Turismo Inclusivo Oportunidades e Desafios (Original)
Turismo Inclusivo Oportunidades e Desafios (Original)
Turismo Inclusivo Oportunidades e Desafios (Original)
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PORTU(;AL~
1. INTRODUc;AO AO TURISMO INCLUSIVO CECD201 0 ..............................·-······························-·················1
1. COMPOSI!;AO DO MODULO .....................................................................................................................4
2. DURA!;A0 .............................................................................................................................................4
3. PRE·REQUISITO GERAL .............................................................................................................................5
4. 011JECTIVO GERAL .................................................................................................................................. 5
5. METODOLOGIA DEAVALIA!;AO ................................................................................................................ 5
UA 1 · TURISMO INCLUSIVO- PORQUE?... PARA QUE? ...............................-..............................-........................ 6
1 . APRESENTA!;AO .....................................................................................................................................6
1 .1 Objective pedag6gico ................................................................................................................. 6
2. 0 PROJECTO TURISMO INCLUSIVO CECD201 0 .......................................................................................... 7
2.1 Fundamenta~ao do Projecto ....................................................................................................... 7
2.2 Objective geral do Projecto ........................................................................................................ 8
2.3 Competencias dos profissionais de atendimento ................................................................... l 0
2.4 Contributes do Projecto Turismo Inclusive CECD201 0 .......................................................... 11
3. ENQUADRAMENTO POLITICO E NORMATIVO DO TURISMO INCLUSIVO ............................................................ ll
3.1 Contexte normative internacionai/UE ..................................................................................... 12
3.2 Legisla~ao Nacional ................................................................................................................... l 5
4. PRINCIPAlS CONCEITOS ......................................................................................................................... 1 5
4.1 Deficiencia ................................................................................................................................. 16
4.2 Acessibilidade ............................................................................................................................l7
4.3 Design Inclusive ........................................................................................................................ 19
4.4 Produtos de apoio .....................................................................................................................20
UA2 · 0 CLIENTE COM DEFICIENCIA MOTORA..............................·-······························-······························-····23
1 . APRESENTA!;AO ...................................................................................................................................2 3
1 .1 Objective pedag6gico ...............................................................................................................23
1 .2 Competencia visada ..................................................................................................................23
2. A DEFICIENCIA MOTORA ........................................................................................................................24
2.1 Limita~oes e necessidades especiais da pessoa com deficiencia motora ............................ 26
2.2 Produtos de apoio .....................................................................................................................28
2.2.1 Cadeira de rodas ....................................................................................................................28
2.2.2 Auxiliares de marcha .............................................................................................................31
2.3 Requisites da oferta e acessibilidades .....................................................................................32
2.3.1 Transportes ............................................................................................................................36
2.3.2 Legisla~ao Nacional ................................................................................................................38
2.4 Necessidades especiais de relacionamento interpessoal ....................................................... 39
2.5 Pniticas de servi~o .....................................................................................................................42
2.5.1 Tecnicas de manipula~ao de cadeira de rodas ....................................................................43
a
2.5.2 Apoio desloca~ao e transferencias para outros assentos ............................................... .44
2.5.3 Cuidados de relacionamento no servi~o ..............................................................................46
UA 3 · 0 CLIENTE COM DEFICIENCIA VISUAL...............................-.............................·-······························-·······48
1 . APRESENTA!;AO ...................................................................................................................................48
1 .1 Objective pedag6gico ...............................................................................................................48
1 .2 Competencia visada ..................................................................................................................48
2. A DEFICI~NCIA VISUAL. ..........................................................................................................................49
2.1 Limita~oes e necessidades especiais da pessoa com deficiencia visual ............................... 51
2.1 .1 Orienta~ao e mobilidade ....................................................................................................... 52
2.1 .2 Necessidades especiais da pessoa cega ............................................................................... 53
2.2 Produtos de apoio .....................................................................................................................54
2.2.1 Bengala ..................................................................................................................................,54
2.2.2 Braille ......................................................................................................................................55
2.2.3 Audiodescri~ao .......................................................................................................................56
2.2.4 Acessibilidade na internet ....................................................................................................,56
2.2.5 Acompanhante/guia .....................................................................................................,........ 59
2.2.6 0 cao-guia ...............................................................................................................................61
2.2.7 A sinaletica .............................................................................................................................62
2.3 Requisites da oferta e acessibilidade ......................................................................................64
2.3.1 Acessibilidades .......................................................................................................................66
2.3.2 Legisla~ao Nacional ................................................................................................................67
2.4 Pniticas de servi~o e relacionamento interpessoal .................................................................68
UA4 - 0 CLI ENTE COM DEFICI EN CIA AU DITIVA_...._,_,_,.,_,_,_,.,_, ___,_,_,_,_,_,_,_,_,_,_,.,_,_,_,_,_,_,_,_,_,_,_,_, 74
1. APRESENTAc;AO ...................................................................................................................................74
1.1 Objective pedag6gico ................................................................................................................74
1.2 Competencia visada ..................................................................................................................74
2. A DEFICIENCIAAUDITIVA .......................................................................................................................75
2.1 Limita~oes e necessidades especiais da pessoa com deficiencia auditiva ........................... 81
2.1 .1 Necessidades da pessoa com deficiencia auditiva ..............................................................82
2.1 .2 Comunicar com a pessoa com deficiencia auditiva .............................................................84
2.2 Produtos de apoio .....................................................................................................................86
2.3 Requisites da oferta e acessibilidades .....................................................................................90
2.3.1 Acessibilidades .......................................................................................................................92
2.3.2 Legisla~ao Nacional ................................................................................................................93
2.4 Necessidades especiais de relacionamento interpessoa1 ....................................................... 94
2.5 Pniticas de servi~o .....................................................................................................................97
UAS- 0 CLIENTE COM DEFICIENCIA INTELECTUAL OU MULTIDEFICIENCIA .._,_,_,_,_,_,_,_,_,_,_,_, 100
1. APRESENTAc;AO ................................................................................................................................ 100
1.1 Objective pedag6gico ............................................................................................................. 100
1.2 Competencia visada ............................................................................................................... 100
2. A DEFICI~NCIA INTELECTUAL EA MULTIDEFIC£NCIA................................................................................. 101
2.1 Limita~oes e necessidades especiais da pessoa com deficiencia intelectual ou
multideficiencia ............................................................................................................................. 105
2.2 0 dire ito das pessoas com deficiencia intelectual ao lazer e ao turismo .......................... 1OS
2.3 Requisites da oferta e acessibilidades .................................................................................. 108
2.4 Pnitica de servi~o, comunica~ao e relacionamento interpessoal ....................................... 109
UA6- 0 CLIENTE S~NIOR COM LIMITAc;:OES MOTORAS, SENSORIAIS E/OU INTELECTUAIS .. 113
1. APRESENTAc;AO ................................................................................................................................ 11 3
1.1 Objective pedag6gico ............................................................................................................. 11 3
1.2 Competencia visada ............................................................................................................... 11 3
2. 0 PROCESSO DE ENVELHECIMENTO ....................................................................................................... 114
2.1 Caracteristicas do turismo senior ......................................................................................... 116
2.2 Necessidades do cliente senior com limita~oes ................................................................... 117
2.3 Requisites da oferta e acessibilidades .................................................................................. 119
2.4 Pnitica de servi~o, comunica~ao e relacionamento interpessoal ....................................... 121
BIBLIOGRAFIA E LIGAc;:OES........................................................................................................................................ 125
1
.ANUAL DO FOII.ANDO
•ODULO t-TUIIISMO INCLUSIYO- OPOIITUNIDADI:S 1: DI:SAPIOS
•• • •• • •• •
• Turismo lnclusivo- • Turismo lnclusivo na • Turismo lnclusivo na • Turismo lnclusivo
Oportunidades e Hot e laria Restau ra~ao nas Actividades
desafios Tur fsticas
(Agencias,
• Modulo Transportes,
• Modulo sect orial • Modulo sect orial
comum / tra nsversa I l nfo r ma~ao,
dirigido a t odos os Cong ressos,
profissionais do Anima~oo)
Turismo
• Modulo sect o ria l
• 2 5 ho ras
. 25 horas • 25 horas . 25 horas
LJ-
- L.J
2
MANUAL DO FORMANDO
MtiDULO 1-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
Os conteudos dos m6dulos foram elaborados a partir dos resultados de urn estudo
realizado para identificar, com precisao e detalhe, quais as "necessidades especiais"
destes clientes e quais as "competencias espedficas" que os profissionais do turismo
precisam ter para responder adequadamente a essas necessidades especiais.
A lista de "necessidades especiais" assim como a lista de "competencias espedficas"
foram construfdas a partir das referencias expressas pelos pr6prios interessados (por
interlocutores-chave: pessoas com deficiencia, com experiencia de viagem, e
profissionais do turismo com experiencia de atendimento de clientes com deficiencia),
em entrevistas individuais conduzidas por quatro especialistas (dois da area da
deficiencia, dois da area do turismo); a metodologia foi concebida por forma a
respeitar 0 princfpio «nada para nos sem nos».
Cada modulo de forma~ao ecomposto pelas seguintes pe~as:
• uma solu~ao interactiva em html;
• um manual do Formando;
• um guia do Formador;
• Um conjunto de slides em PowerPoint.
Este package formative foi concebido de forma a permitir tres diferentes modalidades
de utilizac;ao/explorac;ao formativa:
3
MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADE8 E DE8AFI08
1. Composi~ao do Modulo
0 presente modulo e composto por uma unidade inicial, atipica, introdutoria ao tema
Turismo lnclusivo e por cinco unidades de aprendizagem tipicas, isto e, organizadas
em fun~ao das competencias requeridas pelas cinco grandes tipologias de limita~oes,
de deficiencias, de "necessidades especiais": de ordem motora, visual, auditiva,
intelectual e multideficiencia e ainda aquelas decorrentes do processo de
envelheci mento.
Ou seja, este primeiro modulo, Turismo lnclusivo - Oportunidades e Desafios, e urn
modulo inicial, introdutorio e transversal a todo o conjunto de profissionais do sector
do Turismo e encontra-se subdividido em 6 Unidades de Aprendizagem:
2. Dura~ao
A dura~ao do modulo 1 - Turismo lnclusivo- Oportunidades e Desafios e de 25 horas,
sendo que prevemos varias sessoes com a durac;:ao de 2h:30m/dia, que corresponde
ao tempo tradicionalmente considerado no sector como mais disponfvel para afectar a
formac;:ao.
4
MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
3. Pre-requisite geral
a
Competencias profissionais inerentes presta~ao de servi~os no sector do Turismo,
mediante mobiliza~ao dos recursos e estrategias comuns de atendimento.
4. Objective geral
No final deste modulo, o Formando devera estar em condi~oes de demonstrar:
• ter compreendido o conceito de ·~urismo inclusive", o quadro normativo-legal
que o suporta e a relevancia estrategica do seu desenvolvimento para o sector
do turismo, para os seus empresarios e trabalhadores e tambem para as
pessoas com deficiencia;
• ter adquirido uma compreensao geral do que sejam as "necessidades especiais"
deste segmento da procura turistica, do que precisam ser os requisites
espedficos da oferta turistica para a elas poderem responder e das atitudes
requeridas para urn relacionamento pessoal adequado com estes clientes;
• ter adquirido tambem as competencias relativas ao apoio/assistencia pessoal a
prestar a estes clientes, em materia de mobilidade, orienta~ao e comunica~ao,
nas situac;:oes comuns/transversais aos diversos sectores em que estao
organizados os servi~os turisticos.
5. Metodologia de Avalia(:ao
A avalia~ao e parte integrante do processo formativo e tern como finalidade validar os
conhecimentos, capacidades e aptidoes adquiridas e/ou desenvolvidas pelos
formandos.
A metodologia de avalia~ao, seja na modalidade a distancia (blearnindJ ou presencia!,
contempla urn sistema de avalia~ao inserida na aplica~ao interactiva, podendo ser
realizada online ou presencialmente (avalia~ao impressa ou em sala com
computadores).
A avalia~ao inclui duas modalidades:
• A avalia~ao formativa (continua).
• A avalia~ao sumativa.
5
MANUAL DO PORMAIIDO
MODULO t·TURISMO IIICLUSIYO - OPORTUIIIDAD•a • D a
e
UA 1 - Turismo inclusive
porque1'>.7. ... para que.
1'>.7
1. Apresenta~ao
Come~aremos esta Unidade de Aprendizagem com uma apresenta~ao do projecto-
Turismo lnclusivo CECD201 0, seguindo-se algumas considera~oes sobre o
enquadramento politico, normativo, onde focaremos as linhas orientadoras da
legisla~ao nacional e internacional, posteriormente apresentaremos alguns conceitos
ligados a problematica do Turismo lnclusivo.
Pretendemos com este recurso didactico que os profissionais do atendimento turistico
comecem a ver a pessoa com deficiencia como
urn cliente que «exige» uma maior aten~ao, urn
maior rigor na informa~ao e uma maior qualidade
no servi~o prestado e por outro lado pretendemos
mostrar aos empresanos e gestores de
empreendimentos turisticos que o Turismo para
pessoas com deficiencia, em Portugal, pode ser
visto como uma oportunidade de neg6cio,
abrindo-se a urn grupo de pessoas que quer
usufruir de actividades turisticas e de lazer
Turistas em cadeira de rodas
diversificadas com qualidade e dignidade.
Torna-se essencial que todos, decisores, gestores e profissionais do turismo vejam nas
pessoas com deficiencia urn potencial segmento de mercado, em crescimento, que
invistam numa oferta de qualidade e que marquem a diferen~a na oferta turistica
atraves de urn excelente relacionamento com a pessoa com deficiencia.
8
MANUAL DO PORMANDO
M6DULO 1-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDAD•a. D.SAPIOS
ii,J310.1iifiiC• 1 I NCLUSIVO
"l
1\1...,..., Dl
PORTUGAL ~ ~
7
MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
8
MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
•!\fJ?nt:fiCJV)oe
J..H.:k;:, fJ\:.'SiOin em 'lkHI!rid c;,;,~,~,;.;;,;,,~~~,;,~~
~tdent;fica<;:ao das necessldades feit.a atrav€s de consulta de
Objectivo 1 de rctolh& de tvHeniurtM::. e W,ii:et>tiJe:..
e ~sees de trabalho com interlocwtores-
chave
mat€ria como•:!~~!::n1:~:;:" em
e de trvkd
Objectivo 2 sat1sfa.;~() das necess1da<tes especu:us uJenefleildas
•Formulayao das com!J€tEm:ias reaHzada tendo em vista a sua
ut!!!za~.':!o na constru~.':!o da package de forrna~o,
Objectivo 3
Objectivo 4
9
MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADE8 E DE8AFI08
10
MANUAL DO PORMANDO
M6DULO t-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADI!S I! DI!8AFI08
mediante a melhoria da
para as pessoas com deficiemcia, para a capacidade de atender as
realiza~ao do seu direito a viagem, ao
turismo, as ferias como qualquer outre
necessidades especiais das
cidadao pessoas com deficiencia, atraves
de um pacote de forma~ao
dirigido ao desenvolvimento das
para as empresas e os profissionais do
Turismo, para poderem cativar e servir competencias dos profissionais
com qualidade um "novo" e importante do turismo, adequadas ao
segmento da procura turfstica atendimento de tais
necessidades
11
MAll UAL DO FOR.MAJIDO
M6DULO 1-TUR.I • • O I JICLU.IYO - OPO R.TU Ill DAD I . I D I • .APIO.
IcONVf.>I~AO
SOBR£ OS 0IR£11'0S
os Direitos das Pessoas com Defici!ncia, adoptada
em Nova lorque em 30 de Ma~o de 2007. Esta
Resolu~lo da Assembleia da Republica foi
publicada no DR, 1• serie, ND146 de 30 de Julho de
2009.
