Manual de Cirurgia - Ney Pippi
Manual de Cirurgia - Ney Pippi
Manual de Cirurgia - Ney Pippi
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1. DEFINIÇÃO.......................................................................................................................................................... 4
2. OBJETIVO.............................................................................................................................................................4
3. CLASSIFICAÇÃO.................................................................................................................................................4
3.1 - De acordo com a atividade...........................................................................................................................4
3.2 - Quanto ao tipo de cirurgia...........................................................................................................................5
3.3-De acordo com a especialidade, geralmente baseadas em sistemas.............................................................6
4. TÉCNICA CIRÚRGICA........................................................................................................................................6
5. FINALIDADE........................................................................................................................................................6
6. PRÉ, TRANS E PÓS-OPERATÓRIO...................................................................................................................6
7. TERMINOLOGIA................................................................................................................................................. 6
8. PRINCÍPIOS DA TÉCNICA CIRÚRGICA ATRAUMÁTICA E ASSÉPTICA ( DOUTRINA DE HALSTED )......8
II- CIRURGIA E CONTAMINAÇÃO...................................................................................................................8
1. CONCEITOS GERAIS..........................................................................................................................................8
2. HISTÓRICO...........................................................................................................................................................8
3. DEFINIÇÕES.........................................................................................................................................................9
3.1 - Esterilização.................................................................................................................................................9
3.2 - Desinfecção...................................................................................................................................................9
3.3 - Anti-sepsia....................................................................................................................................................9
3.4 - Assepsia........................................................................................................................................................9
4. ESTERILIZAÇÃO.................................................................................................................................................9
4.1 - Métodos físicos.............................................................................................................................................9
4.2- Métodos químicos........................................................................................................................................10
4.3 - Graus de desinfecção química....................................................................................................................11
5. ANTI-SÉPTICOS.................................................................................................................................................11
6. INDICAÇÕES......................................................................................................................................................11
6.1 - Pele.............................................................................................................................................................11
6.2 – Membranas mucosas.................................................................................................................................12
7. AGENTES ANTI-SÉPTICOS.............................................................................................................................12
7.1 - Sabões.........................................................................................................................................................12
7.2. - Bifenol........................................................................................................................................................12
7.3 - Amônio quaternário....................................................................................................................................12
7.4 - Álcool..........................................................................................................................................................12
7.5 - Iodo.............................................................................................................................................................12
7.6 - Iodóforos.....................................................................................................................................................13
7.7 - Clorexidine................................................................................................................................................. 13
8. GRAU DE DESINFECÇÃO DOS DESINFETANTES QUÍMICOS.................................................................13
III. DIÉRESE..........................................................................................................................................................14
1. DEFINIÇÃO........................................................................................................................................................14
2. DIÉRESE DE PELE.............................................................................................................................................14
2.1- Traçado da incisão......................................................................................................................................14
2.2- Secção de pele..............................................................................................................................................15
2.3- Tipos de secção de pele............................................................................................................................... 15
3. DESPREGAMENTO CUTÂNEO.......................................................................................................................15
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2 - CONTÍNUAS......................................................................................................................................................47
3 - COLOCAÇÃO DAS SUTURAS........................................................................................................................47
4 - SELEÇÃO DA SUTURA...................................................................................................................................48
4.1 - Suturas interrompidas................................................................................................................................ 48
1 – Sutura Interrompida Simples........................................................................................................................48
SUTURA EM OITO.......................................................................................................................................................... 52
4.2 - Suturas contínuas........................................................................................................................................53
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TÉCNICA CIRÚRGICA Ney Pippi
I - TÉCNICA CIRÚRGICA
1. DEFINIÇÃO
O termo cirurgia tem sido definido de várias maneiras, porém do ponto de vista da
cirurgia moderna, uma definição simples é difícil. Consiste em uma disciplina separada da
medicina, porém não pode ser isolada dessa e das ciências básicas, como a anatomia, fisiologia,
microbiologia e patologia.
Entende-se por cirurgia ao uso de interferência manipulatória para o diagnóstico
específico no tratamento de doenças, modificar a função fisiológica ou estrutura anatômica e para
um propósito específico.
2. OBJETIVO
1. aumentar o valor econômico dos pacientes, através de cirurgias como a castração e o
descorne;
2. valorizar os animais de estimação, por meio de operações como onicectomia,
ovariohisterectomia e orquiectomia;
3. diagnóstico de doenças através de cirurgias exploratórias para visualização direta de um
processo patológico ou da introdução de catéteres ou agulhas para coleta de amostras, injeção
de contrastes e drogas, ou para medida direta de parâmetros fisiológicos como a pressão
sangüínea;
4. tratamento de doenças como a reparação de ossos fraturados (aplicação direta da cirurgia) ou
como numa neurectomia digital posterior no eqüino, para aliviar a dor secundária a um
processo patológico (aplicação indireta da cirurgia);
5. corrigir através de cirurgia cosmética ou plástica - nem sempre necessária e não obrigatória
em alguns países, como o corte de orelha e amputação de cauda;
6. pesquisar através da cirurgia experimental - oferece um importante recurso na pesquisa
biomédica.
