Ireneu de Lyon

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Bom dia a Todos. Hoje vou apresentar Ireneu de lyon.

Dividi minha
apresentação em 03 partes. Na primeira vou apresentar de forma general a
vida de Ireneu de Lyon, na segunda parte o problema do Gnosticismo e na
terceira algumas impressões da obra que estou lendo de San Ireneo de Lyon:
Demostração da pregação Apostolica.

Ireneu de Lyon: O defensor da única Verdade.

Irineu foi um homem do século II. Nasceu na província romana da Ásia


Menor Proconsular em Esmirna por volta dos anos 135 – 140 isto é, na região
mais ocidental da atual Turquia. onde ainda jovem frequentou a escola do
Bispo Policarpo, por sua vez discípulo do apóstolo João.
Depois de um tempo Ireneu migrou para Gália, atual França, onde foi
presbítero e depois Bispo, substituindo Potino que, com noventa anos, faleceu
por maus-tratos na cárcere. Assim, com o seu regresso, Ireneu foi eleito Bispo
da cidade. Ireneu dedicou-se totalmente ao ministério episcopal, que se findou
por volta de 202-203, talvez com o martírio. Sua personalidade é marcada pelo
Espirito missionário pacifico e sensível á comunidade de Fé. Apesar de ser tido
como pacifico por Eusebio, ele soube lidar com os desafios da sua época,
defendendo de forma veemente os perigos que ameaçavam a fé cristã. Com
base nos seus escritos, sabe-se que o defensor da Fé teve formação filosófica
pois utilizou-se dela para defender a fé cristã e combater os movimentos hostis
de sua época.

Como nos diz Papa Benedicto dezesseis:

“Irineu é antes de tudo um homem de fé e Pastor, do bom pastor tem o sentido


da medida, a riqueza da doutrina, o fervor missionário. Como escritor busca
uma dupla finalidade: defender a verdadeira doutrina contra os ataques
heréticos e expor com clareza a verdade da fé.”

Obedecem exatamente a estas desígnios as duas obras que dele


conservar-se: os cinco livros Contra as Heresias, e a Exposição da pregação
apostólica (que se pode também chamar o mais antigo "catecismo da doutrina
cristã"). Em resumo, Ireneu é o campeão da luta contra as heresias.
A Igreja do século II estava ameaçada pela chamada gnose, uma
doutrina que afirmava que a fé ensinada na Igreja seria exclusivamente um
simbolismo para os simples, que não são capazes de compreender coisas
difíceis; ao contrário, os idosos, os intelectuais chamavam-se gnósticos teriam
compreendido o que está por detrás destes símbolos, e assim teriam formado
um cristianismo elitista, intelectualista. Obviamente este cristianismo
intelectualista fragmentava-se cada vez mais em diversas correntes com
pensamentos muitas vezes estranhos e extravagantes, mas para muitos era
atraente. Um elemento comum destas diferentes correntes era o dualismo, isto
é, negava-se a fé no único Deus Pai de todos, Criador e Salvador do homem e
do mundo. Para explicar o mal no mundo, eles afirmavam a existência, em
paralelo com o Deus bom, de um princípio negativo. Este princípio negativo
teria produzido as coisas materiais, a matéria.

Em outras palavras esse movimento denominado falsa gnose buscava


substituir a fé pelo conhecimento; já a verdadeira gnose é aquela que busca
conhecer a fé, mas não a substitui pela razão. Frente a essa má compreensão
e ameaça a verdadeira doutrina Irineu irá refutar o gnosticismo com base na
ideia de que está com a verdade, pois, para ele a verdade pertence a Igreja.
Como representante deste movimento temos Valetim que era um grande
mestre gnóstico e um dos mais influentes do seu tempo.

Assim, Ireneu preocupa-se por ilustrar o conceito genuíno de Tradição


apostólica, que podemos resumir em três pontos.: A Tradição apostólica é
"pública", não privada ou secreta. Ireneu não duvida minimamente de que o
conteúdo da fé transmitida pela Igreja é o que recebeu dos Apóstolos e de
Jesus, do Filho de Deus. Não existe outro ensinamento além deste.
A Tradição apostólica é "única". De facto, enquanto o gnosticismo se
subdivide em numerosas seitas, a Tradição da Igreja é única nos seus
conteúdos fundamentais. Por fim, a Tradição apostólica é como ele diz na
língua grega na qual escreveu o seu livro, "pneumática", isto é, espiritual,
guiada pelo Espírito Santo: em grego espírito diz-se pneuma. De facto, não se
trata de uma transmissão confiada à habilidade de homens mais ou menos
doutos, mas ao Espírito de Deus, que garante a fidelidade da transmissão da
fé. Esta é a "vida" da Igreja, o que torna a Igreja sempre vigorosa e jovem.

E na obra que estou lendo: Demonstração da Pregação Apostólica, na


primeira parte o autor resgata toda a história da salvação por meio da narrativa
bíblic, buscando demonstrar uma visão sintética, desde a criação do homem
até a encarnação do verbo. Me parece que sua escrita tem como objetivo
entrelaçar tudo aquilo que foi dito entre Deus e os patriarcas, tudo aquilo que
foi predito entre os profetas para culminar na figura de Cristo como o novo
Adão e de Maria como a nova Eva. Ademas, toda essa narrativa vem coincidir
com o anuncio do Filho de Deus que vem guiar o novo Caminho. É o Cristo que
vem cumprir a promessa feita aos antepassados e realizar a promessa feita a
Abraão.

Outro aspecto importante, nessa primeira parte, é que o autor apresenta


a regra de fé para todos os crentes, e suas consequências. Aqueles que
recebem o selo do batismo, da vida eterna, devem manter inalterada a verdade
incorruptível. Deus está “acima de todas as criaturas, e que cada coisa, de
qualquer espécie, está sujeita a ele, e o que está sujeito a ele foi criado por ele.
[...] De fato, Deus é onipotente, e tudo provém dele” (IRINEU, 2014, p. 74).
Assim, deixa claro que jamais a criatura pode estar acima do criador, jamais o
ser humano pode se colocar acima D’ele na tentativa de subjugá-lo.
Olhando um pouco para o aspecto da refutação, segundo Bento XVI,
Irineu deixa claro que a fé “[...] não se trata de uma transmissão confiada à
habilidade de homens mais ou menos doutos, mas ao Espírito de Deus, que
garante a fidelidade da transmissão da fé [tradição apostólica]” (BENTO XVI,
2018, p. 34). Além disso, permite também que se entenda de forma clara que a
revelação se dá no plano histórico e nele progride; em outras palavras, justifica
a humanidade, o sofrimento e a morte de Cristo em oposição à visão apenas
deificada dele.
Este é um pequeno resumo de São Irineo de Lyon.

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