OA$ P£SSOAS
c'O~I OEFICJENCIA
No Preambulo, alinea e) pode ler-se «Reconhecendo
t.J?WTOCOWUI'<:IOSAL
que a defld!ncla ~ um concelto em evolu~io e que
a deficiencia resulta da inter~iio entre pessoas
Conven~o da ONU com lncapacldades e ban-elras comportamentals e
12
MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
13
MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
Ou seja no que se refere a «Participa~ao na vida cultural, recrea~ao, lazer e des portO»
1 - Os Estados Partes reconhecem o direito de todas as pessoas com deficiencia a
participar, em condic;oes de igualdade com as demais, na vida cultural e adoptam
todas as medidas apropriadas para garantir que as pessoas com deficiencia:
c) Tem acesso a locais destinados a actividades ou servic;os culturais, tais como
teatros, museus, cinemas, bibliotecas e servi~os de turismo e, tanto quanto possfvel, a
monumentos e locais de importancia cultural nacional.
3 - Os Estados Partes adoptam todas as medidas apropriadas, em conformidade com o
dire ito international, para garantir que as leis que protegem os direitos de propriedade
intelectual nao constituem uma barreira irrational ou discriminat6ria ao acesso por
parte das pessoas com deficiencia a materiais culturais.
4 - As pessoas com deficiencia tem direito, em condic;oes de igualdade com os demais,
ao reconhecimento e apoio da sua identidade cultural e linguistica especifica, incluindo
a lingua gestual e cultura dos surdos.
5 - De modo a permitir as pessoas com deficiencia participar, em condi~oes de
igualdade com as demais, em actividades recreativas, desportivas e de lazer, os
Estados Partes adoptam as medidas apropriadas para:
c) Assegurar o acesso das pessoas com deficiencia aos recintos desportivos,
recreativos e turisticos;
d) Assegurar que as crian~as com deficiencia tem direito, em condic;oes de igualdade
com as outras crian~as, a participar em actividades ludicas, recreativas, desportivas e
de lazer, incluindo as actividades inseridas no sistema escolar;
e) Assegurar o acesso das pessoas com deficiencia aos servi~os de pessoas envolvidas
na organiza~ao de actividades recreativas, turfsticas, desportivas e de lazer.»
0 Plano de Aq:ao para a DeficU!ncia 2006-2015 procura transmitir os objectives do
Conselho da Europa para a proxima decada, no que concerne aos direitos humanos, a
a a a
nao discriminac;ao, igualdade de oportunidades, plena cidadania e participac;ao
das pessoas com deficiencia/incapacidade no quadro de uma polftica europeia sobre
deficiencia e considera como uma viola~ao da dignidade humana a nao promoc;ao dos
direitos dos cidadaos com deficiencia e da desigualdade de oportunidades.
Esta estruturada em 1 5 linhas de ac~ao, entre as quais a participa~ao em dominies da
vida politica, publicae cultural, a igualdade no acesso a educa~ao, a acessibilidade ao
patrim6nio edificado e aos transportes, a vida em comunidade, a reabilita~ao, a
proteq:ao social e legal, a investigac;ao e desenvolvimento e a promoc;ao da
visibilidade dos direitos das pessoas com deficiencia e incapacidades.
A Estrategia Europeia para a Deficiencia e um plano de acc;ao que pretende fornecer
o quadro para organizar a integra~ao das questoes da deficiencia em materia de
perspectivas de emprego, de educa~ao para todos e de vida aut6noma e para isso
recorre a diferentes instrumentos politicos.
14
MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
4. Principais conceitos
lniciaremos agora a apresenta~ao de alguns conceitos essenciais para o tratamento da
tematica do turismo inclusive:
• Deficiencia
• Acessibilidade
• Design Inclusive
• Produtos de apoio
tS
MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
4.1 Deficiencia
A deficiencia tem vindo a ser encarada como uma qualquer limitac;ao fisica e/ou
mental que limite a capacidade da pessoa para dar resposta a determinada situac;ao ou
tarefa.
Considera-se que a pessoa com deficiencia e uma
pessoa de corpo inteiro, colocada em situac;ao de
desvantagem, ocasionada por barreiras
fisicas/ambientais, econ6micas e sociais que a pessoa,
per causa das suas especificidades, nao pede transpor
com as mesmas prerrogativas que os outros cidadaos.
Ou seja e a pessoa que, per motivos de perda ou
anomalia, congenita ou adquirida, de func;oes ou de
estruturas do corpo, incluindo as fum;oes psicol6gicas,
apresenta dificuldades espedficas susceptiveis de, em
conjugac;ao com os factores do meio, lhe limitar ou Simbolos das deficiencias
e
Para a Organizac;ao Mundial de Saude OMS a pessoa com deficiencia a pessoa que,
em resultado da conjugac;ao de uma anomalia ou perda das func;oes ou estruturas do
corpo, incluindo as psicol6gicas, com o meio envolvente, enfrenta dificuldades
especificas susceptiveis de lhe limitar a actividade ou restringir a participac;ao na vida
social, econ6mica e cultural.
t8
MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
;. ,
- --
t7
MANUAL DO PORMANDO
MODULO t-TURI8MO INCLU81YO- OPORTUNIDADB8 B DB8AFI08
Grafico - Acessibilidade
lmporta reforc;:ar mais uma vez que ser uma zona/area de turismo
acessivel/destino acessivel comec;:a indubitavelmente por trazer primeiro
beneffcios aos habitantes/naturais da regiao e em ultima escala a todos os
cidadaos.
18
MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1·TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADBS B DBSAFIOS
•Espa<;os publicos
ACESSIBILIDADE FISICA • Edificios
• Tra nsportes
{espa~os de utiliza~ao • Equipamentos
turfstica)
• Mediante elimina<;ao de barreiras, adapta<;5es, design inclusivo
• Aioj amento
Tipologia de acessibilidades
18
MANUAL DO FORMANDO
M6DULO t-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DE8AFI08
0 Design for All pode ser definido como uma filosofia e urn processo para
alcanc;:ar o acesso universal, incluindo envolventes, produtos e servic;:os que
sa.o concebidos de forma respeitosa, segura, saudAvel, funcional,
compreensivel e de forma atraente.
4A Produtos de apoio
Todos nos dependemos da utiliza~o de Vcirios equipamentos e utensilios no nosso
dia-a-dia.
As pessoas com deficiencia esta.o ainda mais dependentes deles, pois possibilitam-lhes
alguma autonomia e compensar as limita~oes da deficiencia.
Estes equipamentos, dispositiws, utensilios tradicionalmente chamados ajudas
tecnicas sao hoje em dia designados por produtos de apoio.
Estes produtos de apoio, que o profissional de turismo devera conhecer e saber a
utilidade, podem ser trazidos pela pessoa com deficiencia ou podem estar disponiveis
na unidade de presta~ao de servi~os turfsticos.
Ao profissional de turismo tambem e pedido que
saiba quais os produtos de apoio disponiveis no
mercado e quais as empresas que actuam na sua
regiao para prestarem servic;os de reparac;ao,
aquisic;ao ou aluguer destes produtos de apoio.
0 profissional de turismo pede assim ter
necessidade de realizar urn trabalho adicional: tera
de analisar e adaptar as diversas actividades de
turismo, de lazer e de viagem que dispoe na sua
oferta, recorrendo as diferentes empresas
especializadas em actividades adaptadas para
pessoas com deficiencia e verificar quais as que
actuam na envolvente do seu empreendimento
Produtos de apoio turistico, saber quais as actividades que oferecem e
fazer uma listagem com todas as indic~oes
pertinentes que possam ajudar a que a pessoa com deficiencia tenha acesso a essas
actividades, sejam elas no exterior ou no interior da sua unidade de prestac;ao de
servic;os turisticos.
Relativamente aos produtos de apoio a nossa abordagem pretende apenas facultar ao
profissional de turismo conhecimentos praticos para que saiba a sua utilidade e
relativamente a alguns deles os saiba manusear correctamente.
20
MAll UAL DO 1'0 a MAll DO
MODULO t•TURIS•o IIICLUSIVO - OPOaTUIIIDAD•s • D.SAI'IOS
Tambem referiremos outros produtos de apoio que surgem para facilitar a mobilidade
em diferentes actividades, como acesso a praia, escalada, actividades pedonais.•.
Os produtos de apoio slo, segundo a ISO (Organlza~lo lntemaclonal de
Normaliza~o) nqualquer produto (incluindo dispositivos, equipamento, instrumentos,
tecnologia e software) especialmente produzido ou geralmente disponivel, que se
destina a prevenir, compensar, monitorizar, atenuar ou neutralizar deficiencias,
limita~oes da actividade e restri~oes na participa{Ao" (ISO 9999/2007).
21
MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
22
MANUAL DO PORMAIIDO
MODULO t·TURISMO IIICLUSIYO - OPORTUIIIDAD•a • D a
23
DADUAL DO PIIRDAMDO
DODULO t •TU.I8D 0 ID01oU81YD - OPODTU MIDADI!8 I! DI!8API 08
2. A deficiencia motora
De certeza que o profissional do sector j;i se deparvu com uma pessoa com deficiencia
e verificou que nem sempre sabe como agir.
Comecemos por pensar que devemos encarar a pessoa com deficienc:ia fisic:a/motora
como qualquer outro cllente, que a llnlca dlferen(a e o modo como reallzam as
actlvldades.
Agora vamos transmltlr·lhe algumas no¢es sobre a deflcll!ncla motora.
A defiaencia moto1a resulta de altera¢es morfol(lgicas do esqueleto e dos membros,
das artic:ula¢es e tecidos musc:ulares ou do
t~
sistema nei'IIOso.
'~ ~
•
reduzlda a sua capaddade de locomo~~-
e
Urna pessoa com deficienc:ia matota um individuo
com algum defice ou anomalia que tenha como
consequencia uma dificuldade, alteracao e/ou a
n1o existencia de um detenninado movimento
conslderado normal no ser humane.
Slmbolos ~ pesaou Clllm deftclfnd& As alter~s dos movlmentos podem ter origem
e neeessldades es~lals
em alter~s dos grupos musculares, da estrutura
6ssea, da estrutura 6sseo • anltular ou em
anomallas do Sistema Nei'IIOso Central.
Podem ter urn carcitter definitiw (estivel, isto e, que nao sofre altera~ com o
tempo) ou evolutivo (que tem tendencia a modifiCCU"Se ao Iongo do tempo).
Os principais tipos de deficiencia motora sllo:
• Monoplegia (ou seja a parallsla de um membra do mrpo).
• Hemlplqla (parallsla de metade do mrpo).
• Paraplegia (pamllsla da dntura para baixo) • 0 grau de paraplegia depende da
zona onde ocarreu a leskl • zona torklca, lombar ou sacral • como tal as
consequencias podem ir de uma perda total dos mOIIimentos desde a zona
a
toracica ate aos membros inferiores, ou apenas paralisia dos movimentos das
pemas.
• Tetraplegia (paralisia do pescCIQ) para baixo) • resulta de uma lesao medular
aclma da prlmelra wrtebra tor.iclca, nomeadamente na zona cervical, e tern
como consequ!ncla a perda total dos movlmentos e da senslbllldade (total ou
nlo) da tronco e dos membras superlares e lnferlores.
• Amputado (falta de um membro do corpo).
MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
Convem ter presente que as pessoas com deficiencia motora com mobilidade
condicionada tern diferentes graus de autonomia e diferentes graus de incapacidade
ou deficiencia. Os diferentes graus de deficiencia motora dependem da quantidade de
movi mentes afectados.
Ha circunstancias externas que podem estar na origem da deficiencia motora, tais
como:
• Acidentes de transite;
• Acidentes de trabalho;
• Erros medicos;
• Problemas durante o parto;
• Violencia;
• Desnutri~ao;
• etc.
Ha doen~s varias que tambem provocam limita~oes
motoras, como sejam:
• Paralisia Cerebral e uma disfun~ao causada
por uma lesao cerebral que ocorre antes,
durante ou depois do nascimento que se Criam;:a em cadeira de rcdas
caracteriza pela incapacidade de controlar e
coordenar a fun~ao motora, sendo que o tipo de altera~ao do movimento e a
sua gravidade dependem da localiza~ao e da e.xtensao da lesao. Geralmente,
nao afecta 0 desenvolvimento cognitive.
• Espinha Bifida e uma das malforma~oes congenitas mais frequentes do
Sistema Nervoso, caracterizada por uma fenda na coluna vertebral que pode
ocorrer na regiao lombar, cervical ou dorsal. A sua gravidade depende da
localiza~";ao e da extensao da lesao.
25
MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
26
MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
Mobilidade condicionada
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MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1·TURI8MO INCLU81VO- OPORTUNIDADI8 I DI8API08
informac;ao incorrecta ou pouco detalhada assume urn canicter muito mais negative
para estes clientes do que para os outros, dadas as suas limitac;oes.
28
MANUAL DO FOR.MANDO
M6DULO 1-TUR.ISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
30
MANUAL DO PORIIANDO
116DULO t-TURISIIO INCLUSIYO - OPORTUNIDAD.S • D.SAPIOS
Tripe
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MANUAL DO P'ORMANDO
MODULO 1·TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
Andarilho
Eurn auxiliar de marcha que pode ser fixo ou articulado e
regulavel em altura. Pode ser utilizado par pessoas com
debilidade muscular e diminui~ao de amplitude de
movimentos.
Scooter
Grua de elevac;ao
E urn veiculo
motorizado disponivel em varios tamanhos, formas e
estilos. Dependendo do tipo de deficiencia do
e
utilizador, urn importante apoio para as pessoas com
deficiencia vista que permite reduzir as suas
limita~oes de mobilidade e realizar as suas
actividades, aumentando a independencia do seu
Scooter utilizador.
32
MANUAL DO FORMAIIDO
MODULO t·TUR18MO INCLU81VO- OPORTUNIDADII8 II DII8AFI08
0 profissional de turismo deve preparar a sua oferta turistica (guias de viagem, por
exemplo) de forma realmente acessivel as necessidades da pessoa com deficiencia
motora e deve prestar a orienta~io e a informa~o
correcta e necessaria as outras unidades de presta~o
de servi~os turisticos para que tambem estas possam
estar o mais preparadas possivel para o atendimento
destes turistas especiais.
Mais uma vez, o profissional deve saber informar
sobre os meios de transporte publicos acessiveis que
Acesslbllldade podem ser utilizados pela pessoa com defici~ncia
motora nas imedia~oes do estabelecimento turistico,
referindo horirios, condi~oes especiais e caracteristicas para que a pessoa com
deficiencia motora possa avaliar e decidir sobre as suas desloca~s e ter
conhecimento previo das dificuldades que podera encontrar. lsto inclui informa~oes
concretas sobre quais os servit;os acessiveis dentro e fora do hotel, quais os
estabelecimentos turisticos acessiveis, que actividades turisticas a pessoa com
deficiencia motora pode ter acesso nesta localidade ou nas imedia~es, quais os locais
de interesse turistico que pode visitar, saber se sao na realidade acessiveis ou quais
sio concretamente as suas condir;oes de acessibilidade.
Para poder fornecer esta informa~o fiavel eo mais completa possivel, deve preparar-
se atempadamente construindo uma listagem de destinos/localidades/espa~s
circundantes onde devera ter indicar;oes correctas sobre as condi¢es de
e
acessibilidade destes. Nao deve descurar outro aspecto importante que conhecer as
condi~oes de seguran~ nas imediar;6es do hotel, dado que as pessoas com deficiencia
se encontram numa situar;ao de maior wlnerabilidade a assaltos, acidentes, quedas...
Como ja anteriormente referimos a acessibilidade pode ser entendida como o acesso
de qualquer pessoa, incluindo as pessoas com deficiencia e com mobilidade reduzida,
a
ao meio fisico, aos transportes, comunica~o. garantindo a sua seguran~ e
autonomia.
As pessoas com deficiencia motora enfrentam barreiras de diferente natureza, que
funcionam como obsticulos e impedem ou limitam o seu acesso. A promoao da
acessibilidade pretende eliminar ou reduzir o impacto destas barreiras.
Tais barreiras podem ser sociais (atitude), de comunica(io e fisicas (onde
incluiremos os transportes).
As barreiras sociais referem-se a obsticulos discriminat6rios capazes de excluir as
pessoas com deficii!ncia motora das actividades sociais. As barreiras de comunica~o
reportam a dificuldades em obter e fornecer informar;io acessivel.
