Sebenta de Histologia - Rita Cavaco

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A vida é cor de rosa na FCM - Para a frente MEDICINA, é estudar com fervor !

HISTOLOGIA

Ficaste a
dormir em vez
de ires às
teóricas de
histologia?

ANO LETIVO 2016/2017 1º ANO

E agora há todo um mundo


cor de rosa por descobrir?!

NÃO STRESSES MAIS! A


SEBENTA DE HISTOLOGIA
ESTÁ AQUI SÓ PARA TI!

Feito por: Falópia e com a participação especial de todos os coleguinhas que


fizeram os apontamentos das respetivas aulas

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A vida é cor de rosa na FCM - Para a frente MEDICINA, é estudar com fervor !

ÍNDICE
TECIDO EPITTELIAL ........................................................................................... 3
ESPECIALIZAÇÕES DE MEMBRANA E EPITÉLIO GLANDULAR ....................... 13
TECIDO CONJUNTIVO ..................................................................................... 25
CARTILAGEM ................................................................................................... 36
TECIDO ÓSSEO ................................................................................................ 42
TECIDO MUSCULAR ......................................................................................... 52
APARELHO CIRCULATÓRIO ............................................................................ 60
CORAÇÃO E VASOS ......................................................................................... 71
HEMATOPOIESE............................................................................................... 86
SANGUE ........................................................................................................... 92
ÓRGÃOS DO SISTEMA LINFÁTICO: TIMO, GÂNGLIOS LINFÁTICOS E BAÇO 104
SISTEMA TEGUMENTAR ................................................................................ 123
SISTEMA RESPIRATÓRIO .............................................................................. 130
APARELHO URINÁRIO ................................................................................... 141
APARELHO URINÁRIO 2 – BEXIGA E VIAS URINÁRIAS .................................. 159
APARELHO REPRODUTOR MASCULINO ....................................................... 175
SISTEMA REPRODUTOR FEMININO I ............................................................. 196
SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 2 ............................................................ 205
GLÂNDULAS ENDÓCRINAS ........................................................................... 214

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TECIDO EPITTELIAL

Os tecidos têm origem embrionária:

 Aquilo que é derivado da Ectoderme, que é a camada externa do embrião,


vai dar origem ao sistema nervoso e ao sistema epitelial.
• O sistema nervoso externo é o mais longo e por isso temos as
células mais longas (desde o cérebro à ponta dos pés)
• As células epiteliais são células de revestimento que passam por
todas as cavidades. Prenúncio é o mais externo de todas as
cavidades.

 A camada interna do desenvolvimento embrionário, que é a Mesoderme,


vai dar origem aos tecidos que estão na parte interna:
• Tecidos musculares
• Tecidos conjuntivos
• Alguns tecidos específicos como, por exemplo, o endotélio (células
dos vasos) e o mesotélio (reveste a cavidade do peritoneu).

 A parte mais interna ainda é a Endoderme que dá origem aos tecidos


epiteliais que fazem parte da mucosa.

Existem 4 tipos de tecidos básicos:

 Tecido epitelial: cobre e delimita todas as superfícies e dá origem à parte


glandular e secreção

 Tecido conjuntivo: sempre subjacente ao epitélio e tem como função


suporte do tecido epitelial e é o sistema onde se dá o transporte e
armazenamento de nutrientes e é o orquestrador do tecido epitelial;

 Tecido Muscular:
Liso: associado aos órgãos, sistema involuntário;
Estriado esquelético voluntário (ex: língua, esfíncter anal)
Estriado cardíaco: funcionamento intermédio entre os dois tipos de tecido
muscular, tem que funcionar senão” a máquina para”

 Tecido nervoso: controla todo o corpo e transmite informação

As proteínas é que tornam os tecidos


especializados. Os vários tecidos
juntam-se e formam um órgão. A
organização dos tecidos é
semelhante em cada sistema.
Basicamente apenas variam
consoante a atividade/função dos
órgãos num determinado momento.
Todos os sistemas formam um
organismo.

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Existem determinados órgãos que são ocos (ex: sistema digestivo, sistema
respiratório).

Configuração de um órgão oco

 Normalmente, na parte mais basal do tecido epitelial é onde estão os


núcleos, por sua vez este tecido está assente num tecido conjuntivo
(connective tissue)
 Seguidamente temos uma camada de fibras musculares que podem estar
organizadas em várias camadas: camada longitudinal e camada circular
de tecido muscular liso.
 Normalmente, depois também está associado tecido conjuntivo
novamente e temos o epitélio associado ao Mesotélio que cobre as
cavidades, nomeadamente do peritoneu e as cavidades que estão dentro
do abdómen.

No tecido epitelial, a parte das células que está virada para o lúmen, é a parte
côncava (ex: o lúmen da pele é o lábio, o lúmen do intestino é onde vai ocorrer a
digestão).

As células epiteliais é que dão função ao órgão, que vão obedecer às ordens do
tecido conjuntivo (este está ligado às células epiteliais por determinadas
especializações de membrana) e agem em conjunto de forma a ser algo
uniforme, por exemplo:
 O tecido muscular liso é para os movimentos peristálticos, associados ao
sistema nervoso involuntário de forma a que se possa fazer os
movimentos e exercer as suas funções.
 Depois há a camada do tecido conjuntivo denso e a camada do mesotélio,
que cobre as cavidades que estão no abdómen.

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CARACTERÍSTICAS COMUNS AOS EPITÉLIOS

Os tecidos, apesar de terem funções diferentes tal como os órgãos, há


características que são comuns a todos os epitélios (existindo algumas
exceções).
 Células justapostas (lado a lado) e ligadas por junções celulares (A parte
mais basal vai estar ligada à lâmina própria que é tecido conjuntivo e
estas ligações fazem-se por proteínas, maioritariamente glicoproteínas)
 Destas junções, umas fazem com que as células fiquem polares porque
os epitélios são caracterizados por células com polaridade, esta
polaridade é tanto funcional como morfológica, originária das ligações
intracelulares. Esta polaridade, que varia consoante a sua função, está
demonstrada na posição do núcleo: posição basal, posição
lateral/intermédia ou posição apical.
 Polaridade Celular- Funcional e Morfológica
• Zona Apical
• Zona Lateral
• Zona Basal
 Delimitam as superfícies externas e cavidades do corpo
 A superfície basal junto ao tecido conjuntivo
 Avascular
 Barreira seletiva que regula a permeabilidade
 Capacidade de Regeneração- “turnover”
 Capacidade de se adaptar às condições ambientais – Metaplasia

 Os tecidos do epitélio caracterizam superfícies externas e cavidades do


corpo e localiza-se junto ao tecido conjuntivo, devido ao facto de o tecido
epitelial ser avascular e precisar de nutrientes que vem do tecido
conjuntivo subjacente.

 O tecido conjuntivo subjacente chama-se lâmina própria dos tecidos que


é rica em diferentes tipos de colagénios. Entre o tecido epitelial e esta
lâmina existe uma camada proteica que é chamada de lâmina basal (ou
membrana basal, mas NÃO é uma membrana pois é apenas um conjunto
de proteínas que permite a comunicação entre o epitélio e o tecido
conjuntivo).
 EXCEÇÃO: O epitélio do ouvido interno é vascularizado.
 Os epitélios têm uma barreira seletiva que regula a permeabilidade. Como
costuma estar em contacto com zonas de desgaste celular é necessária
renovação constante e por isso tem capacidade de se regenerar e
adaptam-se às condições ambientais. (exemplo: passar de um epitélio
simples para um pavimentoso, com risco de passar a uma neoplasia).
NOTA: a posição dos núcleos tem a ver com a função das células

Funções Epiteliais:

 Proteção física, Exp. Pele, esófago


 Revestimento
 Secretores, Exp. Estômago,glândulas gástricas
 Absorção, Exp. Intestino delgado
 Excreção, Exp. Tubulos contornados dos rins
 Controlo da Permeabilidade
 Sensorial – Receptores dos sentidos
 Troca de gases, Exp. Alvéolos pulmonares

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2 Tipos de Epitélios:

 Epitélios - Conjuntos de células que cobrem as superfícies internas e


externas
 Glandulares - Estruturas que produzem secreções

EPITÉLIOS DE REVESTIMENTO

CLASSIFICAÇÃO DOS EPITÉLIOS:

 Epitélio simples pavimentoso: Trocas Rápidas. Ex: endotélio e mesotélio


(cavidade peritoneal)

 Epitélio simples cubóide: revestimento e secreção rápida.

 Epitélio simples colunar: núcleos em posição basal. Está ligado à


absorção de nutrientes do lúmen. Têm especializações de membrana que
permite aumentar a área de absorção (Ex: microvilosidades). Células
prismáticas=Células colunares.

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 Estratificado NOTAS:
No caso do epitélio estratificado, a forma
Estratificado pavimentoso: da camada mais apical é a que dá o nome
• Zonas de extrema agressão. ao resto do epitélio.
• Podem ser mais ou menos
queratinizados, ou seja, as Num tecido estratificado, as células
ligações entre as células são cubóides que se encontram na parte basal
ricas em queratina (tipos normalmente são células indiferenciadas,
diferentes consoante o local que se diferenciam nas restantes células
onde se encontra) presentes.
Estratificados mais raros:
Estratificado cubóide: zonas de secreção. Ex. glândulas sudoríparas,
alguns ductos e glândulas mamárias
Estratificado colunar: glândulas salivares

CLASSIFICAÇÕES DE EPITÉLIOS ESPECIAIS

Epitélio pseudo-estratificado:
 Quando foi visto nas primeiras vezes parecia estratificado, mas não era,
o que acontecia era que os núcleos estavam simplesmente a diferentes
alturas e as células estavam todas assentes no tecido conjuntivo. (ex:
trato respiratório excepto os alvéolos)

Epitélio de transição:

 Zonas de distensão (aumenta e diminui a área em questão). Ex: epitélio do


sistema urinário que é o urotélio - epitélio transacional do sistema urinário
que se encontra a partir da bexiga. Quando a bexiga está relaxada parece
que tem um maior número de células em relação a quando a bexiga está
cheia. Isto deve-se à distensibilidade deste tecido e às especializações de
membrana que o auxiliam.

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LÂMINA BASAL:

Entre as células epiteliais e o tecido conjuntivo subjacente há uma delgada


lâmina de moléculas chamada lâmina basal.

Na microscopia ótica:
 Proteínas glicociladas têm açúcares
 Para colocar em evidência utilizamos o PAS (afinidade com os açucares).
 O acesso do epitélio aos nutrientes dá-se através da membrana basal,
constituída por colagénio tipo IV e glicoproteínas, daí a corar com PAS.

Na microscopia eletrónica:
 Conseguiu-se observar que a
membrana plasmática é muito
eletrodensa, escura. Quando se
observou a lâmina basal, verificou-se
que não era tão eletrodensa.
 Existe uma zona mais eletrodensa,
outra mais eletroducente e por baixo
até pode ter 3 camadas de proteínas,
umas mais eletroducentes junto à
membrana plasmática, uma mais
densa intermédia, sendo a mais
externa a mais lúcida

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As lâminas basais têm várias funções:

 Uma das principais é promover a adesão das células epiteliais ao tecido


conjuntivo subjacente.
 Para filtrar moléculas;
 Influenciar a polaridade das células;
 Regular a proliferação e a diferenciação celular pelo fato de se ligarem a
fatores de crescimento;
 Influir no metabolismo celular;
 Organizar as proteínas nas membranas plasmáticas de células ad
jacentes, afetando a transdução de sinais através dessas membranas;
 Servir como caminho e suporte para migração de células.

CURIOSIDADE
Sobre Queratinas…

 Os tipos de peles existentes no corpo humano diferenciam-se pela quantidade de


queratina, que por sua vez são filamentos intermédios que permitem que haja
ligação entre as células.
 Nas neoplasias completamente espalhadas pelo corpo, para se conseguir
encontrar um tumor primário é necessário ir às metástases e por
imunohistoquímica cora-se, através de vários anticorpos, ou seja,
anticitokeratinas, para tentar perceber a origem daquela neoplasia.
 Tipo de queratinas especifico para cada epitélio.
 As células apicais estão mais sujeitas à abrasão e só fica a camada de proteínas,
ou seja, as Queratinas (EX: pele).
COLORAÇÃO DOS TECIDOS

 Inicialmente os tecidos não tem cor, e tem de haver um contraste de cor


para ser possível observar o contraste na microscopia ótica.
 Este contraste entre o núcleo e o citoplasma é dado pelas colorações.
• O núcleo é formado por estruturas ácidas, sendo corado por corante
básico - Hematoxilina – que torna os núcleos azuis/arroxeados.
• O citoplasma tem mais substâncias básicas, logo é corado pela
Eosina, substância ácida, corando de rosa/alaranjado.

NOTAS:
 Existem cortes transversais, longitudinais e oblíquos.
 As células junto à membrana basal têm uma capacidade de renovação
muito boa, por ser uma zona de grande destruição.

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IMAGENS

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ESPECIALIZAÇÕES DE MEMBRANA E EPITÉLIO GLANDULAR


Apicais
 Microvilosidades
 Cílios
 Estereoílios

Laterais
 Junções de Oclusão (tight junctions)
 Junções de Adesão
 Zonula de Adesão (belt desmossomes)
 Mácula aderente (spot desmossomes)
 Junções de Comunicação (gap junctions)

Baso-laterais
 Hemidesmosomas

A- APICAIS

O domínio apical de algumas células epiteliais pode apresentar três tipos


de especializações de superfície:

1. Cílios
 Os cílios são prolongamentos dotados de mobilidade
 Encontrados na superfície de alguns tipos de células epiteliais.
 Eles medem de 5 a 10 µm de comprimento e 0,2 µm de diâmetro.
 Os cílios são envolvidos pela membrana plasmática
 Contêm dois microtúbulos centrais, cercados por nove pares de
microtúbulos periféricos. Os dois microtúbulos dos pares periféricos são
unidos entre si.
 Os cílios estão inseridos em corpúsculos basais situados no ápice das
células, logo abaixo da membrana. A estrutura dos corpos basais é
análoga à dos centríolos.
 A traqueia e a tuba uterina são revestidas por células epiteliais ciliadas.
Nesses epitélios, a atividade ciliar é importante para as defesas locais do
trato respiratório e para o transporte do ovócito fertilizado (ovo ou zigoto)
para a cavidade uterina.

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2. Microvilosidades

 São projeções celulares digitiformes (em formato de dedo) da superfície


apical de células epiteliais
 Contêm um eixo de micro filamentos (polímeros formados por monômeros
de actina G) unidos por ligações cruzadas.
 Na extremidade citoplasmática de cada microvilosidade, os feixes de
actina e de outras proteínas estendem-se para a tramaterminal, uma rede
de filamentos proteicos do citoesqueleto que corre paralelamente ao
domínio apical da célula epitelial.
 As células que exercem intensa absorção, como as do epitélio de
revestimento do intestino delgado e dos túbulos proximais dos rins,
apresentam centenas de microvilosidades.

3. Estereocílios

 São longas projeções digitiformes e ramificadas da superfície apical de


células epiteliais.
 De modo similar às microvilosidades, os estereocílios contêm um eixo de
filamentos de actina unidos por ligações cruzadas a outras proteínas.
 Os estereocílios não apresentam um axonema.
 Não devem ser confundidos com os verdadeiros cílios, que são
prolongamentos móveis.
 Os estereocílios aumentam a área de superfície da célula, facilitando o
movimento de moléculas para dentro e para fora da célula.
 Os estereocílios são típicos do revestimento epitelial do epidídimo e
contribuem para o processo de maturação de espermatozóides que
ocorre neste órgão.

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B- LATERAIS

Servem não só como locais de adesão, mas eventualmente também como


vedantes - prevenindo o fluxo de materiais pelo espaço intercelular - e ainda
podem oferecer canais para a comunicação entre células adjacentes.

1. Tight junctions ou junções de oclusão

 A função principal da junção estreita é


promover uma vedação que dificulta
muito o movimento de materiais entre
células epiteliais (chamado de via
paracelular), tanto do ápice para a base
como da base para o ápice. As zônulas de
oclusão participam, portanto, da
formação de compartimentos funcionais
delimitados por epitélios
 As junções estreitas ou zônulas de
oclusão costumam ser as junções mais
apicais dessa sequência, isto é, as
junções mais próximas da superfície
apical da célula. O termo "zônula" indica
que a junção forma uma faixa ou cinturão
que circunda a célula completamente e
"oclusão" se refere à adesão das
membranas que ocorre nessas junções,
vedando o espaço intercelular.
 As junções fazem-se através de proteínas
transmembranares, denominadas
ocludinas e claudinas. As ocludinas e as
claudinas pertencem à família das
tetraspaninas, com quatro domínios
transmembranares, duas alças externas e
duas caudas citoplasmáticas curtas.
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NOTA:
Fecham completamente; não há espaço e impede a passagem de nutrientes
(o que faz com que o movimento de nutrientes seja de baixo para cima)

2. Zonas de adesão ou zónulas de adesão

 Essa junção circunda toda a célula e contribui para a aderência entre


células adjacentes.
 Ao conjunto de zônula de oclusão e zônula de adesão que circunda toda
a parede lateral da região apical de muitos tipos de células epiteliais se
dá o nome de complexo unitivo.
 O desmossoma é uma estrutura complexa, em forma de disco, contida na
superfície de uma célula, e que é sobreposta a uma estrutura idêntica
observada na superfície da célula adjacente.
 As membranas celulares nessa região são planas, paralelas e geralmente
separadas por uma distância um pouco maior (cerca de 30 nm) que os
habituais 20 nm.
 No lado interno (citoplasmático) da membrana do desmossoma de cada
tuna das células há uma placa circular chamada placa de ancoragem,
composta de pelo menos 12 proteínas.

3. Gap junctions

 Zonas de comunicação entre as células


 Passagem de iões
 As junções comunicantes (gap junctions)
não são junções de ancoragem. Em vez
disso, estas junções comunicam com o
citoplasma de células adjacentes.
 A unidade básica de uma junção
comunicante é o conexon, formado por
seis moléculas de conexina circundando o
canal central.

C- BASO LATERAIS

1. Hemidesmossomas

 Hemidesmossomas podem ser encontrados na região de contato entre


alguns tipos de células epiteliais e sua lâmina basal. Contacto do tecido
conjuntivo com o tecido epitelial
 Essas junções têm a estrutura de metade de um desmossoma e prendem
a célula epitelial à lâmina basal.
 É a partir daqui que a o epitélio recebe sinais para se dividir (ciclo celular),
para morrer (apoptose), já que esses sinais vêm do tecido conjuntivo.
(Mecanismos de sinalização).

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MOLÉCULAS ENVOLVIDAS NA ADESÃO ENTRE AS CÉLULAS:

 As moléculas de adesão celular podem ser classificadas como Ca2+


dependentes e Ca2+ independentes.
• As caderinas e selectinas são Ca2+ -dependentes.
• As moléculas de adesão celular (cams) da família semelhante às
imunoglobulinas e as integrinas são Ca2+ independentes.

1- CADERINAS

 Constituem cis-homodímeros homofílicos (semelhante com semelhante),


os quais interagem através do domínio extracelular com dímeros
similares ou diferentes presentes na célula epitelial adjacente (formando
trans-homodímeros ou trans-heterodímeros [semelhante com diferente]).
 O domínio intracelular das caderinas interage com o complexo de
cateninas, formado pelas cateninas a, 13 e y. O complexo de cateninas
interage com filamentos de actina através de proteínas adaptadoras (α-
actinina, vinculina e formina-1).

2- SELECTINAS

 Têm carboidratos como ligantes, aos quais se ligam através de seu


domínio de reconhecimento de carboidratos.
 As selectinas desempenham um importante papel no endereçamento
(homing), a migração transendotelial de neutrófilos, linfócitos e
monócitos durante inflamações e nos depósitos de faixas adiposas no
espaço subendotelial de vasos sanguíneos durante lesões
ateroscleróticas precoces.

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3- Cams

 O domínio extracelular semelhante ao das imunoglobulinas apresentado


pelas CAMs liga-se a moléculas idênticas (ligação homotípica) ou
diferentes (ligação heterotípica) em uma outra célula adjacente.
 A CAM CD4 é o recetor do vírus HIV-1 em células T (linfócitos T auxiliares
ou helper)

4- INTEGRINAS

 São heterodímeros formados por duas subunidades associadas, α e β.


 O domínio extracelular da subunidade β da integrina liga-se à laminina e à
fibronectina, dois componentes da lamina basal.
 Proteoglicanos e colagénios ligam-se à laminina e à fibronectina para
formar a Iâmina reticular.
 O domínio intracelular das integrinas liga-se a filamentos de actina
através de proteínas adaptadoras, tais como α-actinina, vinculina e talina.
 As integrinas estabelecem uma ligação entre a matriz extracelular e o
citoesqueleto interno.

EPITÉLIOS GLANDULARES

No geral, as glândulas têm uma grande quantidade de RER e de complexo de


golgi, por causa da glicosidação das proteínas e também para o transporte têm
muitas vesículas de secreção.

As glândulas propriamente ditas são sempre formadas a partir de epitélios de


revestimento cujas células proliferam e invadem o tecido conjuntivo subjacente,
após o que sofrem diferenciação adicional.

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 Glândulas endócrinas – estruturas que segregam hormonas e que por


exocitose vão para a corrente sanguínea, mas não estão diretamente
ligadas com o epitélio. Essas glândulas não têm ductos, e suas secreções
são lançadas no sangue e transportadas para o seu local de ação pela
circulação sanguínea.

 Glândulas exócrinas - formam-se por um grande crescimento de células


em direção ao tecido conjuntivo – ducto e a porção terminal que é a zona
de excreção – invaginação para o tecido epitelial onde é libertado o
produto de excreção

Há glândulas unicelulares e multicelulares

 Glândulas unicelulares: células caliciformes (globet cells)


• Secretam um produto mucoso que incluem as mucinas (proteínas)
– conjunto de glicoproteínas.
• Têm forma de cálice
• Intercalam-se entre as células dos epitélios e são independentes
destas.
• Estas são excretadas para a superfície do epitélio, formando uma
barreira – o que agarra as impurezas (no caso do trato
respiratório), no intestino serve mais de proteção, para proteger o
tecido do ambiente agressivo – glicocálice).

Ricas em complexo de Golgi e quando coradas com Hemotoxilina e Eosina


estas células aparecem a branco porque não têm afinidade para nenhum
dos corantes; quando coradas pelo PAS (Periodic Acid Shift) ou com o
Alcian Blue, conseguimos ver as células caliciformes coradas de rosa
carmim ou de azul, respetivamente, e também conseguimos ver a
mucosa.

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 Glândulas multicelulares:
• Secretam através dos ductos, os ductos abrem para a parte apical
dos epitélios – para o lúmen
• Exemplos: glândulas salivares, glândulas sudoríparas, glândulas
no trato feminino

As glândulas simples têm somente um ducto não ramificado, enquanto as


glândulas compostas têm ductos ramificados.

A organização celular da porção secretora representa um segundo


critério para a classificação das glândulas exócrinas. Dependendo da
forma de sua porção secretora:
• As glândulas simples podem ser tubulares (cuja porção secretora
tem o formato de um tubo), tubulares enoveladas, tubulares
ramificadas ou acinosas (cuja porção secretora é esférica ou
arredondada).
• As glândulas compostas podem ser tubulares, acinosas ou mistas
tubuloacinosas.

As unidades secretoras de algumas glândulas - glândulas mamárias,


sudoríparas e salivares - são envolvidas por células mioepiteliais. São
células ramificadas que contêm miosina e um grande número de
filamentos de actina. Elas são capazes de contração, agindo na expulsão
da secreção dessas glândulas.

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De acordo com o modo pelo qual os produtos de secreção deixam a célula, as


glândulas podem ser classificadas em:

 Glândulas merócrinas (ex. o pâncreas) a secreção acumulada em grãos


de secreção é liberada pela célula por meio de exocitose, sem perda de
outro material celular.
 Glândulas holócrinas (ex. as glândulas sebáceas) o produto de secreção
é eliminado juntamente com toda a célula, processo que envolve a
destruição das células repletas de secreção.
 Secreção apócrina, encontrada na glândula mamária, em que o produto
de secreção é descarregado junto com pequenas porções do citoplasma
apical.

As grandes glândulas multicelulares normalmente são envolvidas por uma


cápsula de tecido conjuntivo; prolongamentos da cápsula chamados septos
dividem a glândula em porções menores chamadas lóbulos. Vasos sanguíneos e
nervos penetram a glândula e se subdividem no interior dos septos.

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ASPETOS IMPORTANTES DAS GLÂNDULAS EXÓCRINAS

Tipo de secreção:
Com base no tipo de secreção, as glândulas exócrinas podem ser classificadas
como:
 Glândulas mucosas, quando seu produto de secreção é rico em
glicoproteínas e água;
 Glândulas serosas, com secreções enriquecidas com proteínas e água;
 Glândulas mistas, as quais contêm células mucosas e serosas

Dois tipos de glândulas multicelulares exócrinas muito comuns e muito


importantes são:

A- ÁCINOS SEROSOS

 São pequenas porções secretoras formadas


por células colunares ou piramidais.
 Apresentam um lúmen bastante reduzido, o
qual se continua por um ducto excretor.

 Em cortes são vistos como estruturas


arredondadas ou alongadas, dependendo do
ângulo de corte.
 Os núcleos das células acinosas são
arredondados e se situam na porção basal da
célula.
 A região basal das células acinosas contém
muito RNA e cora bem com hematoxilina,
enquanto a região apical é ocupada por grãos
de secreção e, por essa razão, cora-se em
rosa pela eosina.

B- OS TÚBULOS MUCOSOS

 São estruturas alongadas, tubulares, às


vezes únicas, às vezes ramificadas.
 Apresentam um lúmen dilatado que se
continua com um ducto excretor.
 Suas células são largas, geralmente
piramidais.
 Seus núcleos geralmente têm cromatina
condensada e se coram fortemente pela
hematoxilina. Esses núcleos costumam ficar
"deitados» contra a base da célula. Ao
contrário das células acinosas, seu
citoplasma é pouco corado, em azul claro.

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TECIDO CONJUNTIVO

 Em contraste com outros tecidos como os epitélios, tecido nervoso,


tecidos musculares, onde predominam as células, se virmos imagens
desses tecidos vemos uma predominância de células. No tecido
conjuntivo é o contrário, é formado por células e, maioritariamente, por
matriz extracelular, isto é, por substância amorfa.

A função principal deste tecido, de uma forma geral, é a sustentação.

Mas esta sustentação deve ser entendida no sentido lato. Porquê?


 Porque se é verdade que a parte mecânico-estrutural é muito importante,
também tem muita importância na nutrição, na defesa, na migração, na
adesão celular, na proliferação, na apoptose, na diferenciação, na
organização do citoesqueleto e na expressão génica, que são, na verdade
quase todas as funções da célula. O que significa que este tecido não é
algo que apenas dá suporte e forma, mas sim muito mais do que isso, ao
contrário do que pensa o senso comum.

 Mais uma vez, quando confrontamos o tecido conjuntivo com o epitélio, o


principal é haver muito mais matriz extracelular e saber que ele é
diretamente vascularizado, tem linfáticos e é inervado, o que não ocorre
com o epitélio, o qual até necessita do conjuntivo para ter acesso a à
vascularização e à nutrição. Até porque como sabemos, por exemplo, se
o epitélio for simples pavimentoso, a nutrição é feita por difusão e não por
vascularização.

COMPONENTES CELULARES DO TECIDO CONJUNTIVO

Os quatro principais componentes celulares do tecido conjuntivo são o


fibroblasto, o macrófago, o mastócito e plasmócito.

Fibroblasto Vs Fibrócito:

O fibrócito acredita-se que seja uma apresentação diferente do fibroblasto, uma


evolução em termos de idade do fibroblasto, uma célula mais “gasta”.

FIBROBLASTO
• É uma célula muito ativa metabolicamente;
• Núcleo grande, ovóide;
• Núcleo pouco electrodenso- o que faz sentido pois se esta célula é muito
ativa metabolicamente, o núcleo é pouco electrodenso pois tem a
cromatina “desespiralizada” (pouco condensada) para poder estar
funcional;

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• Citoplasma abundante e basófilo. Então se é


basófilo tem RNA, se tem RNA, tem proteínas.
Portanto há de ser uma célula bastante ativa
metabolicamente e o facto de o citoplasma ser
basófilo dá-nos essa informação de a célula
produzir muitas proteínas;
• Tem o Retículo Endoplasmático Rugoso (RER)
bem desenvolvido;
• Tem um complexo de Golgi bem desenvolvido, o
que significa que uma grande parte dessas
proteínas que são produzidas não são ser
utilizadas dentro da própria célula, são para ser
exportadas.

Só de ver como esta célula é formada ficamos já com


uma ideia da sua função:

 Produz colagénio, elastina, glucosaminoglicanos, proteoglicanos,


glicoproteínas e fatores de crescimento. Todos eles materiais que vão ser
encontrados no tecido conjuntivo

Nesta imagem, podemos ver


a quantidade de vesículas de
exocitose (os círculos na
margem esquerda da célula),
vesículas estas que contêm
colagénio. A grande
quantidade destas vesículas
demonstra a grande
atividade metabólica

FIBRÓCITO

• Célula desgastada, que segue a involução do


fibroblasto e por isso é uma célula menos
ativa,
• Núcleo mais electrodenso com a cromatina
mais “espiralizada”, com um formato
fusiforme e de menor tamanho
• Citoplasma muito menos basófilo
• RER e Complexo de Golgi menos
desenvolvidos, visto que já não há tanta
necessidade de síntese e de distribuição, o
que levou à regressão dos organelos.

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Macrófago

 Possui propriedades fagocitárias e deriva dos monócitos (os monócitos


circulam no sangue e migram para os tecidos, onde se diferenciam em
macrófagos).
 Possui designações especiais em alguns tecidos:
Fígado –Célula de Kupffer;
Tecido ósseo –Osteoclasto;
SNC –célula da microglia.

 Migra para os locais de inflamação atraído por certas proteínas do


sistema complemento e contém abundantes lisossomas (para a
fragmentação das partículas fagocitadas) e vesículas fagocíticas (para o
armazenamento temporário dos materiais ingeridos).

 No tecido conjuntivo propriamente dito em as seguintes funções:


• Absorção e degradação de fibras antigas da matriz extracelular;
• Apresentação de antigénios a linfócitos T, como parte das respostas
inflamatórias;
• Produção de citocinas ativadoras de linfócitos T e outros mediadores
inflamatórios.

Mastócito

 Tem origem na medula óssea a partir de células percursoras sem


grânulos citoplasmáticos.
 Os percursores dos mastócitos migram para os tecidos conjuntivos ou
para a lâmina própria das mucosas, proliferam e acumulam grânulos
citoplasmáticos.
 Estes grânulos contêm histamina e outros mediadores vasoativos, bem
como mediadores quimiotáticos que atraem monócitos, neutrófilos e
eosinófilos circulantes no sangue para o local da inflamação.

Plasmócito

 Deriva da diferenciação de linfócitos B.


 Sintetiza e segrega uma única classe de imunoglobulinas.
 Enquanto produtor de imunoglobulinas(glicoproteínas), intervém nas
reações de imunidade mediada por células
 Possuem as três características estruturais de células ativas na síntese e
secreção de proteínas:
• RER bem desenvolvido;
• Complexo de Golgi extenso;
• Nucléolo proeminente

CLASSIFICAÇÃO DOS TECIDOS CONJUNTIVOS

Tecido conjuntivo embrionário  é formado essencialmente por componentes


da MEC, envolvendo duas artérias umbilicais e a veia umbilical. Também se
designa tecido conjuntivo mucoso ou Geleia de Whartone encontra-se,
exclusivamente, no cordão umbilical. Tem sobretudo substância amorfa a qual
apresenta uma consistência gelatinosa, possuindo mesenquimais
indiferenciadas.

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Tecido conjuntivo adulto  apresenta uma diversidade considerável e é


classificado de acordo com as proporções das células em relação às fibras e é
substância amorfa.

 Tecido conjuntivo laxo  contém


quantidade semelhante de células, fibras e
substância amorfa. É encontrado por
exemplo na traqueia.

 Tecido conjuntivo denso  predominam as fibras colagénias.

1. Tecido conjuntivo denso não modelado  as fibras colagénias estão


orientadas aleatoriamente, como na derme da pele.

2. Tecido conjuntivo denso modelado  as fibras estão todas orientadas


na mesma direção, como ocorre nos tecidos tendinosos e
ligamentosos.

3. Tecido conjuntivo denso orientado multidirecional  as fibras


orientam-se em várias direções como acontece no tecido
aponevrótico.

3.1. Tecido conjuntivo reticular – predominam as fibras reticulares.


É característico do tecido linfoide.

3.2. Tecido conjuntivo elástico – predominam as fibras elásticas,


sendo característico nos ligamentos da coluna vertebral,
existindo também lamelas concêntricas de elastina na parede
da aorta.

Tecido conjuntivo especial  possui propriedades especiais não encontradas


no tecido conjuntivo embrionário e no tecido conjuntivo adulto (por exemplo:
Sangue; Tecido adiposo; Tecido cartilaginoso; Tecido ósseo)

MATRIZ EXTRACELULAR

Além dos componentes celulares, o tecido conjuntivo possui uma matriz


extracelular abundante, que circula as células.

A matriz extracelular influência:


 A estrutura
 O desempenho e atividade da célula, não serve apenas para proteger.
As células interagem permanentemente com a matriz

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COMPONENTE FIBRILHAR

É praticamente constituído por colagénio e fibras elásticas


Colagénio

 O colagénio são as proteínas extracelulares fibrosas constituídas por


uma tripla hélice
 É produzido pelos fibroblastos, principalmente, mas também por outras
células;
 Na sua constituição predominam a glicina, a prolina e a hidroxiprolina;
 Após os processos normais da formação de uma proteína (transcrição do
DNA, maturação do pré-mRNA, tradução do mRNA, alterações pós-
tradicionais da proteína) é formado o procolagénio, que se encontra no
RER.
 Depois estas proteínas passam, por vesículas de transporte, para a fase
imatura do Complexo de Golgi, onde ainda sofrem mais alterações
(glucosilações, etc…) e na porção mais madura, são formados grãos de
secreção que por ação do citoesqueleto migram para a periferia onde se
formam as vesiculas de exocitose e assim o procolagénio é expulso para
o exterior.

 Chama-se procolagénio porque ainda não é o verdadeiro colagénio, tem


como que duas “rolhas” que tapam ambas as extremidades (não foi
referido, mas provavelmente são as tais denominadas “caps”) e essas
rolhas permitem que a formação de colagénio seja controlada, se não,
assim que fossem exocitados iam logo formar ligações, formando
colagénio anarquicamente.

 Só se forma o colagénio quando surge uma enzima, a procolagénio


peptidase, que via retirar essas “rolhas” expondo os pontos de ligação
das extremidades do tropocolagénio. E assim forma-se uma fibrilha (uma
linha, um esparguete) pela ligação dos vários tropocolagénios.

Sistematizando:

O procolagénio é formado no fibroblasto e exocitado para o exterior  Esta


molécula tem as tais rolhas em cada uma das extremidades  De seguida a
procolagénio peptidase cliva essas rolhas formando assim um procolagénio sem
rolhas, ou seja, um tropocolagénio  Esse tropocolagénio vai se ligar a outros
tropocolagénios formando uma fibrilha de colagénio.

Se for necessário várias dessas fibrilhas vão se juntar, formando uma fibra de
colagénio e se sor ainda necessário essas fibras vão-se agrupar formando um
feixe de colagénio.

