Aulas 7 e 8 - Processo Civil

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Aula 7 e 8 -

● Prof. Câmara

Providências Preliminares

O Procedimento comum começa com a inicial, pode ter havido necessidade do juiz
determinar alguma emenda, o indeferimento dela, pode ter sido o caso de julgamento de
improcedência liminar do pedido, superadas essas etapas o juiz proferiu despacho liminar
positivo determinando a citação do réu.

Citado o réu, como regra geral, será verificado se será realizada a audiẽncia prévia de
autocomposição, se houve acordo o processo acaba aqui, se não houve o réu vai
apresentar sua resposta. Nos casos em que essa audiência não acontece, o réu já é citado
para em seguida apresentar resposta em 15 dias.

Decorrido o prazo da resposta tenha ela sido oferecida ou não, o juiz vai verificar se é caso
de tomar alguma das providências preliminares.

O CPC regula duas providências que o juiz poderá tomar no processo, o juiz irá usar uma
ou a outra. Existe uma providência preliminar que pode ser necessária quando o réu é revel
e a outra que pode ser necessária quando o réu contestou, por isso não tem como usar as
duas, ou uma ou outra. Se nenhuma das duas for necessária o juiz passará para o próximo
estágio.

Tipos

- Especificação de Provas - art. 348 do CPC

Quando o advogado do autor elabora a petição inicial ele ainda não sabe o que ele terá de
provar, não sabe o que o réu vai fazer, se vai contestar, ficar revel, confessar, ele no
máximo pode imaginar. Como ele não tem essa certeza, muito frequentemente o advogado
faz um requerimento genérico de provas, que não serve para nada (a lei manda
especificar). Ai o réu é citado e fica revel, se a revelia gerar a presunção de veracidade, o
autor não vai precisar provar nada, mas nos casos em que a revelia não gera a presunção
de veracidade o autor vai ter que tentar convencer o juiz das suas alegações. Como
provavelmente ele fez o protesto genérico, nesse momento ele terá que especificar.

A lei não prevê prazo, se a lei não prevê prazo, o prazo é fixado pelo juiz. E se o juiz não
fixar, será o prazo de 5 dias.

Então essa providência é para quando a revelia não gerar o efeito.

- Réplica

É a resposta do autor à contestação, no prazo de 15 dias. Nesse caso, quando o réu


contestar, se o juiz verificar que tem necessidade do autor se manifestar. O réu pode
apresentar defesa direta ou indireta, se o réu na contestação só apresentar defesa de
mérito direta (se limitou a negar o fato constitutivo do direito do autor) não haverá
réplica. Não tem porque nesse caso a réplica não contribuiria para o contraditório. Se ele
apresentou defesa processual (ilegitimidade, incompetência), de mérito indireta (prescrição,
compensação, pagamento) tem que ter réplica.

Obs.: o Despacho proferido depois dessa fase em que o juiz determina a especificação de
provas, não está previsto em lei, é um costume, que não é contrário a lei e não é proibido.O
juiz faz isso porque as partes normalmente não especificam no início. Inclusive ele é citado
como um exemplo de que costume é fonte processual.

Tomas as providências preliminares ou se nenhuma delas era necessária, passa para o


próximo estágio:

Julgamento conforme o estado do processo

Esse é um nome genérico que engloba vários pronunciamentos diferentes que podem
existir aqui. Existem 3 tipos que podem ser emitidos aqui, só pode ser usado um dos três:

Obs.: Verificar se é o caso de extinção do processo, se não for verificar se é caso de


julgamento antecipado, se também não for sobrou o saneamento e organização.

- Extinção do processo - art. 354 CPC


Ocorrendo as hipóteses do art. 485 (sentenças terminativas que não resolvem o mérito), se
o juiz verificar que está diante de um caso que o mérito não pode ser examinado. Ou as
hipóteses previstas no art. 487, II e III (prescrição e decadência, solução consensual das
partes) - é um processo que se pode resolver o mérito nesse momento.

Pode acontecer de ter ocorrido alguma das hipóteses do art. 485 ou dos incisos II e III do
art. 487, mas de modo a não alcançar todos os elementos do processo, só uma parte. Ex.
só um dos réus é parte ilegítima ou o autor formulou 3 pedidos e 1 falta interesse de agir, ou
o autor formulou dois pedidos e um deles há previsão no contrato de cláusula de
arbitragem, ou ainda, o autor formulou dois pedidos e um está prescrito, ou as partes
celebraram uma transação com relação a um dos pedidos.