As barreiras fisicas podem ser:
• arquitect6nicas;
• urbanisticas;
• ou de transporte.
MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
34
MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
• estacionamento irregular;
• passadeiras de peoes sem piso rebaixado;
• passadeiras de peoes com rampas mas demasiado inclinadas;
• ausencia de sinaliza~ao sonora;
• telefones publicos, caixas multibanco e outros equipamentos nao estao
adequados a utiliza«;ao da pessoa com deficiencia motora em cadeira de rodas;
• ecopontos e caixotes de lixo demasiado elevados para utilizadores de cadeira
de rodas.
No acesso aos edificios verificamos:
• ausencia de rampas de acesso (degraus ou escadas);
• ausencia de plataformas elevat6rias e quando existem nao tem
intercomunicador ou batao de chamada;
• rampas demasiado inclinadas e porvezes sem corrimao;
• portas estreitas, pesadas e a abrir para o exterior (impossibilita a abertura por
pessoas em cadeira de rodas) ou com puxadores ou botoes de abertura
demasiado elevados.
No interior dos edificios verificamos tambem algumas barreiras fisicas:
• espaf;:os diminutos e com variados obstaculos (mobiliario, expositores) nao
permitindo rotar;ao de 180° em cadeira de rodas;
• portas interiores estreitas;
• balcoes de atendimento demasiado elevados;
• dispensadores de senhas de atendimento demasiado elevados;
• elevadores entre pisos sem tamanho regulamentar e com portas de abrir para o
exterior;
• ausencia de casas de banho adaptadas;
• maquinas automaticas sem possibilidade de aproxima~o frontal em cadeira de
rod as.
Nao devemos esquecer que a casa de banho publica deve estar provida de
compartimentos que possuam apoios para pessoas com deficiencia e deve
sempre ter espa~o de manobra suficiente para quem circule em cadeira de
rodas e locais de passagem com largura nunca inferior a 1,1Om e espat;os de
manobra (inversao de sentido por exemplo) com diametro nunca inferior a
1,50m.
35
MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1·TURI8MO INCLUSIVO- OPORTUNIDADI!8 I! DI!8AFI08
2.3.1 Transportes
Devera informar correctamente sobre os meios de transporte publicos acessiveis da
sua regiao e a que locais e servi~os turisticos permitem aceder.
Devera verificar quais as condic;oes de acesso para pessoas com deficiencia em cadeira
de rodas, com bagagem e sem acompanhante no transporte publico. E da existencia
ou nao de lugares de estacionamento reservado proximo, adequado (mais largo),
gratuito e sujeito a fiscalizac;ao rigorosa contra ocupa~ao indevida.
36
MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
Transportes rodoviarios
No sector dos transportes rodoviarios ainda pouco esta feito em relac;:ao as
acessibilidades, sobretudo devido a diversidade da oferta e a deslocalizac;:ao geografica
dos servic;:os. Mas existem alguns autocarros acessiveis nos meios urbanos.
Sabemos que em Portugal ha muitas estac;:oes rodoviarias sem informac;:ao sonora ou
visual, sem indicac;:oes dos cais.
Alguns autocarros dispoem jade urn novo sistema de aviso sonora que informa os
passageiros da proxima paragem e, quando estacionado na paragem, informa ainda a
linha do autocarro e destine do mesmo, o que permite as pessoas com deficiencia
visual uma melhor orientac;:ao.
Nao existe ainda acessibilidade nos carros eltktricos.
37
DADUAL DO PIIRDAMDO
DODULO t •TU.I8D 0 ID01oU81YD • OPODTU MIDADI!8 I! DI!8API 08
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MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
Uma das maiores preocupa.;:oes por parte dos profissionais do turismo e dispor de
uma informa~ao clara de como se deve tratar clientes com mobilidade reduzida.
Devera ter em considera.;:ao o espa.;:o onde recebe a
pessoa com deficiencia motora, que devera ser um
espar;o amplo que possibilite as manobras da cadeira
de rodas, e no caso da existencia de barreiras fisicas
solicite permissao para ajudar a pessoas com
deficiencia a ultrapassar essas barreiras.
Lembre-se que no case da pessoa com deficiencia
motora a cadeira de rodas deve ser considerada como
parte integrante do corpo, assim nao devera causar
nenhum desconforto a pessoa com deficiencia motora Actlvldades de lazer com pessoas em
apoiando-se na cadeira ou manuseando-a sem cadeira de rodas
autoriza~o.
Se vir que uma pessoa com deficiencia motora se aproxima na sua cadeira de rodas
devera sair detras do balcao e recebe-la numa posir;ao face-a-face, isto para que a
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MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
pessoas com deficiencia motora nao se sinta incomodada com a posi~ao esticada para
conseguir falar consigo atras do balcao e tambem porque a maioria dos balcoes de
atendimento nao tern uma zona mais rebaixada e sao altos demais para que
a
possibilitem pessoa com deficiencia em cadeira de rodas uma posi~ao confortavel.
Nao esquecer que se existir no atendimento uma fila de pessoas/clientes, as pessoas
com deficiencia motora deverao ter atendimento prioritario.
Relativamente a sua actua~ao perante pessoas que se movimentam em cadeiras de
rodas sugerimos que estabelec;a uma conversa com naturalidade, fale a respeito de
todos os assuntos, mesmo aqueles em que a pessoa com deficiencia nao pede actuar
fisicamente, como algumas modalidades desportivas, dan~as, etc...
Nao se esquec;a que nao deve empurrar a cadeira de rodas, sem que ele pec;a ou que
aceite a sua oferta de ajuda.
a
Antes de indicar pessoa com deficiencia urn Iugar a visitar, a ida a urn evento social,
restaurante, viagens, etc, ou quando esta lhe pergunta, nao diga que o Iugar e
impossivel para ele ir. Tente saber o maximo de informac;ao sabre o local, o acesso,
explique quais sao as dificuldades, facilidades e de a sugestao de pesquisar sabre os
assuntos, para que ele analise os prose contras e decida o que fazer.
Se estiver acompanhado de uma pessoa com deficiencia que ande devagar, com,
auxilio ou nao de produtos de apoio, acompanhe o seu passe, para que ela nao se
esforce para acompanha-lo.
Quando estiver a empurrar uma pessoa em cadeira de rodas e, entretanto, parar para
falar com alguem, lembre-se de virar a cadeira de frente para que a pessoa tambem
possa participar da conversa.
Mantenha os produtos de apoio (canadianas, bengalas ou cadeiras) sempre pr6ximos
da pessoa com deficiencia.
Se presenciar uma queda de uma pessoa com deficiencia, ofere~a ajuda
imediatamente. Mas nao ajude sem saber como faze-lo.
Reforc;ando o que foi anteriormente identificado como necessidade iremos analisar
agora alguns t6picos que deve ter em considerac;ao no relacionamento com a pessoa
com deficiencia motora no seu servic;o.
Ate aqui ja assimilou muita informac;ao sabre as pessoas com deficiencia motora, o
que lhe permitira ter urn conhecimento real das necessidades, limitac;oes e tambem
dos seus direitos, para que possa atende-la e aceita-la com naturalidade e
compreender as suas limitac;oes de mobilidade.
Agora s6 se torna necessaria trazer ao de cima toda a sua simpatia e receber a pessoa
com deficiencia motora com carinho, afabilidade e sobretudo com respeito.
A pessoa com deficiencia nao pede ser discriminada pela sua deficiencia. A limitac;ao
de mobilidade nao deve ser urn factor impeditivo para aceder a certos
estabelecimentos publicos. A pessoa com deficiencia motora tern o direito de ser
tratada como urn cliente igual a tantos outros, mas que tern algumas necessidades
especificas que advem das suas limitac;oes motoras, mas nao deveraesquecer que este
cliente tern interesses, gosto e vontades como qualquer outre.
Como qualquer cliente a pessoa com deficiencia motora gosta de ser bern atendida,
que lhe demonstrem simpatia, cordialidade, mas sem paternalismos e amabilidade
excess iva.
41
MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
Aqui o profissional de atendimento tern de dar o seu melhor, mas com born sensa, ou
seja, urn born profissional tern de tratar todos os seus clientes com naturalidade indo
de encontro as suas necessidades e interesses e isto e ainda mais verdadeiro e
necessaria quando se trata do atendimento de uma pessoa com deficiencia motora.
Quando referimos que o cliente/pessoa com deficiencia motora deve ser tratado com
respeito e igualdade como qualquer outre cliente, queremos real~r que a pessoa com
deficiencia motora deve ser encarada como urn cliente, como urn comprador de
servi~os turisticos que queremos fidelizar e que tern a sua autonomia, mas pede
precisar de mais tempo para tamar decisoes, e que pretende que lhe seja fornecido, e
tern direito a urn servit;o de qualidade.
A pessoa com deficiencia motora tern a sua propria maneira de ser, umas serao de
mais facil tratamento e mais susceptiveis do que outras, mas o que importa reter na
comunica~o com estes clientes sao essencialmente as mesmas que para todos os
outros clientes, gostam de ser tratados com respeito e considera~ao, de modo natural.
Devemos mostrar sempre disponibilidade para o atendimento da pessoa com
deficiencia e agir de forma tranquila
0 profissional de atendimento deve sentir-se a vontade para perguntar se a pessoa
com deficiencia pretende ajuda para ultrapassar qualquer obstaculo, ou para resolver
qualquer situat;ao, mas deve sobretudo saber aceitar com simpatia a recusa, pois a
pessoa com deficiencia tern poder de decisao propria e pode recusar a sua ajuda, ou
devera seguir fielmente as instrut;oes de ajuda que lhe sao fornecidas.
42
MANUAL DO FORMANDO
MODULO t-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
Nao se esque~;a: conduza a cadeira de rodas com cuidado. Preste atem;ao para
nao esbarrar em pessoas ou obstaculos.
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MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
Para descer uma escada sao necessarias duas pessoas, em que uma deve aproximar a
cadeira do degrau urn a urn, segurando bern os punhos da cadeira e dando tempo
para reencontrar o ponte de equilibria, enquanto a segunda pessoa desce recuando,
fazendo contrapeso e segurando a cadeira nos bra~os para que nao caia para a frente.
Para dobrar a cadeira de rodas comece por retirar os estribos de apoio dos pes e os
apoios das pernas, quando existam. Ponha-se ao lade da cadeira, segure a lona/pele
do assento pelas partes anterior e posterior e levante-a, o que faz dobrar ligeiramente
a cadeira. Ponha, entao, a lona do assento para baixo e feche a cadeira fazendo
pressao pelos lades. Agora para desdobrar: ponha-se a frente da cadeira, segure OS
dais tubes do assento virando as palmas da mao para o exterior para que nao entale
os dedos entre o chassis e os tubes. Empurre estes ultimos, ate que a lena do assento
esteja estendida. Reponha os estribos, os apoios para as pernas.
Para arrumar a cadeira na mala de urn carro, as tecnicas variam consoante o tipo da
cadeira e o espa~o disponfvel. Sea mala e suficientemente espa~osa, dobre a cadeira,
ponha-a paralelamente a mala, com cada uma das maos agarre num tube e levante a
cadeira com for~a. Quando a roda inferior assentar na borda da mala, empurre a
cadeira e arrume-a no interior.
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MANUAL DO FORMANDO
MODULO t-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADE8 E DE8AFI08
0 tripe e o andarilho permitem uma base de apoio mais alargada, mas devera
tambem acompanhar o ritmo da pessoa com deficiencia ou mobilidade reduzida.
Quando falamos de mobilidade nao nos podemos esquecer do quanta exigente e,
fisicamente, para uma pessoa com mobilidade reduzida, deslocar-se da cama ate a
casa de banho ou para a cadeira de rodas ou da cadeira de rodas para o carro.
A transferencia e o acto de entrar ou sair da
cadeira de rodas com au sem a ajuda de terceiros.
Veremos de seguida como se processam essas
transferencias e como podera ajudar a pessoa com
deficiencia em cadeira de rodas.
Pessoa com deflcl@ncla motora Comece par travar a cadeira para evitar que a
ajudada por dols t4!cnlcos na
cadeira se mova antes que a pessoa se consiga
transferencia para outro assento
transferir para outros assentos; e retire as partes
amoviveis da cadeira de rodas, se for o case. Certifique-se tambem, que foram
tomadas precau~oes no sentido de reduzir ao maximo a distancia.
Existem tambem elevadores que ajudam na transferencia para carros ou outros
assentos ou locais (como piscinas) e que elevam a pessoa com deficiencia e colocam-
na dentro do veiculo.
Elevadores de transferencia semelhantes podem ser adaptados para uso dentro de
casa, h6teis, etc., par exemplo para transferir a pessoa com deficiencia motora da
cama para a cadeira de rodas, ou para uso no escrit6rio, sala de estar, etc.
Se a pessoa com deficiencia necessitar de ajuda comece par perguntar como devera
proceder e depois va seguindo as indica~oes, contudo deixamos aqui algumas
informar;oes uteis retiradas de um folheto do INR
(Institute Nacional de Reabilitar;ao):
• se for para ajudar a pessoa a por-se de pe devera
colocar-se de frente para a pessoa com
deficiencia, aperte as pernas e os joelhos dela
entre os seus, dobre os joelhos, mantenha as suas
costas direitas; far;a com que a pessoa com
deficiencia coloque OS brar;os a volta do seu
pescor;o. Agarre-a debaixo das axilas, cruze as
maos com forr;a nas costas da mesma ou o mais
baixo posslvel, conte ate 3, e va-se endireitando
lentamente; a pessoa com deficiencia esta apoiada
pelos joelhos, pelas costas e pelos brar;os. Em
caso de necessidade, ajude-a a endireitar-se.
Transfer@ncia de pessoa em
Quando ambos estiverem de pe e direitos, va cadeira de rodas para autom6vel
relaxando lentamente, 0 que permite a pessoa
com deficiencia reencontrar o seu equilibria. Para a manter de pe durante o
caminho desde a cadeira ate ao local onde se sentara ou deitara, pergunte-lhe
como deve proceder;
• para sentar a pessoa com deficiencia siga a mesma operac;ao em sentido
inverse;
• para a saida da cadeira de brar;os para a cama ou para outra cadeira: se a
pessoa com deficiencia tern forr;as nos brar;os, normalmente precede a esta
opera~ao sozinha. Neste caso, segure apenas a cadeira ou prancha que ela
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MANUAL DO FORMAIIDO
M6DULO 1-TURISMO IIICLUSIVD- OPORTUIIIDADI!S I! DI!SAPI08
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MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
andar para aquele local - devemos agir com naturalidade, nao ha que ter medo da
utilizac;:ao de palavras correntes relacionadas de algum modo com a deficiencia
motora, desde que nao tenha urn caracter pejorative.
Na busca de uma atitude mais correcta e profissional do tecnico de atendimento na
comunicac;:ao interpessoal com a pessoa com deficiencia referiremos a humildade, a
persistencia, a confianc;:a.
Nao se esquec;:a que paciencia, simpatia, amabilidade, naturalidade, profissionalismo,
respeito e considerac;:ao sao meio caminho andado para o sucesso do seu
relacionamento com as pessoas com deficiencia.
0 profissional deve assumir que nao sabe/nao detem/nao domina toda a informac;:ao
referente a oferta a disponibilizar a pessoa com deficiencia, mas devera demonstrar
persistencia e disponibilidade, se possivel imediata, na pesquisajprocura dessa
informac;:ao e devera analisar juntamente com a pessoa com deficiencia motora quais
os seus reais interesses e limitac;:oes para melhor adequar a sua oferta a este tipo de
clientes.
Uma preocupac;:ao que queremos transmitir ao profissional de atendimento e que deve
ser dada ainda maior importancia as informac;:oes a prestar, em virtude do transtorno
que qualquer informac;:ao nao fiavel, incompleta ou incorrecta pode causar a pessoa
com deficiencia e "estragar" qualquer viagem, visita ou estadia. Por isso devera ter urn
cuidado extreme e ser precise na busca de informac;:oes sobre as ofertas turisticas
acessiveis.
