Usando Os Direitos Humanos para Melhorar A Saúde Materno Infantil (

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AGRADECIMENTOS

A Pesquisa “Usando os Direitos Humanos para Melhorar a Saúde Materno Infantil: Uma abordagem
multi-sectorial para o reforço das leis, políticas e padrões de cuidados”, só foi possível sua
realizacao, graças a participação e colaboração técnica de varias instituições, num processo interactivo e
reactivo de imenso trabalho por parte de todos os intervenientes.

Assim, o Ministério da Saúde, expressa a sua sincera apreciação e gratidão a todos os intervenientes, em
especial a outros sectores do governo, parceiros e a sociedade civil, pelas suas valiosas informações,
ideias e sugestões que validaram as áreas prioritárias constituintes deste instrumento de “Acção – Politica”

Gostaria de agradecer em particular ao grupo de coordenaçao, à Secção de Saúde Reprodutiva e ao grupo


de pesquisa, pela coordenação e dedicação demonstrada ao longo de tudo o processo. Estendemos os
nossos agradecimentos ao Dr Martinho Dgedge, que muito contribuiu para o desenvolvimento desta
investigação

Um especial agradecimento à Sua Excia, Sra Vice Ministra da Saúde, Dra Aida Libombo, e a Organização
Mundial da Saúde pelo apoio prestado para que esta pesquisa fosse concretizada.
RELATÓRIO PRELIMINAR SOBRE A ABORDAGEM DOS DIREITOS HUMANOS (DDHH)
NA SAÚDE MATERNA E NEO NATAL

Índice:
AGRADECIMENTOS ....................................................................................................................................................... 1
CAPITULO 1: INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 3
CAPITULO 2: METODOLOGIA ....................................................................................................................................... 6
ESTRUTURA CONCEPTUAL E FUNÇÃO DO MÉTODO FACILITADOR ......................................................................................... 6
O PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO ................................................................................................................................... 7
CAPITULO 3: OBRIGAÇÕES DO GOVERNO PERANTE O SISTEMA INTERNACIONAL DE DDHH E
MECANISMOS NACIONAIS DE PROTECÇÃO AO EXERCÍCIO DA CIDADANIA ....................................................... 9
INSTRUMENTOS INTERNACIONAIS E REGIONAIS DE CARÁCTER LEGAL VINCULATIVO: ............................................................. 9
INSTRUMENTOS DE CONSENSO INTERNACIONAL .............................................................................................................. 10
INSTRUMENTOS LEGAIS NACIONAIS DE PROTECÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS (DDHH) E SAÚDE........................................ 10
INSTRUMENTOS ASSINADOS, COMPROMISSOS DO GOVERNO E PROGRESSO ...................................................................... 11
CAPITULO 4: A PERSPECTIVA DOS DIREITOS HUMANOS NAS LEIS, POLÍTICAS E NORMAS E SEU IMPACTO
NA SAÚDE DA MULHER E DA CRIANÇA ................................................................................................................... 16
I DIREITOS RELATIVOS A VIDA, SEGURANÇA E IDENTIDADE ............................................................................................. 17
IA. Direito à Vida, à Sobrevivência e ao Desenvolvimento (Fonte Internacional de Lei: ICCPR Artigo 6; CRC
Artigo 6).................................................................................................................................................................. 17
IB. Direito à Liberdade e à Segurança da Pessoa e o Direito de ser Livre de Tratamento Desumano e Humilhante
............................................................................................................................................................................... 22
IC. O Direito à não submissão a Tratamentos Desumanos ou Degradantes ........................................................ 24
ID. O Direito de Identidade..................................................................................................................................... 26
II DIREITOS RELACIONADOS COM A SAÚDE E MATERNIDADE ............................................................................................ 27
IIA. Direito a Saúde ................................................................................................................................................ 27
IIB. Direitos aos Benefícios dos Progressos Científicos ........................................................................................ 31
IIIC. Direito ao Casamento e a Criar uma Família ................................................................................................. 34
IID. Direito a Privacidade ....................................................................................................................................... 36
IIIE. Direito a Decidir e a Responsabilidade sobre o Número e Espaçamento das Crianças................................ 37
III DIREITOS RELATIVOS A INFORMAÇÃO E EDUCAÇÃO .................................................................................................... 39
III.A. O Direito de Procurar, Receber e Difundir Informações ................................................................................ 39
IIIB. Direito a Educação ......................................................................................................................................... 43
IV DIREITO A NÃO DISCRIMINAÇÃO ................................................................................................................................. 46
BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................................................. 48
ANEXO 2. SIGLAS......................................................................................................................................................... 65

2
Capitulo 1: Introdução

1. Durante os últimos anos, a incorporação da perspectiva dos direitos humanos na concepção do


desenvolvimento, tem sido um passo importante para a extensão do exercício da cidadania das pessoas.
Muitos países e agências internacionais, em concordância com o consenso internacional, estão no
processo de incorporar os princípios dos direitos humanos nas suas politicas, planos e programas. Em
resposta à chamada do Secretário-geral da ONU em 1997 para a integração dos direitos humanos por todo
o sistema da ONU, quase todas as suas agências prepararam políticas e/ou estratégias explícitas para a
aplicação de abordagens baseadas em direitos, no seu campo de intervenção.

2. Os direitos humanos representam um conjunto, internacionalmente acordado, de princípios e normas


que se realizam através de leis e políticas no contexto de instituições internacionais, regionais e nacionais.
Os direitos humanos oferecem um quadro para as acções que os governos deveriam ou não implementar
para suas populações. Historicamente, os direitos humanos têm sido usados frequentemente para
responsabilizar os governos pelas violações destes. Os direitos humanos também, podem ser utilizados
para apoiar aos governos para estender o exercício da cidadania dos seus povos. Usar os direitos
humanos complementa a abordagem da saúde pública ao possibilitar uma aplicação sistemática nas
políticas e na planificação da implementação dos princípios dos direitos humanos, tais como a igualdade, a
não discriminação, a participação e a responsabilização.

3. Geralmente é reconhecido que a abordagem de direitos humanos em programas de saúde pode facilitar
a melhoria do quadro de protecção legal e do acesso a serviços de qualidade, particularmente para os
grupos mais vulneráveis da sociedade. Os princípios que regem as leis, as políticas públicas e as normas
de cuidados podem determinar a qualidade e eficácia dos serviços de saúde, além do nível de acesso e
utilização de tais serviços pela população. Também influenciam a outros aspectos como o acesso à
informação, à educação e aos recursos que as mulheres precisam para terem uma gravidez segura e
crianças saudáveis. O uso efectivo de mecanismos legais e normas, provavelmente terá um impacto
positivo na assistência à saúde materna e neonatal.

4. Como os direitos humanos, no âmbito da saúde materna e neonatal, fazem parte dos direitos sexuais e
reprodutivos, o seu reconhecimento constitui-se um princípio fundamental para uma abordagem baseada
nestes direitos. Reconhecendo estes direitos, as diferencias de género, geração, classe, cultura e outras,
passam a ser consideradas ao mesmo tempo em que são identificadas as necessidades sociais (Correa e
Petchesky, 1996). Esta abordagem tem sido estabelecida em vários documentos de consenso internacional
como, o Plano de Acção da Conferencia Internacional sobre População e Desenvolvimento no Cairo em
1994 (ICPD), o documento resultante da IV Conferencia Mundial da Mulher em Pequim (CEDAW) em 1995
e mais recentemente na Cimeira do Milénio em 2001 as recomendações para a implementação para atingir
a Metas do Milénio.

5. Estima-se que por ano, de 211 milhões de mulheres que engravidam, cerca de 20 milhões sofrem das
complicações de uma gravidez de alto risco, e muitas padecem de sequelas a longo prazo. Mais de 500
000 mulheres morrem em cada ano como resultado da gravidez e do parto, assim como 4 milhões de
recém-nascidos e 3 milhões de nados mortos. A maioria destes resultados é originada por causas
evitáveis. De salientar que, a maioria destas mortes e inabilidades poderiam ter sido evitadas se as
mulheres e seus recém-nascidos tivessem tido acesso à assistência de saúde que inclui o atendimento
adequado às complicações.

6. A redução da mortalidade materna e da mortalidade infantil são duas das metas internacionais
essenciais, estabelecidas por quase todas as nações, tanto através de ICPD e das Metas de

3
Desenvolvimento do Milénio (MDM). Ao mesmo tempo, o direito das mulheres de não morrer de causas
evitáveis relacionadas à gravidez, é garantido nos tratados internacionais sobre direitos humanos que são
documentos que comprometem aos governos que os ratificam. A legislação internacional sobre os direitos
humanos exige que os governos tomem todos os passos necessários para garantir que os direitos das
pessoas que vivem dentro das suas fronteiras – como o direito à saúde, o direito à vida, à sobrevivência e
ao desenvolvimento, o direito de casar e constituir uma família – sejam respeitados, protegidos e
cumpridos. A implementação de leis, políticas e normas de cuidados constitui uma via pela qual os
governos podem cumprir tais obrigações com os direitos humanos.

7. No ano 2000, o Departamento da Saúde Reprodutiva e o Departamento da Maternidade Segura da


OMS, em colaboração com o Programa Internacional de Saúde e Direitos Humanos do Centro Francois-
Xavier Bagnoud (FXB) para Saúde e Direitos Humanos na Escola de Saúde Pública da Universidade de
Harvard, elaboraram um método facilitador, que visa apoiar os países, através de uma perspectiva de
direitos humanos, a identificar e encarar as barreiras que existem nas leis, políticas públicas e normas
relativas aos cuidados de saúde que tem impacto no acesso e uso de serviços de qualidade na saúde
materna e neonatal pelas mulheres e suas comunidades.

8. Moçambique possui uma população de 19.888.701 habitantes (2006), a partir das projecções do último censo,
realizado em 1997. Aproximadamente, 73% da população localiza-se nas áreas rurais e 70% encontra-se abaixo
da linha de pobreza. As mulheres representam uma percentagem superior aos homens (54%) dentro da
população total e da população economicamente activa (PEA); 23% são mulheres em idade reprodutiva e 46%
encontram-se abaixo dos 15 anos de idade. A taxa bruta de natalidade representa 45.2 nascimentos por 1000
habitantes, e a taxa de mortalidade corresponde a cerca de 18.6 mortes por 1000 habitantes 1/, a esperança de
vida (sem considerar a incidência do SIDA) é de 46 anos (44.4 para os homens e 48.5 para as mulheres). A
esperança de vida, considerando a situação actual do SIDA, situa-se na ordem de 36.6 (homens) e 39.5
(mulheres) anos, sendo inferior ao padrão africano (48.8/50.5) 2/, ainda que a taxa de fecundidade continua a ser
bastante alta: 5.6 filhos por mulheres em idade reprodutiva 3/. A taxa de crescimento da população era assinalada
para o período 1992 – 2002 de 2,6% 4/, mas ao considerar o período de 2000 – 2005, a taxa de crescimento da
população do país decresceu para 1.8% 5/.

9. Dados de indicadores de saúde analisados pelo Ministério da Saúde, indicam problemas importantes existentes
no sector, ligados a limitações na atenção adequada à saúde materna e neonatal. Na tabela a seguir demonstra-
se a situação assinalada:

Caixa 1: Tabela sobre os Indicadores de Saúde


Indicadores Valores
Taxa de fecundidade (Número de filhos por Mulher em idade reprodutiva) 5.6
Mortalidade Neonatal (Número de mortes durante o primeiro mês de vida por 1000 nados) 54
Mortalidade Infantil (Número de mortes até o primeiro ano de vida por 1000 nados vivos) 135
Mortalidade materna (Número de mortes maternas por 100 000 nados vivos) 500 a 1500
Proporção de mortes maternas institucionais (Número e % de mortes maternas 632 MM =
notificadas) 0.2%

1/ Fonte: Instrumento: p: 28 Challenges in the implementation of reproductive health: experiences within the United
Nations Development Assistance Framework (UNDAF) approach in Mozambique. Dr. Aida Libombo, Vice Minister for
Health, Maputo, Mozambique
2 / Fonte: FNUAP: 2004. p: 102.
3 / Fonte: Instrumento: p: 89
4 / Fonte: Informe sobre la Salud en el Mundo 2004. Cambiemos el Rumbo de la Historia. OMS 2004. p: 128
5 / Fonte: FNUAP: 2004. p: 106.

4
Estimativa de mortes maternas (2002) 10 850
Taxa de natimortalidade institucional (% de nados mortos institucionais) 2.7%
Acesso aos serviços de saúde 40%
Cobertura de consulta pré-natal 85% (2003)
6/

Partos institucionais 43%


Cobertura da consulta pós parto 56%
Prevalência anticonceptiva 7%*
*A informação do IDS indica uma prevalência entre mulheres em união marital para 1997 de 6% e 17%
para 2003, correspondente a uma diferença de 11% entre ambas datas (Indicador 108 do Instrumento).
Fonte: (Dr. Cassimo, Assessor do Programa de Saúde Reprodutiva do MISAU)

10. No campo da saúde reprodutiva, Moçambique apresenta avanços importantes na estruturação do seu
sistema de saúde e das suas estratégias, todavia, enfrenta dificuldades na implementação das metas do
Cairo e de outros compromissos internacionais. Apesar das politicas públicas terem progredido em relação
aos direitos sexuais e reprodutivos, e que as áreas técnicas do MISAU que lidam com a saúde da mulher,
do adolescente e das ITS/SIDA ter desenvolvidos muitas actividades, verificam-se ainda limitações
relativamente as questões que merecem atenção especial e uma abordagem multi-sectorial, tais como:
saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes, violência contra as mulheres e crianças, mortalidade materna
e neonatal, acesso ao planeamento familiar entre outros. Cientes destas limitações o MISAU decidiu aplicar
a abordagem dos direitos humanos, usando este método facilitador da OMS, com o objectivo de identificar
e analisar os instrumentos legais, as políticas, as normas e os programas que mais directamente se
relacionam com a saúde da mulher e do recém-nascido e de usar a abordagem dos direitos humanos para
reforçar os seus programas.

11. Neste relatório são apresentados os resultados preliminares da aplicação desta abordagem em
Moçambique, e tem o objectivo de estimular um debate mais alargado entre os vários sectores do governo,
a sociedade civil e os parceiros nacionais e internacionais para identificar acções conjuntas que permitam
acelerar o progresso na redução da mortalidade e morbilidade materna e neonatal.

6 / Ministério da Saúde (2005) Declaração de Política Nacional de Saúde. Maputo. Moçambique

5
Capitulo 2: Metodologia

12. Para levar a cabo este trabalho a OMS disponibilizou um método facilitador que inclui um instrumento de
recolha de informação, uma metodologia específica para sua análise e um processo participativo multisectorial de
discussão dos resultados. Moçambique, Brasil e Indonésia foram os países seleccionados para testar este método
como instrumento de advocacia e de trabalho. O processo nestes países esta a ser assistido pela OMS e se
espera que os resultados deste trabalho permitam finalizar e melhorar o instrumento genérico, para posterior
aplicação em outros países. Em Moçambique a sua utilização visa alcançar um avanço significativo na área dos
direitos humanos na saúde, assim como nos programas de redução da mortalidade materna e neonatal.

Estrutura conceptual e função do método facilitador


13. Em geral visa ajudar os países a alcançar as Metas de Desenvolvimento do Milénio e outros
compromissos internacionais relacionados à saúde materna e neonatal através de uma abordagem multi-
sectorial e participativa baseada nos direitos humanos. Também foi desenvolvido com a intenção de apoiar
os países a conduzir uma auto-avaliação das leis, políticas e normas nacionais de cuidados que incidem na
saúde materna e neonatal a partir dos diferentes sectores. Através de um processo multi – sectorial, este
instrumento pretende identificar as limitações legais, de politicas públicas e normativas que entravam o
acesso e utilização dos serviços de cuidados de saúde materna e neonatal de qualidade, particularmente
orientada às populações vulneráveis.

14. O método baseia-se numa estrutura dos direitos humanos 7/. Usar tal estrutura –“abordagem baseada
nos direitos” – significa interligar normas, padrões e princípios do sistema internacional dos direitos
humanos nas leis, políticas públicas, planos e processos de desenvolvimento nacionais (por exemplo: na
saúde), para que o processo se direccione à promoção e à protecção dos direitos humanos 8/. As normas e
padrões estão contidos nos tratados e declarações internacionais dos Direitos Humanos e em
interpretações de peso feito pelos Comités de Monitorização dos Tratados de Direitos Humanos das
Nações Unidas. Os princípios incluem participação, responsabilização e não - discriminação.

15. Não se pretende que o método seja utilizado para rever possíveis violações dos direitos humanos
relacionadas à saúde. A intenção deste é para ajudar os governos a cumprir suas obrigações na
perspectiva dos direitos humanos em relação à saúde materna e neonatal.

16. O instrumento foi concebido para relacionar os progressos da saúde materna e neonatal com os conteúdos
dos diferentes compromissos, relativamente aos Direitos Humanos (DDHH), contraídos pelo governo perante os
organismos de direito internacional no âmbito das leis, politicas públicas, assim como a sua aplicação nos serviços
dos utentes. Além disso, foram considerados os indicadores que medem o impacto dos programas e politicas de
saúde.
Para este exercício foram identificados os direitos humanos directamente relacionados com saúde sexual e
reprodutiva, organizados em quatro grupos de direitos (Direito a não - discriminação, Direito ao mais alto padrão
possível de saúde, Direito a vida, sobrevivência e segurança e Direito a informação e educação) tendo em vista os
esforços na promoção e protecção destes direitos por parte do governo nos cuidados da saúde materno e
neonatal.

7/ Cook RC, Dickens BM, Wilson OF e Scarrow S. Advancing Safe Motherhood through Human Rights. Geneva,
World Health Organition, 2001. [WHO/RHR/01.5].
8 Mokhiber CG. Toward a measure of dignity: indicators for rights-based development. In: Statistics, Development and

Human Rights, Montreux, 2000.

6
O processo de implementação
17. O processo de execução deste método necessita de ser participativo, multi-disciplinar e multi-sectorial. O
método genérico sugerido pela OMS integra 4 fases: 1ª fase, estabelecimento de um compromisso político e de
liderança, e formação de equipas para efectuar a pesquisa; 2ª fase, adaptação do instrumento, colheita de
informação, análise e elaboração do relatório preliminar; 3ª fase, análise participativa do relatório de preliminar
pelos diferentes intervenientes, integração das sugestões, comentários, elaboração do relatório final e
disseminação pública; e 4ª fase implementação das recomendações sugeridas pelo grupo de intervenientes.

18. Este processo foi assumido pelo Ministério da Saúde, para fortalecer seus próprios programas de
saúde materna e neonatal, com a assessoria técnica da OMS e de outros parceiros que trabalham na área
dos direitos humanos e com as questões legais e das políticas públicas relacionadas à saúde. Para
coordenar o processo, e usar o instrumento, foi criado um grupo de coordenação, integrado por
profissionais do Ministério da Saúde e da OMS.

19. Para a colheita da informação requerida no instrumento, conduzir a analise preliminar e escrever os
relatórios posteriores, o MISAU contratou uma equipe de pesquisa composta por pessoas com experiência
na legislação e politicas públicas e outras com habilidades em pesquisa sobre sistemas de saúde, e direitos
humanos.

20. Também como parte do processo, o MISAU, através do grupo de coordenação, formou um grupo multi-
disciplinar e multi-sectorial com o objectivo de acompanhar o trabalho e participar na análise e elaboração
das recomendações finais, chamado Grupo de apoio. Este grupo foi concebido sob principio abrangente,
incluindo representantes de diversos ministérios, da saúde, educação, assistência social, transporte,
trabalho e sectores do planeamento e da política económica, assim como provedores de serviços de saúde
e representantes da Assembleia da República, de associações profissionais, instituições académicas,
organizações da sociedade civil que trabalham com os temas abordados, incluindo o movimento de
mulheres, usuários de serviços, grupos comunitários e outros interessados e facilitadores que se dedicam a
melhorar a saúde reprodutiva e a promover os direitos humanos.

21. A primeira fase teve uma duração de cerca 2 anos e concluiu com a realização de um seminário de
orientação para a equipe de pesquisa e o grupo de apoio, com o objectivo de orientá-los na condução do
processo. Este seminário, decorreu entre 29-31 Março 2004, e incluiu a capacitação sobre o uso dos
direitos humanos no contexto da saúde materna e neonatal e uma discussão sobre as necessidades de
adaptação do instrumento genérico da OMS ao contexto moçambicano, também o método e o instrumento
de trabalho foram explicados pormenorizadamente, pelo MISAU e a OMS.

