Sistemas de Informações Gerenciais: Katia Cilene Neles Da Silva
Sistemas de Informações Gerenciais: Katia Cilene Neles Da Silva
Sistemas de Informações Gerenciais: Katia Cilene Neles Da Silva
INFORMAÇÕES
GERENCIAIS
Introdução
Você sabia que os sistemas Material Requirements Planning (MRP) abran-
gem todas as etapas de fabricação do produto (desde a aquisição de
materiais/componentes até a sua transformação em produtos acaba-
dos)? Esse fato possibilita diversos benefícios para a área de produção
da empresa, entre eles: flexibilidade para a reprogramação da produção,
redução de custos, minimização dos desperdícios, controle dos estoques
e inventários, e encurtamento do tempo de fabricação do produto.
Neste capítulo, você aprenderá sobre a necessidade de uso de um
sistema MRP e seu histórico, compreender como a demanda, o estoque e
a ordem de produção são construídas, bem como entender a construção
de um plano mestre de produção.
Como conceitos básicos, podemos dizer que o MRP tem como objetivo
definir as quantidades e os momentos em que cada item deve ser produzido ou
comprado, a fim de atender ao planejamento da produção. Para isso, ressalta-se
que as estruturas de produto devem estar perfeitamente definidas, assim como
os tempos de obtenção ou fabricação, além das informações sobre inventários
que deve ser as mais acuradas possível.
Carmelito (2008) destaca também que o MRP realiza cálculos por meio
da projeção de inventários em função do planejamento da produção, e que um
dos pontos importantes é o tempo de resposta do sistema. Portanto, qualquer
replanejamento que venha a ser necessário é facilmente visualizado, bem como
seus impactos nos inventários mostrando a viabilidade de tal replanejamento
e as alterações que serão necessárias para atender aos objetivos.
Além disso, o MRP trabalha com as necessidades exatas de cada item,
melhorando, assim, o atendimento aos consumidores, minimizando os estoques
em processo e aumentando a eficiência da fábrica, obtendo menores custos
e, consequentemente, alcançando melhores margens de lucro. Contudo, para
que isso aconteça, é fundamental que sejam estabelecidos corretamente todos
os parâmetros do sistema.
Para esse autor, a parametrização do sistema MRP é uma das atividades
mais importantes para o perfeito funcionamento do sistema. É necessário que
a empresa mantenha certos dados em arquivo de computador, que, quando o
programa MRP é rodado, são recuperados, usados e atualizados.
Além das informações básicas sobre a estrutura do produto e o lead time de
processo ou de fornecedor, deve-se considerar algumas realidades e particu-
laridades das empresas. Como exemplo, pode-se citar um fornecedor que não
desempenhe a sua capacidade total, nesse caso, deve-se optar por um estoque
de segurança maior na parametrização; outro caso seria um equipamento que
não tem 100% de estabilidade, parametrizando, assim, o lead time de processo
com alguma folga caso ocorra algum problema.
Não entrando no mérito das particularidades, Carmelito (2008) destaca os
parâmetros básicos para um perfeito funcionamento do MRP.
Gestão da demanda
Slack, Chambers e Johnston (2002) afirmam que a gestão da carteira de pe-
didos e da previsão de vendas, tomada conjuntamente, é denominada gestão
da demanda. A gestão da demanda engloba um conjunto de processos que
fazem a interface da empresa com seu mercado consumidor.
Dependendo do negócio, esses processos podem incluir o cadastramento de
pedidos, a previsão de vendas, a promessa de entrega, o serviço ao cliente e a
distribuição física. Por exemplo, se um pedido é colocado para uma empresa
de vendas por catálogo e o cliente telefona uma semana depois para verificar
por que suas compras não foram entregues, provavelmente será atendido por
um operador de telemarketing. Esse operador, olhando uma tela de computa-
dor, pode acessar os detalhes de seu pedido específico e dizer o que pode ter
acontecido com a entrega.
Adicionalmente, ele deve ser capaz de prometer uma nova data de entrega
para a encomenda, assim como informar qual modo de entrega será utilizado
(por exemplo, se a entrega será feita por courier). A interação com clientes e
as necessidades resultantes dessa interação disparam processos encadeados
de necessidades.
Para satisfazer o cliente, o item tem que ser coletado em um armazém,
determinado operador deve receber as informações adequadas para fazer isso
e um mensageiro deve ser alocado para um momento específico. Por isso, é de
vital importância para a gestão de operações que a informação de demanda
esteja disponível e seja comunicada eficazmente, de modo que o planejamento
possa ser feito e os recursos, organizados.