Podera solicitar a ajuda do cliente/pessoa com deficiencia motora para compreender
melhor as suas limitac;:oes e poder colocar as questoes mais pertinentes para a
obtenc;:ao de informac;:oes mais precisas e devera considerar sempre mais alternativas
do que para os clientes convencionais. Tambem devera compreender que a pessoa
com deficiencia motora podera ter duvidas e algumas hesitac;:oes, mas que a maioria
dos receios da pessoa com deficiencia motora e colmatada pelo seu profissionalismo e
pela confianc;:a que consiga transmitir ao cliente.
0 profissional de atendimento nao se deve sentir limitado pela deficiencia do seu
cliente, deve sentir-se confortavel para falar de todos os assuntos, como falaria com
uma pessoa sem deficiencia. Contudo, alertamos para que mesmo com urn elevado
grau de conhecimento pessoal e de aproximac;:ao a pessoa com deficiencia motora nao
deve cair na tentac;:ao de querer saber o que aconteceu. Apenas, no caso de ser a
pessoa com deficiencia motora a iniciar este tipo de conversa, deve ser urn ouvinte
activo e compreensivo, mas sem exagero.
47
MANUAL DO PORMAIIDO
MODULO t·TURISMO IIICLUSIYO - OPORTUIIIDAD•a • D a
e
UA 3 - 0 cliente com
deficiencia visual
1. Apresenta~ao
Nesta Unidade de Aprendizagem iremos transmitir ao profissional de atendimento do
sector do turismo conhecimentos genericos sobre a deficiencia visual. Abordaremos
algumas informac;:oes clinicas pertinentes que o ajudarao a compreender a deficiencia
visual e as suas limitac;:oes, referiremos os produtos de apoio mais importantes que
devera saber utilizar e informaremos o profissional da necessidade de fornecer uma
oferta turistica adequada e acessivel a estes clientes.
..
MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
2. A deficiencia visual
Como profissional, ou mesmo na sua vida pessoal, de certeza ja se confrontou com
pessoas com deficiencia visual e ja se interrogou sabre a maneira mais correcta de
lidar com elas. Para que a sua interac~o com esses clientes/turistas seja o mais
natural possfvel vamos transmitir-lhe alguns conhecimentos para que possa
compreender melhor esta deficiencia e prestar urn service de qualidade a estes
clientes especiais.
A visao e para o Homem o sentido que o ajuda a
compreender melhor o mundo que o rodeia, o e
mais importante vefculo de relacionamento do
individuo com o mundo exterior. Os teus olhos e o
teu cerebra trabalham em conjunto para que
possas ver.
A deficiencia visual e a perda ou redut;ao da
Vislo
capacidade visual em ambos os olhos, com caracter
definitive, nao sendo susceptive! de ser melhorada
ou corrigida com o uso de lentes e/ou tratamento clinico ou cirurgico.
A diminuir;ao da resposta visual pede ser leve, moderada, severa, profunda (que
compoem o grupo de visao subnormal ou baixa visao) e ausencia total da resposta
visual (cegueira).
De entre as pessoas com deficiencia visual, podemos distinguir:
• as pessoas com cegueira - ausencia total de visao ate a perda da capacidade de
indicar projecr;ao de luz;
• as pessoas com baixa visio · condit;ao de visao que vai desde a capacidade de
indicar projer;ao de luz ate a reducao da acuidade visual ao grau que exige
atendimento especializado.
6ptica».
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MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
A baixa visao e a deficiencia visual que nao pode ser totalmente compensada atraves
de lentes oftalmicas convencionais, lentes de contacto, tratamento medico ou cirurgia.
A baixa visao nao e a cegueira total. As pessoas com baixa visao tern uma visao util
potencial.
Verificamos que tanto uma ferida como uma doen~a no olho podem afectar a visao.
A clareza da visao denomina-se
acuidade visual, que oscila entre a
paralisia
vi sao completa e a falta de visao.
outra
mental deficiencia A cegueira define-se como uma
70. acuidade visual inferior a 20/200,
inclusivamente depois de uma
correc~ao com 6culos ou lentes
visual de contacto.
163.596
Muitas pessoas que sao
84.172
consideradas legalmente cegas
podem distinguir formas e
Grafico sobre pessoas com deficiencia em Portugal
sombras, mas nao os pormenores
normais.
Recorrendo aos ultimos Censos (INE 2001) verificamos que cerca de 6% da popula~ao
declarou ter, pelo menos, uma deficiencia e a deficiencia que afectava mais individuos
e a visual, incluindo cegueira total e baixa visao.
a
Sabemos que qualquer adapta~ao perda de visao e
dificil. Em primeiro Iugar porque necessita da aceita~ao
do proprio, com o apoio dos familiares e amigos,
a
depois necessita de recorrer aprendizagem de novas
tecnicas para tirar partido de qualquer visao
remanescente, de forma a que a pessoa com
deficiencia visual possa ser independentes e lidar com
as exigencias com que se confronta no dia a dia.
•• • Considera-se pessoa com deficiencia visual, a pessoa
Olho humano que tenha uma alterat;ao permanente no dominio da
visao, de 95%.
A pessoa com deficiencia visual para ultrapassar algumas das dificuldades e limitat;oes
da sua deficiencia desenvolve mais os outros sentidos, sobretudo o tacto e a audi~ao,
para poder interpretar melhor o mundo que as rodeia.
Veremos que o desenvolvimento da capacidade de mobilidade e orientat;ao vai
permitir ao cego usar os outros sentidos para se deslocar com confian~a e seguran~a:
• o tacto (maos) por exemplo, proporciona a pessoa com deficiencia visual
grande parte da aprendizagem concreta sobre as caracteristicas dos oQjectos e
da envolvente material;
50
MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
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MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
saber onde se encontra, por onde deve ire a aprender a criar pontes de referencia que
o ajudam a identificar determinados locais.
Estamos habituados a ver cegos que nas suas deslocar;:oes utilizam uma bengala
branca ou urn cao-guia, mas ha tambem pessoas com deficiencia visual que se
deslocam frequentemente em seguran~a sem produtos de apoio, em particular no
local de trabalho e em espar;:os interiores ja seus conhecidos.
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MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADI!S I! DI!SAFIOS
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MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1·TUR18MO INCLU81V0- 0PORTUNIDADI!8 I! DI!8API08
de portas; ate ao interior: hall amplo, sem obstaculos, ou alinhados num dos
lados, localizar;io da recepr;ao, localizar;io da casa de banho e localiza~o de
outros servit;os);
• devera saber informar sobre os transportes publicos e privados que a pessoa
cega podera utilizar na sua regiio, bern como sobre o acesso a aeroportos,
estar;Oes ferroviarias, rodoviarias e fluviais, dando especial aten~o a
pormenores com a bagagem e a segurant;a. Tambem deve ter cuidado
a
relativamente informat;io de actualizat;io, de atrasos, mudant;as de linha,
dada nos aeroportos e nas estat;oes rodoviarias e ferroviarias, que para alem de
aparecer nos placards electr6nicos (escrita) deve tlmbem ser transmitida
oral mente;
• tambem devera saber informar sobre as actividades de lazer e de anima~o que
sao verdadeiramente acessiveis para as pessoas com deficiencia visual.
2.2 Produtos de apoio
Nas unidades anteriores aprendeu que os produtos de apoio sao rewrsos essenciais
que facilitam a participat;io das pessoas com deficiencia e as ajudam a realizar
diferentes actividades com confiant,;a e segurant,;a.
As pessoas com deficiencia visual sao normalmente identificadas como pessoas cegas
ou com baixa visao e, para se movimentarem, utilizam bengala ou cies·gula. Para
escreverem podem utilizar reguas de Braille (reglete), maqulna de Braille ou
computador com impressora Braille. A leitura e feita utilizando o Sistema Braille,
tipos ampliados e processos sonoros atraves de grava~oes em CD ou sintetizadores de
fala instalados nos computadores.
Os produtos de apoio que iremos abordar nesta unidade de aprendizagem sao:
• a bengala;
• o Braille, audiodescri~o e formato digital;
• o guia/acompanhante;
• o cioguia;
• e outros produtos electr6nicos.
2.2.1 Bengala
Como ja abordamos a tematica da orienta~o e da
mobilidade convem come~ar a referir os produtos de
apoio como a bengala.
A bengala deve ser vista como urn auxiliar de
orienta~o e apoio da pessoa com deficiencia visual e
muito utilizada devido ao facto de ser economica, leve
e facil de usar e constitui urn simbolo da propria
cegueira.
A bengala branca constitui urn prolongamento da mao
na recolha de muitos dados tacteis da envolvente.
Serve, essencialmente, para detectar obstaculos muito
Bengala de cego desdobroivel pr6ximos, do nivel da cintura para baixo, fornecendo
diversas informat;oes ao cego, sobretudo se este
54
MANUAL DO FORMANDO
M6DULO t-TURISMO INCLU81VO- OPORTUtiiDADI!8 I! DI!8AFI08
estiver treinado. Pode ser considerado urn instrumento com urn caracter mais
explorat6rio do que protector.
A bengala para mobilidade e
urn instrumento que permite ao individuo uma
desloca~ao independente sem necessidade de guia. Possui caracteristicas concretas
quanto ao comprimento, peso, solidez, rigidez e condu~io de vibra~oes. Atraves da
bengala pode-se, de forma segura, detectar e evitar obsticulos.
Para ajudar a pessoa com deflciencia visual a comunicar com as pessoas que a
rodeiam temos de pensar sempre na disponibiliza~o de informa~o produzida em
tres suportes:
• em Braille;
• em formato audio;
• em formato digital.
2.2.2 Braille
Urn dos principais produtos de apoio ao cego eo Braille, essencialmente, porque o
e
tacto urn dos sentidos que mais desenvolvem e a escrita Braille l&se com as mios.
a
Mais frente abordaremos a informa~ em formato audio e digital e sugeriremos
algumas orienta~oes de concep~io para tornar os
conteudos digitais mais acessiveis.
Em Braille cada letra e composta por uma serie de
pontos com relevo que as pessoas sentem com os
dedos. Por exemplo, o •A" e
representado por urn
ponto.
~urn sistema de leitura para cegos atraves do tacto,
inventado pelo frances Louis Braille.
~ constituido por combinat;oes de 6 pontos,
dispostos em duas colunas paralelas de tres pontos Leltura de llvro em Braille
cada uma, que se liem de cima para baixo e da
esquerda para a direita, sao impressos em relevo e
permitem reproduzir o alfabeto, os numeros, os sinais
~rn~~~
musicais, etc.
~ urn codigo, muito facil de memorizar, adoptado
55
MANUAL DO FORMANDD
M6DULD 1-TURISMO INCLUSIYD- DPORTUNIDADES E DESAFIDS
2.2.3 Audiodescri(:ao
A utiliza(:ao de materiais graticos (por exemplo, folhetos, figuras ou slides) deve ser
acompanhada com a descri~ao do seu conteudo, para ser acessivel a pessoa com
deficiencia visual.
A audiodescri~ao e o recurso/a tecnica que permite a inclusao de pessoas com
deficiencia visual nas actividades culturais, artisticas e outras. Visa fornecer uma forma
para as pessoas cegas, ou com dificuldade em ver, poderem aceder a urn conteudo
audiovisual, atraves de uma narra~ao e uma descri~ao das imagens, permitindo aos
cegos e ambliopes acompanhar o desenrolar da acr;.ao de filmes, series e
documentaries e outros recursos. Permite, igualmente, o acesso a material pedag6gico
e conteudos visuais disponiveis na Internet.
0 profissional de turismo tera muitas vezes de compensar a falta de informa~ao para
pessoas cegas e de baixa visao atraves da sua
capacidade de descrever, ler e interpretar textos e
imagens. Ou seja devera descrever de forma clara,
objectiva e eficiente o espa~o onde se encontra, ou
outro espar;.o para onde se desloque com a pessoa
com deficiencia visual, ou qualquer documento
informativo e/ou explicativo, que nao se encontra em
Braille.
Devemos ter presente que OS pormenores que nao
Pessoas com deficiencia visual
utilizando o tacto numa estatua no descrevemos sao como se nao existissem para as
museu pessoas cegas.
Por exemplo, nos museus acessiveis convem que para alem de informa~ao em Braille,
exista uma audiodescri~ao das suas pe~as que permitam a interpreta~ao da pessoa
cega ou mesmo uma c6pia (maquete) em tamanho reduzido que permita a
apropria~o tactil pelo cego.
Este recurso tecnol6gico permite que pessoas cegas ou com baixa visao possam visitar
museus, ir ao cinema, assistir a per;.as de teatro e, ate mesmo, espetaculos de dan(:a,
tornando assim a nossa sociedade mais acessivel.
Relativamente a documentos disponibilizados em formato digital - audiodescri~ao -
existem inumeras indica~oes sobre a forma como os sites poderao ser construidos
para ser acessiveis a cegos ou ambliopes.
Existem varias solu~oes para colmatar a incapacidade visual proporcionando
informar;.ao em formato digital tais como: utilizar;.ao de tecnologia assistida para ler ou
ampliar a informa~ao do ecra; descrir;.ao de elementos graficos; audiodescri~ao ou alto
contraste de cores.
58
MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1·TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
57
MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
Contudo, o software leitor de ecra tern mais funcionalidades, sendo por isso o mais
utilizado para navegar na Web.
0 Windows tern incluido tambem urn software de voz, o SAP, que pode ser utilizado
com os leitores de ecra (compativeis).
A acessibilidade dos sites e conteudos digitais deve
seguir regras e boas praticas que sao essenciais.
Relativamente aapresenta~ao da informat;ao, devemos
garantir que:
• todas as imagens se encontram legendadas ou
descritas com texto (o leiter de ecra utilizado
por urn cego ira ler o texto alternative
associado a i magem);
• o tamanho do texto pode ser aumentado com
as opt;oes do seu browser/navegador (esta
facilidade e muito utilizada por pessoas com
Sfmbolo da acesslbllldade na
Internet baixa visao e tambem idosas com algumas
dificuldades visuais);
• o comprimento do texto na pagina pode ser ajustado ao tamanho da janela
(sobretudo porque facilita a utilizat;ao de Software de ampliat;ao).
Quanta a navegat;ao de~se permitir:
• a activat;ao dos elementos da pagina atraves do teclado;
• que os textos das ligat;Oes sejam compreensiveis fora do contexto (podera usar
a tecla TAB para saltar de ligar;ao em ligat;ao numa pagina Web e leia em voz
alta o respective texto hiperligado. Urn cego usa uma tecnica semelhante para
navegar recorrendo a urn leitor com sintese de fala para substituir a falta de
vi sao.
58
MANUAL DO FORMANDO
M6DULO '1-TURISMO INCLUSIYO- OPORTUNIDADE8 E DE8AFIOS
2.2.5 Acompanhante/guia
A maioria das pessoas cegas anda acompanhada com uma pessoa ou entao por um
cao guia.
A tecnica de orientac;ao e mobilidade mais utilizada e a do guia, que e uma tecnica que
permite ao cego deslocar-se com a ajuda de uma pessoa normovisual. Para conseguir
um desenvolvimento normal da marcha o cego deve manter-se atento aos estimulos
exteriores e ter absoluta confianc;a no guia.
Desta tecnica salientamos a forma como o cego se apoia no guia, o caminhar por
lugares pianos, o alternar o brac;o de apoio mudando de urn para outro brac;o do guia,
o subir e descer escadas, o atravessar portas (abrindo-as e fechando-as), o sentar-se,
ou o sentar-se frente a uma mesa, o reconhecimento dos m6veis, o entrar e sair de
autom6veis.
No case do profissional de turismo a primeira
abordagem e saber sea pessoa com deficiencia visual
necessita de ajuda. Se a resposta a esta pergunta for
afirmativa, devera perguntar como pretende que seja
executada, depois e s6 seguir as instrw;oes dadas pela
pessoa com deficiencia visual.
Geralmente a pessoa com deficiencia visual segura a
outra pessoa logo acima do cotovelo, colocando o
polegar do lade exterior e os restantes dedos do lade
interne do brac;o.