22. A segunda fase começou com uma análise detalhada do instrumento de recolha, levada a cabo pelo
grupo de coordenação e a equipe de pesquisa de forma a adapta-lo ao contexto nacional, Este está
organizado em torno dos direitos relacionados à saúde materna e neonatal, e vincula os compromissos do
governo aos tratados internacionais e às metas contidas nos documentos de consenso internacional sobre
direitos humanos para a legislação e políticas públicas existentes no âmbito nacional (e conforme for,
regional/provincial). Foram definidos quatro grupos de Direitos Humanos: (I) relacionados à vida, à
sobrevivência e à segurança, (II) direitos relacionados à saúde e à maternidade, (III) direitos relacionados à
informação e à educação e (IV) direitos relacionados à não discriminação e organizados numa estrutura
com indicadores relevantes à provisão de serviços relacionados com a saúde materna e neonatal. A
intenção desta abordagem é demonstrar a relação que existe entre os esforços do governo para promover
e proteger esses direitos e a situação da saúde materna e neonatal.

23. Baseando-se na interpretação internacionalmente aceite de cada direito, por cada um foi identificado um
assunto chave. (Ver caixa 3).

7
24. O período de recolha da informação durou 6 meses. Dados e informações foram extraídos das diferentes
repartições do MISAU, OMS, Ministérios da Educação e Cultura, Justiça, e dos Negócios Estrangeiros, Tribunal
Supremo, bibliotecas da UEM, Hospitais, Instituto Nacional de Estatística (INE) e Associações da Sociedade Civil
que lidam com os DDHH e, através de fontes escritas e orais. Importante dizer que a compilação da informação e
dados foi uma tarefa difícil, especialmente a referente à saúde, pois ainda nem toda a informação relacionada à
saúde materna e neonatal está incluída no Sistema de Informação de Saúde (SIS), assim como há pouca
desagregação dos dados. O SIS, até a data está muito além de fornecer uma informação completa; e muita
informação ainda é gerida pelos respectivos programas. Por outro lado, a informação derivada de inquéritos
nacionais, em diferentes períodos, nem sempre inclui os mesmos indicadores, tornando-se difícil a comparação.
De salientar que o pessoal da saúde foi bastante prestativo no fornecimento da informação disponível por eles.

25. Em Setembro de 2004, foi feita uma análise preliminar da informação e dados recolhidos. Esta analise foi
realizada pela equipe de pesquisa, de coordenação e outros intervenientes, e para a qual foi utilizada uma matriz
baseada na perspectiva dos Direitos Humanos. Este processo permitiu analisar a informação recolhida em três
dimensões: Vertical, analisando cada direito; Horizontal, relacionando os diferentes direitos; e Transversal,
aplicando os princípios de não discriminação, participação e responsabilidade aos vários assuntos identificados.
Com o relatório desta análise preliminar conclui a 2 ª fase do processo.
Por cada grupo de direitos são referidos os resultados da maneira que se segue:

 Analise vertical: (i) Assuntos chaves da saúde; (ii) Grupos vulneráveis geralmente negligenciados; (iii)
Compromissos governamentais, relacionados com leis, políticas, planos, estratégias e grau de
implementação dos mesmos e (iv) Lacunas/desafios: assuntos e necessidades que estão sendo observados
por estes esforços governamentais.
 Analise horizontal: (i) Problemas no Sistema Nacional de Saúde que se revelam regularmente; (ii) Grupos
vulneráveis geralmente negligenciados; (iii) Limitações e erros que se expressam nas dimensões dos
sistema legal, das politicas publicas em geral e da politica de saúde em particular e que se mantêm sem
resoluções; e (iv) Esforços do governo na incorporação das linhas de acção contidas nos instrumentos de
DDHH, quer sejam de carácter legal vinculativo, de consenso internacional em que Moçambique é Estado
parte. O trabalho foi efectuado na base da informação proveniente do instrumento, utilizando uma
metodologia que incorpora os elementos referidos na análise vertical e sua relação com cada um dos quatro
grupos de DDHH definidos. A análise foi organizada em duas grandes temáticas: Morbilidade e Mortalidade
Materna e Morbilidade e Mortalidade Neonatal.
 Analise transversal: (i) Até que ponto a observância dos princípios dos direitos humanos de não
discriminação e igualdade, (ii) de participação das populações afectadas e (iii) da responsabilidade do
governo, estão reflectidos nas conclusões das análises anteriores

26. Segundo o definido no processo, a 3ª fase inicia-se com um encontro com intervenientes de diferentes
sectores do governo e sociedade civil, para fazer uma análise dos resultados preliminares. Os participantes a este
encontro, após ter feito a análise e discussão dos resultados, identificarão áreas prioritárias para acção e planificar
intervenções. Os resultados deste processo serão sintetizados num relatório, para posterior divulgação num fórum
público, com o objectivo de consciencializar aos diferentes sectores.

27. Com a elaboração de um plano de acção concordado entre os diferentes sectores do governo e
sociedade civil, inicia-se a 4 fase, com a implementação das recomendações. Atendendo que o instrumento
visa ajudar os governos, a partir da abordagem dos DDHH, a melhorar suas estratégias e planos para
reduzir a mortalidade e morbilidade materna e neonatal, as acções identificadas deveram permitir a
consolidação de actividades e intervenções existentes ou planeadas.

8
Estrutura do relatório
28. O relatório está organizado em duas secções: a primeira aborda as obrigações do governo perante o sistema
internacional de DDHH e os mecanismos nacionais de protecção da cidadania. Na segunda, são apresentados os
resultados da abordagem do DDHH em relação com a saúde da mulher e do recém-nascido.

Capitulo 3: Obrigações do governo perante o sistema internacional de DDHH e mecanismos


nacionais de protecção ao exercício da cidadania

29. Moçambique obtêm a sua independência em 1975. A partir desse ano os dirigentes do país e o povo têm
envidado esforços no sentido de incorporar no seu sistema legal a maior parte dos tratados internacionais
referidos aos DDHH. Contudo, Moçambique desde o seu início como Estado, teve como alicerce a abordagem
dos DDHH dentro da nova legislação que se ia criando 9/.

Instrumentos internacionais e regionais de carácter legal vinculativo:


30. O país é Estado parte dos seguintes instrumentos:
--- Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial. A adesão da República de
Moçambique a este tratado não foi formalmente aprovada por nenhum dos órgãos de soberania competentes,
contudo em 18 de Abril de 1983 a República de Moçambique depositou um instrumento de adesão, pelo que a
nível internacional é Estado parte do mesmo, faltando o cumprimento das formalidades internas.

--- Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos (Carta de Banjul). Adoptado sem reservas e ratificada
através da Resolução nº. 9/88, de 25 de Agosto.
--- Protocolo à Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, relativamente aos Direitos da Mulher em África.
Foi assinado, no dia 15 de Dezembro de 2003, na Etiópia mas ainda precisa da sua ratificação por parte da
Assembleia da República
--- Protocolo dos Direitos Humanos das Mulheres Africanas. Ratificado em Dezembro de 2005 pela Assembleia da
República. A sua domesticação realizara-se em breve.

--- Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos. A adesão foi aprovada pela AR – Resolução nº 5/91, de
12 de Dezembro. Foi depositado junto do Secretário-geral das Nações Unidas – 21 de Julho de 1993. Não existe
qualquer cláusula de reserva ou declaração.

--- Convenção sobre os Direitos da Criança. Foi ratificada sem reservas pelo Conselho de Ministros através da
Resolução nº 19/90, tendo entrado em vigor na ordem jurídica interna após a publicação no Boletim da República
em 23/10/90. O instrumento de ratificação foi depositado pelo governo de Moçambique em 1994.

--- Convenção para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres. Moçambique é
membro da CEDAW (Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher);
desde 16, Abril de 1997 que deu a conhecer a sua adesão por meio da sua assinatura; e ratificou a convenção,
sem declarações e/ou reservas no dia 16 de Maio de 1998.

--- Convenção contra a Tortura e outros maus-tratos ou penas cruéis, desumanos e degradantes. Adoptado sem
reservas. 14, Setembro de 1999. 10/.

9 / Fonte: Constituição de 1975, 1990 e 2004


10 / Fonte: Instrumento: 1a, 1b, 1c, 1d, 1e, 1f, 1g e 1 h.

9
Instrumentos de consenso internacional
31. A participação e ratificação do país nestes referem-se aos seguintes acordos:
 Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (Cairo 1994). Cairo+ 5 (1999). Cairo + 10
(2004)
 Cimeira Mundial para o Desenvolvimento Social (1995).
 Quarta Conferência Mundial sobre a Mulher (Beijing 1995). Cairo + 5 (1999). Beijing + 5 (2002). Beijing +
10 (2005).
 Declaração do Milénio e Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, Resolução das Nações Unidas
adoptada pela Assembleia General (2000).
 Sessão Especial da Assembleia-geral das Nações Unidas sobre HIV/SIDA (2001)
 Sessão Especial da Assembleia-geral das Nações Unidas sobre a Criança (2002).

Todas as declarações e respectivas Plataformas de Acção foram ratificadas sem reservas 11/.

32. O país não é Estado parte do Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais (ICESCR,
Pacto Económico), devido a que os principais interessados (instituições do executivo: educação, cultura, saúde
entre outros) não têm tomado iniciativa ao respeito.

33. Esta situação é especialmente delicada uma vez que este Pacto “é a pedra angular da protecção à saúde no
direito internacional e que contem uma série de disposições juridicamente vinculativas…” 12/. Contudo, o país é
Estado membro de outros tratados internacionais que protegem o direito a saúde em geral e particularmente os
direitos à saúde referidos aos grupos vulneráveis, as mulheres, os jovens e crianças 13/.

Instrumentos legais nacionais de protecção dos Direitos Humanos (DDHH) e


saúde
34. Quanto aos instrumentos legais nacionais de protecção dos DDHH da saúde da mulher se deve observar em
primeiro lugar através da Constituição Nacional desde os princípios de igualdade, de Não Discriminação, de
liberdade de expressão, associação, reunião, manifestação e de culto da religião e especificamente no princípio da
Justiça Social, que norteia e vincula o Estado à obrigação de promover e assegurar o acesso pleno de todo o
cidadão aos direitos básicos, económicos e sociais como seja a Propriedade, a Herança, o Trabalho e direitos
inerentes, a Saúde, Educação e a Justiça, em condições de plena igualdade 14/.

35. Outras fontes principais para a protecção dos direitos humanos residem no Código Civil e no Código Penal.
Além disto, se considerarmos que alguns direitos e liberdades individuais estabelecidos na Constituição assumem
pelo seu conteúdo o carácter de direitos humanos, encontraremos leis que visam regular o seu exercício e
prevêem mecanismos de protecção contra a perturbação do exercício desses direitos 15/.

36. O direito à saúde, visto como o direito reconhecido constitucionalmente a todo o cidadão de acesso à
assistência médica e sanitária, vem consagrado nos arts. 89.º e 116. º. As cláusulas constitucionais aqui referidas
estabelecem que o direito à saúde é regulado por leis próprias e é prosseguido através da institucionalização de
um sistema nacional da saúde dirigido ao povo. As cláusulas constitucionais prevêem ainda que leis específicas
regularão as modalidades de exercício da assistência médica e sanitária. É neste contexto que o Sistema
Nacional de Saúde (SNS) vem a ser criado pela Lei n.º 25/91, de 31 de Dezembro (B.R. n.º 27- IIª - Suplemento)

11 / Fonte: instrumento: 4ª, 4b, 4c, 4d, 4e, 4f, 4g, e 4h


12 / Fonte: Paul Hunt: E/CN.4/2993/58. 13 de Febrero de 2003. P: 6.
13 / Fonte: Instrumento: 1c, 1d, 1e.
14 / Fonte: Instrumento 6a.
15 / Fonte: Instrumento: 6c.

10
como mecanismo de realização dos objectivos fixados na Constituição na prestação de assistência médica e
sanitária aos cidadãos.

37. A Protecção especial da Maternidade está contida no art. 120.º da Constituição que consagra o princípio da
dignificação e protecção da maternidade. O Estado materializa este princípio através da adopção de mecanismos
concretos que possibilitam à mulher realizar a sua função reprodutora de mãe educadora na família, mais também
assegurando todos os direitos e oportunidades de integração no processo de trabalho, em igualdade de condição
com o homem. Por isso, à mãe são garantidos direitos especiais, enquanto trabalhadora, através da sua
regulamentação na Lei de Trabalho 16/.

38. Na Lei de família a protecção dos princípios constitucionais (que recolhem os princípios do sistema de DDHH)
é dada particularmente quanto à protecção dos direitos da mulher e a criança, através dos artigos referidos à
idade núbil para o casamento (18 anos para ambos os sexos) e da chefia da família, assim como da residência
dos esposos.

Instrumentos assinados, compromissos do governo e progresso

39. A prestação de contas (entrega de relatórios de progresso) referente às reformas legais e a implementação de
politicas públicas, contidas nos instrumentos internacionais de DDHH em que Moçambique é Estado membro, tem
sido demorada aos respectivos Comités das Nações Unidas.

40. Quanto aos DDHH da criança o Comité ad-hoc de Nações Unidas 17/ tem proferir algumas conclusões e
recomendações que resumidamente são as que se seguem:

 O Comité constatou que muitas instituições do Estado directamente envolvidas na implementação da


Convenção, incluindo as áreas de saúde e educação, têm recursos fracos e insuficientes, em especial,
recursos materiais e humanos. O Comité está ciente: a) Da diferença da idade mínima de casamento
para as meninas (14) e para os rapazes (16), b) Da aplicação de diferentes definições de criança pelos
costumes locais que poderão não estar de acordo com a Convenção. Cabe assinalar que a Lei de
Família, promulgada no dia 25 de Agosto de 2004, entrando em vigor em 25 de Fevereiro de 2005, já
estabelece a idade de 18 anos para ambos os sexos.

 Enquanto as Constituições dos Estados parte não proibirem a discriminação, o Comité continuará a
constatar que: a) As raparigas são particularmente vulneráveis à discriminação do género, verificando-se
aspectos da lei costumeira 18/ que agravam a discriminação; b) Prevalece a discriminação contra as
crianças deficientes e, raparigas com deficiência, podem sofrer múltiplas formas de discriminação.

 O Comité constatou que: a) Persistem actos de violência e abuso, incluindo abuso sexual, cometidos
contra crianças nas escolas e instituições de cuidados alternativos e pelo público em geral ou forças
policiais nas ruas e que os rapazes estão menos protegidos que as raparigas contra os abusos sexuais;

16 / Fonte: ibidem.
17 / Fonte: Comité dos Direitos da Criança: Moçambique 07/02/2002. CRC/C/15/Add.172. Instrumento: 3e.
18/ Cabe destacar que em Moçambique existe apenas um sistema legal correspondente ao da Lei positiva. Situações

que não acontecem nos restantes países da região Austral de Africa, onde subsistem um dualismo legal. Quer dizer,
que tanto a Lei positiva como o Direito Consuetudinário têm legalidade estatal. Daí que, em Moçambique as práticas
costumeiras ligadas ao normativo dos sistemas de parentescos (matri e patrilinear), ainda reconhecendo a sua
extensão e peso dentro da população (especialmente a residente nas áreas rurais), este reconhecimento é só a nível
de normas traduzidas particularmente em praticas costumeira, sem qualquer vinculação com a administração da
justiça do Estado. Cabe assinalar que estas práticas não têm universalidade, mas tem interpretações locais
específicas e sempre reproduzidas nos vínculos da modernidade.

11
b) Um estudo realizado em 1997 sobre abuso sexual concluiu que, "é maioritariamente praticado por
parentes, no contexto do casamento ou através do rapto ou mesmo como parte de práticas mágicas ou
religiosas" e que " Foram relatados muitos casos de abuso sexual contra menores em todas as
províncias do país." c) O Estado parte tem mecanismos insuficientes para monitorar o abuso e a
negligência contra crianças no contexto familiar e mesmo que existisse uma linha telefónica para receber
queixas apresentadas por crianças vítimas de abuso, poucas crianças têm acesso a um telefone ou a
meios para pagar uma chamada telefónica.

41. A resposta do governo de Moçambique a este Comité 19/ versou sobre os seguintes aspectos: gravidez
indesejada entre meninas; abuso de menores; casamentos precoces; violação sexual de raparigas com carácter
incestuoso 20/. Para limitar a situações referidas podem-se citar as seguintes medidas:

(i) relativamente à gravidez indesejada, desde 1995, e por meio de uma disposição ministerial é permitido o aborto
sob certas condições 21/ com a intenção de mitigar o problema do aborto clandestino, causa importante da
morbilidade e mortalidade materna. Também, por parte do Ministério da Educação e Cultura (MEC) no ano 2004,
foi emitida uma disposição ministerial autorizando a permanência nas escolas das alunas que ficassem grávidas,
mas deveriam passar ao período nocturno.

(ii) No que diz respeito ao abuso de menores, neste momento estes casos são atendidos dentro das unidades
especializadas para prestar este serviço, nas diferentes esquadras do país; a criação destas unidades (que
operam até escala do distrito) foram implementadas por parte do Ministério do Interior para dar respostas a este
problema que acontece principalmente no contexto da família e com os meninos da rua22/.

(iii) No que diz respeito aos casamentos prematuros a Nova Lei de Família vem ao encontro deste problema, ao
promulgar como idade núbil, para ambos os sexos, 18 anos 23/, como já foi mencionado.

(iv) Em relação à violação das meninas com carácter incestuoso, e a violência contra as crianças, medidas
práticas estão sendo seguidas a nível das unidades de atendimento nas esquadras da polícia. Além disto, na
actual revisão do Código Penal, a incorporação da figura legal do incesto está em debate para ser contemplada.
No capítulo seguinte são referidas as acções realizadas pelo governo perante estas constatações por parte do
Comité.

42. Para a Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (1994) [ICPD], Cairo + 5, Cairo +
7 e Cairo + 10, o país apresentou relatórios durante os anos 1999, 2001 e 2004 respectivamente. Sinteticamente
o último destes relatórios do governo, relativamente ao Cairo + 10 descreve o seguinte:

- A saúde reprodutiva e os direitos reprodutivos são reconhecidos pelo Governo Moçambicano como um direito
humano que deve beneficiar mulheres e homens de todos os estratos sociais e idades.

- A nível do sector da saúde, várias são as acções que demonstram este compromisso: (i) Realização de uma
pesquisa operacional 24/ e um estudo 25/ que permitiram identificar as lacunas na implementação e execução
de actividades e que foram a base para a formulação de uma estratégia nacional de redução da mortalidade

19 / Que constitui o único relatório apresentado pelo país ao Comité de DDHH até a data.
20 / Fonte:Instrumento: 2e.
21 / Em Moçambique o aborto é ilegal, sem aceitação de nenhuma circunstância. Código Penal art. 358.º
22 / Fonte: Brigitte Bagnol (1997) Diagnóstico do Abuso Sexual e Exploração Comercial Sexual de Crianças em

Maputo e Nampula. Embaixada do Reino dos Países Baixos, Maputo – Moçambique e Brigitte Bagnol e Zaida Cabral
(2000) Assédio e Abuso Sexual nas Escolas. Maputo – Moçambique.
23 / Fonte: Lei da Família. Lei nº 10/2004. BR: 25 Agosto de 2004
24/ Fonte: Avaliação Nacional Das Necessidades Para Uma Maternidade Segura, 1998
25 / Fonte: Revisão Das Principais Causas E Determinantes De Mortalidade Materna

12
materna e perinatal. A estratégia identifica acções prioritárias com vista a melhorar a oferta dos cuidados
obstétricos e a redução dos factores que incidem na morbimortalidade materna. (ii) Programa Nacional
Integrado (PNI) de Saúde da Comunidade que tem como objectivo aumentar o acesso da população aos
cuidados de saúde de qualidade. No processo de implementação do PNI, várias maternidades foram
reabilitadas no país, e a abordagem de supervisão integrada tem vindo a ser utilizada como um mecanismo
para melhorar a qualidade de serviços. (iii) No Plano Estratégico do Sector de Saúde (PESS), estão definidas
as prioridades do sector, tendo em conta as prioridades preconizadas no PARPA. O PESS, promove a saúde
reprodutiva, através de medidas legais de protecção contra a violência física e doméstica, e o incremento de
políticas específicas sobre a equidade em saúde, particularmente no género.