Claro que esta organização está ajustada ao tamanho e à função, ou seja, numa
lâmina própria não vamos ter um feixe de colagénio, que tem grandes
proporções, mas sim apenas fibrilhas. Enquanto que no tendão de Aquiles do
calcanhar, não vamos ter só uma fibrilha nem só uma fibra, mas sim um feixe
forte de colagénio.

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Existem mais de 20 tipos de colagénios e estes representam cerca 30% do peso


seco do corpo (peso do corpo se retirarmos a água).
O mais abundante é de tipo I e encontra-se no corpo nas formas que falamos,
acima: ou em fibrilhas ou em fibras ou em feixes de colagénio.
Nem todos os tipos de colagénio formam estas fibrilhas longas, os que formam
mais são os tipos I, o II, o III, o V e o XI. Estes são os tipos de colagénio que
obedecem a esta orientação até às formas de fibras ou feixes.

Colagénio tipo III (slide 26)

 O tipo III também é muito importante, estes formam também fibrilhas, mas
estas, ao invés de formar fibras e feixes longitudinais, não se vão encostar
lado a lado, mas sim criar redes, agrupando-se perpendicularmente uns
aos outros.
 E essas redes não são possíveis de ver com algumas técnicas de imagem
mas são possíveis de marcar com prata ou com o PAS.
 Estas redes são importantes em órgãos hematopoiéticos como o baço, o
fígado ou a medula óssea em que é preciso uma estrutura, mas uma
estrutura muito delicada, como se as células presentes nesses órgãos
estivessem a pairar/flutuar de forma a terem mobilidade e estarem
acumuladas sem estarem pressionadas umas contra as outras. Estas
redes permitem uma organização tridimensional e é quase como se não
estivessem lá.

Colagénio tipo IV (slide 27)

 Este não forma fibrilhas, mas forma sim umas moléculas pequenas muito
importantes que se vão encontrar na membrana basal, próximo do tecido
epitelial

Colagénio tipo IX, XII e XIV (slide 28)

Tipo IX, XII ou XIV

Não são os principais (“não são as stars do filme”)


mas vão ajudar a ligar todas aquelas fibrilhas
entre si.
Analogia: São os pequenos arames que vão se
enrolar à volta das barras de ferro (que
representam as fibrilhas ou fibras ou feixes)
mantendo-as juntas, dando estabilidade ao pilar
de uma obra

Colagénio tipo VII (slide 28)

 Tem a quase a mesma função, mas é mais específico. Este é responsável


por ligar o colagénio tipo I à membrana basal.
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É bom reter que a eficácia do tecido não depende só dos colagénios que formam
os complexos volumosos (fibras e feixes), esta também depende destes tipos de
colagénios (tipo VII, IX, XII e XIV) que formam complexos mais pequenos que
ligam os maiores, mantendo-os assim estáveis.

Parte Clínica: (slide 29)

Existem diversas doenças relacionadas com o colagénio, nomeadamente o


escorbuto, a síndrome de Ehlers Danlos e os Quelóides.

 Escorbuto- Ausência de vitamina C, que é essencial para a síntese de


colagénio e este é quem “segurava os dentes” e por essa ausência, os
dentes caíam (a explicação não entrou em mais detalhe do que isto)

 Síndrome de Ehlers Danlos- Alteração das fibrilhas da pele, fazendo com


que esta ganhe uma hiperextensibilidade e o mesmo ocorre nas
articulações, fazendo as pessoas parecerem “homens-elásticos”,
conseguindo puxar muito a pele

 Queloides- O colagénio tipo III é substituído pelo colagénio tipo II, que é
mais agressivo e mais difícil de controlar, portanto este ao invés de parar
nos bordos do tecido continuava a crescer formando uns “altos”, ao nível
das cicatrizes. É mais comum na raça negra, mas também existe nas
outras raças.

Fibras Elásticas

Existem 3 grandes tipos: as oxitalânicas, as elauninicas e as elásticas

Oxitalânicas
 São formadas por microfibrilhas;
 Existem ao nível do bolbo ocular, da derme, das cordas vocais;
 Vão também fazer a ligação entre as várias fibras elásticas
 Praticamente não tem elastina;
 Quando se juntam várias microfibrilhas com elastina (material amorfo que
dá elasticidade) forma-se as elauninicas (várias oxitalânicas + elastina =
elauninicas).

Elauninicas
 Têm maior diâmetro (faz sentido já que resulta da acumulação das
oxitalânicas com mais elastina)
 Tem mais elasticidade, porque têm mais elastina
 Ainda são finas, podendo aparecer em órgãos onde esta característica é
necessária, por exemplo nas cordas vocais. E são estas fibras que
permitem a flutuação das cordas vocais.
 Se juntarem várias elauninicas com ainda mais elastina formam as
elásticas (várias elauninicas + elastina = elásticas).
Elásticas

 Tem ainda maior diâmetro


 Muita elasticidade, porque têm ainda mais elastina
 Encontram-se na derme, cordas vocais, artérias e pulmão

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Parte clínica

 Síndrome de Marfan: Hiperextensibilidade das articulações que permite


dobrar os membros ao contrário, por exemplo, o deslocamento do
cristalino e pode inclusive levar à rutura da artéria Aorta

COMPONENE NÃO FIBRILHAR

 Dentro dos componentes não fibrilhares predominam os


glicosaminoglicanos e os proteoglicanos.

Os glicosaminoglicanos são muito importantes pois têm sempre um grupo


radical amino e radical uronico (ex: ácido Hialuronico) que são abundantes no
glicocálice e na lâmina basal e estes têm a capacidade de atrair água.

Porquê? Porque têm uma carga negativa que atrai uma nuvem de catiões,
principalmente de sódio e o sódio é um ião osmoticamente muito ativo então vai
atrair água e forma como que um gel. Os glucosaminoglicanos são muito
importantes no geral no nosso organismo e também durante o desenvolvimento
embrionário pois são os grandes lubrificantes biológicos do nosso organismo
devido a esta característica e, portanto, quando surgem deficiências a este nível
pode levar a vários problemas embriológicos graves e não só.
Quando os glucosaminoglicanos se associam a componentes proteicos formam
o proteoglicanos, sendo que estes podem ser de 2 tipos:
 Os grandes proteoglicanos
 Os pequenos proteoglicanos, que têm funções diferentes (descritas na
pág.8 deste doc.).

COMPONENTE MICROFIBRILHAR

 Já foi referido anteriormente, este é composto pelo colagénio tipo IV (pág.


5 deste doc.) e o sistema elásticos (as fibras oxitalânicas, elauninicas e
elásticas) (pág. 6 deste doc.)

COMPARTIMENTOS DA MATRIZ EXCELULAR


 Os diferentes componentes (fibrilhar, não fibrilhar e micro-fibrilhar) vão
se distribuir de forma diferente pelos compartimentos da matriz, que são
os espaços/territórios/áreas que compõem esta matriz.

Existem 2 compartimentos:
A área pericelular, que se encontra à volta das
células e com as quais estas têm uma relação muito
próxima.

A área intersticial, o território que rodeia o espaço


pericelular. Encontra-se entre as células, mas não
adjacente a estas.
No fundo, o componente intersticial é tudo o resto
que não é o território pericelular e constitui os
tecidos densos e laxos.

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Nos tecidos densos:

 O colagénio normalmente aparece sobre a forma de fibras ou feixes pois


são locais onde é necessário estrutura e sustentação e as fibrilhas não
seriam suficientes.
 Então as fibrilhas de colagénio passam pela fase de agrupar criando
fibras e, se necessário, estas formam os feixes, tal como referido
anteriormente.

Nos tecidos laxos:


 Temos a tal lâmina própria, onde encontramos um componente não
fibrilhar importante, uma matriz amorfa constituída pelos tais
proteoglicanos e os glucosaminoglicanos. Aqui existem ainda colagénio
e fibras elásticas dispersas.

Assim ao nível dos tecidos laxos encontramos os grandes proteoglicanos e os


pequenos proteoglicanos (componente intersticial):

 Os grandes proteoglicanos possibilitam a formação de grandes


agregados permitindo assim uma retenção de água muito importante, o
que vai levar à diminuição da rigidez e impede a ocorrência de fraturas
 Os pequenos proteoglicanos vão regular a fibrilogénese do colagénio, ou
seja, vão definir se o colagénio se agrupa mais ou menos (intimamente
ligado com a formação de fibras e feixes), ou se se agrupa de uma forma
ou de outra.

O compartimento pericelular é aquele onde ocorrem as funções de controlo da célula


por parte do tecido conjuntivo que vão para além da sustentação (nomeadamente a
nutrição, a proliferação, a adesão, a migração, a diferenciação, a apoptose,
organização do citoesqueleto e expressão génica), o que faz sentido já que este é o
espaço que está em contacto direto com a membrana celular da célula.

O espaço pericelular vai exercer estas funções sobre a célula através de um


intermediário que esteja em contacto com ambos (com o espaço pericelular e com o
interior da célula). Esse intermediário consiste nas integrinas:

Integrinas

 Estas são proteínas intrínsecas


 compostas por 2 subunidades, que atravessam a
membrana e que se ligam, no citoplasma ao
citoesqueleto e, no exterior da célula, ao colagénio
tipo IV, à laminina e à fibronectina.
 As integrinas vão realizar a transdução do sinal,
podendo assim ativar o ciclo celular, ativar a
diferenciação celular, permitir a reorganização do
citoesqueleto, regular a expressão génica e
influenciar a apoptose.

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A membrana (ou lâmina) basal, o glicocálice e a membrana pelúcida são 3


exemplos de matrizes que apresentam estas funções:

A lâmina basal tem:


o constituinte da membrana citoplasmática

e o constituinte da matriz extracelular (que


engloba os proteoglicanos, a laminina, os
glicosaminoglicanos, o colagénio tipo IV e a
fibronectina)

A fibronectina é uma glicoproteína que participa nesta ligação entre os meios


intra e extracelular. É um dos componentes que tem a capadidade de controlar
estas células. Ela é muito imporante também no periodo embrionário, na origem
da Mesoderme.

A laminina é uma glicoproteina de adesão celular. Constituida por 3


polipeptideos em forma de cruz. Tem receptores para colagenio tipo IV e
receptores da membrana celular. Liga a membrana celular à lamina basal e às
macromoléculas da Matriz extracelular

Glicocálice (ou “cell coat”):

 São glicoproteínas que tem a função de proteção física e química mas


também de função enzimática, de nutrição e de reconhecimento celular.
 É também muito importante na determinação do “ self” e “non self”, nas
situação oncológicas e no controlo da oncogénese, sendo responsável
pela destruição das células neoplásicas no início da proliferação. Se isto
não ocorrer, dá-se origem a um tumor.

Membrana pelúcida:
 Vai envolver o Ovócito e vai ter uma importância muito grande logo a
seguir à fecundação e no início do desenvolvimento embrionário.
nstituinte da matriz extracelular (que
engloba os proteoglicanos, a laminina,
DEGRADAÇÃO DAosMATRIZ EXTRACELULAR
 A degradação
glucosaminoglicanos, da matriz
o colagénio tipo IVextracelular ocorre normalmente durante o
desenvolvimento, o crescimento e a reparação dos tecidos.
e a fibronectina)
 No entanto, pode observar-se a degradação excessiva da matriz
extracelular em certas patologias, como a artrite reumatoide e
determinadas doenças da pele.
 A matriz extracelular é degradada por metaloproteinases da matriz:
• Colagenases–degradam os colagénios de tipo I, II, III e V.
• Estromelisinas–degradam o colagénio de tipo IV e a elastina da
membrana basal.
• Gelatinases–também degradam colagénio de tipo I.
• Metaloproteinases de matriz de membrana–são produzidas por
células tumorais.

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A expressão dos genes das metaloproteinases da matriz é regulada por citocinas,


fatores de crescimentoe pelos contatos que as células estabelecem com a matriz.
Além disto, a atividade das metaloproteinases pode ser inibida especificamente por
inibidores teciduais de metaloproteinases. Assim, é o equilíbrio entre os agentes
que degradam a matriz e os agentes que inibem esta degradação que está na base
da estabilidade da matriz extracelular.

INVASÃO TUMORAL DO TECIDO CONJUNTIVO

Tumores benignos de origem epitelial, ou seja, sem propriedades invasivas ou


metastásicas, designam-se adenomas.

 Os adenomas podem originar células malignas que, no seu conjunto, se


designam carcinoma (num epitélio de revestimento) ou adenocarcinoma
(num epitélio glandular), os quais se dizem in situ, se permanecerem
confinados à camada epitelial, mas que podem romper a membrana
basal e invadir o tecido conjuntivo adjacente.

 A primeira etapa da invasão é a interrupção da expressão das


caderinas, enfraquecendo a natureza coesiva do tecido epitelial e
originando o rompimento da membrana basal.
 Numa segunda etapa, há produção de metaloproteinases da matriz e
de moléculas de adesão celular, permitindo que as células malignas
invadam o tecido conjuntivo e se adiram aos seus componentes.
 Depois, as células tumorais produzem fatores de motilidade e fatores
de permeabilidade vascular, adquirindo mobilidade e garantindo o
suprimento de nutrientes. Há, ainda, produção de fatores
angiogénicos, promovendo a formação de vasos sanguíneos que,
estando ligados ao sistema de circulação, facilitam a migração de
células tumorais para outros locais do organismo (metásteses).

Carcinoma in situ → Fase invasiva → Metásteses

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CARTILAGEM

Existem 3 tipos de cartilagem:


 Elástica
 Fibrosa ou fibrocartilagem
 Hialina

CARTILAGEM EM GERAL

Os condroblastos: (são as células presentes na cartilagem)

 São derivados de células mesenquimais.

 Os condroblastos contêm lipídios e glicogênio, um REG bem desenvolvido


(citoplasma basófilo) e aparelho de Golgi. A proliferação dos
condroblastos resulta no crescimento da cartilagem.
 Os condroblastos são células tão diferenciadas que quase não
conseguem dividir-se. Por isso a cartilagem tem uma baixa capacidade de
regeneração, normalmente as lesões que ocorrem na cartilagem levam
bastante tempo a recuperar.
 Em contraste com o tecido conjuntivo propriamente dito, a cartilagem é
um tecido avascular e as células recebem os nutrientes por difusão
através do MEC.

As células que produzem a matriz cartilaginosa são denominadas condroblastos


ou condrócitos, dependendo da relativa maturidade das células.

Os condrócitos ocupam pequenas cavidades na matriz extracelular chamadas


lacunas. Dois condrócitos podem ocupar uma única lacuna. Os condrócitos
estão agrupados em lacunas quando estes já estão dentro da lacuna ainda se
dividem mais uma vez, daí haver mais do que uma célula dentro das lacunas.

NOTA:
Os condroblastos produzem e depositam:
 Fibrilas de colagénio do tipo II
 Componentes da substância fundamental (ácido hialurônico e GAGs
sulfatados, principalmente condroitino-sulfato e queratan-sulfato)

Até que os condroblastos estejam separados e aprisionados dentro de espaços


na matriz denominados Lacunas. Estas células são, a partir de então, chamadas
de CONDRÓCITOS.

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A matriz extracelular é compartimentalizada:


 Uma matriz pericelular (visível com
colorações especiais) é circunscrita por
uma matriz territorial moderadamente
corada e por uma matriz interterritorial
corada menos intensamente

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Tecido Conjuntivo que envolve a cartilagem:

 A cartilagem é formada
por células e matriz
extracelular envolvidas
pelo pericôndrio. O
pericôndrio é formado por
uma camada de células
indiferenciadas que
podem diferenciar-se em
condroblastos.
 O pericôndrio encontra-se
entre o tecido epitelial e a
cartilagem hialina, para
desta forma nutrir estes
dois tecidos.
 O pericôndrio é tecido
conjuntivo denso
modelado.

Tecido epitelial presente na cartilagem:


 Está presente o tecido epitelial pseudoestratificado

A cartilagem cresce por dois mecanismos:


1. Crescimento intersticial - a partir de condroblastos no interior da
cartilagem
2. Crescimento aposicional - a partir de células indiferenciadas na
superfície da cartilagem ou do pericôndrio

Camadas do tecido cartilaginoso

1- As células mais externas da cartilagem em desenvolvimento são fusiformes e


agrupadas em uma camada fibrosa regular chamada pericôndrio que é uma
zona de transição entre a cartilagem e o tecido epitelial.

2- As células mais internas do pericôndrio, a camada condrogénica,


diferenciam-se em condroblastos, os quais sintetizam e secretam os
precursores do colagénio do tipo II e outros componentes da matriz extracelular.

3- Por este mecanismo, novas camadas de células e de matriz extracelular são


adicionadas superfície da cartilagem por um processo de crescimento
aposicional e o tamanho total da cartilagem aumenta

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CARTILAGEM HIALINA

Camadas da cartilagem hialina (de apical para basal):


1- Epitélio pseudoestratificado com cílios
2-Tecido conjuntivo laxo (tem + células para nutrir o tecido epitelial)
3-Pericondrio (tecido conjuntivo denso modelado)
4-Cartilagem hialina:
1-Condrócitos
2-Fibrilhas de colagénio tipo 2 sintetizados pelos condrócitos
3-Matriz com proteogligcanos, ácidos hialurónico e um elevado
conteúdo de água.

A cartilagem hialina possui as seguintes características:


 Ela é avascular.
 Ela encontra-se envolvida pelo pericôndrio (exceto na cartilagem
articular). O pericôndrio tem uma camada externa fibrosa, uma camada
interna condrogénica e vasos sanguíneos o que permite a nutrição da
cartilagem e alguma oxigenação.
 Ela é formada por condrócitos circundados pelas matrizes territorial e
interterritorial que contêm colagénio tipo 2 interagindo com
proteogligcanos.

A hialina tem uma dupla função:


1. Ela alua como um amortecedor contra choques mecânicos, devido a sua
flexibilidade e sua elasticidade.
2. Ela fornece uma superfície lubrificada para as articulações móveis.

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Líquido sinovial das articulações:

 O liquido lubrificante (contendo ácido hialurônico, imunoglobulinas,


enzimas lisossómicas, colagenase em particular, e glicoproteinas) é
produzido pelo revestimento sinovial da cápsula articular.
 A análise do líquido sinovial é útil no diagnóstico da doença articular.

Podemos encontrar hialina em:


 Nas cartilagens costais
 Laringe, traqueia e brônquios
 Superfícies articulares (nas articulações não existe pericôndrio daí não
haver regeneração da cartilagem e as doenças ao nível articular serem
difíceis de recuperar)

CARTILAGEM ELÁSTICA

A cartilagem elástica tem as seguintes características:


 Ela é avascular.
 Ela é envolvida por pericôndrio, mas não calcifica
 Ela é formada por condrócitos circundados pelas matrizes territorial e
interterritorial que contêm colagénio do tipo II que interagem com
proteogligcanos e fibras elásticas, que podem ser coradas pela orceína
para microscopia ótica.

Ela é encontrada em
 Orelha externa
 Epiglote
 Tuba auditiva.

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FIBRO CARTILAGEM

A fibrocartilagem tem as seguintes características:


 Geralmente, ela é avascular.
 Ela não possui um pericôndrio, logo não existe regeneração.
 Ela é formada por condrócitos e fibroblastos circundados por colagénio
do tipo I e uma matriz extracelular menos rígida.

NOTA:
A fibrocartilagem é considerada um tecido intermediário entre a cartilagem
hialina e o tecido conjuntivo denso.

Ela é encontrada em:


 Nos discos intervertebrais,
nos discos articulares do
joelho
 Mandíbula
 Nas articulações
esternoclaviculares
 Sínfise púbica.

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TECIDO ÓSSEO

 O tecido ósseo é o componente principal do esqueleto, serve de suporte


para os tecidos moles e protege órgãos vitais, como os contidos nas
caixas craniana e torácica, bem como no canal raquidiano.

 Tem como principais funções:


• Sustentação e proteção do corpo e dos órgãos;
• Reserva mineral para iões de cálcio e fosfato;
• Movimento;
• Hematopoiese (medula óssea);
• Audição (ossículos da audição).

 Os ossos funcionam como depósito de cálcio, fosfato e outros iões,


armazenando-os ou liberando-os de maneira controlada, para manter
constante a concentração desses importantes iões nos líquidos
corporais.
 São capazes ainda de absorver toxinas e metais pesados, minimizando
assim seus efeitos adversos nos outros tecidos.

 O tecido ósseo é um tipo especializado de tecido conjuntivo formado por


células e material extracelular calcificado, a matriz óssea.

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CLASSIFICAÇÃO DO TECIDO ÓSSEO

De acordo com a sua aparência macroscópica, podem identificar-se duas


formas de tecido ósseo:
 Tecido ósseo compacto (ou cortical) –caracteriza-se como uma massa
sólida.
 Tecido ósseo esponjoso (ou trabecular) – é formado por uma rede de
trabéculas ósseas que delimitam espaços ocupados por medula óssea

CÉLULAS DO TECIDO ÓSSEO

O tecido ósseo em crescimento ativo contém células de duas linhagens


diferentes:
 Linhagem osteoblástica: inclui lining cells, células osteoprogenitoras,
osteoblastos e osteócitos.
 Linhagem osteoclástica: diz respeito aos osteoclastos.

1- CÉLULAS OSTEOPROGENITORAS

 São de origem mesenquimal e possuem as propriedades das células-


tronco (pluripotente: potencial para a proliferação e capacidade de
diferenciação).
 Estão presentes na camada interna do periósteo e no endósteo.
 Permanecem ao longo da vida pós-natal como células de revestimento
ósseo e durante a vida adulta podem ser reativadas em caso de ser
necessário reparar uma lesão óssea.
 Originam, por diferenciação, osteoblastos

2- OSTEOBLASTOS

 Os osteoblastos são derivados de células mesenquimais


osteoprogenitoras.
 Os osteoblastos são as células que sintetizam a parte orgânica (colagénio
tipo 1, proteoglicanos e glicoproteínas da matriz óssea. Sintetizam
também osteonectina e osteocalcina.
• Osteonectina facilita a deposição de cálcio
• Osteocalcina estimula a atividade dos osteoblastos.

 Os osteoblastos produzem fatores de crescimento, em particular os


membros da família de proteínas morfogenéticas ósseas, com atividades
ósteo indutivas.
 São capazes de concentrar fosfato de cálcio, participando da
mineralização da matriz.
 Dispõem-se sempre nas superfícies ósseas, lado a lado, em um arranjo
que lembra um epitélio simples.
 Quando em intensa atividade sintética – são cuboides, com citoplasma
muito basófilo.
 Em contrapartida, em estado pouco ativo – tornam-se achatados e a
basofilia citoplasmática diminui.
 Forma uma monocamada que recobre todos os locais ativos de formação
óssea.

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 Uma vez aprisionado pela matriz recém-sintetizada, o osteoblasto passa


a ser chamado de osteócito.
 A matriz se deposita ao redor do corpo da célula e de seus
prolongamentos, formando assim as lacunas e os canalículos.

3- LINING CELLS

 Células derivadas dos osteoblastos e que se apresentam muito


semelhantes às células osteoprogenitoras quando observadas ao MO
(são basicamente osteoblastos que não estão ativos).
 Cobrem a superfície do osso nas regiões em que este não está a sofrer
renovação ou remodelação óssea.
 Se se localizarem na superfície externa do osso designam-se células
periosteais e se se localizarem na superfície interna do osso designam-se
células endosteais.
 Pensa-se que intervêm na regulação do transporte de cálcio para dentro
e para fora do osso.

4- OSTEÓCITOS

 Os osteócitos são as células encontradas no interior da matriz óssea,


ocupando as lacunas das quais partem canalículos.
 Cada lacuna contém apenas um osteócito.
 Dentro dos canalículos os prolongamentos dos osteócitos estabelecem
contatos por meio de junções comunicantes, por onde podem passar
pequenas moléculas e iões de um osteócito para o outro.
 Os nutrientes difundem-se a partir dos vasos sanguíneos, situados no
interior dos canais de Havers, através dos canalículos para as lacunas.
 Os osteócitos são células achatadas, que exibem pequena quantidade de
retículo endoplasmático granuloso, complexo de Golgi pouco
desenvolvido e núcleo com cromatina condensada.
 Embora essas características ultra-estruturais indiquem pequena
atividade sintética, os osteócitos são essenciais para a manutenção da
matriz óssea. Sua morte é seguida por reabsorção da matriz.
 Os osteoblastos em fase de síntese mostram as características ultra-
estruturais das células produtoras de proteínas.
 A matriz óssea recém-formada, adjacente aos osteoblastos ativos e que
não está ainda calcificada, recebe o nome de osteoide.

5- OSTEOCLASTOS

 As células precursoras dos osteoclastos são os monócitos, os quais


atingem o tecido ósseo através da circulação sanguínea e se fundem em
células multinucleadas com até 30 núcleos, de modo a formar os
osteoclastos por um processo regulado pelos osteoblastos e pelas
células do estroma da medula óssea.
 Os osteoclastos desempenham uma função essencial na remodelação e
na renovação do tecido ósseo. Este processo envolve a remoção da
matriz óssea em vários locais, seguida da sua substituição com um novo
tecido ósseo pelos osteoblastos.
 Citoplasma do osteoclasto é muito rico em mitocôndrias e em vesículas
fracamente basófilas nos osteoclastos jovens e acidófilas nos maduros

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 Os osteoclastos são células moveis, gigantes, multinucleadas e


extensamente ramificadas.
 As ramificações são muito irregulares, com forma e espessura variáveis.
 Frequentemente, nas áreas de reabsorção de tecido ósseo encontram-se
porções dilatadas dos osteoclastos, colocadas em depressões da matriz
escavadas pela atividade dos osteoclastos e conhecidas como lacunas
de Howship.

A lacuna de Howship é o local


onde a matriz óssea é removida
por um osteoclasto.

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MATRIZ ÓSSEA
 É formada por:
Componentes orgânicos (35%) - contém fibras de colagénio do tipo I
(90%); proteoglicanos, ricos em condroitino-sulfalo, queratan-sulfato e
ácido hialurônico; e proteínas não colagénias.
Inorgânicos (65%) - é representado, predominantemente, por depósitos
de fosfato de cálcio na forma de hidroxiapatita.
NOTA:
A associação de hidroxiapatita a fibras colagénias é responsável pela rigidez e
resistência do tecido ósseo. Após a remoção do cálcio, os ossos mantêm sua
forma intacta, porém tornam-se tão flexíveis quanto os tendões.
PERIÓSTEO E ENDÓSTEO
As superfícies internas e externas dos ossos são recobertas por células
osteogênicas e tecido conjuntivo, que constituem o endósteo e o periósteo,
respetivamente.
Periósteo  A camada mais superficial do periósteo contém principalmente
fibras colagénias e fibroblastos – fibras de Sharpey são feixes de fibras
colagénias do periósteo que penetram o tecido ósseo e prendem firmemente o
periósteo ao osso.
Endósteo  É formado por células osteoprogenitoras e fibras reticulares,
revestindo as paredes do tecido ósseo esponjoso e envolvendo a medula óssea,
bem como os canais de Havers.
SISTEMAS DE HAVERS OU ÓSTEONS
 O tecido ósseo compacto maduro é um tecido ósseo lamelar, ou seja, é
formado por lamelas constituídas por matriz óssea, na qual é possível
identificar lacunas com osteócitos, sendo que as lacunas comunicam
entre si por canalículos ramificados. O tecido ósseo lamelar apresenta
quatro padrões distintos:

1. Sistemas de Havers (ou ósteons) –são formados por lamelas dispostas


concentricamente em torno de um canal vascular longitudinal.
2. Lamelas intersticiais –são observadas entre os ósteons, estando
separadas dos mesmos por uma linha designada linha cimetante.
3. Lamelas circunferenciais externas – localizam-se na superfície
externa do tecido ósseo compacto, profundamente ao periósteo.
4. Lamelas circunferenciais internas –encontradas na superfície interna
do osso compacto, imediatamente acima do endósteo. Abaixo do
endósteo encontra-se o tecido ósseo esponjoso (também lamelar, mas
sem canais de Havers).
Os canais vasculares do tecido ósseo compacto têm duas orientações em
relação à estrutura lamelar:
 Os capilares longitudinais seguem pelo centro do ósteon, dentro de um
espaço denominado canal de Havers.
 Os canais de Havers estão conectados entre si por intermédio de canais
transversais ou oblíquos, designados canais de Volkmann, contendo
vasos sanguíneos com origem na medula óssea ou no periósteo

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OSTEOGÉNESE – REMODELAÇÃO ÓSSEA

Há dois processos de osteogênese (formação do tecido ósseo ou ossificação:


(1) ossificação intramembranosa
(2) ossificação endocondral.
(3) formação de tecido ósseo a partir do periósteo

1. OSSIFICAÇÃO INTRAMEMBRANOSA

 Consiste na transformação de um molde mesenquimal em tecido ósseo;


 O processo formador dos ossos frontal, parietal e de partes do occipital,
do temporal e dos maxilares superior e inferior. Contribui também para o
crescimento dos ossos curtos e para o aumento em espessura dos ossos
longos.

Seguinte sequência pode ser observada:

(1) O mesênquima embrionário transforma-se num tecido conjuntivo


altamente vascularizado e células mesenquimas semelhantes a
fibroblastos, envoltas em matriz extracelular gelatinosa com
fibras de colagénio, começam a agregar-se.

(2) As células mesenquimais adquirem o aspeto cilíndrico típico de


osteoblastos e começam e secretar matriz óssea. Numerosos pontos
de ossificação desenvolvem-se e fundem-se, formando uma rede de
trabéculas, designada tecido ósseo primário (ou entrelaçado), devido
ao facto das fibras colagénias das trabéculas recém-formadas estere
orientadas de modo aleatório.

(3) O fosfato de cálcio é depositado na matriz óssea, a qual se forma por


aposição. (Não ocorre crescimento intersticial no tecido ósseo).

(4) A mineralização da matriz óssea conduz ao aprisionamento de


osteoblastos na forma de osteócitos, à medida que as trabéculas
ficam mais espessas. Além disto, a diferenciação dos tecidos
conjuntivos intertrabeculares faz com que estes assumam uma função
hematopoiética.

(5) Os osteócitos permanecem conectados uns aos outros através de


prolongamentos citoplasmáticos por canalículos, e novos
osteoblastos são gerados a partir de células osteoprogenitoras
adjacentes aos vasos sanguíneos.

(6) A conversão do tecido ósseo imaturo (ou entrelaçado) em tecido


ósseo maduro (lamelar) ocorre por disposição das fibras colagénias
em feixes paralelos.

(7) Os ossos formados por ossificação membranosa permanecem


formados por tecido ósseo esponjoso no centro, o qual é limitado por
uma camada interna e outra externa de tecido ósseo compacto.

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(8) Ocorre, por fim, a condensação das camadas externa e interna de


tecido conjuntivo, para formar o periósteo e o endósteo.

2. OSSIFICAÇÃO ENDOCONDRAL

 É caraterística dos ossos longos, da coluna vertebral e da pelve.


 Consiste na substituição de um molde preexistente de cartilagem
hialina em tecido ósseo.

Observa-se a seguinte sequência:

(1) Os condrócitos da região central da cartilagem sofrem maturação


e hipertrofia e sintetizam uma matriz de colagénio tipo X e
secretam fatores angiogénicos que induzem a formação de vasos
sanguíneos a partir do pericôndrio.

(2) Células osteoprogenitoras e hematopoiéticas chegam através dos


vasos sanguíneos assim formados.

(3) Estes acontecimentos resultam na formação do centro interno de


ossificação, sendo que os condrócitos hipertróficos sofrem
apoptose, à medida que ocorre calcificação da matriz da porção
média da diáfise do molde cartilaginoso. O colagénio tipo X vai
sendo substituído por colagénio tipo II.

(4) Simultaneamente, forma-se um colar periosteal em torno da


porção média da diáfise, o qual consiste em tecido ósseo
entrelaçado, que se transformará em osso compacto.

(5) Vasos sanguíneos invadem o espaço anteriormente ocupado


pelos condrócitos hipertróficos, ramificam-se e projetam-se na
direção de cada uma das extremidades do molde cartilagíneo.

(6) Células osteoprogenitoras e hematopoiéticas chegam também até


à porção central da cartilagem calcificada. As células
osteoprogenitoras diferenciam-se em osteoblastos que se
agregam nas superfícies da cartilagem calcificada e depositam
matriz óssea, rica em colagénio tipo I.

(7) A deposição de matriz óssea define um centro primário de


ossificação, o qual é definido pelo colar periosteal (formado por
ossificação membranosa) e pelo centro de ossificação do interior
do molde cartilagíneo.

(8) Centros de ossificação secundários desenvolvem-se,


posteriormente, nas epífises.

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3. FORMAÇÃO DE TECIDO ÓSSEO A PARTIR DO PERIÓSTEO

 Consiste na transformação do tecido ósseo primário ou entrelaçado


- produzido por ossificação intramembranosa - em tecido ósseo
compacto lamelar que se forma agora sob o periósteo ao longo da
diáfise.
 A tarefa reside em construir um esqueleto cilíndrico resistente ao
redor do osso oco formado por ossificação endocondral e da medula
hematopoiética em desenvolvimento.

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INFLUÊNCIA DAS HORMONAS NO TECIDO ÓSSEO

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TECIDO MUSCULAR

Há 3 tipos de tecido muscular:


 Esquelético
 Cardíaco
 Liso ou visceral

Todos os três tipos são compostos por células alongadas denominadas células
musculares, miofibras ou fibras musculares, especializadas para a contração.
Nesses três tipos de músculo, a energia proveniente da hidrólise do trifosfato de
adenosina (ATP) é transformada em energia mecânica.

TECIDO MUSCULAR ESTRIADO ESQUELÉTICO

Tecido conjuntivo que envolve o músculo (tecido conjuntivo denso modelado):

 O EPIMÍSIO - é uma camada de tecido conjuntivo denso que envolve o


músculo inteiro.
 O PERIMÍSIO - deriva do epimísio e envolve os feixes ou fascículos de
células musculares.
 O ENDOMÍSIO - é uma delicada camada de fibras reticulares e matriz
extracelular que envolve cada célula muscular.

Vasos sanguíneos e nervos utilizam essas bainhas de tecido conjuntivo para


alcançar o interior da massa muscular. Uma extensa rede de capilares, flexível
o suficiente para se adaptar às alterações decorrentes da contração e do
relaxamento, envolve cada célula muscular.

Para produção de energia na célula muscular  É necessário oxigénio-  Daí


serem necessários vasos sanguíneos perto das células musculares por isso
existe tanto tecido conjuntivo a envolver as fibras musculares que é endomísio.

As bainhas de tecido conjuntivo fundem-se entre si, e os fascículos musculares


entrelaçam-se em cada extremidade de um músculo com o tecido conjuntivo
denso modelado do tendão para formar uma junção miotendinosa. O tendão, por
sua vez, ancora-se num osso por meio das fibras de Sharpey do periósteo.

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O músculo tem origem ao nível da mesoderme.

Características da célula estriada esquelético:

 São multinucleadas o que constitui um sincício multinucleado porque não


ocorre citocinese logo não existe membrana celular para as separar a
células.
 São resultantes da fusão de mioblastos.
 Os núcleos estão na periferia porque como os sarcómeros estão
organizados no centro da célula, se existissem núcleo no centro iriam
perturbar a contração em conjunto de todos os sarcómeros.
 É estriado transversalmente (os sarcómeros estão organizados lado a
lado) porque existe a repetição cíclica dos sarcómeros.