Nesses casos terá um decisão n-t do art. 354, parágrafo único do CPC - decisão do
processo que diz respeito apenas uma parcela do processo, caso em que ela não vai
extinguir, vai reduzir o processo, que pode ser objetiva (se reduzir o pedido) o subjetiva (se
diminuir as partes), essa decisão é por decisão interlocutória que será atacada por agravo
de instrumento. Não existe extinção parcial, extinção é apenas total. Errado falar que julga
extinto o processo com relação a uma parte, o processo não acaba para ele, continua sem
ele. Assim como com relação ao pedido. Por isso o ato que exclui algo não encerra e por
isso o CPC diz que é decisão interlocutória, este não é um pronunciamento de extinção
parcial é de redução.

- Julgamento antecipado do mérito - art. 355 do CPC


Ela surge no CPC-73, um julgamento de mérito que o juiz profere sem que tenha havido
dilação probatória. No CPC-73 o nome era julgamento antecipado da lide. Prof. gusmão
dizia que o julgamento antecipado da lide tem duas características, primeiro que ele não é
antecipado - porque a antecipação do processo gera uma tutela provisória e aqui estamos
falando de resultado definitivo, segundo não é a lide - o juiz julga o mérito e não a lide. O
CPC-15 resolveu metade do processo.

É o julgamento imediato do pedido porque ele vem logo após a fase postulatória e as
providências preliminares, sem necessidade de dilação probatória, uma fase destinada a
produção de provas. Nesse momento o juiz vai julgar o pedido. O art. 487, I do CPC diz que
o juiz julga o mérito quando resolve o pedido, por isso não é caso de extinção.

Ocorrerá quando para julgar o pedido o juiz não precisar de prova, com o material que ele já
tem, já é capaz de julgar o pedido. Ex. prova documental é suficiente e veio com a inicial e-
ou contestação. Houve um processo de produção antecipada de prova.

Outro caso é quando ocorrer o efeito previsto no art. 344, que o autor alegou se presume
verdadeiro e o réu não requereu a produção da contraprova.

Também aqui pode ser o caso de emitir-se um pronunciamento parcial, ai teremos a figura
do art. 356 - julgamento antecipado parcial do mérito. Mais uma vez ocorrerá um
pronunciamento que reduz o processo, porque julga desde logo uma parcela do mérito. Não
é sentença, é decisão interlocutória e impugnável por agravo de instrumento.

Ex. o autor cobra uma dívida e o réu contesta de forma que uma parcela se torna
incontroversa. Pode julgar quanto à parcela incontroversa.
O autor formulou pedidos cumulados, o julgamento de um não depende de novas provas, o
outro depende. E o processo continuará para produzir provas do outro pedido.

- Saneamento e organização do processo

Quando for caso de julgar o mérito, mas ainda não tem com resolver o mérito. Então
organiza o processo para poder continuar com ele e mais a frente julgar o mérito.

Essa é a decisão de faxina do processo, vai limpar e arrumar. A função principal dela é
organizar e não sanear. A vantagem é que com um processo organizado é melhor para
encontrar o que é importante.

Obs.: Visão geral do procedimento comum: No CPC temos o procedimento comum que é o
padrão e básico de todos. No CPC anterior era chamado de procedimento ordinaŕio. O
comum do CPC vigente não é o velho ordinário com outro nome é diferente do velho.

O Ordinário tinha uma estrutura muito tradicional (hoje, arcaica) era um procedimento em
que não havia fases definidas, a doutrina fala em fases do procedimento com fins
exclusivamente didáticos, ai se falava em fase postulatória, fase de saneamento, fase de
instrução probatória e fase decisória, o procedimento não era dividido em 4 compartimentos
(até porque o autor já pode produzir prova na inicial, eles não são isolados, o juiz poderia
determinar emenda que é ato de saneamento, podia julgar antecipadamente a lide
(expressão anterior) sem estar na fase decisória, essas fases se interpenetram.