Desenho de pessoa cega a ser
Podemos manter o nosso brac;o flectido ou pendurado. guiada a descer umas escadas
59
.A.UAL DO POR.ADDO
•6DULO t·TURIOOO IDCLUOIVO- OPORTU.IOAOID I DIDAFIOD
0 cego deve permanecer um passo atru da pessoa que o ac:ompanha, pols asslm ter.i
uma malor capacldade de re~ caso surja alguma alte~ de percurso, como
a a
virar esquerda ou dire ita, descer ou subir degraus, etc.
*
Ao camlnhar com uma pe.ssoa com deftelfnda visual deve lr ~ frente pols o cego es~
habltuado a ser lllludado e a andar ao lado, llgelra.mente atru. ~ lmportante termos
aten(llo 1 veloddade do passo que tem de ser confortAIIel para os dols. Dewmos
anclar sempre do lado do trinsito para proteger a pessoa que estamos a ~udar.
Ao Iongo do camlnho quando nos depararmos com um ou
Wl'los obstkulos que
im~m a passagem de duas pessoas (como ~am. obstkulos nos corredores e
locals de passagem, passelos e corredores estreltos, carros mal estaclonados, slnals
de transito, portas estreitas, entre outros), a
solu~ ~ avlsar que se aproxlma um obsttculo.
No caso de se aproximar de uma passagem
estrelta dever.i colocar o b~ atr.is das costas,
automaticamente a pessoa cega sabe que tem de ir
para tr.is de sl: ultrapassado o obsttculo volta a
colocar o bra~ de novo para a frente e wltam a
andar com o gula urn pouco 1 frente.
Antes de alnM!ssar a rua com a pessoa cega e
fundamental verlftcar que n§a h4 nenhum carro
estaciOnado no outro lado que impe~ o acesso ao
passelo.
Nao clever.\ atravessar a rua na diagonal, deve
atravessar sempre a dlrelto e a uma veloeldade
Aalmpanhante ~udando pessoa constante.
aga
Nlo se esq~ que quando andar na Cldade onde
se ouvem frequentemente ruidos agressiws como
buzlnas, travagens bruscas, devemos explkar o que se estlii a passar l pessoa cega,
para que se sinta mais segura.
No seu local de trabalho se tlver de abrlr uma porta para que a possoa com deflcl!ncla
e
visual passe, dever.\ abri-la e a pessoa cega que a fecha.
Na sublda e desdda de escadas o melhor ~ lndlcumos onde estas come(.am, parando
e
junto do 1° degrau, indicando se para subir ou para descer. Caso h~a commio
deverlii delxar que a pessoa cega segure no corrlmlo. A sublda ou desclda deve ser
feita normalmente, sem paragens.
-
MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
2.2.6 0 cio-guia
A pessoa cega que se desloca com cao-guia nao
deve ser proibida de aceder a qualquer Iugar. A
legisla~ao portuguesa garante a circula~ao destes
animais e do seu dono em todos os locais publicos,
inclusivamente naqueles que tern a entrada uma
placa a dizer que e proibida a entrada de animais.
Devemos valorizar o papel do cao-guia na locomoc;:ao
da pessoa cega e facultar-lhe o acesso a locais,
transportes e estabelecimentos de acesso publico,
bern como conhecer as condic;:oes a que estao
sujeitos estes animais quando desempenham o seu
Cao-guia correctamente
trabalho. ldentltlcado
0 cego pode beneficiar da companhia do seu cao-
guia em todos os lugares, nomeadamente escolas, h6teis, hospitais, centres
comerciais, estadios, cafes, cinemas e teatros. Mas muitas vezes ainda verificamos que
por desconhecimento da lei muitos responsaveis de estabelecimentos querem impedir
a entrada do cao e consequentemente do seu dono.
0 cao--guia tern como pontes fortes o aumento da autonomia, a velocidade das
deslocat;oes do cego, o evitar erros humanos e a sua utilizat;ao ser oompativel com o
uso da bengala, como desvantagem fornece menos informac;:ao da envolvente e nem
sempre acessivel para pessoa cega, pois implica custos sociais e financeiros elevados.
Devemos saber que este tipo de caes tern urn estatuto especial e sao diferentes dos
outros animais. Deve encarar o cao-guia como urn cao trabalhador e nao como urn
e
animal de estimac;:ao; urn animal muito bern treinado e adaptado as necessidades do
dono, esta aptos a viajar sem causar transtornos aos outros passage ires.
Nao se esque~ que nao deve brincar ou tocar no cao, quando este estiver a trabalhar
e
como guia, pois imprescindivel que ele mantenha a concentrat;ao para que assim
preste urn excelente trabalho a pessoa cega.
Se urn cego solicitar a sua ajuda e estiver com urn cao-guia, nao tenha medo,
aproxime-se, preferencialmente pelo lado direito, para que 0 d.o fique aesquerda.
Se urn cidadao cego, acompanhado de seu cao-guia, pedir informat;oes, e importante
oferecer orientac;:oes precisas sobre como chegar ao local desejado.
11
MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
2.2.7 A sinaletica
Outro produto de apoio, essencial para quem se desloca e viaja, ea sinah~tica.
Para que a sinaletica seja acessivel a todos os
cidadaos, sobretudo as pessoas com deficiencia
visual, nao devemos descurar a necessidade de se
repensar novas formas de sinaletica que nao
privilegiem apenas o aspecto visual mas tambem se
comece a dar importancia ao aspecto sonora.
A sinaletica nas cidades, como por exemplo os
semaforos, ja emite nalgumas situac;oes urn sinal
sonora, mas esta mesma facilidade, utilizac;ao de
Pessoa com deficiencia visual sinaletica e disponibilizac;ao de informac;ao em varies
analisando sistema sonoro formatos, audio e visual, devera tambem ser utilizada
em varies locais publicos, museus, aeroportos,
estac;oes ferroviarias e rodoviarias, etc.
Efacil compreender a dificuldade que uma pessoa com deficiencia visual deve sentir
ao chegar a urn aeroporto, ouvir toda aquela azafama e confusao de varies barulhos,
sons misturados, confrontar-se com a impossibilidade de saber de forma imediata e
sem ajuda se o seu aviao esta ou nao atrasado, qual e a sua porta de embarque, a que
horas e0 embarque, etc.
Por isso torna-se imperative que a sinaletica e a informac;ao nos aeroportos e outros
locais seja adequada e acessivel tambem a pessoas com deficiencia visual (cegos ou
baixa visao).
12
MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
13
MANUAL DO FORMANDO
M6DULO '1-TURISMO INCLUSIYO- OPORTUNIDADE8 E DE8AFIOS
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MANUAL DO FORMANDO
MODULO t-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADI!S I! DI!SAFIOS
0 profissional de turismo devera saber que dadas as dificuldades que as pessoas com
deficiencia visual tern para se deslocarem com
seguram;a, estes clientes preferem hoteis acessiveis
nos centres das cidades.
Devera tambem ter urn conhecimento aprofundado e
correcto sabre as actividades de entretenimento,
cultura, desporto, lazer e anima~oes, que estao
verdadeiramente adaptadas a clientes cegos au com
baixa visao.
Ja sabemos que a questao da deslocac;ao e orientac;ao
das pessoas cegas au com baixa visao e urn factor a Pessoas com deficiencia visual
jogando golfe
ter em conta na promoc;ao de locais, destines
turisticos para este tipo de clientes.
a
Uma das nossas maiores preocupa~oes quando nos referimos pessoa cega au com
baixa visao e a necessidade de maxima seguranc;a au seja espac;os com o minima de
obstaculos para evitar acidentes. A desloca~ao e a orienta~o de pessoas cegas au
com baixa visao nos passeios, nos espac;os publicos, nas plataformas de embarque,
par exemplo, sao urn problema que necessita de solu~oes urgentes. Mas tambem
passam pelo dever de cidadania das pessoas, que nao devem deixar os carros e outros
obstaculos nos passeios, e deixar outros materiais em locais pouco comuns,
dificultando o acesso.
Tambem devemos ter preocupac;oes na construc;ao de espac;os publicos amplos e com
indicadores de aproximac;ao de obstaculos, esquinas e equipamentos e na delimitac;ao
de locais interditos a pessoas com deficiencia visual - colocando pisos diferenciados no
chao, como no case do metropolitano.
Quanta aos requisites tecnicos de acessibilidade des servic;os turisticos, comec;ando
pelos transportes rodoviarios, aereos, ferroviarios passando depois pelo alojamento,
restaurac;ao, informac;ao e acompanhamento, congresses, animac;ao, o profissional de
turismo deve identificar convenientemente todos os requisites necessaries para
prestar urn bam servic;o a estes clientes.
Tambem ja referimos que os destines, localidades, espac;os nas imediac;oes do hotel
au dos locais que a pessoa com deficiencia visual vai visitar devem ter condi~oes
acrescidas de seguranc;a, dado que estes clientes se encontram numa situac;ao de
maier vulnerabilidade a assaltos, quedas.
0 profissional de turismo deve descrever e ler em voz alta os folhetos da oferta
turistica, que nao estejam traduzidos em Braille.
Deve dispor na sua unidade hoteleira de
diversos documentos ampliados (exemplo,
contratos disponibilizados em formate
ampliado para pessoas com baixa visao e em
Braille, para pessoas cegas).
Quanta acomunicac;ao salientamos:
Pessoas com deficiencia visual a • nao se esquec;a que deve falar
serem dlrlgldas por uma direccionando a sua cara e voz para que
acompanhante
o cliente com deficiencia visual saiba que
esta a falar para ele e de onde esta sen do emitido o som.
65
MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISMO INCLUSIYO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
• deve dar o bra~o. informar sabre as obstaculos, indicar o Iugar para se sentar-
coloca~o das maos no encosto e a informa~ao sea cadeira tern bra~os.
2.3.1 Acessibilidades
As acessibilidades nas unidades de presta~ao de servic;:os turfsticos, englobando o
espac;:o exterior eo interior, podem ser encaradas do seguinte modo:
• nas unidades turisticas podem ja existir alguns produtos de apoio
implementados, como sejam: corrimao, botoes dos elevadores com indicac;:ao
em Braille; avisos senoras de abertura e fecho de portas, jane las, varandas; mas
que nao sao impeditivos de que a unidade turistica seja acessivel;
• tambem poderao existir alguns produtos que a unidade turistica pede
disponibilizar ou pede arranjar rapidamente quando sabe que vai receber urn
cliente-turista cego, como sejam o case de menus em Braille, de material
informative em Braille ou em formate audio au tapetes anti-derrapantes;
• par outre lade, os requisites de acessibilidade que nao estiverem disponfveis
podem ser colmatados pela assistencia do profissional de turismo.
0 profissional de turismo devera informar quais os meios de transporte publico
acessiveis que podem ser utilizados pela pessoa com
deficiencia visual nas imediac;:oes do estabelecimento
turistico, referindo horarios, condic;:oes especiais e
caracteristicas e tambem fornecer informac;:oes
concretas sabre quais os servic;:os acessiveis dentro e
fora do hotel, quais os estabelecimentos turisticos
acessiveis, actividades turisticas a que a pessoa com
deficiencia visual pede ter acesso nesta localidade ou
nas imediac;:oes, quais as locais de interesse turistico
ldentitica~o em Braille de numero
de porta de quarto de hotel que pede visitar - OS que tern informac;:ao audio OU
em Braille, saber se sao na realidade acessiveis ou
quais sao concretamente as suas condic;:oes de acessibilidade.
A pessoa com deficiencia visual pede assim avaliar os riscos das suas deslocac;:oes e
ter conhecimento previa das dificuldades que podera encontrar.
Da mesma forma que referimos para a pessoa com deficiencia motora, tambem para a
pessoa cega ou com baixa visao as informac;:oes que lhe sao fornecidas devem ser
fiaveis e completas.
·~~:
~A:: -~-- ... Nao devemos esquecer de informar quais os
.
..--~,
~~-···
~ '·
a
obstaculos mobilidade e orientac;:ao em toda a
envolvente da unidade de servic;:os turfsticos.
. ..
......._
'.
·",.
.
.
Se planear algum evento, congresso ou
conferencia na sua unidade de servh;o turistico
nao se esquec;:a de providenciar material
impressa com letras ampliadas, para pessoas
Pessoa cega tacteando uma com baixa visao e informac;:ao em Braille para
maquete
pesssoas cegas.
Depois de termos a noc;:ao correcta de quais sao os requisites necessaries para ser urn
destine acessfvel para pessoa com deficiencia visual, esta na altura de alargar a sua
oferta turistica e de a adaptar as necessidades, interesses, motivac;:oes das pessoas
com cegueira au baixa visao. Uma boa maneira de come~r a abrir caminho para uma
MA.UAL DO PORMAIIIDO
M6DULO t-TURISMO IIIIGLUSIVO - OPORTU.IDADI!a I! DI!SAPIOS
maior acessibilidade das pessoas com defiCiencia visual podeni ser o proprio site das
empresas turlstlcas, que na sua malorta nlo estlo adaptados lleltura por pessoas
cegas ou de baixa visao e existem sol~s fciceis de operacionalizar e que cgudam a
com bater esta lnacesslbllldade.
Como ja vimos a pessoa cega ou com baixa visao tem dificuldades acrescidas de
mobllldade e ortenta~o. tomand~se asslm necessMia, uma adapta~ da oferta
turistica a estes clientes, bem como a descoberta/concep~ de outros tipos de oferta
concebldos especlflcamente para este segmento de mercado e verdadelramente
adaptados u necessldades e motlva~s das pessoas com deflclincla visual. Um dos
exemplos que podemos apresentar e a utiliza~o de maquetes ticteis que permitem a
pessoa cega ou com balxa vlslo, atl'aWs do tacto, ter a noao do es~ ocupado e da
localiza~o (exemplo convento de Mafra).
lmporta sallentar que quanto malor for a oferta de produtos turfstlcos adaptados e
concebidos para este segmento de mercado mais se dinamiza a procura por parte
deste tlpo de dlentes.
Outro ponto fulcra! para informar OS empresirios do sector turistico e a rnaior procura
de hot~ls no centro das ddades que slo os prefertdos por este tlpo de cllentes dada as
suas limita~oes a nivel de deslo~. eriCOntrando-se assim rnais perto dos locais a
vi sitar ou das actMdades de lazer dlsponfvels e acessfvels para este tlpo de cllentes.
23.2 Legisla~o Nacional
lremos agora salientar a legisla~ rnais importante no que se refere a pessoas com
deflcl@ncla visual.
0 Decret~Lel 74/2007, de 27 de Marta consagrou o dlrelto de Acesslbllldade das
pessoas com deficilncia visual, auditiva, mental, orginica ou motora se fazerem
acompanhar de caes de assitencia a locais, transportes e estabelecimentos de acesso
pCibllco. Os ~s utlllzados pelos cegos slo, geralmente, os dles-gula.
Toda a legisla~ao referida anteriormente para pessoas com deficiencia reporta tambem
apessoa com deficiencia visual:
A Lei n.a 38/2004, de 18 de Agosto, define as bases gerais do regime juridico da
prevem;ao, habilita~o, reabilita~ao e participa~ao da pessoa com deficiencia.
0 Decreto-Lei n.a 163/2006, de 8 de Agosto, aprova o regime da acessibilidade aos
edificios e estabelecimentos que recebem publico, a via publica e aos edificios
habitacionais, revogando o Decreto-Lei n.0 123/97, de 22 de Maio.
A Lei n.0 46/2006, de 28 de Agosto, impede e pune a discrimina~ao com base na
deficiencia ou da existencia de risco agravado de saude.
Portaria n° 464/82, de 4 de Maio - Coloca~ao nos veiculos para transportes publicos
de disticos autocolantes a assinalar os lugares reservados a pessoas com dificuldades
de mobilidade incluindo as com deficiencia fisica.
Decreto-Lei n° 251/98, de 11 de Agosto - Licenciamento de veiculos afectos aos
transportes em taxi, incluindo os destinados ao trans porte de pessoas com mobilidade
reduzida e transporte de cadeira de rodas, outros meios e caes-guia.