- Quanto ao planeamento familiar (PF), destacam-se sete parágrafos:


(i) O PF é importante para garantir o direito dos indivíduos de ter uma vida sexual com prazer e
segurança e de poder decidir ter ou não filhos e quando os ter.
(ii) Profissionais de saúde e membros da comunidade são treinados em habilidades de comunicação
com vista a disseminar informações sobre PF e apoiar os utentes na escolha adequada de
métodos, removendo todo o tipo de barreiras na utilização.
(iii) O conhecimento sobre os métodos de PF é elevado; contudo, as prevalências actuais de uso de
métodos clássicos de PF continuam reduzidas – revelando, deste modo, a necessidade de
abordagem mais agressiva com vista a promoção do PF no seio da população.
(iv) Para a sua melhoria, o sector de Saúde está promovendo o treino de profissionais da saúde em
comunicação interpessoal e a produzir matérias de IEC para PF que respondam às necessidades
dos usuários para melhorar a comunicação entre provedores e utentes.
(v) A aquisição, distribuição e controle de métodos anticonceptivos está sendo melhorada através de
uma maior coordenação entre os principais parceiros desta área, criando mecanismos efectivos e
integrados de logística para a planificação das necessidades de transporte e distribuição de
medicamentos.
(vi) Indicadores adequados e actualizados baseados em indicadores internacionalmente utilizados, bem
como instrumentos de registo estão sendo melhorados de modo a que acções institucionais e as
actividades comunitárias de distribuição de anticonceptivos sejam reportadas.
(vii) O envolvimento do homem identificado como fundamental para a melhoria da Saúde Reprodutiva e
em particular no aumento à adesão ao PF é uma das estratégias em curso no país.

- Nos desafios para melhorar a qualidade de acesso aos serviços de saúde reprodutiva refere que o MISAU se
dispõe a enfrentar as seguintes acções: ter técnicos treinados, competentes e sensíveis às necessidades dos
adolescentes e jovens de ambos os sexos, diferentes estratos sociais e idades; a confidencialidade e
privacidade garantida mantêm como uma preocupação constante do governo. Verificam-se problemas
concretos relativamente ao horário específico de atendimento nas unidades sanitárias, na rapidez e
gratuitidade do atendimento e da disponibilidade de um sistema de referência para situações não satisfeitas a
nível primário.

- O relatório refere que a curto prazo se deve concluir a definição das políticas e estratégias relacionadas com
direitos reprodutivos e saúde reprodutiva em geral; saúde reprodutiva dos adolescentes e jovens; redução da
mortalidade materna e; prevenção do HIV/SIDA.

- A médio e longo prazo refere: aumentar o acesso aos cuidados de saúde reprodutiva; reduzir as barreiras
culturais, sociais, religiosas e legais para as praticas de saúde reprodutiva e; fortalecer o desenvolvimento da
sociedade civil incluindo as ONG’s e sector privado; reduzir a mortalidade materna e infantil; reduzir a
fecundidade e; reduzir o HIV/SIDA

- Relativamente aos documentos de planificação do MISAU, realizam-se planos a três níveis: nacional,
provincial e local (nível de distrito, segunda unidade territorial da divisão politica e administrativa do país) e a

13
sua avaliação é de carácter participativa, na qual intervêm os diferentes sectores do governo, assim como a
sociedade civil. De salientar, que o processo de implementação dos planos variam em termos de capacidade
de execução nas diferentes províncias, sendo por um lado a província de Maputo por ser a capital do pais e
centro do Aparelho do Estado, que revela um maior grau de realização e, a província de Nampula que
apresenta maior dinâmica participativa na implementação na medida em que se beneficia por ser a província
piloto das diferentes acções sectoriais no pais26/.

43. O Relatório sobre o Nível de Implementação do Plano Pós Bejing. Apresentado em 1998, recolhe os
objectivos centrais da Plataforma, destacando-se o capítulo sobre a mulher e os direitos humanos, contidos na Lei
geral e nas leis ordinárias do país, na procura da igualdade de direitos entre homens e mulheres. Destaca-se
também o capítulo sobre os esforços realizados pelo governo na implementação de mecanismos institucionais de
avanço da mulher. No ponto dedicado à saúde reprodutiva estes mecanismos devem ser implementados a todos
os níveis de atenção, particularmente a nível primário e secundário. Contudo, se acrescenta que existem
limitações concretas que impedem o progresso de alguns programas dirigidos a saúde reprodutiva. Entre elas
estão a falta de recursos, a fraca cobertura dos serviços de saúde e barreiras culturais que impede o acesso aos
serviços de saúde. Ainda assim se distinguem acções concretas que estão a ser desenvolvidas, como a
ampliação da rede de maternidades, respectivas colocações de enfermeiras de saúde materno – infantil;
vacinação de todas as crianças até aos 5 anos de idade; consultas gratuitas para as mulheres grávidas e crianças
menores de 5 anos; direitos reprodutivos – planeamento familiar e formação de parteiras tradicionais 27/.

44. No relatório sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, Resolução das Nações Unidas
adoptada pela Assembleia General (2000) [MDG], se reconhece que a mortalidade materna constitui um sério
problema em Moçambique. Os esforços por reduzir esta situação se reflectem no aumento dos partos
institucionais de 31% durante 1990 para 43.7% em 1997. Contudo a diferença de assistência ao parto entre as
províncias e as áreas rurais e urbanas foi e é, importante. A utilização de anticonceptivos estimava-se em 1997 de
5.6% e, a demanda dos mesmos em 14%.

45. No documento, o governo destacou a fraca capacidade do país para responder aos diferentes indicadores de
acompanhamento da mortalidade materna, identificando-se como um dos principais problemas da saúde
reprodutiva. Face a esta situação a resposta do sector da saúde têm-se desenvolvido sistematicamente através
de duas acções: a monitorização dos registos nas diferentes unidades sanitárias e, o fortalecimento do Sistema de
Informação da Saúde (SIS).

46. Entre os desafios apresentados no relatório do milénio, para a Meta 5, sobre a redução da mortalidade
materna estão: (i) a limitada capacidade de integração dos serviços de saúde reprodutiva com os cuidados
obstétricos essenciais; (ii) o pobre estatuto sócio económico da mulher, (iii) limitado envolvimento do homem na
informação e serviços de saúde reprodutiva, (iv) a epidemia do HIV/SIDA que ocupa o 40% das camas dos
hospitais; (v) a incidência da gravidez (abortos inseguros e taxas de prevalência de HIV/SIDA) entre as mulheres
menores de 19 anos. Em termos de políticas e programas, o relatório destaca a prioridade do Governo de
Moçambique de reduzir a mortalidade materna.

47. No relatório do Milénio do governo de Moçambique, não se indica as prioridades nem desafios na perspectiva
de Direitos Humanos 28/.

48. De salientar que a situação do SIDA, no país, tem colocado novos e maiores desafios para enfrentar a morbi-
mortalidade materna e neonatal, particularmente porque a sua prevalência situa-se dentro da faixa etária da

26 / Fonte: Instrumento: 5a e 5d.


27 / Fonte: Instrumento 5b.
28 / Fonte: Instrumento: 5e.

14
população económica activa (PEA). O último informe da ONUSIDA 29/ inclui a informação da última ronda de
vigilância, onde a prevalência dentro dos adultos corresponde a 14.9% (aproximadamente, 2 000 000 de pessoas)
30/, sendo mais elevado dentro da população feminina e dentro dela, entre as mulheres jovens (Caixa 2).

Caixa 2 Contexto do HIV


HIV/SIDA é um sério problema, afectando principalmente a PEA, 63% das 700 a 800 infecções diárias ocorrem
em pessoas com idade abaixo de 30 anos. A evolução das taxas de prevalência indica a permanência do
problema no tempo: 13% (2001); 13.6% (2002) e 16.2% (2004)

49. Devido a que o Conselho Nacional do Combate ao SIDA foi criado no ano 2000, os relatórios formais
(segundo a norma das Nações Unidas), apenas surgem a partir do ano 2001, porem o Governo de Moçambique
reportou às Nações Unidas a sua situação em relação ao HIV/ SIDA desde a criação do Comité de Combate ao
SIDA (1999), que foi substituído posteriormente pelo Conselho acima mencionado. O primeiro relatório,
corresponde ao “Follow-up to the Declaration of Commitment on HIV/AIDS" (UNGASS). Keeping the
Promise. Mozambique Country Report. Reporting period: January – December 2002 (Caixa3).

Caixa 3. Follow-up to the Declaration of Commitment on HIV/AIDS" (UNGASS)


Keeping the Promise. Mozambique Country Report. Reporting period: January – December 2002
Os tópicos centrais do relatório versam sobre:
Fundos gastos pelo governo em HIV/SIDA: US$2.9 milhões
Prevenção
(--) Percentagem de escolas que tem professores treinados em habilidades da vida na base da educação e que
deram aulas nisto durante o ultimo ano escolar: 1.5%
(--) Percentagem de mulheres HIV+ que estão a receber um tratamento completo de ARV para reduzir o risco de
transmissão vertical: 1.09%
Conhecimento/Comportamento
(--) Percentagem de pessoas entre 15 e 24 anos de idade que identificam correctamente como prevenir a
transmissão sexual de HIV e que rejeitam noções falsas sobre a transmissão ou prevenção de HIV: 36.4%
(--) Percentagem de pessoas entre 15-24 que reportam ter usado preservativo durante as últimas relações sexuais
com um parceiro ocasional: 22.6%
Impacto
(--) Percentagem de jovens entre 15-24 infectados com HIV: 14.8%
(--) Percentagem de bebés nascidos de mulheres HIV+ que são infectados: 11.3%

50. Em 2004, Moçambique foi visitado pelo Relator Especial da Comissão sobre Direitos Humanos das Nações
Unidas, Sr. Paul Hunt. A missão teve como objectivo observar a situação geral do Direito de Saúde em
Moçambique, e não particularmente da Saúde Reprodutiva, Materna e Neonatal. Dentro das recomendações,
algumas abrangem a saúde reprodutiva, como: (i) a urgência da adesão e ratificação pelo governo de
Moçambique, do Pacto Internacional sobre os Direitos Económico, Social e Cultural (ICESCR), que inclui de forma
particularizada o Direito à Saúde; (ii) a necessidade da criação de uma instituição nacional de direitos humanos 31/,
de acordo com os padrões internacionais, como meio para o fortalecimento das capacidades de direitos humanos
e preparação da carta para protecção dos direitos dos pacientes; (iii) a necessidade do governo de continuar a
envidar esforços com vista a promoção da equidade de género e combater a discriminação das mulheres no

29 / Fonte:ONUSIDA: 2004
30 / Fonte:Instrumento: Indicador 68
31 / Na entrevista concedida pela Ministra de Justiça, Esperança Machavele, foi dito que será criada uma Comissão

Nacional dos Direitos Humanos. A Senhora Ministra acrescento que: “esta entidade que vem sendo projectada desde
1994 ainda não foi criada devido à falta de capacidade de produção legislativa (Visto o dia 12/01/2005 em:
www.conectasul.org)

15
campo da saúde e violência da mulher; (iv) a necessidade do governo em empenhar-se em garantir os serviços
de saúde para as populações rurais, incluindo a capacitação e recrutamento de profissionais de saúde; (v) os
profissionais de saúde devem observar os direitos dos pacientes e recomenda-se a inclusão da componente dos
direitos humanos como parte integrante e obrigatória na capacitação dos profissionais de saúde 32/.

51. Em resumo, entre os esforços que o governo preconiza para responder à protecção dos princípios dos Direitos
Humanos sobre a saúde sexual e reprodutiva e da criança, reflectida nos relatórios de prestação de contas às
Nações Unidas ressaltamos o seguinte:
 A igualdade de direitos entre homens e mulheres e respeitando a diferença, como se lê na Constituição
da República;
 A introdução, no curriculum do Sistema Nacional de Educação (SNE) de matérias relacionadas com a
saúde sexual e reprodutiva;
 Aumentar a cobertura nacional do planeamento familiar com a incorporação de serviços das ONG’s;
 Aumentar as clínicas de serviços aos jovens e adolescentes (SAAJ);
 Encorajar o envolvimento dos homens no planeamento familiar, para mudar comportamentos e atitudes
em relação aos direitos sexuais e reprodutivos;
 Aumentar o número do pessoal de saúde treinado em técnicas de Informação, Educação e Comunicação
(IEC), confidencialidade e privacidade, rapidez no atendimento e disponibilidade de um sistema de
referência;
 Ampliação da rede de maternidades e respectiva colocação de enfermeiras de saúde materno – infantil;
 Vacinação de todas as crianças até aos 5 anos de idade;
 Consultas gratuitas para as mulheres grávidas e crianças menores de 5 anos; e
 Treino de parteiras tradicionais 33/.

Capitulo 4: A perspectiva dos Direitos Humanos nas leis, políticas e normas e seu impacto na saúde
da mulher e da criança

52. Entre o direito internacional e o nacional deve existir uma interdependência, em termos de princípios e de
instrumentos legais respectivos. Pelo que, o Governo Moçambicano se tem esforçado em incorporar, dentro das
suas possibilidades, todos os princípios que sustentam e emanam do sistema de Direitos Humanos, tanto nas leis
ordinárias, avulsas, assim como no contexto das políticas públicas.

53. Este capítulo descreve a interdependência entre os esforços do governo, em termos de leis, políticas,
estratégias e normas vigentes no contexto da saúde da mulher e do recém-nascido e, a actual situação da
aplicação dos Direitos Humanos nestas áreas. Ainda que os Direitos Humanos formam um conjunto indivisível
entre eles, os dados deste levantamento, como foi explicado, foram recolhidos separadamente para cada direito.
O grupo de direitos considerados como os que se relacionam directamente com a saúde sexual e reprodutiva são
os que se apresentam na Caixa 4.

Caixa 4. Os três grupos de Direitos Humanos (DDHH)


(I) (I) Direitos Relativos a Vida, Segurança e Identidade
I.A Direito à Vida, Sobrevivência e Desenvolvimento
I.B Direito à Liberdade e à Segurança da Pessoa
I.C Direito à não submissão a Tratamentos Desumanos ou Degradantes
I.D Direito à Identidade
(II) Direitos relacionados com a Saúde e Maternidade
II.A Direito a Saúde

32 / Fonte: instrumento: 3b.


33 / Fonte: Instrumento: 1d, 1e, 5a, 5c, 5d e 5e

16
II.B Direitos aos Benefícios dos Progressos Científicos
II.C Direito ao Casamento e a Criar uma Família
II.D Direito a Privacidade
II.E Direito a Decidir e a Responsabilidade sobre o Número e Espaçamento
das Crianças
(III) Direitos Relativos a Informação e Educação
III.A Direito de Procura, Receber e Dar Informação
III.B Direito a Educação
IV. Direito a não Discriminação

Por cada Direito, os dados são apresentados com a seguinte estrutura:

- Assuntos chaves (identificados na base da interpretação legal internacionalmente aceite e, baseado nos
dados de impacto relevantes e disponíveis);
- Os serviços e intervenções eficazes (que respondem ou estão relacionados com os assuntos chaves e
grupos alvo);
- Os esforços do Governo no quadro das leis, politicas e normas técnicas (que mostra como o governo
tenta orientar o assunto chave); e
- Os princípios de Direitos Humanos (qual os grupos alvo que sob estes princípios o governo, embora
esteja tentando respeitar, proteger e cumprir, ainda não o tenha alcançado).

I Direitos Relativos a Vida, Segurança e Identidade

IA. Direito à Vida, à Sobrevivência e ao Desenvolvimento (Fonte Internacional de Lei: ICCPR Artigo 6;
CRC Artigo 6)

Interpretação e assuntos chave


54. A interpretação aceite no contexto da saúde materna e neonatal diz: “os governos são obrigados a
seguir passos positivos para prevenir as perdas de vidas que podem ser evitadas”. Os assuntos chave
identificados neste contexto são a mortalidade materna e neonatal e consequentemente, o acesso e
qualidade dos serviços de emergência obstétrica e neonatal.

55. Baseando-se na interpretação aceite, os dados no país apontam para altas taxas de mortalidade materna e
neonatal. Dados oficiais mostram uma evolução positiva. A taxa de mortalidade materna decresceu de
975/100000 (1997) para 408/100000 (2003), correspondente a uma redução de 58.1% 34 /. O indicador de
mortalidade materna não é suficientemente abrangente para reflectir a real situação em termos de acesso aos
serviços, em países onde a maioria dos partos ocorrem na comunidade, dai que, o indicador do parto institucional
seja mais demonstrativo. Em Moçambique a taxa de partos institucionais era de 44.2% (1997) e 47.7% (2003),
reflectindo um aumento de 3.5%35/. Cabe assinalar que a cobertura da rede sanitária supera levemente 40% do
território nacional.

56. Quanto à mortalidade neonatal regista-se uma taxa alta, mas também com tendência à redução. Os dados
oficiais indicam uma taxa de 57/1000 em 1997 para 48/1000 no período do ano 2003, verificando-se uma redução,

34/ Fonte:Instrumento: Indicador Nº 17.


35 Fonte Instrumento: Indicador Nº 58.

17
entre ambos períodos, da ordem de 15.8%. Com relação à mortalidade perinatal não se obteve informação, pois
dados deste indicador não são recolhidos pelo Sistema de Informação de Saúde 36/.

57. Igualmente, observa-se uma alta taxa de mortalidade infantil, com valores de 135/1000 em 1997 e 124/1000
em 2003 respectivamente, mostrando um avanço na ordem de 8.15% 37/.

58. A esperança de vida, deve ser estimada com/ ou sim o impacto do SIDA, conforme reflectido na tabela abaixo.
Claramente verifica-se um impacto altamente negativo do SIDA sobre este indicador 38/.

Esperança de vida
1999 2004 2010 Variação
Ronda Ronda 2002 Ronda 2002 Sem SIDA: 1999-2004= 6.3%
2000/2002 H/M H/M Sem SIDA: 2004-2010=-7.7%
H/M Sem Sida 46.4 Sem Sida 50.3 Com SIDA: 1999-2004=-7.0%
Sem Sida: 43.5 Com Sida: 38.1 Com Sida: 35.9 Com SIDA: 2004-2010=-5.7%
Com Sida: 41.0

Serviços e intervenções eficazes


59. Os serviços de COE representam uma intervenção custo - eficácia na redução da morbilidade e mortalidade
materna. Para determinar a percentagem de US oferecendo COE foram utilizamos os dados referente a Avaliação
da Necessidades realizada em 2001 e que incluiu todas as províncias. 39/

60. A tabela em baixo mostra a situação do país até o ano 2001, em termos de COE. Existia um deficit
maior na disponibilidade de Cuidados Obstétricos Essenciais Básicos (COEB) do que Cuidados Obstétricos
Essenciais Completos (COEC), em todas as províncias. A situação da disponibilidade dos COEB, era mais
critica nas províncias de Maputo, Gaza, Cabo Delgado e cidade de Maputo e, a dos COEC, nas províncias
de Manica e Zambézia. Importante mencionar que a avaliação evidenciou deficiências na qualidade dos
serviços nas restantes províncias. A cobertura de parto por pessoal treinado foi sempre baixa em relação à
média nacional (44% -IDS /1997). Todas as províncias estão longe de atingir os índices mínimos
requeridos para o tratamento de complicações obstétricas, tanto em relação às necessidades atendidas
como as de cesarianas e, da taxa de letalidade 40/

Determinação das necessidades da prestação de cuidados obstétricos em todo o país: resultados dos
estudos por províncias. Moçambique, 2001. (Indicadores de desempenho)
Cesariana
Parto Necessidades proporção
COEB COEB
assistido por alcançadas de partos Taxa de
Província Básicos / compreensivos
pessoal para os da letalidade %
500 000 h / 500 000 h
treinado % COEB % população
%
Cabo 0.35 1.40 25.0 10.5 0.57 4.50
Delgado
Niassa Não foi entregue a informação
36 / Fonte:Instrumento: Indicador Nº 19.
37 / Fonte:Instrumento: Indicador Nº 18.
38 / Fonte:Instrumento: Indicador Nº 16.
39 / Fonte: Instrumento: Indicador Nºs 28 e 59
40 / Fonte: (Avaliação da Implementação dos Cuidados Obstétricos de Emergência Básicos e Completos em

Moçambique. MISAU. 2005. p, 4)

18
Nampula 1.25 1.00 ND ND 0.70 0.50
Zambézia 1.20 0.96 29.0 6.7 0.80 2.90
Tete 1.80 2.30 37.0 0.8 1.84 1.84
Sofala 0.33 1.38 39.0 ND 1.00 4.10
Manica 2.80 0.80 21.4 -- 0.34 ND
Maputo 00.0 2.00 38.9 13.8 9.76 0.98
cidade
Maputo 00.0 1.10 33.1 6.6 0.27 0.76
província
Gaza 0.40 2.10 18.2 ND 1.58 2.25
Inhambane S/I S/I S/I S/I S/I S/I
Fonte: Avaliação da Implementação dos Cuidados Obstétricos de Emergência Básicos e Completos em
Moçambique. MISAU. 2005

A distribuição das unidades sanitárias (US) que prestam COEB e as que prestam COEC, parece não ser
geograficamente equitativa, contudo é necessário ter em conta a densidade populacional e os acidentes
físicos do terreno, para se avaliar e planificar a localização mais eficazmente destas US41/.

