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Brasileira
Um Diálogo Essencial
Material Teórico
Machado de Assis
Revisão Técnica:
Profa. Dra. Geovana Gentili
Revisão Textual:
Profa. Ms. Luciene Oliveira da Costa Santos
Machado de Assis
• Machado de Assis
Para obter bons resultados ao longo do curso, é fundamental que você seja organizado e que
dedique algumas horas do seu dia para o estudo. Escolha um ambiente tranquilo, livre de
sons altos e de aparelhos visuais que possam dificultar sua concentração.
Separe o material teórico a ser lido e tenha à sua disposição os demais recursos de consulta,
como são os dicionários. Caso você use a versão on-line, tome cuidado para não perder o
foco e se distrair com pesquisas secundárias. Não se esqueça de que a leitura das obras é
fundamental para a compreensão da discussão proposta nesta unidade. Não se satisfaça
apenas com os trechos que destacaremos.
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Unidade: Machado de Assis
Contextualização
De acordo com Leyla P. Moisés (1978, p.73), existem dois tipos de obras: as inacabadas
que são assim designadas por serem “obra[s] prospectiva[s] que avança[m] para o presente
e impele[m] para o futuro”, e as acabadas, ou seja, aquelas obras que estão “historicamente
liquidada[s], aquela[s] que não diz[em] nada ao homem (ao escritor) de hoje, que não lhe
permite dizer nada mais” (Idem, p.73).
Ser inacabada constitui-se, portanto, em uma qualidade literária capaz de, numa ação
dialética, fixar um determinado discurso no campo literário e, ao mesmo tempo, abrir caminhos
para produções futuras. Neste grupo, podemos colocar a obra de Machado de Assis: uma das
maiores expressões do sistema literário brasileiro.
A atribuição “inacabada” dada à obra machadiana confirma-se nas diferentes expressões
artísticas que, com maior ou menor intensidade, estabelecem um diálogo com as produções
de Machado de Assis. Quem não conhece a mulher com “olhos de ressaca”? Capitu é uma
das personagens femininas da obra machadiana que se destaca, sobretudo, por seu caráter
ambíguo. Teria ela ou não traído a Bentinho?
A dubiedade exposta na temática da obra concretiza-se no modo de narrar por meio
das diferentes combinações dos recursos narrativos. É, portanto, este modo de formar que
particulariza a produção machadiana e a faz avançar para além do seu tempo. A representação
da figura feminina delineada na personagem de Capitu ganhou, recentemente, um novo suporte
que não o livro: com composição de Luiz Tatit e voz de Zélia Duncan, surge a música “Capitu”
(Eu Me Transformo em Outras – Universal Music, 2004).
Ouça a música e observe o léxico empregado nela. Há um jogo de palavras que combina
referências à Capitu machadiana ao mesmo tempo em que incorpora na caracterização nessa
personagem elementos da modernidade. Diante dessa proposta artística, podemos perguntar:
essa junção entre o clássico machadiano e os elementos modernos não seria uma forma de
reafirmar a universalidade das representações sociais conquistada por Machado de Assis no
seu fazer literário? Essa composição musical não confirmaria a via dupla na qual se constitui
uma obra literária inacabada? Isto é, o texto literário surge de um determinado contexto e,
concomitantemente, passa a modificá-lo delineando um novo protótipo social capaz de romper
as fronteiras de tempo e espaço. Afinal, qual a mulher que não possui um pouco da essência
enigmática, misteriosa e, muitas vezes, dúbia de Capitu?
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Importante
Como futuro profissional das Letras, a leitura constitui-se a base para o aprimoramento. Tenha
uma postura positiva ante os textos e mergulhe neste universo rico de possibilidades, denominado
Literatura. Por meio dela, podemos ser quem não somos e viver experiências que, em vida, talvez
não experimentemos. Essa é a magia das obras literárias!
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Machado de Assis
“Toda obra literária é antes de mais nada uma espécie de objeto, de objeto construído; e é grande o
poder humanizador desta construção, enquanto construção.
De fato, quando elaboram uma estrutura, o poeta ou o narrador nos propõem um modelo de
coerência, gerado pela força da palavra organizada. Se fosse possível abstrair o sentido e pensar nas
palavras como tijolos de uma construção, eu diria que esses tijolos representam um modo de organizar
a matéria, e que enquanto organização eles exercem papel ordenador sobre a nossa mente. Quer
percebamos claramente ou não, o caráter de coisa organizada da obra literária torna-se um fator que
nos deixa mais capazes de ordenar a nossa própria mente e sentimentos; e, em consequência, mais
capazes de organizar a visão que temos do mundo” (CANDIDO, 2011, p. 177).
Muitas vezes, acreditamos que a essência de uma obra é sua temática, o que ela diz e o que
ela nos ensina. Entretanto, ainda que esta seja uma das facetas da obra literária, o modo como os
elementos externos são transformados em internos é onde incide o poder humanizador da obra.
