AAP - Língua Portuguesa - 6º Ano Do Ensino Fundamental
AAP - Língua Portuguesa - 6º Ano Do Ensino Fundamental
AAP - Língua Portuguesa - 6º Ano Do Ensino Fundamental
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Língua Portuguesa
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO
Língua Portuguesa
6º ano do Ensino Fundamental Turma ___________________
3º Bimestre
6º ano do Ensinode 2019
Fundamental DataTurma
______ /______ /______
__________________________
Escola ________________________________________________
3º Bimestre de 2019 Data _______ / ________ / ________
Aluno ________________________________________________
Escola _______________________________________________________________________
Aluno _______________________________________________________________________
A B C D
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A bolsa amarela
Lygia Bojunga Nunes
[...]
Eu estava tão ligada na carta do André que nem tinha visto o meu irmão atrás de
mim lendo também. Ele me arrancou a carta:
─ Quem é o André?
─ Ninguém. O André é inventado.
Ele me olhou com aquela cara desconfiada que eu conheço tão bem.
─ Já vai começar, é?
─ Palavra de honra. Eu tenho mania de juntar nome que eu gosto, sabe? E eu
gosto um bocado de André. Aí, quando foi no outro dia, eu estava sem ninguém
para bater papo e então inventei um garoto pro nome. Um garoto legal: dois
anos mais velho que eu, cabelo e olho preto, e pensando assim igual a mim. Aí
comecei a escrever pra ele.
─ Escuta aqui: por que é que você acha que eu vou acreditar nessa história?
─ Porque é verdade, ué.
─ Ele é teu namorado? É aluno da escola?
─ Que é que há? tô dizendo que ele é inventado. Invento onde é que ele vai
escrever, invento o que é que ele vai dizer, invento tudo.
Meu irmão fez cara de gozação:
─ E por que é que você inventou um amigo em vez de uma amiga?
─ Porque eu acho muito melhor ser homem do que mulher.
─ Ele me olhou bem sério. De repente riu:
─ No duro?
─ É sim. Vocês podem um monte de coisas que a gente não pode. Olha lá
na escola, quando a gente tem de escolher um chefe pras brincadeiras, ele
sempre é um garoto. Que nem chefe de família: é sempre o homem também.
Se eu quero jogar uma pelada, que é o tipo de jogo que eu gosto, todo mundo
faz pouco de mim e diz que é coisa pra homem, se eu quero soltar pipa, dizem
logo a mesma coisa. É só a gente bobear que fica burra: todo mundo tá sempre
dizendo que vocês é que têm que meter as caras no estudo, que vocês é que
NUNES, Lygia Bojunga. A Bolsa Amarela. Il. Marie Louise Nery. 12. ed. Rio de Janeiro: Agir. p.15-17.
(Coleção “4 Ventos”). (adaptado).
Questão 01
O texto narra
(A) um diálogo entre irmãos que têm ideias parecidas sobre escrever cartas.
(B) a percepção dos dois irmãos de como tudo é mais fácil para as meninas.
(C) uma conversa que mostra a difícil convivência entre o menino e sua irmã.
(D) o discurso do menino tentando convencer a irmã a parar de escrever.
Questão 03
Em “Um garoto legal: dois anos mais velho que eu, cabelo e olho preto, e
pensando assim igual a mim”, as palavras em destaque caracterizam
substantivos e são exemplos de
(A) adjetivos.
(B) artigos.
(C) pronomes.
(D) verbos.
Questão 04
Quando a narradora diz “Vocês podem um monte de coisas [...]”, ela se refere
aos
(A) chefes.
(B) homens.
(C) escritores.
(D) professores.
Em “─ Que é que há? tô dizendo que ele é inventado. Invento onde é que ele vai
escrever, invento o que é que ele vai dizer, invento tudo”, o travessão foi usado
para indicar a
(A) separação de frase.
(B) fala da personagem.
(C) separação de parágrafo.
(D) explicação de algo.
Empinar uma pipa e vê-la ganhar o céu ao sabor do vento é uma das lembranças
mais deliciosas que se guarda da infância. O Colégio Estadual Professora Rina
Maria de Jesus Francovig (Zona Sul de Londrina) ajudou seus alunos de 1ª a 8ª
série a formar essa lembrança, oferecendo uma atividade multidisciplinar que
envolveu toda a escola.
Através de um concurso de pipas, os alunos celebraram o Dia do Folclore,
comemorado ontem, adquiriram novos conhecimentos e, principalmente, se
divertiram. “Com este tipo de atividade, os alunos entendem melhor a ação
da gravidade e a geometria, aprendem a não usar cerol e ainda aprendem a
respeitar o trabalho do outro. [...]’’, explicou a pedagoga da escola, Neila Alves
Teixeira.
Os alunos participaram de uma oficina de confecção dos papagaios, concorreram
aos prêmios de pipa maior, menor e mais criativa, e lançaram suas criações
ao ar. “[...] quando você promove uma atividade ao ar livre, há uma interação
maior entre eles, com os professores e funcionários. Isso é ótimo’’, avaliou a
professora de matemática Bernadete Urbanski, que aproveitou a oportunidade
para empinar uma pipa também.
Questão 06
1
Talhar: fazer um corte, um talho. Golpear.
Shutterstock
Todo mundo conhece aquele primo ou aquela tia que compartilham tudo o que
veem nas redes sociais, sem questionar a fonte. Além de chato, isso pode estar
se tornando um problema, especialmente para crianças e adolescentes que têm
acesso fácil às redes, muitas vezes com perfil próprio (apesar de isso somente
ser permitido a partir de certa idade).