61. De salientar que, os COEC somente podem ser oferecidos em US com bloco operatório, (de princípio todos os
Hospitais Rurais, Hospitais Gerais, Hospitais Provinciais, Hospitais Centrais). Contudo, devido a problemas de
variada ordem, como ruptura de stock de medicamentos essenciais, falta de reagentes para o banco de sangue,
fraca manutenção do material e equipamento, falta de pessoal e de condições cirúrgicas, etc., muitas das funções
definidas nos cuidados completos não são oferecidas.

62. Dentro dos problemas observados em termos de acesso aos cuidados de emergência, que são reconhecidas
como eficazes, está o acesso à cesariana e transfusão de sangue. A informação obtida em relação à realização
de cesarianas corresponde somente a dois (2) hospitais da cidade Maputo: Hospital Central de Maputo e Hospital
Geral José Macamo, e representa somente 15% e 28% das necessidades requeridas, respectivamente. Todavia,
é de conhecimento, por parte do pessoal de saúde, que a prestação deste serviço, em geral, é insuficiente em
relação as necessidades, particularmente para a população das áreas rurais 42/.

63. Cuidados de emergência aos recém-nascidos: O recém-nascido é um desafio para o MISAU, algumas
actividades tiveram início em 2004 como a realização de dois cursos sobre cuidados essências do recém-nascido,
elaboração de um manual para apoio na prática diária, ainda em revisão. Se tem verificado que as condições de
assistências ainda não são as ideais.
Calcula-se que 15% dos nascimentos apresentam algum factor de risco e, cerca de 3% dos recém-nascidos
devem ser considerados de alto risco.

Esforços do governo no quadro das leis, políticas e normas técnicas


64. O Direito a Vida, em termos legais está garantido pela lei constitucional do país no art. 40 que diz: “Todo o
cidadão tem direito à vida. Tem direito à integridade física e não pode ser sujeito a tortura ou tratamentos cruéis ou
desumanos”. Em termos gerais, a Constituição no art. 120.º assegura a protecção e a dignificação da maternidade
pelo Estado. Este princípio materializa-se através da adopção de mecanismos concretos que possibilitam à
mulher realizar a sua função reprodutora, de mãe educadora na família, mas também assegurando todos os
direitos e oportunidades de integração no processo de trabalho, em igualdade de condição com o homem. Por

41 / Fonte: (Estratégia para a Redução da Morbimortalidade Materna e Perinatal, Ano 2000”. Ministério da Saúde,
Departamento de Saúde da Comunidade)
42 / Fonte:Instrumento: indicador Nº 22

19
isso, às mães são garantidos direitos especiais, enquanto trabalhadoras, através da sua regulamentação na Lei de
Trabalho / arts. 74.º e 75.º, os quais fixam as condições e direitos da mulher trabalhadora, tanto no período de
gravidez como após o parto.

65. O sistema de referência entre os diferentes níveis de serviços está protegido pela lei. A Lei nº2/77 dispõe no
artigo 9 a obrigatoriedade de todos os doentes serem vistos em primeiro lugar no posto de saúde ou de consulta
do local de trabalho, ou de residência ou ainda, no centro de saúde do seu local de residência, excepto nos casos
de reconhecida urgência ou em que a unidade sanitária de base não disponha de recursos adequados para o
diagnóstico ou tratamento de determinado doente ou doença, casos em que o doente é transferido para outra
unidade mais diferenciada de que depende aquela primeira. Estabelece ainda o regime de gratuitidade da
transferência de um doente da unidade primária para outra por falta de recursos naquela. Este mecanismo é
perfeitamente aplicável aos casos de emergências obstétricas e do recém-nascido.

66. A política de saúde reprodutiva que inclui a componente materna, ainda não existe formalmente, pelo que a
prestação de serviços de cuidados de emergência a mãe e ao recém-nascido ainda que implementados não estão
formalizados em termos de política pública.

Em relação aos cuidados do recém-nascido, as maternidades de nível primário que recebem bebés de alto risco,
devem transferir para hospitais de níveis secundário ou central. Esta disposição corresponde a uma norma da
Direcção Nacional de Assistência Médica. Para o nível de emergência existem normas de transferências que são
estabelecidas em função das patologias identificadas, as quais não só consideram a mulher grávida, mais sim a
todas as situações de emergência que surjam nestas unidades de saúde.

67. Como prioridades estabelecidas na Política do Sector da Saúde (PSS), assinala-se na Resolução nº 4/95 de
11 de Julho, no ponto 2.3 da alínea a) “a preservação da saúde da mulher e da criança, através dos programas de
Saúde Materno Infantil (SMI) e Programa Alargado de Vacinações (PAV). Inclui-se no contexto dos objectivos
estratégicos da redução da morbilidade e mortalidade especialmente entre os grupos de alto risco, tais como as
mulheres e as crianças”43/.

68. Dentro do plano de execução imediata por parte do governo está a finalização da revisão da política de Saúde
Reprodutiva. Contudo, a política de população aprovada na Resolução nº 5/99 de 13 de Abril, estipula, dentro dos
seus objectivos na alínea 4 a incorporação de acções que visam à aumentar da esperança de vida através da
redução da mortalidade materna e infantil.

69. Nos últimos dez anos, os esforços do governo tendentes a redução da mortalidade materna consistiram na
realização de um estudo sobre as mortes maternas e uma avaliação nacional das necessidades, com intenção de
identificar os factores determinantes da mortalidade terna e perinatal, onde são identificados a falta/ou insuficiência
de pessoal qualificado, material e equipamento, fraco manejo de doentes, fraco sistema de referência, longas
distâncias e falta de transporte 44/. O estudo, realizado pelo MISAU, fez uma análise de uma determinada amostra
(90 casos) de mortes maternas ocorridas em sete províncias entre 1997/98. A Metodologia utilizada foi a do
“Modulo VI, Revisão das Mortes Maternas” concebido pela OMS, uma das componentes da Avaliação das
Necessidades Maternas, tendo sido Moçambique o pioneiro na sua testagem. Para identificar os factores
determinantes da mortalidade materna foi utilizado o modelo dos três atrasos 45/.

Os resultados mostraram que as causas directas mais frequentes são sepsis puerperal, a hemorragia e a ruptura
uterina e, como causas indirectas estão a malária, a anemia, SIDA, a pneumonia e intoxicação por medicamentos
tradicionais.

43/ Fonte: instrumento: Nº 9


44 / Sundai, 1992; Maiane, 1994 citados na ERMMP
45 / visto em www.engenderhealth.org/res/ offc/mac/emoc/pdf/manual/qi-emoc-01.pdf

20
70. Com base nestes exercícios elaborou-se a Estratégia de Redução da Morbi- Mortalidade Materna e Perinatal,
e consequente o Plano operacional para o período de 5 anos ( 2002/ 2005). A Estratégia esta baseada no
aumento da rede de unidades sanitárias que ofereçam serviços obstétricos básicos e completos, para que as
mulheres com complicações obstétricas possam ter acesso a estes serviços e a receberem uma atenção
atempada de acordo com a sua condição 46/. A sua implementação está sendo desenvolvida por um processo de
descentralizado a partir distrito, tal como esta definido no PESS, incluindo actividades de trabalho na comunidade
(ex. brigadas móveis)

71. Para melhorar a qualidade dos serviços baseada em informação corrente, a Estratégia enuncia que o
Departamento de Saúde da Comunidade (DSC) deve obrigatoriamente e de imediato garantir que seja feita a
análise das mortes maternas intra-hospitalares, através do estabelecimento de Comités de Estudo de Mortes
Maternas, (comité nacional, provinciais e distritais) com o propósito de analisar as causas e factores determinantes
destas mortes. Por razoes diversas, os comités acima mencionados tem funcionado de forma irregular, a
informação não é regularmente fornecida e mesmo o comité a nível nacional nunca tem funcionado 47/.

72. Embora que mencione que a atenção obstétrica e ao recém-nascido deve estar constituída pelas seguintes
capacidades: cirúrgica, anestésica, transfusão de sangue, tratamento médico e capacidade técnica para manejo
de complicações que põem em risco a vida da mulher e recém-nascido incluindo protocolos standard de conduta
e tratamento, planeamento familiar e cuidados essenciais ao recém-nascido; a estratégia está mais direccionada
para a componente materna. A saúde dos recém-nascidos fica protegida com esta prestação adequada de
serviços obstétricos essenciais básicos e completos.

73. Poucas actividades têm sido realizadas para a saúde do recém-nascido. A secção de saúde reprodutiva e
infantil estão envidando esforços para melhorar está componente dentro do Plano de Redução da mortalidade
Materno e Neonatal 48/.

74. Para implementar a Estratégia de Redução da Mortalidade Materna e Neonatal, foi elaborado o Plano
Operacional 2002 – 2005, que define acções a serem desenvolvidas a diferentes níveis, tendo como elementos
chaves: o desenvolvimento dos recursos humanos através do reforço do programa de formação e reciclagem de
parteiras tradicionais, do treino para actualização das habilidades do pessoal; reforço do sistema de informação;
informação e mobilização da comunidade sobre os sinais de perigo na gravidez; e desenvolvimento de protocolos
para o manejo de casos a cada nível, em conjunto com a introdução de normas para os cuidados maternos e
neonatal de qualidade 49/. Também, foi criado um Comité onde participa directamente o governo e representantes
do Ministério de Saúde. A redução da mortalidade materna é um dos principais objectivos da Politica de
População no contexto do PESS. A Estratégia Nacional de Redução da Mortalidade Materna e Perinatal baseia-se
operacionalmente no “Modelo dos Três Atrasos”. Quanto às prioridades a desenvolver incluem-se o controle por
parte do Ministério da Saúde da informação e assistência integral da saúde reprodutiva a todos os níveis das
unidades políticas administrativas; o desenvolvimento de uma formação contínua do pessoal da saúde; reforço do
sistema de referência e comunicação; envolvimento da comunidade e sociedade civil – numa acção conjunta –
para dar lugar a um maior acesso à informação sobre saúde reprodutiva, a um incremento da procura dos
serviços de saúde reprodutiva por parte dos jovens e adolescentes e melhoria do estatuto da mulher na
sociedade.

46/ Fonte: instrumento: 9


47 / Fonte: instrumento: Nº 13.
48 Fonte: instrumento: Nº 10e
49/ Fonte: instrumento: IBIDEM.

21
Princípios dos Direitos Humanos
75. No estudo das mortes maternas, referido no paragrafo 66, em relação aos grupos vulneráveis, os dados
de mortalidade materna que o grupo de adolescentes constituía o 32%, e que o 68% da mortes ocorreram
em mulheres das áreas rurais50/

Relativamente ao serviço de emergência, no plano estratégico de 2002 / 2005 não foi possível identificar as
US que ofereciam COEB, porém foi definido o número mínimo necessário por província, segundo o número
de habitantes. Em relação o COEC, utilizando-se a mesma metodologia, observou-se que as províncias de
Nampula, Zambézia, Manica, Maputo província e Maputo cidade apresentavam um deficit ao mínimo
requerido. Dados actuais do programa de Saúde Reprodutiva do MISAU51/, reportam que tanto para os
COEB (4.9/500.000Hab) como para os COEC (1.3/500.000Hab), os indicadores foram cumpridos. Contudo
cabe destacar que se temos em conta a cobertura destes serviços (COEB e COEC), em relação a
proporção de US existentes no país a cobertura real é apenas de 25%.

76. Em termos de responsabilidade o MISAU fez esforços para avaliar o problema da mortalidade materna
e desenvolveu uma estratégia de redução da mortalidade materna e perinatal, baseada nos resultados
destes estudos. Também tenta revitalizar os comités de morte materna tanto a nível nacional, provincial e
distrital. Contudo é necessário assinalar que o sistema de informação não permite desagregar os dados
suficientemente para ter politicas e estratégias dirigidas aos grupos ou áreas mais vulneráveis pelo que
tanto a estratégia como o plano operacional não privilegia os grupos ou áreas alvo. Em relação com a
mortalidade neonatal os dados não indicam o mesmo esforço.

IB. Direito à Liberdade e à Segurança da Pessoa e o Direito de ser Livre de Tratamento Desumano e
Humilhante
Fontes de Direito Internacional: ICCPR, Article 9 ; CRC Article 19, 37(b)-(d) ;CERD Article 5(b); ICCPR Article 7;
CRC article 37(a) ;CAT Article 1,4,16

Interpretação e assuntos chave


77. A interpretação aceite no contexto da saúde materna e neonatal diz “os governos são obrigados a
trabalhar para eliminar todas as formas de violência contra as mulheres e as crianças, incluindo garantir o
treino sobre questões do género para permitir que os trabalhadores de saúde detectem e manejem as
consequências da violência para a saúde baseada no género. O assunto chave identificado neste contexto
relaciona-se com a violência contra a mulher, pelo facto de ser mulher (violência de género).

78. A informação sobre a extensão deste assunto chave é limitada. Os estudos realizados respeito a esta
questão são escassos, de pequena escala e sem seguimento sistemático. A informação disponível provem
dos serviços de atendimento e de pesquisas realizadas por ONG’S 52/

A informação sobre a violência sexual contra mulheres e crianças atendidas no Kulaya, centro de
acompanhamento psicológico de vítimas de violência, do Serviço de Psicologia do Hospital Central de
Maputo demonstrou um decréscimo no índice observado durante 1998, isto poderá obedecer ao facto da
informação não corresponder ao ano completo. A informação mostra maior vulnerabilidade em relação a
idade (entre os 13 aos 20 anos).53/

50 Estrategia para RMMP


51 Dr Elsa Jacinto – Responsavel do programa de SR/ MISAU-2005
52 Indicadores 30/31 do Instrumento
53 / Fonte: Instrumento: indicadores Nºs. 30,31

22
Serviços e intervenções eficazes
79. Nos últimos dois anos o Ministério do Interior iniciou algumas acções como, a criação de unidades
especiais de atendimento à violência da mulher e da criança. Apesar do objectivo de estender (o serviço) a
todo país até ao nível distrital, este ainda não cobre todos os distritos. Cabe destacar que ainda os
gabinetes de atendimento à violência da mulher e a criança carecem de cobertura legal dentro do Ministério
do Interior.

80. Nos locais onde existem estes gabinetes; quer por falta de conhecimento da existência destes serviços,
quer por diversas razões que as mulheres têm para chegar a eles (distancia, dinheiro para transporte,
medo de represálias, entre outros) ou pela falta de poder que estas unidades têm no seio das esquadras
para aceitar a denúncia das afectadas a utilização destes serviços e inadequada.

Esforços do Governo no quadro das leis, politicas e normas técnicas


81. Em Moçambique, não existe actualmente nenhuma tipificação legal da violência contra a mulher. Contudo, a
sua tipificação é assinalada como necessária no Programa do Governo, no Plano Estratégico do Ministério da
Justiça 2000 – 2004, no Plano do Ministério do Interior e do Ministério da Mulher e Acção Social. Destaca-se,
dentro do Plano do Ministério da Justiça, que a violência contra a mulher deve ser considerada como um crime
público e sustenta a sua tipificação.

82. Durante a Conferência Nacional que teve lugar nos dias 4 e 5 de Abril de 2006, e que tinha como objectivo
decidir a adopção do Projecto de Lei de Violência Doméstica, elaborado pela sociedade civil, foi aprovada a sua
adopção por aclamação.

83. Dentro da Politica de Género, indica-se que a violência contra a mulher deve ser considerada como uma
violação dos direitos humanos. Além disso, dentro do Programa do Governo observa-se a necessidade de criar
casas de refúgio transitórias para as vítimas de violência; actualmente para as necessidades requeridas o número
é reduzido. Estes refúgios são fundamentalmente geridos pelas ONG’s, existindo apenas nas cidades de Maputo
e Beira 54/.

84. As acções direccionadas à violência contra as mulheres têm sido desenvolvidas especialmente pelos
Ministérios do Interior, da Mulher e Acção Social, e Justiça. Dentro do Ministério do Interior, no plano e programa
da polícia, foram criados os gabinetes de atendimento às vítimas da violência em várias esquadras. Neste
momento, estes gabinetes estão implantados a nível nacional, (96, neste momento). Em Maputo pelo menos em
três esquadras funcionam durante toda a semana, as 24 horas do dia. É importante destacar que existe uma “
estratégia” articulada entre os gabinetes de atendimento, os bancos de socorros dos principais hospitais e
algumas organizações de mulheres que recebem, encaminham e acompanham as queixas apresentadas,
principalmente nas províncias de Maputo e Sofala” 55/.

85. Fórum Mulher elaborou um ante-projecto de Lei contra a violência doméstica, que foi largamente discutido em
encontros regionais. Durante a campanha dos 16 dias de activismo da Não-violência contra a Mulher (Novembro
26 a Dezembro 10 de 2004), o debate do ante-projecto de Lei foi intensificado, tendo culminado o processo
positivamente na Conferencia Nacional da Sociedade Civil, promovida pelo Fórum Mulher entre os dias 5 e 6 de
Abril de 2006. Importante assinalar que estas acções pelos direitos das mulheres a viver uma vida sem violência
(desenvolvida à escala universal) estão sendo levadas a cabo em Moçambique desde 1998.

54 / Fonte: instrumento: Nº27


55/ Fonte: instrumento: IBIDEM.

23
Princípios dos Direitos Humanos
86. Embora que os Ministérios do Interior, da Mulher e Acção Social, e Justiça, estão mais sensibilizados e já
começaram a desenvolver acções para enfrentar este problema, e dentro da sociedade civil, MULEIDE e AMCJ
são as únicas associações que encaminham os casos até o sistema judiciário e jurídico; e que a nível comunitário
a OMM, tenta solucionar este tipo de conflitos através de estratégias de conciliação familiar; os poucos estudos
disponíveis destacam como mais vulneráveis as mulheres entre 15 e 25 anos de idade, assim como as crianças,
independentemente do estrato social. Estes grupos são susceptíveis a qualquer forma de violência, física,
psicológica sexual.

IC. O Direito à não submissão a Tratamentos Desumanos ou Degradantes


(Fonte de Lei Internacional: ICCPR Artigo 7; CRC artigo 37(a) ; CAT Artigo 1,4,16)

Interpretação e assuntos chave


87. A interpretação aceite no contexto da saúde materna e neonatal é que “os governos têm a obrigação de
providenciar serviços de saúde” e o não providenciá-los seria considerado como tratamento desumano. A
criminalização do aborto, sem excepções razoáveis para a protecção da vida, a violação, ou o incesto,
podem constituir uma violação de direitos humanos neste contexto. Algumas práticas tradicionais podem
também ser abordadas sob este Direito. Neste Instrumento, estas aparecem sob o Direito à não-
discriminação.

88. O assunto chave identificado foi o aborto inseguro, que constitui uma das principais causas de morbi-
mortalidade na mulher. A percentagem de mortes devido a este varia entre 8 a 11% do total das causas de
morte materna 56/. Por outro lado, as complicações do aborto constituem 8% das complicações atendidas
nas unidades sanitárias e 4% das transferências a unidades sanitárias de referência. De destacar que a
percentagem de complicações devido ao aborto é mais elevada nas adolescentes de 15-19 anos de idade,
representando 34.7% do total 57/.