Sendo assim, a postura a ser adotada ante um texto literário não se basearia em perguntar
“o que ela diz” e, sim, “como diz”. Observar a maneira como os elementos narrativos são
distribuídos e organizados, conjugando forma e conteúdo.
Para Pensar
Entendendo a obra literária sobre esse prisma proposto por Antonio Candido, a leitura – enquanto
atividade e experiência – adquire um sentido mais vivo e útil. Mais do que uma mera história, a literatura
é uma construção e, por meio dela, nos aproximamos da nossa essência. Vivemos o não vivido. Como
futuros professores de literatura, torna-se a nossa meta demonstrar aos nossos alunos a importância da
leitura na nossa formação enquanto homem. O livro de Daniel Pennac, Como um romance, retrata
o papel decisivo do professor no processo de formação leitora dos alunos. Recomendamos essa leitura,
que, além de prazerosa, é esclarecedora da nossa função social como professores.
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Unidade: Machado de Assis
Machado de Assis, em suas obras, consegue magistralmente congregar esses elementos, tal
como analisaremos em alguns trechos de seus textos. Mas, como sabemos, nenhum escritor nasce
pronto; existe um processo formativo e aperfeiçoador até a publicação das obras que o consagram.
Quando pensamos em Machado de Assis, por exemplo, vinculamos sua imagem aos seus
romances – Memórias Póstumas de Brás Cubas, Dom Casmurro, Quincas Borba e
Memorial de Aires. Mas, qual foi o percurso angariado até a data da publicação desses textos
que se converteram em grandes clássicos da literatura brasileira? Qual o papel desempenhado
por Machado de Assis na sociedade de sua época? Qual o seu posicionamento frente às questões
sociais e literárias de seu tempo? Percorrer os caminhos trilhados por Machado de Assis torna-se
parte essencial para conhecer o maior nome da nossa cultura.
Ainda menino, Machado experimenta perdas significativas: em 1845, morrem Maria, a irmã
do escritor, e D. Maria José de Mendonça Barroso, sua madrinha. Ambas foram vítimas de uma
epidemia de varíola. Quatro anos mais tarde, em 1849, falece a mãe do escritor com tuberculose.
Em 1854, Machado de Assis começa a trabalhar na tipografia de Paula Brito e, neste mesmo
ano, publica o seu primeiro poema, o soneto À “Ilmª. Srª. D.P.J.A.”, no Periódico dos Pobres1.
Um ano depois, Machado de Assis já é um colaborador regular da Marmota Fluminense.
1 Os dados biográficos apresentados foram extraídos da página da Academia Brasileira de Letras, dedicada ao escritor.
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No que se refere ao contexto sociopolítico e econômico, nesse período, o Brasil vive o Segundo
Reinado, instaurado com a antecipação da maioridade de Dom Pedro II, em 1840, encabeçada
pelo Partido Liberal. O café, desde 1830, passa a ser o principal produto da economia brasileira,
deslocando o eixo econômico do país das regiões nordestinas (das lavouras) para o Centro-Sul,
sobretudo, o oeste paulista. Depois do café, o açúcar, o algodão e o tabaco também ocupam
seus espaços na economia brasileira da época.
Trata-se de uma sociedade escravocrata cuja classe dominante e influente é a dos grandes
fazendeiros. Sob forte pressão da Inglaterra, em 1831, o Brasil promulga uma lei proibindo
o tráfico negreiro; porém, tal como revela o IBGE (2010), de 1836 a 1840, estima-se que
desembarcaram no Brasil cerca de 240.600 negros para serem vendidos como escravos. Nos
anos seguintes, de 1841 a 1845, o número diminui para 120.900. E, apesar da Lei Bill Aberdeen
(1945), que concedia à marinha britânica aprisionar qualquer navio negreiro, de 1846-1850,
chegaram às nossas terras 157.500 negros.
São vários os conflitos que marcam a história do Brasil ao longo do Segundo Reinado, como:
Guerra contra Aguirre (1864-1865), na qual as tropas brasileiras por terra e mar avançam
contra o Uruguai, destituindo do poder o presidente Atanásio Aguirre. Este, por sua vez, pede
auxílio ao governo paraguaio, estabelecendo uma aliança de caráter político e militar. Essa
união assinala o início de outra guerra sangrenta entre os países, conhecida na historiografia
como a Guerra do Paraguai (1865-1870).
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Unidade: Machado de Assis
Em visita a Faustino Xavier de Novais, por conta de seus distúrbios mentais, Machado de
Assis conhece Carolina com quem se casa em 1869. Nesse período, passa a ocupar o cargo de
ajudante do diretor de publicação do Diário Oficial, função que exercerá até 1874.
Seis anos depois de Crisálidas, o segundo volume de versos é publicado sob o título
Falenas. Ainda em 1870, Machado de Assis lança Contos fluminenses, uma coletânea de
8 contos, sendo que 7 deles já tinham configurado no Jornal das Famílias. Desse mesmo
procedimento, Machado de Assis se valerá para organizar o volume Histórias da meia-noite
(1873), coletânea de 6 seis contos, todos já veiculados no periódico citado.