Uma miofibrila é uma repetição linear de sarcómeros. Cada sarcómero consiste


em dois tipos principais de miofilamentos do citoesqueleto: filamentos de actina
e filamentos de miosina.

NOTA:
Retículo endoplasmático liso nas células musculares chama-se retículo
sarcoplasmático.

Constituição do sarcómero:

 Linhas Z- Os sarcómeros estão delimitados pelas linhas z (separa 2


hemibandas I) que possuem de cada lado filamentos de actina que se
encontram depois com os filamentos de miosina
 Banda A (anisotrópica)- local onde existe sempre filamentos de miosina e
actina.
o Banda H - só tem miosina, local
central da banda H é a linha M
o Existe uma zona da banda A onde
existe a sobreposição da miosina e
da actina
 Banda I (isotrópica)- local onde só existe
actina

A organização desses dois tipos de


miofilamentos cria um padrão em bandas (ou
estriações), característico dos tecidos
musculares estriados esquelético e cardíaco. Há
uma banda A (escura) e uma banda I (clara). A
banda A está no centro do sarcómero; o disco Z
divide a banda I em metades. A banda A é
dividida pela banda H, que contém creatina-
quinase. A linha M corre ao longo da linha média
da banda H.

NOTA:
• O nome das bandas depende do comportamento da luz quando atravessa
o tecido muscular.
• É a sobreposição dos 2 filamentos que atribui o aspeto estriado
transversalmente ao músculo.

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Contração Muscular:

1. A contração muscular depende da disponibilidade de iões Ca2+, e o


músculo relaxa quando o teor desse ião se reduz no sarcoplasma. O
retículo sarcoplasmático armazena e regula o fluxo de iões Ca2+.

2. Quando a membrana do retículo sarcoplasmático é despolarizada pelo


estimulo nervoso, os canais de Ca 2+ se abrem, e esses iões, que estavam
depositados nas cisternas do retículo, difundem-se passivamente (sem
gasto de energia), atuando na troponina, possibilitando a formação de
pontes entre a actina e a miosina.

3. Quando cessa a despolarização, a membrana do retículo


sarcoplasmático, por processo ativo (que consome energia), transfere
Ca2+ para o interior das cisternas, o que interrompe a atividade contrátil.

4. A despolarização da membrana do retículo sarcoplasmático, que resulta


na liberação de iões Ca2+ inicia-se na placa motora, uma junção
mioneural situada na superfície da fibra muscular.

5. A despolarização iniciada na superfície teria de se difundir através da


espessura da fibra para efetuar a liberação de Ca2+ nas cisternas
profundas do retículo sarcoplasmático.

6. Nas fibras musculares mais calibrosas isso levaria a uma onda de


contração lenta, de tal maneira que as miofibrilas periféricas iriam
contrair-se antes das situadas mais profundamente. O sistema de túbulos
transversais ou sistema T é responsável pela contração uniforme de cada
fibra muscular esquelética.

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TÚBULOS T
Esse sistema é constituído por uma rede de invaginações tubulares da membrana
plasmática (sarcolema) da fibra muscular, cujos ramos irão envolver as junções das
bandas A e I de cada sarcómero.
Em cada lado de cada túbulo T existe uma expansão ou cisterna terminal do retículo
sarcoplasmático. Este complexo, formado por um túbulo T e duas expansões do retículo
sarcoplasmático, é conhecido como tríade. Na tríade, a despolarização dos túbulos T,
derivados do sarcolema, é transmitida ao retículo sarcoplasmático.

RESUMINDO…

1. A contração muscular resulta do movimento dos milhares de sarcómeros


(conjunto de todos os micro movimentos dos sarcómeros resulta no
movimento visível)
2. Quando há a contração muscular há a aproximação das linhas Z que
resulta do movimento dos sarcómeros
3. Para existir contração é necessário que haja um estímulo nervoso

Filamentos de actina: cadeia


dupla enrolada; composta por
monómeros globulares; forma um
complexo com tropomiosina e
troponina.

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Miosina II: composta por duas


cadeias pesadas e dois pares
cadeias leves; numa das
extremidades, cada cadeia
pesada forma uma cabeça
globular, à qual se vão ligar dois
tipos de cadeias leves - cadeia
leve essencial e cadeia leve
reguladora.

 A cabeça da miosina "encaixa" nos filamentos de actina para deslizar


nesta.
 O cálcio é responsável por desbloquear a tropomiosina permitindo que a
miosina se "enganche" na actina.

Durante a contração muscular, o comprimento dos miofilamentos de miosina e


de actina não se altera. O comprimento do sarcómero diminui porque os
miofilamentos de actina e miosina deslizam uns sobre os outros. Esse evento é
demonstrado pela redução da largura das bandas I e H (no entanto a banda A
mantem-se e não diminui). O ATP é a fonte de energia para a contração
muscular.

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Existem 2 tipos de células no musculo estriado esquelético:


 Tipo 1 (ou fibras vermelhas) - tem muitas mitocôndrias e resistem + ao
esforço (desportos de resistência), fibras de contração lenta.
 Tipo 2- ativam se + rápido, + explosivas, mas são pobres em mitocôndrias
e por isso sensíveis à fadiga (desportos explosivos), fibras brancas, de
contração rápida.

Características do musculo estriado esquelético:


 Movimento (esqueleto e órgãos - olho e língua);
 Músculo voluntário;

NOTA:
A língua possui epitélio estratificado pavimentoso

MÚSCULO LISO

Características:

 Contração involuntária (tipo mola)


 Existe na parede de vasos, órgãos (ex.: trato digestivo, ductos biliares,
ureteres, bexiga, trato respiratório, útero e vasos sanguíneos)
 Células são fusiformes e afiladas
 Apresentam um núcleo central porque as proteínas contrateis estão
próximas da membrana pois a actina se depositar junto desta para
receber mais rapidamente o impulso nervoso, assim o núcleo irá localizar
se numa posição central.
 São circundadas por uma lâmina basal;
 Não está organizado em sarcómeros; a actina e a miosina ligam-se aos
corpos densos do citoplasma e da membrana plasmática - Logo não tem
estrias.
 O sarcolema dessas células apresenta grande quantidade de depressões
com o aspeto e as dimensões das vesículas de pinocitose, denominadas
cavéolas. As cavéolas contêm iões Ca2• que serão utilizados para dar
início ao processo de contração.
 A célula muscular lisa, além da sua capacidade contrátil, pode também
sintetizar colagénio do tipo III (fibras reticulares), fibras elásticas e
proteoglicanos.

NOTA:
A bexiga possui epitélio transacional, pois para poder armazenar a urina a
bexiga tem de ter capacidade de extensão.

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Contração Muscular:

A contração nas células musculares lisas ocorre da seguinte maneira:

1. Sob o estimulo do sistema nervoso autônomo, iões Ca2+ migram do meio


extracelular para o sarcoplasma (citosol) através de canais da membrana
plasmática especializados para o transporte desses iões.
2. No músculo liso não existe retículo sarcoplasmático, que é um depósito
de cálcio nos outros dois tipos de tecido muscular
3. Os iões Ca2+ se combinam com as moléculas de calmodulina, uma
proteína com afinidade para estes iões.
4. O complexo calmodulina-Ca2+ ativa a enzima cinase da cadeia leve da
miosina II.
5. A enzima ativada fosforila as moléculas de miosina II.
6. Uma vez fosforiladas, essas moléculas distendem-se, tomando a forma
filamentosa, deixam descobertos os sítios que têm atividade de ATPAse e
se combinam com a actina.
7. Essa combinação libera energia do ATP, que promove a deformação da
cabeça da molécula de miosina II e o deslizamento dos filamentos de
actina e de miosina II uns sobre os outros, como ocorre nos dois outros
tipos de tecido muscular. Estas proteínas motoras (actina e miosina II)
estão ligadas a filamentos intermediários de desmina e de vimentina que,
por sua vez, prendem-se aos corpos densos da membrana da célula.
8. Isso provoca a contração da célula como um todo

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MÚSCULO ESTRIADO CARDÍACO

Características:

 Contração cíclica e involuntária;


 Estriação transversal;
 Células mononucleadas (núcleos centrais),
ricas em ácidos gordos (triglicéridos),
glicogénio e lipofucsina e têm muitas
mitocôndrias; forma de y;
 As fibras musculares estão orientadas em
várias direções;
 A presença dos discos intercalares
corresponde a gap juctions (formam um
canal) que são muito importantes para a
propagação do impulso nervoso permitindo a
rapidez do impulso para que as células
cardíacas se contraiam todas ao mesmo
tempo e assim o coração funcione com "um
motor " ou "bomba"

RESUMINDO

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APARELHO CIRCULATÓRIO

Três grandes componentes do sistema circulatório:


 Coração
 Grandes vasos e pequenos vasos
 Sangue (não esquecer que o sangue é um tecido!).

Normalmente o que está a vermelho é sangue arterial, ou seja, sangue


oxigenado, e o que está a azul é sangue venoso que circula nas veias.

O coração tem como objetivos:


 Bombear o sangue, conferindo-lhe uma elevada pressão arterial, sendo
que o sangue vai-se dirigir no sentido descendente do nosso corpo.
 Receber o sangue com uma baixa pressão venosa que vai no sentido
ascendente do nosso corpo.

O sangue, como tecido que é, transporta os nutrientes e o oxigénio até aos


tecidos e vai levar os lixos metabólicos e o dióxido de carbono dos tecidos para
a circulação pulmonar, onde este vai ser oxigenado.

Tecidos que compõem a parede dos vasos

 Do ponto de vista dos tecidos que a constituem, a parede dos vasos é


formada pelos seguintes componentes estruturais básicos: o epitélio
chamado de endotélio, o tecido muscular e o tecido conjuntivo.
 A associação desses tecidos forma as camadas ou túnicas dos vasos
sanguíneos.

1. ENDOTÉLIO

 O endotélio é um tipo especial de epitélio que forma uma barreira


semipermeável interposta entre dois compartimentos do meio interno: o
plasma sanguíneo e o fluído intersticial.
 O endotélio é altamente diferenciado para mediar e monitorar ativamente
as extensas trocas bidirecionais de pequenas moléculas e, ao mesmo
tempo, restringir o transporte de macromoléculas.
 As células endoteliais são funcionalmente diversas de acordo com o vaso
que elas revestem.

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2. MÚSCULO LISO

 O tecido muscular liso faz parte de todos os vasos sanguíneos com


exceção dos capilares e vênulas pericíticas.
 As células musculares lisas estão na túnica média dos vasos, onde se
organizam em camadas helicoidais.
 As células musculares lisas vasculares, principalmente em arteríolas e
pequenas artérias, são frequentemente conectadas por junções
comunicantes (gap).

3. TECIDO CONJUNTIVO

 Componentes do tecido conjuntivo são encontrados nas paredes dos


vasos sanguíneos em quantidade e proporção que varia de acordo com
as suas necessidades funcionais:
• Fibras colagénias, um elemento abundante na parede do sistema
vascular
• Fibras elásticas fornecem a resistência ao estiramento promovido
pela expansão da parede dos vasos. Essas fibras predominam nas
grandes artérias
• A substância fundamental forma um gel heterogêneo nos espaços Ex:
tracelulares da parede dos vasos. Ela contribui com as propriedades
físicas da parede dos vasos e, provavelmente, afeta a difusão e
permeabilidade através da parede.
• A concentração de glicosaminoglicanos é mais alta nas paredes das
artérias do que nas das veias.

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VASOS SANGUÍNEOS

Em termos esquemáticos comparando uma veia e artéria de grande calibre:

 As artérias, normalmente chamados de vasos eferentes, são os tecidos


que levam o sangue oxigenado a todos os tecidos do corpo:
▪ No lúmen temos a túnica íntima
▪ Depois temos a lâmina elástica interna que separa a túnica íntima
com a média
▪ Por fim a lâmina elástica externa que separa a túnica média da
adventícia.
▪ Têm as paredes mais grossas (túnicas médias e íntimas), mais
tecido músculo liso e fibras elásticas e são mais flexíveis do que as
veias. O lúmen de uma artéria normalmente é mais pequeno.

 Veias - convergência das vénulas num sistema de grandes canais que


levam o sangue ao coração:
▪ Temos as três túnicas na mesma, no entanto, a túnica adventícia
é de maior tamanho e a túnica média é menor em termos de
espessura.
▪ Como o sangue vai a subir em baixa pressão, para que o sangue
não volte para baixo, existe também um sistema de válvulas que
não é mais do que especializações da túnica íntima que vão
formar esfíncteres que ajudam a empurrar o sangue para cima,
contra a gravidade.

Este sistema ajuda a distinguir em termos histológicos as


veias das artérias. Conseguimos ver que uma veia
normalmente tem um lúmen muito maior e as válvulas
como ramificações da túnica intima (tem endotélio). Nas
veias não temos lâmina elástica interna nem externa.

 Os grandes vasos à medida que se deslocam do coração até aos tecidos


vão diminuindo o seu calibre.

 Os vasos são órgãos tubulares com o lúmen bem definido, sendo que
tanto o lúmen como as várias camadas que compõem os vasos vão
diminuindo de tamanho, até termos capilares.

 Os capilares, são os pequenos vasos, e é onde vai haver trocas de


oxigénio, dióxido de carbono e lixos metabólicos, com os tecidos. Os
capilares vão assim oxigenar as células e receber os seus produtos de
excreção.

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HISTOLÓGICAMENTE:
Quando se faz a preparação
histológica e a desidratação
dos tecidos, o sistema
valvular e o lúmen
(normalmente) vai colapsar.
O sangue geralmente passa
mais devagar nas veias do
que nas artérias por isso,
muitas vezes podemos
observar mais glóbulos
vermelhos dentro das veias,
fazendo assim a distinção
entre as duas.

Nota: a comparação é feita


entre artérias e veias do
mesmo calibre.

CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA

Quando o sangue volta ao coração, volta pelas vénulas que vão aumentando de
calibre, originado as veias alcançam o coração.

Circulação pulmonar:

 O lado direito do coração recebe o sangue venoso.


 O sangue sai pelo ventrículo direito para as artérias pulmonares (quando
o sangue sai do coração é sempre por artérias) dirigindo-se até aos
pulmões.
 Vai bombeá-lo para os pulmões para que se dê a sua oxigenação
 Depois volta ao coração pelas veias pulmonares dirigindo-se para a
aurícula esquerda.
Circulação sistémica:

 O lado esquerdo recebe o sangue oxigenado dos pulmões e vão bombeá-


lo para o resto dos tecidos.
 O sangue arterial da aurícula esquerda passa para o ventrículo esquerdo,
depois sai do coração pela artéria aorta que vai sendo dividida em vasos
cada vez mais pequenos até termos capilares.
 Ao nível dos capilares realizam-se as trocas gasosas, sendo que o sangue
arterial vai passar a venoso.
 Este sangue depois regressão ao coração por vénulas que originam veias
cada vez maiores até às veias cavas que terminam na aurícula direita.

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CORAÇÃO E SEU CONSTITUINTES

 O coração é um órgão muscular que se contrai ritmicamente, enquanto


bombeia o sangue pelo sistema circulatório. Também é responsável pela
produção de um hormônio chamado de fator natriurético atrial.

 Suas paredes são constituídas de três túnicas:


• a interna, ou endocárdio;
• a média, ou miocárdio;
• a externa, ou pericárdio/epicárdio.

A- ENDOCÁRDIO

 O endocárdio é o homólogo da íntima dos vasos sanguíneos e é


constituído por endotélio (endotélio - epitélio simples pavimentoso) que
repousa sobre uma camada subendotelial delgada de tecido conjuntivo
laxo que contém fibras elásticas e colagénias, bem como algumas células
musculares lisas.
 Conectando o miocárdio à camada subendotelial, existe uma camada de
tecido conjuntivo (frequentemente chamada de camada subendocardial)
que contém veias, nervos e ramos do sistema de condução do impulso do
coração (células de Purkinje)

B- MIOCÁRDIO

 É a mais espessa das túnicas do coração e consiste em células


musculares cardíacas organizadas em camadas que envolvem as
câmaras do coração como uma espiral complexa.

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 Grande parte dessas camadas se insere no esqueleto cardíaco fibroso.


 O arranjo dessas células musculares é extremamente variado, de modo
que, mesmo em um corte histológico de uma área pequena, são vistas
células orientadas em muitas direções.

Músculo cardíaco

 É constituído por células alongadas e ramificadas que se prendem por


meio de junções intercelulares complexas.
 Células apresentam estriações transversais semelhantes às do músculo
esquelético, mas, ao contrário das fibras esqueléticas que são
multinucleadas, as fibras cardíacas contêm apenas um ou dois núcleos
localizados centralmente
 Fibras cardíacas são circundadas por uma delicada bainha de tecido
conjuntivo, equivalente ao endomísio do músculo esquelético, que
contém abundante rede de capilares sanguíneos.
 Característica exclusiva do músculo cardíaco são as linhas transversais
fortemente coráveis que aparecem em intervalos irregulares ao longo da
célula

DISCOS INTERCALARES (+específico abaixo)

• São complexos juncionais encontrados na


interface de células musculares adjacentes.
• Essas junções aparecem como linhas retas ou
exibem um aspeto em escada. Nas partes em
escada, distinguem-se duas regiões: a parte
transversal, que cruza a fibra em ângulo reto, e a
parte lateral, que caminha paralelamente aos
miofilamentos.

Organização das células musculares:

 A estrutura e a função das proteínas contráteis das células musculares


cardíacas são praticamente as mesmas descritas para o músculo
esquelético.
 Todavia, no músculo cardíaco o sistema T e o retículo sarcoplasmático
não são tão bem organizados como no músculo esquelético.
 Na musculatura dos ventrículos os túbulos T são maiores do que no
músculo esquelético.
 Os túbulos T cardíacos se localizam na altura da banda Z e não na junção
das bandas A e I, como acontece no músculo esquelético. Por isso, no
músculo cardíaco existe apenas uma expansão de túbulo T por sarcómero
e não duas, como ocorre no músculo esquelético. O retículo
sarcoplasmático não é tão desenvolvido e distribui-se irregularmente
entre os miofilamentos.

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 As tríades não são frequentes nas células cardíacas, pois os túbulos T


geralmente se associam apenas a uma expansão lateral do retículo
sarcoplasmático
 O músculo cardíaco contém numerosas mitocôndrias que ocupam
aproximadamente 40% do volume citoplasmático, o que reflete o intenso
metabolismo aeróbio desse tecido.
 O músculo cardíaco armazena ácidos graxos sob a forma de triglicéridos
encontrados nas gotículas lipídicas do citoplasma de suas células. Existe
pequena quantidade de glicogênio, que fornece glicose quando há
necessidade.

As fibras cardíacas São grânulos que


apresentam grânulos Esses grânulos são
mais abundantes nas contêm a molécula
secretores recobertos precursora do
por membrana e células musculares do
átrio esquerdo, mas hormônio ou peptídio
localizados próximo atrial natriurético
aos núcleos celulares, existem também no
átrio direito e nos (ANP, atrial natriuretic
na região do aparelho peptide).
de Golgi ventrículos.

Este hormônio atua


nos rins, aumentando a
eliminação de sódio
(natriurese) e água
(diurese) pela urina.

Este hormônio atua nos rins, aumentando a


eliminação de sódio (natriurese) e água
(diurese) pela urina. O hormônio natriurético
tem ação oposta à da aldosterona, um
hormônio antidiurético que atua nos rins
promovendo a retenção de sódio e água.
Enquanto a aldosterona aumenta a pressão
arterial, o hormônio natriurético tem efeito
contrário, fazendo baixar a pressão arterial.

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DISCOS INTERCALARES
Nos discos intercalares encontram-se três especializações juncionais
principais:
 Zonas de adesão  Os filamentos de actina dos sarcómeros formam as
zonas de adesão nas extremidades das células para que funcionem
simultaneamente.
 Ao mesmo tempo são ligadas por desmossomas, que são regiões
transversais dos discos intercalares. Estes são pontos de ancoragem dos
filamentos intermédios. Os desmossomos unem as célulasatividade
contrátil
 Na parte longitudinal das células, estas também são ligadas entre si por
gap junctions: permitem passagem de (pequenas) substâncias entre as
células e permitem a passagem da corrente elétrica.

Embora identificarmos
histologicamente os discos
intercalares como linhas
transversais (ao corte
longitudinal), diz-se que os
discos intercalares também
são as gap junctions. Tudo isto,
apesar de serem coisas
independentes, permitem que o
coração funcione como um
sincício funcional.

C- EPICÁRDIO

 O coração está coberto externamente por um epitélio pavimentoso


simples (mesotélio) que se apoia em uma fina camada de tecido
conjuntivo que constitui o epicárdio.
 A camada subepicardial de tecido conjuntivo laxo contém veias, nervos e
gânglios nervosos.
 O tecido adiposo que geralmente envolve o coração acumula nesta
camada.
 O epicárdio corresponde ao folheto visceral do pericárdio, membrana
serosa que envolve o coração.
 Entre o folheto visceral (epicárdio) e o folheto parietal existe uma
quantidade pequena de fluido que facilita os movimentos do coração.

Células mesoteliais
São células pavimentosas que secretam
um fluido ao nível da cavidade
pericardial que impede que haja fricção
devido aos batimentos cardíacos.
Existindo doenças associadas há perda
deste fluido.

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NOTA:

O esqueleto cardíaco é composto de tecido conjuntivo denso. Seus


principais componentes são o septo membranoso, o trígono fibroso e o
ânulo fibroso. Essas estruturas são formadas por um tecido conjuntivo
denso com fibras de colagénio grossas orientadas em várias direções.
Nódulos de cartilagem fibrosa são encontrados em determinadas regiões
desse esqueleto fibroso. As válvulas cardíacas consistem em um
arcabouço central de tecido conjuntivo denso (contendo colagénio e
fibras elásticas), revestido em ambos os lados por uma camada de
endotélio. As bases das válvulas são presas aos anéis fibrosos do
esqueleto cardíaco.

CARDIÓCITOS

 São células musculares estriadas com um núcleo central e estão unidas


entre si por discos intercalares.
 Os discos intercalares correspondem a um complexo formado por
junções de adesão e por desmossomas.
 Além disto, existem junções comunicantes, que possibilitam que as
células contraiam de forma sincronizada.
 Quando distendidas, as células musculares cardíacas dos átrios
(cardiócitos atriais) segregam o fator natriurético atrial, que estimula
tanto a diurese como a excreção de sódio na urina (natriurese), pelo
aumento da taxa de filtração glomerular.
 Através deste mecanismo, o volume de sangue é reduzido e a distensão
dos cardiócitos atriais é aliviada.

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SISTEMA GERADOR E CONDUTOR DO IMPULSO DO CORAÇÃO

 O coração apresenta um sistema próprio para gerar um estimulo rítmico


que é espalhado por todo o miocárdio.
 Este sistema é constituído por dois nodos localizados no átrio, o nodo
sinoatrial e o nodo atrioventricular, e pelo feixe atrioventricular.
 O feixe atrioventricular se origina do nodo do mesmo nome e se ramifica
para ambos os ventrículos.
 As células do sistema gerador e condutor do impulso do coração estão
funcionalmente conectadas por junções do tipo comunicante.
 O nodo sinoatrial é uma massa de células musculares cardíacas
especializadas. São células fusiformes, menores do que as células
musculares do átrio, e apresentam menor quantidade de miofibrilas.
 O nodo atrioventricular é semelhante ao nodo sinoatrial, suas células,
porém, ramificam-se e emitem projeções citoplasmáticas em várias
direções, formando uma rede.
 O feixe atrioventricular é formado por células semelhantes às do nodo.
Contudo, mais distalmente, essas células tornam-se maiores e adquirem
uma forma característica. Elas são chamadas de células de Purkinje e
contêm um ou dois núcleos centrais e citoplasma rico em mitocôndrias e
glicogênio.
 As miofibrilas são escassas e restritas à periferia do citoplasma.
NOTA:
 Após certo trajeto no tecido subendocárdico, os ramos do feixe
atrioventricular se subdividem e penetram na espessura do ventrículo,
tornando-se intramiocárdicos.
 Este arranjo é importante porque torna possível que o estímulo penetre
as camadas mais internas da musculatura do ventrículo.

FIBRAS DE PURKINJE

 As fibras de purkinje estão na cavidade subendocardial (especialmente


na zona do perimísio). Encontram-se sob o endocárdio que reveste as
duas faces do septo interventricular.
 Células grandes, se não estiverem coradas, aparecem transparentes (+
pálidas) porque têm poucas miofibrilhas e ricas em colagénio (apesar de
ter alguma afinidade com a eosina, não cora muito).
 Não têm uma organização de cardiomiócitos modificados, não têm
sistema de túbulos T (ou seja, não têm sarcómeros)
 As células estão ligadas entre si na mesma por desmossomas e “gap
junctions” (são discos intercalares atípicos) e permitem a condução do
impulso elétrico (não promovem o impulso, mas permitem a sua
passagem rápida). Na parte dos ventrículos temos mais células purkinje.

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CORAÇÃO E VASOS
(Capítulo feito por Inês Cordeiro)

Vasos – Em termos histológicos, têm uma estrutura semelhante à do coração.

Todos os vasos têm essencialmente a mesma estrutura, vão é diminuindo de


tamanho, pois o lúmen diminui e, por conseguinte, os vasos tornam-se
sucessivamente mais pequenos.

Túnica Íntima – Corresponde ao endocárdio no .


 Está junto ao lúmen;
 Tem um endotélio simples pavimentoso;
 Como qualquer epitélio, a seguir à lâmina basal existe um tecido conjuntivo
subjacente. Consoante o tamanho do vaso, poderá ter mais ou menos
quantidade de tecido conjuntivo laxo subjacente com uma lâmina elástica
interna, no caso das artérias e nas arteríolas; em relação às veias,
normalmente não têm esta lâmina.
 Existem células contráteis (células mioíntimas) que produzem matriz
extracelular, nomeadamente colagénio e elastina, que são extremamente
importantes nestes vasos.
 Mantém a pressão sanguínea (consoante o  está em
sístole ou em diástole).

Túnica Média – Corresponde ao miocárdio no .


 Constituída essencialmente por tecido muscular liso, pois é independente da
nossa vontade;
 Tem fibras elásticas (quantidade dependente do calibre do vaso em questão);
 Com reticulina e proteoglicanos, ou seja, vai atrair a água;
 A lâmina elástica interna e a lâmina elástica externa são camadas de elastina
que têm fenestras, isto é, zonas de quebra da elastina que permitem a
passagem dos nutrientes;
 Têm células do músculo liso que vão produzir todos os componentes
necessários para a túnica media.

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Túnica Adventícia – Corresponde ao epicárdio no .


 Tem tecido conjuntivo laxo;
 Com fibras de colagénio tipo I dispostas longitudinalmente;
 Tem poucas fibras elásticas;
 Possui uma parte com nervos e vasos:
- Quando as camadas de células são muito grandes, precisam de muitos
mais nutrientes do que aqueles que existem nos tecidos conjuntivos das
túnicas média e íntima, por isso, têm vasa vasorum: vasos dos vasos que
vão nutrir as células das camadas referidas. Basicamente, estes vasos
vão nutrir todos os tecidos das túnicas média e íntima.
- Nervi vascularis , tecido nervoso autónomo que regula a contração
muscular e a sensação de dor.

Artérias vs. Veias


(NOTA: Não entrem em desespero se não conseguirem distingui-las logo,
depende muito da prática!!!)

Artérias: Veias:
 Túnica média + espessa   Lúmen acaba por colapsar devido
> Quantidade de músculo liso e ao sistema de válvulas;
fibras elásticas;  Possuem válvulas – Especializações
 Lúmen + pequeno; da túnica íntima que impedem que o
 Túnica adventícia + difícil de ver, sangue desça;
pois é < em relação às veias;  Túnica adventícia >.
 + Flexíveis.

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Túnica adventícia de uma grande


artéria: Microvasculatura para levar
O2 e nutrientes às células longe do
lúmen.

Células do músculo liso: Células


fusiformes com núcleo central.

SM – Fibras musculares.

E – Lamelas de elastina.

N – Nervi vascularis: Sistema nervoso


autónomo. Com muitos núcleos
desorganizados, sem lúmen.

A – Arteríolas: 3 camadas de tecido


muscular.

V – Vénulas: Túnica média muito


menos espessa.

- Em relação ao calibre dos vasos vai


diminuindo o lúmen e o tamanho das
várias túnicas (até aos capilares).
- Uma artéria de grande calibre tem a
presença de túnica íntima (endotélio),
túnica média (tecido elástico e muscular)
e túnica adventícia (tecido fibroso).
- As arteríolas só têm túnica íntima
(endotélio) e tecido muscular.
- Nos capilares, só existe mesmo a túnica
íntima (endotélio).
- Nas vénulas, existe apenas a túnica
íntima (endotélio) e tecido fibroso à
volta.
- As veias voltam a ter as 3 túnicas.
- Concluindo, a única camada comum a
todos os tipos de vasos é a túnica íntima
(endotélio).

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ENDOTÉLIO
 Estrutura comum a todos os vasos;
 Epitélio simples pavimentoso - células com todos os organelos;
 Membrana basal bem diferenciada;
 Pode ter pericitos: células com propriedades contráteis que regulam o fluxo
sanguíneo e podem diferenciar-se em células endoteliais ou musculares lisas.
Nos capilares, a quantidade de sangue que passa é muito pequena e, por isso,
é necessário um mecanismo de regulação do fluxo sanguíneo, que é feito
através de válvulas (esfíncteres) e de pericitos, passando “apenas uma célula
(glóbulos vermelhos) de cada vez” dentro dos órgãos;
 As células endoteliais têm muitas funções, mantendo a função dos vasos (é no
endotélio que estão os recetores para as determinadas funções dos vasos):
1. Manutenção da permeabilidade seletiva entre o plasma sanguíneo e o
tecido intersticial (líquido intersticial) – Permite os mecanismos de
difusão simples (passagem de O2 e de CO2), transporte ativo (glucose,
aminoácidos, etc.), pinocitose e endocitose mediada por recetores;
2. Manutenção da barreira não-trombogénica – Impede a formação de
coágulos, visto que secreta agentes anticoagulantes, antitrombóticos e
moléculas ativadoras do plasminogénio (degrada coágulos de fibrina)
(CURIOSIDADE: Quando há uma trombose, inicia-se normalmente nos
capilares);
3. Modulação do fluxo sanguíneo e resistência vascular – Secreção de
vasoconstritores e vasodilatadores (ex: NO, produzido pela NO sintase
no endotélio). Associado às funções renais: excreção e manutenção dos
eletrólitos (Na), balanço de água e conversão da angiotensina (também
regulada pelo ). Tudo isto está regulado com a função endócrina;
4. Regulação do crescimento celular – Secreção de fatores de
crescimento;
5. Regulação da resposta imunitária e inflamação – É através dos capilares
que passam as células do sistema imunitário, pois tem apenas um
epitélio simples pavimentoso, que é a zona mais fácil de atravessar, mas
também passam pelas vénulas. Há um controlo de interação entre os
leucócitos e o endotélio;
6. Manutenção da matriz extracelular – São sintetizadas proteínas que
pertencem à lâmina basal e ao glicocálice. Essencialmente produzem as
integrinas que fazem parte dos hemidesmossomas, o colagénio do tipo
IV, a laminina e os proteoglicanos – formam todos um complexo que faz
com que as células do endotélio possam comunicar com a membrana
basal;
7. Metabolismo lipídico – Oxidação de lipoproteínas, estando envolvidas
neste processo as moléculas LDL.

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Artérias
Elásticas – São as maiores, com a função de conduzir o sangue (ex: artérias
aorta e pulmonar);
Musculares – Têm como função distribuir o sangue;
Arteríolas – Conferem resistência à passagem do sangue.

As artérias conduzem o sangue do  a todas as partes do corpo:


 Pelo VE sai a artéria aorta, que faz a circulação sistémica.
 Pelo VD sai a artéria pulmonar, que faz a circulação pulmonar.

Fases do ciclo cardíaco


- Fase contrátil (sístole) – VE bombeia o sangue para as artérias elásticas e dá-
se uma vasodilatação das mesmas (ocorre produção de NO), aumentando o
tamanho do lúmen, o que permite a passagem do sangue do  para a aorta;
- Fase de dilatação (diástole) – Dá-se a vasoconstrição das artérias, diminuindo
o tamanho do lúmen. Como o sangue já se encontra nas artérias musculares,
esta contração vai impedir que o sangue venha em refluxo para trás.

Artéria Aorta (Elástica)


(NOTA: Vamos ver lâminas com HE e outras com corante para elastina
(Verhoeff’s).)

I: Túnica íntima com endotélio simples pavimentoso, tecido


conjuntivo subendotelial e algumas células musculares lisas.
 IEL: Lâmina elástica interna – Faz a divisão entre as túnicas
íntima e média; É fenestrada, isto é, não é contínua, para
permitir a passagem de nutrientes.
M: Túnica média com lamelas concêntricas de elastina (parte
mais escura); Espessura diretamente relacionada com a
pressão do sangue e a idade (no nascimento, o nº de lamelas é
muito pequeno); Com células do músculo liso (fusiformes, com
núcleos centrais, dispõem-se como “sardinhas em lata”,
ligadas entre si por gap junctions para permitir a síntese de
todas as proteínas necessárias à manutenção desta túnica, tais
como o colagénio, a elastina e outras moléculas da matriz
extracelular.
 Lâmina elástica externa (nem sempre se consegue ver).
A: Túnica adventícia, rica em fibras de colagénio, tecido
conjuntivo laxo, tem algumas fibras elásticas, tem fibroblastos
(não há na túnica média) e macrófagos, vasa vasorum e nervi
vascularis.

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Artéria

Veia

- Fibras de elastina
coradas a preto com
Verhoeff’s.
- Células do músculo liso
coradas a rosa.

Grande quantidade de
fibras de elastina e de
células do músculo liso
na túnica média!!!

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Artérias Musculares
Artérias com menor calibre, menor lúmen e, consequentemente, com menor
túnica média do que as artérias elásticas.

I: Túnica íntima com endotélio


simples pavimentoso que parece
estar enrugado, pois sendo uma
parede muscular, vai distender ou vai
contrair. Existe também algum tecido
conjuntivo subendotelial (pouco) e
células musculares lisas.
 IEL: Lâmina elástica interna
proeminente.
M: Túnica média com tecido
muscular liso, essencialmente, com
células circulares (em espiral) e com
núcleos centrais, de forma a manter
a pressão sanguínea. Existem muitas
fibras de colagénio (rosa + claro) e
poucas de elastina.
 Lâmina elástica externa (por vezes
tem, por vezes consegue-se ver e
outras não)
A: Túnica adventícia com muitas
fibras de colagénio, tecido adiposo,
fibroblastos, macrófagos, vasa
vasorum, nervi vascularis, etc.

Coloração com Verhoeff’s.


A túnica média tem algumas fibras elásticas, mas poucas.
As células do músculo liso estão coradas a rosa.

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Arteríolas
 Já estão a entrar dentro dos órgãos, já começam a criar ramificações para
dentro dos mesmos.
 São vasos que conferem resistência exatamente por isso, pois não pode haver
uma invasão massiva de sangue nos órgãos, este tem de ser controlado de
forma a que possa haver a passagem dos nutrientes e a absorção de CO2 e
dos restos metabólicos dos tecidos.
 Atuam como um esfíncter natural da pressão sanguínea, de forma a que,
quando se chega aos capilares, a passagem do sangue é feita de glóbulo
vermelho a glóbulo vermelho.