Assim, é necessário considerar algumas implicações da gestão de demanda
para a empresa, particularmente relacionadas ao planejamento das necessidades
de materiais.
6 Sistemas MRP (planejamento de requisição de materiais)
Carteira de pedidos
A função de vendas, na maioria das empresas, gerência uma carteira de pe-
didos dinâmica e mutante, composta por pedidos confirmados de clientes.
Essa carteira de pedidos pode ser um registro em papel, em uma empresa
pequena, mas tende a consistir em um arquivo de computador em empresas
médias e grandes.
Sistemas MRP (planejamento de requisição de materiais) 7
Previsão de demanda
Em continuação, o mesmo autor, informa que qualquer que seja o grau de
sofisticação do processo de previsão em uma empresa é sempre difícil utilizar
dados históricos para prever futuras tendências, ciclos ou sazonalidades.
Dirigir uma empresa que utiliza previsões baseadas apenas no passado pode
ser comparado a dirigir um carro olhando apenas para o espelho retrovisor,
apesar das dificuldades, muitas empresas não têm alternativa e devem, obri-
gatoriamente, fazer previsões.
Para satisfazer à demanda dos clientes em termos de velocidade de entrega,
montadoras de automóveis, por exemplo, já fizeram estimativas quanto aos
modelos, tipos de motores e cores que acreditam que serão vendidos no mo-
mento em que o cliente colocar seu pedido. Quando isso acontece, um dos
modelos da cor escolhida e com o motor adequado já está em produção, e é
alceado a esse cliente. Ele pode, no momento de seu pedido, escolher com
base em larga faixa de opções, em termos de acessórios, acabamento interior,
8 Sistemas MRP (planejamento de requisição de materiais)
sistema de som, cor de vidros, etc. Todas essas opções podem ser agregadas à
montagem principal, dando a efetiva impressão de personalização. A monta-
dora tem que prever o provável catálogo de modelos e cores que irá produzir,
assim como o provável catálogo de opcionais para comprá-los e mantê-los
disponíveis em estoque.
Programa-mestre de produção
Slack, Chambers e Johnston (2002) descrevem que o programa-mestre de
produção, o Master Production Schedule (MPS) é a fase mais importante
do planejamento e controle de uma empresa, pois constitui-se na principal
entrada para o planejamento das necessidades de materiais, podendo ser visto
de maneiras variadas no contexto da empresa.
Semana
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Demanda 10 10 10 10 15 15 15 20 20
Disponível 20 10 0 0 0 0 0 0 0
MPS 0 0 10 10 15 15 15 20 20
Em mãos 30
Semana
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Demanda 10 10 10 10 15 15 15 20 20
Disponível 31 32 32 34 30 26 22 13 4
MPS 11 11 11 11 11 11 11 11 11
Em mãos 30
Confira, no link a seguir, uma visão crítica com relação aos sistemas de gestão empre-
sarial, seus riscos e potencialidades e faça uma reflexão sobre seu futuro (LAURINDO;
MESQUITA, 2000).
https://goo.gl/rM8VWM
14 Sistemas MRP (planejamento de requisição de materiais)
Leituras recomendadas
BARDINE, R. MRP e MRP II: conceitos e aplicação. Cola da Web, São Paulo, 2018. Disponí-
vel em: <https://www.coladaweb.com/administracao/mrp>. Acesso em: 23 dez. 2017.
LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Sistemas De Informação Gerenciais. 11. ed. São Paulo:
Pearson, 2014.
LIMA, A. T. P; GORAYEB, D. M. C; SILVA, K. C. N. Sistemas de Informação. Manaus: UEA, 2010.
O’BRIEN, J. A. Sistemas de informação e as decisões gerencias na era da internet. – 2. ed.
São Paulo: Saraiva, 2006.
PACHECO, G. B. implantação do MRP e MRPII: um estudo de caso na empresa
Blukit. Ciências Sociais Aplicadas em Revista, Cândido Rondon, v.14, n. 27, p.191-207,
2014. Disponível em: <http://e-revista.unioeste.br/index.php/csaemrevista/article/
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VARGAS, R. MRP - Manufacturing Resources Planning: planejando materiais e progra-
mando produção através do sistema. GestaoIndustrial.com, Curitiba, 2018. Disponível
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