Serviços e intervenções eficazes


89.O aborto seguro é praticado desde 1991 no país, depois de emitida uma disposição ministerial
(Ministério da Saúde) que autorizava a realização do aborto dentro do hospital nos casos de gravidez com
dispositivo intra-uterino (DIU) ou quando a saúde da mulher estivesse em perigo, remetendo a autorização
para uma comissão hospitalar 58/

No Hospital Central de Maputo desde 1991 são realizadas perto de 1,200 interrupções de gravidez por ano.
Desde o início da implementação desta prática, a opção do MISAU é que “ o oferecimento desse serviço
não deve ser gratuito, com o fim de desencorajar o aborto como controlo da natalidade, estimulando a
contracepção, pois variados métodos são oferecidos gratuitamente pela rede do serviço Nacional de
Saúde”, mas acontecem duas situações que favorecem o aborto inseguro: por um lado a rede sanitária não
atinge mais do 40% do território nacional, pelo que a oferta do planeamento familiar é limitada, e por outro,
a maior parte das mulheres que acorrem a um aborto clandestino, e que geralmente são as que têm menos
de 20 anos, carecem quase de forma absoluta de meios para pagar o solicitado para a realização de um
aborto seguro.

56 / Fonte: Instrumento: indicadores Nº38.


57 / Fonte:Instrumento: indicadores Nº39.
58 / Bugalho: 1995)

24
90. Segundo os dados disponíveis a proporção de serviços de Cuidados Obstétricos Essenciais Básicos
que oferecem cuidados post-aborto era de 36% em 1999. De salientar que, de principio toda unidade
sanitária com maternidade e com médico, têm potencialidade de prestar estes serviços. Contudo, devido a
problemas de variada ordem, como falta de material apropriado para aspiração intra-uterina, ruptura de
stocks de medicamentos essenciais para cuidados obstétricos, falta de condições cirúrgicas, em muitos
locais este serviço não é oferecido. Em relação aos dados actuais não tivemos nenhuma informação59/

Esforços do Governo no quadro das leis, politicas e normas técnicas


91. A Lei Penal de Moçambique em vigor (art. 358º do Código Penal) considera crime punível com prisão a prática
do aborto, seja pela pessoa que ministrar à mulher substâncias abortivas, seja pela própria mulher que consentir
no acto. Esta sanção penal é extensiva aos médicos ou qualquer profissional de saúde que praticar a interrupção
de gravidez, não estabelecendo portanto nenhuma excepção.

92. Pelo facto que o aborto é considerado um crime, não existe uma política definida de prevenção do aborto
inseguro. Contudo após da ratificação do Protocolo sobre os Direitos Humanos da Mulher Africana, da Carta de
Bangu, onde se dispõe a legalização do aborto, apenas falta criar as disposições processuais para que em
Moçambique o aborto deixe de ser crime.

93. Relativamente a providência de cuidados post-aborto, se integra dentro da Política e Estratégia de redução da
mortalidade materna e perinatal. O plano para providenciar os cuidados post-aborto faz parte dos cuidados
obstétricos de emergência, portanto, não existe um plano particular. A nível da implementação, os cuidados post-
aborto, são oferecidos nas Unidades Sanitárias que oferecem Cuidados Obstétricos Básicos e Completos.

94. Para providenciar cuidados post-aborto, além dos conhecimentos transmitidos nos treinos de COE, existe um
programa específico que fornece “Pacotes informativos” para apoiar a formação. No ano 2000, com apoio de
IPAS, fez-se um levantamento nacional sobre infra estruturas, materiais e equipamentos médicos, e provedores
dos serviços de Planeamento Familiar, e foi realizada uma formação de formadores e provedores nas províncias
de Maputo, Sofala e Nampula.
Em Abril de 2004 teve lugar um encontro de advocacia sobre o aborto seguro, de carácter internacional, onde
participaram organizações da Sociedade Civil, dos Mass Media, juristas, profissionais de saúde, e algumas
agências internacionais e das Nações Unidas. 60/.

Princípios dos Direitos Humanos


95. Para poder observar este princípio seria necessário a domesticação do artigo relativo ao tratamento do aborto,
contido no protocolo de Direitos Humanos da mulher pertencente à Carta Africana dos Direitos Humanos e dos
Povos (Carta de Bagul). Foi identificado como grupo vulnerável as mulheres que engravidam jovens, sendo as
mais susceptíveis a procurar os serviços de um aborto inseguro, mesmo nas áreas urbanas. Na faixa etária entre
15 a 19 anos é onde se verifica a maior incidência destes abortos 61/.
As mulheres, particularmente as mais jovens, sofrem ainda uma maior discriminação no sentido que não podem
tomar decisões por si própria. Actualmente, para poder realizar uma interrupção de gravidez, a mulher precisa de
consentimento; se a mulher é casada, do marido; se é menor de idade, dos pais e, de não existir estas pessoas,
de qualquer membro masculino da família.

59 / Fonte: Instrumento: indicadores Nos 32c 34 e 37.


60 / Fonte: Instrumento: Nº 33e.
61 / Fonte:Instrumento: Nº Indicador 39

25
ID. O Direito de Identidade
(Fonte de Lei Internacional: CRC Artigo 7)

Interpretação e assuntos chave


96. A Interpretação aceite no contexto da saúde materna e neonatal é que a criança deve ser registada
imediatamente após o nascimento. O assunto chave identificado neste contexto relaciona-se com o sub-
registo de crianças à nascença, ainda que a lei estabelece um prazo de 3 a 6 meses para registar a criança
após seu nascimento (esta lei é desconhecida pela maior parte da população). A situação referida se deve
as seguintes razões (i) Desconhecimento desta lei, (ii) praticas tradicionais que impedem registar as
crianças podendo ultrapassar o prazo estabelecido na lei, (iii) a ausência de registo civil dentro dos
hospitais, (iv) falta de acessibilidade e meios financeiros para acudir aos registos civis e (v) falta de
informação sobre a importância do registo à nascença.

97. A dificuldade identificada para o exercício deste direito é a falta de registro dos recém-nascidos e das crianças,
que se observa como uma constante; dai a inexistência marcante e contraditória de informação. Há uma diferença
de objectivo entre o registo hospitalar e o registo civil de um nascimento; enquanto que no hospital se faz apenas
para registar a ocorrência do parto, o registo civil faz-se para a identificação nacional de um recém-nascido. A
preocupação pela identidade das crianças surge apenas quando estas devem começar na escola 62/.

Serviços e intervenções eficazes


98. O Governo adoptou uma estratégia de estender a rede dos registos e de notariados por todo o país,
com o objectivo de aproximar as populações o mais possível a estes serviços, o que pressupõe a criação
de conservatórias, postos e brigadas móveis em função das conveniências e exigências socio-económicas
do lugar.

99. A reactivação dos postos de registo de nascimento nos hospitais, como mecanismo alternativo, não tem
tido os resultados desejados, pelos motivos acima referidos, e também porque a cobertura de partos intra
hospitalar é baixa. A promoção das campanhas de registo massificado. A informação sobre o numero de
registros não esta disponível

Esforços do Governo no quadro das leis, politicas e normas técnicas


100. Existe o Plano de Acção Nacional para o Registo de Nascimento em Moçambique, aprovado em 2003
e patrocinado pela UNICEF, de carácter multisectorial, com envolvimento do MINEC e MMAS, e tem como
objectivo principal fortalecer o sistema de registo de nascimento, para garantir que todas as crianças
estejam cobertas por um sistema integrado e descentralizado, ligado ao fornecimento de serviços sociais e
intervenções direccionadas para problemas que geralmente afectam as crianças das comunidades
vulneráveis. Este plano preconiza o alargamento da rede de agentes dos registos de nascimento por forma
a envolver nesta acção professores, polícia, enfermeiros, chefes dos postos administrativos, câmaras
municipais, líderes comunitários, etc. Outro mecanismo alternativo definido é a extensão do prazo de
registo para 60 a 90 dias.

101. Outro esforço constitui a tentativa de simplificação das acções e procedimentos administrativos
inerentes ao registo das crianças, para este efeito tem sido feito melhoria na tecnologia informática, a ser
introduzido a curto e médio prazo, tanto nos serviços de registos e notariado.

62 / Fonte:Instrumento: Indicador Nº 44.

26
Princípios dos Direitos Humanos
102. Sob este direito o grupo vulnerável está constituído pelos recém-nascidos, em particular das áreas rurais
onde se encontra a grande maioria das mulheres analfabetas. Dados do censo de 1997 indica que 60.5% da
população do país, não sabe ler nem escrever, das quais 33.0% residem nas áreas urbanas e 72.2% nas áreas
rurais. 74.1% da população analfabeta são mulheres 63/. Actualmente segundo relatório do FNUAP a taxa de
analfabetismo é de 38% entre homens e 69% entre as mulheres Nas estatísticas oficiais, por sexo e idade entre
dois períodos (2101 – 2003), amostram, que embora a alfabetização dentro das têm diminuindo, elas continuam a
ter um menor acesso à educação que os homens 64/.

II Direitos relacionados com a Saúde e Maternidade

IIA. Direito a Saúde


(Fonte de Lei Internacional: ICESCR Artigo 12;CEDAW Artigo 11 (1) (f)12, 14(2)(b); CRC, Artigo 24; CERD
Artigo 5 (e)

Interpretação e assuntos chave


103. A interpretação aceite no contexto da saúde materna e neonatal e que o direito à saúde obriga os
governos a providenciar serviços de cuidados completos de saúde materna e neonatal e informação,
incluindo serviços de planeamento familiar e informação às mulheres e meninas, numa base de igualdade
com os homens. Tais serviços e informação devem estar disponíveis, acessíveis (incluindo
economicamente), e aceitáveis e da mais alta qualidade possível.

104. No segundo conjunto de Direitos Humanos, os assuntos chave identificados são a alta taxa de morbilidade
materna e neonatal e os problemas relacionados como acesso e qualidade dos serviços obstétricos básicos, de
saúde reprodutiva, de ITS / HIV/ SIDA e de malária. A questão de recursos humanos tem um impacto importante
nos assuntos chaves mencionados, traduzido na carência de pessoal qualificado para prestar estes serviços, que
é particularmente sensível nas áreas rurais 65/.

105. Outra questão refere-se a distribuição das Unidades Sanitárias que prestam COEB/C, a qual não é
geograficamente equitativa, contudo é necessário ter em conta a densidade populacional e os acidentes físicos do
terreno, para se avaliar e planificar a localização mais eficaz destas Unidades Sanitárias. 66/. Em relação ao serviço
de atendimento das fistulas obstétricas, se deve mencionar que ao nível do país só existem três especialistas
habilitados para prestar este serviço, um moçambicano (no Hospital Central de Maputo) e dois estrangeiros, (nos
hospitais de Quelimane e Nampula). Dependendo da disponibilidade financeira e de tempo, o especialista do
Hospital Central de Maputo se desloca para outras áreas do país, para prestar este serviço. Assim podemos dizer
que somente em três hospitais do país este serviço esta estabelecido67/.

106. Em relação aos serviços preventivos das ITS incluindo o despiste de sífilis, nem todas unidades sanitárias
possuem laboratórios para a sua testagem, também o pacote de medicamentos para o tratamento das ITS nem
sempre está disponível, assim como ruptura de stock de reagentes para testagem da sífilis (ver Direito de

63 / Fonte:INE, Estatísticas e Indicadores Básicos, 2000: p:13


64 / Fonte:FNUAP, 2004: p:112. QUIIB-2001, IAF-2002/3
65 / Fonte: Instrumento: Nº 52e
66 / Fonte: MISAU, Avaliação da Implementação dos Cuidados Obstétricos de Emergência Básicos e Completos em

Moçambique. 2005. Instrumento: Nº: 59.


67 / Fonte: Instrumento: Nº: 64

27
Benefícios Científicos para mais informação neste área), isto também tem um impacto negativo no despiste da
sífilis pre-natal, que não permite ser realizado rotineiramente, embora seja um dos exames de laboratório
recomendados na rotina da primeira consulta pré natal 68/. Outra questão é a falta de pessoal de laboratório
qualificados 69/.

107. A falta de prevenção da malária na mulher grávida torna-se num assunto sensível. A estratégia para o
tratamento preventivo intermitente (ITP) da mamaria na gravidez, foi aprovada apenas no início do ano 2005 pelo
MISAU, mais a sua implementação ainda não teve inicio 70/.

108. Em relação a Transmissão Vertical, estima-se que a em Moçambique ronde os 25%. Existe uma fraca
cobertura dos serviços de Prevenção de Transmissão Vertical (PTV), estes funcionam em um escasso número de
maternidades e geralmente inclui o aconselhamento e testagem a mulheres grávidas71 ; e administração
profiláctica de Nevirapina para prevenção da transmissão vertical, em dose única, às parturientes e recém
nascidos. Em poucas unidades sanitárias do país é oferecido o tratamento antiretroviral completo para as
mulheres e seus parceiros. “O desenvolvimento deste programa até ao presente enfrenta problemas de equidade.
O MISAU em coordenação com os parceiros nesta área, terá que aproveitar o crescimento previsto do número de
Serviços disponíveis para corrigir estas distorções, acelerando o ritmo de crescimento, nas províncias e distritos
menos servidos e suspendendo ou retardando esse ritmo de crescimento, nas províncias e distritos melhor
servidos” 72/.

Serviços e intervenções eficazes


109. Referente à saúde, os cuidados de saúde sexual e reprodutiva, tratamento das ITS, a atenção à mulher
durante a gravidez parto e puerperio, serviços de planeamento familiar, entre outros, oferecidos até o nível
primário do SNS.

110. No caso do HIV/SIDA, dentro de uma rede integrada do Serviço Nacional de Saúde, os serviços traduzem-se
nas seguintes acções: Aconselhamento e Testagem Voluntário nos Gabinetes (GATV), Estes existem em todas
as províncias do país, dentro dos Hospitais Centrais, Gerais, Rurais e Centros de Saúde Urbanos e nalgumas
unidades menores sob a modalidade clássica, quer dizer que são fixos e estão devidamente equipados. Todavia,
em unidades sanitárias menores (Centros de Saúde II e III) funcionam os GATV denominados satélites. Nos
Serviços Amigo para Adolescentes e Jovens (SAAJS) o atendimento é exclusivamente para jovens, onde é
realizado o teste gratuito até aos 24 anos de idade. O Programa de Transmissão Vertical (PTV), dirigido as
grávidas e oferece as acções mencionadas no 105. Outra intervenção é a dos Cuidados Domiciliários (CD),
dirigidas as pessoas vivendo com o HIV-SIDA e são realizados em quase todas as províncias. Finalmente se
encontra o tratamento das infecções oportunistas (TIO), que é realizado a nível nacional (dento da cobertura de
um 40% do Serviço Nacional de Saúde) até o nível pelo menos dos Centros de Saúde de nível II 73/.

111. O Programa de Prevenção da Transmissão Vertical, actualizado em Fevereiro, 2005, expõe que “devido ao
seu grupo alvo principal, as actividades da PTV são desenvolvidas dentro dos serviços de saúde materno-infantil
já existentes nas US do MISAU. Isto significa que as actividades da PTV devem ser integradas nestes serviços.
Esta integração vai permitir reforçar e melhorar a qualidade da prestação dos serviços de saúde materno-infantil
existentes”. Acrescenta-se que “para a implementação da PTV numa US, são estritamente necessários os
seguintes serviços: consulta pré-natal (CPN), ATV integrado na CPN onde é possível, e onde não é possível, a

68 / Fonte: Instrumento: Nº: 63.


69 / Fonte: Instrumento: Nº: 63.
70 / Fonte: Instrumento: Nº: 73.
71 / Instrumento: Nº 57ª.
72 / Fonte: Instrumento. Nº: 49e.
73 / Fonte: PEN/ ITS/HIV/SIDA – sector de saúde – 2004 – 2008 – 2010. Instrumento: Nº 46e.

28
unidades sanitárias deve ter um GATV dentro do seu quintal, maternidade, CPP, CPF, CCR, consulta da Criança
sadia, triagem da criança doente AIDI, farmácia na US e consulta médica/TIO. Se este conjunto de serviços não
existe numa determinada US, não se pode implementar a PTV nessa US…” 74/.

112. Em relação aos cuidados de saúde sexual e reprodutiva específicos para os jovens e adolescentes,
encontra-se a geração BIZ, como um programa integrado do Ministério de Educação (dentro da escola: cantos),
do Ministério da Juventude (cantinhos: jovens fora da escola, comunidade), e Ministério da Saúde: (SAAJS). Ainda
que como programa não consegue atingir todo o país, os SAAJS sim estão em todas as províncias, nos distritos e
em vários postos administrativos, e muitas das vezes, o próprio SAAJ é confundido como sendo a Geração BIZ. A
situação referida parece obedecer por um lado “à iniciativa anteriormente empreendida pelo Ministério da Saúde
com o projecto multi-sectorial “Saúde Sexual e Reprodutiva de Adolescentes e Jovens/ HIV/SIDA”75/, e a falta de
integração real das componentes deste programa

113. Relativamente ao aleitamento materno incluído no Plano de Desenvolvimento Nutricional, que está em
revisão para aprovação pelo MISAU, pelo que a estratégia não esta a ser implementada 76/. Contudo existem
outras normas e práticas para a protecção do aleitamento materno.

114. Com relação a participação da comunidade nos problemas de saúde maternos, especificamente no caso das
parteiras tradicionais (PT) até ao ano 2000 existiam 2 720 parteiras tradicionais capacitadas (PTC) em todo o país.
Em 1999, o programa de PTC estava bem organizado: as PTC operavam até o Posto de Saúde da Localidade;
todos os distritos tinham pelo menos uma formadora distrital, (num total de 138), e pelo menos existia uma
facilitadora em cada província. As acções de treino das PT eram efectuadas de acordo com as necessidades
concretas de cada província, sendo financiadas por diferentes ONG’s. Quanto a ligação existente entre as
unidades sanitárias e as PTC, consiste no fornecimento de materiais para a realização de parto e a partilha de
informação relativa as actividades desenvolvidas pelas PTC 77/.

115. Pessoal de saúde qualificado para fazer parto: de assinalar que no SNS, os partos, são realizados até as
unidades sanitárias mais periféricas, pelo que nem sempre o pessoal afecte nestas unidades sanitárias tem
capacidade para assistir uma parturiente, consequentemente sem habilidades para gerir as complicações
obstétricas, dai que as parturientes são evacuadas a unidades sanitárias de referencia. Tendo em conta que a
maior parte da população do país localiza-se nas áreas rurais e a baixa cobertura da rede sanitária (40%) as
parteiras tradicionais assistem uma grande parte das grávidas 78/.

116. Sobre as competências e a implementação das normas ligadas à saúde materna e neonatal se destacam as
relacionadas com o manejo das emergências obstétricas tais como remoção manual da placenta, administração
de antibiótico, oxitocicos, anti- convulsivantes, aspiração manual intra-uterina, entre outras: 79/.

Esforços do Governo no quadro das leis, politicas e normas técnicas


117. O acesso universal aos serviços de saúde para mulher e criança está garantido pelo artigo Nº 116 na
Constituição da República. A concretização do direito universal de acesso aos cuidados de saúde primários
é efectivada pelas leis (AP Lei n°2/77) que estabeleceu a gratuitidade de todas as acções sanitárias.80/

74 / Fonte: instrumento: Nº 49e.


75 Instrumento N° 47f
76 / Fonte: Componente Estratégica do Plano de Desenvolvimento Nutricional em Moçambique. Instrumento: Nº 48e.
77 / Fonte:Instrumento: Nº 51e.
78 / Fonte:Instrumento: Nº 52e.
79 / Instrumento Nºs: 54, 55, 56 e 57.
80 Fonte: Instrumento N° 45a

29
118. Apesar da falta de uma política geral para a saúde reprodutiva, existe um Plano Estratégico do Sector
de Saúde (PESS) que preconiza a consolidação da reconstrução com ênfase na melhoria da qualidade e
um acesso mais igualitário aos cuidados de saúde81/.

119. Em termos das leis sobre recursos humanos, relativamente ao pessoal qualificado para assistência ao parto,
dentro deste conjunto de direitos, as leis de base já têm sido referidas anteriormente. Neste apartado apenas se
evocará aquelas mais especificas relacionadas com a saúde materna e neonatal, como por exemplo, que em
termos gerais, na Lei nº26/91, de 31 de Dezembro, autoriza-se a prestação de cuidados de saúde em
Moçambique pelo sector privado, individual ou colectivo, fixa os princípios básicos para o exercício da actividade e
as condições gerais de autorização, reconhecimento e registo dos profissionais, os seus deveres e obrigações
fundamentais (art. nº 1, 2, 3, 4, 5 e 6). Destaca-se na letra desta que “a lei restringe a sua aplicação de forma a
não abranger o exercício da medicina tradicional ou a actividade das parteiras tradicionais”. Contudo, esta
disposição parece ter sido substituída pela colocação posterior de outra disposição realizada pelo Conselho de
Ministros, que assinala que “Um sector comunitário de prestação de cuidados de saúde que se pretende auto-
sustentável e envolve as parteiras tradicionais e os agentes polivalentes elementares, estes últimos baseados em
Postos de Saúde nas aldeias” 82/.