3. CLASSIFICAÇÃO
Existem vários tipos ou enfoques:
Orquiectomia
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Osteosíntese
Adrenalectomia
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4. TÉCNICA CIRÚRGICA
Estuda a execução das operações e das manobras cirúrgicas de forma regular e sincrônica,
visando maior eficiência. A Técnica Cirúrgica Geral estuda as manobras cirúrgicas básicas, como
a ligadura de vasos, empunhadura de instrumentos, etc...
A Técnica Cirúrgica Especial estuda os tempos operatórios de acordo com uma
intervenção em particular.
Tempos Operatórios ou Cirúrgicos, resultam da reunião de muitas manobras gerais
ordenadas e executadas em uma determinada região anatômica, com finalidade didática,
descritiva e de estudo.
5. FINALIDADE
A finalidade da cirurgia humana é salvar a vida dos pacientes, mesmo com mutilações.
A finalidade da cirurgia veterinária nos pequenos animais é a mesma, pois existe o
envolvimento afetivo. Nos grandes animais existem limitações de ordem econômica, sendo que o
principal objetivo passa a ser a qualidade de produção e trabalho.
Existem outros fatores limitantes em medicina veterinária, como a pouca longevidade dos
animais, os recursos diagnósticos e as criações extensivas.
7. TERMINOLOGIA
Algumas operações cirúrgicas são nomeadas por um ou por combinação dos seguintes
métodos:
1 - nome de uma pessoa credenciada após ter desenvolvido ou modificado um
procedimento. Como exemplo temos a operação de Zeep, ou a modificação de Zeep para a
cirurgia de Lacroix, ambos procedimentos para a ressecção lateral do conduto auditivo externo
do cão.
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2 - nomes descritivos, formados por uma combinação de sufixos gregos ou latinos com
termos anatômicos. O radical ou prefixo indica o órgão em referência e o sufixo indica o
procedimento cirúrgico.
Da junção dos prefixos com os sufixos é que resultam as várias palavras em cirurgias,
com diferentes significados, como:
TORACOTOMIA incisão do tórax
GASTROTOMIA incisão do estômago
ESPLENECTOMIA remoção parcial ou total do baço
COLOSTOMIA criação de uma nova abertura para o cólon
GASTRODUODENOSTOMIA anastomose entre o estômago e o duodeno
EPISIOPLASTIA cirurgia plástica da vulva
VENOPUNCTURA (flebocentese) perfuração de uma veia
PARACENTESE abertura de uma cavidade corporal para aspiração
TORACOCENTESE perfuração do tórax
GASTROPEXIA fixação cirúrgica do estômago
ENTERORRAFIA sutura do intestino
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1. CONCEITOS GERAIS
Dois fatores interrelacionados - trauma e infeção - são responsáveis pelo sucesso ou falha
das cirurgias. Praticamente o objetivo de todas as intervenções, seja direta ou indiretamente é
limitar o trauma e diminuir o risco de infeção cirúrgica.
As grandes possibilidades da cirurgia moderna têm se desenvolvido paralelamente com o
grande aumento das responsabilidades do cirurgião. Ele é o principal responsável pelo bem estar
e saúde do paciente antes, durante e após a cirurgia.
Os dois maiores fatores que contribuíram para o desenvolvimento da cirurgia moderna
foram o descobrimento da anestesia e a aplicação dos princípios da anti-sepsia e da assepsia.
2. HISTÓRICO
Alguns grandes cientistas contribuíram para que isso acontecesse:
⇒ Louis Pasteur (1822 - 1895), com a descoberta do microscópio, pode
estudar e identificar bactérias responsáveis pela putrefação, carbúnculo e raiva nos
animais, proporcionando os fundamentos das técnicas da anti-sepsia.
⇒ Joseph Lister (1827 - 1912), cirurgião inglês, descobriu que o pus não se
formava em feridas cuja contaminação era evitada. Usou ácido carbólico para
lavar as feridas e evitar a contaminação, dando início à doutrina da anti-sepsia.
⇒ Ignácio P. Sammelweis (1818 - 1865), obstetra austríaco, reconheceu a
importância da lavagem das mãos antes das manobras obstétricas como método
para diminuir a incidência da febre puerperal.
⇒ Oliver Holmes (1809 - 1894), advogou a mudança das roupas e lavagem
das mãos após sair das salas de necropsia.
⇒ Ernest Von Bergmann (1836 - 1907), usou cloreto de mercúrio ao invés
do ácido carbólico para anti-sepsia e em 1886 introduziu a esterilização a vapor.
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Este método foi estudado por Merke (1880) em Berlin e aperfeiçoado por Koch
em 1881.
⇒ Robert Koch (1843 - 1910), bacteriologista alemão, demonstrou pela
primeira vez a especificidade de diferentes tipos de bactérias para produzir
infeções cirúrgicas.