I: Túnica íntima com endotélio e sem tecido


conjuntivo subendotelial.
M: Túnica média com duas a 4 camadas de
músculo liso circulares bem proeminentes.
Ad: Túnica adventícia (às vezes não se
consegue distinguir) possui vasa vasorum
(para realizar a nutrição dos tecidos), nervi
vascularis, fibras de colagénio muito mais
dispersas, etc.

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Capilares
 Deu-se a ramificação total.
 Envolvem os órgãos todos, de forma a que haja a passagem de O2 para dentro
dos órgãos e a absorção de CO2 e lixos metabólicos para dentro do sangue.
 As arteríolas terminais atuam como esfíncteres pré-capilares, controlando a
entrada de sangue nos capilares.
 Os capilares têm diferentes estruturas em função da atividade metabólica do
órgão.
 A sua organização depende da continuidade das células endoteliais com a
lâmina própria.
 Só têm túnica íntima.
 Podem ter pericitos (células com capacidade contrátil).
 O citoplasma endotelial destes vasos tem muitas mitocôndrias e todos os
outros organelos (devido a todas as funções que o epitélio vai ter – descritas
na página 4).

Grupos Histológicos dos Capilares

Capilares Contínuos Capilares Sinusoides


Capilares Fenestrados
- Nem as células do endotélio nem - Na medula óssea, no fígado
- Nas glândulas endócrinas,
as da membrana basal apresentam e no baço.
nos pulmões, nos rins e no
fenestras. trato intestinal, ou seja, em - Apresentam fenestras no
- Aparece no músculo, no sistema zonas onde têm de existir endotélio e na membrana
nervoso central e nas glândulas trocas rápidas e absorção de basal  Passagem de
exócrinas porque não há fluídos e de metabolitos  moléculas de maior
necessidade de haver trocas FENESTRAS apenas no tamanho entre o sangue e o
rápidas de nutrientes, então, a endotélio (a membrana basal tecido em causa.
passagem dá-se por difusão. mantém-se íntegra).

- A difusão de outras moléculas dá- - Células unidas por tight


se por transcitose (células ricas em junctions.
vesículas de pinocitose).
Basicamente, a molécula passa de
um meio para dentro da célula e
depois para outro meio.
- Células ligadas por tight junctions.
- Pode ter pericitos.

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Pericitos

- Associados ao endotélio dos capilares, com a sua própria lâmina basal ou


associada à da célula endotelial.
- Citoplasma ramificado, grandes núcleos e muita heterocromatina.
- Capacidade contrátil.
- Dão suporte vascular e promovem a estabilidade dos capilares e vénulas pós-
capilares.

Derivam da túnica
íntima dos vasos
Sistema Venoso
- É um sistema de baixa pressão, pois vai contra a gravidade  Sistema de
válvulas (sistema valvular) para impedir o retorno do sangue.
- A força que ajuda o sangue a subir é gerada pela contração do músculo liso
associado às veias e do músculo esquelético que temos nos membros inferiores
e dos outros órgãos. (As pessoas com mobilidade reduzida têm muita dificuldade
em fazer a circulação venosa, pois o músculo esquelético dos membros
inferiores não estão a funcionar bem e, consequentemente, o sangue não tem a
força necessária para voltar ao ).
- Os vasos vão ganhando túnica média à medida que vamos subindo (transição
gradual).

O sistema venoso conduz o sangue dos órgãos de volta ao , entrando na


circulação pulmonar para ser oxigenado:
 No AD entram as veias cavas;
 No AE entram as veias pulmonares.

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Vénulas Pós-capilares
 Como o sangue venoso passa mais lentamente, muitas vezes, quando se
fazem preparações histológicas, é possível observar eritrócitos nas veias.
 São semelhantes aos capilares.
 Têm mais pericitos.
 O seu lúmen é maior do que o dos capilares.
 É onde se dá a ação de vasoativos como a histamina, ou seja, as reações
imunológicas.
 Nos órgãos linfoides (nódulos linfáticos e baço), o epitélio não é simples
pavimentoso, mas sim cúbico, devido à passagem de moléculas do sistema
imunitário.

A: Arteríola.
V: Vénula pós-capilar
(como se pode
observar, tem um
lúmen >>>)

Veias Coletoras
 São maiores do que as vénulas pós-capilares, possuindo um lúmen maior.
 Têm uma túnica íntima com muitos pericitos.
 Têm algumas células do músculo liso (muito poucas).
 Já começa a ter vasa vasorum (arteríolas à volta).

A: Arteríolas.
V: Veias coletoras
(podemos ver que
são muito >>> e que
possuem muitos
pericitos).

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Vénulas Musculares
 E: Com uma túnica íntima muito fina.
 M: A túnica média tem duas a 3 camadas de tecido muscular liso.
 Ad: A túnica adventícia é extremamente visível.

Válvulas

Dobras da
t. íntima
projetadas
para
dentro do
lúmen.

Veias de Médio Calibre


 Túnica íntima ainda bastante fininha e
sem tecido subendotelial.
 Tem mais camadas de tecido muscular
liso.
 Tem um grande lúmen cheio de
glóbulos vermelhos.
 Túnica adventícia muito grande.
 Normalmente, uma veia de calibre
médio acompanha e está em paralelo
com uma artéria muscular:

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- Nesta preparação, a veia apresenta o lúmen todo colapsado devido à sua


preparação e, então, não é possível observar o seu sistema valvular.
- Na artéria, conseguimos ver muito bem as camadas de tecido muscular liso e
alguma elastina na túnica média, a lâmina elástica interna e a lâmina elástica
externa.

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Veias de Grande Calibre


(Ex: Veia cava)

 Túnica íntima mais pequena


do que as das artérias de
grande calibre e com pouco
tecido subendotelial.
 Túnica média espessa, mas
não tão espessa como a da
aorta. Tem mais tecido
muscular liso e alguns
fibroblastos (que não estão
presentes nas artérias).
 Túnica adventícia muito
espessa em relação à aorta.

ARTÉRIA VS. VEIA

Para terminar… (FINALMENTE)

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- Nesta imagem, conseguimos observar uma artéria muscular com a túnica


média bem evidente.
- A veia também é, provavelmente, muscular devido ao tamanho da sua túnica
média. Podemos ver o lúmen e o sistema valvular colapsados e muitos glóbulos
vermelhos.

NOTAS:
 Normalmente, para uma artéria existem sempre duas veias, mas podemos não
conseguir observar isto devido aos cortes histológicos.
 Também podemos encontrar glóbulos vermelhos nas artérias.
 ISTO NÃO É MATEMÁTICA!!!

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HEMATOPOIESE

 É o processo de produção de continua e regulada de células sanguíneas


e inclui várias etapas como: a proliferação, diferenciação e a maturação.
 Acontece principalmente na medula óssea (mas pode variar no caso do
embrião e do feto).
 Depende de todo o microambiente medular (células do estroma, citocinas
e fatores de crescimento) onde esteja a ocorrer a hematopoiese.
 Depende também de estímulos que levam à produção de mais células
sanguíneas, dos quais são exemplo a hipoxia, a infeção e o sangramento:
• Numa situação em que haja hipoxia (ex. ao escalar o Evereste, o ar é
rarefeito e tem menos oxigénio) é necessário produzir mais eritrócitos
para se captar mais oxigénio e suprir os vários órgãos e tecidos.
• Já os leucócitos são mais produzidos no decorrer de correr uma
infeção.
• No caso de uma grande hemorragia, ambos são produzidos para
compensar aqueles que estão a ser perdidos.

Os locais de hematopoiese variam, dependendo do estádio do desenvolvimento:

• No período embrionário temos uma hematopoiese embrionária (período


mesoblástico) que ocorre no saco vitelino extra-embrionário e numa
região que se chama Aorta-gonad-mesonephros ao longo de
determinadas artérias. É no próprio endotélio que ocorre a
hematopoiese.
• Hematopoiese fetal (período hépato-esplénico), ou seja, das 8 semanas
até aos 6-7-meses de desenvolvimento embrionário. A hematopoiese
ocorre essencialmente no fígado e no baço.
• No período pós-natal, a medula óssea passa a ser a única fonte de novas
células sanguíneas, sendo que o timo, o baço e os gânglios (que são
abordados na aula seguinte) são também considerados órgão linfáticos
ou linfoides participando na maturação (não na produção) e encontro
entre antigénios e linfócitos
(aspeto abordado em maior
profundidade na aula
seguinte).

O gráfico representa os
diferentes períodos
mencionados:
• No período embrionário
tem-se o saco vitelino como
principal órgão
hematopoiético
• No período fetal, o saco
vitelino é substituído pelo
fígado e pelo baço
• No pós-natal e resto da vida
passa a ser a medula óssea

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 Até aos dois anos de idade, a medula de todos


os ossos é o local de produção de células
sanguíneas, mas a partir dos dois anos a
medula dos ossos longos começa a ser
substituída por gordura.
 Passados alguns anos deixa de ser um tecido
hematopoiético e passamos a ter um tecido
adiposo.
 Em adulto, os principais ossos em que a
medula é o local hematopoiético são os ossos
da bacia, costelas e crânio.
 Podendo falar-se de medula amarela ou
adiposa (também conhecida como medula
inativa, em que prevalecem os adipócitos), e a
medula vermelha ou medula ativa, em que de
facto ocorre a hematopoiese.

As células hematopoiéticas podem estar em vários estádios:


• Células hematopoiéticas estaminais que são os precursores de todas as
outras células;
• Precursores um pouco mais diferenciados, ou seja, que já estão
comprometidos com uma linhagem (ou dão em eritrócitos, ou linfócitos,
ou plaquetas),
• Células de cada linhagem em vários estádios de diferenciação, que
quando maduras se libertam na corrente sanguínea (atravessam os
capilares e vão para a corrente sanguínea).

De salientar, que as células do estroma, os adipócitos, os macrófagos, todas


estas células contribuem com fatores de crescimento e hormonas para induzir
hematopoiese de determinada linhagem.

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Nas aulas práticas não serão vistos esfregaços medulares pois é preciso muita
experiência para identificar as células. No entanto, conseguem-se identificar
algumas células como:
• Megacariócitos (células grandes que vão originar as plaquetas, e têm
núcleos bastante grandes);
• Os espaços brancos são os sinusóides
• Já as células de uma determinada linhagem estão dispostas em ilhotas
(na figura estão células da linhagem eritroblástica, donde resultarão,
portanto, eritrócitos).

A hematopoiese tem vários nomes dependendo da


célula que está a ser produzida, podemos ter: NOTA! Não é preciso saber estes
 Eritropoiese, nomes todos de cor, são só para
 Granulopoiese, ter uma ideia, pois isto será
 Monocitopoiese, abordado com mais detalhe
 Trombocitopoiese, noutras cadeiras mais tarde,
 Linfocitoipoiese, etc. nomeadamente imunologia.

Todas as células que são formadas derivam de uma única célula hematopoiética,
patente na figura que mostra uma árvore genealógica das células sanguíneas.

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 É importante perceber que uma célula estaminal hematopoiética tem a


característica de que ao dividir-se uma das células filhas vai ser igual à
original (é uma das características de qualquer célula estaminal), sendo
que a outra célula filha se vai diferenciar num progenitor mieloide ou num
progenitor linfoide.
• O linfoide vai dar origem aos dois tipos de linfócitos (ou B ou T)
• o precursor mieloide, que está comprometido com todas as células
da linhagem mieloide (granulócitos, os monócitos, os
megacariócitos que originam as plaquetas, e os eritrócitos).

Note-se que ao longo desta diferenciação vão ocorrer transformações entre as


células, nomeadamente a célula vai ficando mais pequena, o núcleo mais
condensado, aparecimento de grânulos em certas linhagens, etc.

NOTA: a célula é multipotente, uma vez que ela só é capaz


de originar células sanguíneas e não qualquer outra célula
do organismo

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 Algumas das transformações acabadas de referir e associadas às


diferentes linhagens vão depender do microambiente medular (células do
estroma, adipócitos, os macrófagos, citocinas, fatores de crescimento,
Microambiente0medularECitocinas/Factores0de0 Crescimento,0
etc.).
Moléculas0de0Adesão0e0células0do0estroma

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SANGUE

 O sangue é um tecido conjuntivo especializado constituído de células e


plasma.
 Contido pelo sistema circulatório •
 Suspensão viscosa: ≈ 5 vezes mais do que a água
 Opaco: cor avermelhada devido à hemoglobina •
 Percentagem do peso corporal: 8%
 Volume total num adulto de 70 kg: 5 a 6L
 pH: 7,35 -7,45
 Estes componentes podem ser separados por centrifugação se o sangue
for colocado na presença de anticoagulantes. Os eritrócitos (ou
hemácias) sedimentados constituem cerca de 45% do volume sanguíneo.
 No topo da camada eritrocitária, rica em camada leucoplaquetária, que
contém leucócitos (células brancas) e plaquetas. A fração sobrenadante
transparente acima das hemácias sedimentadas é o plasma.

Funções do sangue:

TRANSPORTE
 nutrientes; gases;reguladores bioquímicos (hormonas); enzimas
MANUTENÇÃO
 equilíbrio hídrico e electrolítico; pH; termorregulação
PROTEÇÃO
 contra infeções; perda de líquidos e células
em caso de lesão vascular (hemóstase)
EXCREÇÃO
 produtos resultantes do catabolismo celular; toxinas

PLASMA
 O plasma é o componente líquido do sangue.
 O plasma contém sais e postos orgânicos (incluindo aminoácidos,
lipídios, vitaminas, proteínas e hormonas).
 Na ausência de anticoagulantes, os elementos celulares do sangue, junto
com as proteínas plasmáticas (principalmente o fibrinogénio), formam um
coágulo no tubo de teste.
 A porção líquida é chamada soro, a qual é, essencialmente, plasma sem
fibrinogênio.

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ELEMENTOS CELULARES DO SANGUE

Hemácias (eritrócitos)
 As hemácias, também chamadas eritrócitos, são células anucleadas com
formato bicôncavo.
 As hemácias não possuem organelos
 São compostas apenas por uma membrana plasmática, o seu
citoesqueleto subjacente, hemoglobina e enzimas glicolíticas.
 As hemácias circulam por 120 dias.
 As hemácias senescentes são removidas por fagocitose ou são
destruídas por hemólise no baço.
 As hemácias são substituídas na circulação pelos reticulócitos, os quais
completam a síntese e maturação da sua hemoglobina 1 a 2 dias após
entrarem na circulação.
 Os reticulócitos representam 1% a 2% das hemácias circulantes. As
hemácias transportam oxigênio e dióxido de carbono e estão restritas ao
sistema circulatório.

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Leucócitos

Os leucócitos são classificados:

 Granulócitos (contendo grânulos citoplasmáticos primários, e


específicos ou secundários)
 Agranulócitos (contendo apenas grânulos primários). Em resposta a um
estímulo apropriado, os leucócitos podem sair da circulação sanguínea
(diapedese) e entrar no tecido conjuntivo através do mecanismo de
endereçamento (homing).

Granulócitos
 Estas células fagocíticas possuem um núcleo multilobulado.
 Sua sobrevida média varia com o tipo celular.

Três tipos de granulócitos podem ser distinguidos pelos seus grânulos


citoplasmáticos:

Neutrófilos

 Estas células possuem um núcleo lobulado.


 Seu citoplasma contém grânulos secundários (específicos) e primários.
No citoplasma não se vê bem os grânulos, logo o citoplasma é mais claro.
 Os neutrófilos, que constituem 60% a 70% dos leucócitos circulantes, têm
um tempo de vida de 6 a 7 horas e podem sobreviver por até 4 dias no
tecido conjuntivo.
 Após deixar a circulação através de vénulas pós-capilares, os neutrófilos
atuam com o objetivo de eliminar bactérias opsonizadas ou limitar a
extensão da reação inflamatória no tecido conjuntivo.

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Eosinófilos

 Os eosinófilos possuem um núcleo bilobulado característico.


 Seu citoplasma é preenchido por grandes grânulos refringentes que se
coram em vermelho nos esfregaços sanguíneos e em cortes histológicos.
 Grânulos básicos, logo, com maior afinidade para a eosina (mais rosa)
 Os eosinófilos constituem 2% a 4% dos leucócitos circulantes e também
podem deixar a circulação e entrar no tecido conjuntivo.
 Estas células são a primeira linha de defesa a ausência de peroxidase
contra parasitas e também participam na deflagração de processo de
asma brônquica.

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Basófilos

 Núcleo bilobulado, tipicamente ofuscado por grânulos;


 Estes granulócitos contêm grandes grânulos citoplasmáticos, porque os
grânulos primários são metacromáticos que frequentemente
obscurecem o núcleo bilobulado.
 Grânulos ácidos, logo, com maior afinidade para a hematoxilina (mais
roxos);
 Os basófilos representam apenas 1% dos leucócitos circulantes.
 Eles podem deixar a circulação e entrar no tecido conjuntivo, onde se
assemelham a mastócitos.
 Os basófilos têm papel na hipersensibilidade imediata (asma brônquica)
e tardia (reação alérgica cutânea) e na propagação da resposta
imunológica.

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AGRANULÓCITOS

Os agranulócitos possuem um núcleo arredondado ou endentado.


Eles contêm apenas grânulos primários, que são lisossomas.
Os agranulócitos incluem os linfócitos e os monócitos.

Linfócitos
 Os linfócitos são células grandes (3% dos linfócitos) ou pequenas (97%
dos linfócitos).
 Em ambos os casos, o núcleo é redondo e pode ser levemente endentado.
 O citoplasma é basófilo, frequentemente aparecendo como uma delgada
borda em torno do núcleo. Alguns grânulos primários podem estar
presentes.
 Os linfócitos podem viver poucos dias ou até vários anos.
 Os linfócitos se dividem em duas categorias:
• Os linfócitos B (também chamados de células B) são produzidos e
amadurecem na medula óssea. O Linfócito B naive é ativado, por
contacto com o antigénio, divide-se rapidamente e as novas células
diferenciam-se em plasmócitos - células produtoras de anticorpos e
células B de memória

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• Os linfócitos T (também chamados de células T) são produzidos na


medula óssea, mas completam sua maturação no timo. As células T
ativadas participam da imunidade celular.

Monócitos

 O seu núcleo tem uma forma reniforme ou oval.


 Os grânulos citoplasmáticos são pequenos ou não podem ser
visualizados à microscopia ótica.
 Os monócitos circulam no sangue por 12 a 100 horas e, em seguida,
passam para o tecido conjuntivo.
 No tecido conjuntivo, os monócitos diferenciam-se em macrófagos, que
estão envolvidos na fagocitose de bactérias, apresentação de antigénios
e remoção de restos de células mortas.
 No tecido ósseo, os monócitos diferenciam-se em osteoclastos, sob o
controle de osteoblastos.

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Plaquetas
 As plaquetas são pequenos fragmentos citoplasmáticos derivados dos
megacariócitos sob o controle da trombopoietina, uma glicoproteína com
35 a 70 kDa produzida no rim e no fígado.
 Os megacariócitos desenvolvem projeções citoplasmáticas que se
tornam pró-plaquetas, que, então, se fragmentam em plaquetas.
 Este processo de diferenciação leva 10 a 12 dias.
 As plaquetas ligam e degradam a trombopoietina, um mecanismo que
regula a produção plaquetária.
 A membrana plasmática de uma plaqueta invagina-se para formar um
sistema de canais citoplasmáticos, chamado sistema canalicular aberto.
 A região central da plaqueta, o granulómero, contém mitocôndrias,
retículo endoplasmático granular, o complexo de Golgi e grânulos.
 A periferia da plaqueta, o hialómero, contém microtúbulos e
microfilamentos que regulam o formato e o movimento da plaqueta

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ENDEREÇAMENTO (HOMING) E INFLAMAÇÃO


Estudar o conceito de endereçamento através do mecanismo de migração dos
neutrófilos fagocíticos para o sítio de infeção e inflamação.
1- A primeira etapa é a adesão de carboidratos, que são ligantes na
superfície do neutrófilo, a uma selectina endotelial (E-selectina). Esta
ligação determina a adesão e o rolamento do neutrófilo.
2- A segunda etapa é uma interação mais forte de integrinas LFA-l) e Mac-l
(macrófago-l) do neutrófilo com a ICAM-l e ICAM-2 na superfície das
células endoteliais. A ICAM-I é induzida pelas citocinas fator de necrose
tumoral-u e interleucina-l CIL-I) produzidas por macrófagos ativados
presentes no local da inflamação.
3- Estas interações moleculares determinam:
(1) A forte adesão do neutrófilo, necessária para interromper o rolamento;
(2) A preparação da célula para que ela possa passar se espremendo por
entre células endoteliais adjacentes em direção ao agente quimiotático
interleucina-8, produzido por células inflamatórias;
(3) A migração transendotelial, ou diapedese, facilitada pela interação
das moléculas CD31 expressas nas superfícies tanto do neutrófilo como
da célula endotelial.

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HOMEOSTASE

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ÓRGÃOS DO SISTEMA LINFÁTICO: TIMO, GÂNGLIOS LINFÁTICOS E


BAÇO
Órgãos Linfoides:

Primários – órgãos onde os linfócitos são produzidos ou


maturados através de um progenitor não diferenciado e/ou não
maturado
 Medula óssea (B e T)
 Timo (T)

Secundários – local onde os linfócitos naive (naive = ingénuos/


imaturos em inglês, eles são ingénuos porque ainda não
enfrentaram a realidade difícil que é lutar contra o seu
antigénio específico) vão encontrar os antigénios e onde vão
ser ativados
 Gânglios linfáticos
 Baço
 MALT (Tecido Linfoide Associado à Mucosa) – tecido
pouco organizado
 Placas de Peyer
 Amígdalas ou tonsilas palatinas
 Adenóides
 Apêndice
 BALT (nos Brônquios do Sistema Respiratório)

Existem dois grandes grupos de linfócitos – B e T. Eles podem ser naive (nunca
terem contactado com o antigénio, desenvolvem uma resposta mais lenta
porque é o primeiro contacto) ou de memória (já fazem parte de uma 2ª geração
que leva a que a resposta seja mais rápida e se dividam mais depressa).

Os linfócitos são específicos – há um linfócito para cada antigénio, havendo


milhares de possibilidades através de recombinações genéticas de todos os
linfócitos existentes.

Linfócitos B

Tem um
Produzem
anticorpo
anticorpos
na sua
– Ig – sob a Vão sair
superfície
forma para o
que Participa
solúvel, organismo Eliminar
funciona Diferencia- num
Linfócito iguais aos e "marcar" corpo
como se em conjunto de
ativado recetores os estranho!!!
recetor que plasmócitos respostas
da antigénios/ ☺
vai do SI
membrana corpos
reconhecer
que estranhos
o seu
reconheceu
antigénio
o antigénio
específico

 Reconhecem diretamente o antigénio

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Linfócitos T

Não conseguem reconhecer sozinhos os antigénios  têm de ser apresentados


pelas células apresentadoras de antigénios que vão fagocitar os antigénios,
processá-los e depois apresentar/ “mostrar” aos linfócitos T (ex. Células de
Langerhan – células dendríticas da pele): COMO?

Mostra através do MHC – recetor da superfície da célula/ “bandejas” para servir


os antigénios:

 MHC classe 1 – todas as células nucleadas (ou seja, as hemácias não têm)
têm este complexo e funciona como o BI das células em que os seus
recetores apresentam um antigénio da própria célula.

 MHC classe 2 – só faz parte das células apresentadores de antigénios,


como os macrófagos e células dendríticas (que também têm o MHC1).
Estes ao fagocitarem os antigénios, destroem todo o antigénio menos a
parte que o caracteriza e seria reconhecida pelos linfócitos. Eles depois
expressão o antigénio do corpo estranho no seu MHC2 para ser
reconhecido pelo SI (Sistema Imunitário) e ativá-lo ao ser detetado pelos
linfócitos B e T.

Dividem-se em 3 grupos:

 T helper/ auxiliadores (CD4)


 Auxiliam os outros elementos do SI
 Produzem citocinas  funcionam como fatores de crescimento,
hormonas  estimulam/ reprimem ações noutras células
 Ex. Linfócitos B a diferenciarem-se e dividirem-se em plasmócitos

 T citotóxicos (CD8)
 Têm a capacidade de matar efetivamente uma célula “aberrante” através
da indução da apoptose

 T reguladores
 Menor quantidade no organismo
 Controlam a resposta imunitária (ex. inflamação) no final da reação para
podermos voltar ao estado basal
 Promove tolerância a determinados antigénios, como os do próprio

NK (Natural Killer)

 São linfócitos citotóxicos que não são específicos para determinados


antigénios, podendo atacar vários.

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PRODUÇÃO DE LINFÓCITOS

 Os linfócitos são produzidos na medula óssea (órgão linfático primário)


através da hematopoiese e depois vão ter de sofrer um processo de
maturação.
 A maturação dos linfócitos B dá-se na medula óssea (Bone Marrow)
enquanto as do T dão-se no Timo (para chegar ao Timo, eles vão para um
vaso “especial” que não deixa que eles se espalhem para o resto do
corpo).

 Os linfócitos quando nascem são específicos, mas são muito diversos,


devido a uma imensa quantidade de variadas combinações que os genes
que formam a molécula que reconhece os antigénios (BCR nos linfócitos
B e TCR nos linfócitos T) pode ter.

 Destas inúmeras combinações podem resultar linfócitos que reconhecem


o nosso próprio organismo como estranho.

 Tem de haver então um processo de seleção e eliminação destes


linfócitos prejudiciais – a esta seleção dos linfócitos “bem-educados” que
lhes mostra o que podem ou não atacar chama-se maturação (é a
“escolinha” da vida dos linfócitos – sim, até os linfócitos vão à escola.
Toca a todos.)

 A partir daqui os linfócitos são imunocompetentes.

 Isto faz com que quando os linfócitos entram na corrente sanguínea e se


dirijam para os órgãos linfócitos secundários, num processo chamado
homing, estes já só sejam capazes de reconhecer antigénios estranhos.
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 Eles não estão sempre nos órgãos linfoides secundários, podendo


circular pelo organismo através dos vasos e linfa, mas depois voltam para
a sua “casa”, ou seja, aos órgãos linfoides secundários.
 A migração de leucócitos através do corpo facilita a vigilância
imunológica, assim como direciona as respostas imunológicas para os
tecidos atingidos por antígenos.
 Subgrupos distintos de leucócitos respondem a tipos particulares de
antígenos em diferentes estágios durante uma resposta inflamatória.

TIMO

 Local de maturação dos linfócitos T tornando-os imunocompetentes


 Desenvolvem a auto tolerância imunológica (tolerância por parte dos
linfócitos pelo próprio organismo)  pode levar a uma doença autoimune
 Órgão bilobado, dividido em vários lóbulos pela cápsula (tecido
conjuntivo denso) que se projeta pelo parênquima dos órgãos – não é uma
divisão total
 Situado no mediastino superior
 O timo secreta hormonas e citocinas (ex. timolina)
 É mais ativo e maior durante a infância. Depois da adolescência “involui”
e é substituída por um tecido celular adiposo
 Até à adolescência, “educamos” a maior parte dos nossos linfócitos T 
por isso é que os velhotes são mais fracos imunologicamente (já têm o
“reportório” feito).
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Cápsula (tecido
conjuntivo denso)
que se projeta para
anterior

S  Trabéculas/ Septos provenientes da cápsula


Cx  córtex, zona mais periférica, mais escura (+ densamente populada e rica
em células)
M  medula, zona mais central e partilhada por diferentes lóbulos, mais clara (-
povoada)

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Entre o córtex e a medula, houve uma série de linfócitos que foram selecionados
e morreram por apoptose porque eram “mal-educados” o que torna a zona da
medula muito menos povoada.

Cada lóbulo é formado:


De uma parte periférica, denominada zona cortical, que envolve a parte central,
mais clara, a zona medular.

CÓRTEX TIMO
 A zona cortical cora-se mais fortemente pela hematoxilina, por ter maior
concentração de linfócitos
 Cápsula
 Estroma (parênquima do órgão) – tem células reticulares epiteliais
corticais (em amarelo na imagem abaixo)
• Epiteliais – têm de estar a tocar uma nas outras (aspeto estrelado)
mas enquanto que na periferia estão justapostas – formam uma
barreira – no meio tocam, mas não estão juntas – forma uma rede
para alojar os linfócitos
• Vão mostrar aos linfócitos, no processo de seleção positiva
(explicado abaixo), os MHC que eles têm de ser capazes de detetar
como seus e não como estranhos.
• As células reticulares epiteliais têm núcleos grandes, cromatina
fina e citoplasma com numerosos prolongamentos que se ligam
aos das células adjacentes, por desmossomoas.

Células T imaturas (vêm da medula e ainda podem proliferar um bocado na


periferia do timo) e em maturação – timócitos

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MEDULA DO TIMO

 Muito menos povoada


As células já foram eliminadas na seleção positiva
 Há uma continuidade entre os vários lóbulos
 Completa-se a maturação – CD4+ OU CD8+
 Depois de receberem TCR, CD3 e CD4 E CD8, na medula perdem uma das
moléculas e passam só a ter um recetor – CD4 (T helper) ou CD8 (T
citotóxicos)
 Células epiteliais reticulares medulares – apresentam antigénios
 Tem células dendríticas
 Apresentam antigénios para haver seleção negativa

 Seleção negativa/ Deleção clonal


• Aquisição de autotolerância/ tolerância ao self – não nos
atacarmos a nós mesmo
• Enquanto na seleção positiva testámos se eram capazes de
reconhecer o MHC do individuo (ou seja, saber que ele existe), na
seleção negativa vamos testar se reconhecem os genes em si do
individuo e eliminar aqueles que reconhecem “demasiado”
• Eliminação de células que reconhecem genes próprios,
apresentados pelo MHC, como antigénios (corpos estranhos) –
têm uma grande afinidade para o nosso corpo então ligam-se
durante mais tempo
• Este processo não acontece só na medula, também pode
acontecer no córtex, mas é MAIORITARIAMENTE na medula

 Macrófagos fagocitam células apoptóticas


 Linfócitos T maduros entram na corrente sanguínea
Nas vénulas pós-capilares na junção córtico-medular

Corpúsculos de Hassall – parecem uma casca de cebola


 Resultam de restos células que existiam na medula e
que foram queratinizados e calcificados
 Os corpúsculos de Hassall (Figura 14.17) têm
diâmetro de 30 a 150 µme são formados por células
reticulares epiteliais, organizadas em camadas
concêntricas unidas por numerosos desmossomos.
 Não são inertes!
Secretam linfopoietina, IL-7 e IL-4  ajudam na
seleção negativa e resto da maturação

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MATURAÇÃO
 Mitoses na periferia do córtex
 Rearranjos dos genes do TCR (Recetor na superfície
das células T) para adquirir o seu recetor específico
– imensa variedade de linfócitos específicos
 Aquisição de CD3 (marcador de todos os linfócitos T
associado ao TCR, independentemente do tipo)
 Células duplas positivas – aquisição de CD4 e CD8
simultaneamente
 Só mais tarde, na medula do Timo, é que eliminam um
dos recetores
 Barreira Hemato-tímica!
• Impede a passagem dos conteúdos do sangue
para o órgão
• Os vasos sanguíneos têm endotélio, depois
membrana basal e logo a seguir têm células
reticulares epiteliais corticais que têm a sua
própria membrana basal – forma uma “faixa”
que impede que antigénios que circulem no
sangue passem para dentro do timo e
“baralhem” isto tudo e os linfócitos que ainda
não são capazes de distinguir o que é “bom”
ou “mau” fiquem confusos.

 Existem outras barreiras semelhantes:


Hemato-encefálica
Hemato-testicular

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Seleção positiva – restrição ao MHC


 Os linfócitos têm de ser capazes de reconhecer uma molécula que esteja
à superfície da célula e ligada ao recetor MHC do próprio individuo (o que
significa que aquela célula é “nossa” e não a devemos eliminar)
 Estas moléculas com o complexo MHC associado a elas são apresentadas
aos linfócitos T pelas células reticulares epiteliais corticais (células
dendríticas apresentadoras de antigénios)
 Se não forem capazes de reconhecer o MHC, elas são eliminadas e sofrem
apoptose
 Macrófagos (Ma) fagocitam células apoptóticas
 Cerca de 95% dos linfócitos não chegam a maturar completamente e
morrem no córtex
 Por isso é que o córtex é tão denso e escuro (muitas células) e a medula
mais clara, histologicamente

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ÓRGÃOS LINFÁTICOS SECUNDÁRIOS


 Local de encontro entre linfócitos (já maturos) e antigénios
 São a “casinha” dos linfócitos.
 Função: filtrar a linfa, rica em antigénios
 A linfa recolhe a água dos tecidos, transporta antigénios e células
dendríticas (que vigiam os tecidos e quando vêm algo de suspeito, correm
logo para casa para a mãezinha – órgãos linfoides secundários – para
alertar os linfócitos)

GÂNGLIOS LINFÁTICOS

 Forma de feijão ou rim


 Cápsula e vários lóbulos
 Estroma de tecido reticular
Marca-se bem com staining
Como acontece no tecido linfático em geral, o parênquima do órgão é
sustentado por um arcabouço de células reticulares e fibras reticulares,
sintetizadas por essas células.

 A circulação da linfa nos linfonodos é unidirecional. Ela


atravessa os linfonodos, penetrando pelos vasos linfáticos
que desembocam na borda convexa do órgão (vasos
aferentes) e saindo pelos linfáticos do hilo (vasos eferentes).
 Áreas ricas em linfócitos T – áreas T
 Áreas ricas em linfócitos B – áreas B
 “Filtram” a linfa, rica em antigénios

 No trajeto dos vasos linfáticos


Axilas
Região inguinal/ Virilhas
Pescoço
Ao longo da aorta

 2 Partes:
Parte convexa  Chegam os vasos linfáticos aferentes com a linfa que
depois vai viajar dentro dos órgãos em seios (partes brancas)
Parte côncava  Sai uma veia e um vaso linfático eferente, esta parte
chama-se hilo.
Constituído por 3 regiões:

1- Córtex/ zona cortical

 Linfócitos B, DC foliculares (células dendríticas foliculares, mas que


servem mais para suportar os linfócitos do que apresentar antigénios),
fibroblastos
 É mais escura
 Têm folículos muito ricos em linfócitos B (reconhecem logo o antigénio
porque não precisam de ser apresentadas) – podem ser primários ou
germinativos
• Folículos primários – com linfócitos naive que ainda não
contactaram com o antigénio e por isso não tem um centro
germinativo (têm de ser naive porque se já tivessem contactado,
ou estavam mortos ou então tinha de ter um centro ativo
germinativo)

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• Folículos com centro germinativo (Flemming) – quer dizer que já


entraram em contacto com o antigénio e os linfócitos que têm
afinidade para aquele antigénio estão a proliferar-se

2- Paracórtex/ paracortical

 As células na periferia são mais claras e já completas e prontas a atacar


enquanto no centro do folículo é onde se dá a proliferação e por isso é
mais claro (citoplasma é maior).
 Linfócitos T, DCs interdigitantes (apresentam antigénios aos linfócitos T)
 Os linfócitos Thelper produzem
citocinas para ajudar os linfócitos B
a proliferar e a diferenciar em
plasmócitos
 Existem uma zona – vénula pós-
capilar do epitélio alto – onde os
linfócitos entram no órgão
 Epitélio alto – o endotélio é
geralmente simples pavimentoso,
mas neste caso vai ser cuboide,
com núcleos bastante redondos
(também acontece no timo)

3- Medula
 Plasmócitos vão secretar imunoglobulinas
 Linfócitos vão sair pelos vasos sanguíneos e vão até ao local da infeção
para combater o antigénio

Áreas B / T – através de imunohistoquímica (um anticorpo que marca um


anticorpo – anticorpo inception wow :o )
Áreas ricas em linfócitos B (marcado com F de folículos) / T (marcado com
P de paracortical)

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HISTOLOGIA:

 É um gânglio, em que vemos na zona do córtex, à superfície, vários


folículos.
 Vemos também zonas brancas que são as cápsulas. As cápsulas
projetam-se para o interior formando trabéculas.
 A seguir aos folículos temos a zona paracortical. A zona paracortical é
rica em linfócitos T e células dendríticas apresentadoras.
 Temos também a zona medular com zonas mais escuras – cordões
medulares. Os cordões medulares são linfócitos B que já foram ativados
e diferenciados em plasmócitos. Por isso dizemos que é um órgão onde
os linfócitos encontram os antigénios e são ativados por eles.
 Separando os cordões medulares, encontram-se os seios medulares,
histologicamente semelhantes aos outros seios dos linfonodos. Os seios
medulares recebem a linfa que vem da cortical e comunicam-se com os
vasos linfáticos eferentes, pelos quais a linfa sai do linfonodo.

