Conflito Entre Ética e Justiça

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Conflito entre ética e justiça

Catarina Marques Baptista (35407)

Filosofia do Direito - Curso de Direito


Professor Doutor Paulo Renato Cardoso de Jesus
Dezembro, 2016

IMP.GE.10.0
“If transcendence has meaning, it can only
signify the fact that the event of being, the essence,
passes over to what is other than being.”

Emmanuel Lévinas “Otherwise than being or


beyond essence”

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Sumário

Sumário ........................................................................................................................... 3

Resumo ........................................................................................................................... 4

Palavras-chave............................................................................................................... 4

Abstract ........................................................................................................................... 5

Keywords......................................................................................................................... 5

Capítulo 1. Justiça ......................................................................................................... 6

Capítulo 2. Ética ............................................................................................................. 7

Capítulo 3. Emmanuel Lévinas .................................................................................... 8

Capítulo 4. O conflito entre a ética e a justiça na ótica de Emmanuel Lévinas ... 9

Capítulo 5. Abordagem filosófica da questão ......................................................... 11

Agradecimentos ........................................................................................................... 13

Conclusão ..................................................................................................................... 14

Bibliografia Primária .................................................................................................... 16

Bibliografia Secundária ............................................................................................... 16

Webgrafia ...................................................................................................................... 17

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Conflito entre ética e justiça
Catarina Marques BAPTISTA
4º Ano do Curso de Direito
Universidade Portucalense Infante D. Henrique – Porto
Endereço eletrónico: [email protected]

Resumo

A ética e a justiça são conceitos que são conhecidos por todas as pessoas,
contudo são conceitos difíceis de explicar quando perguntados.
Devido a tal, este trabalho possui como objetivo perceber as diferenças entre
os conceitos de “ética” e “justiça. Esta diferença será abordada de uma forma geral e
em seguida abordada na ótica de um filósofo contemporâneo, Emmanuel Lévinas.
Conclui-se, assim, que o presente trabalho aborda um tema filosófico
relacionado com a utopia da ética e o desequilíbrio que esta cria, por contraposição ao
equilíbrio criado pela justiça.

Palavras-chave
Emmanuel Lévinas; Ética; Justiça; Conflito; Utopia; Equilíbrio; Desequilíbrio

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Conflict between ethics and justice
Catarina Marques BAPTISTA
4º Year of Law Degree
Universidade Portucalense Infante D. Henrique – Porto
Electronic address: [email protected]

Abstract
“Ethics” and “justice” are concepts known by all, yet they are hard to explain
when asked.
Due to this, this essay aims to understand the difference between the concepts
of “ethics” and “justice”. This difference will be approached in a general way and then
approached from the perspective of a contemporary philosopher, Emmanuel Lévinas.
It follows, therefore, that this study addresses a philosophical theme related to
the utopia of ethics and the imbalance that this creates, as opposed to the balance
established by justice.

Keywords
Emmanuel Lévinas; Ethics; Justice; Utopia; Balance; Imbalance

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Capítulo 1. Justiça
O conceito de justiça (do latim “justitia”) é um conceito abstrato, que se
encontra presente e interligado com a filosofia e a ética. O facto de o presente
conceito ser abstrato faz com que ele seja difícil de explicar, apesar de ser um
conceito conhecido por todos.

Este conceito refere-se a um estado ideal de interação onde existe um


equilíbrio lógico que se expressa em raciocínios, que se traduzem em
reciprocidade e igualdade. A justiça é a particularidade do que é justo e correto,
tendo sempre por base a virtude moral que inspira o respeito pelos direitos de
cada pessoa e a atribuição do que é devido a cada um (equidade).

Tendo por base a equidade, a justiça deve ser aplicada a todos os


sujeitos, que fazem parte de uma sociedade de igual forma. Existe por tanto um
recurso ao direito e aplicação das leis, para que a justiça seja aplicada de igual
modo a todos os indivíduos.

O conceito de justiça não possui uma definição universal e tem sido


estudado tanto a nível filosófico como a nível legal. Tal deve-se ao facto de o
presente conceito se basear em diversos campos e bastantes pontos de vista e
perspetivas diferentes, incluindo os conceitos de moral com base na lei,
equidade e ética.