⇒ William S. Halsted (1852 - 1922), entre outras técnicas cirúrgicas,
introduziu o uso das luvas de borracha para praticar cirurgias. As primeiras luvas
de borracha foram feitas pela Goodyear e usadas em 1891 para prevenir dermatite
em uma enfermeira.
3. DEFINIÇÕES
Para melhor entendimento dessa doutrina, torna-se necessário conceituar os seguintes
termos:
3.1 - Esterilização
É a destruição de todos os germes, patogênicos ou não. Refere-se a objetos
inanimados, como roupas, instrumentos, etc...
3.2 - Desinfecção
É a destruição de quase todos os germes patogênicos e não patogênicos e refere-se
a objetos inanimados como instalação, pisos, blocos cirúrgicos, etc...
3.3 - Anti-sepsia
É a manobra que impede a proliferação de quase todos os microorganismos, seja
inativando-as (bacteriostáticos) ou destruindo-as (bactericidas). Refere-se a
procedimentos em tecidos vivos, como mucosa e pele do animal.
3.4 - Assepsia
É o conjunto de procedimentos que se empregam para evitar infecção dos tecidos
durante as intervenções cirúrgicas, em locais não contaminados.
É um termo amplo que engloba manobras de esterilização, desinfecção e anti-
sepsia.
4. ESTERILIZAÇÃO
A esterilização pode ser feita por métodos físicos e métodos químicos.
Nos métodos físicos tem-se a filtração, a energia radiante e a energia térmica.
Nos métodos químicos incluem-se os desinfetantes de 1 o, 20 e 30 graus na forma líquida e
gasosa.
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O material deve ser muito limpo e exposto ao vapor para assegurar um bom aquecimento.
O instrumental deve ser enrolado em material permeável ao calor e a autoclave deve ser
apropriadamente manuseada. Dentre as vantagens tem-se o ciclo rápido, permitindo vários
processamentos por dia, menor dano ao instrumental e a menor exposição ao calor. A autoclave a
vácuo funciona como a de vapor.
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5. ANTI-SÉPTICOS
Muitos dos desinfetantes que são usados em objetos inanimados são também usados na
pele e em feridas. Quando são usadas com este propósito são chamados de anti-sépticos. Eles são
usados para reduzir a flora bacteriana da pele dos braços e mãos da equipe cirúrgica e o campo
operatório do paciente. Este é o ponto fraco da técnica cirúrgica asséptica, pois é impossível
esterilizar a pele sem destruí-la.
Além da atividade antimicrobiana, os anti-sépticos devem ser atóxicos, não irritantes
quando aplicados e devem reter suas propriedades “in vivo”.
Muitos agentes que têm propriedades antimicrobianas “in vitro” são ineficazes quando
usadas como anti-sépticos, pois são inativados por materiais orgânicos.
6. INDICAÇÕES
6.1 - Pele
A superfície epidérmica é muito irregular, composta de placas de queratina e
células mortas, sendo que as bactérias estão presentes sobre e sob estas células mortas.
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7. AGENTES ANTI-SÉPTICOS
7.1 - Sabões
São anti-sépticos fracos e não são muito bons para pele. Seu valor está associado ao fato
de serem agentes não irritantes, quanto usados com fricção mecânica.
7.2. - Bifenol
Este grupo contém um grande número de compostos usados como anti-sépticos e
desodorantes. O hexaclorofeno é muito importante em cirurgia por seu efeito residual,
porém é vendido somente por prescrição por ser carcinogênico.
7.4 - Álcool
O álcool etílico é o mais comum dos anti-sépticos para a pele e geralmente superior aos
outros álcoois para este fim.
O álcool isopropílico é levemente superior, porém seu efeito de solvente de gorduras
causa maior secura da pele que o álcool etílico. Na concentração de 70% tem uma
efetividade igual ao etílico de 92%.
7.5 - Iodo
É muito popular na anti-sepsia, por ser efetivo e barato. Sua ação germicida é devido ao
elemento iodo, em ambas as formas, aquosa e alcoólica (tintura).
A tintura de iodo tem sido recomendada para aplicação na pele de pacientes antes das
cirurgias. A solução de iodo também tem sido recomendada como anti-séptico.
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7.6 - Iodóforos
Possuem perto de l% de iodo disponível. São excelentes agentes para limpeza e não são
irritantes.
⇒ Betadine (povidine-iodine) - apresenta-se como sabão e anti-séptico cirúrgico.
⇒ Gema San Iodine - é um detergente cirúrgico a base de iodo.
⇒ Surgidine - pouco usado no Brasil.
⇒ Ioprep - anti-séptico pré-cirúrgico, possuindo 1% de iodo livre disponível.
7.7 - Clorexidine
Compõe uma classe diferente de agentes antimicrobianos que atuam aumentando a
permeabilidade da membrana celular, causando perda de conteúdo citoplasmático.
É efetivo contra bactérias, fungos, e vírus, sendo superior ao hexaclorofeno, povidine,
iodine e amônio quaternário.
Suas formas comerciais são Nolvasan, Hibiclens e Hibitane.