O CPC-15 não fez isso, se valeu de uma técnica muito moderna para a construção do
procedimento comum (só que o CPC é avançado demais no Brasil). Ele construiu um
procedimento comum que é nitidamente bifásico, que realmente são processos distintos,
adotou-se uma técnica já adotar em outros ordenamentos (EUA, Espanhol (lei de
procedimentos civis 2000), inglês (1998), alemão e áustria). Em todos os eles adotaram o
procedimento bifásico, todos esses lugares fazem pesquisa empírica de aplicação da lei (se
estão aplicando a lei X, se está aplicando de forma correta, se sim está melhorando a vida
das pessoas). Países que adotaram o procedimento bifásico de forma séria, houve a
demonstração empírica de que esse procedimento melhora a qualidade da sentença, o
índice de provimento das apelações caiu. (Ex. na espanha, no código velho era superior a
40%, 10 depois do código bifásico, este índice caiu para 10%, isso levou espanha para
poder promover a reforma do sistema recursal legítima, quando o índice caiu eles fizeram
uma conta, quanto custa para os cofres públicos julgar um recurso, descobriram o valor de
recurso e foi de 3 mil euros, então eles fizeram uma vedação de que causas até 3.000
euros não cabia recurso, porque a chance era mínima e o recurso seria mais caro do que o
bem discutido. Outra mudança foi causas que envolvem obrigações de pagar dinheiro,
acima dos 3000 euros, se o recurso não for provido pelo menos em parte, será contado o
juros de mora em dobro a partir da data em que recorreu, isso gerou que os tribunais
espanhóis julgam 30% menos do que julgavam antes. Em alguns países pequenos estão
fechando tribunal e os juízes de 2 grau vira de 1 grau).

A experiência no plano internacional que deu certo foi a experiência do procedimento


padrão bifásico e foi adotar isso aqui no Brasil. A 1 fase vai da petição inicial até a decisão
de saneamento e organização do processo inclusive, esta decisão está na 1 fase, ela é o
ato final da 1 fase, a partir daí vai começar a 2 fase que vai até a sentença. A 1 fase tem
sido chamada pela doutrina de fase introdutória e a segunda chamada de principal.

A introdutória tem por fim delimitar as questões relevantes para a resolução do mérito. O
que é relevante em matéria de fato e de direito para que possa resolver o mérito do
processo, então a 1 fase vai terminar com a delimitação dessas questões.

A fase principal tem por fim a instrução e o julgamento das questões delimitadas na fase
introdutória. Só de produz provas sobre elas e o juiz só se manifesta sobre elas, a atividade
das partes e do próprio juízo foi delimitada, isso produz uma melhoria qualitativa do
julgamento.

Nos casos de extinção e do julgamento antecipado não haverá bipartição porque não
haverá necessidade da segunda.

Inciso I - questões processuais pendentes. Ex, valor da causa. Para se preocupar única a
exclusivamente com o mérito, por isso as processuais devem ser resolvidas na fase
introdutória do processo.

Inciso II - Deverá o juiz delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade
probatória especificando os meios de provas. Neste processo para resolver o mérito vai
precisar resolver-solucionar algumas questões de fatos. Ex. se os carros colidiram, se
alguém avançou o sinal, o tamanho do prejuízo material do autor, se ele se lesionou ou não.
Ao delimitar essas questões, ele vai ter que dizer os meios de provas de cada uma delas.
Ex. sobre a colisão precisa de imagens de câmeras ou prova testemunhal, sobre o prejuízo
material - perícia.

Inciso III - Como já disse quais são as questões de fatos e os meios de provas, vai ter que
dizer quem tem o ônus da prova. Porque quem tem que produzir vai ficar preocupado em
produzir.

Inciso V - Além disso, se entre os meios de provas houver alguma prova oral, vai designar
AIJ. O inciso diz “se necessário”. Se ele não permitiu a prova oral, não terá AIJ.

Inciso IV - Vai delimitar as questões de direito relevantes para decisão do mérito. Se incide
CC ou CDC, se o artigo é ou não é constitucional, qual lei se aplica ao caso. Isso é para
evitar a decisão surpresa.

A partir disso, as partes serão intimadas para no prazo de 5 dias, por petição simples (não
precisa de embargos) solicitar algum ajuste ou esclarecimento. E o juiz vai verificar se a
parte tem razão, realizado o ajuste, prestado esclarecimento ou decorrido o prazo sem
manifestação, a decisão se torna estável. Significa que a partir de agora come a fase
principal e que só poderá tratar das questões ali delimitadas. A única exceção é a questão
que diga respeito a fato ou direito superveniente. Ex. EC que afeta a matéria, despejo
com retomada de imóvel para o uso do ascendente e depois o ascendente morre.

Ex. O Juiz A profere decisão de saneamento dizendo que para aquele processo se aplica
CDC. Depois vem o Juiz B que verifica que não se aplica nem o CC e nem o CDC, mas sim
um tratado internacional. Ele vai ter que julgar com base no CC ou do CDC porque julgar
com base em tratado internacional não estava previsto na decisão estável do saneamento.
A não ser que este tratado seja superveniente. Se puder ser diferente então a decisão não é
estável.