Essas duas publicações – idealizadas a partir das experiências literárias nos periódicos –
chamam a atenção para esse aspecto da carreira de Machado de Assis: as colaborações em
jornais e revistas podem ser entendidas como um meio de prática e aprimoramento de escrita.
Por esse motivo, fizemos questão de recuperar a biografia de Machado de Assis, pontuando
o seu movimento no círculo literário e jornalístico da época. É preciso entender que, antes
do Machado de Memórias Póstumas de Brás Cubas – obra considerada um marco na
historiografia literária – existiu um escritor que se dedicou à escrita e que a praticou nos diferentes
gêneros: poesia, teatro, crônica e conto.
Tal como alguns críticos advertem, devido ao marco alcançado com Memórias Póstumas,
tornou-se um hábito desprezar as produções anteriores. Veja o que afirma o estudioso francês
Jean-Michel Massa (1971, p. 07) sobre essa questão:
“[…] só se projetou luz sobre a fase culminante de sua obra (1880-1900), passando-se ligeiramente
pelos escritos da mocidade e os textos tidos apressadamente como secundários. Quantos estudos
sobre a trilogia Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro! A vida literária
de Machado de Assis ficou artificialmente cortada em duas metades. Só há interesse pela segunda”
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Atualmente, esse quadro tem modificado-se e diversos pesquisadores vem debruçando-se
sobre essas narrativas que ficaram “perdidas” nas folhas dos jornais e revistas. Esses estudos
destacam a importância dessa etapa no fazer literário machadiano. Revelam, ainda, a consciência
desse jovem escritor em relação ao canal de veiculação de suas narrativas e ao público leitor a
que se dirige.
Ao renegar essa vasta produção anterior às Memórias Póstumas de Brás Cubas, ofusca-se
a perspicácia de um escritor que, pouco a pouco, vai delineando os traços de sua escrita, o seu
estilo próprio. Muitos dos contos e textos foram publicados com firma pseudônima, como é o caso
da primeira colaboração no Jornal das Famílias. O conto Frei Simão é assinado por M. A.
A respeito dessa prática, é interessante consultar a relação organizada pela Academia Brasileira
de Letras, em sua página na internet, no endereço http://www.machadodeassis.org.br/. No ícone
“Bibliografia > Obras > Publicações sob pseudônimos”, encontramos os nomes usados por
Machado de Assis e os diferentes jornais e revistas em que eles aparecem.
Devido à relevância dessas publicações em jornais e revistas, propomos a leitura do conto
“Linha Reta e Linha Curva”, publicado no Jornal das Famílias, no ano de 1866. O que você
acha de ler esse conto no próprio Jornal das Famílias? Graças ao trabalho de digitalização
de obras raras da Biblioteca Pública do Estado do Rio de Janeiro, esse contato com a fonte é
possível e realizável. Acesse os links que indicamos no quadro abaixo; você será redirecionado
às páginas em que o conto está.
Uma excelente leitura! E que você possa se deliciar com esse registro da nossa história
social e literária.
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Jornal das Famílias - Obras raras da Biblioteca Pública do Rio de Janeiro:
Ano 1865 – Início do conto “Linha Reta e Linha Curva”
Parte I – Outubro/1865:
https://goo.gl/Xs6cTh
Parte II – Novembro/1865:
https://goo.gl/pgMyG1
Como foi sua experiência de leitura? Conseguiu sentir-se como um leitor do século XIX?
O que achou da língua portuguesa usada na época? Talvez, para nós do século XXI, pareça
estranho e, até certo ponto, difícil nos desprendermos da mentalidade “moderna” ao realizar
um recuo temporal de 200 anos.
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Unidade: Machado de Assis
Vamos por parte e, pouco a pouco, juntando um detalhe a outro, iremos reconstruindo
essa esfera na qual Machado de Assis permaneceu por longo período. Quando você iniciou a
leitura da parte final do conto, no volume do ano 1866, você observou a capa do Jornal das
Famílias? Se não, volte ao periódico para observá-la.
Qual a imagem nela retratada? Sim, logo abaixo do nome do periódico, temos uma mulher
bordando. Esse foco na figura feminina e na atividade que realiza já nos dá indícios do público-alvo
do periódico: em especial, as mulheres. Notamos que se junta ao texto verbal – Jornal das Famílias
– um não verbal que complementa o sentido do primeiro: nessa combinação, temos retratada uma
sociedade patriarcal cujos valores moralizantes regem as boas normas de conduta social.
Sendo assim, as publicações que se destinassem a essa camada social, deveriam adequar-se
às necessidades desse público, sem nos esquecer de que a aquisição da assinatura do periódico
estava intermediada pelo crivo masculino do marido ou do pai.