GÁS
Óxido de etileno 450 a 800mgm/l excl. Excl. excl. boa boa lo
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III. DIÉRESE
1. DEFINIÇÃO
Entende-se por diérese a separação dos tecidos, realizada por meio de intervenções
manuais. Tem-se diferentes tipos de diérese, de acordo com o tecido a ser separado, ou
seja, diérese da pele, de aponeurose, de músculo e de órgãos específicos.
2. DIÉRESE DE PELE
A pele pode ser considerada um sistema, pois possui, além da epiderme e a derme,
um aporte vascular e nervoso próprios, e seus anexos como as glândulas sebáceas e
sudoríparas e os folículos pilosos. Desempenha também funções altamente especializadas,
como parte dos mecanismos de defesa, regulação da pressão sangüínea, receptores
dolorosos (nociceptores) e sensitivos, além de servir de “membrana” que proporciona a
individualidade dos seres.
Instrumental - a separação da pele pode ser feita com o bisturi, tesoura e bisturi
elétrico. Recentemente o raio laser tem sido usado para abordagens de tecidos e pode ser,
de acordo com alguns autores, enquadrado como instrumento de diérese.
Técnica: desenvolve-se a partir de vários tempos:
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3. DESPREGAMENTO CUTÂNEO
Usado quando é necessário desprender a pele do tecido subcutâneo, onde as bordas
de pele são pinçadas e o tecido subcutâneo é seccionado com bisturi ou afastado com
tesoura (introduzida fechada e aberta no interior dos tecidos).
Este despregamento pode ser em 3 planos: - subdérmico
- subcutâneo
- supra-aponeurótico
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6- DIÉRESE DA APONEUROSE
Geralmente a linha de secção da aponeurose superficial é a mesma da incisão
cutânea. Esta secção é uma etapa importante da diérese, pois na reconstrução por planos,
na síntese, é a aponeurose que fornece o suporte necessário para uma adequada sutura
muscular.
7- DIÉRESE MUSCULAR
Os músculos são estruturas importantes, pois são através deles que se tem acesso a
estruturas mais profundas, como ocorre na maioria das intervenções. Às vezes não é
necessário incisar um músculo, e sim dissecá-lo. Uma correta dissecação e diérese
muscular permite uma boa abordagem cirúrgica, assim como uma perfeita reconstrução da
ferida cirúrgica, com o que se previne eventual deiscência.
Os músculos pacientes de dissecação ou diérese sofrem uma reação cicatricial que
limita seu funcionamento em maior ou menor grau.
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7.1- Instrumental
Para a diérese aguda, usar o bisturi e para a romba usar a tesoura ou as mãos ou os
dedos.
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1- BISTURI
Existem alguns métodos para segurar um bisturi, dependendo muito onde e como
vai ser usado:
a) Como uma faca, onde o dedo indicador posiciona-se sobre a porção dorsal
posterior da lâmina, com a finalidade de controlar a pressão dessa sobre o tecido a
ser enfocado. Usar esta posição para as incisões de pele e de tecidos mais duros.
b) Como um lápis, podendo dessa maneira ser manipulado pelos dedos sem
movimentar o pulso. Usado para dissecação e incisões delicadas, onde não há
necessidade de pressão sobre o tecido a ser incisado.
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Lâminas da 1ª dezena
Lâminas da 2ª dezena
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Catraca da
cremalheira
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DIEFFENBACH reta ou curva MIXTER – curva, também usada para dissecação vascular
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KOCHER
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3.4- Tesouras
As tesouras são destruídas rapidamente quando usadas para outros fins que
não os aconselhados.
Tesouras para cortar fios cirúrgicos - geralmente são tesouras retas ponta
reta romba, e devem ser usadas para fios que não arames ou metálicos. As tesouras
para cortar fios metálicos são especiais e menores que as cirúrgicas.
Para cortar fios cirúrgicos, abrem-se pouco as lâminas, que deslizam sobre
as pontas a serem cortadas e viradas levemente antes das lâminas cortarem o fio. O
tamanho do fio cortado vai depender do grau de rotação da tesoura.
Tesouras para tecidos devem ser usadas sempre que se possa ver o tecido
entre suas lâminas.
Tesouras para dissecação romba, inserir as lâminas fechadas e abri-las,
separando os tecidos.
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MAYO
METZEMBAUM
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4 - RETRATORES ou AFASTADORES
Os retratores podem causar lesões muito grandes nos tecidos, se usados
impropriamente. A força excessiva aplicada a um retrator é um substituto muito pobre
para uma incisão inadequada.
Uma compressa embebida em solução salina morna deve ser usada entre o retrator
e os tecidos, de maneira a proteger as bordas de uma incisão abdominal ou torácica.
Afastador de
FARABEUF (manual)
Afastador de Afastador de
GELPI (autoestático) BALFOUR (autoestático)
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5- PORTA AGULHAS
Partes: alça ou empunhadura, catraca ou cremalheira, articulação e ponta.