Assim, pode-se concluir que a justiça tenta equilibrar as ações que as


pessoas tomam, tendo por base a equidade e a ética, no seio de uma
sociedade. Este conceito é analisado consoante a época e sociedade, uma vez
que sempre que existem alterações aos princípios e bases de uma sociedade,
o conceito de justiça adapta-se. Caso tal não se verificasse, nos dias que
correm poderíamos estar sob a alçada do conceito de justiça da Grécia Antiga,
pensado por Aristóteles.

O ser justo possui uma mesma atitude para com as pessoas, por
contraposição ao ser injusto, repousando na reciprocidade dos outros. A
justiça, se fosse uma equação, o resultado teria sempre de ser zero.

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Capítulo 2. Ética
Ética, do grego “ethos”, significa tudo aquilo que pertence ao carácter e
modo de ser das pessoas. Esta é uma virtude que se encontra sempre no
comportamento humano, pelo que a ética se torna num importante factor na
vida em sociedade.

A ética leva o Homem a questionar de forma constante tanto as suas


ações como as ações alheias, de forma a definir se essas mesmas ações são
corretas (boas) ou incorretas (más). Ora, desta forma, percebemos que a ética
é um conjunto de valores morais e princípios que norteiam as atitudes
humanas na sociedade.

Sendo a ética o conjunto de valores morais e princípios que norteiam as


atitudes da sociedade, existe um desequilíbrio criado pelo facto de os seres
humanos quererem praticar o bem, independentemente de este ser
correspondido. Isto é, a ética não repousa na reciprocidade, uma vez que não é
pelo facto de uma pessoa fazer o bem (atitude correta e boa) que os outros
terão esse mesmo comportamento. Devido a tal, existe a ideia de que a ética é
uma mera utopia.

As questões que caem sobre a alçada da ética localizam-se na esfera da


moral, e esta governa a alma de cada indivíduo. Assim, a ética não estabelece
os valores morais, apenas tenta compreender as atitudes morais perpetradas
pelos indivíduos, de um ponto de vista pessoal, de forma a julgar as ações das
pessoas.

Desta forma, a ética é o oposto da justiça, visto que o ser justo é aquele
que possui uma mesma atitude perante os outros (por contraposição ao ser
injusto), enquanto o ser ético é aquele que pratica uma ação que se enquadra
nos seus valores morais, não esperando uma ação ética em troca. Mesmo que
exista uma ação da pessoa que beneficiou da ação ética, essa mesma ação
não terá de ser ética, uma vez que a reciprocidade não é um imperativo da
ética.

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Capítulo 3. Emmanuel Lévinas
Emmanuel Lévinas é um filósofo contemporâneo, nasceu a 12 de janeiro
de 1906 e morreu a 25 de dezembro de 1995, com oitenta e nove anos.
Nasceu na Lituânia, no seio de uma família judaica, sendo o mais velho de três
irmãos. Naquela altura a Lituânia fazia parte da Rússia pré- revolucionária, na
qual a cultura circundante “tolerava” os judeus.

No início da guerra, Emmanuel Lévinas e a sua família mudam-se para a


Ucrânia, regressando à Lituânia em 1920, dois anos após esta ter conseguido
a sua independência do governo revolucionário.

Mais tarde, em 1923, Lévinas muda-se para França para estudar


Filosofia. Sendo que em 1939, com o início da II Guerra Mundial, e uma vez
que estava naturalizado como francês, Lévinas alista-se no Corpo de Oficiais
Franceses. Contudo, um ano depois, em 1940, é capturado pelos nazis, e feito
prisioneiro em Fallingsbote, onde estava situado um campo de trabalho para
oficiais e a sua família foi assassinada na Lituânia. Esteve exilado durante
cinco anos, sendo que durante esse tempo em que esteve cativo, começou a
escrever a sua obra “De l’Existance à l’Existant”, tendo esta sido publicada dois
anos após o fim da II Guerra Mundial.

Entre 1946 e 1964, Emmanuel Lévinas dedicou-se à direção da Escola


Normal Israelita em Paris, sendo que nesse período publicou várias obras, uma
delas considerada a sua grande obra “Totalité et Infinit”.

O facto de milhões de judeus terem sido assassinados durante o


Holocausto ficou marcado na memória de Lévinas, uma vez que este também
era judeu. Como tal, escreveu o livro “Autrement qu’être”, no qual este
demonstra a inquietação de um século marcado pela dominação do Homem
sobre “Outro” Homem.