Ao folhearmos o Jornal das Famílias, verificamos que as narrativas estão inseridas em meio
à partitura de músicas para serem tocadas em piano, de receitas caseiras, de moldes de costura e
bordado e de moda. Com ilustrações coloridas, retratam-se os vestidos e combinações usadas no
momento. Entretanto, por ser parcialmente produzida na França, notamos um descompasso entre
a moda proposta no periódico e o clima tropical. A título de exemplo, citamos no link abaixo, uma
das páginas de moda em que se constata a diferença das estações entre Brasil e Europa.
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Moda:
https://goo.gl/mczqsP
“O jornal apareceu, trazendo em si o gérmen de uma revolução. Essa revolução não é só literária,
é também social, é econômica, porque é um movimento da humanidade abalando todas as suas
eminências, a reação do espírito humano sobre as fórmulas existentes do mundo literário, do mundo
econômico e do mundo social”
(In: https://goo.gl/Mh8PxG).
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Por essas palavras, apreendemos o quão inovador era a possibilidade da ampla divulgação
literária e dos fatos cotidianos. Ainda no texto O jornal e o livro, Machado de Assis define o
periódico nos seguintes termos:
Portanto, são diversos os fatores que entram em jogo na hora de produzir uma colaboração
para um periódico. Muitas vezes, era solicitado aos escritores que estendessem suas narrativas a
fim de manter a assiduidade do leitor. O gosto por esse tipo de narrativa seriada – denominada
folhetim – foi tal que passou a ser um modo de escrita requerido para jornais e revistas.
Machado de Assis em 1890
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Unidade: Machado de Assis
Como você observou durante a leitura do conto “Linha Reta e Linha Curva”, no Jornal das
Famílias, a narrativa está fragmentada em quatro partes com datas de publicação em meses
e ano distintos. A Parte I – assim nomeada por nós apenas por questão organizacional deste
texto – vem à luz em Outubro/1865; a Parte II sai no mês seguinte, em Novembro/1865; dando
continuidade à sequência, a Parte III é publicada em Dezembro/1865. Acaba-se o ano, porém, o
conto não. Apenas em Janeiro de 1866 é que os leitores podem desfrutar do final da narrativa.
Falando em desfecho, vamos retomar como o conto termina no Jornal das Famílias.
Acesse o link abaixo e relembre como foi que a narrativa terminou.
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https://goo.gl/8LqcKy
O que você achou desse arremate? Qual o tom do discurso desse curto capítulo? Exatamente,
trata-se de um desfecho no qual se emprega um tom moralizante; enaltecendo os bons
sentimentos e abatendo – para usar um termo do próprio conto – aqueles considerados como
“desvirtudes” da natureza humana.
Como dissemos anteriormente, esta narrativa passou a compor o primeiro volume de contos do
escritor. Será que nessa mudança de canal – do periódico para o livro – houve alguma modificação
no texto? Vamos checar essa questão consultando a versão do livro. Para tanto, acesse o link que
indicamos no quadro abaixo e salve Contos Fluminenses em formato pdf. Abra-o e dirija-se à
página 111. No final desta, está o título do conto, a narrativa inicia na página seguinte.
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Contos Fluminenses – livro pdf:
https://goo.gl/oWd2ad
Sentiu falta de algum trecho? Sim, Machado de Assis retira o Capítulo V da versão do jornal
para o formato do livro. Notamos que a troca do canal possibilita que a parte moralizante
exigida na circulação dos periódicos perca o seu espaço. O público-alvo do livro torna-se mais
amplo e mesclado do que o do Jornal das Famílias e esse aspecto também influencia na
configuração da obra, visto que todo escritor projeta para o seu livro um leitor-modelo2.
2 Leitor-modelo é uma nomenclatura proposta pelo crítico italiano Umberto Eco para explicar que todo texto, enquanto estratégia, prevê um
determinado tipo de leitor. Não se trata do leitor empírico – eu e você – mas, sim, daquele construído pelo próprio texto: “leitor-modelo- uma
espécie de tipo ideal que o texto não só prevê como colaborador, mas ainda procura criar” (ECO, 1994, p. 15).
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No campo investigativo, Ana Claudia Suriani da Silva dedica-se a fazer uma edição crítica
e genética do conto que estudamos aqui. A pesquisadora compara a versão do periódico com
outras edições em livro e afirma:
“Ter seus leitores em mente também significa, por sua vez, compreender suas limitações, atender
seus interesses e não esquecer de que depende deles, no final das contas, a aprovação do êxito de
um escritor” (SILVA, 1998, p.38).
Voltemos ao tempo do rei. Em 1872, Machado de Assis publica seu primeiro romance,
Ressurreição, que será seguido de A Mão e a Luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia
(1878). Entre essas publicações, no plano pessoal, Machado de Assis perde um grande amigo,
em 1877: José de Alencar. Isso mesmo, o autor de O Guarani, Senhora e Lucíola.
No âmbito profissional, além dos romances, vem à luz seu terceiro volume de poesia intitulado
Americanas (1875). Ainda nessa década, Machado de Assis produz a peça de teatro O bote
de rapé (1878). Além dessas publicações no formato livro, Machado de Assis dá sequência às
participações em periódicos.
