Conflito Entre Ética e Justiça
Conflito Entre Ética e Justiça
Conflito Entre Ética e Justiça
IMP.GE.10.0
“If transcendence has meaning, it can only
signify the fact that the event of being, the essence,
passes over to what is other than being.”
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Sumário
Sumário ........................................................................................................................... 3
Resumo ........................................................................................................................... 4
Palavras-chave............................................................................................................... 4
Abstract ........................................................................................................................... 5
Keywords......................................................................................................................... 5
Agradecimentos ........................................................................................................... 13
Conclusão ..................................................................................................................... 14
Webgrafia ...................................................................................................................... 17
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Conflito entre ética e justiça
Catarina Marques BAPTISTA
4º Ano do Curso de Direito
Universidade Portucalense Infante D. Henrique – Porto
Endereço eletrónico: [email protected]
Resumo
A ética e a justiça são conceitos que são conhecidos por todas as pessoas,
contudo são conceitos difíceis de explicar quando perguntados.
Devido a tal, este trabalho possui como objetivo perceber as diferenças entre
os conceitos de “ética” e “justiça. Esta diferença será abordada de uma forma geral e
em seguida abordada na ótica de um filósofo contemporâneo, Emmanuel Lévinas.
Conclui-se, assim, que o presente trabalho aborda um tema filosófico
relacionado com a utopia da ética e o desequilíbrio que esta cria, por contraposição ao
equilíbrio criado pela justiça.
Palavras-chave
Emmanuel Lévinas; Ética; Justiça; Conflito; Utopia; Equilíbrio; Desequilíbrio
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Conflict between ethics and justice
Catarina Marques BAPTISTA
4º Year of Law Degree
Universidade Portucalense Infante D. Henrique – Porto
Electronic address: [email protected]
Abstract
“Ethics” and “justice” are concepts known by all, yet they are hard to explain
when asked.
Due to this, this essay aims to understand the difference between the concepts
of “ethics” and “justice”. This difference will be approached in a general way and then
approached from the perspective of a contemporary philosopher, Emmanuel Lévinas.
It follows, therefore, that this study addresses a philosophical theme related to
the utopia of ethics and the imbalance that this creates, as opposed to the balance
established by justice.
Keywords
Emmanuel Lévinas; Ethics; Justice; Utopia; Balance; Imbalance
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Capítulo 1. Justiça
O conceito de justiça (do latim “justitia”) é um conceito abstrato, que se
encontra presente e interligado com a filosofia e a ética. O facto de o presente
conceito ser abstrato faz com que ele seja difícil de explicar, apesar de ser um
conceito conhecido por todos.
O ser justo possui uma mesma atitude para com as pessoas, por
contraposição ao ser injusto, repousando na reciprocidade dos outros. A
justiça, se fosse uma equação, o resultado teria sempre de ser zero.
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Capítulo 2. Ética
Ética, do grego “ethos”, significa tudo aquilo que pertence ao carácter e
modo de ser das pessoas. Esta é uma virtude que se encontra sempre no
comportamento humano, pelo que a ética se torna num importante factor na
vida em sociedade.
Desta forma, a ética é o oposto da justiça, visto que o ser justo é aquele
que possui uma mesma atitude perante os outros (por contraposição ao ser
injusto), enquanto o ser ético é aquele que pratica uma ação que se enquadra
nos seus valores morais, não esperando uma ação ética em troca. Mesmo que
exista uma ação da pessoa que beneficiou da ação ética, essa mesma ação
não terá de ser ética, uma vez que a reciprocidade não é um imperativo da
ética.
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Capítulo 3. Emmanuel Lévinas
Emmanuel Lévinas é um filósofo contemporâneo, nasceu a 12 de janeiro
de 1906 e morreu a 25 de dezembro de 1995, com oitenta e nove anos.
Nasceu na Lituânia, no seio de uma família judaica, sendo o mais velho de três
irmãos. Naquela altura a Lituânia fazia parte da Rússia pré- revolucionária, na
qual a cultura circundante “tolerava” os judeus.
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Capítulo 4. O conflito entre a ética e a justiça na ótica
de Emmanuel Lévinas
O pensamento lévinasiano questiona, principalmente, o “ser enquanto
ser”, tendo sempre por base a sua bondade, a pertinência, suficiência e
perfeição. Assim, a estrutura do ser só pode ser percebida se for analisada
tendo por base a existência humana, isto é, as coisas simplesmente são, uma
vez que se prescinde da sua essência quando se pensa nas mesmas. O ser e
a existência situam-se além da perfeição ou imperfeição, uma vez que não se
considera a sua essência. A afirmação de Lévinas “o ser é” é considerado uma
tautologia uma vez que expressa a mesma ideia de uma forma diferente, sem
nada dizer.