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BAÇO

 Cápsula de tecido conjuntivo denso, a qual emite


trabéculas que dividem o parênquima ou polpa
esplênica em compartimentos incompletos
 A superfície medial do baço apresenta um hilo, onde a
cápsula mostra maior número de trabéculas, pelas
quais penetram nervos e artérias
 Altamente vascularizado
 É o principal órgão destruidor de eritrócitos (hemácias)
desgastados pelo uso.
 Origina linfócitos que passam para o sangue circulante.

Divide-se em:
 Polpa branca
• Não é branca, mas é por vezes arroxeada
• Compartimentos linfoides organizados, com zonas ricas em
linfócitos b – folículos e zona marginal – e zonas ricas em linfócitos
t – bainha linfoide periarterial
• Zonas concêntrica

 Polpa vermelha
• Cordões esplénicos e capilares sinusoides
• Rica em sangue
• Está à volta da polpa branca
• É um filtro que remove hemácias velhas danificadas e
microrganismos da circulação sanguínea.
• É também um local de armazenamento de hemácias.
• As bactérias podem ser reconhecidas pelos macrófagos da
polpa vermelha e removidas diretamente ou após serem
cobertas com proteínas do complemento (produzidas no fígado)
e imunoglobulinas (produzidas na polpa branca).

A polpa branca e a polpa vermelha comunicam através da zona marginal [é


vermelha porque está cheia de sinusoides (capilares muito fininhos cheios de
poros/ frenestas para serem atravessados por eritrócitos). Esta zona é porosa
porque o baço é o local onde os eritrócitos, depois de cerca de 120 dias, vão
para serem destruídos na polpa vermelha por macrófagos.
Os antigénios e as células do SI
(Sistema Imunitário) entram
através da artéria esplénica

Aqui não há linfa, mas sim


ramificações em artérias e
arteríolas que estão envolvidas
em bainhas periarteriais rica em
células T. Junto às extremidades
da bainha há folículos com
linfócitos B.

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RESUMINDO:

MALT (TECIDOS LINFÓIDES ASSOCIADOS ÀS MUCOSAS)

 Local de encontro entre os antigénios e os linfócitos.


 As amígdalas, os adenoides, células associadas às mucosas, têm uns
folículos (ricos em linfócitos B) associados a células T na periferia, a que
chamamos de MALT
 Trato gastro-intestinal – GALT
 Brônquios/ Sistema respiratório - BALT

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SISTEMA TEGUMENTAR

O tegumento é o maior órgão do corpo.


Ele é constituído por dois componentes:
 A pele
 Os derivados epidérmicos, tais como as unhas, os pêlos, folículos
pilosos e as glândulas (glândulas sudoríparas e sebáceas, e a
glândula mamária).

A pele tem várias funções:


 De proteção (função mecânica);
 Como uma barreira impermeável;
 De regulação da temperatura corporal (conservação e dissipação
do calor);
 De defesa não-especifica (barreira contra microrganismos);
 De excreção de sais;
 De síntese de vitamina D;
 Como um órgão sensorial
 De sinalização sexual

TIPOS DE PELE E ORGANIZAÇÃO GERAL

A pele apresenta três camadas firmemente aderidas umas às outras:


 A epiderme, mais superficial -derivada da ectoderme;
 A derme, mais profunda derivada da mesoderme;
 A hipoderme ou camada subcutânea -correspondente a fáscia superficial
da anatomia macroscópica.

A pele é geralmente classificada em dois tipos:


 Pele espessa (mais do que 5 mm de espessura) recobre as palmas das
mãos e as plantas dos pés e possui epiderme e derme espessas.
 Pele delgada(1 a 2 mm de espessura) recobre o resto do corpo; sua
epiderme é fina.

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A superfície da
As impressões
pele da palma
nas cristas
das mãos e As cristas e
Cada crista formam os
plantas dos pés, papilas são
epidérmica padrões das
e dos dedos das permanentes,
corresponde a impressões
mãos e dos pés, têm um padrão
uma papila digitais,
possui estreitas constante, e são
dérmica frequentemente
cristas únicas para
subjacente. usados na
epidérmicas cada indivíduo.
identificação
separadas por
forense.
sulcos

A epiderme e a derme apresentam uma íntima e fina interface na junção dermo


epidérmica, onde a lâmina basal e os hemidesmossomas estão presentes.

Uma crista epidérmica primária associa-se a uma crista dérmica primária


subjacente. Uma prega interpapilar epidérmica, que se projeta para baixo a
partir da crista epidérmica primária, entrelaça-se com a crista dérmica primária,
que é subdividida em duas cristas dérmicas secundárias.

Um número de papilas dérmicas projeta-se para cima, a partir da superfície de


cada crista dérmica secundária para a região epidérmica, entrelaçando-se com
as projeções da epiderme para baixo.

Esta organização é predominante na pele espessa, que é glabra (sem pelos). As


papilas dérmicas são numerosas e ramificadas. Na pele delgada, as papilas são
baixas e sua quantidade é reduzida.

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EPIDERME
O epitélio estratificado pavimentoso queratinizado da epiderme é constituído
por quatro tipos celulares diferentes:
1. O tipo celular predominante é o QUERATINÓCITO, assim chamado
porque seu principal produto é a queratina, uma proteína que forma
filamentos intermediários. Aqui a melanina forma um “chapéu” sobre os
núcleos onde a melanina se concentra.
2. Melanócitos - células derivadas da crista neural, responsáveis pela
produção de melanina. Estão na camada basal, têm um citoplasma mais
claro que os queratinócitos. Na pele negra os queratinócitos têm muito
mais melanina do que na pele clara
3. Células de Langerhans - células dendríticas derivadas de precursores da
medula óssea, que atuam como células apresentadoras de antigénios,
interagindo com as células T.
4. Células de Merkel - células derivadas da crista neural envolvidas na
sensação do tato. Apresentam núcleo lobado, grânulos secretores de
núcleo denso e podem, ainda, conter melanossomas.

Os queratinócitos estão em contacto intimo com os melanócitos. Os


queratinócitos produzem MSH que estimula os melanócitos a produzir melanina.
Através do fator de transcrição MTF. O melanossomas passa por 4 fases até ser
transferido para o queratinócito.
Na pele grossa (assim chamada por ter a epiderme mais espessa –palmas das
mãos e plantas dos pés) podem distinguir-se cinco camadas:
1. Camada córnea–composta por células queratinizadas.
2. Camada lúcida–possui células muito claras (pode considerar-se uma
divisão da camada córnea).
3. Camada granulosa–contém numerosos grânulos basófilos.
4. Camada espinhosa–as células apresentam-se unidas por desmossomas.
5. Camada basal–contém células indiferenciadas, responsáveis pela
renovação epitelial. As principais células da epiderme designam-se
queratinócitos (cuja morfologia varia conforme a camada em que se
localizam).

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CAMADA CÓRNEA
CAMADA GRANULOSA
Funções de revestimento e proteção das
células desta camada, que são eosinófilas, Contêm numerosos grânulos basófilos,
não possuem núcleo nem organelos, com proteínas percursoras de filagrina,
sendo quase inteiramente preenchidas a qual agrega e fixa os filamentos de
por filamentos de queratina queratina da camada córnea.

CAMADA BASAL
CAMADA ESPINHOSA
A camada basal apresenta células que
se alojam sobre a lâmina basal.
Os queratinócitos desta camada são
Esta camada contém células
maiores que os da camada basal e
indiferenciadas,a partir das quais novos
apresentam processos citoplasmáticos
queratinócitosse originam.
espinhosos
As células basais ligam-se entre si
Estes processos ligam-se a células
através de desmossomas e ligam-se
adjacentes através de desmossomas
à lâmina basal por hemidesmossomas

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DERME
A união da derme à epiderme é conseguida através de uma interface onde se
observam protusões de tecido conjuntivo, as papilas dérmicas, que se projetam
na epiderme.
As papilas são completadas por protusões epidérmicas semelhantes da
epiderme sobre a derme, as cristas epidérmicas.
A união entre a epiderme e a derme é também fortalecida pela presença de
hemidesmossomas entre a camada basal da epiderme e a lâmina basal.

Camadas da derme
 Camada papilar – tecido conjuntivo laxo (fibroblastos, fibras de colagénio
e fibras elásticas); contém discos de Merkel e corpúsculos de Meissner
(terminações sensoriais nervosas), vasos sanguíneos - plexo subpapilar
e plexo cutâneo (entre as duas camadas), linfáticos e glândulas. É
relativamente fina e é nesta camada que se localizam as papilas
dérmicas.

 Camada reticular –tecido conjuntivo denso não modelado (dá suporte e


resistência), grandes fibras de colagénio tipo I e fibras elásticas; contém
terminações de Ruffini e corpúsculos de Paccini (respondem à sensação
e são barorecetores - parecem cascas de cebola).

NOTA:
Corpúsculos de Paccini- estão muito profundos na pele. Detetam a pressão.
Corpúsculos de Meissner –são responsáveis pela sensibilidade ao toque leve
da pele sem pêlos (ex: lábios e faces volares –palmas das mãos e plantas dos
pés), localizando-se nas papilas dérmicas.
Corpúsculos de Ruffini –são sensíveis à distorção e tensão da pele. O elemento
neuronal consiste numa única fibra mielinizada que penetra na cápsula,
perdendo a bainha de mielina.

HIPODERME
 Constitui uma camada de tecido adiposo de espessura variável e tecido
conjuntivo laxo.
 Tem funções de armazenamento de energia e de isolamento térmico.
 Esta camada e o tecido conjuntivo laxo a ela associado constituem o
tecido celular subcutâneo.
 Células individuais e pequenos feixes de células musculares lisas
originadas nesta zona formam os músculos eretores dos pêlos, uma vez
que a sua contração é responsável pela pilo-ereção e enrugamento da
pele (por exemplo em resposta a baixas temperaturas).

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ANEXOS DA PELE
PÊLO

 Estrutura tubular com 5 camadas concêntricas de células epiteliais


(medula, córtex, cutícula, bainha interna, bainha externa);
 Base - bulbo piloso, com vasos e terminações nervosas perto;
 Músculo eretor do pêlo- servem para que os pêlos fiquem eretos como
uma resposta ao frio havendo um isolamento;
 Contido num invaginação da epiderme até quase à hipoderme.
 Os pêlos são compostos por células queratinizadas, mais exatamente por
queratina dura.

FOLÍCULO PILOSO

 É responsável pela produção e crescimento de um pêlo.


 A coloração do pêlo deve-se ao conteúdo de melanina.
 Na base do folículo
piloso existem células
matriciais que
representam a
camada germinativa
do folículo, sendo a
proliferação destas
células que induz o
crescimento do pêlo.
 O músculo eretor do
pêlo insere-se no bojo
folículo.

GLÂNDULAS SEBÁCEAS

 Acinosas ramificadas holócrinas – o


produto a glândula é constituído pela
excreção de toda a célula;
 Ácinos convergem para um curto ducto.
 Epitélio estratificado pavimentoso
 O conteúdo esvazia-se no folículo piloso;
 Encontram-se na derme, dentro da bainha
que contorna o folículo piloso;
 Mais claras.

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GLÂNDULAS SUDORÍPARAS
 Tubulares
 2 tipos:
Écrinas que são do tipo merócrinas (mais escuras)
Apócrinas

Glândulas Apócrinas:
 Axila, região genital, períneo, aréolas mamárias
 Funcionais após a puberdade;
 Maior dimensão e localizam-se na hipoderme;
 Secreção merócrina (apesar do nome!) que vai para um folículo piloso
adjacente por meio de um ducto;
 Células secretoras: cúbicas baixas com citoplasma eosinófilo;
 Camada descontínua de células mioepiteliais entre a membrana basal e a
base das células secretoras.

Glândulas Merócrinas:

 Toda a superfície da pele;


 Menor dimensão e localizam-se na derme;
 Porção serosa com células cúbicas ou cilíndricas baixas;
 Na derme, o ducto excretor tem 2 camadas de células cúbicas (epitélio
estratificado cuboide), enquanto que na hipoderme, o ducto excretor não
tem revestimento epitelial e existe através da crista interpapilar;
 Células mioepiteliais formam em camada descontínua, sendo que a sua
contração leva o suor para os ductos excretores;
 Células piramidais palidamente coradas.
 Na pele grosa é necessário que existam canais para que haja a excreção
do suor, os canais chamam-se sacrosiríngeo.

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SISTEMA RESPIRATÓRIO
(capítulo feito por Andrea Costa)
Órgãos do Sistema Respiratório
➢ Trato Respiratório Superior
• Cavidades nasais
• Faringe (nasofaringe, orofaringe, laringofaringe)

➢ Trato Respiratório Inferior


• Laringe
• Traqueia
• Brônquios (entram nos pulmões e originam-se ao nível da árvore
traqueobrônquica)
• Alvéolos (onde ocorre a hematose)
Funções
O sistema respiratório é constituído por 3 porções com funções distintas:
➢ Porção condutora do ar:
• Transporte do ar (permite a passagem deste para dentro e para
fora da porção respiratória)
• Humidificação para que não haja a secura da mucosa respiratória
• Aquecimento uma vez que a temperatura do ar inspirado é inferior
à temperatura fisiológica. O ar é aquecido através de plexos
venosos, por um mecanismo contracorrente, em que o sangue flui
na direção oposta à do ar inspirado
• Filtração assegurada pelo movimento de chicote de baixo para
cima dos cílios das células do epitélio pseudoestratificado,
permitindo a expulsão de impurezas do sistema respiratório.
Esta porção é constituída por diferentes estruturas:
• Cavidades nasais e seios associados
• Nasofaringe
• Orofaringe
• Laringe – associada à voz
• Traqueia
• Brônquios
• Bronquíolos

➢ Porção respiratória que permite as trocas gasosas entre o sangue e o ar


- Hematose.
Esta porção é constituída por diferentes estruturas:
• Bronquíolos respiratórios (pode pertencer à fase condutora
dependendo dos autores)
• Ductos alveolares
• Sacos alveolares
• Alvéolos

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➢ Mecanismo de ventilação (movimentos inspiratórios e expiratórios da


caixa torácica) através do auxílio de quatro elementos:
• Caixa torácica
• Músculos intercostais
• Diafragma
• Fibras elásticas do tecido conjuntivo do pulmão

NOTA:
✓ MUCOSA DO TECIDO = EPITÉLIO + LÂMINA PRÓPRIA (TECIDO CONJUNTIVO LAXO) +
MUSCULARIS PRÓPRIA (pode não existir)

✓ SUBMUCOSA = TECIDO CONJUNTIVO ASSOCIADO A GLÂNDULAS SEROMUCOSAS

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➢ Epitélio Respiratório
• Pseudoestratificado – constituído por uma camada de células, cujo
núcleo se encontra a diferentes alturas. Todas as células estão
ligadas à membrana basal – visíveis quando coradas com alcian
blue
• Células caliciformes (glândulas unicelulares que secretam
mucinas que são ricas em glicoproteínas e glicolípidos) - não são
ciliadas e apresentam-se intercaladas com as células do epitélio da
mucosa
• Parte basal do epitélio é constituída por células basais que têm
capacidade de pluripotência, ou seja, de regenerar o epitélio. Este
é constituído apenas por uma camada que sofre agressão, daí ser
muito importante a reposição destas células
• Células com grânulos (não conseguimos ver ao MO) que pertencem
ao sistema neuro-endócrino – sinais que façam a parte da
condução e trocas metabólicas; sinais químicos pela parte
neuronal e sinais enzimáticos pela parte endócrina
• Epitélio rico em cílios

Nota: Produto secretado pelas células caliciformes é espesso mas não pode
impedir a movimentação dos cílios.
Por exemplo, quando estamos constipados há uma grande produção de muco
(devido à elevada atividade das glândulas mucosas da submucosa), o que
dificulta a movimentação dos cílios para remover as impurezas. Por isso, para
impedir que o muco fique demasiado espesso, existem glândulas serosas que
produzem substâncias enzimáticas, em que algumas têm capacidade
bacteriostática, ou seja, de remoção de bactérias. Estas substâncias conferem
a componente aquosa ao muco de modo a que este não seja muito espesso.

Microscopia eletrónica de varrimento - Células epiteliais e cílios

132
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Cavidades nasais
O septo nasal separa as duas cavidades nasais e estas são constituídas pelo
vestíbulo, pela área respiratória e pela área olfatória.
O ar entra nas fossas nasais através das narinas e a superfície externa destas é
composta por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado.
➢ Vestíbulo
• Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado que é como
uma continuidade da pele da cara e possui pequenos pelos curtos
– vibrissas – que funcionam como a primeira barreira de entrada a
microrganismos, no sentido em que retém as partículas maiores
que entram nas fossas nasais
• Glândulas sudoríparas (permite que haja humidificação da mucosa
nasal) e sebáceas (estão sempre associadas a pelos)

➢ Área respiratória:
• Epitélio respiratório pseudoestratificado ciliado e com células
caliciformes
• Lâmina própria: tecido conjuntivo que apresenta o tecido
cavernoso ou erétil que é um plexo venoso superficial e glândulas
seromucosas.

Qual a importância da mucosa permanecer húmida?


Permite filtrar o ar, no sentido em que fixa os microrganismos e partículas no
muco e também permite aquecer o ar (maior superfície exposta a plexos
venosos).

➢ Área olfativa/olfatória: epitélio olfativo e lâmina própria


• Células de sustentação
• Células basais: células tronco mitoticamente ativas que produzem
células-filha que se diferenciam primeiro em células olfatórias
imaturas e depois tornam-se maduras
• Células olfatórias especializadas na captação de odores de vários
tipos
• Lâmina própria nasal
▪ Tecido muito inervado e vascularizado
▪ Condução do ar pelo tecido muscular e fibras de colagénio
▪ Aquecimento e humidificação do ar através do muco
produzido pelas glândulas seromucosas
▪ Filtração através dos cílios do epitélio
▪ Purificação devido à atividade de várias células do sistema
imunitário (linfócitos, plasmócitos, macrófagos, neutrófilos
e eosinófilos)

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Nasofaringe

• Epitélio pseudoestratificado (semelhante ao das cavidades nasais)


que tende a adaptar-se às circunstâncias
Por exemplo: nas pessoas que utilizam muito a voz, o seu epitélio tem
uma maior tendência a evoluir e mais tarde pode originar uma
neoplasia.
Condições de metaplasia – alterações súbitas no tipo de epitélio.
• Células caliciformes
• Inferiormente ao epitélio da nasofaringe existe o anel de Waldeyer,
constituído pelas duas tonsilas palatinas, pelas tonsilas
nasofaríngeas, tonsilas linguais e pelos tecidos linfoides associados
às mucosas – MALT.

Laringe
➢ Funções:
• Fechamento da traqueia durante a deglutição para evitar a passagem
dos alimentos e da saliva para as vias aéreas
• Produção de sons

➢ Componentes:
• Cartilagem hialina
• Cartilagem elástica: epiglote - leva o ar inalado para a traqueia,
também impede a passagem de alimentos e bebidas para as vias
respiratórias
• Músculos laríngeos extrínsecos – fixam a laringe ao osso hioide, para
ser elevada na deglutição
• Músculos laríngeos intrínsecos – contração associada às cordas
vocais
• Cordas vocais verdadeiras ou pregas vocais - responsáveis pela
produção de som
• Cordas vocais falsas ou pregas vestibulares - alteram a natureza do
som

➢ Estrutura: Epitélio respiratório com células caliciformes, tal como a


traqueia.

Traqueia (principal segmento da região condutora do sistema respiratório)


➢ Estrutura:
• Epitélio pseudoestratificado ciliado disposto sobre uma lâmina
própria, que possui fibras elásticas
• Tipos de células presentes no epitélio:
o Células cilíndricas ciliadas: estendem-se do lúmen à lâmina
basal

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o Células caliciformes (células não ciliadas): estendem-se do


lúmen à lâmina basal
o Células basais: repousadas sobre a lâmina basal
o Células de Kulchitsky: células neuro-endócrinas que
repousam na lâmina basal
• Submucosa possui glândulas seromucosas
• Fronteira entre a mucosa e a submucosa corresponde a uma
membrana fibro-elástica
• Os anéis concêntricos de cartilagem hialina são abertos
posteriormente e o que une as suas extremidades são fibras
transversas do músculo traqueal (tecido muscular liso). Esta
cartilagem está revestida por pericôndrio
• Apresenta uma túnica adventícia constituída por tecido adiposo

A traqueia divide-se em 2 brônquios primários/principais extrapulmonares e


cada um destes brônquios entra no hilo do pulmão, originando brônquios
secundários/lobares que, por sua vez, se ramificam dando origem aos brônquios
segmentares.
O lúmen dos brônquios vai diminuindo bem como a quantidade de tecido, de
mucosa e submucosa.

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Alterações histológicas dos brônquios até aos bronquíolos

1. Brônquio segmental
• Intrapulmonar
• Cartilagem de hialina já não é contínua mas sim segmentada, ou
seja, organizada em placas irregulares
• Lúmen bem definido
• Epitélio pseudoestratrificado ciliado
• Aparecimento do tecido muscular liso - Muscularis da Mucosa -
com fibras elásticas e que correspondem à fronteira entre mucosa
e submucosa
• Menor quantidade de células caliciformes na mucosa e de
glândulas seromucosas ao nível da submucosa

2. Brônquios subsegmentais
• Mucosa tem um epitélio mais baixo que continua a ser
pseudoestratificado ciliado com algumas células caliciformes
• Pequenas zonas de cartilagem
• Zona da mucosa rodeada por uma grande quantidade de tecido
muscular formando placas concêntricas de músculo liso

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3. Bronquíolo
• Ausência de cartilagem, de células caliciformes, de submucosa e,
consequentemente, de glândulas seromucosas
• Epitélio pseudoestratificado colunar ciliado com algumas ou
nenhumas células caliciformes.
Nota: À medida que o diâmetro dos bronquíolos vai diminuindo, o
seu epitélio também diminui em altura. Primeiramente, este tipo de
epitélio origina o simples colunar e depois, ao nível dos bronquíolos
terminais e respiratórios, o epitélio já passa a cúbico. Isto acontece
porque as transformações epiteliais são graduais.

4. Bronquíolo terminal
• Ausência de cartilagem, de células
caliciformes, de submucosa e,
consequentemente, de glândulas
seromucosas
• Epitélio passa a ser simples cúbico ciliado
• Presença de 1 a 2 camadas de músculo liso
(Muscularis da Mucosa) associado à
mucosa
• Presença de células clara

5. Bronquíolo respiratório
• Ausência de cartilagem, de células caliciformes, de submucosa e,
consequentemente, de glândulas seromucosas
• Epitélio simples cúbico não ciliado
• Presença de células clara
• Alvéolos interrompem a continuidade da parede do bronquíolo

Nota: A cartilagem perde-se em quantidade porque inicialmente esta é


contínua, depois já passa a ser segmentada (em placas) até deixar de existir
nos bronquíolos.
Ao mesmo tempo que diminui a espessura do epitélio e de cartilagem, vai
aumentando de músculo liso, ou seja, aumenta a muscularis da mucosa para
permitir a extensibilidade nos movimentos de inspiração e expiração.

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CÉLULAS CLARA
• Células epiteliais cuboides não ciliadas
• Funções:
o Têm grânulos de secreção que contém surfactante -
lipoproteínas e mucinas que reduzem a tensão pulmonar
(entre o ar e as vias respiratórias) e impedem o colapso das
vias aéreas
o Secretam IgA, lisozima e outras enzimas que combatem
infeções
o Secretam citocinas envolvidas na resposta inflamatória
o Possuem alguma capacidade de regeneração do tecido
pulmonar

Bronquíolo
Bronquíolo Ductos Sacos
Bronquíolo terminal Alvéolos
respiratório alveolares alveolares

6. Alvéolo Pulmonar
• Epitélio simples pavimentoso
• Possui uma parede fina apresentando capilares revestidos por células
endoteliais (epitélio simples pavimentoso) que fazem parte da barreira
hemato-aérea
• Local de trocas gasosas
• Ausência de cartilagem
• Grande número de macrófagos ou dust cells (para eliminar possíveis
impurezas)
• Epitélio alveolar constituído por dois tipos de células: pneumócitos do
tipo I e pneumócitos do tipo II
• Entre cada alvéolo: septo interalveolar com fibroblastos, matriz
extracelular, fibras elásticas (permitem a inspiração e expiração) e
fibras de reticulina (para suportar as células que impedem o colapso
das vias aéreas)
• Constituem a barreira hemato-aérea

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➢ Pneumócitos do tipo I:
• Células simples pavimentosas
• Situam-se na parede do alvéolo, mantendo o lado alveolar da
barreira hemato-aérea permitindo as trocas gasosas
• Ricas em organelos que se encontram agrupados junto ao núcleo
para reduzir a superfície do citoplasma
• Ligadas por desmossomas e junções de oclusão
• Constituem 40% das células epiteliais, mas revestem 90% da
superfície alveolar

➢ Pneumócitos do tipo II:


• Células com uma forma poligonal
• Intercalam-se com os pneumócitos do tipo I, ligando-se a estes por
desmossomas e juncões de oclusão
• Funções:
o Dividem-se para se substituírem e podem diferenciar-se nos
pneumócitos do tipo I
o O citoplasma apresenta densos corpos lamelares que
representam grânulos de secreção contendo o surfactante
pulmonar – diminui a tensão ar-epitélio
o Resposta inflamatória
• Constituem 60% das células e cobrem apenas 10% da área de
superfície alveolar

NOTA:
Surfactante dos pneumócitos tipo II + surfactante das células clara + muco
produzido pelas células caliciformes = fluido/líquido brônquio-alveolar que é
removido das vias aéreas pela ação dos cílios (apresenta uma componente
bacterio-estática, capaz de eliminar os microrganismos existentes no trato
respiratório)

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➢ Barreira Hemato-aérea/membrana respiratória


• Local de ocorrência das trocas gasosas: O2 difunde-se do ar para
o sangue do capilar e o CO2 difunde-se do sangue para o ar
• Constituída por:
o Pneumócitos do tipo I
o Capilares
o Membrana basal única que resultou da fusão das
membranas basais do capilar e do alvéolo. No entanto, em
vez de existir esta fusão de membranas basais, pode haver
contacto direto das paredes dos capilares, que são
fenestrados, com a parede alveolar

Resumo das transformações do epitélio da mucosa:


O epitélio vai diminuindo a sua altura de forma progressiva para permitir as
trocas gasosas.

• Epitélio
Traqueia pseudoestratifica
do ciliado

• Epitélio pseudoestratificado
Brônquios
ciliado

• Epitélio
Bronquíolo pseudoestratificado
colunar ciliado

Bronquíolo • Epitélio simples


Terminal cúbico ciliado

• Epitélio simples
Bronquíolo cúbico não
Respiratório ciliado

Alvéolo • Epitélio simples


pulmonar pavimentoso

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APARELHO URINÁRIO

O aparelho urinário é formado pelos dois rins, dois ureteres, a bexiga e a uretra.

Funções:

Essencialmente 2 funções principais:

 Manutenção da composição corporal (gerir a quantidade de água, de iões


de sódio e potássio que o nosso organismo tem, de forma a estarem
sempre em concentrações muito estáveis).

 Excreção de produtos finais do metabolismo e substâncias tóxicas (o rim


e o fígado são os responsáveis pela excreção da maior parte das
substâncias tóxicas que temos no organismo).

As 2 acima são as principais, mas também é responsável por mecanismos


hormonais de regulação da pressão arterial. Responsável pela:

 Produção da renina (pelas células justaglomerulares), enzima associada


à regulação da pressão arterial.
 Produção da eritropoetina (pelos fibroblastos do interstício cortical),
associada à estimulação dos glóbulos vermelhos.
 Ativação da vitamina D (produzida pelas células do tubo proximal), o que
depois vai interferir no metabolismo do cálcio e a nível ósseo.

RIM

Porque é que a estrutura do rim não é assim tão simples?

 Porque o rim não filtra simplesmente, todos os dias produzimos 180 litros
de ultrafiltrado, no entanto não os urinamos, urinamos 1 ou 2 litros
(associado à quantidade de líquidos que ingerimos), na pior das hipóteses
5 (e já não é muito normal).

 Portanto os 180 litros que os rins filtram todos os dias têm de ser
reabsorvidos, há todo um sistema tubular responsável pela reabsorção e
excreção de certas substâncias, há algumas que são filtradas, mas que
nós queremos reaproveitar quase sempre, que são os nutrientes (glicose,
aminoácidos) que acabam por ser arrastados do sangue para aquela
urina inicial e depois tem de ser reabsorvidos porque precisamos de os
ter, não podemos perder esses nutrientes. Por outro lado, há substâncias
tóxicas que queremos filtrar para além do que é normalmente filtrado.

 A capacidade de filtração e excreção não pode ser igual exatamente para


todas as moléculas, há algumas que queremos reabsorver ainda mais que
a inicial e outras que queremos filtrar ainda mais para além do filtrado
inicial.
 O rim tem de ter a capacidade de se adaptar a aquilo que ingerimos (Ex:
comer mais sal= excretar mais sal, comer menos sal= poupar sal, o
mesmo com o potássio, outras substâncias, outros iões).

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 O rim precisa de se adaptar constantemente à nossa vida, dieta, sem que


isso interfira nas concentrações que têm de ser asseguradas a nível
sistémico.

 Todas estas substâncias que o rim produz, não são produzidas a uma taxa
constante estável independentemente do que acontece no corpo, essas
substâncias são produzidas com base naquilo que o rim “sente” que está
a acontecer no sangue.

ORGANIZAÇÃO HISTOLÓGICA
 Rim tem formato de grão de feijão

Histologicamente pode se distinguir:


 Cápsula – tecido conjuntivo denso
 Córtex ou Zona cortical
 Medula ou zona medular (região mais interior)
 Hilo renal – onde entram e saem vasos sanguíneos, entram nervos e saem
os ureteres. Contém também tecido adiposo e os dois ou três cálices, que
se reúnem para formar a pélvis renal, parte superior, dilatada, do ureter.

1 - CÁPSULA

 A cápsula é quase sempre igual em todos os órgãos, o folheto exterior da


cápsula é constituído por tecido conjuntivo denso e o folheto mais interior
tem uma camada de miofibroblastos, essencialmente igual a todos os
órgãos com cápsula.

Camada exterior

(tecido conjuntivo denso)

Camada interior

(miofibroblastos)

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2 - CÓRTEX

Temos essencialmente 2 tipos de estruturas:

 O labirinto cortical (isto é o que o vai distinguir o córtex da medula) –


porque o labirinto cortical contém os corpúsculos de Malpighi
glomérulos e isto é, esta estrutura só existe no córtex renal e não existe
em mais nenhum órgão, ou seja, ao ver um corpúsculo de Malpighi sabe-
se que estamos obrigatoriamente sempre perante o córtex renal,
Corpúsculos só no córtex!
Para além, dos corpúsculos, o labirinto tem os tubos contornados
proximais e distais e os vasos interlobulares e os seus ramos.

 Raios medulares (de Ferrein) - ducto coletor e as porções retas dos tubos
uriníferos.

Descrição da imagem:

 São 4 corpúsculos de Malpighi com túbulos em volta.


 Os tubos em volta dos corpúsculos de Malpighi dirigem-se em raio, todos
na direção da medula.
 Porque é que não se vê um túbulo único? Depende do corte, às vezes está
um pouco inclinado e apanha-se apenas só parte destes tubos, mas sabe-
se teoricamente que vão sempre a direito em direção à medula.

NOTA:
O objetivo da aula é no final perceber que todos estes túbulos não são iguais,
parecem iguais, estruturas arredondadas com lúmen, epitélio simples cubico.
Mas existem túbulos contornados distais e contornados proximais!

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3 - MEDULA

 É formada por 10 a 18 pirâmides medulares (de Malpighi), cujos vértices


provocam saliência nos cálices renais.
 Essas saliências são as papilas, sendo cada uma delas perfurada por 10
a 25 orifícios (área crivosa).
 Da base de cada pirâmide partem os raios medulares, que penetram a
cortical.

Pirâmides renais

 Possuem ductos coletores, que vêm da região cortical, porções retas dos
tubos uriníferos e os vasos retos que circulam entre os túbulos.
 A base pirâmide corresponde à junção corticomedular, os lados às
artérias interlobulares e o vértice à papila renal.
 Colunas renais (de Bertin) – Estruturas embrionárias residuais, entre as
pirâmides renais.

Papila renal

A papila é uma saliência, na


ponta das pirâmides renais, que
vai libertar devagar a urina de
todos os nefrónios. É pelo
espaço que corresponde aos
cálices renais que sai a urina, os
cálices pequenos levam para os
grandes até conduzir ao uréter
de cada rim, que depois conduz
para a bexiga.

LOBO RENAL VS LÓBULO RENAL

Lobo renal – formado por uma pirâmide e pelo


tecido cortical que recobre sua base e seus
lados.

Lóbulo renal - constituído por um raio medular


e pelo tecido cortical que fica ao seu redor,
delimitado pelas artérias interlobulares.

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O TÚBULO URINÍFERO

Cada túbulo urinífero consiste


em dois segmentos
embriologicamente distintos: o
nefrónio e o tubo coletor

Cada rim possui cerca de 1,3


milhão de túbulos uriníferos
circundados por um estroma
contendo tecido conjuntivo
laxo, vasos sanguíneos, vasos
linfáticos e nervos.

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NEFRÓNIO

 O Nefrónio é a unidade funcional do rim, ele em si tem a capacidade de


fazer todas as funções do rim.
 Cada rim possui aproximadamente 1,5 milhões de nefrónios para
satisfazer as nossas necessidades, parte é uma reserva funcional,
começa a ser uma doença crónica quando há menos de 60% de nefrónios
funcionantes, apenas com menos de 5%-10% é que entram em diálise.
 Antes da chegada à diálise há uma série de funções do rim que começam
a desaparecer, mas temos capacidade de as controlar através de
medicação.

O nefrónio possui os corpúsculos de Malpighi (unidade de filtração) que são


constituídos:
 Pela cápsula de Bowman
 Glomérulo (capilares)
 Aparelho justaglomerular

A. CÁPSULA DE BOWMAN

O corpúsculo renal (de Malpighi) é formado por um tufo de capilares, o


glomérulo, que é envolvido pela cápsula de Bowman.

A cápsula contém dois folhetos:


 Um interno, ou visceral, junto aos capilares glomerulares - A camada
visceral é constituída por células epiteliais denominadas podócitos,
reforçada por uma lâmina basal.
 Um externo, ou parietal, que forma os limites do corpúsculo renal -
coberta por uma lâmina basal sustentada por um epitélio simples
pavimentoso e é contínua ao epitélio simples cúbico do túbulo
contornado proximal.