As agulhas curvas devem ser colocadas na ponta do porta agulha, a uma distância
de um quarto do fundo da agulha. Não se usam porta-agulhas com agulhas retas. Quando
são usados para fazer os pontos ou para atar os nós cirúrgicos, devem ser seguros como
tesouras ou na palma da mão, sem os dedos nas alças.
6- APARELHO DE ASPIRAÇÃO
Geralmente usados para aspirar o sangue do campo cirúrgico, sendo um problema
comum a presença de coágulos em sua ponta. Isto é prevenido irrigando-se o campo
operatório com solução salina e aspirando-a no início da cirurgia e periodicamente
durante a mesma.
É usado para aspirar a solução fisiológica usada para a lavagem final da ferida
cirúrgica, drenagem de líquido fisiológico ou patológico em cavidades.
7- AGULHAS DE SUTURA
7.1- Partes
Fundo
1. Sem fundo - a fio é inserido dentro da agulha - este tipo é chamado de atraumática.
Quando existe agulha em ambas extremidades do fio é chamado de dupla.
2. Fundo regular, alongado
3. Fundo quadrado
4. Fundo arredondado
5. Fundo de Benjamim
6. Fundo francês, em garfo ou falso - quando o fio pode ser inserido por pressão, sem
ser enfiado.
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Corpo
O corpo é classificado de acordo com o formato de sua secção, que pode variar nos
diferentes pontos da agulha. Podem ser, redondos, ovalados, triangulares, em forma de
losango, etc.
Curvatura - podem ser:
Retas
3/8 de círculo
Meio círculo
5/8 de círculo
Meia curva
Dupla curvatura
Semi-reta.
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Formatos variados
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Corpo e Pontas
Agulhas traumáticas
Agulhas atraumáticas
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V- SÍNTESE
1- CONCEITO
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5.1- Categute
O categute cirúrgico ainda é o fio mais usado em suturas até agora.
É preparado tanto da submucosa do intestino delgado de ovinos ou da camada
serosa do intestino delgado de bovinos. Teve seu nome originariamente dito por ser
espichado como uma corda, porém mais tarde foi mudado para gato jovem (do inglês
“kit” e “cat”).
É um material capilar, multifilamentoso, composto de muitas tiras que são torcidas
em máquinas, polidas de maneira a ter uma superfície regular e macia que parecem ser de
fio monofilamentoso. É tratado com formaldeído e esterilizado por radiação ionizável.
Não pode ser autoclavado, pois o calor desnatura as proteínas e causa perda de tensão. A
absorção do categute após seu implante obedece a um mecanismo de duas partes: primeiro
a perda da tensão de estiramento resulta na separação molecular por ação de ácidos
hidrolíticos e atividades colagenolítica; segundo, a digestão e absorção são feitos por
enzimas proteolíticas que ocorre tardiamente. Devido a sua composição de colágeno, o
categute estimula uma significante reação tipo corpo estranho nos tecidos. O categute
possui uma grande variação na absorção e na perda da tensão superficial, o que o coloca
em posição de inferioridade quando comparado com os fios sintéticos absorvíveis.
Uma absorção prematura acontece quando o categute é exposto às secreções ácidas
(pepsina) do estômago, ambiente infectado, ou tecidos muito vascularizados. Sua
absorção também é acelerada em pacientes com deficiência protéica. A diferença em
diâmetro tem pouca influencia no tempo de absorção.
O categute médio perde ao redor de 33% de sua tensão original após 7 dias de
implantado e cerca de 67% após 28 dias.
O categute cirúrgico está disponível na forma simples e cromada.
O tratamento com sais de cromo resulta em um aumento das ligações
intermoleculares, tendo como resultado o aumento da tensão superficial e a resistência a
digestão, com decréscimo da reatividade tecidual.
A graduação do categute cromado é:
cromado fraco (tipo B) - perda da tensão ao redor de 10 dias;
cromado médio (tipo C) - perda da tensão ao redor de 20 dias;
cromado extra (tipo D) - perda da tensão ao redor de 40 dias.
O tipo médio é mais usado em Medicina Veterinária.
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Calibre de fios
5.2- Colágeno
O colágeno é composto de material monofilamentoso e foi introduzido em
1964. É feito de tendão flexor de bovino, tratado com formaldeído ou sais de
cromo, ou ambos.
Sua natureza não asséptica e simplicidade no processamento são algumas
vantagens, se comparado ao categute cirúrgico.
As suturas de colágeno são feitas atualmente em diâmetros finos e são
usadas quase que exclusivamente em cirurgia oftálmica.
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7.1- Seda
A seda é obtida da larva do bicho da seda. Está disponível na forma torcida
ou trançada. Pode ser tratada por imersão em óleo vegetal, cera ou silicone, a fim
de diminuir a capilaridade. Apesar de ser classificada como uma sutura não
absorvível, ela pode ser absorvida a longo prazo. A seda perde 30% de sua tensão
de estiramento em duas semanas, 50% em um ano e praticamente toda tensão ao
redor de dois anos.