Decreto-Lei 34/2007 - regulamenta a lei 46/2006, que previne e proibe as
discrimina~oes
em razao da deficiencia e de risco agravado de saude.
Decreto-Lei n°. 135/99 de 22 Abril - Prioridade ao atendimento de pessoas com
deficiencia.
Decreto n° 37272 de 31 de Dezembro - Caes-guia/Regulamento de Transporte em
Automoveis.
.
MANUAL DO FORMANDO
M6DULO t-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DE8AFI08
• ao falar com uma pessoa cega, utilize urn tom de voz normal; nao e necessaria
aumentar o tom porque a cegueira nao implica perda de audi~ao; tambem deve
falar directamente para a pessoa com deficiencia visual e nao com o seu
acompanhante, pais a perda de vi sao tambem nao implica perda de inteligencia
ou de capacidade de comunicar;
• seja atencioso para com a pessoa com
deficiencia visual: par exemplo, se observar
uma mancha na roupa da pessoa cega, diga-lho
confidencial mente, da mesma forma como
gostaria de ser avisado;
• seja senslvel ao questionar a pessoa com
deficiencia visual sabre a sua cegueira. Esta e
uma informa~ao pessoal e os limites devem ser
respeitados:
••
MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
• para guiar uma pessoa cega, voce deve flexionar o bra~o e deixar que a pessoa
cega o segure na altura do cotovelo ou no
ombro; assim ela acompanhara todos os seus
movimentos; nao esquec;a tambem de respeitar
o ritmo da passada da pessoa cega; a pessoa
com deflciencia sentir-se-a orientada e sentira
quando sobe ou desce escadas; no entanto,
uma breve paragem antes das escadas e a
indicac;ao que vao subir ou descer ajuda
sempre; e va avisando com antecedencia a
existencia de obstaculos, tais como buracos,
degraus, piso escorregadio, entre outros, todas
estas indicac;oes podem ser extremamente oesenho de cego com
uteis; acompanhante
• quando quiser guiar uma pessoa com deflciencia visual ate a uma cadeira,
coloque a mao dessa pessoa nas costas da cadeira, de modo que esta perceba
onde e como a cadeira se encontra exactamente e qual a sua posiyio e inforrr1e
sea cadeira tem brac;os ou nao;
• social ou profissionalmente, nao exclua as pessoas com deficiencia visual das
actividades normais; deixe que elas decidam como podem ou querem
participar;
• nao se sinta constrangido ao usar palavras como nolhe" ou ''veja"; as pessoas
cegas utilizam-nas com naturalidade;
• algumas pessoas, sem perceber, falam em
tom de voz mais alto quando conversam com
pessoas cegas; a menos que a pessoa tenha
tambem uma deficiencia auditiva, nao faz
nenhum sentido gritar. Tambem e comum, as
pessoas dirigirem-se ao acompanhante em
vez de falarem diretamente com a pessoa
cega; lembre-se que ela escuta e fala sem
Pessoa cega a ser acompanhada nenhuma dificuldade; se quiser certificar-se
uma caminhada
que a pessoa esta a ouvi-la, chame-a pelo
nome ou toque-lhe no bra~o; as pessoas
cegas sao antes de tudo pessoas e como tal, merecem o mesmo respeito,
considerac;ao e oportunidades de errar ou acertar como qualquer urn de nos; se
deixar uma pessoa com deficiencia visual sozinha numa zona desconhecida,
certifique-se que esta perto de algo que ele pode tocar - uma parede, uma
mesa, urn corrimao, etc.; se houver uma escada no carninho, devera informar o
numero exacto de degraus para evitar acidentes.
70
.AIIUAL DO FORMAIIDO
•ODULO 'I·TUR18MO IIICLU81VO- OPORTUIIIDADiii8 Iii Dlii8AFI08
Sempre que haja muita gente em corredores, bares, restaurantes, h6teis, e estivermos
a i\iudar uma pessoa cega ou com baixa visio, devemos orient&-la e i\iuda-la a avan~ar
com precau~o.
a
Devemos ajudar, sempre que solicitado, sua desloca~o. devemos preocupar-nos em
fornecer informa~6es extremamente correctas e suflcientes sobre todas as condit;6es
que a pessoa com deficiencia visual vai encontrar nas suas viagens, sobretudo
demonstrar uma maior preocupa~o com a seguran~a na envolvente do local.
Relembrando outras atitudes na interac~io com a pessoa cega ou de baixa visio:
• Se for sair de uma sala, infonne o(a) cego(a) da sua saida, poise desagradavel e
constrangedor deixar qualquer pessoa a falar sozinha. Nio se esque~a que
quando guiar uma pessoa cega, esta deve segurar-lhe pelo bra~, de
preferencia no cotovelo ou no om bro. A medida que vai encontrando degraus e
outros obstaculos, vaorientando. Em lugares muito estreitos para duas pessoas
a
caminharem quase lado a lado (como guia ligeiramente frente), coloque o
seu bra~o para tras de modo que a pessoa cega possa segui-lo;
• Ao explicar direc~oes para uma pessoa cega, seja o mais claro e especifico
possivel. Nio se esquet;a de indicar os obstaculos que possam existir no
caminho. Como algumas pessoas cegas nio tem mem6ria visual, nio se
esqueyt de indicar as distincias em metros (por exemplo: nuns vinte metros
para a frente"). Pode tambem precisar melhor a informa~ referente a uma
localiza~. para a pessoa cega ou com baixa visio, utilizando expressoes
como adireita, aesquerda, acima, abaixo, em frente e atras;
• Forne~a direc~oes precisas: "a esquerda na proxima esquina" e mais util do que
,.1a·;
• Sea pessoa se fizer acompanhar de urn cio guia, nio brinque como cio, nio
lhe oferet;a comida e nao intervenha na sua tarefa de guia. Nao acaricie cies-
guias. Eles nio podem ser distraidos de seu trabalho de orientar os seus donas,
sio cies de trabalho muito competentes que nio devem ser distraidos.
'71
.AIIIIUAL DO POII.AIIIIDO
•ODULO t •TUIIII•O IIICLUIIYO - OPOIITUIIIDADIII II DIIIAPIOI
Delxe todas as ponas e janelas abertas ou todas as portas e janelas fechadas • ponas,
janelas ou arm4rios meio abenos podem ser perigosos.
Nllo mude os m6vels ou pertences pessoals da pessoa com deftdlncla visual sem a
infonnar nomeadameme no quano de hotel.
Devemos destacar como ponto fulcral do relacionamento com a pessoa com
defici!ncia visual o seguinte:
• 0 profissional de atendimento n!o se deve semir limitado pela deficilncia do
seu cliente, deve semir-se confortAvel para falar de todos os assuntos, como
falaria com uma pessoa sem defici!ncia. Deveri ser um ouvinte activo e
compreensivo, mas sem exagero.
MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
Quando oferecer urn cigarro a urn cego coloque tambem urn cinzeiro
junto dele, indicando a seu local.
73
MANUAL DO PORMAIIDO
MODULO t·TURISMO IIICLUSIYO - OPORTUIIIDAD•a •
2. A deficiencia auditiva
Para entendermos melhor a defich~:ncia auditiva vamos abordar primeiro a constitui~o
do ouvido humano, que e o 6rgao responsavel pela nossa audit;ao e pelo nosso
equilibria.
0 ouvido encontra-se dividido em tres partes:
• ouvido externo;
• ouvido media;
• ouvido interne.
0 ouvido externo e constituido pelo pavilhao auditive,
pelo canal auditive e pelo timpano. A sua funt;ao e
captar o scm e conduzi-lo ao timpano, ou seja, o e
responsavel pelo direcionamento das ondas senoras
para as regioes mais internas do ouvido.
Desenho do ouvido humano
0 ouvido medic, que se encontra depois do timpano, e
constituido por tres pequenos ossos interli_9ados, o martelo, a bigorna e o estribo,
onde as ondas senoras sao amplificadas. E igualmente constituido pela trompa de
Eustciquio que mantem a pressao nesta zona.
0 ouvido interne, a zona onde se situam as estruturas responsaveis pelo equilibria e
pela conversao das ondas senoras em sinais electricos, e constituido pela c6clea,
6rgao que distingue a frequencia e a intensidade do sam, os canais semicirculares eo
nervo auditive.
0 ouvido capta sons (vibrat;oes do ar) e transforma-
as em impulsos nervosos que o cerebra «ouve». Ou
seja, os sinais provenientes da c6clea viajam ate ao
cerebra atraves de nervo auditivo, que transporta os
sinais sonoros ate uma parte do cerebra chamada
COrtex auditive, que e onde 0 cerebro interpreta OS
sinais como sons.
A deficiencia auditiva, mais conhecida por surdez,
Simbolizando comunicatlo consiste na perda parcial ou total da capacidade de
ouvir.
~ considerado surdo todo o individuo cuja audit;ao nao e
funcional no dia-a-dia, e
considerado parcialmente surdo todo aquele cuja capacidade de ouvir, ainda que
deficiente, e funcional com ou sem pr6tese auditiva.
A nossa principal dificuldade relativamente aspessoas com deficiencia auditiva e
identifica-las quando temos de interagir com elas. Esta deficiencia e conhecida por ser
uma deficiencia oculta, pois nao e facilmente identificavel, muitas vezes tern de sera
propria pessoa a informar-nos, o que nem sempre e facil.
Comet;amos por verificar que existe diferem;a entre surdez e deficiencia auditiva.
A surdez, sendo de origem congenita, e quando se nasce surdo, isto e, nao se tem a
capacidade de ouvir nenhum scm.
Enquanto a deficiencia auditiva e adquirida, ou seja, e quando se nasce com uma
audi~ao perfeita e que, devido a lesoes ou doent;as, se perde. Nestas situa~oes, na
75
MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1-TURIBMO INCLUBIVO- OPORTUNIDADI!B I! DI!BAFIOB
maior parte dos casos, a pessoa ja aprendeu a comunicar oralmente. Mas todas as
pessoas que perdem a audi~ao vao ter de aprender a comunicar de outra forma.
78
MANUAL DO PORMANDO
M6DULO t·TURISMO INCLUSIYO - OPORTUNIDADI!S I! DI!8AFI08
orelha, implantado por baixo da pele. Junto ao receptor ficam a antena e o iman que
fixam a unidade externa e captam os sinais electricos.
A unidade externa e constituida por urn processador, uma antena transmissora e um
microfone. 0 processador pode ser de dois tipos: retro-auricular ou de caixa.
0 que sao pr6teses auditivas?
Uma pr6tese auditiva e uma ajuda e nio o nosso
proprio ouvido em condi~oes normais. As pr6teses
auditivas sao aparelhos que servem para ampliar o
som. Contudo, e atraves do uso e do treino auditivo
especializado que se vio conseguindo alcan~r
alguns resultados.
As pr6teses auditivas, por serem aparelhos visiveis
e facilmente detectaveis a observa~io directa, farao
com que o individuo tenha de se adaptar a esta
Pr6tese auditiva
nova realidade, para melhor se integrar na
sociedade.
Existem Vcirios tipos de deficiencia auditiva consoante as suas causas:
Deficiencia Auditiva Condutiva (Este tipo de perda de capacidade auditiva pode ser
causada por doen~as ou obstru~oes existentes no ouvido externo ou no ouvido
interno. A surdez condutiva pode ter origem numa lesao da caixa do timpano ou do
ouvido medio.)
Deficiencia Auditiva Neurosensorial (A perda de
audi~io neurossensorial resulta de danos provocados
nas celulas sensoriais auditivas ou no nervo auditivo.
Este tipo de perda pode dever-se a um problema
hereditario num cromossoma, assim como, pode ser
causado por lesoes provocadas durante o nascimento
ou por lesaes provocadas no feto em
desenvolvimento, tal como acontece quando uma
gravida contrai rubeola.)
Deficiencia Auditiva Mista (A deficiencia auditiva
mista veriflca-se quando ha uma lesao do aparelho de
transmissao e do aparelho de recep~o. ou seja, quer a
transmissao mecanica das vibra~oes sonoras, quer a
sua transforma~ao em perce~ao estao afectadas. Esta lmplante audltlvo
deficiencia ocorre quando ha alteraf;io na condu~io
do som ate ao 6rgao terminal sensorial ou do nerw auditivo.)
Deficiencia Auditiva Central I Disfun~io Auditiva Central I Surdez Central (A
Deflciencia Auditiva Central nio e, necessariamente, acompanhada de uma diminuif;io
da sensibilidade auditiva. Este tipo de deficiencia e determinado por uma alteraf;~ nas
vias centrais da audif;io.)
Como mini mizar o problema da deficiencia auditiva?
Os progressos tecnol6gicos dos ultimos tempos tern sido inumeras no que se refere as
pessoas que apresentam falhas auditivas. Porem, quanto mais cedo estas pessoas
iniciarem o tratamento, melhores serao os resultados, uma vez que quanto mais cedo
se iniciar a estimulaf;io do cerebra, melhor sera o seu desenvolvimento.
77
MANUAL DO FORMANDO
MODULO t-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADE8 E DE8AFI08
• o metodo gestualista que, para alem de urn ensino de linguagem oral, ainda
apresenta urn sistema estruturado de gestos. Este defende o uso da lingua
gestual;
ou ainda, pr6tese auditivas e equipamentos aut6nomos de amplifica~ao por
frequencia modulada.
Outros conceitos que devera conhecer:
Hipoacusia - refere-se a uma redu~ao na sensibilidade da audi~ao, sem qualquer
altera~ao da qualidade de audi~ao. 0 aumento da intensidade da fonte sonora,
possibilita uma audi~ao bastante adequada.
Disacusia - refere-se a urn disturbio na audir;ao, expresso em qualidade e nao em
intensidade sonora. 0 aumento da intensidade da fonte sonora nao garante o perfeito
entendimento do significado das palavras.
Os mve•s da deficiencia auditiva que estao
normalmente ligadas ao factor responsavel pela sua
causae podem ser classificados em:
+ Leve - entre 20 e 40 dB;
• Media - entre 40 e 70 dB;
• Severa- entre 70 e 90 dB;
• Profunda - mais de 90 dB.
Ou seja, OS niveis da deficiencia auditiva sao: srmbolo da surdez
78
MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
0 som mais alto esta por volta de 90 decibeis. Mas, nessa altura, o som ja pode
prejudicar a audic;:ao.
A audic;:ao e muito importante porque dela depende:
• a seguranc;:a do individuo - desde muito cede as fum;oes auditivas sao um
sistema de aviso que nos informam do bern estar e da estabilidade do nosso
envolvimento;
• o desenvolvimento da linguagem- ouvindo falar aprendemos a falar;
• a integrac;:ao social - falando, comunicando, identificamo-nos como individuos
pertencentes a urn grupo social.
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MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
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MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
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MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1-TURI8MO INCLU81VO- OPORTUNIDADE8 E DE8AFI08
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MANUAL DO PORMANDO
M6DULO t-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DE8AFI08
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MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
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MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
Evitar falar com um surdo ficando em contraluz (de uma janela, per
exemplo), pois isso dificulta a visio do rosto e da boca.
Ja referimos que deve ter sempre consigo um papel para poder comunicar por escrito,
mas propomos que com a ajuda da pessoa surda definam as melhores estrategias de
comunica~o.Escolha um ambiente calmo e sossegado para comunicar.
Outras necessidades da pessoa com deficiencia auditiva que se tern de estar
preparado para colmatar referem-se as situac;.oes de emergencia (aviso em caso de
perigo); tern de combinar previamente com a pessoa surda de que forma o avisara em
caso de urgencia (luz no telefone, etc.).
Proponha outros meios auxiliares de comunica~ao
como telefones de texto ou faxes e disponibilize-se
para utilizar produtos de apoio, como microfones,
para facilitar a compreensao da informac;.ao.