120. Na Estratégia para a Redução da Morbimortalidade Materna e Perinatal, acrescenta-se que a partir do
Núcleo de Formação Continua em cada província, se deve incluir um programa de formação e reciclagem para as
parteiras tradicionais. A política do Sector de Saúde indica a regulação ou licenciamento do pessoal de saúde
qualificado para fazer parto e estabelece que são: os médicos, técnicos de saúde e enfermeiras da Saúde
Materno e Infantil (SMI). Estrategicamente, além dos anteriores profissionais incluem-se as parteiras tradicionais
sob a condição de “ manter e melhorar o Programa de Parteiras Tradicionais sobretudo na sua supervisão e
capacitação e articulação com as unidades sanitárias”

121. Como é indicado na política, na estratégia e no plano de desenvolvimento de recursos humanos, o sistema
nacional de saúde, pretende que os partos sem complicações sejam realizados até ao nível menor das unidades
de saúde. Contudo, na medida do possível, quando existir complicações, o Sistema Nacional de Saúde tem com
objectivo de oferecer atendimento nos hospitais de referência e, pretende criar as condições para assistir estas
situações em tudo o pais. Aparentemente, surge como evidente, que até que as estratégias e planos serem
implementados em tudo o país, as parteiras tradicionais irão assistir a uma parte considerável das grávidas, tendo
em conta que a maior parte da população do país se localiza nas áreas rurais 83/.

122. Destaca-se que o governo ao reconhecer a necessidade urgente de estruturar a formação de recursos
humanos, define cinco áreas prioritárias: (i) formulação clara da política, (ii) reforço institucional para organizar a
formação contínua, (iii) plano estruturado para gerir a formação comunitária, (iv) plano estratégico e (v)
intensificação das actividades de formação de formadores. As províncias e os distritos terão o papel mais decisivo
no desenho dos cursos para a formação de recursos humanos a um nível descentralizado, enquanto os médicos
e o pessoal de nível médio serão formados a nível central 84/.

123. Em termo da Lei, quanto à prevenção e tratamento da malária não se aborda especificamente a questão da
mulher grávida. Dentro das considerações da política de tratamento intermitente anti-malárico na gravidez
constam algumas orientações como: o tratamento intermitente (TIP) que estará disponível para todas as grávidas
que recorram às consultas prenatais do Serviço Nacional de Saúde; a administração do TIP na grávida com
sulfadoxina – pirimetamina (fansidar) será gratuita no SNS; as grávidas deveram receber pelo menos duas doses
de fansidar; as mulheres grávidas HIV positivas que não estiveram a tomar o cotrimoxazol deveram também fazer

81 Instrumento: N° 45b
82/ Fonte: Instrumento: Nº 46 a.
83 / Fonte: Instrumento: Nº 51c.
84 / Fonte: Instrumento: Nº 52d.

30
o TIP, com as modificações do caso. A Direcção Nacional de Saúde deverá elaborar o Plano de Acção para a
implementação nacional desta medida, bem como os mecanismos de monitorização. Após da elaboração da
política do TIP foi criado um grupo de trabalho a nível nacional para o desenho das estratégias de implementação
da mesma. Em termo do Plano, apenas é mencionado dentro do objectivo geral do Plano Anual Integrado 2002
sobre Epidemiologia e grandes endemias, que a saber refere “ reduzir a morbidez e mortalidade por malária nos
grupos vulneráveis (mulheres em idade de procriar, crianças de 0 a 5 anos de idade e grupos socialmente
desfavorecidos) ”, no contexto do objectivo global do Plano Integrado para as Doenças transmissíveis 85/.

124. Os Planos de Acção de Saúde Reprodutiva e Saúde Infantil e as normas de implementação estão integrados
na Direcção Nacional de Assistência Médica e estão sendo implementados até os centros de saúde.

Princípios dos Direitos Humanos


125. Neste grupo de direitos, em geral, a população mais afectada incide nas mulheres em idade fértil e
especialmente entre as adolescentes, que ainda são as que têm menor poder de controle do seu corpo, assim
como nas mulheres menos escolarizadas e nas mulheres das áreas rurais.

IIB. Direitos aos Benefícios dos Progressos Científicos


Fonte de Lei Internacional: ICESCR Artigo 15 e Artigo 12

Interpretação e assuntos chave


128. Interpretação aceite no contexto da saúde materna e neonatal é que as unidades sanitárias, e serviços
têm que ser cientificamente e do ponto de vista médico, apropriado e de boa qualidade. Estes requerem de
pessoal médico especializado, cientificamente aprovado, de drogas apropriadas, assim como de
equipamento hospitalar, etc.

129. Identificam-se vários problemas ligados ao acesso às unidades sanitárias, disponibilidade de infra-estruturas
e equipamentos, qualidade dos serviços maternos e falta de inclusão de medicamentos. Por um lado, existem
limitações por parte do Departamento Farmacêutico do MISAU no fornecimento de medicamentos essenciais de
emergência obstétricas. Por outro, os COEC somente podem ser oferecidos em Unidades Sanitárias com bloco
operatório, (de princípio todos os Hospitais Rurais, Hospitais Gerais, Hospitais Provinciais, Hospitais Centrais).
Entretanto, devido a problemas como de ruptura de stocks de medicamentos essenciais, falta de reagentes para o
banco de sangue, fraca manutenção do material e equipamento, falta de pessoal e de condições cirúrgicas, etc.,
muitas das funções definidas como atenção completa não são efectuadas 86/.

Serviços e intervenções eficazes


130Relativamente às Unidades Sanitárias que tem um fornecimento contínuo de: antibiótico, sulfato de
magnésio e oxytocicos, assim como aquelas que oferecem diagnósticos sobre a sífilis e anemia, não foi
possível obter informação. Quanto à tecnologia essencial que estas unidades sanitárias que possuir, deve-
se assinalar que, o aspirador manual e o ambu fazem parte do equipamento essencial dos COE. Também
se deve indicar que todas Unidades Sanitárias possuem um fornecimento contínuo de anti-maláricos,
anticonvulsivantes (diazepam), antibióticos (vários), oxitocicos. Os medicamentos que não fazem parte dos
kits e que devem ser requisitados pela via clássica, depende então a sua disponibilidade na Unidades

85 / Instrumento: Nº M7.
86 / Fonte: MISAU, Direcção de Recursos Humanos, Maputo, 1999. Instrumento: Nº 15.

31
Sanitárias, da requisição feita pelas próprias Unidades Sanitárias. (a distribuição é feita pelos dois sistemas
de distribuição [via clássica e por kits)87/.

131 Quanto aos os exames dos bancos e transfusão de sangue se destaca as seguintes
situações/condições: (i) por principio todas as Unidades Sanitárias que possuem laboratórios devem
realizar o plasmodio, uma vez que se localiza dentro dos exames considerados na categoria dos
essenciais; (ii) a transfusão de sangue realiza-se e 111 lugares, sendo norma do MISAU para os Bancos de
Sangue realizar o teste de HIV e, não existindo este a colheita não se realiza; (iii) durante os três anos
vigentes do PEN, as transfusões de sangue e produtos derivados foi considerada segura, em 2001, os 17
bancos de sangue e mais de 80 centros de transfusão do país colheram cerca de 75.000 unidades de
sangue, que após a sua testagem para o HIV, 10,2% eram positivas. Contudo, “Apesar da grande maioria,
senão todas as unidades de sangue serem testadas para o HIV antes da sua administração, os gestores
províncias têm reportado rupturas de stock; igualmente, registaram-se casos de distribuição de testes
próximo da sua data de expiração”; (iv) uma área preocupante é a bio – segurança – a prevenção da
transmissão de doenças através da esterilização do equipamento sanitário. A gravidade deste problema
acentuou-se com a epidemia de HIV/SIDA. O programa PAV decidiu utilizar apenas seringas e agulhas
descartáveis. Nos outros serviços utilizam-se ainda seringas e agulhas esterilizáveis. Constatou-se que o
equipamento de esterilização não é adequado. A esterilização está frequentemente nas mãos de pessoal
não qualificado e com pouca ou nenhuma supervisão e (v) que “a prevalência de HIV anotada entre os
dadores de sangue no país, nos 111 bancos de sangue, é extremamente elevada se considerar que ela
não deveria ultrapassar o valor de 1%. As províncias com maior prevalência foram Maputo província
(23.6%) e Cabo Delgado (19.5%”88/.

Esforços do Governo no quadro das leis, politicas e normas técnicas


132. Quanto ao uso, distribuição e provisão de medicamentos essências da saúde materno e neonatal a sua
implementação é permanente até que sejam derrogadas as leis em vigor. Ao Nível Central, Provincial/Distrital,
Hospital e de Unidades Sanitárias 89/ e, relativamente aos diagnósticos e meios essências, a situação é similar 90/.
No que diz respeito à utilização do sangue segura e seus derivados também se efectua a nível nacional 91/.

133. Com relação ao acesso, infra-estruturas, equipamentos, qualidade dos serviços maternos e prenatal e falta
da inclusão de medicamentos na Estratégia da Redução da Mortalidade Materna e Perinatal se referem acções
apenas para os seguintes níveis de unidades sanitárias: Nível Central, Nível Provincial/Distrital e Nível II – Hospital
Rural (HR,) Hospital Provincial (HP) e Hospital Central (HC) (Prestação de Serviços Essenciais Completos, onde
cada Unidade Sanitária deste nível deve assegurar a disponibilidade continua de medicamentos essenciais para a
atenção obstétrica completa, através de uma discussão interna sobre um sistema de requisição/aquisição mais
operacional (tendo em conta o guião de apoio elaborado pelo Departamento de Saúde da Comunidade e o
Departamento Farmacêutico).

134. No Plano refere-se os seguintes objectivos segundo níveis de Unidades Sanitárias:


Nível Central:
(i) Estudar soluções que minimizem o problema das rupturas de stock de medicamentos e materiais nas
maternidades
(ii) Estimar as necessidades de medicamentos e materiais para as maternidades no período 2002 – 2005

87 / Fonte: Intrumento N° 86, M9, 87,88.


88 / Fonte: Instrumento: Nºs M10, 89 e 90
89 / Fonte: Instrumento: Nº 81e.
90 / Fonte: Instrumento: Nº 82e
91 / Fonte: Instrumento: Nº 83e

32
(iii) Procurar, adquirir, transportar e importar os medicamentos e os consumíveis necessários (iv) Distribuir os
medicamentos e os materiais pelas provinciais (v) Monitorizar os gastos de medicamentos e materiais, de
modo a modificar – se necessário – as quantidades distribuídas.
Nível Provincial:
(i) Distribuir os kits pelos distritos
(ii) Monitorizar o gasto de medicamentos e materiais.
Nível de Hospital, Distrital e de Unidades Sanitárias menores:
(i) Mesmas tarefas de distribuição e monitorização.
Quanto à implementação, está é permanente até que sejam derrogadas as leis em vigor dentro de dos os níveis
das Unidades Sanitárias do Serviço Nacional de Saúde 92/.

135. No que diz respeito aos normativos de meios e equipamentos no Art. 15º, n.º 4, define-se que são funções da
Secção de Equipamento e Manutenção: (a) Organizar e manter actualizado o inventário das unidades sanitárias
do Serviço Nacional de Saúde. (b) Garantir a aplicação das normas emitidas pelo Centro de Manutenção para a
manutenção, conservação e segurança na utilização do equipamento. (c) Garantir a informação técnica adequada
aos utilizadores dos equipamentos bem como o treino do pessoal afecto à sua manutenção 93/.

136. As estratégias incluem a necessidade de afectar e garantir o material e equipamento necessário nas
Unidades Sanitárias para COEB e COEC e ao recém-nascido; garantir que os testes de RPR estejam disponíveis
para o rastreio nas mulheres grávidas; discutir sobre os sistemas de referência (transporte, vias de comunicação
acessíveis e atribuição de rádios aos centros de saúde periféricos) de forma a melhorar esses sistemas e
assegurar o uso racional dos meios de transportes existentes. Para isto se deve desenvolver acções para
implementação de um sistema logístico e de aprovisionamento mais eficaz para equipamentos, medicamentos,
reagentes, e outros, de forma a evitar ruptura de stocks e a operacionalidade dos bancos de sangue a nível de
Unidades de Referência.

137. Relativamente ás regulações para o uso, distribuição e provisão de diagnósticos e meios essenciais para a
saúde materna e neonatal estão especificadas para diferentes escalas 94/. Para o Nível Central, as regulações
são: (i) O MISAU (Direcção de Administração e Gestão e o Departamento de Saúde da Comunidade) devem
alocar material e equipamento para a atenção obstétrica básica e completa ao recém – nascido, nas Unidades
Sanitárias consideradas prioritárias nesta estratégia, utilizando as listas dos Kits definidas e aplicadas pelo MISAU;
(ii) O Departamento de Saúde da Comunidade/ Repartição de Saúde e Farmácia juntamente com a Direcção de
Administração e Gestão deve assegurar a compra de Kits de material e equipamento (incluindo material para
reabastecimento), através da inclusão destas necessidades no Plano Nacional Integrado e no Pooling de Material
e Equipamento;
(iii) A Direcção de Administração e Gestão juntamente com o Departamento de Saúde da Comunidade, devem
assegurar um correcto controlo de stocks e de requisição de material gastável (por exemplo. luvas, fios e outro),
através da elaboração de um guião que apoie as: Direcção Provincial de Saúde, Direcção Distrital de Saúde e
Unidades Sanitárias;
(iv) O Departamento de Saúde da Comunidade juntamente com a Direcção de Administração e Gestão devem
assegurar a distribuição e reabastecimento de material e equipamento para atenção ao parto e prestação de
Cuidados Obstétricos Essenciais básicos, através da criação de um sistema regular de controlo e manutenção de
equipamento;
(v) O Programa de Controlo da SIDA/ITS em coordenação com o Departamento de Saúde da Comunidade
devem assegurar que os testes para o rastreio de Sífilis nas grávidas estejam disponíveis (um teste na 1ª consulta
pré-natal, e outro no 3º trimestre), e teste para a detecção de HIV nos doadores de sangue).

92 / Fonte: Instrumento: Nº 81.


93 / Fonte: Instrumento: Nº 84c.
94 / Fonte: Instrumento: Nº 82

33
138. No nível provincial/distrital as regulações são as seguintes:
(i) As Direcções Provinciais devem assegurar a recolha de informação regular (revista anualmente) sobre o
material e equipamento existente por unidade sanitária (de acordo com a lista de material e equipamento existente
definida por cada nível de atenção), assim como o seu estado de funcionamento, através da criação de um banco
de dados (com o apoio da Direcção de Administração e Gestão;
(ii) As Direcções Provinciais (Economatos) devem assegurar a requisição atempada ao nível central (de acordo
com o guião), e a distribuição de material gastável (luvas, seringas, fios de sutura, gaze, etc., através da melhoria
do sistema de controlo de stocks, tendo em conta os gastos reais (informação a ser enviada pelas Direcções
Distritais/Unidades Sanitárias.

139. No nível I centro de saúde – Prestação de Cuidados Obstétricos Essenciais Básicos e Nível II – Hospital
Rural, Hospital Provincial e Hospital Central a Prestação de Serviços Essenciais Completos são:
(i) Cada Unidade Sanitária deve ter sempre disponível o material e equipamento indispensável operacional (por
exemplo, luvas, fios, esfigmomanometro, estetoscópio de Pinard, kits de parto e outro), através de um controlo
trimestral do material gastável e operacional, tendo em conta a lista definida em cada kit e o guião de apoio
elaborado pela Direcção de Administração e Gestão;
(ii) Cada Unidade Sanitária deve proceder a um inventario físico anual de todo o material e equipamento existente
(operacional e não), enviando esta informação actualizada a Direcção Distrital de Saúde e/ou Departamento
Provincial de Saúde, em Agosto de cada ano, para que esta informação chegue ao nível central a tempo de incluir
as necessidades no orçamento.

140. Também a Estratégia da Saúde Reprodutiva define a necessidade de desenvolver acções para
implementação de um sistema logístico e de aprovisionamento mais eficaz para equipamento, medicamentos,
reagentes, e outros, de forma a evitar ruptura de stocks.

Princípios dos Direitos Humanos


Os grupos vulneráveis situam-se, fundamentalmente, entre as jovens das áreas rurais, onde o direito
consuetudinário vigente, dentro dos normativos dos sistemas de parentesco (patri e matrilienear) que
regulam casamentos precoces para as raparigas. Ainda, que a nova Lei de Família, seguindo o estipulado
na Convenção do Direito das Crianças, que regula até os 18 anos o estatuto de “criança”, estabelece a
idade mínima, tanto para mulheres como homens, os 18 anos de idade, as práticas costumeiras continuam
a agir segundo os seus princípios. A base de deste proceder, situa-se na percepção de identidade da
mulher apenas como esposa e mãe e, no controle do seu corpo que dai se deriva, já seja via seu destino
de identidade, ou seja para ser utilizado no contexto do contrato social do casamento (no caso patrilinear,
por exemplo), que logo do pagamento do lobolo se a mulher fosse estéril, a sua irmã, ou sobrinha se deve
constituir em esposa do marido para ter filhos/as. Também, a que assinalar que isto acontece via sororato,
à morte da esposa, onde o viúvo tem o direito (dentro da mesma dimensão do lobolo por ter pagado por
ele) a lhe ser substituída a esposa falecida por uma irmã e/ou outra parente jovem – mulher. Mais adiante
está passagem se explica de forma mais alargada

IIIC. Direito ao Casamento e a Criar uma Família


(Fonte de Lei Internacional: ICCPR, Artigo 23; ICESCR, Artigo 10(1); CEDAW Artigo 16 (1), (2), CERD
Artigo 5(d)(iv))

Interpretação e assuntos chave


141. A interpretação aceite no contexto da saúde materna e neonatal é que os governos devem reformar as
leis e políticas para aumentar a idade mínima para o casamento (com e sem consentimento paternal), para

34
18 anos em ambos os sexos (raparigas e rapazes) e estabelecer o registro obrigatório. Isto já foi
estabelecido no contexto do articulado da nova Lei de Família. O governo de Moçambique tem sido
coerente perante os seus compromissos ao direito internacional.

Serviços e intervenções eficazes


142. Deve-se destacar como problema que no país que se regista casamentos e gravidezes precoces. No Sul do
país, como exemplo, onde o direito consuetudinário rege-se sob as normas de parentesco patrilineares, o
casamento é realizado através dos acordos entre as famílias dos noivos por meio de rituais e cerimonias, que, em
conjunto, se denomina “o lobolo”. Perante uma situação, onde o consentimento de livre arbítrio ao casamento por
parte da mulher não é considerado, a sua idade é irrelevante. O que conta é apenas, estar em condições de
reproduzir. “Este facto confirma o controle que se exerce sobre a capacidade reprodutiva (sobre seu corpo
sexuado e a sua sexualidade) da mulher dentro do sistema do lobolo”, que é extensivo às irmãs da mulher, se
esta chegar a falecer. Segundo o normativo costumeiro, o viúvo tem o direito de solicitar uma irmã da falecida
como esposa, tendo como única restrição, esperar que esta irmã tenha atingido a etapa da menarca. Esta prática
corresponde dalguma maneira ao sororato. Todavia, o sororato se alarga no direito do marido de se casar com
uma irmã da mulher quando esta ser estéril. Destaca-se o facto que as práticas mencionadas corresponde a uma
das formas de constituição da poligamia, derivada de dois normativos, o patriarcal tradicional das etnias do Sul e
da influência do Islão no Norte e no Centro (lembrar que segundo a Charia, o homem tem direito a desposar todas
as mulheres que as suas posses possam suportar) 95/.

Esforços do Governo no quadro das leis, politicas e normas técnicas


143. A nova Lei de Família que estipula a igualdade de idade para o casamento entre ambos os sexos de 18
anos, face a sua promulgação o dia 26 de Agosto de 2004 a sua entrada em vigor foi o dia 28 de Fevereiro de
2005. O tempo entre a promulgação e a sua entrada em vigor considerou-se necessária para a preparação de
todas as entidades e instituições responsáveis pela a sua implementação futura (conservatórias, entidades
religiosas, autoridades tradicionais 96/.

144. A nova Lei de Família, aproximando-se à realidade, prevê a homologação dos casamentos tradicionais e
religiosos sempre quando se conservem os princípios básicos do casamento civil. Quer dizer: ter-se realizado por
livre vontade, de ambos os conjugues, e ter-se efectuado mantendo a idade mínima de 18 anos prevista na Lei.