Vantagens: barata, excelente manuseio, e boa segurança nos nós.
Desvantagens: maior reação tecidual que outros materiais não absorvíveis. Pode
servir de “nidus” no sistema urinário, ou promover úlceras quando na luz de
órgãos do sistema gastrintestinal.
A cera ou o silicone diminuem a segurança dos nós, e ela fica mais fraca
quando molhada. É recomendada para unir tecidos em presença da contaminação.
7.2- Algodão
O algodão possui fibras naturalmente torcidas. Foi introduzido no final da
década de 1930.
A principal propriedade é de aumentar sua tensão de estiramento quando
molhado. Outras vantagens incluem uma melhor segurança nos nós que a seda,
perda lenta da tensão de estiramento (50% em 6 meses e 70% em dois anos).
Desvantagens: provoca uma reação tecidual semelhante à da seda, potencializa
infecções, é muito capilar e seu manuseio não é muito bom.
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TÉCNICA CIRÚRGICA Alceu G.Raiser - Claudio A.B.Tiellet - Ney L.Pippi
tecidos, possui a maior segurança nos nós de todos os materiais, pode ser
autoclavado, e é recomendado para tecidos com cicatrização lenta.
A forma monofilamentosa pode ser usada em feridas contaminadas
e infectadas.
Desvantagens: tendência a cortar os tecidos, manuseio pobre
(principalmente para atar os nós), quebra quando torcido muitas vezes no
mesmo ponto e promove necrose tecidual pelo movimento dos tecidos
contra as pontas não flexíveis.
8.1- Poliamidas
Náilon e caprolactam polimerizável, poliéster, polibutester.
Náilon
O náilon é um termoplástico que contém aminas e é derivado do
ácido adipico. Encontra-se disponível na forma de sutura mono e
multifilamentosa. Após sua implantação, perde ao redor de 30% de sua
tensão de estiramento em dois anos (o monofilamentoso). O náilon
multifilamentoso perde toda sua tensão ao redor de 6 meses. A perda desta
tensão está associada a degradação química do náilon, e há suspeita que os
produtos de degradação são agentes antibacterianos potentes.
Vantagens: é biologicamente inerte não capilar na forma
monofilamentosa e possui uma tensão de estiramento similar a do
polipropileno.
Possui grande aplicação como material de sutura. A incidência de
infecção em tecidos contaminados contendo náilon monofilamentoso é
mais baixa do que qualquer outro material de sutura não absorvível, com
exceção do prolipropileno. Possui mínima diferença microscópica quanto a
reação tecidual se comparado ao aço inoxidável. Pode ser usado em
qualquer tecido, porém não é recomendado para cavidade serosa ou
sinovial, devido a irritação pela fricção de suas pontas.
Desvantagens: pobre manuseio e pouca segurança nos nós. Possui
“memória” que é a tendência de reverter a sua configuração original.
A segurança dos nós pode ser melhorada, dando-se 4 ou 5 nós, o
que prolonga o tempo de realização da sutura.
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Caprolactam
É uma sutura de poliamida multifilamentosa, torcida, da família do
náilon. Foi introduzida em Veterinária ao redor de 1940 e está disponível
somente em diâmetro grande, podendo ser esterilizado por autoclave. A
esterilização química não é suficiente.
Quando comparado ao náilon, o caprolactam tem uma tensão de
estiramento maior, porém quando molhado perde ao redor de 20% da
tensão.
Promove mais reação inflamatória quando usado em suturas de
pele, que a de um grampo de aço inoxidável.
Poliéster
É uma sutura multifilamentosa, disponível em forma simples e
coberta, com polibutilato, teflon e silicone. Foi introduzida no final da
década de 50.
Vantagens: é muito forte - a sutura não metálica mais forte que
existe. As de pequeno diâmetro promovem grande tensão de estiramento
inicial, com pequena perda após a implantação. Oferece um bom suporte
para tecidos de lenta cicatrização.
Desvantagens: manuseio limitado, grande coeficiente de fricção
(a cobertura geralmente diminui este coeficiente), pobre segurança dos nós
(recomenda-se 5 nós apertados), é a mais reativa das suturas sintéticas
(reação comparável à do categute). Seu uso em feridas contaminadas tem
sido associada com infecção local persistente e reação tecidual exagerada.
Poliolefina
Este material induz pequena reação nos tecidos e é hidrofóbica.
Seus dois representantes disponíveis são o polipropileno e o polietileno.
a) Polipropileno
Sutura introduzida em 1961 e é um polímero do propileno,
um derivado do gás propano. Disponível na cor azul e natural.
Vantagens: grande segurança nos nós (melhor do que
qualquer outro material monofilamentoso, não sintético não
metálico), retém sua tensão de estiramento após a implantação nos
tecidos, não é enfraquecido pelas enzimas teciduais e é por isso
usado em sutura cardiovascular.
Devido a sua grande flexibilidade, é recomendado para uso
em tecidos que tenham capacidade de elongação, como pele e
músculo cardíaco.