Nao se intimide com os sons emitidos pelas pessoas
surdas, pois muitas delas nao falam, mas podem
fazer muitos sons com a garganta, ao rir, e mesmo
ao gestualizar. Nao mostre irrita«;ao ou surpresa com
Comunic:ar;ao com lingua gestual a forma de falar ou de se expressar da pessoa surda,
ou com o seu ritmo ou com o vocabulario que
emprega. Alem disso, a sua forma de comunica«;ao envolve todo o seu espac;.o, a
expressao facial e corporal, ou seja, o uso da face, maos, e brac;.os, sao importantes na
lingua natural da pessoa surda.
Nem sempre a pessoa surda tern uma boa dic~ao. Se tiver dificuldade em compreender
o que dizem basta pedir para que repita. Geralmente, os surdos nao se incomodam de
repetir quantas vezes for precise para que sejam entendidos.
Seja expressive ao falar. Como as pessoas surdas nao podem ouvir mudanc;.as de
entoac;.ao na voz que indicam sentimentos (de alegria, tristeza, humor ou seriedade),
as suas expressoes faciais, os seus gestos e o movimento do seu corpo sao
indicadores daquilo que quer dizer.
Reforc;.amos os seguintes t6picos:
• para comunicar com o surdo, quer de forma escrita, quer atraves de leitura
labial ou linguagem gestual, devera ser paciente e perceber que esta forma de
comunicar requer muita concentrac;.ao e esforc;o da parte da pessoa surda;
IS
MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
88
.AIIUAL DO POR.AIIDO
•6DULO t-TURI8.0 INCLU81VO- OPORTUIIIDADI!8 I! DI!8APIOS
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MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
adicionais:
• ter especial preocupa~ao com a ilumina~ao da sala para que haja boa
visibilidade do rosto do orador;
• disponibilizar sempre que possivel um interprete de lingua gestual (em
presem;a ou remotamente);
• disponibilizar as comunica«;oes dos oradores em suporte escrito, tendo o
cuidado de adoptar li nguagem facil;
• prestar especial cuidado a aparelhagem de som utilizada, para que nao interfira
com os aparelhos auditivos;
• colocar as pessoas com deficiencia auditiva nos lugares da frente;
• nao esquecer de projectar no ecra os avisos de, por exemplo, local de almo~o e
hora de recome~o dos trabalhos, ou fornecer essa informa«;ao em suporte
escrito (por ex: em papel).
Relativamente a questao da acessibilidade, gostariamos de salientar que ha sistemas/
equipamentos pr6prios para tornar acessiveis a surdos espectaculos publicos e cuja
instala~o nem sempre e muito cara.
88
MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1-TURISMO INCLUSIYO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
Ja vimos que muitas pessoas com deficiencia auditiva utilizam a lingua gestual para
comunicar e a leitura labial, lendo os labios do respective interlocutor.
Em Portugal a Lingua Cestual Portuguesa e
desde 1997, a lingua
constitucionalmente reconhecida como a lingua oficial dos surdos portugueses; foi
reconhecida oficialmente pela 4a revisao constitucional, lei 1/97 de 20 de Setembro
que no seu art" 47 n° 2 alinea h) refere:
«... proteger e valorizar a Ungua Gestual Portuguesa
enquanto expressao cultural e instrumento de acesso
a eduCaf;aO e da igualdade de oportunidades ...»
A lingua gestual refere-se a
lingua materna da
e
comunidade de surdos. Essa lingua produzida por
movimentos das maos, do corpo e por expressoes
faciais e a sua recep~ao e visual. Tem urn vocabulario
e gramatica pr6prios.
Alfabeto em lingua gestual
A lingua gestual e
a forma pela qual comunicam
pessoas que nao conseguem verbalizar sons e/ou nao conseguem ouvir. As linguas
gestuais utilizam uma modalidade de percep~ao e de produ~ao diferente das linguas
e
orais. Enquanto nas linguas orais o input auditivo, nas linguas gestuais ele visual. e
e
Relativamente ao output, nas linguas gestuais este manual e nao oral.
Os cies de assistencia, como os caes para surdos,
tern de ser aceites em todos os locais, tal como
referimos para os caes-guia utilizados pelas
pessoas com deficiencia visual. Mas deverao ser
treinados por uma organizaf;ao reconhecida e
assim serao autorizados a viajar, a permenecer
num hotel ou noutro espa~o.
Estes caes sao treinados para ajudar a autonomia
das pessoas surdas, essencialmente, nas suas
tarefas quotidianas, ajudam a identificar e indicar
fontes senoras, como o micro-ondas, campainhas e
alarme de incendio.
Estes ca.es devem possuir boletim e certificado e
Cio de assistencia para surdos
estarem identificados (colete com a inscric;ao ccao
de assistencia») de modo a poderem circular em
espaf;os publicos.
A lei portuguesa garante a circula~o destes animais e do seu dono em todos os locais
publicos.
A sinaletica e,
tambem, urn produto de apoio essencial a
pessoa surda e deve ser
facilmente compreendida, com as informa~oes escritas em frases simples. A sinaletica
deve disponibilizar informa(:aO em varios formatos, nao devemos privilegiar apenas 0
89
MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1-TURI8MO INCLU81YO- OPORTUNIDADI!.8 I! DI!8API08
aspecto visual ou o sonora. Para que seja verdadeiramente acessivel a todos deve ser
abrangente e utilizada em Vcirios locais publicos, museus, etc. No caso de avisos
sonoros em aeroportos e esta~oes ferroviarias, fluviais e rodoviarias devem ser
acompanhados da respectiva informa~ao escrita, como sejam informa~oes sobre
atrasos nas partidas e chegadas, mudam;as de linha ou de rota, etc.
' oaa
-·-
.....-,
111~
comunicarem
urn telefone
atraves de mensagens escritas, ter
com descodififcador de fala, com fax
ou impressora; sinalizac;ao luminosa (em conjunto
com a sonora); campainha de alarmes ou de
~- telefone com luz, tudo isto disponivel num kit
para surdos.
Tambem a nivel de congresses, recepc;ao,
restaurante e outros espac;os, ja vimos que o anel
Telefone de texto
de induc;ao magnetica favorece a audic;ao das
pessoas com pr6tese e implantes.
Relativamente as actividades de lazer a pessoa surda pede executcl-las todas, se assim
o entender; podemos facilitar-lhes o acesso tendo informac;io em linguagem facil, em
folhetos informativos com imagens ou ainda recorrendo a urn interprete de Lingua
Gestual Portuguesa.
Cabe ao profissional de atendimento do sector de turismo conhecer, identificar e
perceber as necessidades deste grupo de clientes, ir ao encontro dessas necessidades
tentando de todas as formas possiveis resolve-las.
Conhecendo a deficiencia e os produtos de apoio disponiveis no seu local de trabalho
e tambem sabendo onde pode adquirir ou alugar outros produtos podera informar
mais correctamente estes clientes sobre as reais acessibilidades dos locais, dos
servir;os e das actividades turisticas.
Se resolver as necessidades de comunicac;ao com estes clientes (com interpretes,
facilitando a leitura labial, com recursos a imagens, a texto escrito com frases simples
e folhetos em linguagem facil) sabeni adequar a oferta turistica disponivel as
necessidades, interesses e limitar;6es destes clientes.
10
MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
91
.ANUAL DO •oa•ANDO
•6DULO t-TURIS.O INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
2.3.1 Acessibilidades
A acessibilidade visa possibilitar o acesso de qualquer pessoa, incluindo as pessoas
com deficiencia auditiva, ao meio fisico, aos transportes, a comunicaf;ao, com
seguranf;a e autonomia. As pessoas com deficiencia auditiva enfrentam barreiras de
diferente natureza, mas neste tipo de deficiencia, as dificuldades sao essencialmente a
nivel da comunicaf;ao, por isso o profissional deve fazer tudo o que estiver ao seu
alcance para dar as indicaf;oes essenciais para colmatar esta limitaf;ao.
Ou seja o profissional de atendimento do sector
do turismo deve fornecer informac;ao fiavel e o
mais completa possivel sobre as acessibilidades
para a pessoa surda e deve preparar-se
leitura labial
atempadamente construindo uma listagem de
destinos I localidades I espaf;OS, onde indicara as
condic;oes de acessibilidade dos servif;OS I estabelecimentos I actividades turisticas,
dos locais de interesse turistico, dos aeroportos, das estaf;oes ferroviarias, dos
terminais rodoviarios.
0 profissional deve saber informar sobre os meios de transporte publico acessiveis,
nao por dificuldades de mobilidade como vimos anteriormente, mas sobretudo por
barreiras de comunicaf;ao, deve por isso informar sobre horarios, direcf;oes, condif;oes
especiais, de modo a que a pessoa surda se sinta segura para viajar.
Ja analisamos algumas soluc;oes possiveis para minimizar a deficiencia auditiva,
atraves da utlizaf;ao de produtos de apoio e algumas tecnicas que facilitam a
acessibilidade dessas pessoas, como sejam, tecnologia assistida para ampliar som;
legendagem e traduf;ao para lingua gestual. Tam bern ja sabe algumas formas para que
a comunicac;ao entre si a pessoa com deficienca seja eficaz, como facilitar a leitura
labial, com boa iluminaf;ao do seu rosto, recorrer a outras estrategias de comunicaf;ao,
como sejam imagens e escrita em linguagem facil.
As acessibilidades nas unidades prestadoras de servic;os turisticos devem contemplar
3 situac;:oes:
• podem existir alguns produtos de apoio a populaf;ao surda que sejam
facilmente implementados e disponibilizados num kit para surdos, com
equipamentos essenciais a comunicac;:ao entre o profissional e a pessoa surda,
bern como essenciais para que a pessoa surda se sinta menos exclufda por
causa da sua deficiencia, como sejam telefone de texto, com descodificador,
com sinalizadores luminosos para campainhas e ou sistema vibrat6rio;
• outros produtos que o profissional pode disponibilizar no seu servic;:o ou
fornecer informac;:oes onde se podem adquirir esses produtos, ou por exemplo,
informar onde se podem contactar falanteslinterpretes de Lingua Gestual
Portuguesa no caso de serem necessarios;
• outros requisites nao disponfveis mas que o profissional de atendimento
turfstico pode colmatar com assistencia especffica e paciencia no atendimento a
estes clientes surdos.
Quanto mais oferta turfstica acessfvel, quanto mais servic;:os turfsticos, nomeadamente
na area de actividades de lazer, adaptados a clientes com surdez, quanto mais oferta
de actividades de animac;:ao turistica (cultura, lazer, desporto) que esteja de acordo
com as necessidades da pessoa com surdez (informac;:ao escrita, legendagem,
112
MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
93
.ANUAL DO FDR.ANDO
•6DULO t •TURII.O INCLUIIVO - OPORTUNI DADII I DIIAPIOI
AD artlgo 44• da Lei n.0 31 • A/98 de 14 de Julho, 6 adltada uma nova alfnea com a
segulme red~:
a
f) Assegurar igualdade de acesso informa~lo e l programaao em geral a todos os
cidadios, garantindo por isso que as emissoes possam tambem ser acompanhadas
por pessoas surdas ou com deflcl@ncla audltlva, recorrendo para o efelto a
legendagem ou !Interpret~ atraws da lingua gestual
Esta lei tambem chama a aten~ para a necessidade
de emitir programa~io especifica direccionada para
pessoas surdas ou com deflcl@ncla audltlva.
}:.~
Verlflquemos o casos da Clmara Municipal de Usboa
que estabeleceu com a Associa~io de lnterpretes de
DIARIODA REPIJBUCA Ungua Cestual um protocolo de coopera~o que
resultou da necessldade de exlst@ncla de um servl~o
Legisla<;ao de interpretes que permitisse 1 popul~o surda o
acesso aos diwrsos servi~os da Camara Municipal de
Usboa em condi~es de igualdade para com os outros
cldadllos.
Uma resolu~o da Assembleia da Republica referida
antes recomendou a «tradu~ gestual da cobertura
noticiosa dos prindpais acontecimentos nacionais e
Dlblo da RepObiiQ estrangelroS» pela televtsao ptlbllca e, logo de segulda,
a nova Lei da Tele~sllo obr1gou·a a cCarantlr, de forma
progressiva, que as emiss6es possam ser acompanhadas por pessoas surdas ou com
a a
deficiencia auditiva, recorrendo para 0 efeito legendagem e interpreta~iio atraves
da lfngua gestual, bem como emltlr programat;llo especlflca dlrecclonada para esse
segmento do publico- (Lei 31-A/98 da Assembleia da Republica: artigo 450aJinea e).
A Lei n.0 8/2002 de II de Fevereiro, altera a lei da Televisao (Lei n.0 31-A/98, de 14
deJulho).
No ano de 2008 vertflcamos a aflrma~o da Lingua Cestual Portuguesa, quando em
Janeiro, o Ministerio da Educaao aprovou uma legisla(lo que permite ao aluno surdo
ter LCP como primeira lingua, criando um cunriculo pr6prio.
0 Decreto-Lel 74/2007, de 27 de Mar~o, consagrou o dlrelto de Acesslbllldade das
pessoas com deficiinda visual, auditiva, mental, org~ica ou motora se fazerem
acompanhar de caes de assitencia a locais, transportes e estabelecimentos de acesso
publico. Os caes utilizados pelos surdos sao, geralmente, os caes para surdos.
..
tratado com simpatia, de forma tranquila, que lhe ge.stulll
MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
desmonstrem disponibilidade, mas sem ser intrometido, de ser tratado com paciencia
e afabilidade, mas sem amabilidade excessiva, de ser compreendido nas suas duvidas,
preocupa~oes e hesita~oes e que a maioria destes receios podem ser desfeitos pelo
profissionalismo, confianc;a e atenc;ao prestada pelo profissional de turismo a estas
pessoas).
Para comunicar como cliente com surdez podera faze-lo mediante:
• a utiliza~o de um bloco de notas (frases simples e curtas);
• a interac~ao com a capacidade de leitura labial e/ou alguma capacidade
auditiva do cliente;
• a escolha de locais pouco barulhentos;
• expressividade corporal acrescida;
• utiliza~o da lingua gestual;
• telecomunica~ao por escrito.
Relembramos que para comunicar com a pessoa surda
podera utilizar mensagens de telem6vel e devera,
sempre que necessaria, apoiar a comunicac;ao da
pessoa surda com terceiros.
Para favorecer a comunicar;ao com a pessoa com
deficiencia auditiva nao deve tapar a boca com a mao,
mastigar pastilha elastica, forc;ar as palavras; distorcer
os sons na tentativa de tornar mais claro, pois a
pessoa surda consegue ouvir melhor baixando os tons
mais graves e deve falar velocidade normal.
Devera faze-lo num local onde o seu rosto e gestos
Utilizando o telem6vel para
comunlcar com lingua gestual estao bern iluminados.
Se achar que nao foi percebido, que ha dificuldades no
entendimento, repita novamente o que disse utilizando, se necessaria, outra(s)
palavra(s) ou dando outra forma afrase, em bora mantendo o seu sentido.
Nunca demonstre irritac;ao ou surpresa pela forma de falar e de se expressar a pessoa
com deficiencia auditiva, nem com o seu ritmo ou com o vocabulario que emprega.
A pessoa com deficiencia auditiva sente-se facilmente isolada entre as pessoas
ouvintes, tern frequentemente a sensa~o de ser marginalizado, por isso esforce-se
porI he dedicar urn pouco da sua atenc;ao, fac;a-o tomar parte na situa~ao, na conversa,
dando-lhe indicac;oes do que se esta a passar.
II
MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
Ja ficou a saber muita informa~ao sabre a deficiencia auditiva o que lhe permitira ter
urn conhecimento real das necessidades, limita~oes e tambem dos direitos da pessoa
surda, para que possa atende-la de modo a aceita-la com naturalidade e a
compreender as suas limitacoes de comunicac;ao.
Como qualquer cliente a pessoa com deficiencia
auditiva gosta de ser bern atendida, com simpatia e
cordialidade. Mas pode perguntar a pessoa com
surdez o que pode fazer para facilitar a
comunicacao e torna-la mais eficaz.
Se vir que a pessoa com deficiencia auditiva esta
com dificuldades em realizar a leitura labial
aproxime-se mais dela.
Ler mensagem no telem6vel Ao comunicar com a pessoa com deficiencia
lembre-se que as suas expressoes faciais devem ser
coerentes com aquila que diz, para ajudar o surdo, ja que ele nao ouve o tom da sua
voz.