Em 1875, dá-se a fundação do jornal Gazeta de Notícias, periódico no qual Machado
contribuirá de 1877 a 1881, sem interrupções. Com o intervalo nas colaborações, Machado de
Assis volta a publicar esparsamente de 1899 a 1904. Para que se possa visualizar a presença de
Machado de Assis nesse veículo e, consequentemente, na esfera cultural do país, citamos a lista
feita pela ABL – Academia Brasileira de Letras das publicações feitas na Gazeta de Notícias:
(Transcrevemos, aqui, respeitando a grafia do português da época, sem atualizações, dado
que não interferem na compreensão da escrita).
Poesia:
Naquele eterno azul, onde Coema, 23/12/1877, entre outras homenagens, de diversos autores,
a José de Alencar; Quando transporta a lúgubre morada, 10/06/1880, no número especial
dedicado ao centenário de Camões; Hão de os anos volver - não como as neves, 12/12/1880,
entre outras homenagens, de diversos autores, a José de Alencar; A volta do Poeta, 8/07/1883,
entre outras homenagens, de diversos autores, a Gonçalves Crespo; 1802-1885, 23/05/1885, entre
outras homenagens, de diversos autores, a Victor Hugo; 26 de Outubro, 27/10/1886, entre outras
homenagens, a José Bonifácio.
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Unidade: Machado de Assis
Conto:
• Uma Visita de Alcibíades, 1/01/1882; • Evolução, 24/06/1884;
• Um capítulo inédito de Fernão Mendes • Coisas Íntimas, 13/07/1884;
Pinto, 30/04/1882; • Conto de Escola, 08/09/1884;
• O Anel de Polícrates, 02/07/1882; • D. Paula, 12/10/1884;
• O Empréstimo, 30/07/1882; • O Diplomático, 29/10/1884;
• A Sereníssima República, 20/08/1882; • A Cartomante, 28/11/1884;
• O Espelho, 08/09/1882; • Só!, 06/01/1885;
• Verba Testamentária, 08/10/1882; • Apólogos: I - A Agulha e a Linha, II - Adão
• A Igreja do Diabo, 17/02/1883; e Eva, III - Os Dicionários, 01/03/1885;
• Papéis Velhos, 14/03/1883; • A Causa Secreta, 01/08/1885;
• A Idéia do Ezequiel Maia, 30/03/1883; • Habilidoso, 06/09/1885;
• O Lapso, 17/04/1883; • Viagem à Roda de Mim Mesmo, 04/10/1885;
• Conto Alexandrino, 13/05/1883; • Uns Braços, 05/11/1885;
• Singular Ocurrência, 30/05/1883; • Entre Santos, 01/01/1886;
• Último Capítulo, 20/06/1883; • Trio em Lá Menor, 20/01/1886;
• Galeria Póstuma, 02/08/1883; • Terpsícore, 25/03/1886;
• Anedota Pecuniária, 6/10/1883; • Pobre Cardeal, 06/07/1886;
• Primas de Sapucaia!, 24/10/1883; • A Desejada das Gentes, 15/07/1886;
• Uma Senhora, 27/11/1883; • Identidade, 14/03/1887;
• Fulano, 04/01/1884; • Sales, 30/05/1887;
• Noite de Almirante, 10/02/1884; • Eterno!, 09/09/1887;
• Manuscrito de um Sacristão, 17/02/1884; • Um Homem Célebre, 29/06/1888;
• Ex-Cátedra, 08/04/1884; • D. Jucunda, 01/01/1889;
• A Senhora do Galvão, 14/05/1884; • O Caso da Vara, 01/02/1891;
• As Academias de Sião, 06/06/1884; • Mariana, 18/10/1891;
• Que é o Mundo, 15/11/1895.
Crônica:
Balas de Estalo:
1883: jul., 2, 4, 10, 15, 22; ago., 1, 5, 11, 15, 30; set., 2, 12, 15; out. 10, 16, 23; nov., 7, 24;
dez., 9, 16.
1884: jan., 8, 10; mar., 13; abr., 26; maio, 15; jul., 15, 20, 25, 30; ago., 4, 10, 15, 19, 23, 27;
set., 1, 5, 9, 14, 18, 22, 26; out., 1, 5, 10, 14, 19, 29; nov. 3, 10, 14, 18, 21, 25; dez., 1, 6, 12,
17, 21, 24, 27.
1885: jan. 5, 9, 13, 17, 21, 26, 30; fev. 1, 3, 7, 11, 17, 21, 26; mar. 3, 8, 14, 1, 24, 29; abr. 3,
9, 14, 20, 25, 30; maio 5, 10, 16, 21, 28; jun. 3, 8, 14, 20, 26; jul. 1, 8, 12, 19, 26; ago. 1, 10,
17, 23, 31; set., 8, 14, 24; out. 5, 11, 19, 26; nov. 6, 15, 23, 30; dez. 17.
