Produção de Cerveja Artesanal 1
Produção de Cerveja Artesanal 1
Produção de Cerveja Artesanal 1
Resumo
A cerveja é uma bebida alcoolica consumida mundialmente, sendo mais comum as massificadas
que são produzidas em grande escala, porém o mercado vem se tornando mais exigente por
produtos de maior qualidade e individualizados, surgido atraves dessa procura o ramo de
cerveja artesanais, que são bebidas com maior sabor e aroma. O trabalho utiliza da revisão
bibliografica da literatura sobre o tema e o metodo de pesquisa qualitativa, o estudo de caso
ocorreu na empresa Armazem João Simão que tem como proprietário Carlos Eduardo. Este
artigo teve como objetivo analisar as dificuldades enfrentadas pelo proprietario na produção de
sua cerveja artesanal e a implementação da microcervejaria. Atualmente, a implementação é
uma possibilidade, porém acarreta custos elevados, na produção a dificuldade seria as materias
primas que na maiorias das ocasiões são de outras cidades.
1 Introdução
1
O processo de fabricação de cerveja é relativamente simples, no entanto, o seu
processamento como temperatura, o tempo e as diferentes quantidades e tipos de matérias –
primas empregadas podem gerar uma gama de cervejas com características singulares. A
produção de cerveja consiste basicamente em três etapas: preparo do mosto, fermentação e
acabamento. Sendo que cada etapa possui características variáveis de acordo com o tipo de
cerveja que se deseja produzir. (STEFENON, 2012)
Para Araújo (2016), a cerveja artesanal é resultado do processo final de uma
microcervejaria e depende da visão dos mestres cervejeiros, que marcam o seu perfil por meio
de uma receita atenciosamente formada e controlam o método do início ao fim, modificando e
moldando o que for necessário. Uma receita com o mesmo rótulo vária entre um lote e outro.
Agora em relação a uma grande cervejaria o produto é pontualmente o mesmo em todas as
produções. Sendo uma receita elaborada para agradar o máximo de pessoas possível.
A questão que norteia essa pesquisa é quais dificuldades que o proprietário enfrenta
para a implementação e produção da cerveja artesanal no municipio de Paranaíba-MS?. Devido
ser uma cidade do interior e não possuir fornecedores de materia prima na região, fazendo com
que o proprietario busque em outras cidades. O objetivo foi analisar como o proprietrio lida
com essa dificuldade de ter que buscar materia prima de fora, para atender aos seus clientes, e
da possivel implementação de uma cerveja artesanal no municipio de Paranaíba-MS, que tem a
cultura de consumo de cervejas massificadas. Esta pesquisa se apresenta agregadora por ser um
tema pouco explorado na area de administração, pois na maioria das pesquisas já publicadas
são mais relacionadas a receitas e maneiras de produção, e não sobre as dificuldade que pode
existir no ramo de cerveja artesanal.
O artigo inicialmente irá aborda em seu referencial teorico o que é a cerveja, quais suas
materias prima, a cerveja artesanal e os desafios encontrados na produção da mesma. Sendo
seguido pelos procedimentos metodologicos, resultados, discussão e considerações finais.
2 Referencial Teórico
A cerveja possui algumas matérias primas na sua composição, sendo o lúpulo, malte,
cevada, levedura e água.
Para Morado (2011), o lúpulo é uma planta noctâmbula, trepadeira que pode alcançar
aproximadamente 7 metros de comprimento, podendo formar cones caso a planta seja feminina,
pois são apenas elas que são utilizadas para a produção da cerveja. O lúpulo inicialmente era
utilizado para diminuir o sabor do malte e da cevada por ser bastante potente e acentuado,
curiosamente também usado para conservar a cerveja para que não azedasse.
O malte é adquirido da cevada, posterior a colheita é acondicionado em silos com
temperaturas e umidade favoráveis para possível transporte para a industria de transformação.
Para que a cevada se torne o malte, é necessário submeter a cevada em condições ideais de
crescimento, temperatura, arejo e umidade, lembrando que é necessário a interrupção da
germinação para não ocorrer uma falha na produção do malte (DRAGONE; SILVA, 2010).
O grão da cevada é bem similar ao trigo, no processo de produção da cerveja ela é a
fundamental fonte de amido (MORADO,2011). Segundo Dinham e Santos (2006), a cevada é
um grão que após sua colheita necessita ser pousado em água limpa tendo como objetivo
amolecer, logo após deve se escorrer o líquido restante e colocar em temperatura de 15 °C.