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intersubjetiva que se estabelece entre os seres e não somente à relação do
ente isolado com o ser. Com esta obra, Lévinas esforça-se para demonstrar
que a relação com o “Outro” é a condição de possibilidade da compreensão,
que a clareza do ser não consiste na relação de poder que o homem pode
manter, mas que não se relaciona com a ontologia sendo mesmo distinta. Para
o autor o ser considera-se a partir do “Outro”, sendo que este é o único
caminho capaz de conduzir à superação do primado da ontologia. Nesta obra a
ideia de saída associa-se à crítica da totalidade, pelo que é necessário que
exista uma identificação e diferenciação entre o ser e o “Outro”, como forma de
alteridade e transcendência. O “Eu” deve ser definido a partir de si e não do
todo, pelo que na relação com o mundo não se pode falar da totalidade.
Existe contudo uma rutura na totalidade, sendo que para Lévinas esta
rutura é um acontecimento concreto, o encontro com o “Rosto”, isto é, o
acontecimento face a face com o “Outro” enquanto único. O “Rosto” abre uma
nova dimensão no mundo do “Eu”, uma vez que o “Rosto” se expõe numa
fraqueza e apelando ao “Eu”. Tal significa que o “Outro” não significa apenas a
exterioridade, mas a certa altura passa a representar a superioridade, pelo que
o “Eu” se deve submeter ao “Outro”. Esta transcendência do “Outro” desnivela
o movimento do ser e o “Eu” encontra-se perante uma ordem diferente, atingido
pelo mandamento ético. O mandamento ético proíbe a violência e obriga à
preocupação e responsabilidade pela vida do “Outro”. Vê aqui a totalidade do
“Eu” rompida. Importa dizer que o “Outro” não anuncia apenas um princípio
moral, mas por força dele afeta o “Eu”, julgando-o e colocando-o em questão,
quase como se o “Outro” fosse o juiz do “Eu”. A liberdade do “Eu” é justificada
pelas exigências e responsabilidades que lhe são exigidas pelo infinito, sendo
este o “Outro”. Esta ideia vai de encontro ao pensamento lévinasiano na sua
obra “Totalité et Infinit”, isto é, a noção do ser não vai de encontro à ontologia
mas sim ao encontro da ética.
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fenómeno do “Eu” como ser é apelidada de bondade por Emmanuel Lévinas.
Assim, a bondade consiste em ser para o “Outro”, ser responsável, e significa
que a vontade livre do “Eu” se transforma em desejo que aspira o “Outro”. Para
Lévinas, esta rutura implica a superação do mal, isto é a subjetividade.
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necessário existir com o “Outro” (o diferente do “Eu”). Desta forma, o “Eu” tem
de conviver com o “Outro” e comprometer-se pela responsabilidade com o
“Outro”, independentemente das características deste, pois só assim é possível
o “Eu” exercer a justiça.
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Agradecimentos
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Conclusão
A filosofia de Emmanuel Lévinas baseia-se, primeiramente na afirmação
do ser como mal. Esta base da filosofia de Lévinas, como dito anteriormente,
deve-se ao facto deste ter vivido num tempo onde algumas pessoas se
sobrepunham a outras devido ao poder que possuíam (II Guerra Mundial,
Hitlerismo e Holocausto). Durante todo o seu percurso filosófico esta é uma das
únicas afirmações que não varia e o objetivo é sempre arranjar maneira de sair
deste mal, superá-lo e justificá-lo.
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ética não chegue e seja necessário o recurso à justiça. Ora, a justiça está
vinculada aos sujeitos concretos e é sua a responsabilidade pela vida.
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Bibliografia Primária
Bibliografia Secundária
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Webgrafia
http://conceito.de/justica
http://queconceito.com.br/justica
http://www.canaljustica.jor.br/justica-significado/
https://www.significados.com.br/etica/
http://www.suapesquisa.com/o_que_e/etica_conceito.htm
http://conceito.de/etica
http://www.infoescola.com/filosofia/etica/
http://plato.stanford.edu/entries/levinas/
https://www2.le.ac.uk/departments/management/documents/research
/research-units/cppe/conference-pdfs/levinas/corvellec.pdf
http://www.faculdadejesuita.edu.br/documentos/191211-
9zswY63kDga68.pdf
https://monoskop.org/images/f/f9/The_Levinas_Reader_1989.pdf
http://ndpr.nd.edu/news/23921-the-ethics-of-emmanuel-levinas/
http://coral.ufsm.br/gpforma/2senafe/PDF/013e3.pdf
http://dlib.bc.edu/islandora/object/bc-ir:101265/datastream/PDF/view
http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1795
http://repositorio.pucrs.br/dspace/bitstream/10923/3437/1/000345068
-Texto%2bCompleto-0.pdf
http://www.cairn.info/revue-cites-2006-1-page-69.htm
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