PODÓCITOS

 Podócitos contêm actina, apresentam mobilidade e localizam-


se sobre uma membrana basal.
 Seus prolongamentos envolvem completamente o capilar, e o
contato com a membrana basal é feito pelos prolongamentos
secundários.
 Os podócitos se prendem à membrana basal por meio das
proteínas denominadas integrina.

Entre os prolongamentos secundários dos podócitos existem espaços


denominados fendas de filtração fechados por uma membrana
constituída pela proteína nefrina que se liga a proteínas
transmembranares com os filamentos citoplasmáticos de actina dos
podócitos.

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Entre os dois folhetos da cápsula de Bowman existe o espaço capsular, que


recebe o líquido filtrado através da parede dos capilares e do folheto visceral da
cápsula.

B. GLOMÉRULO

Cada corpúsculo renal tem:


 Um polo vascular pelo qual penetra a arteríola aferente e sai a arteríola
eferente
 Um polo urinário, no qual tem início o túbulo contorcido proximal.

Ao penetrar o corpúsculo renal, a arteríola aferente divide-se em vários


capilares, que constituem alças. Além disso, há conexões diretas entre o vaso
aferente e o eferente, pelas quais o sangue pode circular, mesmo sem passar
pelas alças do glomérulo.

Nos capilares glomerulares circula sangue arterial, cuja pressão hidrostática é


regulada principalmente pela arteríola eferente, que tem maior quantidade de
músculo liso do que a aferente.

Glomérulo consiste em três componentes:

1. Os capilares glomerulares, revestidos por células endoteliais


fenestradas.
2. O mesângio, formado por células mesangiais embebidas na matriz
mesangial.
3. Os podócitos, constituintes da camada visceral da cápsula de Bowrnan.

Há uma membrana basal entre as células endoteliais e os podócitos. Essa


espessa membrana basal (fusão das membranas basais do endotélio e dos
podócitos) é a barreira de filtração glomerular. A membrana basal glomerular é
constituída por três camadas:

 A lâmina rara interna, que aparece clara nas micrografias eletrónicas,


situada próximo às células endoteliais;
 A lâmina densa, mais elétro-densa;
 A lâmina rara externa, também clara, localizada mais externamente ao
lúmen do capilar e, portanto, em contato com os podócitos.

As lâminas raras contêm fibronectina que estabelece ligações com as células. A


lâmina densa é um feltro de colágeno tipo IV e laminina, e uma matriz que contém
proteoglicanos eletricamente negativos (aniônicos).

Células mesangiais

 Além das células endoteliais e dos podócitos, os glomérulos contêm as


células mesangiais mergulhadas em uma matriz mesangial.

 É principalmente no espaço entre os capilares que se localizam as células


mesangiais. Podem também ser encontradas na parede dos capilares
glomerulares, entre as células endoteliais e a lâmina basal.

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 Células mesangiais são contráteis e têm receptores para angiotensina II.


A ativação desses receptores reduz o fluxo sanguíneo glomerular.

 Contêm ainda receptores para a hormona ou fator natriurético produzido


pelas células musculares do átrio do coração. Essa hormona é um
vasodilatador e relaxa as células mesangiais, aumentando o volume de
sangue nos capilares e a área disponível para filtração.

 As células mesangiais têm ainda outras funções:


• Garantem suporte estrutural ao glomérulo
• Sintetizam a matriz extracelular
• Fagocitam e digerem substâncias normais e patol
• ógicas (complexos de antígenos com anticorpos, por exemplo)
retidas pela barreira de filtração e produzem moléculas
biologicamente ativas, como prostaglandinas e endotelinas.

NOTA:
As endotelinas causam contração da musculatura lisa das arteríolas aferentes e
eferentes do glomérulo.

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C. APARELHO JUSTAGLOMERULAR

O aparelho justaglomerular é uma pequena estrutura endócrina constituída


pelos seguintes componentes:

 A mácula densa, uma região distinta da porção inicial do túbulo


contorcido distal
• Células especiais do TCD (tubo contornado distal) que
monitorizam a [Na+]
• É sensível a mudanças na concentração de NaCl e afeta a
liberação de renina pelas células justaglomerulares. A renina é
secretada quando a concentração de NaCl ou a pressão sanguínea
caem.

 As células mesangiais extraglomerulares ou Células de Lacis


• Também denominadas células em rede, estão conectadas umas às
outras e as células justaglomerulares por junções comunicantes.

 As células produtoras de renina (células justaglomerulares) da arteríola


glomerular aferente e, em menor extensão, da arteríola glomerular
eferente.
• Próximo ao corpúsculo renal, a arteríola aferente (às vezes
também a eferente) não tem membrana elástica interna e suas
células musculares lisas apresentam-se modificadas. Essas
células são chamadas justaglomerulares ou células JG:

o Têm núcleos esféricos


o Citoplasma carregado de grânulos de secreção. A
secreção desses grânulos participa da regulação da
pressão do sangue.

• A renina não atua diretamente!

o Ela aumenta a pressão arterial e a secreção de aldosterona


(um hormônio da cortical da glândula adrenal), por
intermédio do angiotensinogénio (globulina do plasma): 
Atuando sobre o angiotensinogénio, a renina liberta um
decapeptídio, angiotensina I  Uma enzima (ACE/ECA= de
conversão da Angiotensina) do plasma remove dois
aminoácidos da angiotensina I  Formando a angiotensina
II (octopeptídio).

Os principais efeitos fisiológicos da angiotensina II:


 São aumentar a pressão sanguínea e a secreção de aldosterona pela
glândula adrenal.

Que acelera a
A deficiência em
secreção de
sódio é um
aldosterona,
estímulo para a
hormônio que
liberação da
inibe a excreção
renina
de sódio.

149
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Inversamente, o excesso Que inibe a produção de


de sódio no sangue aldosterona, e isso
deprime a secreção de aumenta a excreção de
renina sódio pela urina.

Nesta imagem os círculos vermelhos à volta dos


nomes representam alvos terapêuticos numa
das principais classes de fármacos para regular
a pressão arterial. Aliás a maior parte dos
fármacos que atuam nesta enzima são inibidores
da enzima de conversão do angiotensinogénio.

 O outro componente é representado pelas fibras nervosas simpáticas


(adrenérgicas) que inervam as células justaglomerulares.
• A secreção de renina é incrementada pela norepinefrina e pela
dopamina secretadas pelas fibras nervosas adrenérgicas.
• A norepinefrina liga-se a recetores α -adrenérgicos na arteríola
glomerular aferente, causando vasoconstrição. Não há
inervação parassimpática.

Células
justaglomerulares

150
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TUBO CONTORNADO PROXIMAL

 Onde à cerca de 70% da reabsorção

 No polo urinário do corpúsculo renal, o folheto parietal da cápsula de


Bowman se continua com o epitélio cuboide ou colunar baixo do túbulo
contorcido proximal

 Apresentam lumens amplos e são circundados por muitos capilares


sanguíneo

 Células do túbulo proximal têm o citoplasma basal fortemente acidófilo


em razão de numerosas mitocôndrias alongadas (devido ao transporte
ativo – bomba de sódio e potássio).

 Citoplasma apical: apresenta


microvilosidades (que têm como
objetivo principal aumentar a área de
absorção), que formam a orla em
escova.

NOTA:
Nas lâminas comuns, para exame
ao microscópio de luz,
frequentemente esses lumens
aparecem muito reduzidos, a orla
em escova mal conservada e os
capilares colapsados, devido a
artefactos de técnica histológica.

 Citoplasma apical das células dos túbulos proximais contém canalículos


que partem da base das microvilosidades e aumentam a capacidade de o
túbulo proximal absorver macromoléculas. Nos canalículos se formam
vesículas de pinocitose, que introduzem na célula macromoléculas que
atravessaram a barreira de filtração glomerular

 As vesículas se fundem com lisossomas, nos quais as macromoléculas


são digeridas. Na sua parte basal, essas células apresentam abundantes
mitocôndrias e prolongamentos laterais que se interdigitam com os das
células adjacentes.

 A bomba de sódio (NA+/K+ ATPase) localiza-se nessas membranas


celulares baso laterais e é responsável pela absorção de certos iões
encontrados no filtrado e pelo transporte deles até o interstício.

 Os limites entre as células desses túbulos são dificilmente observados ao


microscópio ótico, pois elas têm prolongamentos laterais que se
interdigitam com os das células adjacentes

Os tubos contornados proximais absorvem:


 A totalidade da glicose e dos aminoácidos contidos no filtrado glomerular
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 Aproximadamente 70% da água, bicarbonato e do cloreto de sódio.


 Iões cálcio e fosfato.

NOTA:
A glicose, aminoácidos e iões são absorvidos por transporte ativo, com gasto de
energia; porém, a água acompanha passivamente (por osmose) essas
substâncias. Desse modo, a osmolaridade do filtrado é mantida ao longo do tubo.

ANSA DE HENLE

 Reabsorve cerca de 15% da água filtrada e 25% de NaCl, K+, Ca2+ e


HCO.

 Existe entre o TCP e o TCD e é a estrutura tubular que os une e que vai
até ao nível da medula do rim e volta novamente para o córtex.

 Consiste em um ramo descendente e um ramo ascendente. Cada ramo é


formado por um segmento espesso e um segmento delgado:
o O segmento descendente espesso é uma continuação do túbulo
contornado proximal (TCP).
o O segmento ascendente espesso é contínuo com o túbulo
contornado distal (TCD).

 Como o ramo ascendente é impermeável à água, a reabsorção da água


filtrada ocorre exclusivamente no ramo descendente, movida por um
gradiente osmótica entre o fluido tubular e o líquido intersticial.

 Assim como no TCP, a bomba de sódio e potássio (ATPase) no ramo


ascendente é um elemento-chave na reabsorção de solutos.

 Os segmentos espessos dos ramos são revestidos por um epitélio cúbico


baixo em transição com o revestimento epitelial dos túbulos proximais.

 Os segmentos delgados são revestidos por um epitélio simples


pavimentoso.

NOTA:
A inibição dessa bomba por diuréticos, tais como a furosemida (Lasix), inibe a
reabsorção de NaCI e aumenta a excreção urinária tanto de NaCl quanto de
água, ao reduzir a osmolaridade do líquido intersticial na medula.

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TUBO CONTORNADO DISTAL

Nos cortes histológicos, a distinção entre os túbulos contornados distais e os


proximais, ambos encontrados na zona cortical e formados por epitélio cúbico,
baseia-se nos seguintes dados:
 Suas células são menores (maior número de núcleos em cada corte
transversal)
 Não têm orla em escova e são menos acidófilas (contêm menor
quantidade de mitocôndrias). O TCD só é responsável pela absorção de
5-10% de ultrafiltrado portanto também já não vão apresentar
microvilosidades.

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As células dos túbulos distais têm invaginações da membrana baso lateral nas
quais se encontram mitocôndrias, características indicativas do transporte de
iões.

As células tornam-se cilíndricas, altas, com núcleos alongados e próximos uns


dos outros. A maioria dessas células tem o complexo de Golgi na região basal.

 Esse segmento modificado da parede do túbulo distal, que aparece


escuro nos cortes corados (devido à proximidade dos núcleos de suas
células), chama-se mácula densa. A mácula densa é sensível ao conteúdo
iónico e ao volume de água no fluido tubular, produzindo moléculas
sinalizadoras que promovem a liberação da enzima renina na circulação.

Descrição da imagem:

 TCD com um lúmen bastante definido


 TCP onde o lúmen não é muito bem definido (devido á existência de
microvilosidades).
 Vemos ainda que apesar de as células de ambos sejam epitélio simples
cubico as células do TCD são menos altas e os núcleos estão mais
próximos uns dos outros.
 De notar que o TCP é mais frequente que o TCD nos cortes transversais
porque ainda que existam ambos no mesmo número o TCP é mais longo e
por isso mais fácil de se encontrar.

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TUBOS E DUCTOS COLETORES

 A urina passa dos túbulos contornados


distais para os túbulos coletores, que
desembocam nos ductos coletores, que
se dirigem para as papilas.

 Os túbulos coletores mais delgados são


revestidos por epitélio simples cúbico

 À medida que se fundem e se aproximam


das papilas, suas células tornam-se mais
altas, até se transformarem em
cilíndricas.

 Os tubos coletores são formados por


células com citoplasma que se cora
fracamente pela eosina e cujos limites
intercelulares são nítidos.

 Essas células são claras ao microscópio


eletrônico e muito pobres em organelos.

 Os ductos coletores da medula


participam nos mecanismos de
concentração da urina (retenção de
água).

É interessante também distinguir no córtex o


TCD e o tubo coletor. A grande diferença é que
os tubos coletores vão ter um lúmen muito
maior que os TCD, isto porque os tubos
coletores vão drenar vários TCD, portanto o
seu calibre tem que ser maior.

Legenda da imagem:

 D – Tubo contornado distal


 P – Tubo contornado proximal
 CT – Tubo coletor

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CURIOSIDADE: porque existe a ansa de Henle?

 Ela gasta energia para poupar energia porque se fosse tudo uma
linha reta iriamos ter que gastar muito mais energia em transporte
ativo.
 A nível medular apresenta muito maior osmolaridade que a nível
cortical.
 A ansa constrói esse mecanismo de contracorrente, sendo que no
ramo ascendente da ansa há a passagem de substâncias osmo
ativas para o interior da medula formando um gradiente de
concentração que permite uma mais fácil reabsorção de água ao
nível do tubo coletor através das aquaporinas.

VASCULARIZAÇÃO RENAL

 O sangue oxigenado é fornecido pela artéria renal.

 A artéria renal dá origem a várias artérias interlobares, que percorrem a


medula através das colunas renais ao longo das regiões laterais das
pirâmides.

 Na junção corticomedular, as artérias interlobares dão origem a várias


ramificações em ângulos retos, mudando sua orientação vertical para
uma direção horizontal para formar as artérias arqueadas, que passam
ao longo do limite corticomedular.
 A arquitetura arterial renal é terminal.

 Não há anastomoses entre as artérias interlobares.

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 Ramos verticais que emergem das artérias arqueadas, as artérias


interlobulares, penetram no córtex.

 À medida que as artérias interlobulares sobem em direção ao córtex


externo, elas se ramificam várias vezes, formando as arteríolas
glomerulares aferentes.

 A arteríola glomerular aferente, por sua vez, forma a rede de capilares


glomerulares, envolvida pela cápsula de Bowman

 Destes capilares, o sangue passa para as arteríolas eferentes situadas


próximo da medular que formam também vasos longos e retilíneos que se
dirigem no sentido da medular, onde se dobram e retornam para a
cortical.

 Essas alças capilares constituem os vasos retos.

 O endotélio do ramo descendente é do tipo contínuo; porém, as células


do ramo ascendente são fenestradas.

 O sangue dos vasos retos, já filtrado pelos glomérulos. fornece nutrientes


e oxigénio à medular do rim.

 Os capilares da parte superficial do córtex reúnem-se para formar as


veias estreladas, assim chamadas por seu aspeto quando observadas na
superfície do rim.

 As veias estreladas se unem às interlobulares e estas vão formar as veias


arciformes, que dão origem às veias interlobares. As veias interlobares
convergem para formar a veia renal, pela qual o sangue sai de cada um
dos rins.

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SISTEMA PORTA ARTERIAL

 É estrutural e funcionalmente distinto do sistema porta venoso do fígado.

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APARELHO URINÁRIO 2 – BEXIGA E VIAS URINÁRIAS

O sistema urinário é constituido por 4 orgãos, respetivamente, de superior para


inferior, rins, ureteros, bexiga e uretra.

ORGANIZAÇÃO BÁSICA DOS ÓRGÃOS OCOS

A organização básica dos orgãos ocos compreende 4 camadas, de profundo


para supeficial:
• A mucosa
• A submucosa
• A muscularis (camada muscular própria)
• A adventícia/serosa

Isto corresponde à organização base (muito importante, havendo algumas


alterações em certos órgãos).

A. Quanto à mucosa:
 Em traços gerais, é constiuida por, de profundo para superficial:
• Epitélio, que se encontra assente na membrana basal
correspondente;
• Lâmina própria (que é o tecido conjuntivo), subjacente ao epitélio;
• Camada muscular da mucosa (muscularis da mucosa), constituida
por tecido muscular liso
 Os aparelhos respiratório e urinário não apresentam camada muscular da
mucosa.

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B. Quanto à submucosa:

 A camada submucosa é uma camada de tecido conjuntivo laxo, tal como


a lâmina própria, mas é uma camada muito mais desenvolvida, pois:
• Contém vasos e nervos (*1);
• É consideravelmente mais espessa que a lâmina própria, uma vez
que tem mais tecido conjuntivo laxo.

(*1) - Tal como a lâmina própria, a submucosa é responsável pela irrigação e


nutrição do epitélio, uma vez que este é um tecido avascular, ou seja, não tem
vasos (salvo em raras exceções, mas de uma forma geral não tem vasos).

 Os órgãos do sistema urinário baixo não possuem uma camada


submucosa.

C. Quanto à camada muscular própria (muscularis):

 A muscular própria tem este nome devido ao facto de a conseguirmos


distinguir da camada muscular da mucosa (músculo da mucosa). Ambas
estas camdas são constítuidas por músculo liso, o único tipo de múculo
presente no sistema urinário.

D. Quanto à adventícia/serosa:

 A camada adventícia/serosa tem esta denominação conjunta devido ao


facto de alguns órgãos, em certas regiões, apresentarem adventícia e,
noutras regiões, serosa, o que depende da localização anatómica da
região em questão.

 A adventícia é constituída por tecido conjuntivo laxo e adiposo

 A serosa é constituída por tecido conjuntivo laxo mais o epitélio simples


pavimentoso (Ex: peritoneu e mesotélio).

 Esta camada serosa é importante, pois, enquanto alguns orgãos estão


simplesmente “colados” aos outros, necessitando apenas de uma
camada adventícia, outros orgão precisam de deslizar uns em relação
aos outros, necessitando, asssim, desta camada serosa, cujo epitélio
simples pavimentoso diminuiu a fricção e a resistência entre os orgãos.

 Portanto, um órgão, numa certa região, pode ter adventícia ou serosa,


consoante a estrutura que se relaciona anatomicamente nessa região.

Por exemplo:

 Os ureteros são estruturas retroperitoneais, ou seja, estão atrás do


peritoneu (que é uma camada serosa), portanto, a face anterior dos
ureteros vai ter uma camada serosa, o peritoneu, mas a face posteror
dos ureteros já não, esta não tem uma camada serosa, mas sim apenas
adventícia.

 Acontece o mesmo com a bexiga. Existem regiões da bexiga que estão


em contacto com outros orgãos e necessitam que haja uma mobilização

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suave, que não haja fricção entre os orgãos, portanto, nesta região,
existe serosa. Noutras regiões da bexiga, existe, simplesmente,
continuidade do tecido conjuntivo que limita ambos os orgãos que se
relacionam anatomicamente (a bexiga e outros orgãos relacionados com
esta), portanto, existe apenas adventícia nestes casos. Ou seja, a
camada adventícia da bexiga, nesta região, continua-se com a camada
adventícia do orgão com que a bexiga se relaciona anatomicamente.

 O mesmo acontece com os rins.

ORGANIZAÇÃO BÁSICA DO APARELHO URINÁRIO BAIXO

O sistema urinário pode ser dividido em 2 partes:


• Sistema urinário alto (rins e parte abdominal dos ureteros);
• Sisema urinário baixo (parte pélvica dos ureteros, bexiga e uretra).

No aparelho urinário baixo, à exceção da uretra:


 A bexiga e as vias urinárias armazenam a urina formada pelos rins por
algum tempo e a conduzem para o exterior.
 Os cálices, a pélvis, o ureter e a bexiga têm a mesma estrutura básica,
embora a parede se torne gradualmente mais espessa no sentido da
bexiga

• Existe uma camada mucosa, constituida por um certo tipo de


epitélio, assente na sua lâmina basal, seguido de uma lâmina
propria subjacente, mas, tal como no aparelho respiratorio, não
existe muscular da mucosa;
• Não existe camada submucosa;
• Existe uma camada muscular própria, constítuida por tecido
muscular liso;
• Existe uma camada adventícia (tecido conjuntivo laxo e adiposo) ou
serosa (a adventícia mais epitélio simples pavimentoso), consoante
as regiões do orgão em questão.

Isto são os conceitos básicos, a parte principal, embora hajam pequenas


variações consoante o órgão em questão!

ORGANIZAÇÃO BÁSICA DE CADA ORGÃO DO SISTEMA URINÁRIO BAIXO

A- URETEROS:
A sua organização básica consiste, de profundo para supeficial, em:

1. Camada mucosa:

 Constituída por um epitélio especial, um epitélio estratificado de


transição ou urotélio, seguido de uma lâmina própria subjacente
(correspondente a tecido conjuntivo laxo, que se apresenta como uma
zona mais clarinha, com fibras e algumas células, os fibroblastos, com os
respetivos núcleos);

 O urotélio, constituinte da mucosa é outro dos conceitos mais


importantes relativamente ao aparelho urinário, uma vez que constitui
uma característica distintiva deste sistema, existindo apenas aqui (neste
sistema).

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 O urotéio é um epitélio estratificado que reveste os cálices, os uretros, a


bexiga e a porção proximal da uretra e que permite a acomodação de
volumes variáveis no interior do lúmen do órgão, sendo que a altura das
células varia consoante o grau de distensão do órgão.

Urotélio

 O urotélio é um epitélio especial porque as suas caracteristicas estão


diretamente relacionadas com a sua função.

 Como a função dos ureteros consiste no transporte da urina, não são


necessárias trocas entre a urina e as células dos ureteros, não existe
grande interação entre estas celulas e a urina que os ureteros
transportam. Assim, toda a urina mantém-se inalterada, uma vez que, a
partir do momento que sai do rim, já não sofre mais alterações.

 Apesar disto, a urina não é um líquido suave, uma vez que:


• O seu pH é muito variável, podendo ser muito ácido numas alturas e
muito básico/alcalino noutras.
• Contém muitas substâncias tóxicas;

 Assim, o transporte da urina requer que as células que estão em contacto


direto com este líquido (células do urotélio dos uréteros) tenham a
capacidade de se defender das agressões apresentadas pela urina,
sendo necessário que estas células não fiquem danificadas ao interagir
com a urina, o que é garantido por caractersticas especiais,
nomeadamente, as placas de membrana.

 Estas placas de membrana são zonas um pouco mais espessas da


membrana apical das células de transição (células do urotélio),
correspondendo à fusão de proteínas intramembranares com proteínas
do citoesqueleto. Esta constituição das placas de membrana permite que
estas confiram uma maior resistência a esta zona apical, protegendo o
urotélio dos ureteros das agressões da urina.

 Estas placas de membrana muitas vezes são convexas para fora (para o
lúmen), conferindo a forma de guarda-chuva (forma convexa) às células
a que pertencem, às quais podemos denominar células guarda-chuva.

 Estas células guarda-chuva do urotélio apresentam ainda outra


característica importante, a capacidade de permitir o aumento de
tamanho da superfície apical das células (mais perto do lumen), o que se
deve ao facto de estas células poderem ter uma função de reservatório
de membrana, o que é extremamente importante na bexiga.

 As células do urotélio podem ser binucleadas (possuir 2 núcleos).

162
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Urotélio

2. Camada muscular própria:

Constituída por 2 camadas:

 A camada longitudinal interna, mais interna, é constituída por células


musculares lisas, que são finas e alongadas, apresentando-se alongadas
num corte longitudinal e arredondadas num corte transversal.

 A camada circular externa, mais externa, é constituída por células


musculares lisas, que também são finas e alongadas, apresentando-se
arredondadas num corte longitudinal e alongadas num corte transversal
(o contrário das celulas da camada longitudinal interna, uma vez que
possuem uma direção perpendicular a estas).

O objetivo desta camada muscular é permitir a progressão da urina desde o rim


até à bexiga.

NOTA:
Embora estas camadas tenham estas denominações de longitudinal e circular,
na verdade, são ambas elipticas, correspondendo a uma elipse mais apertada
ou mais alongada. Ou seja, no fundo, variam em espiral, não sendo propriamente
apenas longitudinais ou circulares.

3. Camada adventícia/serosa: que depende da localização anatómica do


órgão

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Quanto ao seu lúmen:

Num corte transversal do uretéro e o que salta mais à vista é a forma do lúmen,
que é muito característica, pois tem uma forma estrelada (em estrela).
Este formato do lúmen tem bastante importância, pois:

• Por um lado, no caso do aparelho respiratório, como existe camada


submucosa (que não existe no sistema urinário), existe mais tecido
conjuntivo laxo (tecido de sustentação), havendo, assim, uma maior
sustentação do epitélio, pelo que este apresenta uma forma arredondada;

• Por outro lado, no caso dos ureteros, como não existe submucosa, a
sustenção do epitélio é menor, permitindo que a contração da camada
muscular própria, constituida por 2 camadas, leve à formação de
pequenas pregas no epitélio, o que vai conferir uma forma estrelada ao
lúmen dos ureteros, muito caracteristica destes.

B- BEXIGA:

A organização estrutural da bexiga é muito semelhante à dos ureteros, sendo


que, relativamente ao urotélio, as suas características são mais desenvolvidas
aqui, na bexiga, do que nos ureteros.

A sua organização básica consiste, de profundo para supeficial, em:


• Camada mucosa, constituida por um epitélio estratificado de transição ou
urotélio, seguido de uma lâmina própria subjacente;
• Camada muscular própria, constítuida por 3 camadas e não 2;
• Camada adventícia/serosa.

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1. Camada mucosa:

Urotélio

 A mucosa é exatamente igual à dos ureteros, à exceção de que o epitélio


da bexiga apresenta as suas características mais desenvolvidas, sendo,
deste modo, ainda mais evidentes as caracteristicas da estratificação e
das células guarda-chuva.

 Os ureteros apresentam estas características menos desenvolvidas do


que o epitélio da bexiga, porque os ureteros, à partida, não precisarão
de acumular a urina, uma vez que esta função cabe à bexiga, orgão de
eleição para acumular toda a urina, pelo que os ureteros são apenas um
local de passagem da urina.

 A bexiga, para conseguir acumular toda a urina que recebe dos ureteros,
tem de ter a capacidade de adequar o tamanho do seu lúmen à
quantidade de urina que tem de acumular, sendo que as células guarda-
chuva são as responsáveis por este processo.

 Deste modo, imaginemos que acabamos de esvaziar a bexiga.


Logicamente, esta encontra-se muito pequena, não tendo grande
volume, sendo que as células podem ficar todas muito juntas, devido a
não ser necessária uma grande área de superfície para acumular todo o
volume.

 Assim, as placas de membrana, presentes nas células guarda-chuva do


urotélio da bexiga, estão dirigidas para o interior das células às quais
pertencem, ou seja, estão invaginadas, apresentando-se zonas de
transição, como se fossem charneiras, que correspondem meramente a
zonas de transição entre as placas de membrana.

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Placas de membrana

A placa de membrana não é uma estrutura


contínua ao longo de toda a extensão da zona
apical da célula à qual pertence, existindo:

• Zonas de placa, que correspondem às


placas de membrana;

• Zonas interplaca (entre placas), que


correspondem a regiões de
membrana apical normal, entre 2
placas de membrana, sem excesso de
proteínas do citoesqueleto e
memranares, ou seja, sem placas de
membrana.

 São estas zonas de interplaca que


permitem a existência das zonas de
transição referidas acima,
possibilitando, assim, que as placas
de membrana se dirijam para o
interior das células respetivas.

 Desta maneira, quando a bexiga voltar a encher, todas as placas de


membrana deixam de se dirigir para o interior das células às quais
pertencem e voltam para a superfície apical, ou seja, evaginam-se,
permitindo o aumento da superfície interna da bexiga e,
consequentemente, o seu volume.

Assim, é importante ter a noção de que estas placas de membrana são


resevatórios de membrana que não se fundem com a membrana da célula,
fazendo sempre parte da região apical da respetiva célula.

Tal como os núcleos das células do endotélio não se encontram à mesma altura,
as placas de membrana também podem não se encontrar ao mesmo nível na
superfície apical da célula, estando algumas placas mais no interior da celula o
que permite o processo descrito acima, conferindo elasticidade às paredes da
bexiga.

NOTA IMPORTANTE:

Quando vemos cortes de estruturas tubulares, que são contínuas, nem sempre
as vemos assim, devido ao facto de estas estruturas estarem muito enoveladas.
Deste modo, quando visualizamos os cortes diferentes de estruturas tubulares:
• Em corte transversal, em que se vê o lumen cortado quase
perpendicularmente à direção da estrutura tubular em questão (podendo
observar-se o lumen todo ou só parte deste);
• Em corte logitudinal, observando-se o lumen cortado mais ou menos
paralelamente à direção da estrutura tubular em questão, podem
observar-se bocados descontínuos desta estrutura, ou, raramente, a
estrutura contínua.

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Esta situação aplica-se da mesma maneira em cortes onde se encontram células


guarda-chuva, que apresentam placas de membrana, pois, ao observarmos um
corte traversal destas células, parece que observamos vesículas nas suas zonas
apicais, mas, na verdade, “estas vesiculas” são placas de membrana cortadas
transversalmente.

2. Camada muscular:

 A grande diferença relativamente aos ureteros vai ser aqui, na camada


muscular própria (muscularis).

 Como é um órgão responsável pela acomodação da urina, a forma da


bexiga está intrinsecamente realcionada com a sua função, que também
reside na capacidade de excretar toda a urina quando necessário,
apresentando, assim, uma camada muscular bastante desenvolvida.

 Assim, no caso da bexiga, as células que constituem a sua camada


muscular própria apresentam 3 orientações diferentes e não 2,
organizando-se, deste modo, em 3 camadas musculares:
• Uma camada muscular longitudinal interna, mais interna;
• Uma camada muscular circular, média;
• Uma camada muscular longitudinal externa, mais externa.

Estas 3 camadas musculares constituem o músculo denominado detrusor da


bexiga. No colo da bexiga urinária, as fibras musculares formam um esfíncter
funcional interno com três camadas

3. Camada adventícia/serosa: é semelhante à dos ureteros.

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Dificuldade de identificação da bexiga em lâminas de histologia:

Uma das coisas que torna a bexiga um dos orgãos mais difíceis de identificar
através de um corte histologico (em microscopia ótica) é a sua simplicidade,
pois, quando nos dão uma lâmina de bexiga não identificada, é dificil perceber
que realmente é bexiga, devido ao facto de a bexiga ser tão simples, não tendo
nenhuma característica que a distingua, ao contrário de outros orgão, por
exemplo:
• No caso do epitélio de pulmão, as lâminas de alvéolos são super óbvias;
• As glândulas também são muito fáceis de se perceber;
• Os rins têm os corpúsculos de Malpighi.
• O brônquio tem tecido linfóide associado à mucosa e células ciliadas que
são facilmente visíveis;
• Os ureteros têm lúmen de forma estrelada.

Mas, pelo contrário, a bexiga é muito simples, não apresentando características


distintivas como estas, o que está relacionado com a simplicidade da sua função,
que consiste apenas na acomodação da urina.

Assim, quando olhamos para uma lâmina de bexiga:


• Vemos tecido conjuntivo que é super inespecífico;
• Vemos tecido muscular liso que tambem é super inespecífico;
• Encontramos epitélio, para o qual temos de olhar com muita atenção,
uma vez que nem sempre é imediatamente óbvio vermos as placas de
membrana, pois, as imagens que normalmente vemos são dos livros e
estão todas bonitas, o que não é comum.

E tudo isto dificulta a identificação de uma lâmina como sendo de bexiga.

Assim, é importante lembrarmo-nos que, quando não vimos nada de especial,


nenhuma estutura que nos chame à atenção, nem células caliciformes, nem
glândulas, nem tecido linfóide, provavemente é uma lamina de bexiga.

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Apesar desta simplicidade, existem 2 características que são específicas da


bexiga, mas de dificl perceção:
• O epitélio de transição (urotélio);
• A camada muscular própria (muscularis), pelo facto de ser constítuida
por 3 camadas, o que não existe em mais nenhum órgão.

Estas 2 características são uma dica, pois procurá-das é talvez a maneira mais
fácil e prática de identificar uma lâmina como de bexiga.

Nesta imagem observam - se 2 lúmenes, sendo que o da direita pertence à bexiga


e o da esquerda ao uretero:

Sabendo que os 2 ureteros estão ligados diretamente à bexiga, é lógico que haja
uma certa lâmina, que resulte de um corte a este nível, de forma abranger o
lúmen do uretero e o da bexiga, permitindo observar ambos na mesma lâmina.
Deste modo, nesta lâminha não há adventícia/serosa, ou seja, observa-se:

• 2 epitélios de transição (urotélios), um da bexiga e outro do uretero;


• A respetiva lâmina própria de cada um destes epitélios (tecido conjuntivo
laxo), à qual estão associados;
• A camada muscular própria, que, na bexiga, é composta por 3 e, nos
ureteros, por 2.

Neste caso, a camada musuclar encontra-se na região central, constituindo a


ligação entre os dois orgãos, a bexiga e o uretero.

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Como é que conseguimos distinguir as 3 camadas musculares que constituem a


camada muscular própria da bexiga?

Nesta imagem, por exemplo, é muito facil de distinguir, devido a este tipo de
coloração, em que o azul cora, essencialmente, o tecido conjuntivo laxo, e o
músculo fica corado de vermelho.

Assim, é muito fácil distinguir as várias estruturas:


• O epitélio, associado à respetiva lâmina própria (tecido conjuntivo laxo);
• As 3 camadas musculares que constituem a camada muscular própria da
bexiga:
1. A camada longitudinal interna, camada interna, que corresponde
aos feixes musculares lisos que se apresentam em forma circular,
devido a terem sido cortados transversalmente;
2. A camada circular, camada média, que corresponde aos feixes
alongados de músculo liso, que apresentam esta forma devido ao
seu corte longitudinal;
3. A longitudinal externa, camada externa, que corresponde aos
feixes de musculo liso, que se apresentam em forma circular,
devido ao seu corte transversal.

OUTRA COISA INTERESSANTE:

 Quando alguém se queixa, dizendo que lhe doem os rins, é provável que
se deva a pedras nos rins, uma doença relativamente comum que
consiste em cálculos renais (é o mesmo que pedra no rim, litíase,
nefrolitíase e ureterolitíase).

 Estes cálculos renais são massas sólidas formadas por pequenos


cristais, ao nível dos rins e que vão obstruir, por exemplo, os ureteros.

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 Nestes casos, aquilo que dói é a parte das paredes dos ureteros que está
inervada, ou seja, não vai ser o epitélio, nem a lâmina propria adjacente
(que, apesar de apresentar tecido conjuntivo, é muito fininha), nem a
camada muscular própria, mas sim a camada que apresenta maior
quantidade de tecido conjuntivo e de nervos, a adventícia, a camada mais
externa.

 Assim, quando um cálculo causa a obstrução dos ureteros, a urina não


consegue atravessar, causando uma acumulação da urina a montante
(acima da obstrução) e uma consequente dilatação dos ureteros a este
nível, levando à distenção dos nervos que estão na camada adventícia da
parede do uretero nesta região, sendo apenas esta zona que dói.

 Desta forma, a dor nos rins, normalmente, deriva deste processo, a


dilatação, que é geralmente causado por uma pedras provenientes dos
rins, ou, mais raramente, por uma inflamação grave.