Para Dragone e Silva (2010), o gosto e aroma de todas as cervejas estão ligados a
levedura determinada para a produção da bebida. A levedura é um tipo de fungo que participa
do procedimento de fermentação, no qual ingerem os açucares fermentável, que se produz
álcool e gás carbônico por fim, o método de fermentação por levedura, que gera álcool, tem seu
gosto e teor alcoólico mudado (MORADO, 2011).
A água para a produção da cerveja necessita ser de alta qualidade, algumas cervejarias
preferem se localizar em lugares com fontes de água natural, sendo um dos principais
ingredientes na obtenção de uma boa cerveja (DINHAM; SANTOS, 2006).
3
2.3 Cerveja artesanal
No início do século XXI foi cria a identidade intitulada como “cerveja artesanal”, no
Brasil, como obra inovadora. Neste conceito a cultura da bebida seus aspectos sociais nem
sempre são lembrados. Opondo-se a produção cerveja industrial, surgem grupos sociais que
busca salvar os valores da produção de cerveja artesanal, levando assim o emblema da cerveja
para outros cenários culturais e sociais. Tais grupos primam pela união de seus membros sob
uma definição mais singular do prazer e do lazer. (GARBIN, 2017)
As cervejas artesanais precisam de maior cuidado durante sua produção, pois nas suas
receitas vão produtos naturais, livres de conservantes e aditivos, possui sabor e aroma mais
característicos, geralmente são comercializadas em menor escala e são mais limitadas
(CASTILHO, MAYMONE e OLIVIRA, 2016).
Segundo Hyndy (2015), na década de 1980 surgiu um movimento chamado The Craft
Beer Revolution (A Revolução da cerveja artesanal) começou nos Estados Unidos da America
do Norte, com a aparição das microcervejarias buscavam trazer novamente a qualidade que foi
perdida na produção da cerveja massificada. Trouxeram inicialmente as Homebrewing ou
Homebrew, microcervejarias de pequenos empreendedores que buscavam trazer de volta o
aroma, o sabor e a qualidade da cerveja, não estavam interessados nos lucros e quantidades, e
sim qualidade.
Há 30 anos, nos Estados Unidos da América do Norte, o movimento contava com cerca
de 90 cervejarias artesanais. No ano de 2014, foram catalogadas aproximadamente 3.464, sendo
3.418 artesanais e 46 cervejas massificadas, o número vem aumentando 19% desde 2013 e
oferecendo emprego para mais ou menos 115.469 pessoas (BREWERS ASSOCIATION,
2015).
Para Castilho, Maymone e Oliveira (2016), no Brasil a onda da cerveja artesanal surgiu
no ano de 1990, porém de forma muito sutil, devido à chegada de cervejas importadas e o
estabelecimento das primeiras cervejarias artesanais. As cervejas artesanais mais conhecidas
são a Baden Baden (Campos do Jordão), Dado Bier (Porto Alegre), A Wäls (Belo Horizonte) e
a Colorado (Ribeirão Preto).
Hoje no Brasil existe cerca de 200 microcervejarias, em várias partes do país, porém a
uma maior concentração nas regiões Sul e Sudeste (SCHMIDT, 2013). O Sindicato Nacional
da Indústria da Cerveja (SINDICERV) indica que as microcervejarias mobilizam
aproximadamente R$ 2 bilhões e fechou o ano de 2014 com 11% da atuação no mercado
brasileiro, esse aumento ativa diversos tipos de mercados, desde a matéria prima até a loja de
consumo final (SEBRAE NACIONAL, 2015). Desta forma, a cerveja artesanal com o passar
do tempo vem sendo cada vez mais consumida no Brasil, assim como em outros países, além
de movimentar vários setores do mercado.
Toledo (2017) avalia que é necessário uma análise bem estruturada para que se possa:
elaborar uma estratégia; formular o produto e decidir como comercializá – lo; reunir todas as
4
informações significativas sobre os produtos já conhecidos no mercado, tais como: participação
no mercado; seus consumidores e frequência de consumo dos mesmos.
3 Procedimentos Metodológicos
O trabalho está dividido em duas etapas. Na primeira, etapa a pesquisa realizou uma
revisão bibliográfica da literatura sobre o tema fabricação de cervejas artesanais, foi pesquisado
o Armazém João Simão Paranaíba – MS foi examinando conceitos relativos e as referências
para as questões tratadas.