Princípios dos Direitos Humanos


145. Em termo do princípio de não discriminação, as meninas continuam a serem casadas jovens, pelo que
engravidam jovens, principalmente aquelas que provem das comunidades rurais, onde as normas
consuetudinárias têm um peso importante. Também, a vulnerabilidade das jovens e adolescentes ligada à
pobreza e à falta de acesso à educação, constitui outro contexto de realização dos casamentos precoces
e/ou da existência múltiplas mães solteiras.

146. A Lei de Família vigente prevê estes obstáculos com respeito aos filhos, todos eles, segundo a Lei têm
um estatuto semelhante aos concebidos no casamento. Fora do casamento podem optar pelo apelido da
mãe e são igualmente considerados como individuados legais.

95 / Fonte: Instrumento: Nº 94.


96 / Fonte: Instrumento: Nº 93e

35
IID. Direito a Privacidade
Fonte de Lei Internacional: ICCPR Artigo 17,CRC Artigo 16

Interpretação e assuntos chave


147. Interpretação aceite no contexto da saúde materna e neonatal é que os governos são encorajados a
criar as condições onde a privacidade e confidencialidade podem ser desfrutadas. Os trabalhadores de
saúde são obrigados a guardar a informação médica e o estado de saúde de todos os indivíduos, em
confidencialidade e privacidade, e obter deles o consentimento.

Serviços e intervenções eficazes


148. A implementação de algumas competências e normas ligadas a este direito correspondem-se com as acções
a seguir 97/:

Treinos e normas/ protocolos: Nível de implementação


Realizar exames em privado Dentro dos Direitos dos Utentes dos Serviços de Saúde Reprodutiva, está previsto o
Direito à Privacidade que permite a utente de obter todos os serviços em privado
Confidencialidade dos registros Dentro dos Direitos dos Utentes dos Serviços de Saúde Pública, existe a norma
médicos e da informação orientadora que assegura a o utente a certeza de que qualquer informação pessoal
se manterá em segredo
Confidencialidade na discussão Ainda relacionado como o anterior, considera-se que as questões da
de assuntos de saúde sexual e confidencialidade deveriam ser uma praxis, necessitando de ser melhorada visto
reprodutiva com os utentes que o sistema e o circuito da informação do estado de saúde do doente provocam
por vezes a quebra do sigilo. Deveria conceber-se consultas especializadas pois são
estas que permitem maior diálogo e confidencialidade
Garantir que os provedores e Esta informação é fornecida através de esclarecimento público contida nos cartazes
utentes estejam informados sobre os Direitos dos Utentes dos Serviços de Saúde Reprodutiva
acerca do direito à privacidade e
confidencialidade
Etapa do Aconselhamento que As enfermeiras de SMI são treinadas na abordagem de AFIADA
profissionais da saúde devem
seguir nos atendimentos dos
utentes

Esforços do Governo no quadro das leis, politicas e normas técnicas


148. Relativamente à confidencialidade dos registros médicos e estado saúde das mulheres e recém-nascidos na
falta de uma Ordem dos Médicos, a praxis seguida pela associação médica constrói um esqueleto do que pode vir
a constituir o Código de Deontologia e Ética Profissional. A este nível surgem pontos de tensão entre o sector da
saúde e outras instituições extra saúde. Nós referimos no caso de entidades patronais, empresas de seguro,
advogados, instituições bancárias interessadas sobre o estado de saúde de uma pessoa relativamente a um
assunto específico que compromete os interesses de ambos. Perante a falta de uma normativa, se tem optado por
deixar à decisão do próprio doente, de informar ou não o seu estado de saúde, à entidade interessada.
Actualmente, perante o crescente avanço da pandemia do HIV/SIDA, é frequente por parte das empresas
seguradoras e dos bancos solicitar este exame. Evidentemente que diante destas solicitações, os médicos devem

97 / Fonte: Instrumento: Nº 103 e M13

36
fornecer a informação real. Nos casos em que a informação é solicitada pelo Poder Judicial, não parece que a
informação possa ser recusada ou que fique na dependência do doente 98/.

149. No que diz respeito ao consentimento informado para aceitar o recusar tratamento médico para a mulher e o
bebe, os médicos observam um princípio de consentimento, mas de uma forma primária, quer dizer que o
consentimento dado se resume a um papel assinado no qual se declara aceitação ou não da operação ou
tratamento. Por vezes a pessoa que da o consentimento não fala a língua do médico. A declaração deveria incluir
o registo de que o médico deu a explicação necessária, e que a pessoa percebeu de maneira correcta a
explicação que permita dar seu consentimento.

150. Nos casos em que o próprio doente já não tem autonomia para decidir, quer pelo seu estado de saúde
precário, quer por razões de ordem social, opta-se por ouvir a decisão do marido das linhagens patrilineares,
enquanto que nas matrilineares é a família da mulher que decide pelo consentimento ou recusa da aceitação de
tratamento ou operação. Por exemplo, embora existam normas que orientam no sentido de que apôs três
cesarianas deve ser feita a laqueação, esta tem sido feita mediante consentimento do marido. Se a mulher for
solteira a responsabilidade do consentimento é tomada pelo pai dela ou pelo pai da criança.

151. O Sector de Saúde tem enfrentado problemas de recusa de tratamento médico com base em motivações
religiosas: é o caso das transfusões de sangue recusadas pelos membros das Testemunhas de Jeová 99/.

Princípios dos Direitos Humanos


152. Em termos de não discriminação, tem alguns grupos como adolescentes não casadas quem não estão
recebendo o mesmo respeito de privacidade (sobre aborto, ITS/HIV/) e outras relacionadas).

IIIE. Direito a Decidir e a Responsabilidade sobre o Número e Espaçamento das Crianças


(Fonte de Lei Internacional: (CEDAW) Artigo 10 (h), 16 (1) (e), CRC 24 (2) (f))

Interpretação e assuntos chave


153. Interpretação aceite no contexto da saúde materna e neonatal é que todo casal e indivíduo tem o
direito de decidir livremente e com todo o conhecimento de causa, de ter ou não, e quando quiser ter
crianças, e que tem que ter a informação e os meios para fazê-lo, em um ambiente livre de discriminação,
coerção e violência. (ICPD 7.3) Também se reconhece que ter gravidezes precoces, numerosas e com
espaços curtos contribui grandemente nas taxas de mortalidade materna/ perinatal e infantil.

154. A utilização de qualquer método anticonceptivo por parte das mulheres, ainda de ser actualmente
pequeno, tem manifestado um avanço da ordem de 11% desde 1997 até 2003. A demanda por estes
métodos amostra-se superior entre os homens e sobretudo no contexto das áreas urbanas (para ambos os
sexos). A informação do Inquérito Demográfico e de Saúde 2003 indica uma demanda de 11% para as
áreas rurais e, de 30.5% para as urbanas. Relativamente ao intervalo inter genésico a informação dos
Inquéritos Demográfico e de Saúde 1997 e 2003, aponta um decréscimo, ainda que pequeno, (2.3%) nas
áreas rurais e, um acréscimo nas urbanas (6.6%)100/.

98 / Fonte: Instrumento: Nº 98e


99 / Fonte: Instrumento: Nº 102e
100 / Fonte: Instrumento: Nºs 108, 109 e 110

37
Serviços e intervenções eficazes
155. No tocante a implantação do planeamento familiar, aconselhamento e serviços destaca-se o seguinte: o
Sistema Nacional de Saúde oferece informação, aconselhamento e serviços em planeamento familiar a partir dos
seguintes moldes: métodos femininos: tradicionais (Aleitamento materno, laqueação e temperatura basal) e
modernos (pílula, DIU, Provera (injectável)). Para os homens os métodos inclui preservativo, coito interrompido
(dentro dos métodos tradicionais) e de forma definitiva, a vasectomia e métodos comportamentais como
abstinência sexual.

156. O Planeamento Familiar é oferecido em todas as unidades sanitárias que tenham uma enfermeira SMI ou
técnico de medicina, incluindo as unidades que tem parteira elementar, mas com a restrição de que esta última só
está capacitada para prover apenas o uso da pílula, do preservativo e da injecção. O preservativo (masculino) é o
único método que simultaneamente se considera como uma forma de protecção dupla: prevenção da gravidez e
das ITS/HIV 101/.

157. Em termos de algumas competências e normas para os provedores da saúde materna e neonatal e
apresentado no esquema que se seguem:102/.

Treinos e normas/ Nível de implementação


protocolos
Aconselhamento sobre Existem manuais de comunicação interpessoal e aconselhamento (CIPA), onde inclui o
o PF aconselhamento ao PF
Transferências para o Foram elaborados “Protocolos de prática clínica de planeamento familiar para enfermeiras de
PF SMI”. MISAU 2000.
Provisão de Todas as US com ESMI têm consulta de PF, onde são fornecidos os diferentes métodos
contraceptivos disponíveis no SNS de maneira gratuita. Anticonceptivos modernos e de diferente classes,
também estão a disponíveis nas farmácias. Referente aos preservativos masculinos, existe
uma ampla distribuição em diferentes locais como, nos SAAJ, que sempre tenta manter o
stock destes para os adolescentes e jovens. Também, ONG's como AMODEFA, que lida
principalmente com jovens e adolescentes sempre têm a disposição preservativos (ainda que
sejam somente masculinos). Noutras ONG's (por exemplo Médicos do Mundo de Portugal e
Espanha) com actividades diversas quando à saúde sexual e reprodutiva e, também uma
fonte de provisão de preservativo (continuando a ser sempre o masculino). Destaca-se, pela
extensão dos preservativos (masculinos), o PSI JeitO que fornece a preços subsidiados aos
lugares públicos de vendas (farmácias, quiosques, tabaqueiras etc. (Cabe assinalar, que uma
provisão de preservativos masculinos de marcas diversa (ainda algumas de carácter de PSI)
estão disponíveis em vários lugares públicos de venda (farmácias, supermercados, e
sobretudo bombas de gasolina), mas que carecem do controlo do SNS provisão do
preservativo feminino, apenas encontra-se nas farmácias do Estado, mas a preços apenas
acessíveis para as camadas de maior posse

Esforços do Governo no quadro das leis, politicas e normas técnicas


158. O planeamento familiar é regido pela Resolução n.º 4/95 de 11 de Julho. BR n.º 27, Suplemento, cujos
aspectos principais estão contidos na Política do Sector de Saúde, nomeadamente: desenvolver
actividades de informação e educação em saúde de forma a melhorar os conhecimentos da população em
relação aos fenómenos da natureza que estão na origem das alterações de saúde; alargar as actividades
quanto ao aparecimento de doenças, com vista a influenciar a mudança de determinadas práticas e

101 / Fonte: Instrumento: Nº 104


102 / Fonte: Instrumento: Nº106

38
costumes, promovendo outras que conduzam ao melhoramento da saúde da comunidade; desenvolver e
promover actividades de prevenção sobre alterações da saúde, em particular na prevenção de doenças e;
preservar e melhorar a saúde da mulher e a criança através dos programas de Saúde Materna Infantil
(SMI)103

Princípios dos Direitos Humanos


159.Dentro das áreas urbanas para as/os jovens não deveria existir problemas de acesso, pelo menos ao
preservativo masculino, uma vez que tanto nas SAAJ’S, GATV’S como nas organizações da sociedade civil
que trabalham na prevenção do HIV, assim como nas farmácias encontram-se disponíveis. O problema
situa-se nas áreas rurais, onde a cobertura destes serviços é limitada. Outro problema a assinalar diz
respeito com normativos costumeiros relativos ao controle normativo da reprodução da mulher, que têm
uma maior vigência dentro do contexto rural.

160. Em princípio em todas a unidades sanitárias e farmácias estatais todo tipo de anticonceptivo está a
disposição de qualquer que o solicite.

161. A nível da comunidade o controle da natalidade realiza-se por intermédio dos agentes comunitários e
das parteiras tradicionais. Também, se efectua via agentes da medicina alternativa, assim como, por parte
das associações da sociedade civil que trabalham na prevenção do HIV/SIDA, mediante a distribuição de
preservativos, particularmente, masculinos.

III Direitos Relativos a Informação e Educação

III.A. O Direito de Procurar, Receber e Difundir Informações


(Fonte de Lei Internacional: ICCPR Artigo 19; CEDAW 10(h)14 (2)(b), 16(1)(e); CRC Artigo 13,17)

Interpretação e assuntos chave


162. A interpretação aceite é que todos os indivíduos têm o direito de procurar, receber e difundir
informações sobre questões relacionadas com a sua saúde e bem-estar; o governo tem que permitir o
acesso dos indivíduos a tal informação sem restrição.

163. Sumariamente, podem-se assinalar como assuntos chave aqueles que dizem respeito a:
 Prevalece o fraco conhecimento dos programas e direitos relativos ao Planeamento Familiar
 Distância em relação à Unidades Sanitárias
 Diferença do acesso da informação entre zonas urbanas e rurais
 Deficiente cobertura da rede escolar em alguns pontos do país
 Baixo nível de educação ao nível de educação da mulher
 Menor índice de frequência da mulher em geral na educação
 Níveis de pobreza que são altos, priorizando-se o direito à subsistência em relação à educação.
 Concepções tradicionais que negam qualquer controlo sobre o seu corpo à mulher.

103 / Fonte: Instrumento Nº 104 a.

39
Serviços e intervenções eficazes
164. No respeitante as campanhas de educação pública e consciencialização relativas a saúde reprodutiva,
prevenção da violência contra mulher e prevenção e tratamento do HIV/SIDA, são realizadas igualmente pelo
governo como por organizações não governamentais e de direitos humanos, a destacar a MISAU - Repartição de
Saúde Familiar, Repartição de Educação em Saúde Publica (RESP). USAID; PNC-ITS/SIDA; MONASO; Fórum
da Mulher; Muleide; WILSA entre outras.

165. Embora haja uma evolução positiva do consumo de métodos anticonceptivos, ainda há muitos grupos de
risco que não se estão a se beneficiar do programa, com destaque para o grupo de adolescentes e jovens, e
comunidade residentes nas áreas rurais mais remotas, onde não há aceso a informação sobre anticoncepção
efectiva e respectivos métodos.

166. Na análise de situação sobre a Informação, Educação e Comunicação (IEC) sobre a prevenção do HIV/SIDA
indica o seguinte quadro de situação:
(*) As actividades de IEC circunscrevem-se a palestras, materiais impressos, programas radiofónicos (emissão
nacional, provinciais e rádios comunitárias), exibição de filmes e vídeos, dramatizações e debates. Tem também
havido projectos de apoio a rádios comunitárias, através do Instituto de Comunicação Social. A maioria dos
materiais são produzidos a nível central (MISAU, ONGs, CNCS, em geral com financiamento de agências
internacionais).
(*) Estes programas cobrem predominantemente a população dos 15-49 anos do meio urbano incluindo os grupos
de risco, líderes de opinião, jovens dentro e fora da escola 104/.

167.As actividades de IEC são veiculadas predominantemente em português e com menor frequência em línguas
locais. No entanto, os conteúdos das mensagens, por vezes, não têm em conta o contexto sócio - económico e
cultural específico da comunidade, limitando as motivações dos indivíduos à aprendizagem ou à indução de
mudanças nas atitudes e comportamentos. Por outro lado, os “formatos não são sempre os mais adequados” i.e.
o desenvolvimento de modelos/materiais de IEC não é baseada em pesquisas. A título de exemplo: a província de
Cabo Delgado refere que os teatros e dramatizações têm um efeito positivo sobre os grupos alvos ao contrário
dos materiais impressos como as brochuras e panfletos que as pessoas aceitam quando distribuídos mas não
lêem. Um estudo de base de Tete conclui que em termos de actividades IEC os anciãos estavam completamente
marginalizados. Este estudo recomenda que as mensagens nos meios rurais devem cobrir também os anciãos,
pela grande influência que têm nas famílias e comunidade. Não há nenhum mecanismo de controlo sobre a
qualidade das mensagens, nem pelos Núcleo Províncias de Combate ao SIDA que não têm condições para o
fazer nem por mais ninguém.

168. O Conselho Nacional de Combate ao SIDA assinala como fraquezas das actividades de IEC as seguintes: (*)
Acções dispersas e fragmentadas (esforços não coordenados entre os diferentes intervenientes destas acções),
(*) Falta de monitorização e avaliação das actividades, (*) Conteúdos e linguagem das mensagens desfasados da
realidade sócio-cultural da população alvo, (*) Falta de controlo da qualidade das mensagens, (*) Uso não
adequado de canais de comunicação para fazer chegar as mensagens aos diferentes grupos (acção
excessivamente centrada em palestras, material impresso e mass média), (*) Materiais produzidos
predominantemente a nível central, sem o envolvimento da base, (*) Marginalização de grupos da sociedade
importantes (ex: anciãos, lideranças comunitárias, etc.). Perante esta situação propõem “a necessidade urgente
de desenvolver uma estratégia nacional de comunicação que inclua sub-estratégias para a comunicação de
massas, para a comunicação comunitária e para o aconselhamento” 105/.

104 / Fonte: Instrumento Nº 112


105 / Fonte: Instrumento Nº 112 e).

40
Esforços do Governo no quadro das leis, politicas e normas técnicas
169. A disponibilidade de informação sobre o planeamento familiar constitui uma prioridade da Política do
Sector da Saúde como as seguintes: A preservação e melhoria da Saúde da mulher e da criança, através
dos programas de Saúde Materno – Infantil (SMI), Programa Alargado de Vacinações (PAV) e Saúde
Escolar.

170. A Política está sintetizada nos seguintes princípios: (i) O SNS deve dispor de serviços de aconselhamento e
provisão de métodos de planeamento familiar em toda a sua rede (da primaria a quaternária); (ii) As actividades de
Informação, Educação e Comunicação (IEC), devem ser dirigidas especialmente aos grupos de maior risco
(menores de 16 e maiores 36 anos de idade); (iii) Todos os métodos de planeamento familiar devem ser gratuitos,
incluindo a esterilização masculino e feminina; (iv) Tanto o homem como a mulher devem ter aceso aos serviços
de aconselhamento e provisão de planeamento familiar; (v) O aconselhamento em planeamento familiar deve ser
garantido pelos pares e educadores, devendo ser estendido para além do serviço de saúde as áreas como
Educação, Juventude e Desportos, Agricultura, ONG’s que dispensam serviços na área do HIV/SIDA, etc.

171. Na Estratégia para a Redução da Morbimortalidade Materna e Perinatal indica-se com principais dispositivos:
(i) Espaçamento da gravidez com métodos contraceptivos eficazes; (ii) Informação, Educação e Comunicação; (iii)
Formação do Pessoal da Saúde e outro envolvido no programa; (iv) Abordagem de Género; (v) Melhoramento da
qualidade e do aceso ao Planeamento Familiar. (vi) Descentralização; (vii) Abordagem Multi-sectorial; (viii)
Provisão de Serviços e (ix) Distribuição Comunitária.

172. No Plano Operacional 2002 - 2005 assinala-se, quanto às Politicas de Distribuição dos métodos de
planeamento familiar e criação da demanda de anticonceptivos, que se deve considerar os seguintes assuntos: (i)
Grupo alvo; (ii) A idade para iniciar o planeamento; (iii) Barreiras para implementação do planeamento familiar (iv)
Promoção e criação da demanda de métodos anticonceptivos; (v) Prestação de serviços de planeamento familiar.
Relativamente ao Abastecimento e Distribuição, se indica para ter em conta: (i) Métodos de planeamento familiar,
quantificação e custos; (ii) O papel do Sector Público (Ministério da Saúde, outros como os Ministérios, Ministério
da Juventude, Ministério de Educação, Ministério da Agricultura); (iii) Papel das ONG’s; (iv) Papel do Sector
Privado.

173. A disponibilidade de informação sobre HIV/SIDA, esta assegurada na lei n.º 5/2002 (sobre garantia
que todos os “trabalhadores e candidatos a emprego não sejam discriminados), estabelece no Art.º 14
(serviços de informação e aconselhamento) que “as entidades empregadoras devem em parceria com os
serviços competentes, criar serviços de informação, educação e aconselhamento nos seus locais de
trabalho, para prevenir o contágio com HIV/SIDA”

174. Toda a politica sobre a informação fica compreendida dentro do Plano Estratégico Nacional de Combate às
ITS/HIV/SIDA 2000 – 2010, que sendo de extensão multi-sectorial inclui dentro das metas estratégicas das
actividades essenciais de prevenção a informação sobre promoção e uso do preservativo, incentivar o poder de
negociação das raparigas e as mulheres, aconselhamento e testes voluntários, a aplicação da abordagem da
educação sexual pelos pares, a utilização de meios de informação e educação do teatro, vídeo e dramatização e
mobilização das comunidades ligadas aos grupos vulneráveis e prioritários.