1886: jan. 4, 11; fev. 9; mar. 3, 22.
A+B
1886: set. 12, 16, 22, 28; out. 4, 14, 24.
(In: https://goo.gl/Ck4gJz)
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Todo esse volume de colaborações dá uma mostra clara da atuação de Machado de Assis
e como seu nome (ainda que em algumas com pseudônimo) se alargava no campo das artes.
Mesmo padecendo de algumas enfermidades, o escritor mantém suas atividades e, em 1879,
passa a colaborar na Revista Brasileira e n’A Estação. No ano seguinte, torna-se oficial de
gabinete do Ministro da Agricultura e sua comédia Tu, só tu, puro amor (1880) é representada
no teatro D. Pedro II.
Na Revista Brasileira – de 15 de março a 15 de dezembro de 1880 –, Machado de Assis
dá a conhecer Memórias Póstumas de Brás Cubas. Isso mesmo, o título que se tornaria sua
obra maior e o consagraria foi publicado primeiramente no periódico, tomando forma de livro
no ano seguinte: 1881.
“Como revolução formal foi a mais importante da literatura brasileira, sem dúvida nenhuma. Começou
um romance que a gente pode chamar de moderno” (Alfredo Bosi – Transcrição Documentário)
In: https://goo.gl/cHtvX5
Com base em seus conhecimentos sobre Memórias Póstumas de Brás Cubas e pela
leitura realizada do conto Linha Reta e Linha Curva, da versão do Jornal das Famílias,
você notou algum aspecto estilístico comum entre eles?
Retomemos dois trechos, um de cada texto mencionado acima. Observe e tente encontrar
que recurso narrativo faz-se presente em ambas as citações:
Notou algo em comum entre as duas passagens? Sim, em ambas o narrador dirige-se ao
seu interlocutor: “Se o leitor me leu com atenção [...]” (Jornal das Famílias, jan.1866, p.
11) e “Meu caro crítico [...]” (MACHADO DE ASSIS, 1994, p. 126). Apesar dessa semelhança
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Unidade: Machado de Assis
estilística dos narradores dialogarem com seus leitores, podemos dizer que o tom discursivo de
ambos os fragmentos são iguais? Releia cada um dos trechos e observe.
Ainda que se empregue o mesmo recurso narrativo, fica evidente na comparação entre as
citações a diferença do tom discursivo. No Jornal das Famílias, temos um narrador paciente,
que pega na mão do seu leitor e o guia passo a passo na compreensão do texto. Esmiúça o porquê
da existência dos seus personagens, revelando a essência demonstrada por cada um deles.
Já na passagem citada do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, verificamos um
narrador impaciente e hostil ao leitor. Por mais que o narrador direcione o modo como o leitor
deve entender suas colocações, agora, a maneira de referir-se é mais ríspida, como se o leitor
fosse um néscio: “Valha-me Deus! é preciso explicar tudo” (MACHADO DE ASSIS, 1994, 126).
Ao longo da narrativa, por diversas vezes, essa irritabilidade em relação ao comportamento
passivo do leitor, de querer todas as explicações esmiuçadas e um estilo direto, é explicitada:
Apesar das críticas construídas em suas obras, sobretudo, por meio da ironia e do sacarmos,
por muito tempo, Machado de Assis foi considerado um escritor que não retratava a sociedade
brasileira, que não abraçava as causas do seu tempo, como o fez, por exemplo, Castro Alves
(1847-1871). Com base em suas leituras de Machado de Assis e pelo que tratamos até aqui,
você concorda com esta afirmação?
Sabemos que uma das principais questões sociais da época dizia respeito à escravidão. Desde
1831, já se havia promulgado a proibição do tráfico negreiro. Em 1845, a Inglaterra – visando
mais seus interesses mercantilistas do que solidariedade aos negros – investiu-se do poder de
abater qualquer navio negreiro. Em 1850, como vimos, o governo brasileiro foi obrigado a
proibir o tráfico em terras nacionais e autorizava a expulsão dos traficantes do país.
Como é bem sabido, essas medidas foram mais teóricas do que práticas. Devido ao intenso
movimento abolicionista, em 1871, aprovaram a Lei do Ventre Livre, que declarava livres
todos os filhos de escravos nascidos no Brasil. Tal medida isentava os donos da obrigação de
sustento desses filhos “livres”.
Apenas 14 anos mais tarde que se aprovava a Lei dos Sexagenários (1885). Esta concedia a
liberdade aos escravos com mais de 65 anos e, tal como na Lei do Ventre Livre, os donos desses
escravos com idade avançada viam-se isentos da obrigação de sustentá-los. Como podemos ver,
tais leis concediam a liberdade mais para os donos dos escravos do que para estes propriamente.
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O que observamos, portanto, é a criação de Leis que tinham como intuito primeiro adiar o
advento da abolição. Vemos uma minoria dominante manipulando politicamente as decisões
do país, oferecendo migalhas como se fosse um verdadeiro manjar.