 Por norma, os rins não doem, tal como a bexiga, à exceção de quando
esta se encontra muito cheia, o que causa um desconforto.

C- URETRA

A uretra é um tubo fibromuscular que varia um pouco, sendo constitída por 2


porções distintas:

• A porção proximal, que é muito semelhante ao resto do aparelho urinário


baixo;
• A porção distal, que se vai aproximar cada vez mais do tecido que
constitui a pelve, com a qual a uretra distal se funde, pelo que é muito
semelhante a esta.

A organização básica da uretra compreende as seguintes camadas:

• A camada mucosa, constituída por um epitélio variável (uma vez que na


uretra proximal é um epitélio de transição (urotélio) e na uretra distal é um
epitélio estratificado pavimentoso, semelhante ao da pelve e uma lâmina
própria subjacente, que está ricamente vascularizada.
• A camada muscular própria.
• Não tem uma camada adventicia/serosa propriamente definida, uma vez
que é um orgão consideravelmente mais pequeno, em comparação com
os restantes orgãos do aparelho urinário baixo.

Diferenças entre uretra feminina e masculina:

Uretra feminina:

 No sexo feminino, é um órgão exclusivamente do aparelho urinário.


 A uretra feminina só tem 4 cm, enquanto a masculina tem 20 cm de
comprimento;
 A uretra feminina é constituída por menos porções que a masculina,
devido ao seu menor comprimento;
 A uretra feminina é mais homogénea, devido ao seu menor comprimento.

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 Esta grande diferença de comprimento entre a ureta feminina e a


masculina é a razão pela qual as mulheres têm mais infeções urinárias
que os homens. Ou seja, como a uretra feminina tem apenas 4 cm, é muito
mais fácil para os microorganismos atingirem a urina do que no caso dos
homens, uma vez que o percuso que os microorganismo teriam de
percorrer até atingir a urina seria bem maior, uma vez que a uretra
masculina tem 20 cm.

 Por este mesmo motivo, uma infeção urinária no homem é muito rara,
implicando, geralmente, alguma patologia (doença) associada, enquanto
na mulher é muito normal, sobretudo em mulheres na idade fértil.

A uretra feminina é constituída por 2 camadas:

• A camada mucosa, que apresenta algumas pregas longitudinais ao nível


do seu urotélio, que, mais distalmente, na porção distal da uretra passa a
ser epitélio estratificado pavimentoso;

• A camada muscular própria - mas próximo à sua abertura no exterior, a


uretra feminina contém um esfíncter de músculo estriado, o esfíncter
externo da uretra.

Esta imagem corresponde a uretra


feminina inicial, ou seja, uretra feminina
proximal, com o seu urotélio e a camada
muscular própria adjacente, sendo uma
estrutura muito simples.

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Uretra masculina:

 No sexo masculino, a uretra dá passagem ao esperma durante a


ejaculação.
 Quanto à uretra masculina, esta é constituída por 3 porções:

• A uretra prostática, a inicial/proximal (muito próximo à bexiga e no


interior da próstata).
• A uretra membranosa, a média, que faz a transição da uretra
prostática para a peniana.
• A uretra peniana ou esponjosa, a distal (localiza-se no corpo
cavernoso do pênis).

Aquilo que varia entre estas 3 porções da uretra masculina é a mucosa, mais
concretamente o seu epitélio, sendo que tudo o resto é igual, ou seja, a seguir
ao epitélio está sempre a lâmina própria, seguida de uma camada muscular
própria, que é igual nas 3 porções da uretra masculina.

Variações de epitélio entre as 3 porções:

 O epitélio da mucosa da uretra prostática (proximal) é urotélio.

 O epitélio da mucosa da uretra membranosa (média) já é uma transição


para epitélio estratificado colunar ou pseudoestratificado (a uretra
membranosa está associada ao esfíncter externo voluntário da uretra).

 O epitélio da uretra peniana ou esponjosa (distal), na porção inicial desta,


ainda é semelhante ao da uretra membranosa, mas, mais distalmente,
passa a epitélio estratificado pavimentoso.

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NOTA:
É importante ter a noção que, tal como nos ureteros, o lumen da uretra também
é estrelado, devido à ausência de uma camada submucosa bem definida.

Uretra prostática

Uretra peniana

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APARELHO REPRODUTOR MASCULINO

FUNÇÕES:

• Produção contínua, nutrição e armazenamento temporário de gâmetas


masculinos haploides
• Síntese e secreção de hormonas sexuais masculinas, que desenvolvem e
mantêm as caraterísticas sexuais masculinas (andrógenos)

COMPOSIÇÃO:

• Testículos – produzem espermatozoides e sintetizam e segregam


andrógenos

• Vias espermáticas – maturação dos espermatozoides, de maneira a que


se tornem férteis e condução dos espermatozoides para o exterior. Fazem
parte das vias espermáticas:
o Epidídimo
o Canais deferentes
o Canal ejaculador
o Uretra

• Glândulas anexas exócrinas – nutrição dos espermatozoides e formação


do sémen:
o Vesículas seminais
o Próstata – produção de sémen
o Glândulas bulbo-uretrais de Cowper

• Pénis – órgão copulador por onde sai o sémen produzido

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Sistema reprodutor feminino só permite a passagem de espermatozoides na altura da


ovulação, uma vez que o muco cervical é mais fluido e menos ácido. O sémen vai contrariar
a fluidez e a acidez do muco, de maneira a conseguir penetrar no sistema genital feminino.

Bolsa de pele revestida internamente


Testículos por mesotélio, o qual se continua
Localizados
com a cavidade peritoneal através
Epidídimos no Escroto do canal inguinal
Canais deferentes

Na imagem vemos os túbulos seminíferos dentro dos testículos – é aqui que se


produzem os espermatozoides. Depois saem pela rete testis, em direção ao
epidídimo, passam pelos vasos deferentes e pelas diferentes glândulas até
serem libertados para o exterior pelo canal ejaculador.

TESTÍCULO – tem várias camadas de tecido conjuntivo:


• Túnica vaginalis parietal – camada parietal
• Túnica vaginalis visceral – camada visceral
• Túnica albugínea – túnica de tecido conjuntivo denso
• Rete testis – conjunto de tecido conjuntivo que forma os ductos eferentes
e que divide os testículos em túbulos seminíferos.

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E – Epidídimo TA – Túnica albugínea RT – Rete testis

A imagem mostra a parte da rete testis – tecido conjuntivo denso – que emite
septos que vão dividir os túbulos seminíferos em diferentes lóbulos onde se vai
dar a produção de espermatozoides.

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Túnicas do testículo:

• Túnica vaginal reveste:


o Túnica albugínea – no bordo posterior do testículo há um
espessamento da albugínea – mediastino testicular – que envia
radialmente para o interior do testículo septos testiculares (tecido
conjuntivo denso) – que dividem o órgão em lobos incompletos,
chamados lobos testiculares (cada lobo contém de 1 a 3 túbulos
seminíferos)
o Parênquima testicular ou Interstício testicular
• As túnicas compõem o mesotélio, que funciona como “paredes” para a
proteção da zona onde são produzidos os espermatozoides: temperatura
ideal para que os espermatozoides sejam formados e grande proteção
dos tubos seminíferos (várias camadas compõem o mesotélio)

C – Cavidade escrotal
S – Túbulos seminíferos
T – Túnica albugínea com pequenas células mesoteliais (folheto visceral da
túnica vaginal)
V – Camada vascular (túnica vasculosa)
TÚBULOS SEMINÍFEROS – Tubos únicos, enrolados, que se iniciam e terminam
na rete testis, para onde vão ser levados os espermatozoides. São constituídos
por:

• Epitélio seminífero, que contém 2 tipos celulares:


o Células germinativas ou espermatogónias
o Células de Sertoli – elementos de suporte e nutrição das
espermatogónias
• Túnica própria
o Membrana basal
o Tecido fibrocolagenoso

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o Células Mioides - células fusiformes (elementos contráteis) –


propulsão dos espermatozoides em direção ao epidídimo e
glândulas onde se forma o sémen

À volta dos túbulos seminíferos, dispersas ou em grandes grupos, encontram-se


as células de Leydig, células intersticiais produtoras de hormonas.

Novelos dos túbulos seminíferos

É visível a túnica própria – tecido conjuntivo a envolver


T – Túbulos seminífero, onde se vão desenvolver os
espermatozoides
L – Células de Leydig

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Células de Sertoli:

• Até à puberdade as células de Sertoli são predominantes no epitélio


seminífero. Após a puberdade representam 10 % das células e na 3ª idade
voltam a ser predominantes.

No sexo masculino, durante o desenvolvimento embrionário não há produção de espermatozoides,


ou seja, até à puberdade as células de Sertoli são predominantes no epitélio seminífero, tendo
apenas espermatogónias (células indiferenciadas, células estaminais que vão dar origem, na sua
divisão a duas células: uma indiferenciada e outra diferencia-se em espermatozoide). Quando se
inicia a produção de hormonas pelo complexo hipotálamo-hipófise começa então a produção de
espermatozoides, sendo contínua ao longo de quase toda a vida do sexo masculino (diferente das
mulheres em que não há produção de oócitos e se entra na menopausa).

• São células colunares muito grandes (é difícil distingui-las das restantes


células no meio da formação dos espermatozoides) assentes na lâmina
basal até ao lúmen (todas ligadas à túnica própria na parte basal), núcleos
a diferentes alturas, ligando-se entre elas por “tight junctions”.

As “tight junctions” impedem a passagem de qualquer tipo de nutriente. Nos túbulos


seminíferos estão a formar-se células haploides, que vão ser reconhecidas como estranhas
pelo sistema imunitário. Para evitar que isso aconteça, forma-se uma barreira – barreira
hemato-testicular – que vai impedir a passagem de sangue para não haver o
reconhecimento das células haploides como estranhas, impedindo que as mesmas sejam
eliminadas.

• As “tight junctions” basolaterais dividem o epitélio seminífero em 2


compartimentos:
o Basal – espermatogónias
o Adluminal – contém os espermatídios e constitui a barreira hemato-
testicular
• Dão suporte aos túbulos seminíferos

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• São as mediadoras de todas as trocas metabólicas com o compartimento


sistémico durante a divisão meiótica (as células precisam de ser nutridas
e ter um meio onde são suportadas)
• Dão suporte, protegem e alimentam as células espermatogénicas
• Funcionam como células fagocíticas – durante toda a meiose os restos de
células formadas que não são necessárias (restos metabólicos) são
fagocitados – e secretórias (que variam com a maturidade sexual)
• Devido à sua estrutura, mais largas na base e mais estreitas na parte do
lúmen, facilitam a libertação dos espermatídios maturos (espermiação)
• Têm os recetores para a FSH que vai regular a síntese e secreção de
andrógenos (são recetoras da FSH)

Na imagem são visíveis células intersticiais (IC), membrana basal (M), espermatogónias
(indicadas pela seta) e células de Sertoli (SC), que apresentam um citoplasma extenso que
se estende até ao lúmen do tubo, ramificando-se por todo o epitélio germinativo (contorno
irregular). O núcleo é oval e orientado em ângulo reto com a membrana basal e apresenta
um nucléolo proeminente.
Em cortes histológicos as células de Sertoli são células menos coradas núcleo numa
posição mais basal e triangular

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BM – Membrana basal
S – Espermatogónias (células redondas e completamente basais)
St – Células de Sertoli (células muito grandes, com núcleo e nucléolo
extremamente proeminentes e núcleo mais basal, sendo que o citoplasma
ocupa todo o túbulo seminífero)

Células de Sertoli na altura do nascimento


É a altura mais fácil de se observar células de Sertoli (SC) – grandes núcleos mais basais e
triangulares. São também visíveis espermatogónias (S) – núcleos redondos na parte basal.
Em túbulos com a espermatogénese ativa as células de Sertoli são difíceis de distinguir,
apesar de revestirem completamente a parte terminal dos túbulos seminíferos.

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EPITÉLIO GERMINATIVO (ESPERMATOGÉNESE E ESPERMIOGÉNESE)


O epitélio germinativo produz gâmetas haploides masculinos:

• Espermatogónias – células pluripotentes que se dividem periodicamente


em espermatogónias tipo A (indiferenciadas) e tipo B, que se diferenciam
(difíceis de se distinguir histologicamente, a espermatogónia tipo A tem a
cromatina condensada, enquanto que a tipo B tem a cromatina dispersa)
• Mitose das espermatogónias tipo B (crescem e aumentam em número),
originando espermatócitos primários
• Meiose dos espermatócitos primários origina os Espermatídeos –
Espermatogénese
• Diferenciação celular origina os Espermatozóides – Espermiogénese

Espermatídeos – células mais pequenas e móveis, ainda não têm o flagelo


completamente formado

Espermiogénese – mobilidade ao flagelo e formação dos espermatozoides

Identificação do tipo de célula:

• São visíveis flagelos


• Membrana basal bem definida
• Células mais basais redondas – espermatogónias tipo A e tipo B (difícil de
distinguir)
• Mitose das espermatogónias tipo B origina espermatócitos primários
(células maiores, núcleo grande e citoplasma abundante. É possível ver
células em divisão)
• Os espermatócitos primários são células grandes que migram em direção
ao lúmen (passam as “tight junctions” que impedem a passagem de
nutrientes)
• No compartimento adluminal do epitélio seminífero, começa a
espermatogénese: espermatócitos primários migram para o
compartimento adluminal – há a primeira divisão meiótica (meiose I),
originando espermatócitos secundários (muito difíceis de observar,
divisão muito rápida) e, após a segunda divisão meiótica (meiose II),
concluída a meiose, originam-se os espermatídeos (células mais
pequenas, núcleo mais pequeno, cabeça redonda)
• Finalmente há a formação de espermatozoides – cabeça fusiforme e
flagelos formados

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Observando espermatídio com o esquema:

• Lamina basal à volta


• Células mioides com capacidade contrátil
• Espermatogónias que variam no tamanho
• Células de Sertoli em que os núcleos são mais triangulares e maiores que
os outros.
• Espermatócitos primários com núcleo redondo e mais pequeno que
espermatogónias.
Os espermatídios mantem-se ligados entre eles por pontes citoplasmáticas
até se formarem os espermatídios já com o flagelo, mas ainda não funcionais.
Com núcleo mais pequeno e redondo.

• CÉLULAS DE LEYDIG- células do tecido intersticial do testículo. Têm


núcleo redondo com cromatina dispersa e um ou dois núcleos. Vê-se
bem citoplasma bastante eosinófilo com muitos vacúolos lipídico,
muitas mitocôndrias isoladas, ou em grupo, junto a capilares linfáticos
ou sanguíneos que circundam os tubos seminíferos, devido à sua
produção de testosterona.

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Espermiogénese

Processo de diferenciação celular dos espermatídios secundários para formar


espermatozoides.
O espermatídio tem um núcleo mais redondo que é altamente condensado para
formar a cabeça do espermatozoide- inativo- até se dar a fertilização. Peça
intermedia rica em mitocôndrias e centríolos, que originam microtúbulos,
através dos quais se forma o flagelo.

1- Formação da vesícula acrossómica a partir do aparelho de Golgi que rodeia


quase toda a cabeça do espermatozoide. Acumula hidratos de carbono e
enzimas.
2- Formação do capuz acrossómico por aposição da vesícula a nível do polo
nuclear.
3- Migração dos centríolos para o polo oposto ao do capuz acrossómico para
formar o axonema do flagelo a partir do centríolo distal.
4- Disposição longitudinal de 9 fibrilhas grosseiras ao longo do flagelo e outras
circunferenciais em torno do flagelo.
5- Migração de parte do citoplasma para a primeira parte do flagelo, onde aí se
concentram as mitocôndrias.
6- Fagocitose do excesso de citoplasma pela célula de Sertoli. As mitocôndrias
dispõem-se de modo helicoidal em torno das fibrilhas que circundam a primeira
parte do flagelo O Núcleo no acrossoma condensa e as histonas são substituídas
por protaminas. Em qualquer parte do tubo, o desenvolvimento dos
espermatozóides é sincrónico porque os espermatídeos permanecem ligados
uns aos outros por pontes de citoplasma.

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Espermatozoide

Cabeça – forma de pera achatada ocupado pelo núcleo com cromatina


condensada e áreas de cromatina dispersa e pelo capuz acrossómico
(vesícula achatada contendo enzimas hidrolíticas como a
hialuronidase)

Colo – curto, une a cabeça à cauda contém os centríolos e proteínas


associadas. Esta parte também contem muitas mitocôndrias e já não
entra no oócito. Daí as nossas mitocôndrias e centríolos celulares
serem todos de origem materna.

Cauda, que ainda se divide em 3 segmentos:


• Peça média – Constituída pelo axonema flagelar, circundado
por 9 fibras grosseiras dispostas longitudinalmente.
• Peça principal- axonema mais desenvolvido
• Peça Terminal- mais afunilada que tem o axonema mais
propulsor responsável pelo movimento.

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Uma vez formados dentro dos tubos seminíferos, não estão ativos nem têm
movimento. Para terem movimento, têm que passar o conjunto de túbulos e
glândulas anexas para adquirirem mobilidade e para formarem o fluido seminal
que e extremamente implorante para que se mantenham ativos e com
capacidade de fertilização.

RETE TESTIS (túbulos retos)

Arranjo plexiforme de canais, para onde convergem os tubos seminíferos.


(circundado por tecido de suporte -mediastino testicular)

• Revestidos por epitélio simples cubóide com microvilosidades


superficiais e um único cílio (que auxilia na progressão dos
espermatozoides)
• Os canais da rete testis fundem-se para formar os ductulos eferentes
• Células mioides, com propriedades contrácteis, auxiliam a mistura
dos espermatozóides e a sua deslocação em direção ao epidídimo
• estão presentes no tecido de suporte colagénico altamente
vascular que rodeia a rete testis.

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EPIDÍDIMO

Resulta da fusão dos ductulos eferentes.


Canal longo, extremamente contorcido.
Estende se pela superfície posterior do
testículo para o polo inferior, onde se torna
canal deferente.
É constituído por:
• Cabeça no polo superior do
testículo
• Corpo situado na margem posterior
• Cauda no polo inferior do testículo

É revestido por epitélio colunar a pseudo-estratificado com numerosas


microvilosidades longas e atípicas (estereocílios) das células principais.
O epitélio possui ainda células basais e linfócitos intraepiteliais.
É um tubo de musculo liso cuja espessura da parede, da porção proximal para a
extremidade distal, aumenta de uma única camada circular a 3 camadas, que se
organizam da mesma forma que no canal deferente.
Tem como função, o armazenamento e a maturação dos espermatozóides.

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Núcleos basais com grandes extensões (estereocílios) com espermatozoides na


zona do lúmen.

Controlo Hormonal

Estimulação da adenohipófise pelo


hipotálamo que segrega a LH e a FSH

FSH estimula as células de Sertoli que


segregam a proteína ABP- Androgen
Binding Protein que vai
estimular a espermatogénese

A LH estímula as células de
Leydig a segregar testosterona- na sua
formação forma se di-hidro-testosterona
responsável pelas características
masculinas.

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GLÂNDULA PROSTÁTICA ou PRÓSTATA

É um conjunto de Glândulas Túbulo-Alveolares Ramificadas com 30 a 50 ramos


e envolta numa cápsula, secretam o seu conteúdo na uretra prostática. As
glândulas túbulo-alveolares da próstata são formadas por um epitélio cuboide
alto ou pseudoestratificado colunar
Secreta:
• fluído alcalino (neutraliza o conteúdo ácido da vagina) e nutrientes que
vão enriquecer e liquefazer o sémen
• Transporta os espermatozoides
Tem três zonas distintas:
• Central com glândulas mucosas peri-uretral
• Transição com glândulas na submucosa peri-uretral
• Periférica com glândulas compostas (70 a 80%
• de toda a próstata)

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Próstata

Tamanho de uma noz. É atravessada pela uretra prostática. Dentro da próstata,


a uretra une-se aos canais ejaculadores.
É constituída por glândulas irregulares túbulo-acinares ramificadas incluídas em
estroma fibromuscular, que se abrem na uretra
Envolvidas por um estroma com fibroblastos, colagénio e musculo liso
Rodeada por cápsula fibrocolagénea parcial.

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Epitélio pseudoestratificado colunar.


No lúmen observam-se os corpos amiláceos, ricos em glicoproteínas e fragmentos celulares que
calcificam com a idade.

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Ductos revestidos por epitélio cilíndrico tornando-se mais achatado a medida


que se aproxima da uretra.

VESÍCULAS SEMINAIS

• As vesículas seminais consistem em dois tubos muito tortuosos que,


quando estendidos, medem aproximadamente 5 a 10 cm.
• Quando o órgão é seccionado, o mesmo tubo é observado em diversas
orientações.
• A sua mucosa é pregueada e forrada com epitélio cuboide ou
pseudoestratificado colunar.
• As células epiteliais são ricas em grânulos de secreção, semelhantes aos
encontrados em células que sintetizam proteínas.
• A lâmina própria é rica em fibras elásticas e é envolvida por uma espessa
camada de músculo liso.
• As vesículas seminais não são reservatórios para espermatozoides.
• Elas são glândulas que produzem uma secreção amarelada que contém
substâncias importantes para os espermatozoides, como frutose, citrato,
inositol, prostaglandinas e várias proteínas.
• Carboidratos produzidos pelas glândulas acessórias do sistema
reprodutor masculino e secretados no líquido seminal constituem fonte
energética para a motilidade dos espermatozoides.
• O monossacarídeo frutose é o mais abundante desses carboidratos.
• A altura das células epiteliais das vesículas seminais e o grau da atividade
secretora da glândula dependem dos níveis circulantes de testosterona.

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GLÂNDULAS BULBOURETRAIS

• As glândulas bulbouretrais (as glândulas de Cowper) situam-se na porção


membranosa da uretra, na qual lançam sua secreção.
• Elas são glândulas túbulo-alveolares, revestidas por um epitélio cúbico
simples secretor de muco.
• Células musculares esqueléticas e lisas são encontradas nos septos que
dividem a glândula em lóbulos.
• O muco secretado é claro e age como lubrificante.

PÊNIS

• Os componentes principais do pênis são a uretra e três corpos cilíndricos


de tecido erétil, sendo este conjunto envolvido por pele.

• Dois desses cilindros - os corpos cavernosos do pênis - estão localizados


na parte dorsal do pênis. O terceiro, localizado ventralmente, é chamado
corpo cavernoso da uretra ou corpo esponjoso e envolve a uretra.

• Corpos cavernosos são envolvidos por uma camada resistente de tecido


conjuntivo denso, a túnica albugínea. O tecido erétil que compõe os
corpos cavernosos do pênis e da uretra tem uma grande quantidade de
espaços venosos separados por trabéculas de fibras de tecido conjuntivo
e células musculares lisas

• A maior parte da uretra


peniana é revestida por
epitélio pseudoestratificado
colunar, que na glande se
transforma em estratificado
pavimentoso. Glândulas
secretoras de muco
(glândulas de Littré) são
encontradas ao longo da
uretra peniana.

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SISTEMA REPRODUTOR FEMININO I

Os órgãos genitais dividem-se em:


 Externos: púbis + vulva (grandes e pequenos lábios) + clitóris
 Internos: ovários + útero + trompas de falópio ou tubas uterinas + vagina

OVÁRIOS

 Forma de uma amêndoa, em número de 2, localizados nas paredes


laterais da cavidade pélvica
 Funções:
• Produção de oócitos (gâmetas femininos imaturos)
• Segregação de hormonas sexuais femininas – estrogénio e
progesterona – e de inibina (envolvida no feedback que controla a
libertação de fsh pela adenohipófise)
• Regulação do crescimento dos órgãos reprodutores
• Desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários

 Num corte histológico observa-se:

Mesotélio: epitélio simples que varia de cuboide a pavimentoso


Túnica Albugínea: cápsula de tecido conjuntivo denso (subjacente ao mesotélio)
Córtex: tecido conjuntivo e folículos primordiais (contendo oócitos primários)
Medula: tecido conjuntivo que sustenta células intersticiais, nervos, vasos
linfáticos e vasos sanguíneos (alcançam o ovário através do hilo). É constituída
por:
- Estroma de suporte: células fusiformes com gotículas de lípidos (para
produção de estrogénio pelos folículos), fibras de colagénio e reticulina
(suporte dos oócitos), músculo liso e matriz extracelular (suporte para o
desenvolvimento dos folículos); origina a teca interna e externa dos folículos
(correspondem à diferenciação das células da granulosa que assegura a
vascularização do oócito)

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OOGÉNESE

 A oogénese é o processo de produção de gâmetas femininos. Ocorre


nos ovários. Tem início no embrião, com formação de todas as oogónias,
com meiose suspensa em prófase I até à puberdade. A partir da
puberdade e até à menopausa ocorre, em cada ciclo ovárico, a
maturação, em regra, de um oócito I, e a degenerescência de outros.

A oogénese compreende algumas fases:

1. Fase de Multiplicação – durante o desenvolvimento embrionário ocorre a


formação de oogónias (2n=46) por mitoses sucessivas. A maior parte das
oogónias formadas degenera.

2. Fase de Crescimento – dá-se um acentuado armazenamento de substâncias


de reserva e replicação do ADN implicando o crescimento da célula. Passa
a designar-se oócito I (2n).

3. Fase de Maturação – os oócitos que não degeneram iniciam a fase de


maturação com a primeira divisão da meiose, que fica bloqueada em
prófase I.

A meiose continua na puberdade, com o início dos ciclos ováricos. Os oócitos


I completam a divisão I da meiose e passam a denominar-se oócitos II
(n=23). Uma das células tem maiores dimensões – oócito II (+ citoplasma), e
outra com dimensões reduzidas - 1º glóbulo polar.
Ocorre o início e bloqueio da divisão II da meiose em metáfase II. Neste
momento ocorre a ovulação. A meiose só termina caso haja fecundação,
formando-se óvulos e 2º glóbulos polares.

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 A criança recém-nascida cada oócito I está envolvido por algumas


células, as células foliculares, constituindo os folículos primordiais, muito
pequenos.

 Desde a puberdade até à menopausa, alguns desses folículos entram em


processo de desenvolvimento todos os meses, embora apenas um
completa essa maturação.

CICLO OVÁRICO

Inicia-se antes do nascimento, é retomado na puberdade e termina na


menopausa.

1. As células germinativas primordiais migram para o córtex ovárico e


multiplicam-se por mitose, originando as oogónias.
2. Durante o 2º trimestre de gravidez, as mitoses cessam e algumas
oogónias aumentam de volume, originando os oócitos primários.
3. Pelo 7º mês, os oócitos primários são rodeados por uma camada única de
células da granulosa / foliculares, provenientes de células do estroma,
constituindo os folículos primordiais. Esta encapsulação pára o
desenvolvimento folicular  o oócito fica parado na prófase I da meiose.
4. Na puberdade, a menarca (1ª menstruação) coincide com o aumento de
FSH (follicle stimulating hormone). A partir daqui, e todos os meses,
alguns oócitos primários são maturados (10 a 20).
5. À medida que os folículos se vão desenvolvendo  migram do córtex para
a periferia

Todas estas alterações se devem à libertação de hormonas, induzida pelo


complexo hipotálamo-hipófise.

As três fases do ciclo ovariano são a fase folicular, a fase ovulatória e a fase
luteínica:

1. FASE FOLICULAR

 Ocorre a maturação dos folículos (folículo primordial  folículo


maduro de Graaf), estimulado pela FSH.
a) Folículos Primordiais: oócito primário (parado em prófase I) rodeado por
epitélio simples pavimentoso de células foliculares achatadas. A maioria
desses folículos se localiza na região cortical, próximo à túnica albugínea.
O ovócito do folículo primordial é uma célula esférica com um grande

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núcleo esférico e um nucléolo bastante evidente. Os cromossomos estão


em grande parte desenrolados e não se coram intensamente. Os
organelos citoplasmáticos tendem a aglomerar próximo do núcleo. Há
numerosas mitocôndrias, vários complexos de Golgi e cisternas de
retículo endoplasmático. Uma lâmina basal envolve as células foliculares
e marca o limite entre o folículo e o estroma conjuntivo adjacente.

NOTA: as células foliculares / células da granulosa vão-se organizar em torno do


oócito, permitindo o seu crescimento e a ovulação

b) Folículos primários unilaminares, com uma camada única de células


foliculares cúbicas

c) Folículos primários multilaminares: oócito


primário rodeado por epitélio simples
cuboide de células foliculares; as células
foliculares são sustentadas por uma
lâmina basal que separa o folículo primário
do estroma ovariano. No estágio de folículo
primário, o ovócito primário inicia a síntese
de uma capa glicoproteica, a zona
pelúcida fundamental para o
reconhecimento específico do
espermatozóide da espécie; impede a
entrada de mais do que 1 espermatozóide.

A zona pelúcida é penetrada por delgados


prolongamentos citoplasmáticos das células
foliculares que entram em contacto com
microvilosidades do ovócito. Junções
comunicantes estão presentes nos locais de
contato. É rica em glicoproteínas e rodeia o
oócito.

d) Folículos Secundários: contínua


proliferação de células foliculares e pelo
espessamento da zona pelúcida; presenta
três ou mais camadas de células
foliculares e a zona pelúcida é mais
espessa. A acumulação do líquido folicular
segregado pelas células foliculares
preenche o antro (cavidade folicular). As
células do tecido conjuntivo (estroma
ovárico) circundante organizam-se numa
cápsula celular, a teca, que se diferencia
em teca externa e teca interna.

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A teca começa a organizar-se em duas camadas distintas:

 A teca interna - são poliédricas, têm núcleos arredondados e


citoplasma acidófilo, e suas características ultra-estruturais são de
células produtoras de esteroides
 Teca externa - camada de células achatadas, que contém tecido
conjuntivo e fibras musculares lisas que intervêm na ovulação

Nos folículos secundários começam a surgir espaços entre as células


foliculares, os CORPÚSCULOS DE CALL-EXNER.
• Eles contêm fluído folicular (rico em glucosaminoglicanos e
anticoagulantes) e mais tarde coalescem para formar um grande espaço,
o antro.
• A formação do antro  empurra o oócito para a zona periférica do
folículo.

e) Folículos Terciários/ de Graaf: o oócito está numa posição periférica e o


antro atinge o seu tamanho máximo; as células da granulosa reorganizam-
se no cumulus oophorus (aglomerado de células da granulosa que fixam
o oócito primário à parede do folículo; é responsável por levar os
nutrientes ao oócito primário) e na corona radiata (camada de células
foliculares em contacto com a zona pelúcida). Horas antes da ovulação, o
oócito primário retoma a meiose  formando o oócito secundário (fica
parado em metáfase II) e o 1º corpo polar.

Folículo Folículo Folículo Folículo maturo


Primário secundário pré- secundário de graaf
ancestral

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Atresia folicular: as células foliculares e ovócitos morrem e


são eliminados por células fagocíticas. É um fenómeno de
degenerescência folicular por apoptose, que ocorre em
várias fases da oogénese, mediado por células da granulosa.
Os folículos que involuem deixam marcas fibrosas no ovário.

2. OVULAÇÃO (ao 13º dia)


 Induzida pelo pico de LH
 A atividade proteolítica na teca externa e túnica albugínea  leva à
rutura do folículo de Graaf já maturo
 As fibras musculares da teca externa contraem-se  libertação do
oócito II (juntamente c/ a zona pelúcida e a corona radiata e fluído)
 O infundíbulo da trompa de falópio “suga” o oócito.
 Pouco tempo antes da ovulação, a camada de células foliculares e a
teca interna  começam a sua transformação em corpo lúteo.

3. FASE LUTEÍNICA (14 dias)

Ocorre a formação do corpo lúteo (uma estrutura


endócrina) porque:
 A membrana basal do folículo colapsa.
 Vasos sanguíneos invadem a massa de
células foliculares  o sangue invade o
antro e coagula  formação de um corpo
hemorrágico.
 As células da granulosa transformam-se
em células da granulosa luteínicas 
secretam progesterona e estrogénio, em
resposta à FSH e à LH.
 As células da teca interna passam a ser
células da teca luteínicas  secretam
progesterona e androstenediona (é depois
convertida em estradiol por aromatase nas
células luteínica foliculares), em resposta à
LH.

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O corpo lúteo continua a crescer e entra num estado de involução cerca de 14


dias após a ovulação, a não ser que ocorra fertilização…
 Se a fertilização ocorrer, o corpo lúteo continua a crescer e a produzir
progesterona e estrogénio graças à estimulação pela hCG
(gonadotrofina coriónica humana), sintetizada pelo trofoblasto do
embrião implantado.
 Se não ocorrer fertilização, dá-se a regressão do corpo lúteo
(luteólise)  conduz à formação do corpo albicans, que resulta da
substituição das células do corpo lúteo por tecido conjuntivo do
estroma (contendo colagénio e alguns fibroblastos).

NOTA:

 As células luteínicas que permanecerem livres no estroma após a


involução do corpo lúteo podem reter sua atividade secretora e formar
as chamadas glândulas intersticiais (não são abundantes no ovário
humano).

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SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 2

1 - TUBAS UTERINAS (DE FALÓPIO)

 É um órgão tubular, com 2 extremidades:


• Infundíbulo (uma das suas extremidades) - abre-se na
cavidade peritoneal próximo ao ovário e tem prolongamentos
em forma de franjas chamados fímbrias;
• Intramural (a outra extremidade) - atravessa a parede do
útero e se abre no interior deste órgão

As tubas uterinas podem ser dividas em três zonas:

 A parede da tuba uterina é composta de três camadas:

(1) Uma mucosa;


(2) Uma espessa camada muscular de músculo liso disposto em uma
camada circular ou espiral interna e uma camada longitudinal externa;
(3) Uma serosa formada de um folheto visceral de peritoneu.

NOTA:
As fibras em várias direções permitem que os
movimentos sejam constantes
 Isto é relevante especialmente quando há
uma grande produção de hormonas
estrogénios para a ligação do oócito e do
espermatozoide caso esteja presente

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A mucosa das tubas uterinas:

 Tem dobras longitudinais que são muito numerosas na ampola – em razão


dessas pregas, o lúmen da ampola se assemelha a um labirinto em seções
transversais da tuba.
 Dobras tornam-se menores nos segmentos da tuba mais próximos ao
útero – na porção intramural, as dobras são reduzidas a pequenas
protuberâncias e a superfície interna da mucosa é quase lisa.

 Formada por um epitélio colunar simples


e por uma lâmina própria de tecido
conjuntivo laxo.
 Epitélio contém dois tipos de células:
o Um é ciliado - os cílios batem em
direção ao útero, movimentando
nesta direção uma película de
muco (produzido pelas células
secretoras da tuba) que cobre sua
superfície.
o Outro é secretor - líquido consiste
principalmente em produtos das
células secretoras.

Alteração das tubas ao longo do ciclo mestrual:

Fase Folicular:
 Poucas células ciliadas que aumentam perto da ovulação.

Fase Secretória:
 Estrógénios - estimulam a ciliogénese
 Progesterona- estimula as células secretoras

Ovulação:
 Infundibulo próximo do ovário e as fimbrias rodeiam-no

A contração de músculo liso e a atividade das células ciliadas transportam o


ovócito ou o zigoto ao longo do infundíbulo e do restante da tuba.
 Este movimento também impossibilita a passagem de microrganismos do
útero para a cavidade peritoneal.
 O transporte do ovócito ou do zigoto para o útero é normal em mulheres
com síndrome de cílio imóvel, indicando que a atividade ciliar não é
essencial para este transporte.