175. Destaca-se no sector da educação, na área da prevenção, dentro da proposta da política para o Ministério de
Educação que “ todas as instituições da educação têm a responsabilidade incluir nos seus programas, a saúde
escolar e questões com a saúde sexual e reprodutiva e HIV/SIDA, promovendo comportamentos positivos que
combatem o HIV/SIDA”.

176. Na lei n.º 5/2002, assinala-se, como estratégia, na prevenção da transmissão vertical do HIV, que durante o
período pré-natal deve-se “assegurar a informação acerca da transmissão do HIV/SIDA”. Na mesma Lei dentro da

41
estratégia que norteiam os princípios orientadores para o atendimento e tratamento de Pessoas Vivendo com
HIV/SIDA (PVHS) no Serviço Nacional de Saúde, indica-se dentro dos objectivos específicos o facto de realizar
acções de informação, educação e prevenção no seio da família”. Além, dentro da mesma Lei, e como estratégia,
no anexo 5, no contexto do aconselhamento pré e pós teste para os casais na consulta obstétrica, refere-se que “o
aconselhamento pré e pós teste, é um processo passo a passo, que deve ser acompanhado, preferivelmente pelo
mesmo conselheiro. O conselheiro deverá encorajar a participação do parceiro. O aconselhamento a casais é
muito útil; já que permite abordar a ambos, dar as informações em conjunto, ajudar a resolver as dúvidas e apoiar
na tomada de decisões de fazer o teste.”

177. No Plano/Proposta 2004 do Plano Nacional de Combate ao HIV/SIDA se fixa como metas relativamente à
informação o seguinte: que para “reverter esta situação é necessário dirigir os nossos esforços para que o nível de
conhecimento em ambos os sexos e, particularmente entre jovens dos 15 aos 24 anos e nos grupos de risco,
aumente para 80% até ao final do terceiro ano de implementação deste Plano e até 95% até ao final do quinto
ano”, por meio das seguintes estratégias que a que mereceram destaque:
(i) Desenvolver acções de Informação, Educação e Comunicação (IEC) direccionadas especificamente para as
populações rurais e comunidades de base, com a adequação das mensagens e dos veículos e fazendo uso de
línguas moçambicanas, na informação oral ou nas rádios comunitárias;
(ii) Desenvolver acções de Informação, Educação e Comunicação (IEC) direccionadas especificamente para
populações urbanas e peri-urbanas, com a adequação das mensagens e dos veículos e, sempre que isso for
conveniente, fazendo uso de línguas moçambicanas, na informação oral ou nas rádios de âmbito provincial ou
local;
(iii) Até ao final do primeiro semestre de implementação deste Plano o Conselho Nacional de Combate ao SIDA
(CNCS) deve desenvolver e largamente difundir uma estratégia de Comunicação que tenha em conta as
especificidades acima indicadas.

178. A informação de Saúde Sexual e Reprodutiva (SSR) para os/as adolescentes desenvolve-se dentro do
Programa da Geração BIZ a nível do Sistema Nacional de Saúde (SAAJ), do Sistema de Educação Pública
(Cantos), a nível da comunidade (Ministério da Juventude e Desportos) e dentro do Programa “Mi Futuro Minha
Escolha “ (Ministério da Juventude e Desportos) e, para os adultos no âmbito das normas de atendimento das
consultas pré natais e pós-natais é oferecida esta informação. Igualmente dentro dos serviços de atendimento das
ITS/HIV/SIDA, como por exemplo os GATV.

Princípios dos Direitos Humanos


179. Embora haja uma evolução positiva do consumo de métodos anticonceptivos, ainda há muitos grupos de
risco que não se estão a beneficiar do programa, com destaque para o grupo de adolescentes e jovens, e
comunidades residentes nas áreas rurais mais remotas, onde não há acesso a informação sobre anticoncepção
efectiva e respectivos métodos.

180. Em termos de participação, no Plano/Proposta 2004 do Plano Nacional de Combate ao HIV/SIDA deve ser
muito abrangente, deve criar o espaço para que os diversos meios de comunicação social e as agências de
publicidade possam dela fazer uma utilização judiciosa e ela deve também traçar directivas para a actuação dos
diversos órgãos do Aparelho de Estado e organizações da Sociedade civil. Esta estratégia deve dar a devida
importância à participação das comunidades, criando-lhe oportunidades para o debate e melhoramento das
mensagens, etc.

181. O governo, nesta estratégia, também esta tomando conta responsabilidades para definir mecanismos
práticos e adequados do controlo de qualidade das mensagens difundidas no país, sem que isso constitua um
entrave à criatividade dos intervenientes na área de prevenção, e acelerar a introdução de conteúdos sobre
HIV/SIDA nos curricula dos vários níveis do sistema educacional, dando continuidade e expandindo os programas

42
de formação aos professores e projectos de carácter extracurricular, orientados para crianças e jovens dentro e
fora da escola (por exemplo: Geração Biz, Moçambique em Movimento etc.)

IIIB. Direito a Educação


(Fonte de Lei Internacional: ICESCR Artigo 13, 14; CERD Artigo 5(e-v),7; CEDAW Artigo 10, 14 (2d); CRC,
Artigo 28,29.)

Interpretação e assuntos chave


182. Interpretação aceite no contexto da Saúde Materna e Neonatal é que os governos têm que providenciar
educação primária obrigatória e gratuita a todos, e o acesso à educação de nível secundário e universitário deverá
estar igualmente disponível.

183. No gráfico sobre a taxa líquida de escolarização do ensino primário ilustra a proporção de crianças em idade
escolar (de 6 – 12 anos) que frequentam a escola. A frequência escolar aumento em 9% durante os dois anos.
Este aumento é considerável, mas existe, ainda muitas crianças que não conseguem ir à escola. Relativamente
ao cumprimento do Objectivo 2 (Atingir o ensino primário universal até 2015), incluído dentro dos Objectivos do
Milénio, o governo tem tomado algumas medidas, tal como a abolição de propinas no ensino primário. Situação
“que vai permitir que as famílias pobres possam mandar as suas crianças à escola. Se o desenvolvimento
continuar será possível alcançar a meta de assegurar educação primária para os rapazes e raparigas “ 106/

Taxa líquida de escolarização do ensino primário

Fonte: INE. Relatório sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Pag. 20)


106 / Fonte: Instrumento Nº 122

43
Serviços e intervenções eficazes
184. A nível de implementação da educação primária, apesar de todos os esforços realizados, ainda uma
parte importante das crianças que deveriam estar a frequentar a escola e não o estão a fazer. Esta
situação, deriva-se de factores como a pobreza, a falta de escolas e, no caso das meninas, em que
concepções tradicionais limitam o seu acesso à escola. Todavia, para lidar com os níveis de analfabetismo
entre os adultos, as escolas no período nocturno são ainda extremamente escassa.

185. A iniciativa “SARA” que tem como objectivos a sensibilização da comunidade sobre a importância da
educação da rapariga tem sido introduzida, praticamente a escala de todo o país (MINED). Neste momento devido
à disposição que as raparigas que ficam grávidas devem passar para o período nocturno, existe uma grande
interrogação, sobretudo naqueles lugares onde esta alternativa não existe, assim como os problemas – de diversa
índole – que deverá enfrentar uma rapariga durante este período do dia, associado ao carácter do seu estado.

Esforços do Governo no quadro das leis, politicas e normas técnicas


186. Em termos de educação primária, a Constituição da Republica no seu art. 113º, na alínea 1 diz-se: A
República de Moçambique promove uma estratégia de educação visando à unidade nacional, à
erradicação do analfabetismo, o domínio da ciência e da técnica bem como a formação moral e cívica do
cidadão. Na alínea 2: o estado organiza e desenvolve a educação através de um sistema nacional de
educação. Na alínea 3: O ensino público não é confessional. Na alínea 4: o ensino ministrado pelas
colectividades e outras entidades é exercido nos termos da Lei e sujeito ao controle do Estado.

187.Como política se orienta pelo subsídio dos uniformes e a entrega gratuita do livro escolar e em termo de
estratégia existe o programa de comida para a escola (especialmente para as raparigas, dentro do Programa
Mundial para Alimentação (PMA), mas que ainda não abrange todo o país. Respectivamente à implementação da
política sugerida, nem sempre é possível atingir os níveis desejados, uma vez que a falta de infra-estruturas, por
um lado, e os níveis de pobreza por outro, limitam o acesso por parte dos/as alunos/as ao ensino.

188. Em termos de educação secundária, segundo a Constituição da República tanto os rapazes como as
raparigas têm igual acesso a todos os níveis de educação (art. 88º). Cabe assinalar, que actualmente
devido aos níveis de actual pobreza do país “no ensino primário a curva de benefícios é progressiva, isto é
favorável para aos mais pobres, enquanto que o ensino secundário a distribuição tende a ser ligeiramente
favorável aos menos pobres (precisamente pela falta de infra-estrutura de ensino secundário nas áreas
rurais” (PARPA: 20). Contudo, se deve observar que devido as posições generalizadas no mundo rural
referidas à falta de interesse que as raparigas frequente a escola, serão elas as maiores prejudicadas. A
perspectiva de género no PARPA é extremamente débil sobretudo no contexto da educação.

189. O MINEC tem uma política geral de retenção da rapariga na escola, mas fundamentalmente privilegia as
últimas classes do ensino primário que é onde se produz a maior desistência por parte das raparigas. Surgindo
das prioridades das linhas políticas traçadas, existem duas estratégicas (i) iniciativa SARA e (ii) comida na escola
para a rapariga e a sua família. Também existe uma disposição por parte do MINEC, datada de Janeiro de 2004
sobre a situação das raparigas que ficam grávidas na escola.

190. O Plano Actual do MINEC mantêm em consideração o igual acesso à escola entre rapazes e raparigas, mas
não privilegia o ensino secundário. Infelizmente, no PARPA não se inclui o orçamento correspondente à “Criação
dos Conselhos de Escola”, estrutura democrática com representação não só de pais e professores, mas de
representantes de liderança da comunidade. Nos Conselhos de Escola elaboram-se planos estratégicos para o

44
desenvolvimento local e existem para isso diversas comissões, entre elas a comissão de assuntos sociais e do
género.

Princípios dos Direitos Humanos


191. As raparigas das áreas rurais são as particularmente desfavorecidas no acesso à escola pelas
seguintes situações: (i) se privilegia o ingresso do rapaz à escola em relação da rapariga a nível da
comunidade. Segundo os preceitos tradicionais a mulher deve-se ocupar a esfera doméstica, no âmbito da
concepção familistica de mulher. Quer dizer, só pode ser identificada como filha, esposa e mãe. Por isso a
escola para a rapariga carece de importância na família; (ii) Na ordem de ideia anterior, deve realizar os
ritos iniciáticos a partir do aparecimento da menarca; e (iii) incentivam-se os casamentos precoces.

45
IV Direito a não Discriminação
(Fonte de Lei Internacional: ICCPR Artigo 2 (1); CEDAW Artigos 2, 5; CRC, Artigos 2,24 (3); CERD 1,2,3,4)

Interpretação e assuntos chave


192. Interpretação aceite no contexto da saúde materna e neonatal é que os estados têm que garantir que
não existam leis, políticas ou práticas que discriminem o acesso aos serviços para mulheres grávidas e
bebés na base de razões como a raça, cor, sexo, origem social ou nacional, ou de qualquer outra situação.
Os governos não devem restringir o acesso das mulheres aos serviços de saúde solicitando a autorização
do esposo, pais, autoridades de saúde, ou em consequência do seu estado matrimonial. Os estados devem
eliminar qualquer aspecto prejudicial de certas práticas tradicionais, costumeiras ou modernas que afectem
às mulheres.

193. Neste direito os principais problemas derivam-se das questões que se seguem:
- Não há dados informativos sobre as práticas de descriminação;
- Elevada percentagem de população sem acesso aos serviços de saúde – cerca de 60%, não havendo
dados da percentagem relativa às mulheres e crianças;
- Ausência de informação sobre práticas prejudiciais para mulheres grávidas e recém-nascidos;
- Ausência de informação sobre mutilações genitais; existem exemplos, mas não se encontram
sistematizados, além os inquéritos nacionais não recolhem está informação e
- Introdução de substâncias dentro da vagina em certas regiões no Centro e Norte do país para a prática
do sexo seco

Serviços e intervenções eficazes


194. Actualmente está em curso uma investigação sobre algumas praticam tradicionais que afectam a
saúde sexual e reprodutiva da mulher que reside nas áreas rurais. Esta pesquisa está sendo realizada
sobre a prática do “sexo seco”, envolvendo a OMS e MISAU. A unidade espacial de estudo é a província de
Tete, mas será alargada a outros lugares do país. Cabe salientar que esta prática acontece também nos
centros urbanos. Por exemplo, no mercado de Xipamanine da cidade de Maputo é possível encontrar, e já
preparados, os produtos que são utilizados nela107/.

195. Em Moçambique são conhecidas duas das práticas definidas pela OMS como mutilação genital
feminina, nomeadamente o alongamento dos grandes lábios e a introdução de substâncias dentro da
vagina (www.path.org). Contudo, é necessário assinalar que não se tratam de práticas generalizadas,
existentes apenas nalguns espaços, especialmente rurais, das regiões Centro e Norte do país. A prática do
sexo seco pode originar sérios problemas no aparelho genital feminino ao reduzir as secreções naturais da
vagina, ficando exposta a lacerações diversas, que pela sua vez a deixam sensível à contaminação de
qualquer ITS ou HIV. Quanto à prática dos alongamentos dos grandes lábios, também se inscreve no
contexto das relações de poder, das relações sociais de género existentes, a sua prática é feita dentro
dalguns lugares da região Sul e Norte do país.
Actualmente está em curso uma investigação sobre algumas praticam tradicionais que afectam a saúde
sexual e reprodutiva da mulher que reside nas áreas rurais. Esta pesquisa está sendo realizada sobre a
prática do “sexo seco”, envolvendo a OMS e MISAU. A unidade espacial de estudo é a província de Tete,
mas será alargada a outros lugares do país. Cabe salientar que esta prática acontece também nos centros

107/ Fonte: Instrumento Nº 129

46
urbanos. Por exemplo, no mercado de Xipamanine da cidade de Maputo é possível encontrar, e já
preparados, os produtos que são utilizados nela108

Esforços do Governo no quadro das leis, politicas e normas técnicas


196. Os normativos emanados da Lei positiva sobre a protecção à maternidade da trabalhadora formalmente
assalariada já foi citada anteriormente, mas existem algumas restrições que se especialmente no contexto da
função pública. Aliado a isto, dentro da função pública, existe um desconhecimento real destes direitos por parte
da mulher.

197. Na altura da realização a investigação o governo não tinha uma política, estratégia nem plano para melhorar
a condição de discriminação da mulher, mas este ano (2006) foi aprovada a Politica e Estratégia de Género pelo
Conselho de Ministro109/. Contudo, o principio de não discriminação não aparece suficientemente desenvolvido.

198. Sobre a eliminação de práticas prejudiciais à saúde materna ou neonatal não existem nenhuma lei,
politica, estratégia e plano ao respeito. Todavia, durante as reciclagens das parteiras tradicionais, são
discutidas estas questões, e mesmo durante as formações sobre atenção pre-natal e pós-parto entre o
pessoal de saúde110.

Princípios dos Direitos Humanos


199. Embora não exista informação, como já foi mencionado, neste grupo podem-se indicar as mulheres jovens e
adolescentes e mulheres, mas, principalmente, as residentes nos lugares mais afastados das áreas rurais.

200. O processo de participação, em geral dentro da função pública, neste direito das mulheres é exercido
bastante relativamente, assim como também, no âmbito de empresas particulares de carácter altamente formal.

108 / Fonte: Instrumento 129 e 130


109 / Fonte: Instrumento Nº 123 e)
110 / Fonte: Instrumento Nºs 123, 124 1 125

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Ministério da Saúde. Direcção Nacional de Manual do Facilitador Para Cursos de Vigilância
Saúde. Gabinete de Epidemiologia. Maputo, Epidemiológica
Novembro de 2002
Ministério da Saúde. Direcção Nacional de Manual de Vigilância Epidemiológica Para o Nível
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Novembro de 2002
Ministério da Saúde. Direcção Nacional de Manual de Vigilância Epidemiológica Para o Nível

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Ministério da Saúde. Maputo 2001 Plano de Acção geral 2001 – 2004 da Gestão de
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Ministério da Saúde. Maputo 2001 Plano de Desenvolvimento dos Recursos Humanos
Actualizado (PDRH +) 2001 – 2004
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Saúde. Departamento de Assistência Médica. Moçambique
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Ministério da Saúde. Maputo s/d a/2001 Plano do Programa Nacional Integrado (PNI) da Saúde da
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Ministério da Saúde. Maputo s/d a/2001 Plano de Desenvolvimento Institucional
Ministério da Saúde. Maputo s/d a/2001 Plano de Estratégia de Comunicação
Ministério da Saúde. Maputo s/d a/2001 Plano do Programa Nacional Integrado (PNI) das Doenças
Transmissíveis (PNI 2)
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56
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127/2002
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Ministério da Saúde. Direcção de Planificação Programa de Desenvolvimento do Sistema de Informação
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Ministério da Saúde. Maputo. 2001 Orientação da Política e Estratégias Nacionais
Ministério da Saúde. Direcção Nacional de Relatório Anual 2003
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Maputo, 2004
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Comunidade. Secção de Saúde Infantil.
Maputo, 2004
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PNUD, Maputo, 2001 Mulher, Género Desenvolvimento Humano: Uma Agenda Para o Futuro

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Contra o HIV/SIDA
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Junho de 1992. para o exercício da assistência sanitária por entidades
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n.º 26/91 de 31 de Dezembro
República de Moçambique. Maputo, 10 de -Diploma Ministerial n.º 79/82: Estabelece normas e
Junho de 1992. procedimentos para o reconhecimento e registo dos
profissionais de Saúde que desejam exercer a sua
actividade no sector privado de prestação de cuidados de
saúde ao abrigo da Lei n.º 26/91
República Popular de Moçambique. Maputo, -Diploma Ministerial n.º 84/81: Aprova a nova versão de
28 de Outubro de 1981. Ministério da Saúde. Medicamentos a serem utilizados por Técnicos e agentes
de Medicina
República Popular de Moçambique. Maputo, -Diploma Ministerial n.º 39/87: Aprova o Regulamento
28 de Outubro de 1981. Ministério da Saúde. Geral dos Hospitais
República Popular de Moçambique. Maputo, -Diploma Ministerial n.º 71/83 Cria na Direcção Nacional
31 de Agosto de 1983. Ministério da Saúde. de Saúde a Comissão de Estudos e Controlo da
Mortalidade Materna e Infantil
República Popular de Moçambique. Maputo, 3 -Diploma Ministerial n.º 24/85: Determina a gratuidade de
de Julho de 1985 todos os medicamentos prescritos e distribuídos pelos
Agentes Polivalentes Elementares e estabelece formas de
transaccionamento de outros medicamentos e próteses.
República Popular de Moçambique. Maputo, -Diploma Ministerial n.º 100/87: Aprova o Regulamento
23 de Setembro de 1987. Ministério da Saúde sobre Aditivos Alimentares
República Popular de Moçambique. Maputo, -Diploma Ministerial n.º 68/86: Aprova o Regulamento da
31 de Dezembro de 1986 Carreira Médica

62
República Popular de Moçambique. Maputo, -Despacho: Aprova o Manual de Normas e Procedimentos
10 de Maio de 1989. para a Distribuição e Cobrança de Medicamentos
República Popular de Moçambique. Maputo, 7 -Portaria n.º 167/78: Aprova o Regulamento das Centrais
de Setembro de 1978 de Ambulâncias.
República Popular de Moçambique. Maputo, 9 -Portaria n.º 290/76: Determina que o Serviço Médico
de Dezembro de 1976 Aéreo (SEMAR) passe a depender da Direcção Nacional
de Assistência Médica – Fixa os subsídios por hora de voo
para o pessoal técnico
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WLSA Moçambique, Maputo 2004 Violência

64
Anexo 1. Artigos dos Instrumentos Internacionais Utilizados
Anexo 2. Siglas

65

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