Apostila ELS - Americo Campos Filho
Apostila ELS - Americo Campos Filho
Apostila ELS - Americo Campos Filho
ESCOLA DE ENGENHARIA
2011
SUMÁRIO
1.2 – Determinação das tensões no concreto e nas armaduras no estádio Ia para um certo momento fletor ......... 3
1.3 – Determinação das tensões no concreto e nas armaduras no estádio II para um certo momento fletor ......... 4
3.2 – Coeficientes de ponderação das ações nos estados limites de serviço .......................................................... 8
7.3 – Cálculo da flecha diferida no tempo para vigas de concreto armado ............................................................ 15
10 – Exemplo de verificação do estado limite de abertura das fissuras em uma viga ............................................ 19
11 – Programa para a verificação dos estados limites de serviço em vigas de concreto armado .................................. 21
- Formam-se as fissuras;
- O concreto não resiste à tração;
Estádio II - As tensões são proporcionais às deformações na zona
comprimida.
εy x
d h y
As
ε1
εt
Figura – Distribuição de deformações na seção
Seja uma seção de concreto armado, que está submetida à flexão simples normal.
Pode-se escrever que:
εc = εt = ε y = ε2 = ε1
x h−x y x − d' d − x
σc = σ2 σ1
= Æ estádio II
x n ( x − d ' ) n (d − x )
εy x σy x
dy
d h M
y y
by
LN
As
ε1
As σ 1
εt σt σt
∫− ( h − x ) σ y b y dy + A's σ 2 − As σ 1 = 0
x
σy σ2 σ1
como = = = cons tan te = k I
y n ( x − d ' ) n (d − x)
⎧ x 2 ⎫
k I ⎨∫− ( h − x ) b y y dy + (n − 1) ⎡⎢ A 's ( x − d ') + A s (d − x) ⎤⎥ ⎬ = M
2 2
⎩ ⎣ ⎦⎭
1.3 - Determinação das tensões no concreto e nas armaduras no estádio II para um certo
momento fletor
d' εc σc σc
A's A's σ 2
ε2
εy x σy x
dy
d h M
y y
by
LN
As
ε1
As σ 1
εt
∫ 0 σ y b y dy + A's σ 2 − As σ 1 = 0
x
∫ 0 σ y b y y dy + A 's σ 2 ( x − d ' ) + A s σ 1 (d − x) = M
x
σy σ2 σ1
como = = = cons tan te = k II
y n ( x − d ' ) n (d − x)
Assim,
M
k II =
(I Hx )II
e, portanto,
M
σc =
(I Hx )II x
M M
σ 2 =n (x − d ') σ1 =n
(I Hx )II (I Hx )II (d − x' )
1.4 - Exemplos
Exemplo 1:
As → 3φ 16 → As = 3 × 2 ,011 = 6 ,03 cm
2
21.000
n= Es = = 9 ,87
E c 2.128 ,7
- tensões e deformações:
1.100 −3
kI = = 4 ,7299 × 10
232.565
−3
σ c = 4 ,7299 × 10 × 25 ,84 = 0 ,122 kN / cm ; ε c = 0 ,0573 ‰
2
Exemplo 2:
- áreas de armadura:
As → 4φ 20 → As = 4 × 3,142 = 12 ,57 cm
2
21.000
n= Es = = 9 ,87
E c 2.128 ,7
⎧− 31,66 cm ×
x=⎨
⎩17 ,86 cm
( ) 20 × 17 ,86
3
2 - Estados limites
Para se projetar uma estrutura com um adequado grau de segurança é necessário que
se verifique a não ocorrência de uma série de estados limites.
Estes estados limites podem ser classificados em estados limites últimos (ELU) e estados
limites de serviço (ELS). Os estados limite últimos correspondem à máxima capacidade portante
da estrutura. O estados limites de serviço são aqueles relacionados à durabilidade das estruturas,
aparência, conforto do usuário e a boa utilização funcional da mesma, seja em relação aos
usuários, seja às máquinas e aos equipamentos utilizados.
Nas estruturas de concreto armado, devem ser verificados os seguintes estados limites
últimos:
a) estado limite último da perda do equilíbrio da estrutura, admitida como corpo rígido;
b) estado limite último de esgotamento da capacidade resistente da estrutura, no seu todo ou
em parte, devido às solicitações normais e tangenciais;
c) estado limite último de esgotamento da capacidade resistente da estrutura, no seu todo ou
em parte, considerando os efeitos de segunda ordem;
d) estado limite último provocado por solicitações dinâmicas.
Os estados limites de serviço, que devem ser verificados nas estruturas de concreto
armado, são:
a) estado limite de abertura das fissuras: estado em que as fissuras se apresentam com
aberturas iguais aos máximos especificados;
b) estado limite de deformações excessivas: estado em que as deformações atingem os
limites estabelecidos para a utilização normal da construção;
c) estado limite de vibrações excessivas: estado em que as vibrações atingem os limites
estabelecidos para a utilização normal da construção.
Neste trabalho, são discutidos os estados limites de serviço de abertura das fissuras (ELS-
W) e de deformações excessivas (ELS-DEF).
onde γf2 tem valor variável conforme a verificação que se deseja fazer (Tabela 2):
5.1 - Introdução
As fissuras podem ainda ocorrer por outras causas, como retração plástica térmica ou
devido a reações químicas internas do concreto nas primeiras idades, devendo ser evitadas ou
limitadas por cuidados tecnológicos, especialmente na definição do traço e na cura do
concreto.