Possui também o menor efeito potencial de transformar uma
ferida contaminada em infectada. (grande resistência à infecção
bacteriana).
Desvantagens: o fio torna-se escorregadio.
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b) Polietileno
É uma sutura monofilamentosa com excelente tensão de
estiramento, porém com muito pouca tensão nos nós. Pode ser
autoclavado sem perda considerável de tensão.
O polietileno é semelhante ao polipropileno com reação a
mínima reatividade tecidual e sua resistência a contaminação
bacteriana.
A maior desvantagem é pouca segurança dos nós.
8.1.5- Polibutester
É o único copolímero que é flexível. É monofilamentoso e
possui o nome comercial de Novafil. Seu manuseio é considerado
melhor que o náilon e polipropileno, enquanto sua tensão e
segurança dos nós são semelhantes.
Quando tantos tipos de suturas estão disponíveis, a seleção apropriada pode ser
difícil.
O material de sutura deve ser escolhido na base de suas propriedades biológicas
conhecidas e da situação clínica presente no momento.
Deve-se considerar também que determinado material é superior a outros em
diferentes tipos e ambientes de feridas.
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5 - PREPARAÇÃO DO PACIENTE
A preparação cirúrgica ideal deve iniciar um dia antes da cirurgia, devendo o
animal ser banhado (pequenos animais), escovado e devendo-se efetuar a tricotomia do
campo operatório.
Campo operatório é a região do corpo onde vai se praticar a cirurgia. No campo
operatório está contido o ponto de eleição, que é onde se fará a incisão.
No dia da cirurgia, após o animal ser pré-anestesiado, ou anestesiado, o local da
cirurgia é preparado. Se os pelos não foram removidos previamente deve ser feito agora,
usando uma máquina elétrica ou um aparelho de barbear. Os pelos removidos devem ser
aspirados ou lavados. Se foi usada a máquina elétrica, a região onde será feita a cirurgia
deve ser barbeada com navalha.
O animal deve ser removido para a sala de cirurgia, onde a anti-sepsia final do
campo operatório é feita. Uma maneira fácil de remover os pelos ainda existentes no
campo operatório é com o uso de esparadrapo.
Lavar o campo operatório com água e sabão, a fim de remover a contaminação
mais grosseira, até a pele parecer limpa;
Lavar o campo operatório 3 vezes com sabão cirúrgico, usando esponjas
esterilizadas da seguinte maneira:
⇒ iniciar a lavagem do centro do campo, onde a incisão será feita, em direção
a periferia, nunca retornando a área central com a mesma esponja.
⇒ remover o sabão com uma esponja de gaze esterilizada, seca, também do
centro para a periferia. Esta manobra permite deixar uma película de anti-
séptico na pele, que inibirá o crescimento bacteriano;
⇒ após, usar uma lavagem com álcool, iodo e álcool, deixando-o secar
naturalmente, antes ser iniciada a colocação dos panos de campo.
Estas manobras devem ser feitas de maneira gentil, pois a hiperemia conseqüente
de fricção exagerada só servirá para aumentar a hemorragia na pele e tecido subcutâneo
(variação entre espécies).
Regras gerais
Todos os utensílios devem ser considerados esterilizados ou não. Em caso de
dúvida, considere não esterilizado.
⇒ Somente a parte de fora dos materiais enrolados devem ser tocados por
mãos sem luvas, e estes pacotes devem ser abertos longe do corpo, sem
contaminá-los;
⇒ Materiais esterilizados são manuseados somente com luvas esterilizadas ou
com instrumentos esterilizados;
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⇒ Uma vez que algum material é removido de um pacote, não deve ser
retornado;
⇒ Toda vez que um pacote com material esterilizado for molhado, deve ser
considerado não esterilizado.
⇒ Nenhum objeto não esterelizado deve pairar ou deslocar-se sobre superfície
esterelizada.
7 - EQUIPE CIRÚRGICA
7.1 - Cirurgião
É responsável pela vida do paciente e tem sob sua responsabilidade o ato cirúrgico
e toda a equipe cirúrgica;
7.2 - Assistente
É responsável pela ajuda ao cirurgião e deve ter um grande conhecimento da
cirurgia a ser executada. Ele deve ser capaz de antecipar os tempos cirúrgicos e de
substituir o cirurgião em seus impedimento. O assistente tem certas obrigações, como o
controle da hemorragia, ajudar na exposição, e fazer as ligaduras, sem a solicitação do
cirurgião;
7.3 - Instrumentador
Manter o instrumental limpo de sangue, ordenar o instrumental na mesa cirúrgica,
antecipar os movimentos do cirurgião e assistente, alcançando o material sem solicitação,
separar o material contaminado, preparar as suturas e fazer a limpeza após a cirurgia.
7.4 - Anestesista
É de sua responsabilidade promover a analgesia e manter os parâmetros
fisiológicos do paciente (função cardíaca e respiratória, drogas e administração de fluidos
intravenosos).
7.5 - Volante
Presta serviços de enfermagem.
Faz a preparação do local e do material que vai ser usado (calhas, cordas, etc ... ).