Desta forma a relevância filosófica de Lévinas é assegurada pela sua


maneira de pensar e de agir, que teve por base a sua experiência durante a II
Guerra Mundial, em especial a violência avassaladora causada pelo nazismo
(com a perseguição e dizimação de milhares de judeus).

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Capítulo 4. O conflito entre a ética e a justiça na ótica
de Emmanuel Lévinas
O pensamento lévinasiano questiona, principalmente, o “ser enquanto
ser”, tendo sempre por base a sua bondade, a pertinência, suficiência e
perfeição. Assim, a estrutura do ser só pode ser percebida se for analisada
tendo por base a existência humana, isto é, as coisas simplesmente são, uma
vez que se prescinde da sua essência quando se pensa nas mesmas. O ser e
a existência situam-se além da perfeição ou imperfeição, uma vez que não se
considera a sua essência. A afirmação de Lévinas “o ser é” é considerado uma
tautologia uma vez que expressa a mesma ideia de uma forma diferente, sem
nada dizer.

O ser revela-se, então, no sentimento de ser amarrado ao próprio ser, à


presença de si mesmo. Lévinas considera que o ser se encontra acorrentado a
si próprio e existe uma necessidade de sair, o ser precisa de se evadir. Este
sentimento foi despertado pelo contexto da existência da II Guerra Mundial,
pelos sentimentos que gerou (vergonha, náusea), principalmente por causa do
hitlerismo. A vergonha era a principal causa de evasão do ser, uma vez que
este é um facto moral que consiste na impossibilidade de não se identificar com
o ser que desconhece, ou que é penosa a identificação, pelo que existe uma
necessidade de esconder e fugir do próprio ser. A náusea adere-se a nós de tal
forma que a relação entre a náusea do ser por si próprio é a própria náusea.
Estas duas figuras (a náusea e a vergonha) revelam o ser como ser amarrado,
de tal forma que existe a presença desesperada do “Eu” a si mesmo e a
impossibilidade de sair desse estado. Ora, a necessidade de evasão que o ser
sente é indissociavelmente ligada ao ser.

A ideia do ser para Emmanuel Lévinas foi alterando e amadureceu,


principalmente no seu livro “Totalité et Infinit”. Nesta obra o questionamento
sobre o ser reúne-se em torno de problemas maiores, relacionados com a
relação que se estabelece entre o ser e a ética ou o ser e o Bem, a
multiplicidade e unidade do ser, o problema da transcendência e a relação com
o Infinito e o Finito. O pensamento lévinasiano passa do problema da criação
do ser e da sua evasão para a relação entre o ser e o “Outro”, isto é a relação

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intersubjetiva que se estabelece entre os seres e não somente à relação do
ente isolado com o ser. Com esta obra, Lévinas esforça-se para demonstrar
que a relação com o “Outro” é a condição de possibilidade da compreensão,
que a clareza do ser não consiste na relação de poder que o homem pode
manter, mas que não se relaciona com a ontologia sendo mesmo distinta. Para
o autor o ser considera-se a partir do “Outro”, sendo que este é o único
caminho capaz de conduzir à superação do primado da ontologia. Nesta obra a
ideia de saída associa-se à crítica da totalidade, pelo que é necessário que
exista uma identificação e diferenciação entre o ser e o “Outro”, como forma de
alteridade e transcendência. O “Eu” deve ser definido a partir de si e não do
todo, pelo que na relação com o mundo não se pode falar da totalidade.

Existe contudo uma rutura na totalidade, sendo que para Lévinas esta
rutura é um acontecimento concreto, o encontro com o “Rosto”, isto é, o
acontecimento face a face com o “Outro” enquanto único. O “Rosto” abre uma
nova dimensão no mundo do “Eu”, uma vez que o “Rosto” se expõe numa
fraqueza e apelando ao “Eu”. Tal significa que o “Outro” não significa apenas a
exterioridade, mas a certa altura passa a representar a superioridade, pelo que
o “Eu” se deve submeter ao “Outro”. Esta transcendência do “Outro” desnivela
o movimento do ser e o “Eu” encontra-se perante uma ordem diferente, atingido
pelo mandamento ético. O mandamento ético proíbe a violência e obriga à
preocupação e responsabilidade pela vida do “Outro”. Vê aqui a totalidade do
“Eu” rompida. Importa dizer que o “Outro” não anuncia apenas um princípio
moral, mas por força dele afeta o “Eu”, julgando-o e colocando-o em questão,
quase como se o “Outro” fosse o juiz do “Eu”. A liberdade do “Eu” é justificada
pelas exigências e responsabilidades que lhe são exigidas pelo infinito, sendo
este o “Outro”. Esta ideia vai de encontro ao pensamento lévinasiano na sua
obra “Totalité et Infinit”, isto é, a noção do ser não vai de encontro à ontologia
mas sim ao encontro da ética.