Pode ainda melhorar a comunicacao verificando se ha ruldos de fundo que possam
prejudicar a comunicacao e, se possivel, eliminand~os.
Pode recorrer a escrita mas escreva pequenas frases e algumas palavras-chave que
podem ser uteis, especial mente quando se muda o tema da conversa.
A paciencia e a adaptac;ao sao dois factores essenciais na interacc;ao com uma pessoa
com deficiencia auditiva, sobretudo se ele nao possui residuos auditivos funcionais e
se nao utiliza a lingua gestual para comunicar.
Recorra a todas as formas de comunica~ao que considere uteis para comunicar, ou
seja, utilize toda a tecnologia de texto legivel que pode dispor, como, por exemplo, as
notas manuscritas, os computadores, o correio electr6nico, as mensagens de texto
(sms), as legendas em reunioes e os telefones para surdos.
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MANUAL DO FORMANDO
MGDULO 1-TURISMO INCLUSIYO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
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MANUAL DO FORMANDO
MODULO t-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADI!S I! DI!SAFIOS
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MODULO 1·TURI8MO INCLUSIVO- OPORTUNIDADI!8 I! DI!8AFI08
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MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
A verdade e que uma grande percentagem das pessoas com deficiencia intelectual
pede ter uma vida com elevado grau de autonomia: estudam, praticam desporto,
viajam. Tern necessidade de conviver e comunicar identica as das outras pessoas. Mas,
tambem e verdade que, de um modo geral, nao viajam sozinhos: viajam com a familia,
viajam em grupo com orienta~ao e acompanhamento tecnico especializado, podem
integrar grupos comuns em viagens organizadas com acompanhamento de guia
turistico.
Em termos de necessidades especiais e de cuidados especificos de servi~o, podemos
considerar nesta componente do universe que designamos por clientes com
deficicencia intelectual ou com multideficiencia, fundamentalmente dois subconjuntos:
106
MANUAL DO FORMANDD
M6DULD 1-TURISMO INCLUSIYD- DPORTUNIDADES E DESAFIDS
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MANUAL DO PORMANDO
M6DULO 'I·TURISMO INCLUSIVO - OPORTUNIDAD•B • D.8AFI08
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MANUAL DO FORMANDO
MODULO t-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADI!S I! DI!SAFIOS
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MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
Ainda no que se refere aos clientes com deficiencia intelectual ligeira ou moderada
sublinharemos mais algumas recomendar;oes ligadas a comunicar;ao, a compreensao,
a linguagem e as tomadas de decisao.
A nivel da comunicar;ao e da linguagem, importa saber que se a pessoa com
deficiencia intelectual ligeira ou moderada ti~r dificuldade na fala e no caso de nao
compreender o que ela esta a dizer, nao tenha problemas em pedir-lhe que repita, pois
estas pessoas normalmente nao se incomodam em repetir as vezes que forem
necessarias para se fazer entender.
Assim para que a comunicac;ao seja eficaz, tenha paciencia para ouvir, apesar de
algumas destas pessoas terem dificuldade para falar.
Como estes clientes tern dificuldades de concentrar;ao e de atenr;ao, transmita as
informar;oes de forma directa, concisa e verifique sempre que foi compreendida,
levando a pessoa com deficiencia a repetir a informar;ao. Nao se esquer;a que a
linguagem que deve utilizar tera que ser objectiva e transmitir mensagens claras para
facilitar a sua compreensao.
Deixe que a pessoa seja auton6ma, que far;a ou tente fazer sozinha tudo o que puder,
ajude apenas quando for real mente necessaria. Nao subestime as suas capacidades, ja
sabemos que podem levar mais tempo para aprender mas adquirem muitas
habilidades intelectuais e sociais, desde que o far;am ao seu ritmo, quer seja a falar, a
andar, a pegar em objectos.
As pessoas com deficiencia intelectual apresentam algumas dificuldades em participar
em actividades de grupo ou a agir de forma socialmente aceite, por isso aja de forma a
que nao invada o seu espac;o e deixe-a decidir quando quer intervir.
A nivel do servir;o reforr;amos que o profissional de atendimento turistico deve
promover o maximo de independencia e autonomia no ambito das capacidades e
limitac;oes destas pessoas com deficiencia intelectual ou com multideficiencia, mas
deve ter sempre presente as necessidades inerentes a estas deficiencias e encontrar a
solur;ao especifica mais adequada, com base nas atitudes e comportamentos que
temos vindo a referir.
Deve aceitar estes clientes com as suas diferenc;as, recebendo-os com simpatia,
cordialidade, carinho, amabilidade e respeito.
Deve demonstrar sempre total disponibilidade para o atendimento da pessoa com
deficiencia intelectual ou multideficiencia e agir de forma tranquila e profissional.
A pessoa com deficiencia intelectual tern um ritmo proprio que deve ser respeitado
para que se sinta tranquila e sem pressoes. Ajude-a a manter a calma quando ela
demonstra ansiedade ou perda de controle porque nao consegue realizar uma tarefa
ou actividade.
Deve garantir a maxima seguranr;a destas pessoas, como seja por exemplo, garantir
que todos os espar;os ten ham o minima de obstaculos de modo a evitar acidentes.
Quanta aos comportamentos saiba que:
+ As pessoas com deficiencia intelectual, muitas vezes, respondem de formas
inesperadas ou inadequadas, mas estes comportamentos ofensivos nao
pretendem ser urn ataque directo a sua pessoa, nao deve por isso ignorar estes
comportamentos, mas sim aborda-los de forma directa.
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MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
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MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
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MANUAL DO PORMAIIDO
MODULO t·TURISMO IIICLUSIYO - OPORTUIIIDAD•a • D a
e
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MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
2. 0 processo de envelhecimento
A velhice pode ser encarada como urn processo dinamico onde se verificam
modificac;oes a varios niveis que determinam a progressiva perda da capacidade de
adapta~o do indivfduo ao meio ambiente, ocasionando uma maior vulnerabilidade.
... i _...I Para a Organiza~ao Mundial de Saude (OMS) e considerado como idose, a
~· pessoa com mais de 65 anos.
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MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1-TURIBMO INCLUBIVO- OPORTUNIDADI!B I! DI!BAFIOB
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MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
Em Portugal, entre 1960 e 2001, houve urn decrescimo de cerca de 36% da popula~o
jovem e urn incremento de 140% da populac;ao idosa, representando actualmente a
populac;ao idosa 16.496 da populac;ao total.
Em Portugal, sao cada vez mais as pessoas com mais de 65 anos. Devemos
ajuda·las a aceitar esta nova condi~ao e a enfrentar esta nova fase de vida com
optimismo.
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MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
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MANUAL DO FORMANDO
M6DULO 1·TURISIIIO INCLUSIYO- OPORTUNIDAD~S ~ D~SAPIOS
As pessoas simiores com limitat;oes sao clientes muito sensiveis, que gostam de ser
tratados com deferencia e com considerat;ao pela sua idade, experiencia e saber.
Gostam de ser elogiados pelo seu prazer de viajar e de ouvir que mantem urn espfrito
jovem, que estao muito bem conservados para a idade, que tem um espfrito
aventureiro.
Valorizam urn tratamento que respeite a sua
autonomia e o seu valor pessoal, apesar das
dificuldades e limitat;oes que sentem actualmente, que
se preste atenr;ao aos seus gostos e interesses
especificos e que se demonstre preocupat;ao pela sua
saude.
Tem necessidade de se sentir apoiados por isso
gostam de viagens muito organizadas, onde se
intercalem actividades com periodos de repouso. lsto
signiflca que o plano de estadia nao deve estar
A conversar com uma idosa
demasiado sobrecarregado com actividades, pois estes
idosos cansam-se com mais frequencia e apresentam menor resistencia fisica.
Na estadia (alojamento, restaurat;ao e outros servit;os turisticos) va.lorizam urn servit;o
simpatico, carinhoso, acolhedor, prestado com deferencia, em detrimento de uma
oferta mais acessfvel a nivel monetario, mas com tratamento mais distante.
Demonstram grande tendencia para manter/estabelecer retinas fixas apresentando
menos predisposit;ao e flexibiidade para grandes mudant;as, para fazer coisas muito
diferentes do habitual. A manutent;ao das retinas gera menos confusao e maier
seguram;.a.
Devido as suas limitar;oes fisicas, precisam de cuidados extra com a bagagem, nas
permanencias em filas e nos percursos longos e complexes (por ex: dos aeroportos
internacionais).
Demonstram uma grande sensibilidade relativamente as
condit;oes de segurant;a,
devido aidade e a solidao. Valorizam muito a segurant;a e a confiant;a. Por isso,
quanto mais detalhes lhe forem fornecidos sobre a viagem, os hoteis, os restaurantes,
os lugares a visitar, os transportes, a bagagem permitida a bordo, a bagagem de
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MANUAL DO I"ORIIANDO
MODULO 1-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
Existem cada vez mais actividades de lazer e animac;:ao adequadas a estes clientes, a
oferta surge adaptada e concebida na intenc;:ao de satisfazer as necessidades dos
clientes seniores e de acordo com o grau das suas limitac;:oes motora, sensorial e
cognitiva.
0 profissional de turismo deve realizar uma lista com os locais, os transportes, o
alojamento, os restaurantes e as actividades de animac;:ao da sua envolvente, que
garantam as caracteristicas de acessibilidade requeridas pelas limitac;:c;:oes e
necessidades dos clientes seniores, nomeadamente no que se refere a area cognitiva
(compreensao, concentrac;:ao e memorizac;:ao); a area motora (mobilidade, equilibria e
resistencia fisica) e tambem apoiar o cliente com limitac;:oes visuais (na deslocac;:ao,
orientac;:ao e acomodac;:ao) e na comunicac;ao com o cliente senior com limitac;oes
auditivas.
Estes clientes valorizam muito o conforto, a possibilidade de aceder a servi~os de
saude, a animac;:ao, o entretenimento, a possibilidade de fazer compras e de fazer alga
de util. Valorizam as viagens com ritmos ajustados as suas capacidades fisicas, as
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MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1·TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
unidades hoteleiras com ambientes e areas sociais agradaveis e tambem com alguns
equipamentos ao ar livre (piscinas, campos de tenis, mais raramente de equitar;ao e de
golfe, etc.).
Estes clientes, dadas as limitar;oes decorrentes do envelhecimento esperam e devem
ter prioridade no atendimento, em situar;ao de fila de espera, tambem em grandes
caminhadas ou situar;oes onde se aguardem varias horas de pe devemos providenciar
e disponibilizar urn assento para repouso.
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MANUAL DO FORMANDO
M6DUL0 t-TURI8M0 INCLU81V0- 0P0RTUNIDADE8 E DE8AFI08
Voltamos a refo~ar que para poder fornecer informa~oes completas e fiaveis a estes
clientes seniores com limita~oes deve ter na sua posse uma listagem de
locais/destinos com indica~oes correctas sabre acessibilidades.
lnforme tambem sabre as acessibilidades nos aeroportos, terminais ou esta~oes
ferroviarias, fluviais ou rodoviarias, a assistencia que disponibilizam a bagagem e as
pessoas com limita~oes motoras ou outras.
0 proflssional de atendimento turistico deve conhecer a legisla~ao em vigor
relativamente a este tipo de cliente senior com limita~oes e estar ciente da
necessidade de se cumprirem essas normas.
Relembramos a legisla~ao:
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MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
nao entender o que o cliente lhe esta a dizer porque, muitas vezes, estes clientes tern
dificuldade em articular sons e palavras, ou par outro motivo, pec;a-lhe para repetir e
confirme sempre se entendeu bem.
Para que a comunicac;ao se estabele~ e seja eficaz, procure locais sossegados para
comunicar e evite locais muito barulhentos e cheios de gente.
Ao dirigir-se a urn cliente senior mantenha a contacto visual, preste atenc;ao, saiba
ouvir e seja compreensivo.
ldentifique se o idose apresenta dificuldades visuais, auditivas au motoras.
Quando comunicar com urn idoso que tern perda de memoria e necessaria mais
tempo para responder aquila que lhe foi perguntado
au pedido.
Quando comunicar com urn idose que sofre de perda
de memoria, fa~a-o com frases curtas e simples, au
seja, de muito facil compreensao.
A comunica~ao com urn idose com perda de memoria
vai certamente estar recheada de frases e perguntas
repetidas.
Tenha paciencia e volte a repetir a resposta ou a
pergunta, de preferencia igual au muito parecido com
a resposta anterior, para evitar confundir o idose.
Profissional conversando com idosa
A perda de memoria pode afectar a comunicac;ao
verbal de um idose, que pode ter dificuldade em expressar as seus pensamentos au
formular frases completas e coerentes - algumas pessoas ate deixam de falar. Se a fala
representa urn obstaculo na comunicar;ao com urn idose com perda de memoria,
muna-se de outras formas de comunicar: esteja atento a linguagem corporal e as
expressoes faciais, tanto do idose como as suas - evite movimentos bruscos, par
exemplo.
Par vezes, apontar para algum objecto pode facilitar a comunicac;ao, par isso, pe~a ao
idose para fazer o mesmo quando estiver com dificuldades em transmitir alguma
ideia. Quem sofre de perda de memoria nem sempre encontra as palavras certas para
comunicar a que pretende.
Recorra a outras formas de comunica~ se for necessaria, mas evite chamar a
aten~ do idoso au rir-se dele porque utilizou a palavra errada au trocou a sentido a
uma frase. Fazer isso pode levar a sentimentos de frustra~ao, raiva, tristeza, falta de
confianc;a e dignidade.
De ao idoso todo o tempo que precisar para pensar no que lhe foi dito e formular a
sua res pasta, sem o apressar au interromper o seu raciocinio.
0 que importa e 0 significado daquilo que esta a ser dito e nao a forma como e dito:
focalize-se nisso.
Envelhecer e simplesmente transitar para uma nova fase da vida, por isso estes
clientes seniores gostam de ser tratados com paciencia e disponibilidade da parte do
profissional para explicar calma e detalhadamente todas as informar;oes necessarias.
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MANUAL DO FORIIIANDO
MODULO 1·TURISIIO INCLUSIVO- OPORTUNIDADI!S I! DI!SAFIOS
Mas estes clientes tern ja urn elevado nfvel de exigencia quanta a qualidade da oferta,
dado que ja possuem variadas experiencias turisticas e por isso valorizam um
atendimento simpa.tico, respeitoso, assim como valorizam as instala~oes, os servi~os,
o ambiente, o conforto, a seguram;a, as condi(:oes de estacionamento, as
acessibilidades, tanto mais quanta maiores forem as suas limita(:oes e a sua
dependencia.
Se as informa(:oes escritas disponiveis forem escritas
pelo profissional de atendimento apenas em palavras-
chave sao de certeza uma grande ajuda para estes
clientes cuja memoria ja apresenta algumas falhas. ~
importante sistematizar toda a informa(:ao pertinente,
destacando a informa~o mais importante, pois ajuda
a memorizar e a escolher o que pretende fazer.
Incentive a sua participa(:ao em actividades fisicas,
culturais e sociais, para que nao tenha tendencia para
se isolar. Actlvldade com ldosos na plsclna
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MANUAL DO FORIIIANDO
MODULO 1-TURISMO INCLUSIYO- OPORTUNIDADE8 E DE8AFI08
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MANUAL DO PORMAIIDO
MODULO t·TURISMO IIICLUSIYO - OPORTUIIIDAD•a • D.SAPIOS
Bibliografia e Liga~oes
CAVACO, Carminda, Turismo Senior: perfis e praticas, Journal of tourism studies, 2009
Turismo Acessivel Estudos e Experiencias, Org Nunc Abranja e outros, edi<;oes Pedago,
Ida, Novembro 2010
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MANUAL DO FORMANDO
MODULO 1-TURISMO INCLUSIVO- OPORTUNIDADES E DESAFIOS
Accessible Portugal
http://www.accessibleportugal.com
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Turismo de Portugal IP
http://www.turismodeportugal.pt
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