Durante a cirurgia deve antecipar os acontecimentos e ter o material e instrumental pronto
para uso (desfibrilador, etc...). Durante a cirurgia não pode se afastar do local. Após a
cirurgia terminar, deve ajudar na remoção do paciente e na limpeza da mesa e sala de
cirurgia.
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VII - SUTURAS
1 - INTERROMPIDAS
Os nós são atados e os fios cortados após uma ou duas passagens através dos
tecidos.
2 - CONTÍNUAS
Possui um nó inicial, o fio não é cortado, estendendo-se do ponto de origem após
várias passagens pelos tecidos, onde o fio é cortado após o nó final.
De acordo com a aparência de suas bordas, as suturas podem ser classificadas em:
Aposição: as bordas se encostam, no mesmo plano;
Eversão: maior contato das bordas, que se voltam para fora, formando uma crista
evertida;
Inversão: a borda das feridas volta-se para o interior, causando uma invaginação.
Sobreposição: uma borda sobre a outra.
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4 - SELEÇÃO DA SUTURA
A escolha do tipo de sutura é muito importante.
Devido a forma helicoidal, as suturas contínuas têm uma tendência de reduzir a
microcirculação das bordas das feridas. Este fato prolonga a fase destrutiva da cicatrização
aumentando a formação de edema. Um ganho mais rápido em força de tensão é obtido
com as suturas simples interrompidas. Estatisticamente, as suturas simples interrompidas
são mais fortes que as contínuas.
De maneira geral, as suturas interrompidas são preferidas quando se quer mais tensão,
mobilidade dos tecidos e distensibilidade.
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Correto
Incorreto
Ë uma sutura que promove uma leve eversão se colocada de maneira apropriada.
Ela forma um quadrado perfeito, com ambas extremidades de sutura saindo pelo mesmo
lado ou borda da ferida.
Está indicada para suturar feridas sob tensão moderada.
Vantagens:
- uso de menor quantidade de material de sutura;
- é de execução rápida;
- pode ser usada como sutura de tensão quando colocada longe das bordas da pele;
- pode ser usada para reduzir espaço morto.
Desvantagens:
- dificuldade relativa quando aplicada na pele;
- formação de cicatriz excessiva devido a eversão das bordas;
- tendência a reduzir o suprimento sangüíneo das bordas da ferida, quando so pontos
são apertados demais (em função do formato geométrico).
Promove uma aposição completa e precisa das bordas, com leve eversão
após a confecção dos nós. A primeira passagem da agulha é feita a uma distância
maior do que 0,5 cm da borda e a Segunda passa de 2 ou 3 mm da borda.
Vantagens:
- mínima alteração do suprimento sangüíneo, se colocado distante da borda;
- pode ser usada como sutura de tensão como ajuda a uma primeira linha de sutura.
Desvantagem:realização mais demorada com maior reação inflamatória.
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Sultam
Pontos cruzados
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5 - Longe-perto-perto-longe
Perto-longe
Longe-perto
Longe-longe-perto-perto
Longe-perto-perto-longe
6 – Jaquetão
Indicada principalmente na redução de onfalocelle em bovinos e eqüínos.
Jaquetão
ou
sobreposição
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Sutura em oito
Sutura em oito
Isolado
Isolado
simples
Simples
túnica serosa
túnica submucosa
túnica mucosa
Pontos de relaxamento
Gelly
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Maneiras de iniciar
as suturas contínuas
Pele
Sutura de Lembert
Sero-muscular
Ponto
InicialEscondido
Inicial
Escondido
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BUNNEL - tendão
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Colchoeiro
U
Contínuia
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5 - Suturas de tensão
São usadas quando existe muita tensão na linha de sutura e for
necessária alguma força para o fechamento da ferida.
Infelizmente isso resulta em esquemia local, corte das bordas e
deiscência das feridas. Nesses casos, o uso de suturas de tensão é altamente
benéfico. Elas são colocadas longe das bordas da pele, de maneira a não
comprometer o suprimento sangüíneo. As bordas da pele são suturadas por
meio de pontos interrompidos simples.
Como suporte adicional a estas suturas de tensão, podem ser usados botões,
tubos de borracha, plástico ou silicone colocados nas suturas antes dos nós.
A sutura de Donatti ou “U” vertical promove bom suporte aos tecidos, com
mínima redução do suprimento sangüíneo.
Suturas
de
Tensão
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Suturas Viscerais
6 - Sutura de Gambee
Sutura de SCHMIEDEN
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Sutura de Connell
Sutura de Cushing
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Connell
Cushing
Cushing
10 – Sutura de Parker-Kerr
Uma Cushing sobre pinça sem dar nó, uma Lembert sobre a primeira.
11 – Bolsa de tabaco
Bolsa de tabaco
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11 – Ponto chinês
É usado para fixar drenos e tubos intracavitários.
Fig.1
Fig.2
Fig.3
61
Gelly
Revisão 2001
Laboratório de Multimeios de Cirurgia Experimental – Bloco 5
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