A ética que exprime o sentido do ser, para Lévinas, primeiramente é a


ética filosófica, sendo que esta coincide com a metafísica. Tal não significa que
a ética funciona como fundamento da ontologia, ou vice-versa, mas sim que a
primeira realidade é a realidade ética, isto é, a responsabilidade do “Eu” pelo
“Outro”. Esta transformação do “Eu”, ou seja a passagem do “Eu” como

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fenómeno do “Eu” como ser é apelidada de bondade por Emmanuel Lévinas.
Assim, a bondade consiste em ser para o “Outro”, ser responsável, e significa
que a vontade livre do “Eu” se transforma em desejo que aspira o “Outro”. Para
Lévinas, esta rutura implica a superação do mal, isto é a subjetividade.

Na sua obra “Autrement qu’être au-delá de l’essence”, Lévinas procura


perceber o que é “ser além do ser”, evitando a linguagem ontológica. Com esta
obra Lévinas interessa-se em descrever a subjetividade na relação com o
infinito antes da sua conjunção com o ser. Contudo, a obra começa pelo ser, de
forma a conseguir descrever o “antes do ser” e o “autrement qu’être”.
Contrariamente ao “Totlité et Infinit”, no “Autrement qu’être au-delá de
l’essence”, ser passa a chamar-se essência e transcendência passa a chamar-
se desinteresse. Assim, enfatizando a qualidade que o ser possui no processo,
Lévinas refere-se ao ser como essência. Os temas de conversação e ensino
recuam para segundo plano. A subjetividade é agora a passagem da própria
responsabilidade. Isso significa que a subjetividade é propriamente própria,
porque é regularmente despossuída de si mesma, do seu interior. O “Outro”
tornou-se “Outro-no-mesmo”. Mas o “Outro-no-mesmo” não é diferente do
“Outro” factual.

Capítulo 5. Abordagem filosófica da questão


As ideias de Lévinas foram bastante influenciadas pelas experiências de
vida deste. No capítulo anterior foi feita uma abordagem em geral ao
pensamento de Lévinas ao longo da sua vida e das suas obras. Contudo, o
presente capítulo tem como objetivo clarificar as ideias de Lévinas quanto ao
tema do trabalho, isto é a ética e a justiça e o conflito existente entre as
mesmas.

Lévinas preocupa-se com o “Outro”, isto é, a responsabilidade para e


com o “Outro” (ética). Desta forma, sendo o “Outro” a realidade ética, Lévinas
propõe que o homem se dedique à justiça conjuntamente com o “Outro”, uma
vez que só através da valorização do “Outro” como individuo fundamental na
vida do “Eu” é que se pode construir a justiça. Não esquecendo da alteridade,
sendo que esta marca o sentido da nossa existência, uma vez que é

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necessário existir com o “Outro” (o diferente do “Eu”). Desta forma, o “Eu” tem
de conviver com o “Outro” e comprometer-se pela responsabilidade com o
“Outro”, independentemente das características deste, pois só assim é possível
o “Eu” exercer a justiça.

A responsabilidade é o que une o “Eu” ao “Outro” numa relação ética,


mas uma vez que existe uma pluralidade de homens, é necessária a
intervenção da justiça, como responsabilidade pela vida de todos (“Eu”, “Outro”,
“Rosto”).

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Agradecimentos

Primeiramente gostaria de agradecer aos meus pais, à minha madrinha


e à minha avó a força que estes me oferecem e toda a confiança em mim
depositada. É por eles todo o esforço e dedicação da minha parte.

Seguidamente gostaria de agradecer ao docente da disciplina “Filosofia


do Direito” Professor Doutor Paulo Renato Cardoso de Jesus pela orientação
teórica e prática, pelo tempo disponibilizado para o esclarecimento de qualquer
dúvida que surgisse durante a realização do presente trabalho e ainda pela
motivação dada ao longo do semestre nas suas aulas.
Por fim, gostaria de agradecer aos meus colegas pela disponibilidade
demonstrada em prol de me ajudar se e quando fosse necessário.