Realizado a pesquisa bibliográfica a partir do levantamento de referências. De acordo
com Fonseca (2002), uma pesquisa bibliográfica se sustenta em teorias já analisadas, e
publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web
sites. Um trabalho científico começa com uma pesquisa bibliográfica, o que permite ao
pesquisador conhecer o que já foi estudado sobre o assunto. Existem, porém pesquisas
científicas que se fundamentam somente na pesquisa bibliográfica, buscando referências
teóricas publicadas com o objetivo de levantar informações ou conhecimentos prévios sobre o
problema a respeito do qual se procura a resposta.
5
Na segunda etapa foi realizada uma investigação qualitativa com preocupação, em
coletar os fatos da realidade que não podem ser habilitados, com foco na compreensão e
esclarecimento da dinâmica das relações sociais. Para Minayo (2007), a investigação qualitativa
lida com o universo de definições, razões, absorvências, doutrinas, bens e atos, o que diz
respeito a um ambiente mais profundo dos conhecimentos, dos fundamentos e das
manifestações que não podem ser diminuído à operacionalização de variáveis.
De acordo com Gerhardt (2009) as particularidades da pesquisa qualitativa são:
objetivação do fenômeno; hierarquização das ações de relatar, assimilar, interpretar, a certeza
dos conhecimentos entre o global e o local em determinado fenômeno; observância das
particularidades entre o mundo social e o mundo natural; atendimento ao atributo participativo
entre os objetivos buscados pelos pesquisadores, suas teorias indicativas e suas informações
práticas; procura de resultados os mais autênticos possíveis; objeção a hipótese que defende um
padrão único de pesquisa para todas as ciências.
Para Yin (2015) o estudo de caso, é um estudo exaustivo de um ou poucos objetos de
pesquisa, de maneira a permitir o aprofundamento do seu conhecimento. Os estudos de caso
têm grande profundidade e pequena amplitude, pois procuram conhecer a realidade de um
indivíduo, de um grupo de pessoas, de uma ou mais organizações em profundidade. Foi
realizado de um estudo de caso junto a empresas armazém João Simão de Paranaíba – MS.
Para fundamentar a analise dos resultados, procuramos interpretar e descrever os
relatos do proprietario por meio da entrevista e observação no local, além de utilizar da revisão
bibliografica como base. A coleta de dado foi por meio da entrevista semi estruturada, tendo
como periodo de dois dias, no primeiro uma observação do local com algumas perguntas e no
segundo dia a entrevista semi estruturada, não sendo gravada.
4 Resultados
O estudo de caso foi realizado no Armazém João Simão situado na Rua Rui Barbosa,
n°1505 e foi entrevistado o proprietário Carlos Eduardo de Souza Ferreira, inicialmente as
atividades da empresa era como um minimercado, logo após mudando para as atividades de
venda de ervas para tereré a granel e acessórios que não existia em Paranaíba – MS e logo em
seguida tabacaria em geral, nerguile, acessórios para narguile, aromas, carvão e essências, só
mais tarde ele começou a introduzir as cervejas, hoje o proprietário trabalha com a venda de
cerveja artesanal e fabricação própria de cerveja artesanal.
Há quatro anos Carlos Eduardo fez o seu primeiro curso de mestre cervejeiro, a
princípio por curiosidade, pois destacou que a fabricação demanda tempo e tem uma burocracia
para implantação de uma fábrica artesanal e os custos são elevados, porém já pensa na
implementação da fabrica artesanal para fins comerciais.
Hoje ele fabrica para aperfeiçoar a técnica e consumo próprio e dos amigos, a
fabricação ocorre de forma inteiramente artesanal, ele usa panela fogão e bacia, destacou que a
técnica de fabricação pode ser realizada em qualquer lugar, porém pretende fazer no armazém
João Simão.
6
Em relação à fabricação de cervejas, ele não vê diferença em comparação a água do
local, pois destacou que no processo de fabricação e água é tratada antes de iniciar o processo
de fabricação assim ela fica equilibrada em qualquer lugar, não sendo um fator de alteração de
sabor, e sim os ingredientes usados para a produção, como o malte, levedura, lúpulo, fermento,
priming. Sobre os estilos de cervejas, são vários sendo um termo usado para diferenciar e
categorizar como as cervejas que se comportam melhor em altas temperaturas (ALE) estilo da
família, Trigo/Weiss, Pale Ale, India Pale Ale (IPA), Ambar, Stout, Porter e (LAGER) cervejas
que se comportam melhor em baixas temperaturas, estilo da família Pilsen, Vienna, Bock,
Dunkel, Malzbier, Schwarzbier.