Para Pensar
Como sociedade, após dois séculos, conseguimos avançar ou continuamos sob o domínio de
uma minoria que nos oferece o mínimo e nos rouba ao máximo, com corrupção e desvios de
verbas públicas?
Somente em 1888, com a assinatura da Lei Áurea, pela princesa Isabel, é que a escravidão foi
extinta no Brasil. No papel, assim foi; contudo, na prática social, foi diferente. Esses ex-escravos
iriam para onde? E com qual rec urso se sustentariam? Para descansarmos um pouquinho,
recomendamos a música A mão da limpeza (Raça Humana, Warner Brasil, 1984).
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Video You Tube: https://youtu.be/tzFxd4gxbpQ
Voltando à questão levantada por alguns de que Machado de Assis não representava a
sociedade de seu tempo, retomamos outro trecho de Memórias Póstumas de Brás Cubas
que nos valerá para essa reflexão:
“Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de ‘menino diabo’; e verdadeiramente não era outra
coisa; fui dos mais malignos do meu tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntarioso. Por exemplo,
um dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me negara uma colher do doce de coco que estava
fazendo, e, não contente com o malefício, deitei um punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito
da travessura, fui dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o doce ‘por pirraça’; e eu tinha
apenas seis anos. Prudêncio, um moleque de casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha as
mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao dorso, com uma
varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e outro lado, e ele obedecia, — algumas vezes
gemendo, — mas obedecia sem dizer palavra, ou, quando muito, um — ‘ai, nhonhô! — ao que eu
retorquia: — ‘Cala a boca, besta!’ — Esconder os chapéus das visitas, deitar rabos de papel a pessoas
graves, puxar pelo rabicho das cabeleiras, dar beliscões nos braços das matronas, e outras muitas
façanhas deste jaez, eram mostras de um gênio indócil, mas devo crer que eram também expressões
de um espírito robusto, porque meu pai tinha-me em grande admiração; e se às vezes me repreendia,
à vista de gente, fazia-o por simples formalidade: em particular dava-me beijos” (MACHADO DE
ASSIS, 1994, p. 15 – In: https://goo.gl/ckPOBc).
Essa passagem não denuncia as barbáries de uma sociedade aristocrática? Não revela o desrespeito
e os abusos sofridos pelos negros? Retomando as lembranças da sua infância, Brás Cubas tenta
mascarar os efeitos da educação recebida afirmando: “Não se conclua daqui que eu levasse todo o
resto da minha vida a quebrar a cabeça dos outros nem a esconder-lhes os chapéus; mas opiniático,
egoísta e algo contemptor dos homens, isso fui” (MACHADO DE ASSIS, 1994, p. 15-6).
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Unidade: Machado de Assis
“O pior é que era coxa. Uns olhos tão lúcidos, uma boca tão fresca, uma compostura tão senhoril;
e coxa! Esse contraste faria suspeitar que a natureza é às vezes um imenso escárnio. Por que bonita,
se coxa? por que coxa, se bonita? Tal era a pergunta que eu vinha fazendo a mim mesmo ao voltar
para casa, de noite, sem atinar com a solução do enigma” (MACHADO DE ASSIS, 1994, p. 44 – In:
https://goo.gl/ckPOBc).
São vários os aspectos a serem analisados nas produções de Machado de Assis que revelam a
sua argúcia e o dom de converter os elementos externos em internos, de denunciar a mediocridade
social sem panfletar. Como opina o historiador Sidney Chalhoub (Transcrição Documentário):
“Eu acho que artisticamente ele representou muito bem a forma como essa sociedade criava
mecanismos para manter, ao longo do tempo, estratégias de exclusão, de privilégios. Por mais que
ela mudasse ela mudava para permanecer a mesma. Como Machado disse isso várias vezes, você
pode trocar de roupa sem mudar de pele”
(In: https://goo.gl/cHtvX5)
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“Dom Casmurro é a história, contada pelo marido, de um adultério a seu ver cometido pela mulher.
Os motivos e a credibilidade da narrativa prestam à discussão. Trata-se de um gênero de incerteza
que a) coloca o livro na vanguarda do romance da época; b) representa uma atitude literária de
complexidade inédita no contexto brasileiro; e c) abala certezas quanto ao papel histórico de nossas
elites. Quanto mais se consiga especificar a figura social do narrador — através de suas relações com
as demais personagens, que dependem dele — mais surpreendente e profundo o livro se torna”
(SCHWARZ, 1991, p. 97 – In: https://goo.gl/ntGg5M).
Em 1986, Machado é aclamado para dirigir a primeira sessão preparatória para a Fundação
da Academia Brasileira de Letras, da qual foi presidente.
Machado de Assis inicia o novo século com a publicação de Poesias Completas (1901). O ano
de 1904 é marcado por reviravoltas. Uma parcela da sociedade do Rio de Janeiro se mobiliza contra
as medidas do Governo que, sob o pretexto de controle das epidemias, desloca a população que
vivia em cortiços e casebres do centro para bairros afastados. A resistência popular à obrigatoriedade
da vacina deu nome a esse advento social, conhecido como a Revolta da Vacina.