Como não cabe agravo de instrumento contra decisão de saneamento, a parte em sede de
recurso deve impugnar a decisão de saneamento para poder alterá-la em sede de recurso
(ainda que a parte não tenha se manifestado no prazo de 5 dias, não precisa ter “protesto
desta decisão”).

Obs.: o art. 357, $3 diz que se a causa for complexa o juiz deve marcar audiência para que
essa decisão seja feita em audiência, o que se chama de saneamento compartilhado para
não deixar nada de fora.

Existe um negócio processual típico que se chama saneamento convencional, as partes


convencionam o que é relevante e o que não é. - art. 357, $ 2 do CPC, se homologada
vincula as partes e o juiz.

Das Provas
Proferida a decisão de saneamento o organização o próximo passo é produzir provas.
Começará o tema de estudos das provas. No Brasil se trata o direito probatório como uma
área de conhecimento dentro do direito processual. Em outros países é tratado como uma
ciência autônoma que se vincula de alguma maneira ao direito processual. É dividido em
duas partes: teoria geral da prova e estudo das provas em espécie.

Teoria Geral da Prova

Conceito: a palavra prova é usada no processo de duas formas diferentes, as vezes fala da
prova para se referir a algo-elemento que foi levado ao processo, outras vezes se refere a
prova no sentido de convencimento que ele gerou, não está falando propriamente do
elemento, mas do convencimento que se produziu a partir desse elemento. Existe um
aspecto objetivo e outro subjetivo, então no conceito junta os dois.

“Prova é todo elemento levado ao processo que contribui para a formação de


convencimento a respeito de matéria fática.”

Ex. discute-se quem é o proprietário de imóvel. Uma das partes leva o RGI para contribuir
para o convencimento a respeito dessa discussão.

O direito de produzir provas é um direito que resulta diretamente do princípio constitucional


do contraditório (garantia de participação do processo com influência no resultado), no CPC
está no art. 369 do CPC. Por isso se fala no direito fundamental de produzir prova. A ampla
defesa está dentro do contraditório, é o contraditório exercido pelo réu, a ampla defesa não
é um princípio autônomo.

Natureza jurídica das normas sobre prova: No CC existe um capítulo e diversos artigos que
tratam de prova, o último título da parte geral.

Se considerar que as normas são de direito material - vai surgir a seguinte pergunta&
Artigos do CC sobre provas elas se aplicariam em processos que discutem matéria
tributária, previdenciária e administrativo. Nesse caso poderíamos ter normas diferentes
para processo que versem sobre direito privado e público. Muitos juristas defendem que é
de direito material usando como fundamento o direito europeu que trata de normas de
provas na lei civil para relações exclusivamente privadas. Mas nesses países, não existe
processo no judiciário para resolver conflito de direito público, tem que resolver isso em
tribunal administrativo, pelo contencioso administrativo com legislação própria e não aplica o
CPC.

O nosso processo civil é para todos os conflitos não penais e trabalhistas.

Além disso, se entender que é de direito material se houver conflito entre o CC e o CPC, o
CC vai prevalecer porque ele seria norma especial e o CPC geral.

Se considerar que as normas são de direito processual - é possível haver no CC e no CPC


normas que disponham sobre norma processual (no direito penal, por exemplo, ação penal
é matéria de processo que é tratada no CP). Isso pode acontecer porque a competência
para legislar sobre as duas matérias é do mesmo ente, a União, então é possível a previsão
nos dois Códigos. Assim como existem normas materiais no CPC.

Ex. art. 12, parágrafo único do CC - legitimação para requerer que cesse ameaça de direito
da personalidade.

A prova é um meio de que se vale para construir um resultado para alguma coisa, (pegar)

A doutrina majoritária defende que é norma de direito processual.

Finalidade: é convencer sobre a veracidade de alegações sobre fatos que sejam relevantes
e controvertidos, o objeto da prova não é o fato é a alegação. O fato ou aconteceu ou não
aconteceu e não tem prova que mude isso. Por isso ao falar de revelia, que se o réu é revel
presumem-se verdadeiras as alegações e não o fato. São alegações sobre os fatos. Não é
qualquer alegação sobre o fato, só as relevantes.

Quando o advogado peticiona e narra os fatos, ele contextualiza contando uma história.

Ex. o autor estava indo de casa para o trabalho quando o réu colidiu. Da onde ele estava
vindo e para onde ele estava indo não tem relevância.

Além disso, também tem que ser uma alegação controvertida porque o que é incontroverso
não é objeto de prova (art. 374, III do CPC).