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Conclusão
A filosofia de Emmanuel Lévinas baseia-se, primeiramente na afirmação
do ser como mal. Esta base da filosofia de Lévinas, como dito anteriormente,
deve-se ao facto deste ter vivido num tempo onde algumas pessoas se
sobrepunham a outras devido ao poder que possuíam (II Guerra Mundial,
Hitlerismo e Holocausto). Durante todo o seu percurso filosófico esta é uma das
únicas afirmações que não varia e o objetivo é sempre arranjar maneira de sair
deste mal, superá-lo e justificá-lo.

Apenas na sua obra “Totalité e Infinit” é que Lévinas fala no ser em


sentido positivo. Desta forma, o Bem é a única saída ou superação do mal que
é o ser. O ser sem o ente homem é a noção que possui uma conotação ética
negativa, uma vez que o ser puro não possui determinação faltando-lhe assim
o sentido. Tal dá ao ser uma posição frágil e finita. Desta forma, para Lévinas o
ser para se evadir dessa posição frágil, afastando a vergonha e a náusea, tem
de se relacionar com algo diferente do ser. Assim, o “Eu”, tem de passar a ser
responsável pelo “Outro”. Assim, na obra “Totalité et Infinit”, o ser liberta o mal
na existência da ética, visto que o ser se produz, a partir deste momento, na
subjetividade, como bondade e verdade. O ser supera, assim, a sua finitude.
Este pensamento de Lévinas continua na obra “Autrement qu’être au-delá de
l’essence”, sendo que a grande diferença é o facto de o autor tentar afastar os
termos ontológicos e pensar mais a nível ético.

Conclui-se que para Emmanuel Lévinas a ética e a justiça unem-se


quando o “Eu” se responsabiliza pelo “Outro”, de forma que o ser passa a ser
subjetivo e infinito, sendo que essa responsabilidade vai além do que o “Eu”
faz. Mas se o “Eu” aceitar o “Outro” como infinito e transcendente, a ética do
ser baseia-se na relação que estes têm, principalmente através do facto de
assumir responsabilidade pelos atos do “Eu” perante o “Outro”, através do face
a face (“Rosto”). Assim, para Lévinas a primeira filosofia deve ser a ética,
segundo a qual o ser é responsável pelas suas ações perante o “Outro”,
mesmo antes de estar consciente da sua própria existência. Mas nem tudo é
assim tão simples, uma vez que a multiplicidade de homens faz com qua a

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ética não chegue e seja necessário o recurso à justiça. Ora, a justiça está
vinculada aos sujeitos concretos e é sua a responsabilidade pela vida.

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Bibliografia Primária

 LEVINAS, Emmanuel “Otherwise than being and beyond essence”

Bibliografia Secundária

 LEVINAS, Emmanuel, “Totality and Infinity”


 MANDERSON, Desmond, “Essays on Lévinas and Law”
 DERRIDA, Jacques, “Adieu à Emmanuel Lévinas”
 THOMAS, Elisabeth Louise, “Emmanuel Lévinas – Ethics, Justice and
the Human beyond Being”
 NARBONNE Jean-Marc, “De l'au-delà de l'être à l'autrement qu'être: le
tournant lévinassien”

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Webgrafia

 http://conceito.de/justica
 http://queconceito.com.br/justica
 http://www.canaljustica.jor.br/justica-significado/
 https://www.significados.com.br/etica/
 http://www.suapesquisa.com/o_que_e/etica_conceito.htm
 http://conceito.de/etica
 http://www.infoescola.com/filosofia/etica/
 http://plato.stanford.edu/entries/levinas/
 https://www2.le.ac.uk/departments/management/documents/research
/research-units/cppe/conference-pdfs/levinas/corvellec.pdf
 http://www.faculdadejesuita.edu.br/documentos/191211-
9zswY63kDga68.pdf
 https://monoskop.org/images/f/f9/The_Levinas_Reader_1989.pdf
 http://ndpr.nd.edu/news/23921-the-ethics-of-emmanuel-levinas/
 http://coral.ufsm.br/gpforma/2senafe/PDF/013e3.pdf
 http://dlib.bc.edu/islandora/object/bc-ir:101265/datastream/PDF/view
 http://tede.pucrs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1795
 http://repositorio.pucrs.br/dspace/bitstream/10923/3437/1/000345068
-Texto%2bCompleto-0.pdf
 http://www.cairn.info/revue-cites-2006-1-page-69.htm

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