuvas de issoremoção vai diminuindo com o aumento da percentagem de
remoção, o que demonstra que a velocidade superficial é menor para percentagens de
remoção maiores. Deste modo, constata-se que é necessário prolongar o processo de
sedimentação quando se pretende obter uma percentagem de remoção maior, garantindo
assim uma maior sedimentação de partículas. Relativamente aos diversos valores de altura, é
possível verificar que a alturas mais elevadas, a concentração de sólidos é menor. Este
comportamento acentua-se nas curvas de percentagem de remoção mais elevadas.

Partindo das curvas de isorremoção obtidas, calculou-se a remoção total de sólidos (YR) para as
percentagens de remoção mais próximas do valor de YR pretendido (65 %). Para tal, utilizou-se
a Equação 3.
𝐻4 𝐻3 𝐻2 𝐻1
𝑌𝑅 = 𝑅5 + (𝑅4 − 𝑅5 ) + (𝑅3 − 𝑅4 ) + (𝑅2 − 𝑅3 ) + (𝑅1 − 𝑅2 ) (3)
ℎ ℎ ℎ ℎ

Para realização do projeto da coluna de sedimentação com as dimensões pretendidas, foram


obtidos os tempos e as respetivas velocidades superficiais (vs) correspondentes a cada
percentagem de remoção. A equação para o cálculo da velocidade superficial e os valores
obtidos encontram-se na Tabela A.2 do Anexo A. A partir dos dados da Tabela A.2 foi possível
obter os gráficos de remoção total em função do tempo de deposição e em função da
velocidade superficial, representados na Figura 3 e 4, respetivamente.

5
100 100

80 80

60 60

YR / %
YR / %

y = -4.8404x2 + 6.1908x + 105.5182


40 40 R² = 0.9964
y = -0.1181x2 + 9.1710x - 83.0287
20 R² = 0.9926 20

0
0
0 5 10
0 10 20 30 40
t / min vs / m.h-1

Figura 3 – Remoção total em função do tempo de Figura 4 – Remoção total em função do tempo de
deposição. deposição.

Através das Figuras 3 e 4, é possível afirmar que, como já foi referido, a percentagem de
remoção aumenta com o aumento do tempo de sedimentação e que quanto maior a
percentagem de remoção total de sólidos, menor a velocidade superficial, permitindo que as
partículas passem mais tempo na coluna.

Recorreram-se às equações obtidas dos gráficos das Figuras 3 e 4, é possível determinar o


tempo de deposição e a velocidade superficial de uma coluna com 65 % de remoção de
partículas. Obteve-se o valor de 22,6 min para o tempo de deposição e de 3,60 m/h para a
velocidade superficial.

Considerando fatores de correção empíricos de 1,5 a 2 vezes para o valor do tempo obtido
experimentalmente e 2/3 a 4/5 para o valor obtido experimentalmente para a velocidade
superficial, testaram-se as quatro combinações possíveis com os níveis mínimos e máximos. Os
parâmetros necessários ao dimensionamento da coluna de sedimentação são: o volume (V), a
área da superfície do líquido (As), a altura (h) e o diâmetro da coluna (D). Para o caudal e
percentagem de remoção pretendidos, os valores dos parâmetros do dimensionamento da
coluna para as quatro combinações encontram-se na Tabela 4. Estes foram obtidos através das
Equações 5,6,7 E 8, apresentadas no Anexo A.

Tabela 4 - Parâmetros de dimensionamento da coluna de sedimentação.

t (min) vs (m/h) V (m3) As (m2) h (m) D (m)


2/3*v
1,5*t 33,9 2,40 1018 749 1,36 30,9
2/3*v
45,2 2,40 1357 749 1,81 30,9
2*t
4/5*v
1,5*t 33,9 2,88 1018 625 1,63 28,2
4/5*v
45,2 2,88 1357 625 2,17 28,2
2*t

6
A partir da Tabela 4 é possível verificar que se obteve um intervalo de valores para a altura
entre 1,36 e 2,17 m e para o diâmetro entre 28,2 e 30,9 m. A escolha final dos parâmetros vai
depender dos fabricantes da coluna e do tipo de efluente a tratar.

7
Conclusão

Os objetivos principais desta atividade experimental consistiram na operação de uma unidade


laboratorial de sedimentação em coluna, em modo batch e no dimensionamento de uma
coluna de sedimentação com uma percentagem de remoção de 65 % e com um caudal de 0,5
m3/s.

Através da análise dos resultados obtidos, foi possível concluir que a percentagem de
sedimentação vai aumentando no ínicio da sedimentação até atingir uma fase de estabilização
e que a mesma diminui com o aumento da profundidade. Conclui-se ainda que com o aumento
da percentagem de remoção, aumenta o tempo de sedimentação e diminui a velocidade
superficial.

No que diz respeito ao dimensionamento da coluna com uma percentagem de 65 % e um


caudal de 0,5 m3/s, obtiveram-se valores, para o tempo de deposição, entre os 33,9 e os 45,2
min e para a velocidade superficial, entre os 2,40 e os 2,88 m/h. Em relação às dimensões da
coluna de sedimentação a utilizar, obtiveram-se valores, para a altura da coluna, entre os 1,36
e os 2,17 m e para o diâmetro da coluna, entre os 28,2 e os 30,9 m. O valor escolhido deve
estar dentro dos intervalos obtidos, sendo a escolha final feita tendo em conta o tipo de
efluente a tratar e a oferta dos fornecedores.

8
Bibliografia

• Botelho, C. (2020) Protocolo das aulas laboratoriais. Trabalho 3 –Ensaio


laboratorial de sedimentação em coluna . FEUP.

9
Anexo A

A.1 Curvas de Isorremoção

Os tempos obtidos para construção das curvas de isorremoção encontram-se representados


na Tabela A.1
Tabela A. 1 - Valores de tempo obtidos através dos ajustes polinomiais.

t (min)
Remoção Remoção Remoção Remoção Remoção Remoção Remoção Remoção
h (m)
de 20% de 30% de 40% de 50% de 60% de 65% de 70% de 75%
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
0,181 1,42 2,57 3,84 5,27 6,91 7,84 8,87 10,0
0,781 4,28 6,48 8,91 11,64 14,81 16,62 18,64 20,93
1,381 5,40 8,86 12,8 17,5 23,2 26,7 30,7 35,6

A.2 Tempo de deposição e da velocidade superficial

A velocidade superficial é obtida através da Equação 4:



𝑣𝑆 = 𝑡
(4)

Tabela A. 2 - Remoção total de sólidos, tempo de deposição e velocidade superficial para cada
percentagem de remoção.

%Remoção YR (%) t (min) vs (m/h)

50 65,6 23,2 3,57


60 78,8 26,7 3,11
65 86,1 30,7 2,70
70 94,0 35,6 2,33

A.3 Dimensionamento da coluna

Os parâmetros necessários à projeção de uma coluna com 65 % de remoção e 0,5 m 3/s de


caudal, foram calculados através das seguintes equações:

𝑉
𝑡 =𝑄 ⇔𝑉 =𝑄×𝑡 (5)

𝑄 𝑄
𝑣𝑠 = ⇔ 𝐴𝑠 = (6)
𝐴𝑠 𝑣𝑠

6
𝑉
ℎ=𝐴 (7)
𝑠

4×𝐴𝑠
𝐷=√ 𝜋
(8)

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