Exceção de quando alegação sobre o direito é objeto de prova: Pode acontecer do juiz
ter que aplicar ao processo de um direito que o juiz não está obrigado a conhecer, direito
consuetudinário, vigente em outros lugares diferente da onde aquele processo tramita (o
juiz do Brasil não é obrigado a conhecer o alemão, o do RJ não precisa saber o de SP e o
de Niterói não é obrigado a conhecer o do RJ). Quando alguém alega esses direitos, o juiz
pode determinar que a parte produza a prova. (art. 376 do CPC). Aqui a comprovação é do
teor e vigência.

Verdade - Veracidade

O art. 369 do CPC - diz produzir prova para convencer da verdade. A verdade existe& Há
quem negue categoricamente, isso é um problema de filosofia.

Professor entende que a verdade existe, “eu não sou um verofóbico” não tem medo da
verdade. O que é diferente é saber se a verdade pode ser determinada. Existem algumas
que sejam mais fáceis de comprovar.

No processo se determina a verdade de fatos que o juiz não presenciou e que para as
testemunhas e partes aconteceu há muito tempo. Nem sempre determiná-la é simples.

Alguns falam que no processo penal tem no civil não. Fazendo distinção entre verdade
formal e real. Mas não tem como haver duas verdades diferentes que sejam verdadeiras.
Além disso o que é real é verdadeira.
Outro ponto é que é falsa a ideia de que se busca no processo penal a verdade absoluta e
incontestável, se fosse assim não teria como explicar a absolvição do réu por falta de
provas. Porque essa absolvição é da dúvida e não da certeza. Se buscasse verdade
absoluta teria que admitir revisão criminal contra o réu. Ele busca uma verdade que se
constrói no processo.

O que se chama de verdade no processo, a rigor é convencimento. E a lei chama esse


convencimento de verdade. Hoje a doutrina fala em verdade processual, não para distinguir,
mas para justificar o emprego da palavra verdade na lei, significando convencimento. O que
importa para o resultado não é se verdadeiramente o réu teve culpa ou não teve, o que
importa é que quem tinha que decidir se convenceu.

Corresponde ao convencimento o incontroverso. O juiz decide com base em convencimento


e incontrovérsia, com base nisso ele decide.

O ideal é que esse convencimento corresponda a verdade. Mas nem sempre isso alcança.
Isso permite justifica processualmente julgamentos baseados em presunções (ex, como
efeito da revelia).

A lei trata isso (convencimento) com verdade, se isso corresponde ou não a uma verdade
absoluta é tarefa da filosofia.

A prova serve para formar convencimento de quem&


São destinatários das provas o juiz (destinatário direto) e as partes (destinatários indiretos).
É equivocada a ideia de que o juiz seja o único destinatário. A prova também convence as
partes porque com base nas provas, elas tomam algumas decisões estabelecem o modo
como elas vão se comportar, se conduzir no processo.

Ex. A tinha direito à JG e o réu não. Autor requereu a produção de prova pericial que foi
deferida com honorários de R$ 10.000,00. O réu foi condenado com base no laudo e
deveria pagar as despesas. O réu recorre com fundamento de que não tem razão e o laudo
está perfeito, só recorreu do valor dos honorários e como a decisão que homologou os
honorários do perito não cabia agravo e ganhou. O réu vencido se convence pela prova de
que não vale a pena impugnar a sentença, então essa prova serviu para convencer não só
o juiz. (ele não pode dizer que concorda e depois recorrer).

Art. 381 do CPC - Inciso II e III - fala da produção de prova antecipada, que estabelece a
produção dela para as partes analisarem se vão ajuizar a ação ou não e se de acordo com
elas é possível a autocomposição. Então verificamos que as partes são destinatárias da
prova.

Ex. A pediu para o condomínio fazer a obra que nega e disse que o cano é de outro apt, o
vizinho disse que fara se fosse dela, mas o cano era do condomínio. Então ele ajuizou ação
contra o condomínio e o vizinho para produzir prova pericial e estabelecer quem era o dono
do cano. Proferida a sentença que definiu que o condomínio era o dono do cano, o
condomínio realizou a ação sem necessidade do ajuizamento de outra ação.
Ex. A ajuizou ação contra o cirurgião dizendo que acha que ele errou e pediu a realização
da perícia para estabelecer. A perícia foi que o médico não cometeu erro, nunca propôs
reparação de dano.

Nesses casos não é cautelar porque não tem periculum in mora e fumus bonus iuris.

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