As de alta fermentação e as de baixa fermentação, na fabricação de cerveja ele não faz
a adição de álcool, o teor alcoólico veem de origem da fermentação natural, sobre a
conservação, passa para baldes de fermentação, depois passa para a maturação, depois de
maturado ela pode ser engarrafada, ou em garrafa ou em barril de chopp sua validade é em
média de seis meses, mas existem estilos de cervejas que são como vinhos que quanto mais
velhas melhores. Ele fabrica as cervejas de alta fermentação, pois são mais fáceis de controlar
a temperatura, e ele gosta mais das Índia Pale Ale (IPAs), que são cervejas com mais lúpulo e
álcool que tem gostos mais amargos, destacou que é o estilo que ele gosta de beber por isto ele
fabrica, sendo tudo que ele faz é o que ele gosta tudo que há dentro da sua empresa são produtos
que ele consome.
5 Discussão
6 Considerações Finais
Concluímos que a empresa tem como maior dificuldade os custos na busca de novos
produtos e materias primas, por terem que se deslocar para as grandes cidades para atender aos
seus clientes, além de que para a implementação de uma cervejaria na cidade de Paranaíba-MS
o proprietário teria altos custos e muita burocracia para se tonar uma fabrica artesanal.
Porém, o trabalho contribui para demonstrar como o proprietário lida com essas
dificuldades para implementação, maneira que ele encontrou para lidar com a concorrência e
mesmo que a implementação da cervejaria artesanal seja para um futuro, ele ainda busca se
aperfeiçoar. Sugerimos que para futuras pesquisas seja abordado mais sobre a segmentação de
mercado, identificação do público alvo para auxilio de proprietários que querem iniciar no
mercado de produção de cerveja artesanal.
Referências
ARAÚJO, F.B.; SILVA, P.H.A.; MINIM, V.P.R. Perfil sensorial e composição físicoquímica
de cervejas provenientes de dois segmentos do mercado brasileiro. Ciência e Tecnologia
de Alimentos, v.23, n.2, p.121-128, 2003.
BIAGIO, Luis Arnaldo; BATOCCHIO, Antonio. Plano de Negócio: Estratégia para Micro
e Pequenas Empresas.1.ed. São Paulo: Manole, 2005, p.4-201.
8
BREWERS ASSOCIATION. Craft Brewer Defined. Disponível em: <http://www.brewer
sassociation.org/statistics/craft-brewer-defined/>. Acesso em: 30 de maio 2017.
CASTILHO, Maria Augusta de; MAYMONE, Alex; OLIVEIRA, Lina Yule Queiroz de.
Cervejaria artesanal: modelo de fábrica diferenciado com ênfase no baixo impacto
ambiental a ser implantado no município de Campo Grande, MS. Multitemas, Campo
Grande, MS, v. 21, n. 50, p. 303-326, jul./dez. 2016.
CRAFT BEER, Quick Hits on American Craft Beer. acesso dia 30 junho de 2017 <
https://www.craftbeer.com/news/american-craft-beer-week >
FONSECA. João José Saraiva. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002.
Apostila.
GERHARDT, Tatiana Engel, and Denise Tolfo Silveira. Métodos de pesquisa. PLAGEDER,
2009.
MORADO, Ronaldo. Larousse da Cerveja. Editora Lafonte Ltda. Cidade São Paulo, 2011.
9
PASTORE, G.M.; BICAS, J.L.; JUNIOR, M.R.M. Biotecnologia de alimentos. vol.12, São
Paulo: editora Atheneu, 2013.
SANTOS, Jose Ivan Cardoso; DINHAM, Robert Paul. O essencial em cervejas e destilados.
Editora Senac. São Paulo, 2006.
TOLEDO, João Henrique dos Santos; GUEDES, Gustavo José Lopes. PLANO DE
NEGÓCIO: Microempresa do ramo de bebidas. 2017.
VENTURINI, W. G. Cerveja. In: Tecnologia de Bebidas. 1.ed. São Paulo: Edgard Blücher,
2005.
10
YIN, Robert K. Estudo de Caso-: Planejamento e Métodos. Bookman editora, 2015.
11