A abertura máxima característica wk das fissuras, desde que não exceda valores da
ordem de 0,2 mm a 0,4 mm, sob ação das combinações frequentes, não tem importância
significativa na corrosão das armaduras passivas.
Observações:
c) O deslocamento total deve ser obtido a partir da combinação das ações características
ponderadas pelos coeficientes de acompanhamento definidos na NBR6118:2007.
NOTAS:
1)
As superfícies devem ser suficientemente inclinadas ou o deslocamento previsto
compensado por contraflechas, de modo a não se ter acúmulo de água.
2)
Os deslocamentos podem ser parcialmente compensados pela especificação de
contraflechas. Entretanto, a atuação isolada da contraflecha não pode ocasionar um desvio
do plano maior que l/350.
3)
O vão l deve ser tomado na direção na qual a parede ou a divisória se desenvolve.
4)
Rotação nos elementos que suportam paredes.
5)
H é a altura total do edifício e Hi o desnível entre dois pavimentos vizinhos.
6)
Este limite aplica-se ao deslocamento lateral entre dois pavimentos consecutivos devido à
atuação de ações horizontais. Não devem ser incluídos os deslocamentos devidos a
deformações axiais nos pilares. O limite também se aplica para o deslocamento vertical
relativo das extremidades de lintéis conectados a duas paredes de contraventamento,
quando Hi representa o comprimento do lintel.
7)
O valor l refere-se à distância entre o pilar externo e o primeiro pilar interno.
Embora as estimativas de abertura de fissuras devam respeitar esses limites, não se deve
esperar que as aberturas de fissuras reais correspondam estritamente aos valores estimados, isto é,
fissuras reais podem eventualmente ultrapassar esses limites.
α f ct Ic
Mr =
yt
onde:
⎧ ⎫
⎪ 3 ⎡ ⎛ M ⎞3 ⎤ ⎪
E cs ⎪⎨⎜⎜ M r
⎛ ⎞
(EI)eq = ⎟
⎟
Ic + ⎢1−⎜⎜ r ⎟⎟ ⎥.I II ⎪⎬≤E cs.Ic
⎪⎝ M a ⎠ ⎢ ⎝ M a ⎠ ⎥ ⎪⎪
⎪⎩ ⎣ ⎦ ⎭
onde :
ΣPi t 0i
t0 =
ΣPi
onde:
Pi são as parcelas de carga;
t0i é a idade em que se aplicou cada parcela i, em meses.
O valor da flecha total deve ser obtido multiplicando a flecha imediata por (1+αf).
Este item define os critérios para a verificação dos valores limites estabelecidos para a
abertura de fissuras, nos elementos estruturais lineares, analisados isoladamente e submetidos
à combinação de ações especificadas.
Por essas razões, os critérios, apresentados a seguir, devem ser encarados como
avaliações aceitáveis do comportamento geral do elemento, mas não garantem avaliação
precisa da abertura de uma fissura específica.
Para cada elemento ou grupo de elementos das armaduras passiva e ativa aderente
(excluindo-se os cabos protendidos que estejam dentro de bainhas), que controlam a
fissuração do elemento estrutural, deve ser considerada uma área Acr do concreto de
envolvimento, constituída por um retângulo cujos lados não distam mais de 7φ do contorno
do elemento da armadura.
É conveniente que toda a armadura de pele φi da viga, na sua zona tracionada, limite a
abertura de fissuras na região Acri correspondente.
A grandeza da abertura de fissuras, w, determinada para cada parte da região de
envolvimento, é a menor dentre as obtidas pelas expressões que seguem:
φiσ si 3σ si
w=
12,5ηi E si f ctm
φi σ si ⎛ 4 ⎞
w= ⎜ + 45 ⎟
12,5ηi E si ⎜ρ ⎟
⎝ ri ⎠
onde:
σsi, φi, Esi, ρri são definidos para cada área de envolvimento em exame;
Acri é a área da região de envolvimento protegida pela barra φi;
Esi é o módulo de elasticidade do aço da barra φi considerada;
φi é o diâmetro da barra que protege a região de envolvimento considerada;
ρri é a taxa de armadura passiva ou ativa aderente (que não esteja dentro de bainha) em
relação a área da região de envolvimento (Acri);
σsi é a tensão de tração no centro de gravidade da armadura considerada, calculada no Estádio
II. O cálculo no Estádio II (que admite comportamento linear dos materiais e despreza a
resistência à tração do concreto) pode ser feito considerando a relação αe entre os
módulos de elasticidade do aço e do concreto igual a 15.
ηi é o coeficiente de conformação superficial da armadura considerada, devendo ser adotados
os valores de η1 da tabela abaixo para as armaduras passivas.
Solução:
♦ áreas de armadura:
tracionada: 7 barras de 12,5 mm --> 7x1,227 = 8,59 cm2
comprimida: 2 barras de 6,3 mm --> 2x0,312 = 0,624 cm2
Referências bibliográficas
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de estruturas de
concreto – Procedimento: NBR6118. Rio de Janeiro, 2007.
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Cargas para o cálculo de
estruturas de edificações: NBR6120. Rio de Janeiro, 1980.
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Ações e segurança nas
estruturas - Procedimento: NBR8681. Rio de Janeiro, 2003.