No ano de 1904, Machado de Assis perde sua esposa Carolina que falece aos 20 dias de
outubro. Nos quatro anos restantes de sua vida – Machado de Assis falece em 29 de setembro
de 1908 – o escritor publica seus últimos romances Esaú e Jacó (1904) e Memorial de Aires,
e a coletânea de contos Relíquias de Casa Velha (1906), na qual consta o soneto A Carolina:
A CAROLINA
Querida, ao pé do leito derradeiro
Em que descansas dessa longa vida,
Aqui venho e virei, pobre querida,
Trazer-te o coração do companheiro.
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Unidade: Machado de Assis
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Documentário – Machado de Assis, um Mestre na Periferia:
https://goo.gl/8dTwS1
Além desse vídeo, indicamos aqueles produzidos e disponibilizados pela ABL – Academia
Brasileira de Letras – Espaço Machado de Assis. Acesse o link abaixo e siga estes passos: Adaptações
> Cinema, TV e Vídeo > Vídeo. Dentre os títulos que aparecem, sugerimos os seguintes:
· 4 - Machado de Assis e a fundação da Academia
· 7 - O Rio de Janeiro de Machado de Assis I
· 8 - O Rio de Janeiro de Machado de Assis II
· 9 - Machado de Assis - Cronologia
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Material Complementar
Pela qualidade literária das obras de Machado de Assis e sua representatividade na sociedade
brasileira do século XIX, muitos são os pesquisadores que se dedicaram a estudá-lo. As
metodologias e os embasamentos teóricos também são diversos. Indicaremos, aqui, algumas
obras que poderão contribuir para um enriquecimento a respeito do que foi estudado. Lembre-
se de que é fundamental ter a sua biblioteca e seu banco de referências bibliográficas. Caso
queira uma relação mais completa, consulte a página da ABL - Academia Brasileira de Letras:
http://www.machadodeassis.org.br/
BOSI, Alfredo. História Concisa da Literatura Brasileira. São Paulo: Cultrix, 1970.
BROCA, José Brito. Os inimigos de Machado de Assis. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998.
CÂNDIDO, Antônio. Esquema de Machado de Assis. In: ______. Vários Escritos. São Paulo:
Duas Cidades, 1970.
CHALHOUB, Sidney. Machado de Assis Historiador. São Paulo: Cia. das Letras, 2003.
COELHO, Marcia Maria; OLIVEIRA, Marcos Fleury de. O bruxo do Cosme Velho - Machado
de Assis no espelho. São Paulo: Alameda Editorial, 2005.
______. Machado de Assis na Literatura Brasileira. Rio de Janeiro: Livraria São José, 1990.
CUNHA, Patrícia Lessa Flores da. Machado de Assis, um escritor na capital dos trópicos.
Porto Alegre: IEL. Editora Unisinos, 1998.
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Unidade: Machado de Assis
FAORO, Raimundo. Machado de Assis: A Pirâmide e o Trapézio. São Paulo: Cia. Editora
Nacional, 1974.
FERREIRA, Eliane F. C. Para traduzir o século XIX: Machado de Assis. São Paulo: Annablume
e Academia Brasileira de Letras, 2004.
GLEDSON, John. Machado de Assis: Ficção e História. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1986.
______. Por um novo Machado de Assis. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2006.
GRANJA, Lúcia. Machado de Assis, Escritor em Formação (à roda dos jornais). São
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JOBIM, José Luís (org.). A Biblioteca de Machado de Assis. Rio de Janeiro: Topbooks, 2000.
MACHADO, Ana Maria. Machado de Assis: um autor em perspectiva. São Paulo, Global:
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______. Três vezes Machado de Assis. Rio de Janeiro: Ateliê Editorial, 2007.
______. Dicionário de Machado de Assis. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 2008.
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DocReader.net/DocReader.aspx?bib=BibPublRJ&PagFis=2998. Parte II – Novembro/1865:
http://www.docvirt.com/DocReader.net/DocReader.aspx?bib=BibPublRJ&PagFis=3032.
Parte III – Dezembro/1865: http://www.docvirt.com/DocReader.net/DocReader.
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MACHADO DE ASSIS. Joaquim Maria. Relíquias de Casa Velha. In:______. Obra Completa.
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MACHADO DE ASSIS. Joaquim Maria. O jornal e o livro. In:______. Obra Completa. vol.III.
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - TV ESCOLA. Machado de Assis, um Mestre na Periferia.
Documentário. Disponível em: http://www.pactoaudiovisual.com.br/mestres_final/machado/
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PENNAC, Daniel. Como um romance. Trad. Leny Werneck. Rio de Janeiro: Rocco, 1993.
SEVCENKO, Nicolau. Literatura como missão: tensões sociais e criação cultural na Primeira
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Unidade: Machado de Assis
Anotações
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