2 - ÚTERO

Tem a forma de uma pera:


 Corpo do útero é a porção dilatada cuja parte superior, em forma de
cúpula, é chamada fundo do útero
 Porção estreitada, que se abre na vagina, é a cérvice ou colo uterino

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A parede do útero é formada por três camadas (do lúmen para o interior):

 Endométrio (Mucosa) – revestimento interior glandular

 Miométrio – parede espessa de 3 camadas de tecido muscular liso


(longitudinal, circular, longitudinal) que funcionam como sincicio
funcional

 Perimétrio – pode ser delgada serosa constituída de mesotélio e tecido


conjuntivo - ou, dependendo da porção do órgão, uma adventícia -
constituída de tecido conjuntivo sem revestimento de mesotélio.

Miométrio: (corresponde à camada muscular)

 Composto de pacotes ou grandes feixes de fibras musculares lisas


separadas por tecido conjuntivo.
 Pelas camadas intermediárias do miométrio passam os grandes vasos
sanguíneos que irrigam o órgão.
 Durante a gravidez o miométrio passa por um período de grande
crescimento como resultado de hiperplasia (aumento no número de
células musculares lisas) e hipertrofia (aumento no tamanho das células).

Endométrio: (corresponde à mucosa)

 Constituído por um epitélio e uma lâmina própria que contém glândulas


tubulares simples que às vezes se ramificam nas porções mais profundas
(próximo do miométrio).
 Formado por um epitélio simples colunar com células ciliadas e células
secretoras.
 Epitélio das glândulas uterinas – semelhante ao epitélio superficial, mas
células ciliadas são raras no interior das glândulas.
 Tecido conjuntivo da lâmina própria é rico em fibroblastos e contém
abundante matriz extracelular. As fibras de tecido conjuntivo são
constituídas principalmente de colagénio de tipo III.
 O endométrio pode ser subdividido em duas camadas:
(1) A camada basal, mais profunda, adjacente ao miométrio, constituída
por tecido conjuntivo e pela porção inicial das glândulas uterinas;
(2) Camada funcional, formada pelo restante do tecido conjuntivo da
lâmina própria, pela porção final e desembocadura das glândulas e
também pelo epitélio superficial.

Enquanto a camada funcional sofre mudanças intensas durante os ciclos


menstruais, a basal permanece quase inalterada.

Os vasos sanguíneos que irrigam o endométrio sofrem alterações durante a


menstruação:

 Artérias arqueadas, que se orientam circunferencialmente nas camadas


médias do miométrio, partem dois grupos de artérias que proveem
sangue para o endométrio:
• As artérias retas, que irrigam a camada basal
• As artérias espirais, que irrigam a camada funcional

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Ciclo uterino:

(1) A fase menstrual (4 a 5 dias) é a fase inicial do ciclo

(2) A fase proliferativa (correspondente à fase folicular do ciclo ovárico):

 Espessura do endométrio aumenta como resultado da atividade


estimuladora dos estrógenos
 Atividade mitótica é detetada tanto na lâmina própria como no
epitélio
 Células epiteliais glandulares migram em direção à superfície e as
glândulas se tornam retilíneas e estreitas.
 Desenvolvem-se os vasos.

(3) A fase secretora (começa quando ocorre a ovulação):


 É cerca de 13 dias.
 Glândulas endometriais iniciam a sua atividade secretora -
contorno das glândulas tubulares se toma irregular e enovelado,
seu epitélio de revestimento acumula glicogénio (importante para
nutrir o embrião nas primeiras fases), e as secreções ricas em
glicogênio e glicoproteínas estão presentes no lúmen glandular.
 Vasos sanguíneos - aumentam de comprimento
 Lâmina própria contém liquido em excesso
 A fase secretora é controlada tanto pela progesterona como por
estrogénios produzidos pelo corpo lúteo.

(4) Final do ciclo menstrual


 Involução do corpo lúteo resulta de uma diminuição dos níveis
sanguíneos de hormônios esteroides, levando a uma fase
isquémica:
• Redução no suprimento sanguíneo normal - causando uma
intermitente isquemia - e a consequente hipoxia determinam a
necrose da camada funcional do endométrio, a qual é
descamada durante a fase menstrual

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3 - COLO DO ÚTERO (CÉRVICE)


 Porção cilíndrica, mais baixa do útero, é porção difere do restante do
útero.

 Mucosa
o Revestida por um epitélio simples colunar secretor de muco.
o Contém as glândulas mucosas cervicais, que se ramificam
intensamente
o Não sofre mudanças notáveis durante o ciclo menstrual e não
descama durante a menstruação
o Durante a gravidez, as células das glândulas mucosas
cervicais proliferam e secretam um líquido mucoso mais
abundante e mais viscoso

 Tem poucas fibras de músculo liso e consiste principalmente em tecido


conjuntivo denso.

 Extremidade externa da cérvice é revestida por epitélio estratificado


pavimentoso, esta é uma zona de exposição e por isso é rica em
linfócitos

As secreções cervicais têm um papel importante na fertilização:

 Na época da ovulação, as secreções mucosas são mais fluidas e


facilitam a penetração do esperma no útero.
 Na gravidez, os níveis de progesterona alteram as secreções mucosas
de forma que elas se tornam mais viscosas e previnem a passagem de
esperma e de microrganismos para o interior do útero.
 A dilatação da cérvice que precede o parto se deve a intensa
colagenólise (destruição das fibras de colagénio), que promove o
amolecimento de sua parede.

Zona entre o exocervice (parte externa do colo do útero) e o endocervice (parte


interna do colo do útero):
 Há uma transformação abruta epitelial – a zona de transformação.
Isso acontece porque quando há a primeira menstruação há uma
alteração conformacional e o endocolo que passa a estar em contacto
com o pH da vagina que é ácido e por isso sofre uma metaplasia de
epitélio colunar para estratificado pavimentoso (uma adaptação
celular a um estimulo nocivo com o objetivo de proteger a célula) pare
se proteger desta alteração do pH
 O que acontece é que às vezes é também derivado da infeção pelo
HPV a metaplasia evolui para displasia (á uma alteração da
proliferação celular, no entanto ainda está minimamente controlado)
e depois para carcinoma in situ (neoplasia intraepitelial cervical ou
NIC). A doença pode ser reversível ou pode progredir (caso não lenha
sido detetada) para um carcinoma invasivo que rompe a continuidade
da lâmina basal e invade o tecido conjuntivo subjacente. Mas não é
obrigatório normalmente não passa de metaplasia!
 Entrada de microorganismos (HPV é um exemplo) e por isso é rica em
linfócitos.
 Com a idade os linfócitos perdem eficácia e torna-se mais vulnerável
a doença.

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4 - VAGINA

 Um tubo fibromuscular que é formado por três camadas:


• Uma camada mucosa interna (epitélio estratificado
pavimentoso não queratinizado, rico em glicogénio, sustentado
por uma lamina própria)
• Uma túnica média de músculo liso
• Uma túnica adventícia externa de tecido conjuntivo.

A diferenciação do epitélio vaginal é dependente de hormonas e sofre


modificações cíclicas durante o ciclo menstrual.

Monte do púbis, lábios maiores e lábios menores são estruturas de pele


modificadas:

 O monte do púbis é constituído por pele delgada revestida por típica


epiderme (epitélio estratificado pavimentoso queratinizado).
 Os lábios maiores têm glândulas sudoríparas apócrinas e glândulas
sebáceas em sua pele.
 Os lábios menores são pregas cutâneas cuja epiderme é pigmentada
com mela nina, apresentando também abundantes vasos sanguíneos,
fibras elásticas e glândulas sebáceas.

MAMA

 Cada glândula mamária consiste em 15 a 25 lóbulos de glândulas


túbulo-alveolares compostas meró/apócrina sudorípara modificada,
cuja função é secretar leite para nutrir os recém-nascidos.

 Cada lóbulo, separado dos vizinhos por tecido conjuntivo denso e


muito tecido adiposo, é na realidade uma glândula individualizada com
seu próprio ducto excretor, chamado ducto galactóforo ou ducto
lactífero.

 Estrutura histológica das glândulas mamárias varia de acordo com o


sexo, a idade e o estado fisiológico.

Estrutura das glândulas mamárias durante a puberdade e na mulher adulta


Antes da puberdade:

 Glândulas mamárias são compostas de


porções dilatadas, os seios galactóforos e
várias ramificações desses seios, os ductos
galactóforos

Durante a puberdade:

 As mamas aumentam de tamanho e


desenvolvem um mamilo proeminente, que
resulta do acúmulo de tecido adiposo e
conjuntivo, além do crescimento e ramificação
dos ductos galactóforos que se devem ao
aumento da quantidade de estrogénios
circulantes durante a puberdade.

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Na mulher adulta:

 Estrutura característica da glândula - o lóbulo - desenvolve-se a partir


das extremidades dos menores ductos:
• Um lóbulo consiste em vários ductos intralobulares que se
unem num ducto interlobular terminal
• Cada lóbulo é envolvido por tecido conjuntivo intralobular laxo
(ou seja, dentro de cada lóbulo entre os ductos o tecido
conjuntivo é laxo, mas entre os lóbulos o tecido conjuntivo é
denso) e muito celularizado, sendo que o tecido conjuntivo
interlobular que separa os lóbulos é mais denso e menos
celularizado.

 Próximo à abertura do mamilo, os ductos galactóforos (ou ductos


lactíferos – é o mesmo!) Se dilatam para formar os seios galactóforos.
• As aberturas externas dos ductos galactóforos são revestidas
por epitélio estratificado pavimentoso.
• Esse epitélio bruscamente se transforma em estratificado
colunar ou cuboide nos ductos galactóforos.
• O revestimento dos ductos galactóforos e ductos interlobulares
terminais é formado por epitélio simples cuboide, envolvido por
células mioepiteliais (relembra o que são células mioepiteliais
nos apontamentos de epitélio glandular!).

 Ácinos: Epitélio cubóide ou colunar com células mioepiteliais

NOTA:
O tecido conjuntivo que cerca os alvéolos contém muitos linfócitos e
plasmócitos. A população de plasmócitos aumenta significativamente no fim da
gravidez; eles são responsáveis pela secreção de imunoglobulinas (IgA
secretora), que conferem imunidade passiva ao recém-nascido.

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Durante a gravidez e lactação:

 As glândulas mamárias sofrem intenso


crescimento durante a gravidez por
ação sinérgica de várias hormonas,
principalmente estrógenos,
progesterona, prolactina e lactogénio
placentário humano. Uma das ações
desses hormônios é o desenvolvimento
de alvéolos nas extremidades dos
ductos interlobulares terminais. Os
alvéolos são conjuntos esféricos ou
arredondados de células epiteliais que
são as estruturas ativamente
secretoras de leite na lactação e são
rodeados por células mioepiteliais.

 Durante a lactação, a produção de leite nas células alveolares é


controlada pela prolactina. A ejeção do leite é controlada pela oxitocina,
que atua sobre as células mioepiteliais. O leite contém:
(1) Proteínas (caseína, a-
Iactalbumina, proteína
relacionada com a hormona da
paratireoide e outros)
liberadas por secreção
merócrina;
(2) Gordura (triglicerídeos e
colesterol) liberados por
secreção apócrina;
(3) Lactose (produzida no
aparelho de Golgi e libertada
junto com as proteínas);
(4) Imunoglobulina A dimérica de
secreção (produzida pelos
plasmócitos e libertada no
lúmen dos alvéolos por
transcitose).

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CURIOSIDADE…

Tumores da glândula mamária:


• As doenças benignas das glândulas mamárias incluem alterações
fibrocísticas dos duetos lactíferos e fibroadenoma (massas de tecido
epitelial e conjuntivo).
• A ginecomastia é o aumento das mamas em homens.
• O cancro da mama tem origem no revestimento epitelial dos ductos
lactíferos (80%). Os recetores de estrogénios e os genes supressores de
tumores BRCA1 e BRCA2 têm um papel importante nos tumores de mama.

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GLÂNDULAS ENDÓCRINAS

 As glândulas endócrinas
formam-se a partir do epitélio
de revestimento e associam-
se a capilares fenestrados.
 Não têm ductos.
 Encontram-se em grupos de
células organizados em
agregados ou cordões que
conjuntamente com o sistema
vascular formam sinusoides
 Tecido conjuntivo que forma o
estroma destes órgãos é rico
em fibras de reticulina
(colagénio tipo III).
 Conjuntamente com o sistema
nervoso integram e regulam as
funções de todos os outros
sistemas.
 As células endócrinas estão
sempre muito próximas de
capilares sanguíneos, que
recebem as hormonas
secretadas e as distribuem
pelo organismo, diluídos no
plasma.
 Muitas hormonas, portanto,
agem distantes do seu local de
secreção.

HORMONAS E SINALIZAÇÃO
Hormonas são moléculas que agem como sinalizadores químicos.
Eles são liberados por células especializadas chamadas endócrinas, porque
secretam "para dentro” ao contrário das células de glândulas exócrinas, cuja
secreção é levada por meio de ductos excretores a uma cavidade ou à superfície
do corpo.
Hormonas como sinalizadoras:
 Proteínas e glicoproteínas (Insulina, hormona de crescimento...)
 Pequenos péptidos (Vasopressina, hormona antidiurética...)
 Derivados dos aminoácidos (Tiroxina, adrenalina…)
 Esteroides derivados do colesterol (mineral corticoides,
glucocorticoides…)

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Mecanismos de sinalização:
 Endócrino – envolve uma molécula sinalizadora, chamada de hormona,
secretada por uma célula endócrina e transportada pela circulação para
agir em células-alvo distantes.

 Parácrina (sináptico) – mediada por uma molécula sinalizadora que atua


localmente, regulando o comportamento de uma célula vizinha. Um
exemplo é a ação dos neurotransmissores produzidos por neurónios e
liberados em uma sinapse.

Sistema nervoso: as células comunicam por impulsos nervosos e libertam os


neurotransmissores por sinapses.
Neurotransmissores podem ser:
• Moléculas Hidrofílicas – glicoproteínas, péptidos de aminoácidos.
Células alvo têm recetor na membrana
• Moléculas Hidrofóbicas- Esteroides, hormonas da tiróide.
Associadas a uma proteína Carrier. Células alvo possuem recetor
intracelular.

 Autócrina – caracteriza-se por células que respondem a moléculas


sinalizadoras que elas próprias produzem. Um exemplo clássico é a
resposta das células do sistema imunológico a antigénios estranhos ou
fatores de crescimento, que estimulam sua própria proliferação ou
diferenciação. A sinalização autócrina anormal desencadeia o
crescimento incontrolado das células cancerígenas.

SISTEMA NERVOSO VS ENDÓCRINO

NERVOSO ENDÓCRINO

 Sistema “com fios”, arranjo  Sistema “sem fios”, sem


estrutural específico entre conformação estrutural
neurónios e células-alvo com células-alvo

 Hormonas libertadas e
 Neurotransmissor é
transportados no sangue
libertado e difundido a
para longas distâncias
curta distância
 Relação anatómica entre
 Especificidade do recetor
células nervosas e células-
da célula alvo
alvo

 Resposta é rápida e breve  Resposta lenta e de longa


distância
 Coordena respostas
 Controlo de atividades de
rápidas e precisas
longa duração

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EIXO HIPOTÁLAMO-HIPÓFISE
 O hipotálamo e a hipófise (também conhecida como glândula pituitária)
formam uma rede neuro endócrina integrada conhecida como sistema
hipotálamo-hipófise.

 O sistema hipotálamo-hipófise consiste em dois componentes:


(1) O sistema adeno-hipofisário hipotalâmico, ligando o hipotálamo à
hipófise anterior;
(2) o sistema neuro-hipofisária hipotalâmico, ligando o hipotálamo à
hipófise posterior.

 Hipotálamo é um conjunto de neurónios-Núcleos- que segregam


hormonas. As suas células neuro endócrinas estão detrás da barreira
Hemato-Cefálica.

 Células neuro endócrinas do hipotálamo exercem efeitos positivos e


negativos sobre a hipófise através de péptidos chamados de hormonas
ou fatores de liberação e de inibição, têm um tempo de resposta muito
curto (frações de um segundo) aos neurotransmissores e enviam axónios
à neuro-hipófise.
• Positivo- hormonas libertadoras da hipófise
• Negativo- hormonas inibitórias da hipófise

HIPÓFISE
 A hipófise ou pituitária é um pequeno órgão que se localiza numa
cavidade do osso esfenoide - a sela turca - que é um importante ponto de
referência radiológico.

 A hipófise liga-se ao hipotálamo, situado na base do cérebro, por um


pedículo que é a ligação entre a hipófise e o sistema nervoso central.

 A hipófise tem origem embriológica dupla: nervosa e ectodérmica.

 Como causa da sua origem embriológica dupla, a hipófise consiste, na


realidade, em duas glândulas: a neuro-hipófise e a adeno-hipófise, unidas
anatomicamente e tendo funções diferentes, porém inter-relacionadas.

 A neuro-hipófise, a porção de origem nervosa, consta de uma porção


volumosa - a pars nervosa -, e do seu pedículo de fixação - o infundíbulo.

 A adeno-hipófise - não tem conexão anatômica com o sistema nervoso. É


subdividida em três porções:
• A primeira e mais volumosa é a pars distalis ou lobo anterior;
• A segunda é a porção cranial que abraça o infundíbulo,
denominada pars tuberalis;
• A terceira, denominada pars intermedia, é uma região rudimentar
na espécie humana, intermediária entre a neuro-hipófise e a pars
distalis.

 Ao conjunto de pars nervosa e pars intermedia também se dá o nome de


lobo posterior da hipófise.

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 A glândula é revestida por uma cápsula de tecido conjuntivo denso,


contínua com a rede de fibras reticulares que suporta as células do órgão.

Eixo Hipotálamo-hipófise:
Axónios estendem-se do núcleo
supraóptico e paraventricular pelo
infundíbulo até à pars nervosa da
neurohipófise onde são libertadas as
hormonas.

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Sistema porta hipofisário


 É uma rede de vasos que transporta hormonas do hipotálamo e estimulam
ou inibem a secreção da hipófise anterior ou pars distalis.

 A hipófise anterior é altamente vascularizada.

 A vascularização é feita por dois grupos de artérias originadas das


artérias carótidas internas:
• As artérias hipofisárias superiores, direita e esquerda, irrigam a
eminência mediana e o infundíbulo;
• As artérias hipofisárias inferiores, direita e esquerda, irrigam
principalmente a neuro-hipófise, mas enviam alguns ramos para o
pedículo da hipófise.

 No infundíbulo as artérias hipofisárias superiores formam um plexo


capilar primário, cujas células endoteliais são fenestradas.

 Os capilares do plexo primário se reúnem para formar vênulas e


pequenos vasos que se encaminham para a pars distalis, onde se
ramificam novamente, formando um extenso plexo capilar secundário.

 Há, portanto, dois sistemas venosos em cascata, o que caracteriza um


sistema porta, denominado sistema porta hipofisário.

 O suprimento sanguíneo da pars distalis é feito, portanto, de sangue vindo


principalmente do infundíbulo através do sistema porta-hipofisário e em
escala muito menor de alguns ramos das artérias hipofisárias inferiores.

 Através desse sistema vascular várias neuro-hormonas produzidas no


hipotálamo são levadas diretamente do infundíbulo à pars distalis,
controlando a função de suas células.

 O sangue venoso desse sistema sai por diversas veias hipofisárias.

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 Muito vascularizada, as hormonas são produzidas na adenohipófise e


ficam em grânulos que são libertadas por estímulos endócrinos.

 O Hipotálamo controla a secreção de hormonas que controlam a síntese


e segregação de hormonas pela tiróide, suprarrenais e gónadas: o
cérebro controla estas glândula endócrinas.

ADENOHIPÓFISE HISTOLOGICAMENTE:
A. Pars distalis
Pars distalis corresponde a cerca de 75% da adenohipófise e tem três
componentes:
 Células epiteliais organizadas em cordões que circundam os capilares
fenestrados que carregam sangue do hipotálamo.
 Capilares fenestrados drenam nas veias hipofisárias
 Estroma rico em fibras de reticulina

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Distinguem-se dois tipos de células quanto à sua coloração:

 Cromofobas (não coram e representam um grupo celular muito


heterogéneo como progenitores indiferenciados)

 Cromofilicas:

Basófilicas (coram com corantes básicos e PAS)


• Gonadotrófos (Gonadotrofinas)
• FSH- Follicule-stimulating hormone
• LH- luteinizing hormone
• Tirotrófos (Tirotrofina)
• TSH- Thyroid-stimulating hormone
• Corticotrófos (Adrenocortitrofina)
• ACTH- Adrenocortocotropic hormone – ativa a síntese de MSH:
melanocyte-stimulating hormone

Acidófilas (coram com corantes ácidos)


• Somatotrófos (Somatotrofina)
GH- Growth hormone – hormona de crescimento
• Lactotrófos (Lactotrofina)
PRL- Prolactin - prolactina

A- Células acidófilas  GH, PRL


B- Células Basófilas  FSH, LH, TSH, ACTH que ativa MSH
C-Células Cromofobas

NOTA:
A identificação precisa das células endócrinas da adeno-hipófise é realizada
através de imunohistoquímica, a qual demonstra seu conteúdo hormonal usando
anticorpos específicos.

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Ultra estrutura das Imunohistoquímica


células cromofilicas com anticorpos
(somatotrófos), com anti-somatotrófos
golgi bem desenvolvido (segregam GH)
e muitos grânulos

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Exemplo: ação da TSH

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B. Região posterior, lobo ou pars intermédia da Adenohipófise

 Pequenas células cúbicas, basófilas, que se dispõem em cordões


e por células desgranuladas (cromófobas), que limitam vesículas
irregulares cheias de um coloide semelhante ao da tiróide, mas
desprovido de iodo.
 Separa a Adeno da Neurohipófise
 É rudimentar no Homem.
 Sintetiza e segrega MSH (possuem grânulos de secreção
semelhantes às das corticotróficas produzidas pela pars distalis)

C. Região superior, lobo ou pars tuberalis da Adenohipófise

 Células cromófobas, que se dispõem em cordões rodeando a


haste pituitária e a região ventral do infundíbulo
 Pouco desenvolvida no Homem

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NEUROHIPÓFISE HISTOLOGICAMENTE:

A. Pars Nervosa da hipófise posterior

Tecido neuronal modificado com 3 estruturas histológicas

 Pituicitos- células da neuroglia que dão sustentação (semelhantes


às do SNC), o seu citoplasma não se consegue distinguir das outras
células neuronais
 Axónios não mielinizados, de células neuro secretoras, cujos
corpos celulares estão no hipotálamo. Os corpos Herring (NB-
neurosecretory bodies), terminais axónios das células neuro
endócrinas, pelos quais se libertam as hormonas oxitocina e
vasopressina (ADH- AntiDiuretic Hormone) sob estímulo neuronal.
Ligados a uma proteína carrier e são libertados por exocitose nos
capilares fenestrados
 Capilares fenestrados

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Ação das hormonas da neurohipófise

a) ADH

 Regula a excreção de H2O nos rins


 É um vasoconstritor potente (vasopressina).
 ↑ Pressão osmótica da circulação ou ↓ do volume sanguíneo 
Libertação da ADH
 Também funciona como neurotransmissor

b) Oxitocina

 Atua no músculo liso durante o parto


 Estimula as células mioepiteliais dos ácinos secretores dos ductos
lactíferos na amamentação
 Pode estar envolvida no transporte dos espermatozóides
 Pode estar envolvida na ligação emocional (hormona do amor)

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Resumindo ação das hormonas produzidas pela adeno hipófise…

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GLÂNDULA PINEAL

 Órgão endócrino muito pequeno formado por células neuro secretórias.


 Conhecida pela epífise cerebral que regula o ritmo das atividades diárias
do corpo
 Localiza-se na extremidade posterior do terceiro ventrículo, sobre o teto
do diencéfalo, com o qual está conectada por um curto pedúnculo.
 A pineal é revestida externamente pela piamáter, da qual partem septos
de tecido conjuntivo (contendo vasos sanguíneos e fibras nervosas não
mielinizadas) que penetram a glândula, dividindo-a em lóbulos de formas
irregulares
 Uma característica importante da glândula pineal é a presença de áreas
de calcificação definidas, chamadas corpos arenosos ("areia cerebral").
A calcificação começa cedo na infância e torna-se evidente na segunda
década da vida.

 Na pineal predominam dois tipos celulares, pinealócitos e astrócitos.

Pinealócitos (células neuro secretora)  Produzem melatonina, um derivado da


serotonina (sintetizada a partir de um aminoácido – triptofano), pela exposição a
ambiente escuro. Em cortes corados por HE, os pinealócitos são vistos com um
citoplasma levemente basófilo e grandes núcleos de perfil irregular ou lobados
contendo nucléolos bastante evidentes.

Entre os pinealócitos observam-se núcleos alongados e mais fortemente


corados, pertencentes aos astrócitos. Como no tecido nervoso, os astrócitos
contêm prolongamentos e grande quantidade de filamentos intermediários.

Efeitos da glândula pineal:


 Parece ter efeito hipnótico,
funcionando como transdutor
neuro endócrino regulando os
ritmos circadianos. A pineal é
importante também no controle do
desencadeamento da puberdade

 A pineal responde a estímulos


luminosos que são recebidos pela
retina, transmitidos ao córtex
cerebral e retransmitidos à pineal
por nervos do sistema simpático.

 A escuridão provoca secreção de


melatonina e de vários peptídios,
cuja quantidade na circulação,
portanto, varia muito durante um
ciclo diário de 24 h.

 Essas moléculas, por sua vez,


promovem mudanças rítmicas nas
atividades secretoras de vários
órgãos.

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Pinealócitos rodeado de septos de tecido


conjuntivo (S) com vénulas (V) e capilares
(setas).
CA –Corpus aranaceum (areia do cérebro),
corpos basofilicos extracelulares de iões
calcificados. O significado fisiológico não é
conhecido

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Pinealócitos (P) com núcleos eucromáticos


redondos, nucléolo proeminente e
citoplasma granular.
Astrócitos (A) núcleo mais escuro e
alongado, localizados nos septos e perto dos
vasos (V).
Capilares (setas) menos numerosos que nas
outras glândulas.
Ao longo dos septos observam-se fibras não
mielinizadas do SNC simpático,
indiretamente associadas com os neurónios
fotorreceptores da retina, aproximam-se dos
pinealócitos para estimular a libertação de
melatonina nos períodos sem luz.

TIROIDE
 É uma glândula endócrina que se desenvolve a partir do endoderma da
porção cefálica do tubo digestivo.
 Sua função é sintetizar as hormonas tiroxina (T4) e triiodotironina (T3),
que regulam a taxa de metabolismo do corpo.
 A tiroide é um órgão extremamente
vascularizado por uma extensa rede
capilar sanguínea e linfática que
envolve os folículos. As células
endoteliais dos capilares sanguíneos
são fenestradas, como é comum
também em outras glândulas
endócrinas. Esta configuração
facilita o transporte de substâncias
entre as células endócrinas e o
sangue

 Situada na região cervical anterior à


laringe, a glândula tireoide é
constituída por dois lóbulos unidos
por um istmo

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 Possui uma cápsula de tecido conjuntivo


• Limita e separa dos tecidos vizinhos;
• Imite septos com fibras de reticulina, com vasos sanguíneos,
linfáticos e nervos, que dividem a glândula em lóbulos incompletos
cada um contendo vários folículos tiroideus ou ácinos-Unidade
Funcional e Estrutural desta glândula.
• Com o envelhecimento da glândula é frequente a sua infiltração por
linfócitos e adipócitos

Folículo Tiroideu:
 A tireoide é composta de milhares de folículos tireoidianos.
 A parede dos folículos é um epitélio simples cujas células são também
denominadas tirócitos.
 Folículos- Arredondados, de dimensões variadas, constituídos por
epitélio simples cúbico – Tirócitos
 Apoiado na membrana basal
 Lúmen central com substância colóide produzida pelos Tirócitos–
Tiroglobulina (glicoproteínas iodadas) precursora da T3 (tri-iodotironina)
e T4 (tiroxina ou tetra-iodotironina)

 Glândula ativa- Aumenta o número de folículos e os tirócitos que ficam


mais colunares com microvilosidades e pseudópodes.

 Glândula inativa- Diminui o número de folículos, tirócitos passam de


cubóides a pavimentosos. Maior quantidade de colóide. Aumenta a
síntese TSH, porque T3 não faz o feedback negativo.

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Células Foliculares

 Produzem maior quantidade de Tirotoxina (T4) que na circulação é


convertida em T3, por remoção de uma unidade iodotironina. T3 é
metabolicamente mais activa do que a T4.
 A Secreção é regulada pela TSH da adenohipófise.
 Funções: Regulação do metabolismo basal, influência o crescimento e
maturação em particular do sistema nervoso

NOTA:
Alguns folículos são grandes, cheios de coloide e revestidos por epitélio cúbico
ou pavimentoso, e outros são menores, com epitélio colunar. De maneira geral,
quando a altura média do epitélio de um número grande de folículos é baixa, a
glândula é considerada hipoativa. Em contrapartida, o aumento acentuado na
altura do epitélio folicular acompanhado por diminuição da quantidade de
coloide e do diâmetro dos folículos costuma indicar hiperatividade da glândula.

Células C ou para-foliculares:

 Células com características neuro endócrinas que segregam Calcitonina


 Encontram-se no epitélio ou fora dos folículos, são maiores e mais
eosinófilas que os tirócitos
 Função: conjuntamente com a paratiroide regulam o Ca2+ no sangue
(mas têm efeitos antagonistas)
 É produzida e libertada perante aumento do Ca2+ sérico.
 Atua inibindo a descalcificação do osso (ao estimular a atividade
osteoblástica e ao inibir a atividade osteoclástica) e, portanto, diminui o
Ca2+ sérico.

Corte de uma tireoide mostrando os


folículos cuja parede é formada por
um epitélio simples cubico de células
foliculares (setas).
Os folículos são preenchidos por um
material amorfo - o coloide (C).
Células para-folículares (PF),
produtoras de calcitonina, se situam
entre folículos. (fotomicrografia. HE.
Aumento médio.)

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Tirócitos
Quando ativos desenvolvem microvilosidades (aumento da área de absorção) e
pseudópodes.
Os processos de síntese e iodinação de tireoglobulina e sua absorção e
digestão:
1. Síntese de tireoglobulina e saída para lúmen folicular por exocitose
2. Entrada de iões I-
3. Incorporação dos iões I- nos resíduos de tirosina da tireoglobulina pela
peroxidase da tiróide-Formação da pré-T3 e T4
4. Endocitose do colóide com as pré- hormonas
5. Lisossomas degradam a iodotireoglobulina e libertam T3 e T4
6. Saída das hormonas pela lâmina basal para os capilares fenestrados
Esses eventos podem acontecer simultaneamente na mesma célula.

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PARATIRÓIDE
 Situadas na face posterior da glândula tiroideia, junto à sua cápsula, em
número de 4 ou 6 massas ovoides pequenas
 Normalmente estão incluídas na cápsula da glândula tiroideia.
 A cápsula das paratiroideias origina delicados septos, que dividem o
parênquima da glândula em nódulos de células secretoras.

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Há dois tipos de células na paratireoide: as principais e as oxifilicas:

 Células principais
• As mais abundantes e responsáveis pela secreção de paratormona.
A Paratormona (PTH) induz a reabsorção de cálcio a partir do osso,
levando a hipercalcemia.
• Pequenas com núcleos centrais redondos e citoplasma palidamente
eosinófilo ou claro (se ativas são mais escuras)

 Células oxifilicas (células endocrinamente inativas)


• Mais volumosas que as anteriores e em menor numero; tendem a
ocorrer em nódulos
• O seu citoplasma eosinófilo (rico em mitocôndrias) apresenta
granulações acidófilas, mas desconhece-se a sua função, sendo o
seu numero escasso antes da puberdade.
• Não segregam PTH e aumentam em numero com a idade.

Regulação da PTH:
A paratormona (PTH) é o principal regulador da calcémia (níveis de Ca2+ no
sangue) e dos níveis sanguíneos em fósforo:

 Tecido ósseo, estimula a reabsorção de osso mineralizado pelos


osteoclastos e liberta Ca2+ no sangue

 Tubos Renais, aumentando a reabsorção tubular de iões cálcio e


diminuindo a reabsorção dos iões fosfato do filtrado glomerular;

 Aumentando a reabsorção do cálcio a nível do intestino (em conjunto com


a vitamina D)

Hipercalcémia  Diminuição síntese PTH


Hipocalcémia Estimulação das células principais e libertação de PTH

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SUPRA-RENAL

 Órgãos aos pares nos polos


superiores dos rins

 Encapsulados em tecido conjuntivo


denso que envia trabéculas para o
parênquima glandular

 Estroma de fibras de reticulina

 Partes Exterior- Córtex adrenal

 Parte interior- Medula adrenal

 O córtex tem origem no epitélio celomático, sendo, portanto,


mesodérmico, enquanto a medula se origina de células da crista neural,
isto é, tem origem neuroectodérmica.

 As duas camadas apresentam funções e morfologia diferentes, embora


seu aspeto histológico geral seja típico de uma glândula endócrina
formada de células dispostas em cordões cercados por capilares
sanguíneos.

Córtex

Segrega hormonas esteroides (precursor é o colesterol) que se difundem pela


membrana
Células: ricas em gotas lipídicas, sem grânulos e com REL (é o organelo
predominante nestas células!) desenvolvido 3 zonas concêntricas de cordões de
células epiteliais que se organizam consoante o tipo de esteroides que
produzem:

 Zona Glomerulosa (15% do córtex)


• Aglomerados de células colunares ou piramidais
• Produzem: Mineralcorticóides e aldosterona
• Regulada pelo Sistema-Renina Angiotensina-Aldosterona
• Citoplasma acidófilo, alguns lípidos e REL bem desenvolvido; núcleos
redondos muito corados

 Zona Fasciculada (65 a 85%)


• Longos cordões longitudinais de células poliédricas
• Produzem: Glucocorticoides especialmente cortisol
• Tem efeito no metabolismo celular, como aumentar os níveis de
glucose
• Imunossupressor
• Regulada pela ACTH da adenohipófise por feedback negativo.
Responde a estímulos de stress
• Citoplasma abundante e mal corado, com REL, mitocôndrias e
gotículas de lípidos

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 Zona Reticular
• Rede anastomosada de células pequenas
• Produzem: androgénios
• Células de citoplasma corado, eosinófilo e com pigmento castanho
(lipofuscina), têm muitos lisossomas
• Produzem androgénios que podem ser convertidos em
testosterona (as mulheres possuem testosterona porque as
glândulas suprarrenais a produzem esta hormona!) e estrogénios
nos tecidos periféricos.

Medula

 Células poliédricas em aglomerados com grânulos de exocitose que


formam sinusoides com os capilares fenestrados
 Faz parte do sistema neuro endócrino
 Produz catecolaminas: adrenalina e noradrenalina
 As células são grandes, com núcleo grande, pálido e abundante
citoplasma, fortemente basofilico, cheio de granulações com afinidades
para os sais de crómio – daí serem designadas por células cromafins.
 Têm cor castanha
 As Catecolaminas são a Adrenalina e noradrenalina

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CÉLULAS NEUROENDÓCRINAS

Recebem sinais neuronais (neurotransmissores) e libertam hormonas e péptidos


ativos na circulação, como por exemplo:

No sistema gastro-intestinal
 Serotonina
 Gastrina
 Somatastina

No sistema Respiratório:
 Calcitonina

Órgãos com Função Endócrina:

 Coração
 Pulmão
 Timo
 Rins
 Intestino
 Fígado
 Pâncreas
 Testículo
 Ovários

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