Questão 08
2
Ceticismo: não acreditar em algo, descrença, dúvida
A mãe que perdeu 2 filhos para o sarampo por acreditar em ‘fake news’
sobre vacinas
21 junho 2019
Arlyn B. Calos perdeu dois filhos por causa da doença, no intervalo de uma
semana, no ano passado.
Ela conta que não vacinou as crianças porque havia lido notícias falsas dizendo
que a vacina fazia muito mal.
“Sinto raiva, porque eu não deveria ter dado ouvidos à TV e ao Facebook. Deveria
ter protegido meus filhos, assim eles não teriam pegado sarampo”, desabafa.
Há uma vacina segura e efetiva disponível, mas controvérsias3 a respeito de uma
nova vacina contra a dengue, chamada Dengvaxia, espalharam informações
incorretas e sensacionalistas.
“Nas notícias e até no Facebook diziam que muitas crianças morreram. Por isso,
eu tinha medo de vaciná-los. Hoje, eu sei que nenhuma vacina causa a morte de
crianças, nem a do sarampo, nem a da dengue”.
Embora haja investigações em curso sobre a Dengxavia, não foi comprovada a
relação entre a vacina e as mortes de crianças.
Apesar disso, alguns pais ainda ignoram as campanhas de vacinação.
“Foi muito difícil perder dois filhos, mas estou me recuperando. Quando tiver
filhos novamente, não vou hesitar em vaciná-los para que fiquem seguros”, diz
Arlyn.
3
Controvérsias: discussão, disputa de opiniões diferentes sobre um assunto.
Questão 10
Perguntas cretinas
Diléa Frate
Existe um festival de perguntas cretinas que rondam a vida de uma criança. Uma das
principais é: “De quem você gosta mais: do papai ou da mamãe?”. Toda vez que ouvia isso,
Rô respondia com outra pergunta cretina: “E você, do que gosta mais, da mão ou do pé?”.
E as pessoas riam da sua gracinha, mas continuavam perguntando as mesmas besteiras.
Um dia, depois de ouvir essas perguntas estúpidas que todo adulto faz: “Quantos anos
você tem?”; Você sabia que é a cara da mamãe?”; Você já está na escola?”; Quem é
melhor no jogo: você ou seu irmão?”; “Já tem namorada?”, e mais o clássico: O que você
vai ser quando crescer”, Rô pensou bem e respondeu sem vacilar4: “Vou ser mudo”.
FRATE, Diléa. Perguntas Cretinas. In: Histórias para Acordar. Il. Eva Furnari. São Paulo: Companhia das
Letrinhas, 1996. p.7.
4
Vacilar: não estar firme, estar sem certeza.
Conforme o texto, a personagem respondeu que queria ser muda, pois assim evitaria
(A) dizer se gosta mais do pai ou da mãe.
(B) revelar o nome de sua namorada.
(C) responder às perguntas feitas pelos adultos.
(D) participar de um festival de perguntas cretinas.
A partida
Paulo Leminski
O garoto vinha caminhando pela estrada quando viu o velho na ponte que separava
a floresta, onde ia buscar lenha, da aldeia onde moravam seus pais.
A ponte ficava em cima de um rio, desses que são enormes no verão e quase
desaparecem no inverno.
Era um velho absolutamente comum. A única coisa de especial é que ele estava
ali, naquele momento.
Feixe de lenha nas costas, quando o menino ia passando pela ponte, o velho tirou
a sandália do pé direito e a atirou lá embaixo nas pedras à beira do rio.
─ Vá apanhar minha sandália.
O garoto parou. Arriou5 o feixe e, em dois pulos, desceu e apanhou a sandália.
─ Você sabe das coisas ─ o velho falou. ─ Quer aprender a arte da guerra?
O menino ficou tonto. Era apenas o filho de um lenhador, a arte da guerra era uma
arte superior, a arte dos que moravam nos castelos no alto das montanhas.
Sem esperar resposta, o velho disse:
─ Então, esteja aqui amanhã, quando a cor da água do rio passar da cor da asa do
estorninho para a cor do nenúfar.
O garoto foi para a casa pensando: amanhã.
“Estorninho? Nenúfar? Nunca ouvi essas palavras. Estorninho deve ser um
passarinho, já que tem asa. Mas borboletas também têm, nem por isso são passarinhos.
Nenúfar parece nome de comida, um doce, daqueles que a velha, mãe da minha mãe,
faz na entrada do Ano-Novo. Aqui tem coisa. Esse velho deve ser louco [...]. Estorninho,
nenúfar, vou perguntar ao meu pai. [...].
Estorninho, o pai sabia o que era: um pássaro, que só cantava de manhã bem
cedo. Quanto à cor da asa, o pai perguntou: do lado de dentro ou do lado de fora?
5
Arriar: abaixar, deixar no chão alguma coisa.
LEMINSKI. Paulo. A partida. In: Guerra dentro da gente. 8. ed. São Paulo: Scipione, 1997. p.7-9. (Série
diálogo). (adaptado)
Questão 12
6
Tengu: ser místico das florestas e montanhas. É encontrado no folclore japonês, na arte no teatro e
literatura. “Os seus poderes sobrenaturais incluem mudar sua aparência em humanos ou animais, a
habilidade para falar com humanos sem mover a sua boca ou ventriloquismo, teletransporte e a habilidade
singular de penetrar no sonho dos mortais e de pregar peças em padres budistas e guerreiros Samurai
castigando esses que voluntariosamente abusam do conhecimento e autoridade para ganhar fama ou
posição. Disponível em: <https://www.uwbk.com.br/cultura/64-lendas-densetsu/362-tengu>. Acesso em:
03 jul. 2019.
7
Nenúfar: Planta aquática, com flores em formato esférico e sementes comestíveis; lótus. Conforme
Dicionário Online de Português. Disponível em: <https://www.dicio.com.br/nenufar/>. Acesso em: 03
jul. 2019.